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Autor Milton Mentz Sumário 1. Introdução. 2. Métodos para avaliação de indicações. 2.1. Determinação da posição de descontinuidades. 2.2. Avaliação do tamanho de descontinuidades. 2.2.1. Análise da Ecodinânica. 2.2.2. Análise da Amplitude do Eco. 2.2.2.1. Métodos Diretos 2.2.2.2. Métodos Indiretos 3. Refletores de Comparação. Leis da distância e tamanho. 3.1. Introdução. 3.2. Parede oposta / eco de fundo 3.3. Furo cilíndrico transversal 3.4. Disco plano refletor 3.5. Conclusões 4. Método AVG. Diagramas AVG. Escalas AVG. 4.1. Método AVG 4.2. Diagrama AVG 4.2.1. Diagrama AVG geral ou normalizado 4.2.2. Diagramas AVG especiais 4.3. Escalas AVG 5. Utilização do diagrama AVG 5.1. Registro pela altura de referência 5.1.1. Ajustagem da sensibilidade 5.1.1.1. Determinação do ganho primário 5.1.1.2. Determinação das correções do ganho 5.1.1.3. Determinação do ganho complementar 5.1.2. Avaliação das descontinuidades 5.2. Registro pela curva de referência 5.2.1. Introdução 5.2.2. Transcrição da curva de referência 1 5.2.3. Ajuste da sensibilidade 5.2.3.1. Determinação do ganho primário 5.2.3.2. Determinação das correções do ganho 5.2.3.3. Determinação do ganho complementar 5.2.4. Avaliação das Descontinuidades 6. Correções do ganho 6.1. Correção do bloco 6.2. Correção da transferência. Correção do acoplamento 6.2.1. Introdução 6.2.2. Determinação da correção da transferência 6.2.3. Determinação da correção do acoplamento 6.3. Correção da Atenuação Sônica 6.3.1. Introdução 6.3.2. Cálculo da correção da Atenuação 6.3.2.1. Correção Individual 6.3.2.2. Traçado da Curva de Atenuação 6.3.2.3. Correção da curva de referência 6.3.3. Influência na correção de Transferência 6.3.4. Determinação do coeficiente de Atenuação Sônica α 7. Exemplos de utilização do diagrama AVG 7.1. Registro pela altura de referência (I) 7.2. Registro pela altura de referência (II) 7.3. Registro pela curva de referência. 7.4. Correção por atenuação da curva de referência. 8. Anexos: Fórmulas, diagramas, tabelas. 2 1. Introdução A técnica convencional de Ultra-som (pulso-eco / representação A) fornece- nos basicamente duas informações: tempo consumido pelo som para atingir e retornar de um refletor e intensidade relativa do eco proveniente deste refletor. A partir destas informações básicas, podemos concluir sobre outras duas: distância deste refletor ao transdutor de ultra-som e refletividade deste refletor. Do ponto de vista de inspeção, conseguimos com estas informações, o seguinte: 1) Constatar a existência de descontinuidades nos materiais, com boa confiabilidade; 2) Determinar as coordenadas destas descontinuidades, com boa precisão; 3) Analisar formato e tamanho das descontinuidades, com sérias restrições. As limitações existentes para a avaliação do tamanho das descontinuidades detectadas residem no fato de que a informação que nos é fornecida, amplitude estática e/ou dinâmica do eco, é dependente da refletividade da descontinuidade. A refletividade de uma descontinuidade é função não apenas do tamanho, mas também da forma, posição, orientação, tipo de superfície e outras características desta descontinuidade. Assim sendo, é temerário senão impossível com as técnicas convencionais determinar-se com precisão o tamanho das descontinuidades detectadas. A maioria dos métodos empregados prefere determinar a refletividade relativa ou o que pode se chamar de “Refletor Equivalente” à descontinuidade avaliada. Por “Refletor Equivalente” define-se o tamanho de um refletor teórico, ideal, que apresente a mesma refletividade que a descontinuidade detectada, nas mesmas condições de teste. Os critérios de aceitação mais coerentes com as limitações da inspeção por Ultra-som não fixam tamanhos máximos aceitáveis de defeitos, mas sim fixam a refletividade máxima aceitável ou o tamanho do Refletor Equivalente Máximo aceitável. 3 2. Método para Avaliação de Indicações. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DE INDICAÇÕES ANÁLISE DE TEMPO DE TRÂNSITO MÉTODOS DIRETOS (Refletores Reais) 2.1. Determinação da Posição de Descontinuidades. A posição do eco na escala horizontal da tela do aparelho de Ultra-som é função do “tempo de Trânsito”, ou seja, o tempo necessário para o som viajar desde o transdutor até o refletor e retornar ao transdutor. Conhecendo-se a velocidade do som no material sob inspeção, pode-se calibrar a escala horizontal diretamente em “Caminho Sônico” (S), ou seja, a distância entre o ponto de emissão do cabeçote e o refletor. Desta forma, a leitura da posição do eco na escala horizontal nos fornece diretamente a distância do refletor ao cabeçote. Conhecendo-se o ângulo do cabeçote utilizado e a posição do mesmo sobre a peça no caso de cabeçotes angulares, pode-se por triangulação determinar as coordenadas horizontais (a e q) e de profundidade (b), da descontinuidade detectada. Ainda no caso de cabeçotes angulares, pode-se alternativamente calibrar a escala não em caminho sônico (S), mas em distância projetada (a), que corresponde à posição do refletor à frente do ponto de emissão do cabeçote, ou mesmo em distância projetada reduzida (a’), que corresponde à posição do refletor à frente da borda dianteira do cabeçote. Por último, pode-se ainda calibrar a escala em valores de profundidade (b), o que nos indica diretamente a que profundidade se encontra o refletor abaixo da superfície de inspeção. (Veja fig. 2.1.1.). AVALIAÇÃO DO TAMANHO DETERMINAÇÃO DA POSIÇÃO ANÁLISE DE ECODINÂMICA ANÁLISE DA AMPLITUDE DO ECO -6dB -20dB MÉTODOS INDIRETOS (Leis da Acústica) CURVAS DE COMPARAÇÃO CURVAS DE REFERÊNCIA BLOCOS DE COMPARAÇÃO MÉTODO AVG 4 X: índice do transdutor (distância do ponto de emissão à borda dianteira) α : ângulo do feixe central s: caminho sônico, do ponto de emissão, ao refletor a: distância projetada: a = s . sen α a’: distância projetada reduzida: a’ = a – x b: cateto oposto do triângulo sônico: b = s . cos α = a / tan α t : profundidade do refletor: t = b se 0 < b ≤ d t = 2d – b se d < b ≤ 2d t = b – 2d se 2d < b ≤ 3d A’: posição do transdutor (borda dianteira) em relação à linha de referência (p. ex.: centro de solda). A: posição do transdutor (ponto de emissão) em relação à referência. q: coordenada transversal do refletor em relação à referência. q = A’ – a’ = A – a 2.2. Avaliação do tamanho de descontinuidades 2.2.1. Análise da Ecodinâmica Nos métodos para avaliação do tamanho de descontinuidades através da análise da ecodinâmica, é considerada não a amplitude do sinal obtido do refletor, mas sim o comportamento desta amplitude, bem como do tempo de trânsito, quando deslocamos o transdutor a partir da posição em que temos o sinal otimizado. Avaliando-se a ‘’rapidez” com que cai o sinal, e conhecendo-se a α b t S d A' aq a' x superfície de inspeção superfície oposta refletor α A Figura 2.1.1 - Triângulo Sônico 5 geometria do feixe sônico empregado, pode-se auferir informações sobre o comprimento ou mesmo a altura de descontinuidades. Figura 2.1 – Método da queda de 6dB – Chapa com dupla laminação. Figura 2.2 – Método da queda de 6dB – Defeito em Solda Entre os métodos mais empregados de análise da ecodinâmica, cita-se o método de “Queda de 6dB”, usualmente utilizado para a determinação de comprimentos de defeitos em Soldas e extensão de áreas de dupla-laminação.Também freqüentemente utilizado é o método de “Queda de 20 dB”, para a avaliação da altura e orientação de defeitos em uniões soldadas. x/m 6 2.2.2 Análise da Amplitude do Eco. Nos métodos para avaliação do tamanho de descontinuidades através da análise da “amplitude do eco” ou “altura do sinal na tela”, é feita uma comparação, direta ou indireta, entre o sinal obtido de descontinuidades reais, com o sinal obtido de refletores conhecidos. 