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Controle e Avaliação Qualidade do Ar

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Controle e Avaliação
da Qualidade do Ar
Osmane Pessanha Ribeiro
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Este caderno foi elaborado pelo Instituto Federal Fluminense, a partir do modelo disponiblizado, 
tendo sido elaborado em parceria entre o Ministério da Educação e Universidade Federal de Santa 
Catarina para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil e disponibilizado pela UFSC.
Equipe de Elaboração
Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia Fluminense
Professor-autor
Osmane Pessanha Ribeiro / IFF
Coordenadora do e-Tec / IFF
Gilmara Teixeira Barcelos Peixoto / IFF
Coordenador adjunto do e-Tec / IFF
Anderson Alex de Souza Alves / IFF
Coordenação do Curso Técnico em
Segurança do Trabalho na modalidade
a distância
Enilce Maria Coelho / IFF
Diagramação
Thalita Rosário de Oliveira Moreira / IFF
Revisão
Regina Muniz / IFF
Enilce Maria Coelho / IFF
Kátia Maria Miranda / IFF
Projeto Gráfico
e-Tec/MEC
R484c Ribeiro, Osmane Pessanha
Controle e avaliação da qualidade do ar / Osmane Pessanha 
Ribeiro. - Campos dos Goytacazes (RJ): Essentia Editora, 2012.
110 p. : il.
Desenvolvido para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil. 
ISBN 85-99968-28-4 
 
1. Ar - Qualidade. 2. Ar - Avaliação. Educação de jovens. 3. 
Ensino profissional. I. Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia Fluminense. II. Escola Técnica Aberta do Brasil. III. 
Título. 
CDD - 551.4
Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica 
Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico 
público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma 
parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de 
Educação a Distancia (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica 
(SETEC), as universidades e escolas técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e 
grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as 
pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o 
fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, 
geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições 
de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens 
a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições 
públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em 
escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, 
seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação 
profissional qualificada � integradora do ensino médio e educação 
técnica, � é capaz de promover o cidadão com capacidades para 
produzir, mas também com autonomia diante das diferentes 
dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e 
ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação 
Janeiro de 2010
Nosso contato 
etecbrasil@mec.gov.br
05
Sumário
Palavra do professor-autor................................................09
Aula 1 - O ecossistema atmosférico...................................13
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana...........29
Aula 3 - Qualidade do ar.....................................................45
Aula 4 - Mecanismos de autocontrole de poluentes .............
atmosféricos........................................................57
Aula 5 - Metodologias de controle da qualidade do ar.....79
07
Palavra do professor-autor
�Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não 
para a sua ambição�.
Mahatma Gandhi
O ser humano tem se manifestado, ao longo dos últimos séculos, de maneira 
pouco cuidadosa em relação ao seu lar � o planeta Terra. As atividades 
industriais e outras, como a agropecuária, a mineração e a expansão urbana 
proporcionaram a busca constante de recursos no ambiente, ao passo que os 
resíduos gerados eram lançados no meio sem quaisquer preocupações em 
relação à capacidade de suporte e depuração dos sistemas ecológicos.
Em meados da década de 70 do século XX, movimentos ambientalistas 
internacionais organizados e a realização de conferências das Organizações 
das Nações Unidas (ONU) a partir de 1972, traçaram novos rumos em direção 
ao desenvolvimento sustentável. Desde então, os investimentos no 
aprimoramento de novas tecnologias mais limpas e menos degradantes 
tiveram um grande impulso, acompanhado lado a lado do aumento da 
conscientização ambiental das sociedades modernas.
A nossa atmosfera, que vem sofrendo agressões com as emissões de 
poluentes desde a Revolução Industrial na Inglaterra, no século XVIII, passou a 
ser objeto de estudos científicos voltados para o conhecimento de sua 
estrutura química e das interferências quando das adições de substâncias 
diferentes, considerando-se sua composição original. 
Nesse contexto, o monitoramento da qualidade do ar e a aplicação de 
tecnologias no controle dos processos poluidores assumem importantes 
papéis, visando-se compatibilizar as necessidades de proteção dos recursos 
atmosféricos com a produção de bens de consumo em bases racionais e 
sustentáveis, a caminho de uma sociedade mais justa, menos consumista e 
mais cuidadosa com a nossa casa � o belo planeta azul.
Professor Osmane Pessanha Ribeiro/IFF
09
1ª Etapa
Aula 1 - O ecossistema atmosférico
Objetivos
 Identificar os componentes atmosféricos e suas dinâmicas 
que atuam sobre a poluição do ar;
 Adquirir noções sobre como se desenvolveram 
historicamente os processos de contaminação atmosférica 
por substâncias geradas em atividades humanas;
 Identificar os tipos de ecossistemas classificados em função 
do grau de interferência humana;
 Fixar o conceito de poluição atmosférica;
 Identificar os tipos de poluentes do ar quanto à composição 
química e às fontes geradoras;
 Aprender a lidar com as unidades de medida dos 
contaminantes atmosféricos;
 Trabalhar a questão dos efeitos dos contaminantes do ar à 
saúde humana e ao ambiente.
O nosso planeta é constituído, basicamente, de porções que compõem a 
biosfera, fina camada que recobre a superfície terrestre, representando o 
conjunto de todos os biomas existentes. 
Para que possamos ter um melhor entendimento acerca das relações entre os 
seres vivos e o meio que os abriga e permite seu desenvolvimento, trataremos, 
conceitualmente, os biomas como o grupamento de ecossistemas de 
características ecológicas semelhantes proporcionadas pelas condições 
biológicas, climáticas e geomorfológicas. Já ecossistemas são definidos como 
coleções de comunidades de organismos que interagem trocando matéria e 
energia em determinados espaços geográficos.
As porções da biosfera nas quais as manifestações dos ecossistemas 
acontecem, com ocupação parcial, são a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera. 
A litosfera é a camada sólida da superfície planetária, formada de rochas e 
solos, sendo estes essencialmente produtos de decomposição histórica de 
rochas pela ação erosiva das águas de chuvas e dos ventos. A hidrosfera é a
1.1. Importância da atmosfera para a Terra
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 13 e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 14 Aula 1 - O ecossistema atmosférico
parcela líquida composta de rios, lagos, mares e oceanos,ocupando cerca de 
dois terços do globo terrestre. Por fim, a atmosfera é a camada gasosa que 
envolve e penetra, em parte, os dois outros ambientes.
Os seres vivos, tanto terrestres como aquáticos, dependem do ambiente 
atmosférico, sejam na forma de respiração direta do ar ou através da 
utilização dos gases dissolvidos na água. Além do fornecimento de 
componentes indispensáveis à sua sobrevivência, o ar também se caracteriza 
como importante meio de locomoção e de disseminação dos seres vivos.
O oxigênio do ar, essencial para manter a vida no planeta, é gerado, por meio 
do processo de fotossíntese, pelas plantas e algas verdes e é consumido no 
processo de respiração. Muitos outros gases que são emitidos para a 
atmosfera têm papel fundamental no funcionamento dos ecossistemas 
quando retornam às formas essenciais à vida. 
Não é possível afirmar se a vida sustenta a atmosfera, ou se a atmosfera a 
sustenta. Quando comparamos a atual composição do ar com a de eras 
passadas em que ainda não havia vida, percebemos o quanto hoje nosso 
planeta depende das relações vida/ atmosfera/ litosfera/ hidrosfera. O 
cientista inglês James Lovelock propôs a Teoria de Gaia nos 
anos 70; nela, os ecossistemas desempenham papel 
funcional ao criar e manter as condições ambientais do 
planeta, representando, portanto, a capacidade dos seres 
vivos de modificar e transformar o planeta sempre em busca 
das condições ambientais ideais à sustentação de suas 
existências em dados momentos. A Teoria de Gaia, por 
exemplo, prevê que fatores do ambiente como a 
temperatura média da superfície terrestre, ou seja, o 
conforto térmico, são controlados por mecanismos 
construídos e administrados pelos organismos vivos. 
1.2. Componentes do
 ar atmosférico
A atmosfera pode ser dividida em camadas: a baixa 
atmosfera ou troposfera, que se estende desde o contato 
superficial com a litosfera ou hidrosfera até, aproxima-
damente, 12 a 20 quilômetros de altitude, vencendo, assim, 
o alcance máximo atingido pelas formas de vida. Nela, a 
temperatura diminui com o aumento da altitude, resultado 
do calor emanado da superfície do solo que se dissipa na 
atmosfera. Logo acima da troposfera, existe uma camada de 
temperatura constante denominada tropopausa. A partir 
desta, inicia-se a estratosfera, podendo atingir 50 
quilômetros de altitude. Figura 1.1 � A atmosfera 
Fonte: http://es.wikipedia.org/wiki/Mesosfera
Acessado em 23/11/2011.
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 15 e-Tec Brasil
A estratosfera caracteriza-se pela elevação da temperatura com o aumento da 
altitude, fenômeno causado pela absorção de radiação ultravioleta pelo 
ozônio. Os níveis mais altos da atmosfera são a mesosfera e termosfera. O 
espaço sideral é comumente chamado de exosfera (vide Tabela 1.1).
