Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 0 Curso: Inspeção de Equipamentos e Instalações Petrobrás / UN-Rio NOÇÕES SOBRE TERMOGRAFIA ARGEMIRO PERTENCE NETO Eng. Mecânico Ano: 2004 COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 1 ÍNDICE Teoria da Radiação......................................................................................................................... 2 Composição dos espectro ...............................................................................................................2 Leis da Radiação..............................................................................................................................3 Emissividade....................................................................................................................................3 Valores de emissividade...................................................................................................................5 Transmissão atmosférica..................................................................................................................6 Equipamentos para termografia........................................................................................................7 Aplicações da termografia.................................................................................................................8 COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 2 TTeerrmmooggrraaffiiaa 1. Teoria da radiação Em meados do século XIX, o físico britânico James Maxwell propôs ser a luz um tipo de radiação de natureza eletromagnética. Os estudos por ele apresentados indicavam a existência de outros tipos de radiação, além da luz visível, de natureza semelhante. Segundo Maxwell, o espectro da luz visível observado anteriormente por Isaac Newton seria apenas uma pequena parcela visível de um contínuo espectro de radiações invisíveis de maior amplitude. Maxwell observou, as ondas eletromagnéticas ou radiação eletromagnética são o resultado da oscilação de um campo elétrico numa direção perpendicular a um campo magnético. Este fenômeno radiante (ou radiação) se propaga no espaço físico em forma de ondas. A distância entre duas cristas consecutivas das ondas define seu comprimento de onda (λ). Se este comprimento estiver entre 0,0004 mm e 0,00075 mm, a radiação correspondente é aquela captada pela visão humana e é classificada como “luz visível”. O número de oscilações por unidade de tempo é a freqüência da radiação (f) e é medida em Hz (hertz ou ciclos por segundo). A radiação eletromagnética se propaga com a velocidade da luz ou cerca de 300.000 km/s no vácuo. A importância deste valor reside no fato de ele estabelecer a relação de proporcionalidade entre o comprimento de onde e a freqüência de um tipo de radiação ou: c= f/λ onde: c = velocidade da luz (m/s) f = freqüência da radiação (em Hz) λ = comprimento de onda (em m) Radiação Faixa de freqüência (HZ) Faixa de comprimento de onda (m) Cor Raios gama 3 x 1019 a 3 x 1023 1,0 x 10 –15 a 1,0 x 10-11 Invisível Raios X 3 x 1016 a 3 x 1018 1,0 x 10 –11 a 1 x 10-8 Invisível Ultravioleta 7,5 x 1014 a 3 x 1015 1 x 10 –8 a 4,0 x 10-7 Invisível Visível 7,0 x 1014 a 7,5 x 1014 4,0 x 10 –7 a 5,0 x 10-7 Violeta 6,5 x 1014 a 7,0 x 1014 5,0 x 10 –7 a 5,5 x 10-7 Azul 6,0 x 1014 a 6,5 x 1014 5,5 x 10 –7 a 5,8 x 10-7 Anil 5,5 x 1014 a 6,0 x 1014 5,8 x 10 –7 a 6,2 x 10-7 verde 5,0 x 1014 a 5,5 x 1014 6,2 x 10 –7 a 6,5 x 10-7 Amarelo 4,5 x 1014 a 5,0 x 1014 6,5 x 10 –7 a 6,7 x 10-7 Laranja 4,0 x 1014 a 4,5 x 1014 6,7 x 10 –7 a 7,0 x 10-7 Vermelho Infravermelho 3,0 x 1011 a 4,0 x 1014 7,0 x 10 –7 a 1,0 x 10-4 Invisível Microondas 3,0 x 108 a 3,0 x 1011 1,0 x 10 –4 a 1,0 x 100 Invisível Ondas de rádio e TV 3,0 x 103 a 3,0 x 108 1,0 x 100 a 1,0 x 105 Invisível Tabela 1 – Composição do espectro de radiações eletromagnéticas COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 3 A radiação infravermelha foi inicialmente percebida no início do século XIX por Sir William Herschel, astrônomo da corte do rei George III, da Inglaterra. Herschel tentava repetir a experiência de Isaac Newton com o objetivo de descobrir materiais que servissem como filtros para a observação do sol. Ao medir com um termômetro o aquecimento produzido pela incidência de cada uma das cores do espectro, Herschel percebeu surpreso que o maior nível de aquecimento se dava, não em uma das sete faixas do espectro visível, mas numa faixa escura, situada além do extremo do vermelho ou “abaixo do vermelho” se considerarmos sua posição no espectro de radiações eletromagnéticas. Desta observação resultou a denominação adotada hoje – o infravermelho. O limite inferior do infravermelho coincide com o da nossa percepção visual da cor vermelha – próximo a λ = 0,75 µm – enquanto que o superior coincide com o limiar das radiações de microondas – na faixa de λ = 1 mm. 2. Leis da radiação Em 1860, Gustav Kirchhoff demonstrou a lei que estabelecia a igualdade entre a capacidade de um corpo absorver e emitir energia radiante. Kirchhoff também propôs teoricamente o termo “corpo negro” para designar um objeto que absorvesse toda radiação incidente sobre ele; em conseqüência, o corpo negro seria o emissor ideal. Poucos anos mais tarde, Josef Stefan concluiu, a partir de experiências em laboratório, que a energia total irradiada (ou emitida) por um corpo negro é proporcional à quarta potência de sua temperatura absoluta. Ludwig Boltzmann confirmou a tese de Stefan através da termodinâmica clássica, o que resultou na Lei de Stefan-Boltzmann que determina: W = σ T4 onde: W – energia irradiada (ou emitida) (W/m2) σ - constante de Stefan-Boltzmann (5,7 x 10-8 W/m2. K4) T – temperatura absoluta (K) 3. Emissividade Os corpos reais não se comportam como corpos negros, reagindo à radiação incidente sobre eles de forma seletiva e particular. A radiação incidente sobre um corpo qualquer pode assumir três comportamentos, a saber: 9 uma parcela (α) pode ser absorvida ou emitida, segundo a Lei de Kirchhoff; 9 uma parcela (δ) pode ser refletida; 9 uma parcela (τ) pode ser transmitida Assim, a soma das três parcelas equivale à totalidade da energia incidente sobre ele: α + δ + τ = 1 COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 4 Para corpos opacos à radiação (onde τ = 0) temos: α + δ = 1 A Lei de Kirchhoff estabelece a igualdade entre a capacidade de um corpo qualquer em absorver energia radiante e sua capacidade de reemiti-la. A esta última chamamos EMISSIVIDADE. Definimos EMISSIVIDADE de um corpo a relação entre a energia emitida (ou irradiada) por um corpo qualquer e a energia emitida por um corpo negro para um mesmo comprimento de onda que pode ser expressa assim: ε = W’/W onde: ε - emissividade W’ – quantidade de energia emitida por um corpo qualquer (λ constante) W - quantidade de energia emitida por um corpo negro (λ constante) A EMISSIVIDADE varia em função da composição química e da textura superficial do material, bem como de sua temperatura e do comprimento de onda da radiação emitida. Figura 1 – Variação da emissividade em função do comprimento de onda : A tabela abaixo indica alguns valores típicos de emissividade para materiais encontrados em aplicações industriais COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 5 Material Temp (°C) Emissividade Alumínio (chapa comercial) 100 0,09 Alumínio (oxidado) 90 - 500 0,20 – 0,31 Latão (chapa laminada) 25 0,06 Latão (chapa oxidada a 600 ° C) 200 - 600 0,61 – 0,69 Cobre (comercial) 25 0,07 Cobre (oxidado) 25 0,78 Cobre (aquecido a 600 ° C) 200 - 600 0,57 Aço (inoxidável polido) 100 0,07 Ferro fundido (polido) 200 0,21 Aço inoxidável AISI 310 (altamente oxidado) 220 - 520 0,90 – 0,97 Aço carbono (tubo ou chapa novos) 25 0,66 Aço carbono ou baixa liga (oxidado a 600 ° C) 200 - 600 0,80 Chapa de aço carbono (superfície áspera) 40 -400 0,94 – 0,97 Tijolo refratário 1000 0,75 Tijolo refratário magnesítico 1000 0,38 Vidro (placa polida) 25 0,94 Vidro Pyrex 260 - 540 0,95 – 0,85 Madeira (plana) 25 0,90 Tinta alumínio em bom estado 100 0,52 Tinta laca preta fosca 80 - 150 0,91 Tinta laca branca fosca (sobre ferro) 25 0,87 Tinta laca preta ou branca 40 - 100 0,96 – 0,98 Papel de parede 25 0,91 Borracha (dura e lisa) 25 0,94 Borracha (macia e áspera) 25 0,86 Areia 25 0,90 Pele humana 32 0,98 Solo seco 20 0.92 Solo saturado de água 20 0,95 Água destilada 20 0.96 Gelo -10 0,96 Neve -10 0,85 Tabela 2 – Valores típicos para a emissividade de alguns materiais 4. Transmissão atmosférica Após ser emitida por um corpo a radiação infravermelha interage com a atmosfera circundante COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 6 tendo alguns de seus comprimentos de onda absorvidos, transmitidos ou refletidos Este fenômeno é conhecido como atenuação atmosférica e sua ocorrência se dá em função da presença de gases e partículas em suspensão. A atmosfera terrestre não é inteiramente transparente à radiação infravermelha. A presença de vapor d’água e gás carbônico na atmosfera produz uma absorção seletiva em algumas faixas da radiação térmica, especialmente entre os comprimentos de onda entre 1 e 15 µm e em grande parte da radiação de comprimento de onda acima de 15 µm. Este fenômeno é o responsável pelo conhecido “ Figura 2 – Transmissão atmosférica para λ entre 3,0 e 5,5 µm COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 7 Figura 3 – Transmissão atmosférica para λ entre 6,0 e 14,0 µm Em atmosferas urbanas ou industriais, com alta densidade de fontes poluidoras, os efeitos de atenuação e reflexão da radiação infravermelha se tornam mais importantes, gerando a necessidade do uso de filtros espectrais para seleção dos comprimentos de onda menos atenuados nestas condições. 