2.2.2.1. Métodos Diretos. Diz-se que o método é por comparação direta quando o sinal do defeito real é diretamente comparado na própria tela do aparelho, com o sinal obtido de um refletor conhecido introduzido na própria peça sob inspeção ou em blocos de comparação de características semelhante (material e dimensões) às da peça sob inspeção. Um exemplo de método é o método proposto pelo Código ASME-Seção V, em que as descontinuidades a serem avaliadas têm seus sinais comparados com uma linha de comparação (linha de referência) traçada na própria tela do aparelho. Esta linha é determinada pela amplitude dos ecos obtidos ultrassonando-se a diversas distâncias um furo cilíndrico padronizado (refletor de comparação), usinado em um bloco de comparação (bloco de referência) de mesmo material da peça a inspecionar. A principal restrição a este método é a necessidade de um bloco de comparação para cada material e faixa de espessura a serem examinados, o que restringe a praticidade e versatilidade do ensaio ultra-sônico. 2.2.2.2. Métodos Indiretos. Nos métodos indiretos de análise da amplitude do eco as comparações de amplitudes são feitas baseando-se em leis acústicas, que permitem relacionar entre si o sinal das descontinuidades a analisar, o sinal do refletor utilizado para a calibração da sensibilidade do ensaio e o sinal que obteríamos do refletor ideal adotado como critério de aceitação. As leis acústicas empregadas avaliam a influência do tipo de refletor, tamanho de refletor, caminho sônico até o refletor e atenuação sônica do material sob inspeção. Assim, é possível estabelecer-se um tipo e tamanho de defeito como limite de aceitação, ajustar-se o equipamento utilizando-se outro tipo e tamanho de refletor de calibração, usinado em um bloco de ajustagem cujo material não necessita ser o mesmo do material a inspecionar. O principal método indireto utilizado é o método AVG (DGS), que emprega diagramas que correlaciona tamanhos de refletores do tipo disco plano, com a amplitude relativa obtida a diversas distâncias, em um material ideal com atenuação sônica nula. A grande vantagem deste método reside justamente na sua versatilidade, dispensando o uso de uma infinidade de blocos de comparação. Também a alta reprodutibilidade de resultados é um dos aspectos positivos do método. 7 3. Refletores de Comparação. Leis da distância e tamanho. 3.1. Introdução A ajustagem da sensibilidade de teste em aparelhos de ultra-som é normalmente feita usando-se como referência o sinal obtido de refletores padrão, os assim chamados refletores de comparação. Os refletores de comparação mais utilizados são a parede oposta, o furo cilíndrico transversal e o disco plano refletor. Cada um destes refletores apresenta um comportamento diverso em termos de refletividade e influência do caminho sônico e tamanho do refletor. A relação entre a variação no caminho sônico ou tamanho do refletor e a correspondente alteração no eco de resposta é definida por leis acústicas simples. 3.2. Parede Oposta / Eco de fundo Como parede oposta, é definido um refletor plano, perpendicular ao feixe sônico e maior do que o diâmetro do feixe sônico. A altura do eco de fundo proveniente da parede oposta diminui no campo remoto inversamente proporcional ao aumento de distância da parede ao transdutor. Em representação logarítmica, tem-se uma queda de 6dB a cada duplicação do caminho sônico. Figura 3.1. – Lei da distância para o eco de fundo – representação linear. H2 H1 S1 S2 = H (%) S N 8 Figura 3.2. – Lei da distância para o eco de fundo – representação logarítmica. a) Relação de Amplitudes: H2 = S1 H1 = S2 S2 = 2 S1 → → H2 = 0,5 H1 ; ∆H = -6dB b) Variação no Ganho: ∆V { dB } = 20 log S2 S1 ∆V » S2 = S1 . 10 20 No caso de transdutores angulares, quando se usa a superfície curva dos blocos V1 ou V2 como parede oposta para fins de ajuste da sensibilidade, devem ser consideradas as correções necessárias no ganho, conforme apresentado no item 6.1.. 3.3. Furo Cilíndrico Transversal – FCT Como refletor de comparação pode também ser utilizado um furo cilíndrico, usinado paralelamente à superfície de acoplamento do transdutor, situando-se pois transversalmente ao feixe sônico. O comprimento do furo deve ser maior do que o diâmetro do feixe sônico, sendo definido por: C ≥ 2 . S . λ {mm}, onde : C : comprimento do furo em mm. D S : caminho sônico em mm. λ : comprimento de onda em mm. D : diâmetro do cristal em mm. O diâmetro mínimo do furo deve satisfazer: C ≥ 1,5 λ {mm} O caminho sônico até o furo cilíndrico, para efeito de ajuste de sensibilidade, deve satisfazer: Sρ > 0,7 N {mm} H (dB) S1 S2 = 2 S1 log S N 9 A altura do eco proveniente de um furo cilíndrico transversal varia em função da distância e do diâmetro do furo, conforme as relações abaixo: a) Relações de amplitude: a.1) H2 = S1 1,5 = S1 . S1 H1 S2 S2 S2 S2 = 2 S1 → → → H2 = 0,35 H1 ; ∆H = -9 dB Tem – se uma queda de 9 dB a cada duplicação do caminho sônico a.2) H2 = D2 0,5 = D2 H1 D1 D1 D 2 = 2 D1 → → → H 2 = 1,4 H1 ; ∆H = + 3 dB Tem – se um aumento de 3 dB a cada duplicação do diâmetro do furo. b) Variação no Ganho: b.1.) ∆V { dB } = 30 log S2 S1 ∆V » S2 = S1 . 10 30 b.2.) ∆V { dB } = 10 log D1 D2 - ∆V » D2 = D1 . 10 10 Figura 3.3.1 – Leis da Distância e do Ø para furo cilíndrico – representação linear H (%) S H2 H1 D2 D1 = √ 10 Figura 3.3.2 – Leis da Distância e do Ø para furo cilíndrico – representação logarítmica. Quando se utilizar um furo cilíndrico transversal como refletor de ajustagem para o método AVG, é necessário determinar-se qual o diâmetro do disco plano refletor equivalente. Através da expressão abaixo, calcula-se qual o diâmetro do disco plano refletor (Ddpr), que nas mesmas condições de caminho sônico (s) e comprimento de onda (λ), apresenta a mesma refletividade que um furo cilíndrico transversal de diâmetro Dfc. Ddpr = 4 0,2 . λ 2 . Dfc . S {mm} A mesma correlação pode ser obtidados diagramas abaixo para as freqüências de 2 e 4 Mhz em aço, com ondas transversais. Figura 3.3.3 – Correlação entre Furo Cilíndrico Transversal e Disco plano refletor, em aço, com ondas transversais. (f = 2 e 4 Mhz) 3.4. Disco plano refletor – DPR H (dB) S1 S2 = 2 S1 log S N - 9 dB 11 Como disco plano refletor define-se um refletor ideal, de formato circular, plano e transversal ao feixe sônico, refletindo ao transdutor 100% da energia sonora incidente