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ÍNDICE 
 
 
Unidade1 - Tributos sobre os Serviços e sobre os Produtos 
Industrializados .................................................................................... 5 
Introdução ......................................................................................... 5 
Princípio da Não Cumulatividade e Tributos Indiretos ............................ 5 
ISS .................................................................................................... 8 
Disposições Gerais .............................................................................. 9 
Base de Cálculo ................................................................................ 14 
Alíquota ........................................................................................... 15 
Contabilização do ISS ....................................................................... 16 
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados ..................................... 17 
Disposições Gerais ............................................................................ 20 
Base de Cálculo ................................................................................ 23 
Alíquotas .......................................................................................... 25 
Contabilização do IPI Recuperável ..................................................... 26 
Contabilização do IPI Não-Recuperável .............................................. 29 
Reflexão .......................................................................................... 31 
Atividade .......................................................................................... 31 
Aprenda mais ................................................................................... 33 
Referências: ..................................................................................... 34 
Na próxima unidade.......................................................................... 34 
Unidade 2 - Tributos sobre a Comercialização de Mercadorias .......... 34 
Introdução ....................................................................................... 34 
ICMS: Imposto sobre Circulação sobe Mercadorias e Serviços ............. 35 
Disposições Gerais ............................................................................ 36 
Base de Cálculo ................................................................................ 39 
Alíquotas .......................................................................................... 48 
Contabilização do ICMS Recuperável .................................................. 57 
Crédito de Insumos da Produção ou Comercialização de Mercadorias .. 58 
Crédito do Ativo Imobilizado .............................................................. 61 
Crédito de Energia Elétrica ................................................................ 62 
 
 
 
Crédito de Serviços de Comunicação .................................................. 63 
Crédito de Serviços de Transporte ..................................................... 64 
Contabilização do ICMS Não-Recuperável ........................................... 65 
Substituição Tributária do ICMS (Operação Subsequente) ................... 66 
Reflexão .......................................................................................... 70 
Atividade .......................................................................................... 70 
Aprenda mais ................................................................................... 72 
Referências ...................................................................................... 74 
Na próxima unidade.......................................................................... 74 
Unidade 3 - Tributos sobre a Receita e Retenção de Tributos ........... 74 
Introdução ....................................................................................... 74 
PIS/PASEP e COFINS ........................................................................ 75 
Contribuições Cumulativas ................................................................ 77 
Contribuições Não-Cumulativas ......................................................... 80 
PIS/PASEP sobre a Folha de Pagamentos ........................................... 85 
PIS/PASEP na Importação ................................................................. 86 
Contabilização .................................................................................. 90 
Retenção de Tributos ....................................................................... 100 
Retenção de serviços prestados a Entidades Públicas ......................... 102 
Retenção de IR sobre multas e demais vantagens ............................. 104 
Reflexão: ........................................................................................ 105 
Atividade ......................................................................................... 105 
Aprenda mais .................................................................................. 107 
Referências: .................................................................................... 108 
Na próxima unidade......................................................................... 109 
Unidade 4. Tributos Simplificados e Internacionais ......................... 110 
SIMPLES Nacional ............................................................................ 110 
Conceito de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte .................... 110 
Conceito de Receita Bruta ................................................................ 111 
Opção pelo Enquadramento ............................................................. 111 
Tributos Abrangidos e Não Abrangidos pelo SIMPLES Nacional ........... 113 
Recolhimento do SIMPLES Nacional .................................................. 116 
 
 
 
Cálculo dos Valores do SIMPLES Nacional ......................................... 117 
Relação atividade x utilização tabelas................................................ 117 
Tabela II - Indústria ........................................................................ 119 
Tabela III Serviços e Locação de Bens Móveis ................................... 121 
Tabela IV - Serviços ......................................................................... 125 
Tabela V - Serviços .......................................................................... 127 
Tabela V-B ...................................................................................... 131 
Tabela VI (ou V-A conforme resolução CGSN 117 de 2014) ................ 133 
Tributação Internacional .................................................................. 135 
Imposto de Importação ................................................................... 136 
Imposto de Exportação .................................................................... 138 
Drawback ........................................................................................ 139 
Subcapitalização .............................................................................. 139 
Preço de Transferência .................................................................... 141 
Referências: .................................................................................... 143 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1. Tributos sobre os Serviços e sobre os Produtos 
Industrializados 
Introdução 
 