Em termos de contato direto com a crosta terrestre e, por conseguinte, com os 
organismos vivos, apenas a troposfera apresenta essa condição. A maioria dos 
estudos sobre poluição do ar está relacionada a essa camada, pois é nela que 
ocorre a intensa movimentação e transformação dos componentes gasosos e 
das partículas emitidas pela litosfera e pela hidrosfera de forma natural ou 
antrópica. A porção do ar apresenta a seguinte composição química em 
estado puro:
Ao contrário do que se imagina, a atmosfera não é composta apenas por 
gases. Há porções sólidas (material particulado) e líquidas, formadas por 
poeiras e fragmentos diversos em suspensão, gotículas de vapor d'água em 
forma de nuvens, neblinas e outros fenômenos meteorológicos. Ambas as 
porções variam em concentrações em função do nível de intervenção humana 
no ambiente e das distintas características das variadas regiões do planeta. 
Embora a constituição média da atmosfera se mantenha desde o 
aparecimento do ser humano, principalmente quanto à concentração de 
nitrogênio e oxigênio, alterações na composição ocorrem nos minoritários, 
como o gás carbônico, por exemplo. Mesmo os minoritários possuem funções 
relevantes na atmosfera, tanto quanto os macroconstituintes. 
1.2. Poluição do ar
O ser humano, ao longo se sua jornada, conhecia as dificuldades de carência 
de alimentos, de água potável, mas julgava que o ar utilizado para a sua 
respiração e de outros seres vivos nunca deixaria de estar disponível. Sabe-se, 
de fato, que sempre existirá na atmosfera, independente da localização, uma 
mistura de gases. No entanto, quando o ar está poluído, contendo substâncias
Componente % de participação Estado Físico
Nitrogênio (N )2
Oxigênio (O )2
Gases nobres 
(argônio - Ar, neônio - Ne, hélio - He, 
criptônio - Kr e xenônio - Xe)
Gás Carbônico (CO )2
Gasoso
Gasoso
Gasoso
Gasoso
Gasoso
Gasoso
Metano (CH ), hidrogênio (H ), 4 2
óxido nitroso (NO ) e ozônio (O )2 3
Gás Carbônico (CO )2
78
21
0,93
0,03
0,04
100
Tabela 1.1: Composição da atmosfera
Fonte: do autor.
e-Tec Brasil 16
estranhas e em quantidades elevadas com relação à composição em estado 
puro, essa mistura pode não ser adequada às condições de manutenção da 
vida.
Entende-se por poluição do ar a mudança da sua composição ou de suas 
propriedades causada pela emissão de poluentes, de forma natural ou 
antrópica, tornando-o impróprio, nocivo ou inconveniente à saúde, ao bem-
estar público, à vida animal e vegetal e, também, a alguns materiais. Já 
poluentes são compostos ou substâncias que se apresentam no ar em dado 
local e intervalo de tempo, cujas concentrações estão acima dos padrões de 
segurança preestabelecidos em normatizações.
Nos últimos séculos, o ser humano tem interferido cada vez mais no equilíbrio 
da mistura de gases atmosféricos, sem conhecer as consequências ou 
desprezando em parte as que já são conhecidas. Em tempos modernos, o 
marco da grande interferência antropogênica na composição atmosférica foi 
a Revolução Industrial, quando teve início o sistema de aglomerações urbanas 
que presenciamos atualmente. Nos séculos XVIII e XIX, desenvolveu-se a 
tecnologia industrial, inicialmente, na Inglaterra, expandindo para outros 
países. Essa tecnologia tomou impulso de grande monta quando da invenção 
da máquina a vapor em 1769. Dessa maneira, o homem consegue, por fim, 
obter energia mecânica concentrada para mover os mais variados artefatos. 
Passou-se a utilizar a queima de grandes quantidades de carvão mineral, 
lenha e, no século XX, de óleo combustível. 
Os centros aglomerados urbanos, que normalmente eram situados próximos 
a indústrias, passaram a lançar poluentes para o ar e a desenvolver uma 
atmosfera insalubre, perigosa para a saúde humana. Com o surgimento da 
locomotiva em 1829 e, com ela, as estradas de ferro e, mais adiante, quando 
aparecem os veículos automotores, com disseminação de tecnologia para 
vários países no mundo, a questão assumiu proporções descomunais. A 
crescente demanda por bens de consumo pressionada pelo aumento 
populacional no século XX e a industrialização em massa em nível quase 
global, por outro lado, agravou a pressão por descarte de massa e energia na 
atmosfera. 
Diante do quadro levantado, surgiram � e ainda surgem � pontos de 
questionamento que necessitam de respostas urgentes. Não contamos com 
respostas para muitas interrogações. No entanto, precisamos prever e 
predizer o futuro para poder garantir a sobrevivência não só da espécie 
humana como dos demais indivíduos que, conosco, compartilham nosso belo 
planeta. Temos vagas noções sobre como diversificados mecanismos atuam 
para manter a estabilidade da atmosfera. Todos os mecanismos do sistema 
atmosférico responsáveis pela sua autodepuração, distribuindo compostos 
essenciais à vida, ou aqueles atuantes no controle térmico, hoje sofrem 
intensas interferências negativas da mão humana. Necessitamos, sem dúvida 
nenhuma, minimizar ou estancar as mudanças por nós impostas ao ambiente 
do ar no planeta.Possivelmente, assim, como recompensa, �Gaia�, 
gratificada, nos permitirá habitar a sua superfície por muito tempo.
Aula 1 - O ecossistema atmosférico
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 17
1.3. Os tipos de ecossistema
O conhecimento dos tipos básicos de ecossistemas, classificados de acordo 
com o nível de intervenção humana, é de suma importância para nosso 
estudo, pois são os ambientes que sofrem com a poluição atmosférica, seja ela 
causada por fatores naturais ou pela ação antrópica.
Ecossistemas são definidos como o conjunto de comunidades de entidades 
vivas que interagem entre si e com o meio físico no qual estão inseridos. O 
conjunto de ecossistemas é denominado de bioma. 
Os ecossistemas nativos (e não naturais) são construídos pela natureza não 
humana e dominaram a quase totalidade da história da vida. 
Os ecossistemas transformados são os nativos que sofreram modificações 
perturbadoras ou degradadoras da ação humana coletiva. 
Os ecossistemas antrópicos são aqueles construídos pela atividade do ser 
humano sobre os ecossistemas nativos ou transformados, sem jamais perder, 
contudo, sua raiz natural. Examine-se o caso de uma cidade. Nela, tem-se a 
impressão de que a natureza foi expulsa e que, em seu lugar, implantou-se o 
artificial. Todavia a matéria e a energia para construí-la provêm da natureza 
(de onde mais poderiam vir?). 
No que concerne à posição dos ecossistemas no planeta, podemos também 
identificar três grandes conjuntos:
 Epinossistemas: são os ecossistemas fundamentalmente terrestres, como as
Figura 1.2 � Tipos de ecossistemas.
Fonte: Boletim do Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, Campos dos Goytacazes/RJ, v. 3 n. 1, p. 51-106, jan. / jun. 
2009, Arthur Soffiati.
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 18
formações vegetais nativas, por exemplo.
 Limnossistemas: constituem-se dos ecossistemas aquáticos continentais, 
que podem ser lóticos (cursos d'água como os rios) e lênticos (lagos).
 Talassossistemas: englobam os ecossistemas oceânicos.
1.4. As fontes de poluição atmosférica
As nossas atividades do dia-a-dia nas grandes cidades e no campo geram 
poluição da atmosfera, mas as pessoas, de modo geral, não se dão conta 
dessas situações. Pensa-se muito na contribuição das atividades industriais 
esquecendo-se que nós, enquanto indivíduos, não tenhamos participação tão 
importante. Entretanto, ao refletirmos que em uma grande metrópole 
existem alguns milhões de veículos para centenas ou milhares de complexos 
industriais, julgamos que pequenas e numerosas fontes de poluição podem 
assumir a relevância das fontes de maiores magnitudes. Os veículos 
concentram-se nos locais de maior densidade populacional enquanto que as 
indústrias se fixam em áreas mais periféricas e isoladas.
As fontes podem ser classificadas de acordo com a mobilidade, como:
 Estacionárias ou fixas: como os complexos industriais e as áreas agrícolas que 
sofrem queimadas periódicas, etc.
Móveis: como os meios de transportes aéreos, marítimos e terrestres, em 
especial os veículos automotores. 
No que se refere à terminologia aplicada à poluição do ar, a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas � ABNT � publicou a Norma Técnica NBR 8.969, 
em julho de 1985, sendo fonte de consulta permanente e obrigatória aos que 
se dedicam ao tema.
1.5. A expressão da composição de materiais
A maneira de se exprimir a composição de substâncias é uma etapa 
importante na química atmosférica, pois algumas confusões podem 
acontecer se tais composições não forem devidamente expressas. Por 
exemplo, em uma indústria, erros de unidades de medida podem significar 
perdas de matérias-primas, reagentes e produtos obtidos fora dos padrões 
desejados pelo mercado consumidor. Nos laboratórios de medicamentos, 
erros dessa ordem podem originar remédios inócuos ou até vir a custar vidas 
humanas.