sobre si. (Fig. 3.4.1.) Construtivamente, obtém-se um disco plano refletor pela usinagem de um furo cilíndrico de fundo chato, alinhado com a direção de propagação do feixe sônico. No caso de transdutores angulares, isto é, de difícil obtenção, preferindo-se fazer o ajuste de sensibilidade em um furo cilíndrico transversal e calculando-se o disco plano refletor equivalente nas mesmas condições. A altura do eco proveniente de um disco plano refletor apresenta uma queda de 12 dB a cada duplicação do caminho sônico e um aumento de 12 dB a cada duplicação do diâmetro do refletor. É portanto o refletor mais sensível a variações de diâmetro e distância, sendo por isto o mais apropriado para a função de descrever a refletividade de descontinuidades naturais. As relações que descrevem o comportamento do disco plano refletor são: a) Relações de Amplitude: a.1.) H2 = S1 2 S2 = 2 S1 -------- H2 = 0,25 H1 ; H1 S2 ∆H = -12 dB a.2.) H2 = D2 2 D2 = 2 D1 --------- H2 = 4 H1 H1 D1 ∆H = +12 dB b) Variações no Ganho: ∆V b.1.) ∆V {dB} = 40 log S2 » S2 = S1 * 10 40 S1 -∆V b.2.) ∆V {dB} = 40 log D1 » D2 = D1 * 10 40 D2 Figura 3.4.1. – Disco plano refletor. Eixo do Feixe Sônico Reflexão Total Disco Plano Refletor Feixe Sônico 12 Figura 3.4.2 – Leis da Distância e do Ø para disco plano refletor. Representação linear. Figura 3.4.3 – Leis da Distância e do Ø para disco plano refletor; Representação Logarítmica. 3.5 Conclusões. O refletor padrão de mais fácil obtenção prática é o furo cilíndrico transversal. O refletor mais sensível a variação de tamanho e distância é o disco plano refletor. É possível determinar-se a equivalência entre um furo cilíndrico transversal e um disco plano refletor, mas esta não é constante e sim função do caminho sônico e comprimento de onda utilizado. A dependência entre variação de caminho sônico e amplitude de eco para os diversos tipos de refletores é apresentada na Fig. 3.5.1. Um resumo das leis da acústica utilizada é apresentado na Fig. 3.5.2. H (dB) S - 12 dB S1 S2 = 2 S1 log S N Diagrama AVG H (dB) 13 Figura 3.5.1 – Dependência entre variações de caminho sônico S2 variação de amplitude de eco {db}. S1 dB 30 20 10 0 1 2 3 4 5 S2 S1 14 Figura 3.5.2 – Leis de distância e tamanho de refletores ideais no campo remoto. 4. Método AVG / Diagrama AVG / Escalas AVG. 4.1. Método AVG. O método AVG para avaliação do tamanho de descontinuidades visa determinar qual o tamanho do disco plano refletor equivalente, em termos de refletividade, à descontinuidades detectada. A amplitude do eco obtido da descontinuidade a avaliar é expressa em termos de Ø DPR ou em termos de excesso de amplitude, em dB, em relação ao critério de aceitação pré-estabelecido. A comparação do sinal obtido é feita com o auxílio de diagramas que correlacionam a distância e tamanho de discos planos refletores com a variação de ganho e com o eco de fundo de uma parede oposta. A = Abstand = distância = distance = D V = Verstärkung = amplificação, ganho = gain = G G = Grösse = tamanho = size = S 15 4.2. Diagrama AVG. O diagrama AVG (Fig. 4.1 e 4.2.) apresenta no eixo das abscissas o caminho sônico desde o transdutor até o refletor e no eixo das ordenadas a variação relativa no ganho. Cada uma das curvas apresenta a refletividade relativa de discos planos refletores de diversos diâmetros. Também a curva referente ao eco de fundo (∞) é apresentada no diagrama. As curvas traçadas consideram um meio de propagação ideal, com atenuação sônica (α) nula. Para o caso de materiais com elevada atenuação sônica, isto pode ser considerado através da introdução de correções apropriadas (veja item 6.3.). É importante salientar que o ganho apresentado no eixo das ordenadas é relativo, e não tem nenhuma relação direta imediata, com o ganho lido no potenciômetro do aparelho de ultra-som. Existem basicamente dois tipos de diagramas AVG: - Diagrama AVG geral ou normalizado - Diagramas AVG especiais 4.2.1. Diagrama AVG geral ou normalizado (Fig. 4.1.) No diagrama AVG geral o tamanho do refletor G é apresentado em relação ao diâmetro efetivo do cristal do transdutor, através da relação: G = Ddpr Deff 16 Figura 4.1 – Diagramas AVG Normalizado (geral) 17 Também o caminho sônico (S) é apresentado em relação ao campo próximo N, através da relação A = S . O caminho sônico a considerar é o N caminho sônico total, desde o cristal até o refletor incluindo inclusive o trecho na cunha de acrílico nos transdutores angulares. A diferença de velocidade deve ser considerada, através da fórmula: Stotal = S1 . C1 + S2 {mm}, onde: C2 Stotal = caminho sônico total para o cálculo de A = S {mm} N S1 = caminho sônico real na cunha de acrílico {mm} C1 = velocidade do som na cunha de acrílico {m/s} C2 = velocidade do som no material a inspecionar {m/s} S2 = caminho sônico no material a inspecionar {mm} O campo próximo N é calculado por: N = D2ef = D2ef . f {mm} , onde: 4 λ 4 C Def = diâmetro efetivo do cristal {mm} λ = comprimento de onda {mm} f = freqüência do transdutor {Mhz} ou {Hz} C = velocidade do som no material {Km/s} ou {mm/s} O diagrama AVG assim elaborado torna-se válido para qualquer tipo de transdutor, normal ou angular, grande ou pequeno, de qualquer freqüência e para qualquer material a inspecionar. O uso do diagrama AVG geral é extremamente trabalhoso e só se recorre a ele na ausência de um diagrama AVG especial ou quando se inspeciona outro material que não aço. 4.2.2 Diagramas AVG especiais (Fig. 4.2.) Os diagramas AVG especiais são elaborados especificamente para um determinado transdutor e em geral para o aço. A distância apresentada no eixo das abscissas é diretamente o caminho sônico (S) no material ou eventualmente a distância projetada reduzida (a’). 18 V (dB) Figura 4.2. – Diagrama AVG especial 19 As diversas curvas correspondem diretamente a diâmetros de discos planos refletores. Alguns diagramas especiais apresentam ainda qual a correção do bloco de calibração (∆VK) a ser adotada. A atenuação sônica considerada contínua sendo nula, permanecendo a necessidade de correção em materiais de atenuação sônica elevada ( α ≥ 40 dB/m ). 4.3. Escalas AVG (Figura 4.3 e 4.4.). O método AVG pode também ser aplicado através da utilização de escalas gravadas em lâminas de acrílico a serem justapostasem frente à tela do aparelho de ultra-som. Estas escalas contêm entre outras informações, diversas curvas de referência através das quais é feita a avaliação das descontinuidades detectadas. Outras informações normalmente contidas são: - marcações para a ajustagem da escala de distâncias, normalmente em distância projetada reduzida (a’) no caso de transdutores angulares. - ponto de ajustagem para determinação do ganho primário (Gp). - curva do eco de fundo para determinação da correção do acoplamento (∆VA). - ganho complementar (∆V) para determinação do ganho de varredura (Gr) para diversos limites de registro. É importante salientar que ao contrário dos diagramas AVG, na maioria das escalas AVG está considerada uma atenuação sônica média, indicada na própria escala. Figura 4.3 – Escala AVG 1 – Marcações para ajustagem da escala, em distâncias projetada 20 reduzida; 2- Ponto de ajustagem para o ganho primário; 3 –Curva do eco de fundo no bloco V1 para determinação de ∆VA 4 – Curva do eco de fundo na peça 5 – Curvas de referência para Ø DPR de 0,7 a 0,9 mm; 6 – Ganho complementar (∆V) na margem da escada. Figura 4.4. – Escala AVG. 1 – Marcações para ajustagem da escala, em a’. 