O ISSQN é um imposto que tributa as prestações de serviços, tendo como 
contribuinte o próprio prestador de serviço, arrecadando de 2% a 5% do 
preço contratado do serviço. Assim, o objetivo dessa aula é conhecer anatureza do ISSQN e a legislação federal que o regula. Pois, apesar de ser um 
tributo de competência municipal, ele é regulamentado pela Lei 
Complementar 116/2003, oferecendo 40 serviços genéricos a serem 
tributados, os quais, quando desmembrados, chegam a 197 subitens. Desse 
modo, em cursos presenciais, pode-se aprofundar a questão para pontos 
específicos de cada município, dada a sua importância para esses entes. 
Já o IPI é um tributo federal, previsto na constituição brasileira em seu 
artigo 153, regulamentado pelo Decreto 7.212 de 2010, também conhecido 
como RIPI/2010. Por ser um imposto não sujeito ao princípio da 
anterioridade, podendo ser majorado e cobrado no mesmo ano em que houve 
aumento, ele se transforma num importante instrumento da política 
econômica brasileira. Porém, para as empresas, isso se transforma em mais 
um trabalho, uma vez que deverá estar em constante atualização. Além das 
empresas industriais de fato, existem ainda as equiparadas como os 
importadores, alargando a quantidade de empresas sujeitas ao referido 
tributo. 
 
 
 
Princípio da Não Cumulatividade e Tributos Indiretos 
 
 
 
 
Na Constituição Federal de 1988 foi adotado o princípio da não-cumulatividade, 
o que representa uma técnica de apuração do valor a ser tributado. Assim, essa 
técnica se refere a uma operação contábil que, do tributo a ser recolhido por 
determinada empresa, poderão ser deduzidos os valores anteriormente pagos 
em relação ao mesmo produto nos elos anteriores do referido processo 
produtivo. 
 
Inicialmente, na Constituição Federal, foi concebido esse princípios ao IPI 
(Imposto sobre Produtos Industrializados), no artigo 153 IV, § 3º, II, e ao ICMS 
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), no artigo 155, II, § 2º, I, 
o qual foi estendido ao PIS/PASEP e à COFINS. 
 
O princípio da não-cumulatividade tem como objetivo evitar a "tributação em 
cascata", o qual ocorre quando um produto ou serviço é tributado mais de uma 
vez pelo mesmo tributo ao longo de sua cadeia de produção e venda. Desse 
modo, o objetivo da não-cumulatividade é desonerar os produtos e serviços, 
uma vez que uma tributação cumulativa prejudicaria a evolução dos negócios e 
culminaria em preços elevados aos consumidores. 
 
Para exemplificar, imagine a seguinte situação: um produto, para chegar ao 
consumidor final, necessita atravessar vários estágios produtivos (3) e de 
comercialização (2). Suponha que a alíquota de 10% sobre cada operação no 
modelo cumulativo. Assim, tem-se que: 
 
 
 
 
 
Fases 
Valor de 
Aquisição 
(Custo) 
Valor de 
Venda 
Alíquota Valor a Pagar 
 
 
 
Indústria Extratora - A 1.000 2.100 10% 210 
Indústria de Refino - B 2.100 3.000 10% 300 
Indústria Produtora do Bem 
- C 3.000 4.200 10% 420 
Atacadista / Distribuidor 4.200 5.700 10% 570 
Varejista 5.700 7.000 10% 700 
TOTAIS 16.000 22.000 - 2.200 
 
Nesse exemplo, o total de tributos arrecadados será de $ 2.200, sendo que o 
produto foi vendido ao consumidor por $ 7.000, levando a uma carga tributária 
de 31,43%. Agora, supondo que essa mesma cadeia tenha esse tributo no 
modelo não-cumulativo, tem-se que: 
 
Fases 
Valor de 
Aquisição 
(Custo) 
Valor de 
Venda 
Alíquota 
Alíquota 
x Valor 
de enda 
Deduz 
Valor a 
Pagar 
Indústria Extratora - A 1.000 2.100 10% 210 0 210 
Indústria de Refino - B 2.100 3.000 10% 300 210 90 
Indústria Produtora do 
Bem - C 3.000 4.200 10% 420 300 120 
Atacadista / Distribuidor 4.200 5.700 10% 570 420 150 
Varejista 5.700 7.000 10% 700 570 130 
TOTAIS 16.000 22.000 - 2.200 1.500 700 
 
Assim, o total de tributos arrecadados será de $ 700, sendo que o produto foi 
vendido ao consumidor por $ 7.000, levando a uma carga tributária de 10%, o 
qual é alíquota que vigora para esse tributo (10% - coluna: "Alíquota"). Isso se 
dá, pois, na apuração do tributo a pagar (coluna: "valor a pagar") dos estágios 
da cadeia faz a apuração da incidência sobre seu produto (coluna: "alíquota x 
valor de venda") e efetua a dedução do que foi pago no estágio anterior 
(coluna: "deduz"). 
 
 
 
 
Por exemplo, no Varejista, o "Valor a Pagar" é de $130. Uma vez que a 
incidência da alíquota de 10% sobre seu preço de venda ($7.000) lhe atribui 
um dever de pagar de $ 700. Porém, como já foi recolhido $ 570 nas cadeias 
anteriores, ele pagará os referidos $ 130 ($ 700 - $ 570). Desse modo, conclui-
se que a não-cumulatividade obedece a lógica de que o valor do tributo devido 
em cada elo da cadeia é compensado pelos valores incidentes no elo anterior. 
 
