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* * Interceptação e Infiltração Prof. Carlos Ruberto Fragoso Jr. Prof. Marllus Gustavo F. P. das Neves I Hidrologia * * Visita ao Canal do Sertão * * Programa da aula Parte 1 (Interceptação) Ciclo hidrológico O que é interceptação? Fatores que influenciam a interceptação Tipos de interceptação Estimativa da interceptação Exercícios Parte 2 (Infiltração) O que é infiltração? Capacidade e taxa de infiltração Fatores que influenciam a infiltração Estimativa da infiltração Exercícios * * Ciclo Hidrológico lençol freático * * Conceitos: Interceptação Retenção de parte da precipitação acima da superfície do solo (Blake, 1975); Devido a vegetação ou outra forma de obstrução ao escoamento, como depressões do solo; Retorna para a atmosfera por evapotranspiracão. * * Interceptação: conceitos interfere no balanço hídrico da bacia hidrográfica: funciona como um reservatório que armazena uma parcela da precipitação para consumo; Tende a reduzir a vazão média e a variação da vazão ao longo do ano, retardando e reduzindo o pico das cheias freqüentes. Q (vazão) = P (precipitação) – ET (evapotranspiração) Equação para um período longo Para a mesma precipitação a vazão altera em função da evapotranspiração. A vegetação aumenta a ET devido a Interceptação. Quando é retirada, a vazão aumenta. * * INTERCEPTAÇÃO - Gênese Inicia a chuva a água molha a superfície das folhas e armazena devido às concavidades e a tensão superficial, retendo certa lâmina precipitada; Se continuar (a chuva) a capacidade de interceptação é ultrapassada; Toda a água que chega às folhas e caules escoa; Evaporação (simultânea à interceptação) à partir das folhas úmidas; O vento acelera o processo de evaporação, aumentando as perdas por interceptação. Se for muito intenso (o vento), pode provocar reprecipitação A precipitação atinge o solo: a) atravessando a vegetação (em média 85% da precipitação inicidente); (b) através dos troncos (1 a 2% precipitação). A diferença é a interceptação. * * * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL: função de Condições Climáticas Período do ano Condições climáticas: vento é o mais significativo efeito sazonal * * INTERCEPTAÇÃO A interceptação depende de um modo geral: Intensidade da chuva → Maior intensidade, menor interceptação (Blake, 1975). Área vegetada ou urbanizada (Av) → Maior a área Av, maior o volume da interceptação. Característica da vegetação, dos prédios ou dos obstáculos (residências, edificações, etc) → Maior o tamanho das folhas, maior a capacidade de armazenamento O volume interceptado retorna para a atmosfera por evaporação, após a ocorrência da chuva. * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Tipo e densidade de vegetação -caracteriza a quantidade de gotas que cada folha pode reter -a densidade de folhas pode indicar o volume retido numa superfície de bacia * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Tipo e densidade de vegetação As folhas geralmente interceptam a maior parte da precipitação, mas a disposição dos troncos contribui significativamente * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Tipo e densidade de vegetação Espécie e espaçamento * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Tipo e densidade de vegetação Floresta Nativa * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Tipo e densidade de vegetação -sazonalidade -a época do ano pode caracterizar alguns tipos de cultivos que apresentam as diferentes fases de crescimento e colheita * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Tipo e densidade de vegetação * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Características da Precipitação intensidade, volume precipitado e chuva antecedente Pequenos volumes (0,3 mm) todo o volume é retido Precipitações superiores a 1mm: de 10 a 40% pode ficar retido intensidade interceptação (para igual volume precipitado) Precipitações precedidas por 24h de período seco produzem curva de precipitação-interceptação diferente de ocorrências precedidas por condições úmidas (Blake, 1975) * * INTERCEPTAÇÃO VEGETAL Características da Precipitação as perdas por interceptação vegetal podem chegar até a 25% da precipitação anual (Linsley et. al, 1949) Em regiões úmidas e com florestas Panual~2000mm), a interceptação anual pode chegar a 250mm (Patric, citado por Wighan, 1970) As depressões do solo ou a baixa capacidade de drenagem podem provocar o