2 – Ponto de ajustagem para o ganho primário. 3 – Curva do eco de fundo do bloco V1 e da peça, para determinação de ∆VA. 4 – Curvas de referência para diversas distâncias. 5 – Ganho complementar para diversos limites d registro. 5. Utilização do diagrama AVG. 5.1. Registro pela “ Altura de referência “. 5.1.1. Ajustagem da sensibilidade. GR = Gp + ∆Vk + ∆Vt + ∆V 5.1.1.1. Determinação do ganho primário Gp. O ganho primário Gp é o ganho lido no aparelho, necessário para colocar em determinada altura da tela (p.ex. 40%) o eco otimizado proveniente do refletor de ajustagem. 21 Na amplitude escolhida (p.ex. 40%), que será a “Altura de Referência”. No diagrama AVG determina-se o Ponto de Ajustagem. Este é obtido pelo cruzamento da linha vertical correspondente ao caminho sônico até o refletor de ajustagem com a curva correspondente ao refletor de ajustagem adotado. No caso de eco de fundo ou eco do semi-arco do V1 ou V2 , esta curva é a curva de eco de fundo (∞). Por este ponto no diagrama AVG traça-se uma linha horizontal, que será a Altura de Ajustagem. 5.1.1.2. Determinação das correções do ganho (∆VK e ∆VT). Ver itens 6.1. e 6.2. 5.1.1.3. Determinação do Ganho Complementar (∆V) A Altura de Ajustagem marcada no diagrama AVG como descrito em 5.1.1.1. é obtida através do Refletor de Ajustagem adotado, que não é necessariamente o limite de registro especificado. Este depende da especificação adotada, sendo em geral função da espessura inspecionada. No método AVG o limite de registro é geralmente especificado como sendo um determinado diâmetro de Disco Plano Refletor (DPR). Para compensar a diferente refletividade entre o refletor de ajustagem utilizado e o limite de registro especificado, é necessário introduzir-se uma correção chamada de Ganho Complementar determinar como segue. Inicialmente determina-se o ponto de referência no diagrama AVG. Este é obtido no cruzamento da curva de referência, correspondente ao diâmetro do DPR especificado como limite de registro, com a vertical correspondente ao máximo caminho sônico, durante a inspeção. O máximo caminho sônico é em geral o “Pulo” inteiro ou eventualmente o próprio valor da tela toda. Pelo ponto de referência assim determinado, traça-se uma horizontal, que será a altura de referência no digrama AVG. A diferença de amplitude entre a altura de ajustagem, anteriormente traçada e a altura de referência agora determinada, será o Ganho Complementar, a ser adicionado ou eventualmente subtraído ao Ganho primário. 5.1.2 Avaliação das Descontinuidades. Todas as indicações que alcançarem a altura de referência na tela do aparelho deverão ser analisados. Como o ganho complementar foi determinado para o máximo caminho sônico possível, isto significa que para caminhos sônicos menores, estaremos sendo excessivamente rigorosos. É necessário pois determinar se as indicações que alcançam e/ou ultrapassam a altura de referência efetivamente alcançam a curva de referência (limite 22 de registro). Para tanto, inicialmente lemos no aparelho qual o ganho Gf necessário para trazer a indicação da descontinuidade à altura de referência e qual o caminho sônico “9” até a descontinuidade. Calculamos a diferença ∆Vf = Gf – Gr, entre o ganho da descontinuidade e o ganho de varredura. Este valor será negativo e será lançado no diagrama AVG, na posição do caminho sônico “S” até a descontinuidade, a partir da altura de referência para cima (superou a altura de referência). Se o ponto assim obtido exceder a curva de referência especificada (limite de registro), a descontinuidade deverá ser registrada. Em caso contrário, não será necessário seu registro, embora tenha alcançado a altura de referência mas não a curva de referência. 5.2 Registro pela Curva de Referência. 5.2.1 Introdução. Nesta técnica, a curva de referência que corresponde ao limite de registro no diagrama AVG é transcrita para a tela do aparelho. Esta técnica tem a vantagem de permitir a imediata avaliação da refletividade da descontinuidade. Caso o sinal ultrapasse a curva de referência na tela, trata-se de uma descontinuidade a ser registrada. O excesso de amplitude pode ser rapidamente determinada, simplesmente anotando- se quantos dBs são necessários, para reduzir-se o ganho para que o sinal da indicação caia até a curva de referência na tela. 5.2.2 Transcrição da Curva de Referência. Inicialmente divide-se a tela do aparelho em “n” intervalos (sugere- se um mínimo de 5 intervalos) determinando-se “n” caminhos sônicos (S1 a Sn). Para cada um dos “n” caminhos sônicos determina-se no diagrama AVG o ponto de intersecção com a curva de referência (limite de registro). Recomenda-se que um dos pontos escolhidos coincida com o ponto de inflexão da curva de referência. Este será o ponto de referência e determinará a alturade referência, que será a horizontal por ele traçada no diagrama AVG. A partir da altura de referência, são determinadas para cada um dos pontos escolhidos, as diferenças de amplitude em dB até a curva de referência. Na tela do aparelho assinala-se inicialmente o ponto de referência, a 80% de altura da tela (pode-se adotar outra altura). Para os outros pontos escolhidos, determina-se a altura na tela do aparelho a partir da diferença em dB em relação à altura de referência (80% na tela do aparelho), conforme obtido do diagrama AVG. Estas alturas são calculadas através da fórmula: -∆Vn Hn = H1 . 10 20 onde: 23 H1 = altura escolhida para o ponto de referência na tela, p.ex. 80% Hn = altura na tela para os demais pontos escolhidos. ∆Vn = diferença de amplitude no diagrama AVG, em dB, entre a altura de referência e a curva de referência, para cada um dos pontos escolhidos. Para diminuir-se o trabalho de cálculos pode-se escolher convenientemente os pontos de tal forma que as diferenças de amplitude em relação à altura de referência sejam valores como 2, 6 ou 12 dB. Pela união dos pontos assim determinados, obtém-se a curva de referência transcrita para a tela do aparelho. 5.2.3. Ajuste da sensibilidade. Gr = Gp + ∆Vk + ∆Vt + ∆V 5.2.3.1. Determinação do Ganho Primário – Gp O ganho primário Gp é o ganho lido no aparelho, necessário para colocar na altura de referência (p.ex. 80% ATT) o eco otimizado proveniente do refletor de ajustagem. No diagrama AVG determinar-se o ponto de ajustagem. Este é obtido no cruzamento da vertical correspondente ao caminho sônico até o refletor de ajustagem com a curva correspondente ao refletor de ajustagem adotado. Por este ponto no diagrama AVG traça-se uma linha horizontal, que será a altura de ajustagem. 5.2.3.2. Determinação das Correções do ganho (∆Vk e ∆Vt) Ver itens 6.1. e 6.2. 