A composição de materiais serve para conhecermos as quantidades de cada 
componente de um determinado produto ou substância. Exemplificando, a 
gasolina vendida em postos de abastecimento contém 22 % de álcool. Isso
Aula 1 - O ecossistema atmosférico
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 19
significa que para cada litro de gasolina comprada, 220 mililitros são de álcool 
anidro. Porém dúvidas podem surgir. Será que para cada quilo de gasolina 
temos 220 gramas de álcool anidro? Para se evitar interpretações dúbias, 
nesse caso, devemos expressar a composição da gasolina como 22 % (v/v), ou 
seja, uma relação entre volumes.
A dificuldade de expressar unidades aumenta quando tratamos de pequenas 
quantidades, como é o caso dos poluentes atmosféricos, sendo inconveniente 
expressar em percentagem (parte por cem). Sendo assim, empregamos para 
tais composições, partes por milhão (ppm ou miligrama por quilo), partes por 
bilhão (ppb) e partes por trilhão (ppt). Essas unidades facilitam o 
entendimento dos resultados. Para melhor esclarecimento, faremos agora 
uma breve discussão sobre unidades de medida, visando o emprego correto 
das mesmas.
Um exemplo pode elucidar essa questão: a quantidade de dióxido de 
nitrogênio geralmente encontrada em uma atmosfera poluída é de 
aproximadamente 0,000000012 % (v/v). Essa quantidade é muito pequena e 
expressá-la em percentagem traz dificuldades de entendimento e nos parece 
um meio pouco elegante. Se usarmos 109 (um bilhão de unidades por 
volume), o resultado poderá ser dado em partes por bilhão, isto é, 12 ppbv 
(partes por bilhão por relação a volume), representando uma maneira mais 
polida e conveniente para expressar a composição do poluente em 
determinado ambiente.
Em alguns casos, costumamos fazer referência à milésima parte do miligrama 
para massa, ou seja, o micrograma (símbolo µg). Em termos de tamanho, a 
milésima parte do milímetro é chamada de mícron (µm). Para a relação entre 
massa e volume, consideramos também o miligrama por litro (mg/ �).
1.6. A combustão de materiais e a poluição 
atmosférica
Os processos de combustão geradores de energia constituem as grandes 
contribuições para as emissões de compostos para a atmosfera no mundo 
contemporâneo. Na intenção de obter energia e realizar trabalho para as 
atividades diárias, a sociedade moderna queima combustíveis com diversos 
propósitos: cozimento de alimentos, transporte em veículos, produção 
industrial, preparo de terrenos para agricultura, etc. Porém, como já 
destacamos, é nos grandes centros urbanos e nos países mais ricos que se 
consome a maior parte da energia produzida no mundo. É justamente nesses 
países que se vive a grande contradição, pois conforme se usa alta tecnologia 
para satisfazer as necessidades humanas, ocorre a deterioração das condições 
ambientais e, no caso do ar, tem resultado na mudança de sua composição 
original para pior.
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 20
Os combustíveis, que, ao serem queimados, geram contaminantes do ar, 
podem ser de origem não renovável, como os derivados de petróleo, o gás 
natural e o carvão mineral, ou de origem renovável, como a lenha e o álcool. 
Qualquer que seja o combustível orgânico utilizado no processo, gera-se 
energia térmica que é convertida em energia mecânica, bem como produtos 
finais gasosos, como dióxido de carbono, monóxido de carbono, dióxido de 
enxofre, monóxido de nitrogênio, também material particulado e vapor 
d'água, entre outros. A combustão é a queima de um material com 
características específicas na presença do oxigênio gasoso.
A queima total de alguma substância exige condições ideais, como a 
disponibilidade de oxigênio atmosférico, o que ocorre na prática nas 
indústrias e nos motores dos veículos. Não havendo a combustão completa, 
sobram alguns subprodutos que constituem perigosos poluentes
As partículas ou material particulado produzido apresentam vários tamanhos. 
As maiores são visíveis na forma de fumaça. Outras menores sãoimpossíveis 
de visualização pelo olho humano. Já os gases não têm cheiro ou se acham em 
concentrações baixas e insuficientes para serem detectados pelo odor, sendo 
também não visíveis ao olho humano. 
1.7. Classificação dos poluentes
A classificação dos poluentes é necessária quando as finalidades são a 
aquisição de conhecimentos das fontes geradoras voltada para o 
monitoramento e para a implementação de medidas de controle ambiental, 
bem como estudar o efeito desses poluentes sobre pessoas e/ou meio 
ambiente. 
Poluente é definido como toda e qualquer forma de matéria e/ou energia, 
segundo suas características, concentração e tempo de permanência no ar, 
capaz de causar danos aos materiais, à fauna e à flora e que seja prejudicial à 
segurança, ao uso e ao gozo da propriedade, à economia e ao bem-estar da 
comunidade (NBR 8.969/85).
Consideramos poluente primário aquele que atinge o corpo receptor, ou seja, 
a atmosfera na forma em que foi emitido (NBR 8.969/85).
Os secundários são aqueles resultantes da interação entre dois ou mais 
poluentes primários entre si e/ ou com os constituintes normais da atmosfera, 
com ou sem reação fotoquímica (NBR 8.969/85).
A seguir, daremos informações básicas sobre os principais compostos 
químicos presentes no ar das cidades mais comprometidas pelas atividades 
industriais e pelos veículos automotivos, deixando para capítulo posterior a 
análise dos efeitos nocivos dessas substâncias no meio ambiente, como é o 
caso do aumento do efeito estufa, das chuvas ácidas e da destruição da cama 
de ozônio.
Aula 1 - O ecossistema atmosférico
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 21
1.7.1. Compostos nitrogenados
Os óxidos de nitrogênio são encontrados na atmosfera em diferentes 
combinações, sendo que somente N O, NO e NO aparecem em quantidades 2 2
significativas e têm papel considerável na química da atmosfera.
O óxido de dinitrogênio (N O) é um gás incolor emitido por fontes naturais, 2
por meio de ação bacteriana sobre a matéria orgânica e por reações químicas 
entre o N e O na atmosfera. É considerado um gás estufa, ou seja, que atua 2 2
retendo calor na atmosfera terrestre.
O óxido nítrico ou monóxido de nitrogênio (NO) é um gás incolor e inodoro, 
produzido naturalmente pelos microrganismos e também pela ação 
antropogênica através dos processos de combustão a altas temperaturas. No 
ar, reage com o ozônio por efeito de intensa radiação solar gerando NO .2
O dióxido de nitrogênio (NO ) em altas concentrações é um gás avermelhado, 2
de odor irritante, e um dos principais poluentes secundários presente na 
atmosfera dos grandes centros urbanos. Embora seja emitido como primário 
em pequenas quantidades, tem como principal fonte a rápida oxidação do NO 
no ar. Denomina-se de NOx a soma de NO e NO.2
A amônia (NH ) é um gás incolor à temperatura ambiente, possuindo um odor 3
extremamente forte, consideravelmente mais leve que o ar. Ela é considerada 
um constituinte básico da atmosfera por estar presente em quantidades 
significativas. As diversas fontes de amônia são as decomposições de matéria 
orgânica, a utilização de fertilizantes e a queima de biomassa.
1.7.2. Compostos sulfurosos
Os compostos sulfurosos podem ser originados pela queima de combustíveis 
fósseis, formando-se óxidos de enxofre, principalmente o dióxido de enxofre 
(SO ). Este gás, ao ser ativado ao absorver radiação solar, transforma-se em 2
trióxido de enxofre (SO ), que, por sua vez, em ambientes de alta umidade, 3
passa a ácido sulfúrico (H SO ), que é fortemente corrosivo e tóxico, um dos 2 4
principais formadores da chuva ácida.
O gás sulfídrico (H S) tem origem na decomposição da matéria orgânica por 2
microrganismos anaeróbicos (que retiram o oxigênio que necessitam de 
compostos). Uma vez na atmosfera, o H S, em combinação com o O (ozônio), 2 3
pode ser oxidado a SO , constituindo uma fonte desse poluente.2
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 22
1.7.3. Compostos carbônicos
O dióxido de carbono (CO ) é um gás comum produzido na maior parte das 2
combustões. É formado quando se queima materiais que contêm carbono em 
sua composição. Ressalta-se que quase todos os combustíveis empregados 
possuem esse elemento em suas cadeias químicas. O CO é incolor, inodoro e 2
não faz mal à saúde humana nas concentrações originais na atmosfera. Por 
ser um composto final já oxidado, é inerte às reações químicas, 
permanecendo por longos períodos na atmosfera, aumentando o efeito 
estufa.
Um dos principais mecanismos naturais de remoção do CO ocorre via 2
fotossíntese, realizada pelos organismos verdes detentores de clorofila, 
presentes na superfície dos oceanos e nos continentes. 
Quando as combustões em motores e dispositivos industriais acontecem na 
presença de quantidades insuficientes de oxigênio, o resultado é a geração de 
monóxido de carbono (CO). Além de ser um dos mais perigosos tóxicos 
respiratórios, é um dos poluentes gasosos mais comumente encontrados nos 
grandes centros urbanos. 
1.7.4. Compostos orgânicos
Os compostos orgânicos são genericamente os hidrocarbonetos, os álcoois, 
os aldeídos, os ácidos orgânicos e diversas outras substâncias que possuem 
carbono como elemento básico de suas cadeias moleculares.