armazenamento de grandes volumes de água a Q da bacia. No rio Paraguai observa-se em alguns trechos que a Q média diminui para jusante devido ao aumento das áreas de inundação que represam parte do volume a montante. * * INTERCEPTAÇÃO NO PANTANAL * * Relação Interceptação x total interceptado * * Quantificação: Equação de continuidade do sistema de interceptação Si=P-T-C P C T * * Quantificação: Medição das variáveis Precipitação: postos em clareiras, topo das árvores Há alta correlação entre a precipitação das clareiras e a do topo das árvores (Blake, 1972) Precipitação que atravessa as árvores: drenagem especial colocada abaixo das árvores e distribuída de forma representativa: Helvey e Patric citados por Wigham (1970): é necessário utilizar cerca de 10 vezes mais equipamentos para a medição da precipitação que atravessa a vegetação do que para a precipitação total Escoamento pelos troncos: apresenta uma parcela pequena do total precipitado (de 1 a 15%) em muitos casos está dentro da faixa de erros de amostragem das outras variáveis. A medição só é viável para vegetação com tronco de magnitude razoável * * * * Fórmulas Conceituais Horton (1919); Merian (1960); Equações Empíricas * * Fórmulas Conceituais – Horton -relacionou o volume interceptado durante uma enchente com a capacidade de interceptação da vegetação e a taxa de evaporação -Limitações: nela a interceptação é independente da precipitação -A capacidade de armazenamento deve ser preenchida, o que necessariamente não ocorre * * Fórmulas Conceituais - Merian (1960) Introduziu a precipitação (P) na equação original de Horton, usando a expressão exponencial: Si=Sv+(Av/A).E.tr Si=Sv (1-e-P/Sv)+A/Av.E.tr Si=Sv (1-e-P/Sv)+R.E.tr intensidade, o termo exponencial: convergindo para uma constante igual a Sv. O termo da direita da equação é transformado para Si=Sv (1-e-P/Sv)+R.E.tr Si=Sv(1-e-P/Sv)+K.P Onde: K=(R.E.tr)/P é adotado constante. Isto significa que a relação entre E e P é constante, o que não ocorre necessariamente durante uma tempestade. * * Fórmulas Conceituais - Equações Empíricas Uso de equações de regressão relacionando as principais variáveis e ajustadas a diferentes tipos de dados. São várias Si = a + b.Pn Onde: a, b e n = parâmetros ajustados ao local e Si e P=precipitação (em polegadas) Essa equação é usada para eventos. Para a estimativa do volume total interceptado (interceptação média da área): fator de projeção (f) x Si Normalmente são utilizadas versões lineares desta equação,o que simplifica ainda mais o problema, já que a expressão não leva em conta a intensidade luminosa, umidade antecedente, velocidade do vento, entre outros fatores. * * Valores dos Parâmetros apresentados por Horton (segundo Wighan, 1970) f = parcela de vegetação sobre a área de interesse Os coeficientes, para alguns cultivos, são multiplicados pela altura da planta h em pés Equações de regressão relacionando as principais variáveis e ajustadas a diferentes tipos de dados. Si = a + bp.n Si e P=precipitação (em polegadas) Para a estimativa do volume total interceptado utiliza-se o fator de projeção f que é multiplicado ao valor de Si, para se obter a interceptação média da área. parâmetros ajustados ao local * * Formulação em Modelos Conceituais Vegetação como um reservatório com capacidade máxima – de acordo com o tipo de cobertura analise do processo de transformação de P em Q dentro de uma visão macroespacial das bacias. a interceptação, em grande parte das bacias, durante as enchentes tem um peso relativo pequeno, perto dos demais processos. Em bacias onde a vegetação tem peso significativo e deseja-se estudar o comportamento da retirada ou acréscimo da cobertura de vegetação, é necessário retratar este processo com maior detalhe. * * Crawford e Linsley (1966) utilizaram este critério no modelo Stanford IV e sugeriram os valores da tabela a seguir para a capacidade máxima do reservatório de interceptação em função da cobertura vegetal * * Armazenamento nas depressões Linsley et al. (1949) utilizou a seguinte expressão empírica para retratar o volume retido pelas depressões do solo após o início da precipitação Vd=Sd (1-e-k.Pe) Onde: Vd=volume retido Sd=capacidade máxima Pe=precipitação efetiva K=coeficiente equivalente a 1/Sd admite-se que no início da precipitação as depressões estão vazias e para gerar escoamento superficial é necessário que as depressões estejam preenchidas. São aproximações do comportamento