5. Equipamentos para termografia As pesquisas visando a detecção de radiação infravermelha datam do século XVI, com Galileo Galilei. As experiências passaram por diferentes estágios e princípios, desde a variação de um volume conhecido de gás até que se descobriram materiais capazes de produzirem uma corrente elétrica ao serem atingidos por radiação infravermelha, o conhecido efeito foto-elétrico, no início do século XX. Grande impulso teve o desenvolvimento de equipamentos detectores de radiação térmica durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Sistemas de visão noturna e reconhecimento tático foram inicialmente empregados pela Wermacht alemã na frente russa em 1944. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, já estavam em andamento estudos para a produção dos mísseis Sidewinder e Falcon, capazes de detectar e perseguir o calor emitido pela exaustão das turbinas dos jatos de combate. A partir da década 1960, tornou-se possível a aplicação com objetivos civis da nova tecnologia. Avanços foram obtidos no campo da micro-eletrônica, da ótica e de materiais sensíveis à radiação térmica – os detectores. COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 8 Os principais elementos de um equipamento de termografia são: - Sistema ótico formado por lentes (grande angular e teleobjetiva) - Filtros - Mecanismo de varredura da imagem - Detector - Processador de sinal - Monitor de vídeo. Figura 4 – Equipamento portátil de termografia 6. Aplicações da termografia As aplicações mais usuais da termografia são: Militar Medicina 9 Indústria - Geração e transmissão elétricas - Petróleo & petroquímica - Siderurgia - Papel e celulose - Caldeiras e fornos - Máquinas - Construção civil COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 9 - Uso Militar Figura 5 – Míssil termo-guiado ar-ar “Piranha”, de fabricação brasileiro Figura 6 – Carro de combate israelense com mira infravermelha Figura 7 – Caça supersônico detectado por uma câmera termográfica COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 10 - Medicina Figura 8 – Termo-mamografia – Sistemas elétricos de potência Figura 9 – Aquecimento anormal em uma das fases de um circuito trifásico - Equipamentos rotativos Figura 10 – Termograma de um motor indicando sobreaquecimento no eixo, próximo ao acoplamento COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 11 – Indústria do petróleo Figura 11 – Aquecimentos localizados indicando falhas no revestimento refratário interno de um regenerador de uma planta de craqueamento catalítico fluido COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 12 Figura 12 – Aspecto térmico da câmara de radiação de um forno de uma unidade de destilação de petróleo COOPERATIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA EM INTEGRIDADE DE EQUIPAMENTOS LTDA. Estrada do Engenho D’Água, 1210 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - CEP 22765-240 – PABX: (21) 2427-6646 e-mail: integra@integra.org.br www.integra.org.br 13 - Refratários e isolamentos térmicos Figura 13 – Imagem visível e infravermelha da área do queimador de uma caldeira flamotubular indicando a presença de falhas no isolamento térmico Figura 14 – Termograma de uma chaminé de coqueria indicando trincas nos tijolos refratários-isolantes Termografia Sessão Técnica 13revista abende revista abende revista abende revista abende revista abende revista abende PRINCÍPIO O princípio da termografia está basea- do na medição da distribuição de tempe- ratura superficial do objeto ensaiado, quando este estiver sujeito a tensões tér- micas (normalmente calor). APLICAÇÕES Atualmente a termografia tem aplica- ções em inúmeros setores; na indústria automobilística é utilizada no desenvolvi- mento e estudo do comportamento de pneumáticos, desembaçador do pára-bri- sas traseiro, freios, sistema de refrigeração, turbo, etc. Na siderurgia tem aplicação no levantamento do perfil térmico dos fundi- dos, durante a solidificação, na inspeção de revestimentos refratários dos fornos. Na indústria aeronáutica é utilizada no ensaio de materiais compostos para se detec- tar dupla laminação ou outros tipos de ruptu- ras. Pontos quentes e falhas de coesão em componentes elétricos e eletrônicos podem ser determinados através da termografia. A indústria química emprega a termo- grafia para a otimização do processo e no controle de reatores e torres de refrigeração. As aplicações na engenharia civil in- cluem a avaliação do isolamento térmico de edifícios e a possibilidade de se deter- minar detalhes construtivos das constru- ções, etc.. Nas artes o método tem se mos- trado de grande valia na detecção de descascamento de pintura e de massas reconstituintes bem como no diagnósti- co geral para conservação e restauração. Algumas vantagens na aplicação da téc- nica permitem sua aplicação em áreas bem diversificadas como: Medicina, Veterinária, Segurança, Militar, Elétrica, entre outras. Uma das maiores vantagens é a possi- bilidade de fazer medições com a menor interferência possível, uma vez que não há necessidade de contato direto, possi- bilitando monitorar objetos a uma distân- cia segura em tempo real. No campo de aplicação do sistema elé- trico é uma técnica essencialmente preditiva, uma vez que não há necessidade de desli- gar equipamentos, a condição de carga mais crítica torna-se o melhor momento para aplicação da técnica em campo. TÉCNICAS DE ENSAIO As técnicas termográficas geralmente são consistidas na aplicação de tensões térmicas no objeto, medição da distribui- ção da temperatura da superfície e apre- sentação da mesma, de tal forma que as anomalias que representam as desconti- nuidades possam ser reconhecidas. Duas situações distintas podem ser definidas. • tensões térmicas causadas direta- mente pelo próprio objeto durante a sua operação: equipamento elétrico, instala- ções com fluído quente ou frio, isolamen- to entre zonas de diferente temperaturas, efeito termoelástico, etc. • tensões térmicas aplicadas durante o Ensaio através de técnicas especiais (geral- mente aquecimento por radiação ou con- dução) e certas metodologias a serem es- tabelecidas caso a caso, para que se possa obter boa detecção das descontinuidades. Em ambas as situações é necessário haver um conhecimento prévio da distri- buição da temperatura superficial (ou pelo menos que possa ser assumida com uma certa segurança), como um referencial com- parativo com a distribuição real obtida du- rante o Ensaio. O caso mais simples ocor- rerá quando a distribuição da temperatura for uniforme e as descontinuidades se manifestarem como áreas quentes (por exemplo: componentes com maior resis- tência elétrica em uma instalação), ou áre- as frias (fluxo interno de ar nos materiais). LIMITAÇÕES • As anomalias na distribuição das tem- peraturas podem ser muito pequenas para serem detectadas; • Discrepâncias muito pequenas po- dem ser mascaradas, pelo “ruído de fun- do”, e permanecer sem detecção; • As principais organizações de nor- malização ainda não reconhecem a ter- mografia como um método confiável de END para avaliação e certificação dos pro- dutos Ensaiados. DESCONTINUIDADES E APRESENTAÇÃO DO OBJETO A distribuição de temperatura pode ser medida usando: • pinturas sensíveis ao calor que alte- ram a sua cor de acordo com a temperatu- ra (termografia por contato); • câmaras de vídeo termográficas que permitem imagens no monitor (branco e preto ou coloridas) da distribuição de tem- peratura da superfície focalizada pela câ- mara, de acordo com a sua temperatura (termografia infravermelha). Neste caso, as anomalias na distribuição da temperatu- ra superficial correspondentes a possíveis descontinuidades serão mostradas como “remendos coloridos”. DESENVOLVIMENTOS Os melhoramentos nos sistemas de termografia computadorizada e softwares específicos para o processamento de dados termográficos facilitarão a apli- cação dessas técnicas, na medida que os Ensaios ficam mais precisos. Considerando-se o numeroso poten- cial de aplicações do método, o desenvol- vimento do ensaio termográfico em todos os níveis industriais pode ser até previsto. Atualmente, outras técnicas estão sen- do pesquisadas e analisadas quanto aos fenômenos térmicos em amostras de