A queima de combustíveis é responsável por uma importante parcela de 
lançamento desses compostos no ar. A evaporação de combustíveis e 
solventes, subprodutos da indústria química e farmacêutica e a decomposição 
de resíduos orgânicos em depósitos de lixos ou em ecossistemas aquáticos, 
leva à formação de gás metano (CH ), hidrocarboneto pouco tóxico, mas que 4
participa na formação de poluentes secundários, sem falar que é um gás 
estufa. 
1.7.5. Oxidantes fotoquímicos
Compostos oxidantes são espécimes químicas ávidas por elétrons, as quais, 
em uma reação, retiram elétrons de outro reagente. O que perde elétrons 
sofre uma oxidação. O aumento de átomos de oxigênio em dada molécula 
indica que houve oxidação. Os oxidantes são de grande relevância para a 
química atmosférica, pois mudam sua composição química, interferindo na 
qualidade do ar. 
No ar, com a presença de luz solar em elevada intensidade e, principalmente, 
de radiações ultravioletas, há condições para a ocorrência de reações
Aula 1 - O ecossistema atmosférico
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 23
denominadas de fotoquímicas, responsáveis pela transformação de alguns 
poluentes em oxidantes.
Vários oxidantes podem ser encontrados no ar ambiente, sendo os principais 
-o ozônio (O ), o peróxido de hidrogênio (H O ) e o radical hidroxila (HO ).3 2 2
1.7.6. Materiais particulados
Denominam-se materiais particulados as partículas sólidas ou líquidas 
presentes no ar ambiente. A quantificação de todas essas partículas é 
conhecida como Material Particulado Total em Suspensão (MPTS), 
constituindo medida de massas total por unidade de volume (µg/m³). 
Muitas dessas partículas são visíveis a olho nu, como poeira, cinzas e fumaça. 
Outras não o são, mas não deixam de ser significativas para o ambiente. 
Partículas menores que 10 µm, chamadas de PM , são inaláveis e ficam 10
retidas no trato respiratório superior. Já aquelas menores que 2,5 µm atingem 
os pulmões e ficam retidas, causando sérios danos à saúde humana.
O tamanho das partículas também influi nas propriedades atmosféricas. As 
partículas de tamanho entre 0,1 a 10 µm atuam como núcleos de 
condensação do vapor d'água, ajudando a formar nuvens. 
Aerossol é o sistema disperso em um meio gasoso, composto de partículas 
sólidas e/ou líquidas de tamanhos inferiores a 100 µm. Poeiras são entendidas 
como aerossóis constituídos por partículas sólidas formadas por ruptura 
mecânica de uma superfície. Fumaça é o aerossol constituído por partículas 
resultantes da combustão incompleta de materiais orgânicos, geralmente 
essas partículas têm diâmetros inferiores a 1 µm(NBR 8.969/85).
Partículas menores do que 2,5 µm de diâmetro são classificadas como finas e 
as maiores do que 2,5 µm são grossas. As finas tendem a ficar por mais tempo, 
dias ou até semanas em suspensão, com deposição distante das fontes 
emissoras. As grossas possuem tempo de permanência curto na atmosfera, 
com tendência a depositar-se não muito distante das fontes de emissão.
O material particulado pode ser lançado no ar através de fontes naturais como 
é o caso do aporte de cinzas e poeiras oriundas de vulcões ativos, do vento 
sobre o continente que suspende material sólido e do vento em superfícies 
líquidas que transporta pequenas gotículas d'água (sprays). Os vegetais são 
grandes emissores de material particulado, na forma direta de lançamento de 
pólen, de outras estruturas físicas e de compostos orgânicos voláteis como 
efeito da atividade fisiológica das plantas. Microrganismos em suspensão, 
como bactérias, fungos (esporos) e vírus, também são considerados como 
material particulado atmosférico.
As fontes antrópicas incluem processos industriais, como: produção de 
cimento, de fertilizantes e siderúrgicas, combustão com o emprego de óleo e
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 24
carvão mineral ou vegetal, tráfego de veículos em estradas não pavimentadas, 
aplicações aéreas de agrotóxicos em plantações, manejo de solos nas 
atividades agropecuária e florestal, etc.
Links interessantes
  
www.inpe.br 
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
www.inmet.gov.br 
(Instituto Nacional de Meteorologia) 
www.mma.gov.br 
(Ministério do Meio Ambiente)
www.cetesb.sp.gov.br 
(CETESB)
www.inea.rj.gov.br 
(INEA)
www.ibama.gov.br 
(IBAMA)
www.weather.com/brasil 
(Weather Brasil)
www.cptec.inpe.br 
(Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC)
www.abnt.org.br 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas � ABNT)
www.ens.ufsc.br/ppgea/grade/ens3126.html 
(Controle da Poluição Atmosférica � UFSC)
Aula 1 - O ecossistema atmosférico
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 25 e-Tec Brasil
Atividades Propostas
1. Fale, resumidamente, sobre as camadas da atmosfera.
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2. Considerando-se a contextualização histórica, como o ser humano 
contribuiu para o aumento das concentrações de substâncias poluentes na 
atmosfera?
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3. Comente as principais diferenças entre os tipos de ecossistemas, 
classificados de acordo com o nível de intervenção humana:
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4. Sabemos que as concentrações de poluentes na atmosfera alcançam 
valores muito pequenos, mas, mesmo assim, causam inúmeros danos à 
saúde humana e ao ambiente. Quais são as unidades de medida usadas 
para se aferir a concentração dos poluentes lançados no ar?
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5. Marque a alternativa correta:
a) Os combustíveis de origem não renovável geram, ao serem queimados, 
poucos poluentes atmosféricos.
b) Poluentes primários são aqueles que sofrem transformações químicas na 
atmosfera após serem lançados no ar.
c) O gás carbônico (CO ) pode ser considerado como uma substância terminal 2
e não reativa, mas sua presença no ar em concentrações além das originais 
pode levar ao aumento do efeito estufa.
d) O gás carbônico (CO ) é uma substância que não absorve a radiação solar 2
difusa.
6. Marque a alternativa correta:
a) Materiais particulados se caracterizam apenas pelas poeiras, cinzas e 
fumaça que são visíveis a olho nu.
b) Oxidantes são doadores de elétrons em reações químicas, como é o caso 
do ozônio (O ).3
c) A queima de combustíveis fósseis pode promover o lançamento de alguns 
compostos orgânicos na atmosfera.
d) Não existem evidências científicas, comprovando que o metano (CH ) seja 4
um gás estufa.
e-Tec Brasil 26 Aula 1 - O ecossistema atmosférico
Referências Bibliográficas
BRANCO, S. M. & MURGEL, E. Poluição do Ar. São Paulo: Moderna, 2006. 
112 p. 
DEMILLO, R. Como Funciona o Clima. São Paulo: Quarks Books, 1998. 226 
p.
DERISIO, J. C. Introdução ao Controle da Poluição Ambiental. São Paulo: 
Editora Signus, 2007. 192 p.
LISBOA, H. de M. (Coord.) Controle da Poluição Atmosférica. Florianópolis: 
Universidade Federal de Santa Catarina/ Centro Tecnológico/ Departamento 
de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2007. 390 p.
SUGUIO, K. Mudanças Ambientais da Terra. São Paulo: Instituto Geológico, 
2008. 336 p.
TOMINAGA, L. K. (Org.) Desastres Naturais: Conhecer para Prevenir. São 
Paulo: Instituto Geológico, 2011. 196 p.
Aula 1 - O ecossistema atmosférico 27 e-Tec Brasil
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar 
 à saúde humana
Os efeitos à saúde humana da presença de poluentes na atmosfera na forma 
de gases ou partículas são classificados basicamente, como estéticos, 
irritantes e tóxicos. Em capítulo posterior, falaremos sobre os efeitos da 
poluição do ar no ambiente.
2.1. Efeitos estéticos
Efeitos estéticos são as alterações simples daaparência do ar que nos envolve, 
provocadas por vapores, fumaças, poeiras ou aerossóis emitidos por fontes 
naturais ou humanas. Estão incluídos outros efeitos que nos causam 
incômodos, como o mau odor produzido por certas substâncias.
Pressupondo que nós desejamos um ar transparente e inodoro, os fatores 
meteorológicos, com certa frequência, deixam de proporcionar essas 
condições desejáveis. A visão de uma paisagem enfumaçada ou com presença 
de vapor d'água, neblinas ou com nuvens densas, para alguns, não trazem 
sensação de conforto e leveza. Porém, normalmente, odores fortes e 
desagradáveis nos causam desconforto. 
O fato dos efeitos estéticos acionarem de imediato nossos sentidos faz com 
que as pessoas lhes deem um valor maior do que aqueles mais nocivos. Nem 
sempre a parte visível da fumaça, principalmente obscurecida por partículas 
inertes, é mais prejudicial à saúde e ao ambiente do que os gases que não 
enxergamos, como o CO. Logicamente que as fontes que expelem fumaças 
negras devem ser controladas no intuito de eliminarmos as condições que 
fazem do ambiente um local desagradável e sujo.
 2.2. Efeitos irritantes
Os efeitos irritantes são proporcionados por agentes químicos e físicos que 
atingem dado tecido orgânico, provocando reações alérgicas, ardências, 
coceiras e outras manifestações de caráter passageiro. 