Cabe ressaltar que, no que tange aos tributos, existem várias classificações 
possíveis. Dentre elas, pode-se destacar a divisão entre tributos diretos e os 
indiretos. Esta classificação é mais econômica do que jurídica, de importância 
relevante para os estudos na esfera contábil, pois pode-se constatar e avaliar 
os impactos que causam no patrimônio e nas etapas econômicas da produção, 
circulação e consumo. 
 
Assim, são considerados tributos indiretos aqueles que em cada etapa 
econômica são repassados ao preço. Em finanças, chama-se de repercussão. 
Repercutir é transferir o ônus tributário para o consumidor, embutindo-os no 
preço de venda. Os empresários que produziram e comercializaram são os 
contribuintes de direito e responderão pelo pagamento dos tributos. O 
contribuinte de fato é o consumidor que no final paga toda a conta. 
 
Assim, nesse livro, serão estudados os tributos indiretos: ICMS, IPI, PIS/ 
PASEP, COFINS e ISS. Sendo que, desses tributos listados, apenas o ISS não 
obedece o princípio da não-cumulatividade. 
 
 
 
ISS 
 
Conforme a Constituição Federal de 1988, compete aos Municípios e ao Distrito 
Federal instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza (art. 156, II), os 
 
 
 
quais devem ser definidos em Lei Complementar. Essa lei é a 116/2003, a qual 
dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência 
dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. 
 
Embora essas datas possam parecer mais recentes, a criação do ISS é datada 
de 1965, pela Emenda Constitucional nº 18 do referido ano, substituindo os 
tributos criados na Constituição de 1946. Logo após a criação do ISS, foi 
promulgado o Código Tributário Nacional, em 1966, o qual referendou o ISS e 
ainda lhe deu o conceito de serviços, as hipóteses de incidência, bem como o 
responsável pelo recolhimento. 
 
A Constituição de 1967 manteve as tratativas até então, embora exigisse lei 
complementar que o regulamentasse. O Decreto-Lei 406 de 1968 fez esse 
papel, revogando as disposições do Código Tributário Nacional, de modo que, a 
partir dessa revisão, a hipótese de incidência passa a ser uma lista de serviços, 
definidos em 29 itens. Após isso, esse Decreto-Lei sofreu alterações (LC 56/87 
e LC 100/99) até chegar a sua alteração mais recente, a LC 116/2003. 
 
Disposições Gerais 
 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), ou simplesmente ISS, 
tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa a LC 
116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do 
prestador, mesmo que o serviço seja proveniente do exterior do País ou cuja 
prestação se tenha iniciado no exterior do País. 
 
Desse modo, ressalvadas as exceções expressas na lista anexa a LC 116/2003, 
os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua 
prestação envolva fornecimento de mercadorias. Essas exceções também são 
tratadas na seção de ICMS desse livro, de modo que sejam tributados pelo ISSapenas o que for referente aos serviços e os materiais são tributados pelo 
ICMS, quando for o caso: 
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou 
subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica 
e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de 
poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, 
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de 
produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da 
prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, 
pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local 
da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, 
conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de 
máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, 
elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes 
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 
14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes 
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 
 
A LC 116/2003 diz ainda que o imposto não incide sobre as exportações de 
serviços, a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores 
avulsos, entre outros e do valor intermediado no mercado de títulos e valores 
mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos 
moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições 
financeiras (Art. 2º). 
 
O contribuinte do ISS é o prestador de serviço (Art. 5º) e esse deve fazer o 
recolhimento ao município. Porém, a LC 116/200, em seu artigo 6º, faculta aos 
municípios atribuir a responsabilidade de recolhimento a uma terceira pessoa 
 
 
 
vinculada ao fato gerador, mesmo que não tenha feito a retenção na fonte. 
Assim, o tomador do serviço, mesmo que imune ou isento, deve efetuar o 
recolhimento antecipado. 
 
Apesar dos municípios poderem instituir tal obrigação de recolhimento 
antecipado (retenção na fonte), a lei determinou que alguns serviços devem 
ser retidos na fonte, independente de regulamentação do município, conforme 
abaixo: 
a) Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de 
uso temporário. 
b) Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de 
obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras 
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, 
escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, 
concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e 
equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas 
pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, 
que fica sujeito ao ICMS). 
c) Demolição. 
d) Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, 
pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local 
da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
e) Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, 
separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos 
quaisquer. 
f) Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros 
públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e 
congêneres. 
g) Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de 
agentes físicos, químicos e biológicos. 
 
 
 
h) Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e 
congêneres. 
i) Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres 
j) Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de 
engenharia, arquitetura e urbanismo. 
k) Vigilância, segurança ou monitoramento de bens e pessoas. 
l) Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, 
inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou 
temporários, contratados pelo prestador de serviço. 
m) Planejamento, organização e administração de feiras, 
exposições, congressos e congêneres. 
 