la- boratórios (misturas, têxteis, compostos), associados com os ciclos de fadiga ou ten- sões de impacto. Recentemente, a termografia foi utili- zada nos testes de veículos no túnel de vento; tanto a indústria automobilística quanto a aeroespacial estão realizando pesquisas nesta área. Termografia 14 revista abende revista abende revista abende revista abende revista abende revista abende Sessão Técnica Exemplos de aplicação no sistema elétrico Uma das áreas que mais se benefici- am com a aplicação da técnica de termovisão é o sistema elétrico brasileiro. Particularmente, a Chesf – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, Empresa atualmente com uma potência instalada de 10.737.798 kW, 94 subestações distri- buídas pelos 08 estados da região nor- deste, mais de 18.000 km de linhas de transmissão de alta tensão, tem a termovisão como uma de suas principais ferramentas preditivas desde 1974. É uma das empresas de ponta na aplicação da termografia, mantendo a atualização tec- nológica, aplicando critérios e procedi- mentos para inspeções de subestações, incluindo conexões, equipamentos, servi- ços auxiliares, usinas e linhas de transmis- são. A gestão da termografia da Chesf está credenciada pelo sistema de gestão ISO 9001:2000, possui um sistema de banco de dados que permite o gerenciamento da atividade de forma descentralizada e compartilhada entre usuários e clientes. Sessão Técnica Tereza Cristina Leite Galindo, engenheira eletricista da Cia Hidro Elétrica do São Francisco - CHESF, com pós graduação em eletrônica na UFPE. Bolsista de Valor: Revista de divulgação do Projeto Universidade Petrobras e IF Fluminense v. 2, n. 1, p. 89-94, 2012 89 * Técnico em Mecânica pelo IF Fluminense, campus Campos-Centro. ** Técnico em Mecânica pelo IF Fluminense, campus Campos-Centro. *** Técnico em Mecânica pelo IF Fluminense, campus Campos-Centro. Termografia em manutenção preditiva: conceitos e aplicabilidades em máquinas e equipamentos industriais André Melo de Abreu* Ítalo Miranda Soares** Sandro Talyuli de Oliveira Souza*** Resumo Questões sobre a gerência de manutenção preditiva têm sido amplamente discutidas nas últimas décadas. Uma variedade de técnicas tem sido usada para o monitoramento da vibração, aquecimento e desgaste de equipamentos industriais. Este artigo apresenta uma breve revisão bibliográfica sobre os conceitos, aplicações e possibilidades do uso da termografia como forma de manutenção preditiva de equipamentos industriais. Para alcançar este objetivo o estudo faz uma breve abordagem dos diferentes tipos de manutenção e suas aplicabilidades. Palavras-chave: Manutenção preditiva. Termografia. Prevenção. Introdução A mecanização dos processos produtivos trouxe consigo a necessidade da criação de sistemas de gerenciamento de manutenção que monitorassem os equipamentos industriais evitando desgaste, quebras e mau funcionamento das máquinas de modo a tornar equipamentos e instalações disponíveis o maior tempo possível para operação. Esta disponibilidade tornou-se possível graças a programas de gestão de manutenção. A manutenção é o conjunto de todas as ações técnicas, administrativas e de gestão utilizadas no ciclo de vida de uma máquina ou componente (CABRAL, 2006 apud FARIA, 2011). Os custos com manutenção são a principal parte dos custos operacionais das indústrias de manufatura e de produção. Nas indústrias alimentícias, por exemplo, a manutenção representa 15% do custo dos bens produzidos; nas indústrias pesadas como as siderúrgicas, indústrias de papel e celulose ela pode representar até 30% dos custos totais da produção. Portanto, a gerência ineficaz da manutenção pode significar sérios prejuízos para a produção diminuindo a competitividade do produto no mercado global (ALMEIDA, 2011). Dentre as diferentes formas de manutenção, a preditiva é reconhecidamente uma técnica eficaz. As técnicas preditivas se baseiam em condições, ou seja, em fazer, regularmente, o monitoramento do estado mecânico, eletroeletrônico, eletropneumático, eletro-hidráulico e elétrico dos equipamentos e instalações; além de monitorar o rendimento operacional de equipamentos e instalações. As técnicas de manutenção preditiva incluem a análise de vibração, ultrassom, ferrografia, tribologia, monitoria de processo, inspeção visual, termografia dentre outras (ALMEIDA, 2011; SALLES e LIMA, 2011). Esse monitoramento diminui as ações de manutenção corretiva, pois reduz os intervalos entre reparos por quebras; reduz, ainda, os procedimentos de manutenção preventiva e seus reparos programados. O resultado é a maximização do rendimento do processo produtivo. Tipos de manutenção A idéia de manutenção existiu desde épocas remotas, mas o termo só começou a ser conhecido por volta do século XVI na Europa central, simultaneamente ao surgimento do relógio mecânico e dos primeiros técnicos em montagem e assistência. A Revolução Industrial consolidou a prática de manutenção e ela se tornou uma necessidade durante a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, Inglaterra, Alemanha, Itália e principalmente o Japão alicerçaram seu desempenho industrial nas bases da engenharia e manutenção (TELECURSO, 2011a). Pesquisas recentes sobre a eficiência da gerência de manutenção indicam que um terço de todos os custos desse processo são desperdiçados com procedimentos desnecessários ou realizados inadequadamente. A indústria americana gasta, em média, 200 bilhões de dólares por ano com manutenção de equipamentos. Esse custo representa um significativo impacto sobre a produtividade e o lucro na produção (ALMEIDA, 2011). Portanto, a gerência ineficaz da manutenção resulta numa grande perda financeira, eleva os custos e afeta qualitativamente os produtos, tornando-os menos competitivos no mercado global. De acordo com Almeida (2011), a principal causa da ineficácia da gerência de manutenção é a ausência de dados que quantifiquem a real necessidade de reparo ou manutenção da 90 Termografia em manutenção preditiva: conceitos e aplicabilidades em máquinas e equipamentos industriais maquinaria, equipamentos e sistemas da planta industrial. De modo geral, o planejamento de manutenção tem sido elaborado a partir de informações estatísticas ou quando há falha nos equipamentos. A percepção de que a manutenção exerce um impacto direto sobre a qualidade do produto, os custos de produção e o lucro é recente. Nas últimas duas décadas o avanço tecnológico na área de microprocessadores e instrumentos computadorizados de monitoramento da capacidade operativa de equipamentos, maquinaria e sistemas fabris contribuiu para o aperfeiçoamento dos programas de gerenciamento e operações de manutenção. O uso de modernos equipamentos permite que a equipe de manutenção reduza ou elimine reparos desnecessários. Os resultados são: menor índice de falhas nas máquinas, redução do impacto negativo da operação de manutenção sobre o rendimento da planta industrial de manufatura e de produção. Para entender melhor os programas de gerência de manutenção é necessário considerar primeiro as técnicas de gerência. Faria (2011) declara que a manutenção divide-se em duas categorias: a proativa e a reativa. A proativa está relacionada à reparação ou reconstrução de um equipamento ou máquina; a reativa relaciona-se, de modo geral, ao conceito de prevenção que nas últimas décadas evoluiu alcançando a ideia preditiva. Sobre os tipos de manutenção o módulo de mecânica do Telecurso 2000 (2011a) destaca dois tipos: a planejada e a não planejada. A manutenção planejada classifica-se em quatro categorias: preventiva, preditiva, TPM (Manutenção Produtiva Total) e Terotecnologia. A manutenção preventiva consiste no conjunto de procedimentos e ações antecipadas que visam manter a máquina em funcionamento. A manutenção preditiva é um tipo de ação preventiva baseada no conhecimento das condições de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos. A evolução do conceito de prevenção e os diferentes tipos de manutenção A primeira forma de manutenção usada pelas indústrias foi a manutenção reativa, ou seja, um máquina ou componente trabalhava até sua avaria. Nesta perspectiva havia muito desperdício, perda de tempo e de esforços humanos. Ações para manter, prever e assegurar que o bem tivesse o tempo de vida para o qual foi desenhado não eram previstas neste tipo de manutenção (U.S.Department of Energy, 2007 apud FARIA, 2011). Al-Shayea (2007, apud FARIA, 2011) afirma que a manutenção reativa pode ser dividida em dois tipos: manutenção de emergência e manutenção de avaria. A reparação, substituição ou reconstrução de uma máquina são atividades da manutenção reativa. A avaria ou quebra de uma máquina ou equipamento pode representar um sério risco para os trabalhadores. Dhammar (2004, apud FARIA, 2011) informa que há uma forte relação entre a ocorrência de acidentes e a manutenção reativa, pois numa situação reativa algumas pessoas arriscam sua integridade física na tentativa de solucionar um