Dentre as substâncias que ocasionam esses efeitos está o aldeído fórmico, 
originado na queima de lenha com alto teor de umidade e no preparo de 
carnes defumadas; o aldeído proveniente de motores de combustão a álcool; 
materiais particulados inaláveis de fontes diferentes em suspensão no ar; 
grãos de pólen, esporos fúngicos, ácaros, etc.
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana 29 e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 30 Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana
Cabe ressalvar que o efeito irritante causa reações fortes para indivíduos 
predispostos ao desencadeamento de processos alérgicos, bem como 
crianças e pessoas idosas, agravando rinites, bronquites e outras doenças 
respiratórias mais sérias.
 2.3. Efeitos tóxicos
A presença de substâncias nocivas em baixas concentrações no ar que 
respiramos representa grande risco para a saúde humana e dos animais. A 
intoxicação causada por substâncias dispersas no meio � ar, para os seres 
terrestres, e água para os organismos aquáticos � difere da causada pela 
inalação de venenos em doses maiores. No caso dos poluentes, a 
concentração é relevante, assim como o tempo de contato com o ser vivo. 
Uma substância tóxica, mesmo que esteja em pequenas proporções no ar, 
pode tornar-se extremamente perigosa com a sua inalação constante. 
Um dos tóxicos atmosféricos mais comuns é o monóxido de carbono (CO) 
que, como já foi dito, é gerado pela queima incompleta de combustíveis. 
Observe a tabela em sequência para maiores detalhes sobre os efeitos no 
corpo humano:
Outros exemplos: os gases expelidos de um alto-forno siderúrgico podem 
conter de 24 a 30 % de CO antes de se dissipar no ar externo. Um motor 
movido a gasolina em marcha lenta pode lançar de 1 a 7 % de CO, 
dependendo da mistura de combustível com oxigênio no carburador. Nos 
grandes centros urbanos, em ruas congestionadas, a concentração de CO 
pode alcançar 0,01 %, que, como já vimos acima, produz dores de cabeça e 
outros incômodos para quem o respira nessas condições ambientais. O CO 
ocupa os locais de troca gasosa nos alvéolos pulmonares, tomando o lugar do 
oxigênio que deveria ser transportado pelos glóbulos vermelhos até as células 
no processo de respiração celular.
Tempo de 
exposição Efeitos Orgânicos
Tabela 2.1: Efeito tóxico do Monóxido de Carbono (CO)
Percentual de 
participação do CO 
em um ar ambiente
0,01% Grande Sintomas iniciais de intoxicação
0,02% Poucas horas Sintomas iniciais de intoxicação
0,04% 02 - 03 horas Fortes dores de cabeça
0,20 a 0,25% 30 minutos Perda da consciência e morte
> 0,04% 02 horas Palpitações cardíacas, confusão mental 
e náuseas
Fonte: do autor
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana 31
A destilação do carvão mineral, utilizado em vários processos industriais, leva 
à liberação de hidrocarbonetos aromáticos pertencentes à série do benzeno. 
O desprendimento desses compostos no ar ambiente causa graves problemas 
de intoxicações. A inalação de altas concentrações de benzeno leva à rápida 
perda de sensibilidade seguida de morte por asfixia. No caso de inalação em 
concentrações mais baixas continuamente, acontecem situações crônicas, 
como a falência de órgãos produtores de sangue (medulas ósseas e baço), 
causando anemias (perda de glóbulos vermelhos), redução da resistência às 
enfermidades em geral (perda de glóbulos brancos) e hemorragias (perda de 
plaquetas).
O benzeno é empregado como matéria-prima em um sem número de 
operações (solventes de resinas, graxas, misturas de combustíveis, tintas para 
aviões, fabricação de couros sintéticos, etc.). Trata-se de composto altamente 
volátil, com desprendimento de vapores no ar.
O dióxido de enxofre (SO ), mesmo em concentrações muito baixas, ocasiona 2
espasmos transitórios de musculatura lisa do aparelho respiratório. Em 
concentrações mais altas, provoca inflamações de mucosas e outras 
enfermidades respiratórias. 
O gás sulfídrico (H S) tem a capacidade de anestesiar o nosso olfato, 2
impedindo que sintamos seu cheiro quando em altas concentrações. Atua da 
mesma forma que o CO no organismo humano, no que se refere à respiração 
celular.
O dióxido de nitrogênio (NO ) promove irritações nos olhos e nas mucosas em 2
geral, podendo acarretar, no desenvolvimento de enfisema pulmonar, séria 
doença. Pode também estimular a produção de substâncias cancerígenas, 
como as nitrosaminas. 
O ozônio (O ) liberado por reações fotoquímicas na atmosfera a partir da 3
combinação de hidrocarbonetos com os óxidos de nitrogênio é muito mais 
ativo que o oxigênio (O ), reagindo com vários compostos o que resulta em 2
uma série de substâncias tóxicas. 
O contato com ambientes possuindo altas concentrações de O pode causar 3
doenças como o câncer. O O possui alta ação oxidante, que, além de asfixiar 3
pessoas, degrada materiais resistentes, como o couro e a borracha.
e-Tec Brasil
Tabela 2.2: Distribuição da energia solar incidente sobre a Terra
Forma de Distribuição
Reflexão e espalhamento pelas nuvens e pelo 
material em suspensão
Aquecimento da atmosfera
Radiação que chega à superfície
Fonte: do autor
% de participação
30%
26%
44%
Total 100%
e-Tec Brasil 32
 2.4. Efeitos dos poluentes atmosféricos no 
meio ambiente
Nesta etapa, trataremos das questões que envolvem a emissão de poluentes 
primários e a formação de secundários no ar e os seus efeitos no meio ambien-
te, sejam no ecossistema atmosférico, como na litosfera e na hidrosfera.
Teceremos considerações inicialmente sobre o balanço térmico do planeta 
para depois discorrermos sobre o aumento do efeito estufa, o aquecimento 
global, a modificação na camada de ozônio na estratosfera e as chuvas ácidas.
2.4.1. Balanço Térmico da Terra, efeito estufa e 
aquecimento global.
A Terra recebe cerca de 0,002 % da energia emitida pelo sol, isto é, cerca de 
5,4 x 1.024 Joules/ano. Entretanto, só parte dessa energia chega à sua 
superfície, a saber:
Chamamos de albedo a relação entre a radiação refletida e a incidente total 
em uma superfície. O albedo da Terra é de 0,30. 
A radiação que alcança a superfície planetária é composta por energia 
eletromagnética em vários comprimentos de onda (ultravioleta, luz visível e 
infravermelho), e parte desta é refletida da superfície para o ar na forma de 
radiação infravermelha, responsável pelo calor que sentimos. Se não houvesse 
a atmosfera, essa energia seria integralmente perdida para o espaço e o 
planeta teria uma temperatura média queinviabilizaria a existência de vida 
como a conhecemos. 
Os principais agentes responsáveis pela minimização dessas perdas estão 
relacionados à presença de vapor d'água e de CO na atmosfera. Para que 2
possamos entender um pouco da dinâmica térmica do ar, necessitamos fazer 
algumas considerações. Tanto a água como o CO possuem movimentos 2
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana 33
vibratórios em suas moléculas que são típicos para cada substância. A 
radiação eletromagnética, quando interage com essas moléculas em modo 
vibracional, é absorvida e altera o padrão de vibração da ligação química entre 
os átomos constituintes. Quando a molécula deixa de receber radiação, ela 
acaba voltando ao estado inicial e libera a energia absorvida, obedecendo ao 
princípio de conservação de energia. Por exemplo, a molécula de CO absorve 2
fortemente a radiação infravermelha proveniente da superfície terrestre e a 
reemite novamente em forma de calor em todas as direções. Parte dessa 
energia retorna à superfície da Terra e, como resultado, a sua temperatura 
média é de 14 a 18 ºC.
Os gases que possuem a capacidade de absorver infravermelho e depois 
devolvê-lo ao ambiente são conhecidos como gases estufa, responsáveis pelo 
efeito estufa. O efeito estufa mantém o planeta permanentemente aquecido, 
ocorrendo naturalmente segundo os princípios explanados no parágrafo 
anterior. O vapor d'água é o principal atuante no sentido de absorver radiação 
infravermelha e remiti-la para o ambiente, sendo responsável por cerca de 
80% do efeito estufa. É fácil perceber a sua importância no equilíbrio térmico. 
Verificamos com alguma facilidade que regiões com alta umidade relativa do 
ar apresentam poucas variações entre as temperaturas diurna e noturna. Já os 
desertos e regiões continentais distantes do oceano têm características de ar 
seco, isto é, com baixa umidade relativa, apresentando alta amplitude térmica 
(dias com temperaturas altíssimas e noites muito frias).
O efeito estufa sempre existiu no planeta desde o início da evolução e é 
considerado um dos fatores primordiais para o desenvolvimento e 
manutenção da vida no seu seio. Trata-se de um fenômeno natural. 
Entrementes, nos últimos 250 anos, estamos vivendo momentos de 
acréscimos de gases estufa concomitantemente à industrialização e ao 
aumento populacional em todo globo.