Um outro aspecto polêmico é sobre qual Município deve arrecadar o ISS. A LC 
116/2003 inovou (em relação a legislação anterior) ao dizer que, como regra 
geral, considera-se o serviço prestado e o imposto devido no local do 
estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do 
domicílio do prestador. 
 
Cabe salientar que é considerado "estabelecimento prestador" o local onde o 
contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente 
ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo 
irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto 
de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer 
outras que venham a ser utilizadas. 
 
Porém, a LC 116/2003 elenca 19 hipóteses, nas quais o imposto deve ser 
recolhido no local da prestação de serviços (Art. 3º). Desse modo, o ISS será 
cobrado no local: 
 
i) do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, 
na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado. 
 
 
 
ii) da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras 
estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista 
anexa; 
iii) da execução da obra, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; 
iv) da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 
da lista anexa; 
v) das edificações em geral, estradas, pontes, portos e 
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da 
lista anexa; 
vi) da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, 
tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, 
rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços 
descritos no subitem 7.09 da lista anexa; 
vii) da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e 
logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, 
jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 
7.10 da lista anexa; 
viii) da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de 
árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista 
anexa; 
ix) do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e 
de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços 
descritos no subitem 7.12 da lista anexa; 
x) do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e 
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da 
lista anexa; 
xi) da execução dos serviços de escoramento, contenção de 
encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 
7.17 da lista anexa; 
xii) da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.18 da lista anexa; 
 
 
 
xiii) onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos 
serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; 
xiv) dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou 
monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da 
lista anexa; 
xv) do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e 
guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 
da lista anexa; 
xvi) da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e 
congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 
12, exceto o 12.13, da lista anexa; 
xvii) do Município onde está sendo executado o transporte, no 
caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa; 
xviii) do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta 
de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos 
serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; 
xix) da feira, exposição,congresso ou congênere a que se referir o 
planejamento, organização e administração, no caso dos serviços 
descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; 
xx) do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário 
ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da 
lista anexa. 
 
Base de Cálculo 
 
Como já mencionado, o ISS tem como fato gerador a prestação de serviços 
constantes da lista anexa à Lista 116/2003, ainda que esses não se constituam 
como atividade preponderante do prestador. 
 
BOX DE CONEXÃO: Para verificar a lista de serviços, devido a sua extensão, 
consultar a LC 116/2003: 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm 
 
 
No que tange a Base de Cálculo, ela é o preço do serviço prestado, ou seja, o 
total cobrado do cliente em relação ao serviço, sem qualquer tipo de dedução. 
Assim, o ISS é um imposto por dentro (semelhante ao ICMS). 
 
Alíquota 
 
Para garantir um mínimo de uniformidade na cobrança do ISS e reduzir os 
efeitos da “guerra fiscal” deflagrada entre os municípios, a constituição 
determinou que as alíquotas máximas e mínimas deveriam ser fixadas em lei 
complementar. 
 
A LC nº 116/2003 é a lei que regula o ISS fixou apenas a alíquota máxima, em 
5% e não o fazendo para a alíquota mínima. Essa alíquota mínima está disposta 
em 2%, porém foi implantada pela Emenda Constitucional 37 de 2002, a qual 
incluiu a disposição transitória nº 88 da Constituição Federal, com o seguinte 
texto: 
 
"Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e 
III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o 
inciso III do caput do mesmo artigo: 
 
I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se 
referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, 
de 31 de dezembro de 1968; 
 
II - não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, 
que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima 
estabelecida no inciso I." 
 
 
 
 
Desse modo, apesar da LC 116/2003 não ter referendado a alíquota mínima, as 
alíquotas de ISS são de 2% (mínimo) a 5% (máximo) e não são permitidos 
descontos em base de cálculos que resultem em isenções, incentivos e 
benefícios fiscais para conceder tais reduções. 
 
Contabilização do ISS 
 
Recolhimento pelo próprio prestador do serviço 
Exemplo: Numa determinada operação de venda de serviços, onde a Cia Serv 
cobra $ 5.000 a prazo do Sr. João Neves da Silva, cuja operação a alíquota de 
ISS é de 3%. 
 
Receitas 
D: Contas a Receber – Clientes R$ 5.000,00 
C: Vendas de mercadorias R$ 5.000,00 
D: ISS sobre vendas R$ 150,00 
C: ISS à Recolher R$ 150,00 
 
Sendo a DRE: 
Receita Bruta de Vendas 5.000,00 
(-) ISS sobre vendas ( 150,00) 
(=) Receita Líquida 4.850,00 
 
Recolhimento pelo próprio prestador do serviço 
 
Exemplo: Numa determinada operação de venda de serviços, onde a Cia Serv 
cobra $ 5.000 a prazo da Cia Ink, cuja operação a alíquota de ISS é de 3%. 
 
