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Inovações da Primeira Guerra Mundial

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1 – Fertilizante industrial
Os fertilizantes industriais surgiram na época da Primeira Guerra, mas não para a função de fazer germinar algo e sim para a fabricação de explosivos.
De acordo com o artigo do Nautilus, pouco antes da guerra, os químicos alemães Fritz Haber e Carl Bosch desenvolveram um processo para converter o nitrogênio atmosférico em uma forma biologicamente disponível (amônia), utilizando em alta pressão e temperatura. Isso permitiu que a Alemanha produzisse nitratos artificiais para criar explosivos, como o TNT.
Essa produção deu mais autonomia para os alemães, pois, antes, os nitratos vinham de depósitos de guano chilenos (guano é o nome dado às fezes de aves e morcegos que concentram uma grande quantidade de nitrogênio), que produziam uma oferta limitada.
Então, quando a guerra estourou, a Alemanha tinha apenas nitratos naturais suficientes para durar cerca de seis meses. Mas, com o novo processo químico, eles puderam criar explosivos por muito mais tempo.
E foi esse mesmo processo que acabou sendo adotado para a fabricação de fertilizantes a base de nitrato, que sustentam a agricultura industrial em grande escala hoje em dia.
2 – Drones
Atualmente, mais do que nunca, os drones estão por aí pelos ares para as mais diversas funções. Mas, eles não surgiram apenas agora, sendo uma das invenções incríveis da Primeira Guerra Mundial.
Nesse período, além do poder de fogo, as potências dos motores aumentaram, assim como as velocidades de altitude e cargas de bombas. Foi quando também surgiu a idéia do primeiro objeto voador não tripulado.
Naquela época, o inventor norte-americano Charles Kettering projetou uma "bomba voadora” não tripulada, que poderia atingir um alvo a uma distância de 65 quilômetros. Este foi provavelmente o primeiro modelo de drone, projetado para decolar, voar até certa distância e depois parar e mergulhar no chão.
Porém, o primeiro voo de teste, que aconteceu no dia 2 de Outubro de 1918, falhou porque a aeronave subiu muito, parou e caiu. Os modelos seguintes não foram considerados muito confiáveis para serem usados, mas, de qualquer forma, a ideia do drone já estava consolidada.
3 – Controles de Tráfego Aéreo
O sistema de rádio comunicador já havia feito sua estreia antes da guerra, mas grandes progressos foram feitos durante ela, pois era uma ferramenta de extrema importância para as comunicações militares da aviação.
Segundo o Nautilus, o Exército dos Estados Unidos instalou os primeiros rádios bidirecionais em aviões antes mesmo do envolvimento do país na guerra. Em 1916, os técnicos poderiam enviar um sinal de rádio a uma distância de 225 quilômetros e mensagens telegráficas de rádio podiam ser trocadas entre aviões em voo.
No final daquele mesmo ano, começaram os projetos dos capacetes equipados com microfones e fones embutidos. No ano seguinte, foi a primeira vez que a voz de uma pessoa foi transmitida por rádio a partir de um avião voando até um controlador de voo em terra firme. Esse sistema foi essencial para as batalhas, mas também se tornou a base para a tecnologia atual de tráfego aéreo.
4 – Raios-X portátil
Os atendimentos de serviços médicos nos campos de batalha não eram nada fáceis na Primeira Guerra Mundial. Em 1914 (o primeiro ano dessa guerra) foi marcado por extremas dificuldades nessa área, mas os exércitos rapidamente trataram de desenvolver sistemas sofisticados para resolver os mais variados problemas de lesões durante o período com algumas inovações.
Umas delas foi a tala de Thomas, artefato utilizado para imobilizar os membros (geralmente pernas quebradas), que teve um enorme impacto sobre as taxas de sobrevivência em uma época antes dos antibióticos. Antes disso, a porcentagem de mortes decorrentes de complicações de fraturas de fêmur (por exemplo) era muito alta.
Além disso, bancos de sangue foram desenvolvidos, graças à utilização de citrato de sódio para evitar que o sangue coagulasse e se tornasse inutilizável, permitindo as transfusões em pleno campo de batalha. Mais uma inovação que salvou muitas vidas.
No entanto, talvez uma das inovações médicas mais importantes da época foi a capacidade de poder levar as ferramentas de diagnóstico para a linha de frente. Mas tinha um equipamento que era muito grande e delicado para ser transportado: o aparelho de raio-X.
Pensando em tornar o transporte e uso mais prático para o serviço médico dos campos de batalha, a cientista polonesa Marie Curie (que morava em Paris) levantou fundos na França para desenvolver pequenas máquinas de raios-X móveis. Os equipamentos foram então instalados em carros e caminhões do exército francês.
Ela mesma dirigiu alguns desses veículos para levar até as linhas de combate, contando com a ajuda de sua filha Irene, de 17 anos, e trabalhando em estações de remoção de vítimas com o uso dos aparelhos de raio-X para localizar fraturas, balas e estilhaços.
5 – Absorventes higiênicos
Você sabia que os absorventes higiênicos femininos não foram inventados exatamente para a função de ajudar as mulheres naqueles dias do mês? A princípio, o item foi criado para estancar o sangue de grandes ferimentos de bala durante a Primeira Guerra Mundial.
Segundo conta a história, em 1914, Ernst Mahler, o chefe de uma pequena empresa americana chamada Kimberly-Clark, visitou fábricas de papel e celulose na Alemanha, Áustria e Escandinávia, observando um novo material de celulose chamado "Cellucotton".
O material impressionou Ernst, pois era cerca de cinco vezes mais absorvente que o algodão e, quando produzido em massa, era metade do preço. Ao retornar para os EUA, Mahler registrou o material e, quando os Estados Unidos entraram na guerra em 1917, a Kimberly-Clark começou a produzir os curativos cirúrgicos com ele.
Porém, os curativos chamaram a atenção das enfermeiras da Cruz Vermelha, que começaram a usá-los para a própria higiene pessoal e o costume se tornou conhecido.
Então, quando a guerra acabou, a Kimberly-Clark aproveitou o excedente de ataduras dos militares e da Cruz Vermelha para criar os primeiros absorventes higiênicos comerciais com o nome de Kotex. A ideia foi muito inovadora em uma época em que as mulheres usavam pedaços de tecidos para as suas necessidades higiênicas naquela época do mês.
6 – Lâmpadas ultravioletas
A fome e a reclusão dos alemães durante a guerra levou a um aumento bastante significativo dos casos de raquitismo, uma doença causada pela falta de vitamina D, cálcio ou fosfato que leva ao enfraquecimento dos ossos.
No inverno de 1918, metade das crianças de Berlim estava sofrendo dessa condição, apresentando também muita fraqueza e apatia. Na época, a causa da doença não era conhecida, mas um médico de Berlim chamado Kurt Huldschinsky percebeu que as crianças também estavam muito pálidas, então ele resolveu realizar um experimento com algumas delas.
Para isso, ele realizou várias sessões em que colocou quatro crianças sob a luz de lâmpadas de mercúrio de quartzo que emitiam luz ultravioleta.
Então, vieram os resultados: o tratamento funcionou, pois os ossos das crianças se tornaram mais fortes. Isso porque a luz ultravioleta faz com que a pele produza a vitamina D, que é necessária tanto para a saúde dos ossos, como para fatores de resposta imunológica e até para o humor.

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