A tabela a seguir elucida que o CO , segundo na hierarquia depois do vapor 2
d'água, na medida em que aumenta em concentração na atmosfera, pode 
contribuir no aumento do efeito estufa. O Potencial de Aquecimento Global 
(PAG) indica qual é o potencial com que cada substância participa no efeito 
estufa. Convencionou-se que o CO tem PAG = 1. O CFC-12 2
(Clorofluorcarboneto-12) tem PAG = 7.100, o que significa que 1 molécula de 
CFC-12 produz o mesmo efeito que 7.100 moléculas de CO .2
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 34
O problema é que a sociedade moderna está emitindo para a atmosfera uma 
quantidade muito grande de gases estufa. Como produto, existe uma 
tendência em acreditar que o efeito estufa vá se intensificar por esses 
acréscimos em futuro próximo (se é que já não está acontecendo). Por 
conseguinte, a temperatura média planetária deverá aumentar. 
Porém, ainda não existe um consenso entre cientistas atmosféricos sobre as 
mudanças climáticas provocadas pelo ser humano. As pesquisas científicas 
continuadas nos darão melhor clareza a respeito de nossa influência na 
atmosfera. 
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional estabelecido em 1997, na 
cidade de Kyoto (Japão), cuja proposta foi estabelecer condições para que os 
países industrializados pudessem reduzir as emissões de gases estufa e 
garantir um suposto modelo de desenvolvimento limpo aos países não tão 
industrializados.
Como o tema emissão de CO tem alcance e efeito globais, o controle e até a 2
diminuição dependem de entendimentos entre nações. O documento final 
previa que, entre 2008 e 2012, os países industrializados reduziriam suas 
emissões em 5,2%, caindo aos níveis de 1990. O acordo previa tratamento 
diferenciado para os 38 países considerados os principais emissores de CO e 2 
outros 05 gases estufa importantes. Para a União Europeia, foi estabelecida 
uma redução de 8 % em relação aos níveis de 1990; 7 % para os EUA e 6 % 
para o Japão. Países em desenvolvimento, como o Brasil, Índia e México 
inicialmente, não tiveram níveis de redução considerados. 
Você sabia que os EUA são os maiores emissores de CO no mundo? Sozinhos, 2
eles são responsáveis pela contribuição de 25 % do total anual, com 
aproximadamente 1,49 bilhões de toneladas por ano. O Brasil está em 17º 
lugar na lista negra, com 0,079 bilhões de toneladas anuais. Apesar disso, os 
EUA recusaram-se a assinar o acordo internacional de Kyoto, assim como a 
Rússia.
Tabela 2.3: : Principais Gases Estufa e Seus Potenciais de 
Aquecimento Global � Estimativas de Contribuição ao 
Aumento do Efeito Estufa
Fonte: do autor
Principais fontes 
antrópicas
Gás PAG* Estimativa de
constribuição
CO2 Queima de combustíveis fósseis e 
de biomassa
1 55%
CH4 Campos de produção de arroz, pe-
cuária e produção de petróleo
11 15%
NO2 Fertilizantes, queima de biomassa, 
atividades industriais
270 6%
CFC-12 Gás para refrigeração 7.100 10%
* PAG = Potencial de Aquecimento Global
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana 35
O Brasil promulgou a Lei Federal nº. 12.187, em 29 de dezembro de 2009, que 
instituiu a Política Nacional sobre Mudanças do Clima, regulamentada pelo 
Decreto Federal nº. 7.390, de 09 de dezembro de 2010, na qual diretrizes 
foram traçadas visando atingir os seguintes objetivos:
 compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a proteção do 
sistema climático; 
 redução das emissões antrópicas de gases de efeito estufa em relação às 
suas diferentes fontes; 
 fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito 
estufa no território nacional; 
 implementação de medidas para promover a adaptação à mudança do 
clima pelas 03 (três) esferas da Federação, com a participação e a 
colaboração dos agentes econômicos e sociais interessados ou 
beneficiários, em particular aqueles especialmente vulneráveis aos seus 
efeitos adversos;
 preservação, conservação e recuperação dos recursos ambientais, com 
particular atenção aos grandes biomas naturais tidos como Patrimônio 
Nacional;
 consolidação e expansão das áreas legalmente protegidas e ao incentivo aos 
reflorestamentos e à recomposição da cobertura vegetal em áreas 
degradadas;
 estímulo ao desenvolvimento do Mercado Brasileiro de Redução de Emis-
sões - MBRE.
Os objetivos da Política Nacional sobre Mudança do Clima deverão estar em 
consonância com o desenvolvimento sustentável a fim de buscar o 
crescimento econômico, a erradicação da pobreza e a redução das 
desigualdades sociais, segundo a legislação em apreço.
Voltando para a questão do aumento do efeito estufa, as suas principais 
consequências no planeta decorrerão da elevação de sua temperatura média, 
o que, segundo alguns cientistas, poderá acarretar nas seguintes mudanças:
a. Elevação do nível do mar: face ao derretimento parcial de enormes massas 
de gelo e aumento do volume e nível de água oceânica. Calcula-se um 
aumento de, no máximo, 88 cm até o ano de 2100, fazendo com que ilhas 
e áreas litorâneas de baixa altitude possam submergir.
b. Mudança global no padrão climático: o aumento na temperatura média 
global implicaria sérias anomalias climáticas, como tempestades e 
inundações em algumas regiões, aumento de ocorrência de furacões e 
tufões, secas em regiões de climas amenos, etc.
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 36
c. Incidência de doenças: o equilíbrioexistente das populações de insetos e 
microrganismos poderia ser quebrado, com deslocamento de doenças 
limitadas às regiões tropicais para outras ora temperadas e que se 
tornariam mais quentes, bem como o aparecimento de antigas e novas 
enfermidades que já foram erradicadas pela ciência.
2.4.2. Modificações na camada de Ozônio
O ozônio (O ) é um gás altamente oxidante, de cor azul escura, que se 3
concentra na estratosfera, em uma porção a 30-50 quilômetros de altitude. A 
camada de O possui cerca de 15 quilômetros de espessura, funcionando 3
como um escudo protetor contra os efeitos nocivos dos raios solares.
A radiação eletromagnética proveniente do sol abrange um espectro 
eletromagnético definido em função do comprimento de onda da radiação 
(�), que é inversamente proporcional à sua frequência (�), expressos 
normalmente em metros e hertz, respectivamente (01 hertz = 1 ciclo a cada 
segundo). Quanto maior o comprimento de onda, menor será a frequência e 
vice-versa (vide ilustração a seguir). 
A radiação ultravioleta (UV) tem comprimento de onda variando entre 0,1 a 
0,4 µm. Subdivide-se em UVA (0,4 a 0,32 µm), uma forma de radiação que 
pode causar algum dano às células vivas e que não é absorvida pelo O ; em 3
UVB (0,32 a 0,28 µm), que causa danos às células vivas e é absorvida pelo O ; e 3
em UVC (0,28 a 0,1 µm), que é altamente energética e prejudicial aos seres 
vivos, ainda que absorvida quase que totalmente pela atmosfera. A 
estratosfera absorve aproximadamente 99 % de toda a radiação UV, sendo o 
O responsável por reter principalmente a radiação UVB.3
Para que possamos entender como acontece a fragilização da camada de 
ozônio na estratosfera, é necessária a apresentação da reação de sua 
formação e consumo:
Figura 2.1: Espectro visível ao homem.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_vis%C3%ADvel
Acessado em 05/10/2011.
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana 37
O + (hv) O + O ( I )2
O + O O ( II )2 3 
O + (hv) O + O ( III ) 3 2 
O + O O + O ( IV )3 2 2 
Na estratosfera, as reações II e III são muito rápidas e era de se esperar que a 
concentração de O deveria ser relativamente constante. Mas alguns 3
compostos com tempo de residência longo não sofrem reações secundárias 
na troposfera, podendo chegar à estratosfera através de mecanismos de 
dispersão. Outros compostos podem ingressar na estratosfera via trilhas de 
condensação formadas por aviões comerciais, podendo interferir no equilíbrio 
das reações acima descritas.
Acontece que os compostos orgânicos contendo cloro, utilizados como gás 
refrigerante na indústria e em equipamentos domésticos e conhecidos como 
CFC (Clorofluorcarbonetos), atuam na decomposição do O estratosférico. A 3
-luz ultravioleta quebra as ligações dos CFC, liberando cloro iônico (Cl ), que vai 
reagir com O , originando óxido de cloro e O .3 2
Os compostos orgânicos halogenados (CFC), quando corretamente 
utilizados, mantêm o gás enclausurado em circuito fechado no equipamento, 
sem que este vaze para o ar. Entretanto, quando são desmontados para 
manutenção ou descartados, o gás é expelido atingindo a estratosfera onde 
promove a destruição da camada de O , de acordo com as reações químicas 3
explicitadas. A redução da camada de O foi detectada por cientistas na 3
década de 70. Em 1987, a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu 
um programa de ação internacional para identificação das medidas de 
controle das substâncias que destroem a camada de O (Protocolo de 3
Montreal). As nações signatárias assumiram compromissos para proibição da 
produção e comercialização desses produtos. 