5.2.3.3. Determinação do Ganho Complementar (∆V). O ganho complementar ∆V é determinado pela diferença de amplitude entre a altura de ajustagem e a altura de referência, conforme já descrito em 5.1.1.3. A altura de ajustagem é determinada pelo ponto de ajustagem, conforme item 5.2.3.1. . A altura de referência é determinada pelo ponto de referência, que é o ponto de inflexão da curva de referência, conforme item 5.2.2 . 5.2.4. Avaliação das Descontinuidades. Todas as indicações cujo sinal alcançar ou superar a curva de referência deverão ser registradas. O excesso de amplitude é dado pela redução no ganho em dB para trazer o sinal da indicação até a curva de referência. 6. Correção do Ganho. 24 6.1 Correção do Bloco de Calibração (∆Vk). A determinação do Ganho primário (Gp), quando se utilizam transdutores angulares é feita normalmente nos blocos V1 e V2. Como refletor utiliza-se as superfícies curvas destes blocos (100 mm no V1 e 25mm no V2). A refletividade destas superfícies não corresponde exatamente à de uma parede aposta (eco de fundo), tanto por causa da curvatura da superfície de reflexão quanto por causa da espessura dos blocos, que influência as bordas do feixe sônico, alterando a altura do eco obtido. A conseqüência destas distorções é que o ganho necessário para levar o eco obtido destas superfícies à altura desejada deve ser corrigido quando se utilizam os diagramas AVG, onde a curva “∞” corresponde ao eco de fundo de uma superfície plana e infinita. O valor da correção ∆Vk a ser adotado é função do bloco de calibração e do transdutor utilizados e pode ser obtido da tabela a baixo. Tabela 6.1. Correção do Bloco de Calibração (∆Vk) Transdutor Bloco de Calibração 25 6.2. Correção da Transferência (∆Vt) / Correção do Acoplamento (∆VA). 6.2.1. Introdução. Como a ajustagem da sensibilidade no método AVG não é feita diretamente sobre a peça, mas sim em blocos de ajustagem ou mesmo nos blocos de calibração V1 ou V2, é necessário corrigir a diferença que uma eventual variação nas condições de acoplamento possa introduzir na calibração da sensibilidade. Na realidade, ao determinar-se a perda por transferência, deveria se eliminar a influência que as diferentes atenuações sônicas da peça sob inspeção e do bloco de ajustagem também introduzem. Na prática, em geral engloba-se esta variação devido à atenuação sônica junto com a variação do acoplamento. Apenas nos casos em que a atenuação sônica do material sob inspeção é muito elevada (α > 40 db/m ) é que se avalia separadamente a influência da atenuação. Nestes casos, a correção da transferência (∆Vt) passa a ser tão somente a correção do acoplamento (∆VA). ∆Vt = ∆VA + ∆Vα ∆VA = ∆Vt - ∆Vα 6.2.2. Determinação da Correção da Transferência. O valor da correção da transferência é feita comparando-se as amplitudes dos sinais obtidos na emissão-recepção com 2 transdutores separados dispostos em transmissão em V (eventualmente W) através respectivamente do bloco de ajustagem e da peça sob inspeção. (Fig. 6.2.1.) A diferença entre os ganhos Gt1 e Gt2 necessários para manter os sinais obtidos com a transmissão em V e uma mesma altura na tela é devida a três fatores: a) variação nas condições de acoplamento (∆VA). b) variação na atenuação sônica (∆Vα). c) Variação no caminho sônico (S1 e S2), causando uma diferença de amplitude por divergência do feixe sônico (∆Vs). Enquanto os dois primeiros fatores são em geral agrupados, constituindo-se na perda por transferência (∆Vt), o terceiro fator deve ter sua influência eliminada. Isto pode ser feito subtraindo-se da diferença encontrada entre Gt1 e Gt2, o valor de Vs. Este é determinado no próprio AVG para a variação no caminho sônico de S1 para S2, considerando-se a curva do eco de fundo. (Fig. 6.2.2.) ∆Vt = Gt2 - Gt1 - ∆Vs S1 → V1 no diagrama AVG S2 → V2 ∆Vs = V2 – V1 26 6.2.3. Determinação da Correção do Acoplamento. Nos casos em que a influência da atenuação sônica for corrigida separadamente, devemos desconsiderá-la na perda por transferência, determinando a pura correção do acoplamento (∆VA). ∆VA = ∆VT- ∆Vα = Gt2 - Gt1 - ∆Vs - ∆Vα ∆Vα = 2 ( S2 α2 - S1 α1 ), onde : S2 = caminho sônico na temperatura na transmissão em V (ou W) na peça sob inspeção. α2 = coeficiente de atenuação sônica do material sob inspeção. S1 = caminho sônico na transmissão em V no bloco de ajustagem. α1 = coeficiente de atenuação sônica do material do bloco de ajustagem. Bloco de ajuste Peça sob Inspeção S1 S2 S1 = d1 Gt1 = ...dB S2 = d2 Gt2 = ...dB cos α cos α Vt = Gt2 - Gt1 - Vs (dB) Figura 6.2.1. – Determinação da Perda por Transferência d2 d1 27 Vs = V2 - V1 (dB) Figura 6.2.2. – Determinação da Perda por divergência. 6.3. Correção da Atenuação Sônica (∆Vα). 6.3.1. Introdução. Os diagramas AVG apresentam o comportamento de refletores de diversos tamanhos, em diversas distâncias, obedecendo a lei da acústica. Não consideram contudo a influência que outros fatores, como por exemplo a atenuação sônica, podem causar na amplitude do sinal obtido. Os diagramas AVG são elaborado para uma situação teórica em que o coeficiente de atenuação sônica α (dB/m) seja nulo. Na maioria dos casos, a influência da atenuação sônica do material pode ser englobada na correção da transferência, que avalia simultaneamente a variação no acoplamento e na atenuação do material. ∆Vt = ∆VA + ∆Vα Na realidade, como a atenuação sônica é função da distância percorrida pelo som, a correção assim introduzida não é válida para toda a faixa de calibração do aparelho, mas apenas para a distância em que foi determinada a perda por transferência. Assim, para a inspeção de materiais onde α > 40 dB/m, recomenda-se considerar independentemente a perda por atenuação corrigindo a curva de referência continuamente ao longo da distância percorrida. 6.3.2. Cálculo da Correção da Atenuação. O valor da correção a ser introduzida por causa da atenuação sônica é função do caminho sônico e pode ser calculado para cada ponto por: S1 S2 28 ∆Vα = 2 (S2α2 - S1α1), onde : S2 : caminho sônico na peça sob inspeção. α2 : coeficiente de atenuação sônica do material sob inspeção. S1 : caminho sônico até o refletor de ajustagem. α1 : coeficiente de atenuação sônica do bloco de ajustagem. Sabendo-se calcular ∆Vα para qualquer ponto da faixa de calibração, pode-se introduzir a correção devido à atenuação sônica, de 3 maneiras: 6.3.2.1. Correção Individual. Para cada indicação avaliada, calcula-se ∆Vα e acrescenta-se ao ganho no aparelho, para então analisar se foi atingido a linha de referência ou não. Este procedimento só é aconselhável quando o número de descontinuidades é pequeno. 6.3.2.2. Traçado da Curva de Atenuação. Calcula-se o valor de ∆Vα para vários pontos e traça-se curva da atenuação sobre o diagrama AVG, o que permite, para qualquer caminho sônico, rapidamente determinar qual o valor de ∆Vα a ser considerado. Ver Fig. 6.3.1. . 