problema inesperado. Outra forma de manutenção que se assemelha à reativa é a manutenção corretiva, que segundo Al-Shayea (2007, apud FARIA, 2011) é realizada para que o equipamento volte ao estado de desempenho funcional normal. A manutenção corretiva se distingue da reativa pelo fato de as suas atividades serem planejadas e realizadas regularmente com a finalidade de manter o equipamento em condições operacionais normais. A manutenção corretiva está subdividida em três tipos: manutenção curativa, diferida e manutenção de paragem corretiva. A partir da análise dos problemas e prejuízos ocasionados pelas quebras e paradas e os obstáculos à melhoria da qualidade, as indústrias passaram a dar ênfase à manutenção preventiva que é uma das formas de manutenção proativa. O conceito de manutenção preventiva teve origem nos Estados Unidos e foi introduzido no Japão em 1950. Neste período os donos de fábricas se preocupavam em valorizar e manter seu maquinário e equipamentos, por isso precisavam considerá-los em termos de custos e ciclo de vida (TELECURSO, 2011b). A partir de 1960, as indústrias reconheceram a manutenção e a confiabilidade como elementos imprescindíveis à eficiência. A partir de então, o enfoque da manutenção passa a ser a confiança no setor produtivo quanto à qualidade do serviço de manutenção. As atividades da manutenção preventiva consistem de um conjunto de ações realizadas em intervalos de tempo ou de funcionamento da máquina. O objetivo é identificar o início de degradação de uma máquina para que ela funcione de modo seguro e eficiente, reduzindo a probabilidade de quebra ou degradação do funcionamento de um equipamento além de reduzir ao mínimo os fatores que contribuem para as avarias e minimizar as consequências da quebra (ALMEIDA, 2011). A quebra é a falha visível. A falha visível é causada por um conjunto de falhas invisíveis como num iceberg. Logo, se a manutenção evitar as Bolsista de Valor: Revista de divulgação do Projeto Universidade Petrobras e IF Fluminense v. 2, n. 1, p. 89-94, 2012 91 falhas invisíveis, a quebra deixará de ocorrer. As falhas invisíveis podem não ser detectadas por dois motivos: físicos ou psicológicos. Dentre os motivos físicos, encontram-se as falhas que não são visíveis por estarem em local de difícil acesso ou por estarem encobertas por detritos ou sujeiras. Os motivos psicológicos relacionam-se ao fato de as falhas deixarem de ser detectadas pelo despreparo e falta de capacitação dos operadores ou mantenedores (TELECURSO, 2011b). Portanto, um programa eficaz de manutenção deve conhecer as falhas invisíveis do processo de produção em seus aspectos físicos e psicológicos. A manutenção preditiva A natureza da atividade industrial define a melhor forma de manutenção proativa a ser adotada. Para conhecer as causas invisíveis da falha de um equipamento, a manutenção preditiva apresenta- se como uma forma eficaz de manutenção. A manutenção preditiva é um tipo de ação baseada no conhecimento das condições de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos. Esses dados são obtidos por meio de um acompanhamento do desgaste de peças vitais de conjuntos de máquinas e de equipamentos. Testes periódicos são efetuados para determinar a época adequada para substituições ou reparos de peças (TELECURSO, 2011b). A manutenção preditiva baseada na condição utiliza medições e métodos de processamento de sinais para diagnosticar a condição do equipamento durante operação. As técnicas de monitoramento incluem: análise de vibração, ultrassom, ferrografia, tribologia, monitoria de processo, inspeção visual, e outras técnicas de análise não destrutivas. A combinação destas técnicas oferece os meios de monitoramento direto de todos os equipamentos e sistemas críticos em uma fábrica (ALMEIDA, 2011). Dentre as vantagens da monitoração da condição, está o controle ou eliminação de sinais estranhos antes de ocorrer a deterioração da máquina. Portanto, o equipamento opera a um ótimo nível e a sua vida útil é maximizada e o risco de falha diminuído. As situações de paragem e os respectivos inconvenientes e custos de horas extras são praticamente eliminados. Alguns investigadores classificam a manutenção preditiva como um tipo de manutenção preventiva. A principal diferença entre manutenção preventiva e preditiva é que a manutenção preditiva utiliza a monitoração da condição do equipamento para definir as necessidades de reparo, a manutenção preventiva é baseada no tempo e depende de estatísticas de vida média. A desvantagem da manutenção preditiva baseada na condição é a forte dependência da veracidade e correta interpretação da informação recebida (AL-SHAYEA, 2007 apud FARIA, 2011). Termografia Processos produtivos e equipamentos mecânicos que produzem calor podem se beneficiar da manutenção preditiva por termografia. A termografia é uma técnica de manutenção que detecta por radiação infravermelha a temperatura de equipamentos e máquinas. Através desta técnica é possível identificar regiões onde a temperatura está alterada em relação a um padrão estabelecido. “É baseada na medida da radiação eletromagnética emitida por um corpo a uma temperatura acima do zero absoluto” (MALDAGUE, 1993; DERENIAK, 1996 apud PELLIAZARI et al., 2006). A inspeção termográfica é uma técnica não destrutiva realizada para medir temperaturas ou observar os padrões de distribuição de calor utilizando sistema infravermelho. O objetivo é obter informações relativas à condição operacional de um componente, equipamento ou processo (VERATTI, 2011). Um sistema de manutenção termográfico possui recursos que permitem a realização de tarefas de análise preditiva nos campos de redes elétricas, equipamentos mecânicos, redes de vapor, fornos, reatores e processos. Veratti (2011) ao abordar as principais características de um sistema básico de inspeção termográfica esclarece que os instrumentos usados para transformar a radiação infravermelha em informação térmica são os termovisores e radiômetros. As informações podem ser qualitativa ou quantitativa. Os termovisores possuem objetivas intercambiáveis que possibilitam adequar o campo de visão do aparelho às necessidades específicas de cada observação. O registro das imagens térmicas é digital e permite o acoplamento do sistema a microcomputadores para processamento da informação. Atualmente os radiômetros possuem miras infravermelhas que facilitam o posicionamento dos aparelhos e a rápida visualização da área sensoreada. Os modelos de uso geral apresentam campo de visão de 1:60 e são adequados para as tarefas básicas de inspeção preditiva como a medição de temperaturas em quadros elétricos de média e baixa tensão, mancais de redutores, motores elétricos e fornos de menor porte (VERATTI, 2011). O manuseio desse equipamento requer a capacitação dos operadores. Além do conhecimento das limitações dos equipamentos, os operadores devem saber se as informações 92 Termografia em manutenção preditiva: conceitos e aplicabilidades em máquinas e equipamentos industriais colhidas são confiáveis e se podem orientar as ações da manutenção. Os programas aplicativos utilizados são capazes de classificar os componentes elétricos aquecidos considerando as temperaturas máximas admissíveis para cada tipo de componente além da influência da carga e do vento (em instalações externas). Um aplicativo assim permite a emissão de relatórios com a classificação correta dos componentes aquecidos em termos de criticidade e de risco para o sistema produtivo (VERATTI, 2011). Um dos mais importantes parâmetros a serem considerados para a aplicação da termografia em uma empresa é o retorno do investimento. A implantação de um Sistema Básico de Inspeções Termográficas certamente produzirá resultados de detecção de falhas que se reflitam em alterações térmicas de equipamentos e máquinas. O uso da termografia em sistemas elétricos As perdas de energia são cada vez menos aceitáveis em sistemas de geração e transmissão de energia elétrica. Além de eliminar as perdas, os sistemas que geram ou conduzem energia também devem reduzir as falhas e os prejuízos delas decorrentes. Essas necessidades têm impulsionado o desenvolvimento de técnicas de inspeção e manutenção preditiva. Entre estas técnicas se encontra a termografia empregada na inspeção de componentes e sistemas elétricos. Para a detecção de alteração da temperatura alguns critérios devem ser considerados. A Engelétrica (2011) destaca alguns critérios: um componente está aquecido quando sua temperatura é maior que a temperatura do ambiente; o aquecimento é calculado pela diferença entre a temperatura do componente e a temperatura do ambiente; fatores como carga e evento devem ser considerados; nas inspeções internas os cuidados devem estar voltados para a carga, nível de utilização da instalação, circuito ou equipamento; o aquecimento máximo admissível para um componente ou equipamento é igual a diferença entre a máxima temperatura admissível e a temperatura