Receitas 
D: Contas a Receber – Clientes R$ 4.850,00 
D: ISS sobre vendas R$ 150,00 
 
 
 
C: Vendas de mercadorias R$ 5.000,00 
 
Sendo a DRE: 
Receita Bruta de Vendas 5.000,00 
(-) ISS sobre vendas ( 150,00) 
(=) Receita Líquida 4.850,00 
 
Nota-se que a única diferença na contabilização do ISS a recolher (1º caso) e o 
valor a receber dos clientes já líquido de ISS (2º caso). No que se refere à 
contabilização da receita e do ISS sobre as vendas seguem os mesmos. 
 
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados 
 
O IPI é o Imposto sobre Produtos Industrializados, o qual tem como fonte o 
Imposto de Consumo, criado em na Lei 4.502/64, e incidia sobre os produtos 
industrializados. No ano seguinte, com a Emenda Constitucional nº 18 de 
1965, foi incorporado à Constituição a competência da União para instituir o 
IPI. Fundamentado nessa emenda, o CTN, de 1966, definiu as regras gerais do 
IPI, conforme descritas abaixo: 
 
"Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados 
tem como fato gerador: 
 
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
 
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do 
artigo 51; 
 
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o 
produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a 
natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 
 
 
 
 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no 
inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; 
 
II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; 
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da 
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; 
 
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
 
Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. 
 
Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante 
devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto 
referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos 
produtos nele entrados. 
 
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do 
contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. 
 
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro 
Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de 
modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos 
necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da 
estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas. 
 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
 
 
 
 
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
 
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos no inciso anterior; 
 
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte 
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou 
arrematante." 
 
Por fim, o Decreto-Lei nº 34/1966 alterou o nome do Imposto de Consumo 
para Imposto sobre Produtos Industrializados, alterando a Lei 4.502/64. 
 
Mais adiante, na Constituição Federal de 1988, atribuiu poderes à União de 
instituir tributos sobre produtos industrializados (Art. 153, IV) e limitou o poder 
de tributar nos quesitos abaixo: 
"I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
com o montante cobrado nas anteriores; 
 
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior." 
 
Além disso, a constituição ainda diz que o IPI está sujeito ao princípio da 
noventena, embora não esteja sujeito ao princípio da anterioridade. O primeiro, 
introduzido pela Emenda Constitucional nº 42/03, a partir da alteração no art. 
150, III da ConstituiçãoFederal, a redação do seu § 1º. com o seguinte item: 
 
"c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou". Já o principio da anterioridade diz que a lei que 
cria ou aumenta tributo fica postergada para o exercício financeiro seguinte ao 
da sua publicação. 
 
 
 
 
Disposições Gerais 
 
Como visto, O IPI é de competência da União e é um imposto sobre a 
circulação econômica. Grava sua etapa inicial na produção ou importação. Sua 
sistemática é semelhante ao ICMS na forma de escrituração e apuração do 
imposto devido. O exemplo abaixo ilustra essa situação: 
 
MÊS 
COMPRAS VENDAS SALDO DE ICMS 
VALOR 
IPI 
(10%) VALOR 
IPI 
(10%) NO MÊS ACUMULADO RECOLHER 
Agosto 400.000 40.000 500.000 50.000 -10.000 -10.000 
Setembro 500.000 50.000 350.000 35.000 15.000 15.000 0 
Outubro 450.000 45.000 400.000 40.000 5.000 20.000 0 
Novembro 220.000 22.000 300.000 30.000 -8.000 12.000 0 
Dezembro 200.000 20.000 400.000 40.000 -20.000 0 -8.000 
TOTAL 1.770.000 177.000 1.950.000 195.000 -18.000 47.000 -18.000 
 
Conforme a tabela acima, no mês de Agosto a empresa efetuou compras de $ 
400.000 e vendas de $ 500.000, ambas com IPI de 10%. Portanto, deve 
recolher $10.000 de IPI referente ao mês de agosto. Porém, em setembro, 
adquiriu $ 500.000 de mercadorias e vendeu apenas $ 350.000, acumulando 
um crédito de $ 15.000. No mês seguinte a mesma situação voltou a ocorrer, 
compras superiores às vendas, agora acumulando mais $ 5.000, atingindo o 
total de $ 20.000. Em Novembro, com vendas de $ 300.000 e compras de $ 
220.000, havia um saldo de IPI a recolher de $ 20.000. Porém, como a 
empresa tinha créditos não precisou recolher qualquer valor ao fisco, deduzindo 
de seus créditos acumulados. Por fim, em dezembro saldo de IPI do mês foi de 
$ 20.000 a pagar, mas como tinha créditos de $ 12.000, efetuou o pagamento 
de apenas $ 8.000. 
 