6.3.2.3. Correção da Curva de Referência. A maneira inicialmente mais trabalhosa, mas mais simples de se trabalhar, é corrigir a curva de referência traçada na tela do aparelho. Assim pode-se visualizar instantaneamente se uma indicação alcançou o limite de registro ou não, sem necessidade de cálculos adicionais durante a inspeção. ( Fig. 6.3.2.). A correção da curva de referência é feita calculando-se, para cada um dos pontos escolhidos para o traçado da curva, o valor de ∆Vα, através da fórmula: ∆Vα = 2 ( S2α2 - S1α1 ). Os valores de ∆Vα assim obtidos são transformados em Variação de altura na tela, através da relação: -∆Vα H2 = H1 . 10 20 , onde: H1 = altura do ponto na curva, antes da correção. H2 = altura do ponto na curva, após a correção. 29 Construção: ∆Vα = 2(S2α2 – S1α1) [dB] Figura 6.3.1. – Traçado da Curva de Atenuação Figura 6.3.2. – Correção da Curva de Referência. 6.3.3. Influência na Correção da Transferência. É importante lembrar que quando se considera independentemente a influência da atenuação sônica do material sob inspeção, deve-se adotar também a correção do acoplamento Curva da Atenuação Curva Original Curva Corrigida 30 ao invés da correção da transferência. Isto porque a correção da transferência engloba também uma parcela devido à Atenuação, que deve então ser desconsiderada. ∆Vt = ∆VA + ∆Vα ∆VA = ∆Vt - ∆Vα 6.3.4. Determinação do Coeficiente de Atenuação Sônica (α). Sempre que houver grande diferença entre os coeficientes de atenuação sônica do bloco de ajustagem e do material sob inspeção, estes devem ser determinados, para que possa ser introduzida a devida correção. O coeficiente de atenuação sônica α, pode ser facilmente determinado a partir da variação necessária no ganho, para manter à mesma altura os sinais provenientes respectivamente de uma transmissão em V e em W através do material. Figura 6.3.4.1. – Determinação de ∆H = G2 - G1 , onde: S1 : caminho sônico para a transmissão em V. S2 : caminho sônico para a transmissão em W. G1 : ganho para a transmissão em V. G2 : ganho para a transmissão em W A alteração ∆H necessária no ganho para manter o sinal à mesma altura, é devida a dois fatores: a) perda por divergência do feixe sônico (∆Vs) devido à alteração no caminho sônico. b) perda por atenuação sônica devido ao material. A influência da perda por divergência deve ser subtraída, ficando-se apenas com a parcela devida à atenuação. A perda por divergência pode ser determinada no próprio diagrama AVG, com o auxílio da curva do ecode fundo, e os caminhos S1 e S2. 1 2 S1 S2 G1 G2 BS 31 Fig. 6.3.4.2. – Determinação de ∆Vs = V2 - V1 S1 -------- V1 ∆Vs = V2 - V1 S2 -------- V2 Assim, a parcela devido à atenuação sônica vale: ∆Vα = ∆H - ∆Vs = G2 - G1 - ∆Vs e o coeficiente de atenuação sônica obtém-se referenciando com a variação no caminho sônico: α = ∆Vs = G2 - G1 - ∆Vs 2 (S2 - S1) 2 (S2 - S1) 7. Exemplos de Utilização dos Diagramas AVG. 7.1. Exemplo 1: Registro pela Altura de Referência (I). 7.1.1. Dados da Inspeção. Técnica da Avaliação: AVG – Altura de Referência Espessura da Chapa : d = 40mm Cabeçote : Angular, miniatura Ângulo : 60º Freqüência : 4 Mhz Técnica de Inspeção : Pulso-eco em pulo inteiro. Limite de Registro : Ø 2 mm DPR ( conforme HP 5/3 ) Refletor de Ajustagem : 25 mm do V2 7.1.2. Ajuste da Escala Horizontal (distância) Caminho Sônico Máximo : Smáx = 2 d = 2 . 40 = 160mm cosα cos 60º Calibração da tela : 200 mm em caminho sônico. 7.1.3. Ajuste da Sensibilidade 32 7.1.3.1. Ganho Primário O sinal do refletor de ajustagem (25mm do V2) é elevado à altura de referência (p.ex..: 40% ATT) e o ganho no aparelho anotado: Gp = 10dB (p.ex.) Sp = 25mm 7.1.3.2. Correção do bloco de calibração (∆Vk). Este valor é obtido da tabela, com os dados abaixo: Tipo de Cabeçote : miniatura Freqüência : 4 Mhz Ângulo : 60º Bloco de Calibração : V2 , 25mm Correção especificada : ∆Vk = 0 dB 7.1.3.3. Correção da Transferência. (∆Vt) ∆Vt = Gt2 - Gt1 - ∆Vs Gt2 = 19dB S2 = 80mm ∆Vs = 3 dB, obtidos do diagrama AVG, com S2 = 80mm S1 = 50mm. ∆Vt = 19 – 12 – 3 = 4 dB 7.1.3.4. Ganho Complementar. O ganho complementar é determinado no diagrama AVG pela diferença entre a altura de ajustagem e a altura de referência. A altura de ajustagem (2dB) é dada por ponto de ajustagem, cruzamento da curva de eco de fundo (V2, 25 mm) com o caminho sônico de ajustagem. ( Sp = 25mm.) A altura de referência (38 dB) é dada pelo ponto de referência, cruzamento da curva de referência (limite de registro = 2 mm DPR) com o caminho sônico máximo (Smáx = 160mm). Assim, o ganho complementar vale: ∆V = 38 – 2 = 36dB 25 V1 60º 40 Peça 60º 33 7.1.3.5. Ganho de Inspeção Gr = Gp + ∆Vk + ∆Vt + ∆V Gr = 10 + 0 + 4 + 36 = 50 dB 7.1.4. Avaliação das Descontinuidades. 7.1.4.1. Descontinuidade nº 1 Sf1 = 50 mm (caminho sônico até a descontinuidade) Gf1 = 36 dB (ganho para levar o sinal da descontinuidade até a altura de referência). ∆Vf = Gf1 - Gr = 36 – 50 = -14 dB Na posição correspondente a 50 mm de caminho sônico, lançamos 14 dB a partir da altura de referência, (38dB) alcançando 24 dB e ainda 2 dB abaixo da curva de referência neste ponto. Portanto, esta descontinuidade não é registrável. 7.1.4.2. Descontinuidade nº 2. SF2 = 70 mm (caminho sônico até a descontinuidade). GF2 = 34 dB (ganho para levar o sinal da descontinuidade até a altura de referência). ∆Vf = GF2 - Gr = 34 – 50 = - 16 dB Na posição correspondente a 70 mm de caminho sônico, lançamos 16 dB a partir da altura de referência (38 dB), alcançando 22 dB. Com isto excedemos em 4 dB a curva de referência, sendo a descontinuidade portanto registrável. 34 S [m] V [dB] 35 7.2. Exemplo 2: Registro pela Altura de Referência (II). 7.2.1. Dados da Inspeção: Técnica de Avaliação : AVG – Altura de referência Espessura da Chapa : d = 265mm Transdutor : Angular, 20 x 22 mm Ângulo : 45º Freqüência : 2 MHz Técnica da Inspeção : Pulso-eco, em meio pulo Limite de Registro : Ø 3 mm DPR (conforme HP 5/3) Refletor de Ajustagem : Furo cilíndrico Ø 5mm no próprio peso. Posição do Refletor : a 70 mm de profundidade 7.2.2. Ajuste da Escala Horizontal (caminho sônico). Caminho sônico máximo. Smáx = d = 265 = 375 mm cos α cos 45º Calibração da tela : 500 mm em caminho sônico 7.2.3. Ajuste da Sensibilidade. 7.2.3.1. Ganho primário O sinal do refletor de ajustagem (Ø 5mm, FC) é elevado à altura de referência (p.ex. 40% ATT) e o ganho no aparelho anotado. Gp = 30 dB (por exemplo) Sp = 100 mm (S = b = 70 ≈ 100 mm) cos α cos 45º 7.2.3.2. Correção do Bloco de Calibração (∆Vk). Não é aplicável, uma vez que a ajustagem foi feita em furo cilíndrico na própria peça. 7.2.3.3. Correção de Transferência (∆Vt). Não é aplicável, uma vez que a ajustagem foi feita na própria peça. 7.2.3.4. Ganho Complementar. O ganho complementar é determinado no diagrama AVG pela diferença entre a altura de ajustagem e a altura de referência.A altura de ajustagem é dada pelo ponto de ajustagem, cruzamento da curva referente ao refletor de ajustagem com a vertical relativa ao caminho sônico até o mesmo. (Sp = 100mm). Como o refletor de ajustagem foi um furo cilíndrico e as diversas 36 curvas do diagrama AVG são para discos planos refletores (DPR), precisamos primeiro determinar qual o diâmetro equivalente de DPR que na distância de 100 mm apresenta a mesma refletividade que um FC de Ø 5 mm. Para tanto, valemo-nos do diagrama aplicável ao cabeçote de freqüência f = 2 Mhz, ou calculamos o DPR equivalente através da fórmula; Ø DPR = 4 0,2 λ2 . Dfc . S , onde: λ = C = 3200 . 