ambiente. Os componentes do sistema elétrico que podem acarretar interrupções no fornecimento de energia, muitas vezes causando danos irreparáveis são: disjuntores; chaves seccionadoras; bases e fusíveis; barramentos e condutores em geral; conexões; transformadores de distribuição, dentre outros. Figura 1 - Inspeção termográfica no sistema elétrico para detecção de pontos de aquecimento Fonte: http://www.laborsolutions.com.br/termografia.html Figura 2 - Imagem de termografia de transformadores onde foi detectada uma distribuição térmica irregular Fonte: Disponível em http://www.thermoconsult.com.br/aplicacoes-mecanicas. html São consideradas anomalias térmicas as ocorrências das seguintes condições: temperatura superior à máxima temperatura para o componente avaliado; qualquer aquecimento superior à 25°C em relação ao ambiente com exceção de resistências de aquecimento, núcleos de algumas bobinas, lâmpadas acesas e resistores; equipamento elétrico com temperatura superior a outro equipamento idêntico nas mesmas condições de carga e trabalho; equipamentos que não são visualizados pelo termovisor, mas que despertem suspeita de aquecimento periférico (ENGELETRICA, 2011). O uso da termografia infravermelha em sistemas mecânicos Quando estão em atividade os sistemas mecânicos geram energia térmica. Um dos maiores problemas em sistemas mecânicos são as temperaturas excessivas. Uma quantidade excessiva de atrito pode ser causada pelo desgaste, desalinhamento ou condições inadequadas de lubrificação. A imagiologia térmica infravermelha é capaz de avaliar o estado de aquecimento dos Bolsista de Valor: Revista de divulgação do Projeto Universidade Petrobras e IF Fluminense v. 2, n. 1, p. 89-94, 2012 93 Figura 3 - Termografia em motores elétricos para verificação de aquecimento Fonte: Disponível em http://www.thermoconsult.com.br/aplicacoes-mecanicas. html equipamentos (BRANCO, 2011) A termografia infravermelha é uma importante ferramenta para o monitoramento de equipamentos mecânicos. As câmaras infravermelhas permitem a monitoração da temperatura enquanto o equipamento está em funcionamento. Grande parte dos equipamentos mecânicos possui limites de temperatura usados como padrões de verificação. A imagiologia térmica infravermelha pode ser aplicada em uma variedade de equipamentos como bombas, motores, mancais, roldanas, ventiladores, acionamentos dentre outros (BRANCO, 2011). Em sistemas mecânicos a termografia infravermelha é útil para localizar uma área problemática e indicar a raiz do superaquecimento. De modo geral, o calor é produzido no interior de um componente que não está visível para a câmera. Esse calor se apresenta como um padrão sobre a superfície do objeto e, assim, a câmera infravermelha o detecta. Procedimentos complementares como análise de vibração, análise de óleo e ultrassom podem ser empregados para localizar o problema e determinar a causa da falha (BRANCO, 2011). Considerações finais Em qualquer sistema industrial, a improvisação é sinônimo de prejuízo. Quando se improvisa, pode-se até evitar a paralisação da produção, mas perde-se em eficiência. Métodos preditivos estabelecidos pelos técnicos de manutenção evitam a improvisação e asseguram um trabalho uniforme e seguro. Os sistemas industriais são projetados e mantidos para desempenhar seu potencial produtivo dentro dos requisitos de qualidade. As práticas de manutenção do desempenho de equipamentos e máquinas têm por objetivo a implementação de técnicas que minimizem a frequência e a quantidade de operações de manutenção, a melhoria do processo de manutenção, a otimização dos recursos e a maximização da utilização dos meios de manutenção (FARIA, 2011). Uma gestão de manutenção bem sucedida deve considerar os fatores técnicos tradicionais e também novos fatores como a relação entre custo e eficiência, tempo de implementação, confiabilidade, segurança e qualidade total (DHILLON, 2002 apud FARIA, 2011). Em vez de esperar as falhas do equipamento, a empresa deve optar por uma manutenção preditiva. A manutenção preditiva através da termografia em equipamentos mecânicos e elétricos reduz a manutenção corretiva; reduz os custos de manutenção e o consumo de energia elétrica, pois contribui para o prolongamento da eficiência operacional dos sistemas analisados. Referências ALMEIDA, Márcio Tadeu. Manutenção preditiva: confiabilidade e qualidade. Disponível em: <http:// www.mtaev.com.br/download/mnt1.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2011. BRANCO, Renata. Análise de Sistemas Mecânicos usando termografia infravermelha. Disponível em: <http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/ conteudo/2299-analise-de-sistemas-mecanicos- usando-termografia-infravermelha/>. Acesso em: 2 mar. 2011. ENGELETRICA. Termografia. Disponível em: <http://www.engeletrica.com.br/eng_ termografia. htm>. Acesso em: 3 maio 2011. FARIA. Iolanda Balcky. Seleção de um redutor de engrenagem para um agitador e planejamento das ações de manutenção. Disponível em: <http://run. unl.pt/bitstream/10362 /2511/1/Faria_2009.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2011. LABOR E SOLUCTIONS. Termografia. Disponível em: <http://www.laborsolutions.com.br/ termografia. HTML>. Acesso em: 13 abr.2011. LIMA. Walter Costa; SALLES, José Antonio Arantes. Manutenção Preditiva: caminho para a Excelência e Vantagem Competitiva. Disponível em: <http://www.unimep.br/phpg / mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/616.pdf>. Acesso em: 2 de abril de 2011. PELLIZARI, E.; Martins C. O. D.; MENEZES, A. F. S.; REGULY A. Aplicações da termografia como ferramenta de manutenção preditiva em conectores elétricos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS DE MATERIAIS. Disponível em: <http://www.metallum.com. br/17cbecimat/resumos/17Cbecimat-307-001. pdf>. TELECURSO 2000. Introdução à manutenção. Aula 1. Disponível em: <http://www.aditivocad.com/ baixar-apostila.php?id=51b&rf=telecurso_2000_ 94 Termografia em manutenção preditiva: conceitos e aplicabilidades em máquinas e equipamentos industriais manutencao _mecanica&ld=2d1e4c4>. Acesso em: jan. 2011a. TELECURSO 2000. TPM Planejamento, Organização e Administração. Aula 2. Disponível em: <http://www.aditivocad.com/baixar-apostila. php?id=51b&rf=telecurso_2000_manutencao _ mecanica&ld=2d1e4c4>. Acesso em: jan. 2011b. VERATTI, Atílio Bruno. Sistema Básico de Inspeção Termográfica. Disponível em <http://www.ebah. com.br/login?redirect=/content/ABAAAAxCEAE/ programa-tpm-8-pilares-manutencao>. Acesso em: 12 abr. 2011. Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 31 Resumo — A termografia é um método não invasivo, indolor e sem contato físico que gera imagens de alta resolução. Objetiva-se com este artigo apresentar as principais aplicações biomédicas da termografia na atualidade. Efetuou-se a revisão da literatura por meio de busca eletrônica nas bases Wiley Online Library, ScienceDirect, Scielo, Google Scholar, IEEE Xplorer, Elsevier, Medline, Pubmed. O idioma de preferência selecionado foi o inglês com as palavras-chave: medical termography, medical infrared images, thermographic assessment, thermography assessment e medical infrared imaging. Seguindo o método retrospectivo, efetuou-se a procura de trabalhos com uma janela de tempo dos últimos cinco anos, de 2007 a 2012. Constatou-se, com certo grau de detalhamento, a aplicação da termografia nas áreas da ortopedia, odontologia, cirurgia, esporte, oncologia, cardiologia, angiologia, endocrinologia, medicina forense, hemodinâmica, obstetrícia, fisioterapia, e ergonomia. Conclui-se que o uso da termografia em conjunto com observações clínicas ou outros exames adicionais, pode ser decisivo para definir o diagnóstico médico ou para avaliar a eficácia das modalidades terapêuticas empregadas. Palavras-chave: Termografia; Engenharia Biomédica; Medicina; Diagnóstico por Imagem Abstract — Thermography is a non-invasive and non-painful technique that allows the generation of high resolution images without any physical contact. This paper presents the main applications involving biomedical thermography nowadays. For this purpose, it was performed a literature review through the known electronic based search options, such as, Wiley Online Library, ScienceDirect, Scielo, Google Scholar, IEEE Xplorer, Elsevier, Medline, Pubmed. Preferentially, it was used English language with the following keywords: medical termography, medical infrared images, thermographic assessment, thermography assessment e medical infrared imaging. It was followed the retrospective method, searching for research papers involving a window time of the last five years, from 2007 to 2012. It is noticed at a certain level of detail, that thermography is being applied mainly at the following areas: orthopedic, odontology, surgery procedures, sports, oncology, cardiology, angiology, endocrinology, Forensic Medicine, hemodynamics, obstetric, physiotherapy and ergonomic. Therefore, it is concluded that the use of thermography and other clinical observations and additional exams together, may assist to define medical diagnostics or to evaluate the efficacy of the therapeutic methods employed. Keywords: Thermography; Biomedical Engineering; Medicine; Medical Imaging diagnosis. Termografia na Área Biomédica Leanderson Franco de Meira1, Eddy Krueger 2, Eduardo Borba Neves 3, Percy Nohama2, Mauren Abreu de Souza 2 1. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC PR), Curitiba-PR, Brasil. 2. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba-PR, Brasil. 3. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba-PR, Brasil. e-mail: leandersonfm@gmail.com Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 32 1. INTRODUÇÃO Documentos datados de 400 aC já relatavam a relação entre a temperatura corporal e alterações fisiológicas para o tratamento de patologias. A partir da década de 1950, iniciaram-se estudos biomédicos envolvendo avaliações temográficas. Desde então, tanto a sensibilidade e resolução dos sensores térmicos quanto às técnicas de processamento de imagem têm evoluído bastante, inclusive em termos da abrangência de suas aplicações (1). Estudos publicados em 1978 por Harzbecker e cols (2) já apontavam a termografia como uma técnica promissora, capaz de medir sem contato, de forma rápida e dinâmica a energia térmica corporal, proporcionando a geração de imagens. Salientam, ainda, que processos funcionais e fisiopatológicos apresentam mudanças de temperatura, desta forma o uso de termografia para o diagnóstico de doenças a partir da observação térmica da superfície corporal poderia ser recomendado. A análise de imagens termográficas oferece uma abordagem útil para o diagnóstico e acompanhamento de vários distúrbios físicos1. Geralmente, a maioria das lesões tissulares está relacionada a variações no fluxo sanguíneo, as quais podem afetar a temperatura cutânea. Como exemplos, podem-se citar os processos inflamatórios que acarretam em hipertermia. Por outro lado, uma diminuição da perfusão pode causar hipotermia (3). Problemas iniciais como a baixa sensibilidade dos detectores e com limitações técnicas representavam uma enorme fonte de erro para termografia limitando e retardando a aceitação da técnica até os anos 1990. Desde então, os equipamentos para aquisição de imagens termográficas evoluíram significativamente. Os sistemas atuais de aquisição de imagem compreendem sofisticadas câmeras térmicas acopladas a computadores com programas específicos aonde as imagens podem ser processadas para obtenção de informações confiáveis. As imagens arquivadas apresentam boa qualidade, tornando a termografia um método de diagnóstico seguro e preciso (4). Atualmente, a termografia é um método de avaliação de anormalidades fisiológicas representadas pelo aumento ou diminuição da temperatura na superfície da pele, que pode ser aplicada sem restrições por se uma técnica não- invasiva, que produz imagens sem a utilização de radiação ionizante (5), além de ter potencial para diagnósticos in vivo, propiciando informações de processos fisiológicos em curso, em tempo real, aos terapeutas e pacientes 3. Neste sentido e, em virtude da recente e crescente interesse, pesquisa e utilização da termografia na área biomédica, o objetivo da pesquisa que culminou neste artigo foi apresentar uma revisão sistemática atualizada às aplicações biomédicas da termografia. 2. METODOLOGIA A busca de informações foi realizada nas bases Wiley Online Library, ScienceDirect, Scielo, Google Scholar, IEEE Xplorer, Elsevier, Medline, Pubmed. O idioma selecionado como preferencial foi o inglês, e as palavras-chave escolhidas: medical termography, medical infrared images, thermographic assessment, thermography assessment e medical infrared imaging. Seguindo o método retrospectivo, efetuou-se a procura de artigos com uma janela de tempo dos últimos cinco anos, de 2007 a 2012. Foram excluídos os trabalhos que não estavam de acordo com o escopo do artigo, ou seja que não apresentavam contextos relacionados à área biomédica. Após a realização da busca nas bases de dados, foram lidos os abstracts e eliminadas as duplicações. Selecionados os trabalhos a serem considerados, foram identificadas as áreas em que se enquadravam cada estudo e analisados os resultados da utilização da termografia nessas aplicações. 3. RESULTADOS Inicialmente, foram encontrados 66 trabalhos e, destes, selecionaram-se para revisão os 25 que apresentavam temas relacionados às aplicações biomédicas da termografia. Foram incluídos os trabalhos de Jiang e cols (1), Harzbecker e cols (2) e Mikulska e cols (4) com abordagem histórica da evolução da termografia na área médica, com datas de publicação anteriores à janela de tempo proposta devido à relevância de suas informações para o contexto do estudo, assim como duas obras clássicas relacionadas à termografia (6,7) e dissertações referentes a termografia na saúde para o acervo de imagens (8-10). No Quadro 1, enumeram-se os estudos que abordam aplicações práticas da termografia e seus respectivos principais parâmetros de abordagem. Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 33 Autor (ano) N Resolução geométrica Resolução de temperatura mínima detectável (° C) Aplicação da Termografia Zivcak e cols (2011)17 134 76.800 (320X240) 0,05 a 30 Síndrome do túnel do carpo Nahm e cols (2007)19 92 NI NI Disfunção temporo mandibular Kulis e cols (2012)24 12 76.800 (320X240) 0,07 a 30 Varicocele Hildebrandt e cols (2010)3 15 NI NI Lesões por overuse de joelho em esquiadores Lourenço e cols (2011)20 07 NI NI Complexo cranio cervico mandibular Tkacova e cols (2010)15 14 76.800 (320X240) 0,05 a 30 Síndrome do túnel do carpo Sivanandam e cols (2012)26 62 NI 0,05 a 30 Diabetes tipo 2 Niehof e cols (2007)16 26 76.800 (320X240) 0,05 a 30 Síndrome da dor regional tipo 1 Cooke e cols (2011)28 45 NI NI Lesões hemorragicas traumáticas Lee e cols (2007)21 20 NI NI Pós operatório de cirurgia ortognática Wu e cols (2009)32 53 76.800 (320X240) NI Síndrome dolorosa do cóccix Pauling e cols (2011)25 55 NI NI Fenômeno de Raynaud Pauling e cols (2012)29 14 NI NI Avaliação da função microvascular Song e cols (2007)23 Estudo de caso em rato imunodeprimido 81.920 (320X256) NI Tumor secundário a xenoenxerto Morasiewicz e cols (2008)18 18 NI NI Regeneração óssea Mijović e cols (2012)33 9 76.800 (320X240) 0,08 a 30 Avaliação de vestuário Trafarski e cols (2008)31 NI NI NI Resposta a crioterapia em portadores de artrite reumatóide Tkacova e cols (2010)14 20 NI NI Lesões músculo Esqueléticas NI = não indicado no estudo Quadro 1. Resoluções e apli�ações da termografia. Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 34 4. DISCUSSÃO Aspectos técnicos da Termografia na área médica A imagiologia médica começou com a aplicação dos raios-X na visualização interna de partes do corpo, em especial, a estrutura óssea. Com os avanços da ciência e da tecnologia médica, muitas técnicas de diagnóstico por imagem, tais como ressonância magnética, ultrassom, tomografia computadorizada, SPECT (tomografia computadorizada por emissão de um único fóton), PET (tomografia por emissão de posítron), entre outras modalidades, foram descobertas. As técnicas por imagem médica podem ser divididas em invasiva e não invasiva, e ionizante e não ionizante, sendo as técnicas não invasivas e não ionizantes mais seguras para os seres humanos, podendo ser repetidas inúmeras vezes sem prejuízos significativos para a saúde do avaliado (11). Quanto ao espectro eletromagnético, às modalidades de imagens médicas podem ser classificadas pela faixa de frequência da radiação eletromagnética em que atuam e, de modo geral, fornecem informações anatômicas. A termografia, por sua vez, é uma técnica digital que gera imagens bidimensionais referentes a dados fisiológicos, os quais associados a determinações anatômicas tornam possível a localização da área afetada e extensão de uma lesão ou estado patológico (3,11). Os sensores das câmeras termográficas geram imagens com base na quantidade de calor (radiação infravermelha) emitido na superfície do corpo. A tecnologia termográfica é uma forma de medir a radiação eletromagnética (no espectro de frequência na faixa do infravermelho), convertendo-a em sinais elétricos. Estes sinais são visualizados em tons de cinza ou em cores que representam os valores de temperatura. Geralmente, a termografia é avaliada por uma palheta de cores aonde, por exemplo, o azul representa baixa temperatura, o vermelho representa alta temperatura e a cor preta representa o espaço de ar (3). As técnicas de digitalização de imagens médicas em geral usam o espectro eletromagnético para a construção da anatomia interna proporcionando a visibilidade de tecidos e órgãos e podendo detectar tumores e outras anormalidades como mostra a Figura 1. A radiação infravermelha, que é parte do espectro eletromagnético, sendo uma alternativa potencial no diagnóstico por imagem11. Figura 