real já que o escoamento superficial ocorre sem que as depressões sejam todas preenchidas Hickis (1944) indicou valores de 0,10 polegadas para solos argilosos e 0,20 polegadas para solos arenosos. Viessman (1967)apresentou uma relação entre capacidade das depressões e declividade do solo obtida com base em quatro pequenas bacias impermeáveis, indicando uma grande correlação entre as variáveis * * ARMAZENAMENTO NAS DEPRESSÕES * * Armazenamento em escoamento superficial de pequenas bacias * * Impactos Antrópicos que afetam a interceptação * * Impacto na vazão média * * Alterações da precipitação com o desmatamento albedo. A floresta absorve maior radiação de onda curta e reflete menos; flutuações da temperatura tensão de vapor das superfícies das áreas desmatadas; volume evaporado do escoamento variabilidade da umidade das camadas profundas do solo; O efeito do desmatamento pode variar com a escala e com as condições de funcionamento da atmosfera * * Exercício A Mata do Buraquinho (cujo nome oficial é Jardim Botânico Benjamim Maranhão) abrange uma área de 515 ha. A mata, que tem um formato parecido com um coração, está encravada no centro geográfico da capital do estado da Paraíba, a cidade de João Pessoa, cuja precipitação média é de 1500 mm/ano e a evaporação 3,0 mm/dia. Porém, no dia 18 de junho de 2004, ocorreu um evento de chuva diferente, que apresentou uma altura de precipitação de 114,6 mm, em 24 h. Portanto, quanto foi o volume interceptado neste dia pela mata do Buraquinho? * * Exercício A partir do evento ocorrido em João Pessoa, mostrado no exercício anterior, qual seria o armazenado nas depressões, da bacia hidrográfica onde ocorreu o evento. Descrição do evento: No dia 18 de junho de 2004, ocorreu um evento de chuva diferente, que apresentou um nível de precipitação de 114,6mm, que durou 24hs. Supondo que a capacidade máxima da bacia é de 0,15 polegadas, e que o Rendimento da bacia é igual a 80% . * * Coffee Break!! * * Passagem da água através da superfície do solo, ocupando os poros (volume de vazios) existentes no solo. Importante para: crescimento da vegetação abastecimento dos aquíferos (mantém vazão dos rios durante as estiagens) reduzir escoamento superficial, cheias, erosão INFILTRAÇÃO * * Processos difíceis de quantificar Física não muito complicada, mas fortemente dependente da variabilidade espacial das propriedades do solo. Estimativas por equações empíricas ajustadas para reproduzir dados medidos no campo. Infiltração * * É um fenômeno que depende: Da água disponível para infiltrar Da natureza do solo Do estado da superfície Das quantidades de água e ar, inicialmente presentes no solo Infiltração * * O processo de infiltração define a entrada de água no solo. Já o movimento da água dentro do perfil é comumente referido como percolação Infiltração * * Enquanto há aporte de água, o perfil de umidade tende à saturação em toda a profundidade, sendo a superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar. Quando o aporte de água à superfície cessa (precipitação para), isto é, deixa de haver infiltração, a umidade no interior do solo se redistribui, evoluindo para um perfil de umidade inverso, com menores teores de umidade próximo à superfície e maiores nas camadas mais profundas. Infiltração * * Infiltração Antes da chuva Depois da chuva * * A infiltração da água no solo pode ser considerada como sendo a sequência das três seguintes fases: A entrada da água pela superfície; A percolação da água através do perfil do solo; A relação da capacidade de armazenamento da água no solo. Infiltração * * Capacidade de infiltração (ou taxa de infiltração) Capacidade de infiltração é a quantidade máxima de água que um solo em determinadas condições pode absorver. Ela varia no decorrer da chuva. Se uma precipitação atinge o solo com a uma intensidade menor que a capacidade de infiltração toda a água penetra no solo, provocando uma progressiva diminuição da própria capacidade de infiltração, já que o solo está se umedecendo. * * Capacidade de infiltração e taxa de infiltração Vol. Infiltrado Prec. Esc. Superficial * * Quando cessa a infiltração, parte da água no interior do solo propaga-se para camadas mais profundas no solo e parte é transferida para a atmosfera por evaporação direta ou por transpiração dos vegetais. Esse processo faz com que o solo vá recuperando sua capacidade de infiltração, tendendo a um limite superior à medida que as camadas