Em 1995, o governo brasileiro instituiu o Comitê Executivo Interministerial 
para Proteção da Camada de Ozônio (PROZON), que coordena todas as 
iniciativas reativas à questão de banimento da produção e utilização dessas 
substâncias em solo nacional. Entretanto, ainda existem aproximadamente 36 
milhões de refrigeradores em funcionamento à base de CFC no país. Tratam-
se de aparelhos fabricados até 1999, ano em que o Brasil proibiu a produção 
desses equipamentos com CFC, quando, então, as indústrias os substituíram 
por outras menos agressivas à camada de O .3
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 38
2.4.3. As Chuvas Ácidas
Como já sabemos, a queima de combustíveis fósseis e outros processos 
industriais emitem para o ar partículas e gases, dentre eles o dióxido de 
nitrogênio (NO ) e o dióxido de enxofre (SO ). O tempo de residência desses 2 2
óxidos na atmosfera é normalmente curto, sugerindo a existência de 
sorvedouros desses compostos. Durante o dia, na presença de luz solar, o NO 2
-reage com radicais HO , formando ácido nítrico:
-NO + HO HNO2 3 
-De forma semelhante, o SO também reage com HO , gerando ácido sulfúrico 2
(H SO ):2 4
-SO + HO HSO2 3 
HSO + O HO + SO3 2 2 3 
SO + H O H SO3 2 2 4 
Algumas vezes, a presença de gotículas de água no ar serve de recipiente para 
a reação.
SO + H O H SO2 2 2 3 
2 H SO + O 2 H SO2 3 3 2 4 
A presença de material particulado acelera essas reações químicas de 10 a 100 
vezes. Por exemplo, o tempo médio para a transformação do SO em H SO 2 2 4
em condições favoráveis é de 02 dias. Em decorrência disso, o composto 
formado pode ser levado pelo vento e aportar em regiões distantes das fontes 
de emissão primária, descendo para o solo pela ação das neblinas e chuvas 
ácidas. Os ecossistemas afetados pela ação englobam desde florestas nativas, 
passando pelos transformados e antropizados, como as áreas de exploração 
agropecuária e o ambiente urbano.
A chuva ácida é um fenômeno decorrente da poluição atmosférica, sendo que 
os seus efeitos podem ser locais, mas podem atingir também outros países 
que não são os responsáveis pela emissão de NO e SO . Requer o 2 2
desenvolvimento de estudos que envolvam a identificação e controle das 
fontes primárias de emissões gasosas, como também a avaliação dos danos e 
a implementação de técnicas para recuperação dos ambientes afetados pela 
ação de poluentes ácidos.
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana 39
Atividades Propostas
1. O que são efeitos irritantes de substâncias químicas poluentes?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Quais são os efeitos tóxicos do monóxido de carbono (CO) no organismo 
humano?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. O que é albedo?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
4. Marque a alternativa errada:
a. A radiação solar que alcança a superfície planetária é composta de energia 
eletromagnética de várias frequências e comprimentos de onda.
b. A molécula do gás carbônico (CO ) absorve fortemente a radiação infra-2
vermelha, reemitindo-a para o ambiente sob formade calor (efeito estufa).
c. A camada de ozônio (O ) situa-se a 30-50 km de altitude e funciona como 3
um escudo contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta.
d. O governo brasileiro liberou a produção de equipamentos com CFC em 
1999.
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 40
5. Marque a alternativa errada:
a. As chuvas ácidas são originadas a partir do lançamento de monóxido de 
carbono (CO) na atmosfera.
b. A recuperação dos ecossistemas terrestres degradados pelos agentes das 
chuvas ácidas é de vital importância para as sociedades.
c. Uma das preocupações em nível mundial da intensificação do efeito estufa 
seria a elevação da temperatura média planetária.
d. As mudanças climáticas são objetos de regulamentação específica no 
Brasil.
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana
Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana 41 e-Tec Brasil
Referências Bibliográficas
BRANCO, S. M. & MURGEL, E. Poluição do Ar. São Paulo: Editora Moderna, 
2006. 112 p. 
DEMILLO, R. Como funciona o clima. São Paulo: Quarks Books, 1998. 226p.
DERISIO, J. C. Introdução ao controle da poluição ambiental. São Paulo: 
Signus, 2007. 192 p.
LISBOA, H. de M. (Coord.) Controle da poluição atmosférica. Florianópolis: 
Universidade Federal de Santa Catarina/ Centro Tecnológico/ Departamento 
de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2007. 390 p.
SUGUIO, K. Mudanças ambientais da Terra. São Paulo: Instituto Geológico, 
2008. 336 p.
TOMINAGA, L. K. (Org.) Desastres naturais: conhecer para prevenir. São 
Paulo: Instituto Geológico, 2011. 196 p.
e-Tec Brasil 42 Aula 2 - Efeitos da poluição do ar à saúde humana
Saiba mais...
Para pesquisa, alguns links interessantes:
 
www.inpe.br (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
www.inmet.gov.br (Instituto Nacional de Meteorologia) 
www.mma.gov.br (Ministério do Meio Ambiente)
www.cetesb.sp.gov.br (CETESB)
www.inea.rj.gov.br (INEA)
www.ibama.gov.br (IBAMA)
www.weather.com/brasil (Weather Brasil)
www.cptec.inpe.br (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - 
CPTEC)
www.abnt.org.br (Associação Brasileira de Normas Técnicas � ABNT)
http://www.ens.ufsc.br/ppgea/grade/ens3126.html (Controle da Poluição 
Atmosférica � UFSC)
2ª Etapa
Aula 3 - Qualidade do ar
Objetivos
 Adquirir conhecimentos sobre os Padrões Nacionais de 
Qualidade do Ar em nível técnico e de normatização legal;
 Conhecer os mecanismos de autodepuração da atmosfera 
com relação aos contaminantes físicos e químicos;
 Conhecer as variáveis meteorológicas e os fenômenos 
climáticos que atuam sobre a dispersão de substâncias 
poluentes na atmosfera;
 Identificar os tipos de plumas geradas em chaminés (fontes 
estacionárias).
3.1. Padrões Nacionais e Níveis de 
Qualidade do Ar
Os episódios críticos de poluição atmosférica em várias partes do mundo 
tornaram claro aos governos e à comunidade científica que a contaminação 
do ar por poluentes tratava-se de um problema concreto, podendo trazer 
efeitos extremamente nefastos ao ser humano e ao ambiente. Em termos 
proporcionais, sabemos que um veículo automotor ou uma única indústria 
não são suficientes para proporcionar danos ambientais. Surge, então, uma 
pergunta: Que quantidades de substâncias podem ser lançadas no ar, sem 
que se caracterizem poluentes?
No intuito de solucionar essa questão, diversos estudos toxicológicos foram 
levados a cabo com seres humanos e organismos que compõem a biota, com 
determinação dos variados níveis de exposição aos diversos poluentes e seus 
respectivos efeitos para a saúde e no ambiente.
Sendo assim, para cada circunstância em especial, conseguiu-se estabelecer 
os padrões de qualidade do ar. Um padrão de qualidade do ar define 
legalmente um limite máximo de determinado componente atmosférico que 
garanta a saúde e o bem-estar das pessoas, bem como a integridade dos 
ecossistemas.
Aula 3 - Qualidade do ar 45 e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 46 Aula 3 - Qualidade do ar
O nível de contaminação do ar é medido pela quantificação das substâncias 
consideradas poluentes. Relembramos que poluente pode ser entendido 
como qualquer substância ou forma de energia presente no ar e que, pela sua 
concentração, possa torná-lo impróprio, nocivo, ou ofensivo à saúde, 
inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à flora, à fauna, 
ou prejudicial ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da 
sociedade (Resolução CONAMA nº. 03, de 28 de junho de 1990, que dispõe 
sobre os padrões de qualidade do ar no Brasil).
O efeito que um poluente provoca depende de sua concentração, ou seja, 
pela proporção em que se apresenta no ar que respiramos. Como já vimos, a 
concentração do poluente é expressa em µg/ m³ (micrograma por metro 
cúbico) ou ppm (partes por milhão). 
Tão importante como a concentração é o tempo de exposição ao poluente, ou 
seja, o intervalo de tempo no qual ficamos a respirar um ar com determinados 
níveis de toxidade. Podemos suportar níveis relativamente altos de 
determinando poluente por intervalo de tempo curto. Porém, valores até mais 
baixos suportados por um tempo maior podem causar complicações à saúde 
humana.
Assim sendo, os padrões de qualidade do ar estão sempre atrelados às 
concentrações máximas de poluentes suportáveis em um dado intervalo de 
tempo. 
A determinação sistemática da qualidade do ar, por questões prática e face à 
frequência de ocorrência e também aos efeitos negativos que provocam no 
ambiente, recai sobre um grupo de substâncias que servem de indicadores, 
internacionalmente consagrados, a saber: dióxido de enxofre (SO ), material 2
particulado em suspensão, monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio 
(NO ) e ozônio (O ).2 3
O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, órgão ligado ao 
Ministério do Meio Ambiente, decidiu, em 1989, promulgar através da 
Resolução CONAMA n°. 05, de 15 de junho de 1989, o Programa Nacional de 
Controle da Qualidade do Ar. O PRONAR como é conhecido, passou a servir 
como um dos instrumentos básicos da gestão ambiental para a proteção da 
saúde e do bem-estar das populações, e melhorias da qualidade de vida com 
objetivo de permitir o desenvolvimento econômico e social do país de forma 
ambientalmente segura, pela limitação dos níveis de emissão de poluentes 
por fontes de poluição atmosférica, com vistas:
 A uma melhoria na qualidade do ar;
 Ao atendimento aos padrões estabelecidos;
 Ao não comprometimento da qualidade do ar em áreas não degradadas.