1. Regiões acometidas por isquemia em uma pessoa que permanece sentada imóvel por mais de 1 h. O termograma representa a imagem térmica resultante da subtração digital das imagens obtidas antes e depois de permanecer sentado por 1 h. Imagem retirada de Gödke (8). A termografia é um método de diagnóstico não invasivo, indolor e seguro, tanto para o paciente quanto para o examinador. Tal técnica permite definir, por meio de mapeamento térmico, o estado fisiológico do tecido ou órgão examinado, baseando-se na emissão da radiação infravermelha do objeto ou corpo sob análise, a qual pode contribuir para o diagnóstico médico (12). O interesse das áreas médicas pela termografia é justificado pelo fato de que tal técnica pode ter uma aplicação generalizada para fins de diagnósticos, prognósticos, biometria, monitoramento de pacientes e cirurgias (13). Para a aquisição das imagens, torna-se essencial observar as normas técnicas senão ficarão comprometidas a qualidade e a precisão dos resultados. Pensando nisso, Tkacova e cols (14) conduziram um estudo de aplicação de imagem térmica para medir a distribuição da temperatura superficial das extremidades em vinte indivíduos saudáveis, com o objetivo de avaliar a técnica de medição mais adequada. Os autores observaram que não houve correlação entre a temperatura oral ou axilar e a temperatura da superfície da pele nas extremidades inferiores. Apenas uma pequena diferença (0,2 °C) foi observada em ângulos diferentes e distâncias diferentes da câmara. Os fatores relevantes para os resultados foram a temperatura ambiente e a umidade na sala de medida, a distância e o ângulo entre a câmera e o segmento avaliado. Hildebrandt e cols (3) salientam a importância de investigações sobre a confiabilidade visto que variações técnicas e alterações biológicas, tais Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 35 como o ritmo circadiano, podem resultar em ruídos de medidas. Para as aplicações médicas, normalmente são usadas câmeras com velocidade de trinta quadros por segundo, com resolução térmica de 0,1 °C e resolução das imagens de 320x240 pixels (15). Niehof e cols (16) avaliaram a sensibilidade, especificidade, confiabilidade e repetitividade na avaliação das imagens termográficas. Foram analisadas as diferenças das medidas termográficas das imagens por trinta e cinco diferentes observadores independentes, previamente orientados quanto à técnica de análise; porém, que não tinham experiência na prática da termografia. Os resultados do estudo monstraram sensibilidade de 71%, especificidade de 85%, repetibilidade de 0,5267 e confiabilidade de 0,4967. Os autores concluíram que as relações das imagens termográficas entre indivíduos doentes e saudáveis podem ser distinguidas mesmo por observadores inexperientes, no entanto, devido aos baixos resultados de confiabilidade e repetibilidade da avaliação, indicam a necessidade de padronização das análises e treinamento dos observadores. A Termografia na Ortopedia A termografia tem sido apontada como uma técnica adequada para avaliações dos distúrbios e lesões do sistema músculo-esquelético. Os termogramas são utilizados de forma complementar os exames convencionais, para identificar qual parte do sistema músculo- esquelético está afetada por uma determinada doença ou lesão ou para avaliar a eficácia do tratamento (14). Hildebrandt e cols (3) utilizaram a termografia para a avaliação de lesões por esforço repetitivo no joelho e tendinopatia patelar em esquiadores alpistas. O estudo foi realizado após programa de treinamento pré-temporada que incluiu saltos excessivos aumentando a tensão sobre o tendão patelar. Um grupo de quinze atletas foi acompanhado, dos quais sete atletas relataram sintomas de reações locais no joelho, os demais apresentavam-se assintomáticos. Os atletas sintomáticos apresentaram diferenças médias de temperatura entre o joelho sintomático e o joelho contralateral de 1,4 ± 0,58 °C, enquanto os atletas não sintomáticos tiveram uma variação média de temperatura entre os dois joelhos de 0,3 ± 0,61 °C (3). Zivcak e cols (17) avaliaram por meio da termografia a distribuição da temperatura da pele do dorso da mão de portadores de síndrome do túnel do carpo em comparação com indivíduos hígidos. Foi analisada uma base de dados de 268 imagens térmicas do lado dorsal de 120 voluntários saudáveis e 14 voluntários com diagnóstico clínico de síndrome do túnel do carpo. Os resultados do estudo indicaram maior temperatura dos dedos comparada à temperatura dos punhos nos indivíduos portadores da síndrome do túnel do carpo ao contrário dos indivíduos saudáveis que apresentaram extremidades com temperaturas mais baixas do que as temperaturas dos punhos. Morasiewicz e cols (18), baseados no fato de que a fase de regeneração óssea pós-fratura é caracterizada por um aumento do metabolismo e, consequentemente, da temperatura dos tecidos locais, avaliaram a correlação das análises termográficas com as evidências da radiografia. Para isso, acompanharam o caso de 18 pacientes em tratamento de distração osteogênica para alongamento ósseo com fixador externo Ilizarov. Os resultados indicaram correlação estatisticamente significativa entre a regeneração óssea e índices térmicos sendo que os valores médios do coeficiente de correlação de Spearman para a tíbia e fêmur foram de 0,925 (p <0,01) e 0,724 (p <0,05), respectivamente. A termografia mostrou-se um valioso complemento aos métodos tradicionais de diagnóstico de fraturas e pode ser usada para monitorar e avaliar a formação e remodelação dos ossos em todas as fases do tratamento. As Figuras 2 e 3 ilustram exemplos de imagens termográficas em sítios anatômicos distintos e com palhetas de representação térmicas diferentes. Figura 2: Imagem termográfica evidenciando um aumento de temperatura na região do metacarpo e dorso da mão direita em indivíduo com LER/DORT. Imagem retirada de Magas (9). Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 36 Figura 3: Imagem termográfica da parte anterior dos membros inferiores de um jogador de futebol, indicando assimetria entre os membros e a provável existência de lesão na musculatura do quadríceps (região mais clara, ou seja, de maior temperatura). Imagen cedida pelo Laboratório de Termografia Médica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A Termografia na Odontologia Nahm e cols (19) estudaram a viabilidade da aplicação da termografia na avaliação da disfunção da articulação temporo mandibular (DTM). Para isso, 61 voluntários com diagnóstico clínico de DTM e 31 voluntários normais e sem sintomas foram submetidos à termografia avaliando-se a diferença da temperatura dos lados opostos das articulações têmporo-mandibulares e dos músculos masseter. O grupo patológico apresentou variações de temperatura na articulação temporomandibular e no músculo masseter de 0,42 ± 0,38 °C e 0,38 ± 0,33 °C, respectivamente. Já o grupo controle apresentou variações de 0,10 ± 0,07 °C e 0,15 ± 0,10 °C para os mesmos pontos de avaliação. Lourenço e cols (20) avaliaram 7 pianistas da Escola Superior de Musica, da cidade de Porto em Portugal. A avaliação consistiu na aquisição de imagens termográficas em repouso antes de começar a tocar piano, durante a prática e ao final da atividade tendo como objetivo correlacionar os pontos de avaliação termográfica com os pontos de localização da dor. Um padrão de assimetria térmica foi detectado com temperaturas mais elevadas nos locais onde os pianistas relataram dor, tais como trapézio, pescoço e ombro. Outro resultado apontado pelos autores foi a observação de um pianista que apertava os dentes enquanto tocava piano no qual foi identificado que a temperatura inicial lateral da face foi de 32,4 ºC do lado direito e 33,3 ºC do lado esquerdo, sendo que depois de tocar piano, a temperatura subiu 1,8 º C e 1,2 ° C, respectivamente. A Termografia no Pós-cirúrgico Lee e cols (21) avaliaram termograficamente 20 pacientes portadores de deformidade dentofacial classe III submetidos à cirurgia ortognática. Este tipo de procedimento cirúrgico tem uma elevada incidência de lesões nervosas locais, desta forma, o objetivo do estudo foi avaliar por meio da termografia as lesões secundárias à cirurgia e seu processo de recuperação. Para isso, foram realizadas termografias no período pré-operatório, uma e quatro semanas após a cirurgia. Nos pacientes com lesão nervosa unilateral, a diferença das temperaturas do mento nos dois lados, foi de 0,64 °C uma semana após a cirurgia, diminuindo para 0,23 °C quatro semanas após a cirurgia. Nas imagens laterais, as diferenças de temperatura do mento foram de 0,10 °C após uma semana e 0,27 °C quatro semanas após a cirurgia. Nos pacientes com lesão nervosa bilateral, sob o ponto de vista ântero-posterior, as diferenças das temperaturas do mento nos 2 lados foram de 0,20 °C após uma semana de pós-operatório e 0,13 °C após quatro semanas. Nas vistas laterais, as diferenças foram 0,18 °C após uma semana