superiores do solo vão se tornando mais secas. Infiltração * * Fatores que intervêm na infiltração 1-Permeabilidade do solo: Por exemplo a presença de argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração. * * 2-Cobertura vegetal: Um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado. 3-Inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração. * * 4- Tipo de chuva: Chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. * * 5- Umidade do Solo: Por exemplo em um solo mais úmido a infiltração é menor do que um solo mais seco. 6- Temperatura Escoamento no solo é laminar (tranqüilo) em função da viscosidade da água. Quanto maior a temperatura maior a infiltração de água no solo * * O solo é uma mistura de materiais sólidos, líquidos e gasosos. Na mistura também encontram-se muitos organismos vivos (bactérias, fungos, raízes, insetos, vermes) Água no solo * * Na mistura também encontram-se muitos organismos vivos (bactérias, fungos, raízes, insetos, vermes) figura extraída de Para entender a Terra (Press et al. XXXX) Água no solo * * Água subterrânea Refere-se a água contida na zona de saturação. Esta água subsuperficial contitui a maior reserva de água doce disponivel, muitas vezes maior do que todos os rios, lagos e reservatórios. * * Composição do solo * Normalmente analisada do ponto de vista do diâmetro das partículas que compõe o solo: Parte sólida do solo * * Textura do solo * Relação entre volume de vazios e volume total do solo Poros são ocupados por ar e água Conteúdo de umidade do solo: Máximo conteúdo de umidade é igual à porosidade. Neste caso o solo está SATURADO de água. Porosidade e umidade do solo * * Areia: 0,37 a 0,50 Argila: 0,43 a 0,52 Porosidade * * Umidade do solo varia ao longo do tempo. Para retirar a umidade do solo: Por gravidade Por sucção Umidade do solo * Saturação: condição em que todos os poros estão ocupados por água Capacidade de campo: Conteúdo de umidade no solo sujeito à força da gravidade Ponto de murcha permanente: umidade do solo para a qual as plantas não conseguem mais retirar água e morrem Umidade do solo * Método gravimétrico: Coleta amostra e pesa Seca a amostra e pesa TDR Time domain reflectometry Existe uma relação entre o conteúdo de umidade e a constante dielétrica do solo. Mede o tempo de transmissão de um pulso eletromagnético através do solo, entre um par de placas metálicas colocadas no solo. Permite medições contínuas e não destrutivas Outros (nuclear, sensoriamento remoto…) Medição da umidade do solo * * Condutividade de água em condição de saturação Solo arenoso: 23,5 cm/hora Solo siltoso: 1,32 cm/hora Solo argiloso: 0,06 cm/hora * * Inicialmente não saturados Preenchimento dos poros garante alta taxa de infiltração A medida que o solo vai sendo umedecido, a taxa de infiltração diminui Equações empíricas Infiltração de água em solos * * f = taxa de infiltração (mm/hora) fc = taxa de infiltração em condição de saturação (mm/hora) fo = taxa de infiltração inicial (mm/hora) t = tempo (minutos) = parâmetro que deve ser determinado a partir de medições no campo (1/minuto) Equação de Horton * * fo = 50 mm/hora fc = 4 mm/hora Equação de Horton * * Infiltração conforme o tipo de solo * * Anéis concêntricos Desenho Medição da Infiltração * * V = variação de volume de água armazenada no solo; P = precipitação; Q = escoamento superficial; G = percolação; ET = evapotranspiração Balanço hídrico no solo * * Q = fluxo de água (m3/s) A = área (m2) H = carga (m) L = distância (m) K = condutividade hidráulica (m/s) Fluxo da água em meios porosos saturados * * Considere uma camada de solo de 1 m de profundidade cujo conteúdo de umidade é 35% na capacidade de campo e de 12% na condição de ponto de murcha permanente. Quantos dias a umidade do solo poderia sustentar a evapotranspiração constante de 7 mm por dia de uma determinada cultura? Exercício * * Uma camada de solo argiloso, cuja capacidade de infiltração na condição de saturação é de 4 mm.hora-1, está saturado e recebendo chuva com intensidade de 27 mm.hora-1. Qual é o escoamento (litros por segundo) que está sendo gerado em uma área de 10m2 deste solo, considerando que está saturado? Exercício * Uma medição de infiltração utilizando o método dos anéis concêntricos apresentou o seguinte resultado. Utilize estes dados para estimar os parâmetros fc, fo e da equação de Horton. Exercício Capítulo 06b *
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