resenha ilhas de historia sahlins

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Resenha
Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios
SAHLINS, Marshall. Ilhas de História. Rio de Janeiro, Ed. Zahar, 2004
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Sobre o autor:
Marshall David Sahlins, é doutor em antropologia e professor emérito da Universidade de Chicago. Nas primeiras duas décadas de sua vida acadêmica, seus estudos eram identificados como pertencentes a escola neoevolucionista, tendo como resultado a publicação da obra “Evolution and Culture” (1960), dentro da corrente teórica criada por Julian Steward e Leslie White a partir das teorias de Morgan. 
Sahlins, tinha como referência dois grandes centros intelectuais da escola americana, as universidades de Michigan e Columbia, opondo-se ao culturalismo de Boas e seus discípulos. Ele procurou enxergar a cultura de forma paralela à biologia, onde cada cultura era moldada pelas peculiaridades geográficas e temporais do local onde é exercida, mas ao longo do tempo torna-se mais complexa.
No final da década de 1960, morou por cerca de dois anos na França, onde passou a ser influenciado pela escola antropológica de lá, tendo como principal espelho os estudos de Claude Lévi-Strauss. A partir disso abandonou a corrente neoevolucionistas e aderiu a um tipo de determinismo cultural, passando a atacar o culturalismo a sociobiologia. Dessa forma Sahlins se destacou por sua contraposição à ideia de progresso, com algumas visões essencialmente conservadoras, pois não encontravam nela a possibilidade de mudança.
Sahlins foi professor visitante em diversas instituições acadêmicas em todo o mundo. É vasta sua contribuição para o desenvolvimento dos estudos antropológicos contemporâneos, com diversos artigos e livros, entre eles Ilhas de História e Cultura e Razão Prática.
A obra:
O livro “Ilhas de História” (2004), trata-se de uma reunião de cinco ensaios escritos para conferências ministradas entre os anos de 1981 e 1983, que segundo o autor tais ensaios unem-se a traves da Introdução, que ao livro uma unidade para seu corpo teórico. 
Na introdução, Marshall Sahlins trata da relação entre antropologia e história e das relações culturais. Para o autor, na relação entre antropologia e história, cada cultura tem sua historicidade, e que cada momento histórico acontece em um contexto cultural completamente distinto e único.
Nas relações culturais a dinâmica entre “história, estrutura, evento”, são os principais eixos de reflexão do autor, onde tanto a cultura é historicamente reproduzida na ação, quanto é alterada historicamente, alteração esta, que pode mudar as relações de posições entre as categorias culturais. Assim, o autor define tais dinâmicas como “as relações simbólicas de ordem cultural”, pois as estruturas são objeto histórico, e a forma cultural é a junção da estrutura com a ação. 
Dessa forma a estrutura se realiza tanto na convenção quanto na ação, seguindo então o pensamento em que se as relações entre categorias mudam, a estrutura é transformada, portanto, a cultura por ser um objeto histórico, funciona como uma síntese de estabilidade e mudança, de passado e presente. Marshall Sahlins procura demonstrar que a história está baseada em uma estrutura, na ordenação sistemática de circunstâncias contingentes. 
O título do livro, “Ilhas de História”, já traz em a intenção de Sahlins em articula os conceitos de História, Estrutura e Evento, pois a história pode ser 0entendida como uma composição de “várias Ilhas”, onde cada uma teria uma maneira diferente de se organizar.