Assim, o estabelecimento industrial ou equiparado não é o contribuinte de fato, 
mas o responsável que, por determinação legal, deve cobrá-lo deste, e repassá-
lo à União. A partir da Lei nº 8.866/94, o responsável passou a ser denominado 
 
 
 
depositário da União. Caso não recolha o valor cobrado a título de IPI, passa a 
ser considerado depositário infiel e pode ser punido com a pena de prisão. 
 
Em junho de 2010 foi aprovado o Decreto 7.212, o qual regulamenta a 
cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do IPI. Ele apresenta que o 
 imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, 
obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto 
sobre Produtos Industrializados - TIPI. 
 
BOX DE CONEXÃO: A tabela TIPI em curso é regida pelo Decreto 7.660 de 
2011. A tabela TIPI tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). 
Mais em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Decreto/D7660.htm#art7 
 
O artigo 3º desse Decreto diz que "Produto Industrializado" é o resultante de 
qualquer operação definida como industrialização (no decreto), mesmo 
incompleta, parcial ou intermediária. Define também que "Estabelecimento 
Industrial" é o que executa qualquer das operações de industrialização, de que 
resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. Define, por fim, 
que "Industrialização" é qualquer operação que modifique a natureza, o 
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o 
aperfeiçoe para consumo, resultantes de 5 operações (Art. 4º), tais como: 
 
a) a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe 
na obtenção de espécie nova (transformação). Ex: obtenção de tijolo a partir de 
argila; 
b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o 
funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto 
(beneficiamento). Ex: Perfuração de uma placa metálica.; 
c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um 
novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal 
(montagem). Ex: reunião de lentes e armação para formar óculos; 
 
 
 
d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da 
embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem 
colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou 
reacondicionamento). Ex: engarrafamento de vinho natural; ou 
e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto 
deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização 
(renovação ou recondicionamento). Ex: recapagem ou recauchutagem de 
pneus. 
 
Apesar dessas definições de industrialização, o Decreto exclui , em seu artigo 
5º, várias atividades que poderiam ser consideradas como industrialização, 
dentre elas, como: 
 
a) o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de 
máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos 
similares, para venda direta a consumidor 
b) a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, 
em oficina ou na residência do confeccionador; 
c) a confecção ou preparo de produto de artesanato 
d) a montagem de óculos, mediante receita médica 
 
Além disso, há imunidade tributária de outros produtos como os livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado à sua impressão; os produtos industrializados 
destinados ao exterior; o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; e a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais do País. 
 
No que tange aos contribuintes, o Decreto diz que os importadores, os 
industriais e os equiparados a industriais (art. 9º) são obrigados a pagar o 
imposto. Equiparados à industria estabelecimentos que, apesar de não 
realizarem operações de industrialização, são equiparados, conforme abaixo: 
 
 
 
 
a) importadores, inclusive filiais que exerçam o comércio de produtos 
importados, salvo se operarem exclusivamente no varejo; 
b) filiais de estabelecimento industrial, na venda de seus produtos; 
c) comerciantes de bens de produção, que tem caráter facultativo à 
equiparação industrial. 
 
Além desses, atribui outros responsáveis caso tenham alguma irregularidade, 
como o transportador de produtos desacompanhados de documento fiscal, o 
estabelecimento adquirente de produtos usados sem comprovação de origem 
ou o estabelecimento que possua produtos sem rótulo, marcação ou selo. 
Base de Cálculo 
 
Para iniciar a discussão sobre a base de cálculo, há de se falar sobre o fato 
gerador. O fato gerador do IPI é o desembaraço aduaneiro de produto de 
procedência estrangeira ou a saída de produto do estabelecimento industrial, 
ou equiparado a industrial. 
 
Assim, ocorrido o fato gerador, o imposto será calculado mediante aplicação 
das alíquotas, constantes da TIPI, sobre o valor tributável dos produtos. E, para 
cada ato gerador, há uma base de cálculo distinta, conforme artigo 190 do 
Decreto 7.212/2010: 
 
a) saída de produto do estabelecimento industrial: o valor total da operação de 
que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a industrial; 
b) produtos de procedência estrangeira: valor que servir ou que serviria de 
base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de 
importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais 
efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis 
 
O IPI é um imposto "por fora", ou seja, ele é cobrado adicionalmente do valor 
do produto, diferentemente do ICMS, que é cobrado "por dentro". O ICMS é umvalor que deve integrar o preço do produto, enquanto o IPI deve ser adicionado 
a este. 
 
Sobre o valor total da operação da saída dos estabelecimento industrial, 
entende-se como o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais 
despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou 
destinatário. Além disso, não podem ser deduzidos do valor da operação os 
descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que 
incondicionalmente. 
 