e 0,34 °C, quatro semanas após a cirurgia. A análise das medidas da visão ântero-posterior mostrou resultados estatisticamente significativos em pacientes com lesão unilateral de nervo. Os autores concluiram que a termografia é um método de avaliação objetivo que pode ser aplicado de maneira complementar para o diagnóstico de lesões nervosas secundárias em cirurgias ortognáticas. A Termografia no Esporte Bandeira e cols (5) realizaram um estudo no qual dividiram atletas de futebol em dois grupos: o de controle, que participou de atividade de baixa intensidade e o grupo experimental, o qual realizou exercícios de agachamento, rack e mesa extensora (nesta ordem) a 80% da carga máxima individual. Os sujeitos do grupo experimental realizaram séries consecutivas até a exaustão, com intervalos de 90 segundos entre as séries. No estudo citado, os pesquisadores não encontraram correlação entre a CK e a variação de temperatura nos músculos estudados, porém, encontraram diferença de temperatura estatisticamente significativa entre a avaliação pré e pós-atividade, para os músculos analisados exclusivamente no grupo experimental, sugerindo Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 37 que os exercícios realizados por este grupo foram capazes de produzir microlesões, que desencadearam um processo inflamatório, e consequentemente, causou variação significativa na temperatura do local. As figuras 4 e 5 mostram identificações de temperatura através da termografia de um jogador de rúgbi antes e após um jogo. Figura 4: Imagens infravermelhas da região posterior do tronco de um jogador de rúgbi adquiridas em dois momentos distintos: antes de um jogo (a) e 48 h após um jogo (b). Avaliando as concentrações de CK, o primeiro termograma corresponde a um momento de menor CK ) e o segundo, de maior CK. Na região de maior temperatura 34,8 �C, é provável que exista uma lesão. Imagem retirada de Bandeira (10). Figura 5: Imagens infravermelhas da região anterior do tronco de um jogador de rúgbi adquiridas em dois momentos distintos: antes de um jogo (a) e 48 h após um jogo (b). Avaliando as concentrações de CK, o primeiro termograma corresponde a um momento de menor CK ) e o segundo, de maior CK. Na região de maior temperatura 34,8 �C, é provável que exista uma lesão. Imagem retirada de Bandeira (10). A Termografia na Oncologia O câncer é uma doença cujas incidências e mortalidades destacam-se no contexto da medicina. De fato, o reconhecimento e tratamento precoce podem ser significativos na sobrevida dos pacientes. Os dispositivos de investigação não invasivos, geralmente são capazes de reconhecer tumores com diâmetros superiores a 1 cm. Já a termografia, baseada no conceito de que a projeção de calor na pele pode indicar um estado de doença, é capaz de reconhecer tumores com diâmetros menores do que 0,5 cm, sendo capaz de diagnosticar certos casos antes da detecção por outros dispositivos médicos. Todavia, o contorno e textura da região tumoral são parâmetros muito importantes na investigação dos oncologistas. Neste sentido, Gavriloaia e cols (22) propuseram um método aperfeiçoado de filtragem que reduz o ruído em imagens infravermelhas, podendo realçar e preservar bordas, e aplicaram essa nova técnica na avaliação de um tumor localizado na região da glândula tireóide, com a qual obtiveram uma melhor delimitação da área, textura mais homogênea e coloração mais clara da região do tumor (22). A evolução de um tumor usualmente está associada à angiogênese e ao aumento do fluxo sanguíneo periférico, o que pode resultar no aumento da tempertura local da pele de 1 a 2 ºC. Assim sendo, a imagem termográfica pode representar um método adjuvante no monitoramento do crescimento e controle dos tumores. No estudo conduzido por Song e cols (23), aplicou-se a técnica de xenoenxerto em ratos imunodeprimidos para detectar as mudanças de temperatura da superfície da pele por meio da termografia. Os resultados mostraram diminuição da temperatura nos ratos três dias antes de quaisquer sinais visíveis e palpáveis de tumor em contraste com o aumento de temperatura da pele normalmente associados ao câncer em humanos. As áreas dos tumores eram mais frias do que o tecido em torno deles e, além disso, a temperatura dos tumores xenoenxertados diminuiu progressivamente à medida que a área cresceu durante o período de observação. Os resultados do estudo indicam que a imagiologia termográfica tem considerável potencial contributivo no controle da evolução e resposta ao trabatamento de xenoenxertos tumorais (23). A Termografia na Cardiologia e na Angiologia Na área cardiológica, há inúmeras pesquisas buscando novos métodos de identificação das placas ateroscleróticas vulneráveis, em grande parte, baseados na avaliação do processo de inflamação relacionado ao desenvolvimento das placas ateroscleróticas. Com a aplicação da termografia nos vasos sanguíneos, é possível medir a temperatura de suas paredes, a fim de detectar as placas ateroscleróticas vulneráveis e avaliar o potencial risco de ocorrência da Pan American Journal of Medical Thermology Pan Am J Med Thermol 1(1): 31-41 38 síndrome coronária aguda (12). Kulis e cols (24) analisaram a aplicação da termografia no diagnóstico de varicocele, doença definida pela formação de varizes nas veias do escroto associada à infertilidade masculina. O grupo estudado consistiu de 10 voluntários com idade média de 18,2 ± 2,4 anos com diagnóstico clínico de varicocele. Foram observadas as médias de temperatura na bolsa escrotal esquerda de 34,65 ± 0,66 °C e na direita 32,53 ± 0,78 °C e no testículo esquerdo de 33,58 ± 0,97 °C, enquanto no testículo direito era 32,19 ± 0,81 °C. A diferença de temperatura entre os lados esquerdo e direito da bolsa escrotal foi de 2,12 ± 1,08 °C e entre testículos foi de 1,39 ± 1,20 °C. Nesse caso, concluiu-se que a termografia obteve sucesso na confirmação do diagnóstico de varicocele em todos voluntários. Pauling e cols (25) e seus colaboradores utilizaram a termografia para a investigação do fenômeno de Raynaud através de um teste de estresse em baixas temperaturas que simulava condições ambientais variadas e suas repercusões sobre a função circulatória de extremidades. Os experimentos demonstraram, a exemplo da literatura revisada pelos autores a utilidade da avaliação termográfica no contexto da patologia. A Figura 6 ilustra um termograma para avaliação de um caso de trombose. Figura 6: Imagem infravermelha da porção anterior (A) e posterior (B) dos membros inferiores de um indivíduo com trombose venosa profunda (TVP). A assimetria térmica entre os membros indica o acometimento da TVP na perna esquerda na região mais clara, ou seja, de maior temperatura, decorrente da alteração circulatória nessa região. Imagen cedida pelo Laboratório de Termografia Médica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A Termografia na Endocrinologia Sivanandam e cols (26) avaliaram a aplicação da termografia, tanto para diagnóstico como prevenção de diabetes tipo 2, em comparação com ensaios bioquímicos de hemoglobina glicada. Um total de 62 voluntários, 30 diabéticos e 32 não diabéticos foram submetidos ao exame termográfico. No grupo de diabéticos, a hemoglobina glicada mostrou correlação negativa com a temperatura na região da carótida (r = - 0,471, p = 0,01) e a temperatura média da pele foi mais baixa do que o grupo normal em regiões do corpo como joelho (p = 0,002), tíbia (p = 0,003), testa (p = 0,014) e palma da mão (p = 0,019). Com o estudo, concluiu-se que com o aumento da hemoglobina glicada a temperatura da pele diminui, sendo que tal diminuição da temperatura da pele pode decorrer da diminuição da taxa metabólica basal, diminuição da perfusão sanguínea e da elevada resistência à insulina. Para esses autores, a termografia pode ser usada como uma ferramenta de diagnóstico, bem como de prognóstico para o diabetes tipo 2. A Termografia na Medicina Forense A medicina forense é uma área médica na qual o uso da termografia tem sido utilizado de maneira complementar aos recursos já existentes, especialmente no âmbito dos exames pós-morte. Notavelmente, as alterações patológicas e os danos estruturais do tecido influenciam a condutividade térmica e a capacidade de resposta a um teste de termografia. Assim, a análise de uma sequência de termogramas registrados durante processos térmicos transitórios, aquecimento ou resfriamento, pode ser relevante no contexto médico-legal dos diagnósticos de morte (27). A Termografia na Hemodinâmica A termografia fornece uma medida da irradiação do calor através da microcirculação, de aproximadamente 1 a 2 mm abaixo da superfície da pele. Considerando que o fluxo sanguíneo da pele diminui progressivamente com reduções de pressão sanguinea, Cooke e cols (28) sugeriram que a termografia também pode ser aplicável para a avaliação de lesões hemorrágicas traumáticas e propuseram sua utilização como um indicador de sinal de vida aplicado a vítimas
Compartilhar