103mm/s ≈ 1,6 mm F 2 . 106 s-1 Dfc = 5 mm S = 100 mm → Ø DFR = 4 0,2 * 1,62 * 5 * 100 ≈ 4 mm Portanto, o ponto de ajustagem, no diagrama AVG será definido por Ø DPR = 4 mm e S = 100 mm, sendo a altura de ajustagem 22 dB. A altura de referência (42 dB) é dada pelo ponto de referência, definido no diagrama AVG por Ø DPR = 3 mm (limite de registro) e pelo caminho sônico máximo Smáx. = 375 mm. Assim, o ganho complementar vale: ∆V = 42 – 22 = 20 dB 7.2.3.5. Ganho de Inspeção. Gr = Gp + ∆Vk + ∆Vt + ∆V Gr = 30 + 0 + 0 + 20 = 50 dB 37 V [dB] 38 7.2.3.6. Avaliação das Descontinuidades. Segue o mesmo princípio apresentado no exemplo 1. 7.3. Exemplo 3 – Registro pela curva de referência. 7.3.1. Dados da Inspeção. Técnica de Avaliação : AVG – Curva de referência Espessura da Chapa : 15 mm Transdutor : Angular, miniatura Ângulo : 45º Freqüência : 4 Mhz Técnica de Inspeção : Pulso-eco, em pulo e meio Limite de Registro : Ø 1 mm, DPR Refletor de Ajustagem : 25 mm do V2 7.3.2. Ajuste da Escala Horizontal (caminho sônico). Caminho sônico máximo : Smáx = 3d = 3 . 15 ≈ 64 mm cos α cos 45º Calibração da tela : 100mm em caminho sônico 7.3.3. Transcrição da Curva de Referência. No diagrama AVG selecionado em função do tipo de transdutor utilizado, assinalamos a curva de referência correspondente ao limite de registro especificado (no caso, Ø 1mm DPR). No ponto de inflexão da curva de referência assinalamos o Ponto de Referência e traçamos a altura de referência (no caso, 28 dB). O caminho sônico até o ponto de referência é 25mm e nesta distância marcamos o ponto de referência na tela do aparelho, a 80% ATT. A seguir dividimos o intervalo de calibração da tela (0 – 100mm) em pontos convenientes para o traçado da curva de referência. Sugere-se escolher pontos para os quais a diferença de amplitude em relação à altura de referência sejam valores inteiros como 2, 6, 8, 12, 14 dB. Aconselha-se também a construção de uma tabela a determinação da altura dos diversos pontos na tela do aparelho. Nesta tabela são lançados, para cada ponto escolhido, a diferença de amplitude obtida no diagrama AVG e a correspondente redução da altura na tela da curva de referência, com uso da fórmula -∆V H2 = H1 .10 20 39 S (mm) V (dB) AV (dB) Redução de altura a (%) A.T. (%) 15 30 2 80 64 25 28 0 100 80 (ponto de referência) 35 30 2 80 64 45 32 4 64 50 63 36 8 40 32 75 38 10 32 25 85 40 12 25 20 100 42 14 20 16 Os pontos assim determinados são transcritos para a tela do aparelho, permitindo o traçado da curva de referência. 7.3.4. Ajuste da Sensibilidade. 7.3.4.1. Ganho primário O sinal de refletor de ajustagem (25mm do V2) é elevado à altura de referência (80% ATT) e o ganho no aparelho anotado. Gp = 10 dB (p. ex.) Sp = 25 mm 7.3.4.2. Correção do bloco de calibração (∆Vk). Este valor é obtido de tabela, com os dados abaixo: Transdutor : angular, miniatura, 45º, 4 Mhz Bloco de Calibração : V2, arco de 25 mm Correção especificada : ∆Vk = - 2dB 7.3.4.3. Correção de Transferência (∆Vt). ∆Vt = Gt2 – Gt1 - ∆Vs 0 100mm CS, 45º 40 Gt1 = 10 dB S1 = 35mm Gt2 = 14 dB S2 = 42mm ∆Vs = 0dB, obtido do diagrama AVG, com S2=42mm e S1=35mm » ∆Vt = 14 – 10 – 0 = 4 dB 7.3.4.4. Ganho Complementar (∆V). O ganho complementar é determinado no diagrama AVG pela diferença entre a altura de ajustagem e a altura de referência. A altura de ajustagem (2dB) é dada pelo ponto de ajustagem, cruzamento da curva de eco de fundo (V2, 25mm), com o caminho sônico de ajustagem (Sp = 25mm). A altura de referência (28 dB) é dada pelo ponto de referência (ponto de inflexão da curva de referência). Assim, o ganho complementar vale: ∆V = 28 – 2 = 26 dB 25 V1 45º 15 Peça 45º 41 7.3.4.5. Ganho de inspeção (Gr). Gr = Gp + ∆VK + ∆Vt + ∆v Gr = 10 + (-2) +4 +26 = 38dB 7.3.5. Avaliação das Descontinuidades. 7.3.5.1 Descontinuidades nº 1. Sf1 = 35mm (caminho sônico até a descontinuidade) Gf1 = 32 dB (ganho para levar o sinal da descontinuidade até a curva de referência) ∆Vf = Gf1 – Gr = 32 – 38 = -6 dB (diferença de ganho) ∆Hf = - ∆Vf = +6 dB (excesso de amplitude) Refletor equivalente: Ø 1,5mm DPR (6 dB acima de Ø1,0mm DPR no diagrama AVG) 7.4. Exemplo 4 : Correção por Atenuação da Curva de Referência. 7.4.1. Dados da Inspeção : idem exemplo 3 dB Coeficiente de atenuação da peça : α2 = 40 m dB Coeficiente de atenuação dos blocos V1 e V2 : α1 = 20 m 7.4.2. Ajuste da Escala Horizontal: idem exemplo 3 7.4.3. Transcrição da Curva de Referência : idem exemplo 3. 7.4.4. Correção da Curva de Referência devido à Atenuação. Para os pontos anteriormente selecionados para o traçado da curva de referência, devem ser calculadas as parcelas de ∆Vα e corrigidas as alturas anteriormente definidas. ∆Vα = 2 ( S2α2 – S1α1 ) , onde: S2 = caminho sônico na peça sob inspeção α2 = coeficiente de atenuação sônica do material sob inspeção S1 = caminho sônico até o refletor de ajustagem (V2, 25mm) α1 = coeficiente de atenuação sônica do bloco de ajustagem (V2) ∆Vα = 2 S2α2 – 2 S1α1 = ∆Vα2 - ∆Vα1 dB dB ∆Vα = 2 . S2 . 0,04 mm 2 . 25mm . 0,02 mm ∆Vα = 0,08 . S2 - 1 dB 42 A parcela 2S1α1 = 1 dB corresponde à perda por atenuação sônica verificada no bloco V2, 25mm, quando da determinação do ganho primário. Como esta parcela já havia portanto sido involuntariamente considerada quando do ajuste da sensibilidade, ela deve agora ser descontada ao considerarmos a perda real devido à atenuação do material sob inspeção. Caminho Sônico Curva de referência (sem correção) Curva de Referência (corrigida) Curvas Auxiliares S (mm) ∆V (dB) A.T.(%) ∆V α (dB) A.T. corri. (%) ∆V * (dB) A.T. (%) 15 2 64 0,2 62 - - 25 0 80 1,0 71 - - 35 2 64 1,8 52 - - 45 4 50 2,6 37 - - 63 8 32 4,0 20 +2 80 75 10 25 5,0 14 +2 56 85 12 20 5,8 10 +2 40 100 14 16 7,0 7 +2 28 7.4.5. Ajuste da Sensibilidade. 7.4.5.1. Ganho primário: idem exemplo 3 Gp = 10 dB 7.4.5.2. Correção do Bloco de Calibração: idem exemplo 3. ∆Vk = - 2 dB Curva Auxiliar (+12dB) Curva sem Correção Curva sem Correção 43 7.4.5.3. Correção da Transferência / Correção do Acoplamento. A correção da transferência conforme determinada no exemplo 3 (∆Vt = 4 dB), incluía também a influência da atenuação sônica, tanto do bloco V1 quanto da peça. Como a atenuação sônica foi agora considerada independentemente, através da correção da curva de referência, devemos ao invés da correção de transferência, adotar a pura correção do acoplamento, eliminando a influência da atenuação sônica. Gt1 = 10 dB S1 = 35mm Gt2 = 14 dB S2 = 42mm ∆Vt = Gt2 – Gt1 - ∆Vs ∆Vt = ∆Va + ∆Vα » ∆Va = Gt2 – Gt1 - ∆Vs - ∆Vα ∆Vα = 2 (S2α2 – S1α1) » ∆Va = Gt2 – Gt1 - ∆Vs - 2 (S2α2 – S1α1) Gt2 – Gt1 = 14 dB – 10 dB = 4 dB ∆Vs = 0 dB (obtido do diagrama AVG para S2 = 42mm e S1 = 35mm) dB ∆Vα = 2 (42mm . 0,04 mm – 35mm . 0,02mmdB/mm) ≈ 2 dB » ∆Va = 4 dB – 0 dB – 2 dB = 2 dB 7.4.5.4. Ganho Complementar (idem exemplo 3) ∆V = 26 dB 7.4.5.5. Ganho de Inspeção (Gr) Gr = Gp + ∆Vk + ∆Va + ∆V + ∆V* Gr(I) = 10 + (-2) + 2 + 26 = 36 dB (curva corrigida) Gr(II) = 10 + (-2) + 2 + 26 + 12 = 48 dB (curva auxiliar) 15 Peça 45º 25 V1 45º 44 8. Anexos : Fórmulas, diagramas, tabelas. 