Retomando o exemplo utilizado no ICMS, segue exemplo da base de cálculo do 
IPI: 
 
A Cia Ink, indústria de Tintas, vende baldes de tintas por $ 5.000 para a Cia 
Paint, comércio atacadista de tintas, para pagamento em 45 dias. Nessa mesma 
nota fiscal, destaca que está sendo cobrado frete de $ 400, seguros de $ 100, e 
desconto (dado em nota fiscal) de $ 500. Além disso, há $ 550 de IPI (10% da 
sua base de cálculo) e que a alíquota de ICMS é de 18%. Por fim, ao emitir o 
boleto para a Cia Paint, a Cia Ink coloca o seguinte adendo: "caso o boleto seja 
pago em 20 dias, deduzir o valor de $ 500". Assim, tem-se que: 
 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Desconto Condicional: ($ 500) - Caso o cliente faça o pagamento em 20 
dias após a compra 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Agora, com os valores em mãos, pode-se verificar quais deles comporão a base 
de cálculo do IPI. Como já dito no RIPI/2010, o valor das mercadorias, bem 
como os seguros e fretes estão inclusos na base do IPI. Já o desconto dado 
 
 
 
para pagamento antecipado, configura-se como um desconto condicional, e o 
desconto dado em nota fiscal é um desconto incondicional. Ressalta-se que 
ambos os tipos de descontos não serão deduzidos para a base de cálculo do 
IPI. Por fim, o IPI não integrará a base de cálculo do ICMS, uma vez que a Cia 
Paint irá revender essas mercadorias (tintas) para outros estabelecimentos 
varejistas, pessoas físicas e demais usuários das tintas. 
 
Assim, tem-se a base de cálculo do IPI em $ 5.500: 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
Base de Cálculo IPI: $ 5.500 
Alíquota de IPI: 10% 
IPI: $ 550 
 
Total da Nota Fiscal $ 5.750 (valor a ser pago pela Cia Paint a 
Cia Ink) 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Por fim, verifica-se no exemplo acima que o ICMS está na base de cálculo do 
IPI, uma vez que o adquirente da mercadoria irá revendê-la aos demais 
clientes. Assim, na seção de ICMS já foi discutida a questão do IPI constar na 
base de cálculo do ICMS. Caso seja necessário, retorne ao item referente a 
base de cálculo do ICMS 
 
Alíquotas 
 
 
 
 
As alíquotas do IPI são dadas pela TIPI (Tabela de Incidência do Imposto sobre 
Produtos Industrializados). Essa tabela é estruturada em 21 Seções, 97 
Capítulos, Posições, Subposições, Itens e Subitens calcadas na Nomenclatura 
Comum do MERCOSUL (NCM). 
 
Assim, o sujeito passivo do IPI deve classificar seus produtos na TIPI e, em 
caso de dúvida, deve formular consulta à Receita Federal do Brasil, disciplinado 
pela Instrução Normativa RFB 740/2007. 
 
Contabilização do IPI Recuperável 
 
É assegurado ao contribuinte, salvo disposição contrária expressa em lei, o 
direito de se creditar do imposto anteriormente cobrado na aquisição de 
insumos (matéria-prima, produtos intermediários e material de embalagem), 
empregados na industrialização de produtos tributados destinados à venda. 
 
Para creditar o IPI pago na aquisição de insumos, é necessário que este esteja 
destacado em documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em situação 
regular perante o fisco. O direito ao crédito será extinto após cinco anos 
contados da data de emissão do documentos fiscal. 
 
Como regra geral, se a saída for isenta, não tributada, ou com alíquota reduzida 
a zero, o crédito pela entrada deverá ser anulado por lançamento de estorno. 
Em casos especiais é permitida a manutenção do crédito do IPI, mesmo em 
saída isenta, não tributada ou de alíquota zero, a título de incentivo fiscal. Esse 
direito à manutenção do crédito deve estar expresso em lei federal. 
Além disso, tem direito ao crédito do IPI pago no desembaraço aduaneiro 
desde que a mercadoria importada esteja acompanhada de documentação 
fiscal hábil e que a saída do produto seja tributada. 
 
 
 
 
Os comerciantes atacadistas de insumos são equiparados facultativamente aos 
industriais. Se optarem pela equiparação nos termos do art. 9º a 11º do 
RIPI/2010 destacarão o IPI relativo à saída na Nota Fiscal. Essa equiparação foi 
criada com o objetivo de possibilitar o crédito do IPI pelos estabelecimentos 
industriais que adquirem insumos de comerciantes atacadistas. 
 
Se por ventura, o comerciante atacadista não optar pela equiparação a 
industrial, ainda é possível ao adquirente efetuar o crédito do IPI mediante a 
aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto sobre 50% (cinquenta por 
cento) do valor constante na respectiva nota fiscal (art. 227 do RIPI/2010). 
 
Desse modo, os insumos que forem utilizados no processo produtivo, que darão 
origem a produtos que serão vendidos tributados pelo IPI, quando de sua 
entrada na indústria serão registrados com os seus respectivos créditos, que 
serão recuperados na venda, sendo o procedimento semelhante ao de 
apuração do ICMS. 
 