Aula 3 - Qualidade do ar 47 e-Tec Brasil
O PRONAR prevê também o estabelecimento de estratégias básicas a fim de 
limitar, em nível nacional, as emissões por tipologia de fontes e poluentes 
prioritários, reservando o uso dos padrões de qualidade do ar como ação 
complementar de controle.
De acordo Resolução CONAMA nº. 03, de 28 de junho de 1990, que dispõe 
sobre os padrões de qualidade do ar previstos no PRONAR, ficaram 
estabelecidos os seguintes conceitos:
 Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes 
que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser 
entendidos como os níveis máximos toleráveis de concentração de 
poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de controle de curto e 
médio prazos.
 Padrões Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes 
abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da 
população, assim como o mínimo dano a fauna, a flora, aos materiais e ao 
meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como os níveis desejados 
de concentração de poluentes, constituindo-se em metas de controle de 
longo prazo.
Para a implementação de uma política de não deterioração significativa da 
qualidade do ar em todo o território nacional, suas áreas serão enquadradas 
de acordo com a seguinte classificaçãode usos pretendidos:
 Classe I: Áreas de preservação, lazer e turismo, tais como Parques Nacionais 
e Estaduais, Reservas e Estações Ecológicas, Estâncias Hidrominerais e 
Hidrotermais (Unidades de Conservação da Natureza). Nestas áreas deverá 
ser mantida a qualidade do ar em nível o mais próximo possível do verificado 
sem a intervenção antropogênica.
 Classe II: Áreas onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado 
pelo padrão secundário de qualidade. 
 Classe III: Áreas de desenvolvimento onde o nível de deterioração da quali-
dade do ar seja limitado pelo padrão primário de qualidade.
Cabe salientar que o monitoramento da qualidade do ar, objeto de nosso 
estudo em capítulo mais adiante, faz parte das avaliações de controle 
previstas no PRONAR, considerando-se conhecer e acompanhar os níveis de 
qualidade do ar em várias regiões do país. O monitoramento permite que 
possamos comparar sistematicamente os níveis de qualidade do ar obtidos 
com os respectivos padrões estabelecidos.
Falando um pouco sobre o estabelecimento de padrões, as pesquisas 
científicas realizadas nesse campo levam a cabo os efeitos que os poluentes 
possam ter sobre a saúde humana, incluindo-se os danos ambientais; fatores, 
tais como valores culturais e pesquisas científicas anteriores, assim como a 
viabilidade econômica de implantação das medidas de correção. 
e-Tec Brasil 48 Aula 3 - Qualidade do ar
A Resolução CONAMA nº. 03/1990 nos apresenta os padrões dos principais 
poluentes que devem ser obedecidos em nível nacional, a saber:
Fonte: Resolução CONAMA n°. 03/1990.
(1) --> Não deve ser excedido mais de uma vez ao ano / (2) MGA = média geométrica anual / (3) MMA = média aritmética 
anual / (4) A condição de referência para as concentrações é a temperatura do ar de 25°C e pressão atmosférica de 
760 mm Hg (1.013,2 milibares).
Aula 3 - Qualidade do ar 49
Os métodos de amostragem e de análise dos poluentes atmosféricos devem 
ter a aprovação do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização 
e Qualidade Industrial), sendo que poderão ser utilizados métodos 
alternativos, desde que aprovados pelo IBAMA.
Segundo a Resolução CONAMA n° 03/1990, o monitoramento da qualidade 
do ar é uma atribuição dos estados da União, sendo que, no estado do Rio de 
Janeiro, cabe ao INEA (Instituto Estadual do Ambiente) a responsabilidade de 
efetuar coletas e análises sistemáticas do ar em ambiente urbano e não 
urbano para efeito de acompanhamento da qualidade.
A Resolução CONAMA n° 03/1990 estabelece também os níveis de qualidade 
do ar para elaboração de Planos de Emergência para Episódios Críticos de 
Poluição do Ar, visando à tomada de providências dos governos estaduais, 
assim como de entidades privadas e comunidade em geral, com objetivo de 
prevenir graves e iminentes riscos à saúde da população.
Os níveis de qualidade do ar são de extrema importância caso os limites 
definidos na Tabela 5 sejam ultrapassados, pois caso isso aconteça, à medida 
que a concentração de contaminantes aumenta além dos limites 
estabelecidos, lentamente os sintomas de toxidade atingirão em primeiro 
lugar as pessoas mais sensíveis, como doentes, crianças e idosos. Segundo as 
diversas escalas de gravidade da contaminação, as demais não tão sensíveis e 
sãs passam a adquirir sintomas de enfermidades específicas para cada tipo de 
poluente que estiver acima dos limites legais.
Até os limites admissíveis, a qualificação do ar pode ser “boa”, normalmente 
até metade da concentração limite, ou “aceitável”, da metade até o máximo 
permitido. A partir de determinadas concentrações de poluentes, os órgãos 
governamentais decretam estados de atenção, de alerta ou de emergência 
(estados inadequados). No estado de atenção, a qualificação da atmosfera é 
“má”. O de alerta recebe qualificação “péssima” e a qualificação do estado 
de emergência é considerada “crítica”. Os estados ou níveis são definidos 
prevendo-se a manutenção das emissões, bem como condições 
meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes nas 24 horas 
subsequentes, quando for alcançada uma ou mais das situações a seguir 
elencadas:
e-Tec Brasil
É importante frisar que os padrões de qualidade atmosférica são regidos por 
leis, decretos e outras normatizações federais e estaduais. Alguns estados, 
como São Paulo, onde os níveis de poluentes podem ultrapassar os limites 
previstos com certa constância, produto da intensa atividade industrial e da 
grande frota automotiva, a legislação assume uma condição mais restritiva, 
ou seja, admitem menores valores de concentração associados aos problemas 
originados por um determinado poluente, quando comparada à legislação 
federal.
e-Tec Brasil 50 Aula 3 - Qualidade do ar
Fonte: Resolução CONAMA n° 03/1990.
Aula 3 - Qualidade do ar 51
No estado do Rio de Janeiro, a extinta Fundação Estadual de Engenharia do 
Meio Ambiente (FEEMA), hoje incorporada ao INEA, elaborou em 15 de 
março de 1978 a NT (Norma Técnica) n° 603 R.4, constando os critérios e 
padrões de qualidade do ar ambiente de referência para as áreas abrangidas 
pelo estado.
3.2. Índices de Qualidade do Ar
Os dados de qualidade do ar obtidos pelo INEA são divulgados diariamente 
através do portal do órgão (www.inea.rj.gov.br) e também são informados 
para os meios de comunicação em massa. Para simplificar o processo de 
divulgação dos dados, transformando-os em uma linguagem mais direta, 
emprega-se um Índice de Qualidade do Ar – IQA.
O IQA adotado foi concebido com base em experiências acumuladas de vários 
anos nos Estados Unidos e Canadá principalmente. A estrutura do IQA 
contempla a Resolução CONAMA n° 03/1990 nos seguintes parâmetros: 
dióxido de enxofre, partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, 
fumaça, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio.
Para cada poluente medido, é calculado um valor que serve de índice que é 
correlacionado com a qualidade do ar. Para efeito de divulgação, é utilizado o 
índice mais elevado, apurado em determinada estação de monitoramento, ou 
seja, a qualidade do ar de uma estação é determinada pelo pior caso.
A partir dos dados obtidos nas estações de monitoramento da qualidade do 
ar, é montada a tabela de IQA. A metodologia adotada para cálculo do IQA 
leva em conta equações matemáticas e funções lineares cuja demonstração 
foge ao propósito do nosso curso. 
No caso do INEA (RJ), foi elaborada a seguinte Tabela:
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 52 Aula 3 - Qualidade do ar
Tabela 3.3: Padrões Nacionais de Qualidade do Ar
Fonte: INEA (www.inea.rj.gov.br)
Acessado em 27/09/2011.
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Aula 3 - Qualidade do ar 53 e-Tec Brasil
Atividades Propostas
Vamos verificar os seus conhecimentos? Tente resolver as questões.
1. O que é o padrão de qualidade do ar referente à determinada substância?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2. O efeito de um poluente na atmosfera se caracteriza pela interação dos 
seguintes parâmetros:
a. Concentração do poluente e sua capacidade de dispersão;
b. Padrão de qualidade do ar e concentração do poluente;
c. Concentração do poluente no ar e o tempo de exposição de organismos 
vivos a esse poluente;
d. O tempo de exposição dos seres humanos ao poluente e o padrão de 
qualidade do ar.
3. Assinale o grupamento de substâncias internacionalmente consagradas 
como indicadores de poluição do ar.
a. Dióxido de Nitrogênio, Dióxido de Enxofre, Amônia, Gases Nobres e 
Ozônio.
b. Amônia, Material Particulado, Dióxido de Carbono, Vapor d'água e 
Ozônio.
c. Dióxido

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