1. Notação para Amplitude dos Ecos 2. Leis da Distância e Tamanho de Refletores, no campo remoto. 45 3. Refletores de Ajustagem: Fórmula e diagramas para determinação do Ø de disco plano refletor, equivalente a furo cilíndrico transversal. 46 4. Correção do Bloco de Calibração (∆Vk) 5. Determinação do coeficiente de Atenuação Sônica (α) Transdutor P MHz Tipo α º ∆V dB Bloco de Calibração WPK 20 x 22mm MWPK 8 x 9mm MWPK 8 x 9mm 4 2 2 47 6. Ajuste da Sensibilidade – Correções – Avaliação 48 49 50 V [dB] 51 V [dB] 52 53 ADENDA 5.3 – Utilização das Escalas AVG 5.3.1 – Introdução O procedimento para utilização das escalas AVG depende do tipo de transdutor utilizado e varia de fabricante para fabricante. As instruções para utilização das escalas geralmente acompanham o conjunto de escalas que se adquire. Sendo impossível apresentar todos os procedimentos em- pregados com todos os tipos existentes de escala, explanaremos em detalhes um dos modelos mais utilizados, que é a escala AVG para transdutores angulares de 4 MHz do fabricante Krautkrãmer (fig. 5.1). 1 - Designação da escala (MAD 4444). 2 - Transdutor para o qual se aplica a escala (MWB 45N4). 3 - Atenuação sônica considerada para o material sob inspeção (60 dB/m). 4 - Indicação do bloco de calibração e do refletor a ser utilizado para a calibração da escala de distâncias (Bloco V2/Raio 25 mm). 5 - Marcações dos pontos onde devem coincidir os ecos provenientes do bloco de calibração da escala de distâncias. 6 - Escala de distâncias, em distância projetada reduzida (200 mm). 7 - Ponto de ajustagem para o ganho primário e indicação do refletor de ajustagem, no caso o raio de 25 mm do bloco V2 (R2). 8 - Curva traço e ponto (K1) para transmissão em V no bloco VI, para determinação da correção do acoplamento (∆VA). 9 - Curvas tracejadas (TL), para transmissão na peça, para determinação da correção do acoplamento (∆VA). 10 - Tabela do ganho complementar (∆V) a ser utilizado, em função do limite de registro adotado (ø) e da curva na tela que se utiliza para a avaliação (I, II, III ou IV). 11 - Curvas contínuas I, II, III e IV para avaliação da refletividade de descontinuidades. 12 - Curvas tracejadas auxiliares, espaçadas de 2 em 2 dB. 5.3.2 – Seleção da Escala a Utilizar (1). A escala AVG a ser utilizada deve ser determinada em função do transdutor a ser empregado (2) e da escala de distâncias em que se vai trabalhar (6). 5.3.3 – Calibração da Escala de Distâncias. No caso de transdutores angulares, a calibração é feita em distância projetada reduzida (a’). Para facilitar esta calibração, a própria escala indica os pontos onde deverão coincidir os ecos provenientes do bloco de calibração, no caso o V2, quando se obtém o 10 eco do raio de 25 mm (4 e 5). 5.3.4 – Determinação do Ganho Primário Gp. O ganho primário Gp é o ganho lido no aparelho quando se eleva o eco proveniente do refletor de ajustagem, no caso o raio de 25 mm do bloco V2, até o ponto indicado na escala AVG (7). 5.3.5 – Determinação da Correção do Acoplamento (∆VA). A correçãodo acoplamento é feita comparando-se variação no ganho necessária para manter-se a altura do eco, quando se faz uma transmissão em V no bloco de ajustagem e posteriormente na peça a ser inspecionada. Como além das condições de acoplamento, também variações na atenuação sônica e no caminho sônico percorrido influem na altura dos ecos, as escalas AVG apresentam curvas que levam em consideração e eliminam a influência destes outros fatores. Inicialmente lê-se o ganho necessário para elevar-se o eco proveniente da transmissão em V no bloco VI, até a linha correspondente (traço e ponto K1), na escala AVG. Posteriormente leva-se o eco proveniente da transmissão em V na peça sob inspeção até a linha tracejada (9). A diferença para mais ou para menos no ganho lido no aparelho, é o valor da correção do acoplamento ∆VA. Em função do caminho sônico necessário para a transmissão em V na peça, utiliza-se uma das 3 linhas tracejadas existentes na tela (TL, TL + 12 ou TL + 24), descontando-se respectivamente 12 dB ou 24 dB no ganho lido no aparelho lido no aparelho no caso de uso das 2 últimas. 5.3.6 – Determinação do Ganho Complementar (∆V). O ganho complementar ∆V a ser utilizado depende do diâmetro do disco plano refletor utilizado como ,limite de registro e da posição da indicação na tela do aparelho (curvas I, II, III ou IV). O valor de A V é obtido na tabela 10 da própria escala. Em geral as curvas I, II, III e IV estão separadas de 12 em 12 dB. 5.3.7 – Avaliação das Descontinuidades. Todas as indicações cujos sinais alcançarem ou superarem a curva de referência deverão ser registrado. O excesso de amplitude é dado pela redução no ganho em dB para trazer o sinal da indicação até a curva de referência. 5.3.8 – Particularidade de Algumas Escalas AVG. 5.3.8.1. – Escalas AVG para transdutores de 2 MHz. Como a influência da variação da atenuação sônica é menor em freqüências mais baixas, as escalas AVG para transdutores de 2 MHz apresentam uma única linha para a transmissão em V tanto no bloco VI quanto na peça, para a determinação de ∆VA. 5.3.8.2. – Escalas AVG para transdutores normais (0º). Nas escalas AVG para transdutores normais(Oº) a escala de distâncias não pode evidentemente ser calibrada em.distância projetada reduzida (a’), sendo feita em caminho sônico (s). Além disto, quando se utilizam cabeçotes normais, usualmente consegue-se obter eco de fundo na própria peça, o que permite que se faça a ajustagem do ganho primário na própria peça, eliminando-se a neces- sidade de correção do acoplamento. Assim sendo, ao invés de apresentar curvas para a transmissão em V no bloco V1 e na peça, e ponto para ajustagem do ganho primário no bloco V2 ou V1, as escalas AVG apresentam tão somente curvas tracejadas para o eco de fundo, com indicação do correspondente ganho complementar. 1 - Designação da escala. 2 - Transdutores aplicáveis. 3 - Escala de distâncias em caminho sônico (s). 4 - Curvas do eco de fundo, para ajustagem do ganho primário_(Gp). 5 - Curvas de limites de registro ou refletores equivalentes. 5.3.8.3 – Escalas AVG antigas e outros modelos. Algumas escalas AVG, bem como as escalas AVG antigas para transdutores angulares da Krautkrãme, não apresentam tabela para o ganho complementar em função do limite de, registro adotado, para uso em conjunto com as curvas I, II, III e IV. Ao invés disto, as próprias curvas são designadas com o diâmetro do refletor equivalente para a amplitude do sinal que se obtém na tela. Nestes casos a avaliação da descontinuidade é feita de outra forma. Ao invés de se dizer que o sinal da descontinuidade excedeu ou não o limite de registro em tantos dB, diz-se que a descontinuidade detectada tem uma refletividade equivalente a tantos mm. Evidentemente uma forma de avaliação pode ser transformada na outra através da aplicação das leis da acústica, requerendo alguns cálculos.
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