Para elucidação, segue um exemplo: A Cia Ink, indústria de Tintas, para 
atender a um pedido da Cia Paint, uma distribuidora de tintas, adquiriu três 
matérias-primas, a prazo, as quais são importantes para o seu processo 
produtivo: solvente, pigmento e resina. O solvente e a resina foram adquiridos 
de uma indústria por R$ 700 e R$ 1.300 (IPI não incluso), respectivamente, 
com alíquotas de IPI de 5% em ambos. Já os pigmentos foram adquiridos de 
um atacadista por R$ 500. Embora não tenha sido destacado o IPI nessa nota 
fiscal, sabe-se que a alíquota de IPI para pigmentos é de 15%. Após isso, 
efetuou a venda dos produtos por R$ 4.000 (IPI não incluso), para recebimento 
a vista, com IPI de 10%. Por fim, assuma que a empresa não tenha quaisquer 
outros insumos de produção e que todos eles componham o custo do produto 
vendido. Os cálculos, contabilizações e demonstrações contábeis se dão como 
segue: 
 
Solvente 
 
 
 
Preço: R$ 700,00 
IPI: 5% x R$ 700,00 = R$ 35,00 
Valor a Pagar: R$ 735,00 
Contabilização: 
D: Estoque de Matéria-Prima R$ 700,00 
D: IPI a Recuperar R$ 35,00 
C: Fornecedores R$ 735,00 
 
Resina 
Preço: R$ 1.300,00 
IPI: 5% x R$ 1.300,00 = R$ 65,00 
Valor a Pagar: R$ 1.365,00 
Contabilização: 
D: Estoque de Matéria-Prima R$ 1.300,00 
D: IPI a Recuperar R$ 65,00 
C: Fornecedores R$ 1.365,00 
 
Pigmento 
Preço: R$ 500,00 
IPI: 15% x R$ 500,00 = R$ 75,00 
Valor a Pagar: R$ 500,00 
Contabilização: 
D: Estoque de Matéria-Prima R$ 425,00 
D: IPI a Recuperar R$ 75,00 
C: Fornecedores R$ 500,00 
 
Venda 
Preço: R$ 4.000,00 
IPI: 10% x R$ 4.000,00 = R$ 400,00 
Valor a Receber: R$ 4.400,00 
Contabilização: 
D: Clientes R$ 4.400,00 
 
 
 
C: Receita Bruta de Vendas R$ 4.400,00 
D: IPI sobre Vendas R$ 400,00 
C: IPI a Pagar R$ 400,00 
 
Balanço E DRE 
Balanço Aquisição Venda 
Apuração 
IPI 
Pagto. 
Forn. Pagto IPI 
 
DRE 
Caixa 
 
4.400 4.400 1.800 1.575 Receita 4.400 
Estoque - MP 2.425 0 0 0 0 
(-) IPI s/ 
Venda -400 
IPI a 
Recuperar 175 175 0 0 0 
(=) ReceitaLíquida 4.000 
TOTAL 
ATIVO 2.600 4.575 4.400 1.800 1.575 (-) CPV -2.425 
 
(=) Lucro 
Bruto 1.575 
Fornecedores 2.600 2.600 2.600 0 0 
 
IPI a 
Recolher 
 
400 225 225 0 
Lucro 
 
1.575 1.575 1.575 1.575 
TOTAL P+PL 2.600 4.575 4.400 1.800 1.575 
 
 
Contabilização do IPI Não-Recuperável 
 
Conforme visto anteriormente, há possibilidade de tomada de crédito de IPI por 
estabelecimentos industriais ou equiparados apenas para matéria-prima, 
produtos intermediários e material de embalagem. Casos que tenham destaque 
de IPI, porém não sejam os materiais acima, como, por exemplo, imobilizado, 
materiais de escritório, produtos de limpeza, etc., não tem direito ao crédito. Já 
as empresas que não sejam contribuintes do IPI ou que tenham produtos não 
tributáveis não tem direito ao crédito das aquisições que venham destacado o 
IPI na nota fiscal. Todos esses casos devem lançar em estoques, imobilizado, 
custos, despesas com os valore de IPI, conforme exemplos abaixo: 
 
 
 
 
"A loja de departamentos Quick Sell, em determinado mês, adquiriu 50 
computadores para revenda, por R$ 2.000 cada (IPI não incluso), além de um 
computador para o escritório do gerente do estabelecimento por $ 3.000 (IPI 
não incluso), a vista, com IPI destacado de 25%." Os lançamentos contábeis, 
como a empresa não possui o direito ao crédito em nenhuma dessa transações, 
uma vez que não é contribuinte do imposto, ficariam: 
 
Computador para o Gerente (Imobilizado) 
Cálculo IPI: R$ 3.000 x 25% = R$ 750,00 
D: Imobilizado - Computador R$ 3.750 
C: Caixa R$ 3.750 
 
Computador para Revenda (Estoque) 
Cálculo IPI: 50 unid. x R$ 2.000 x 25% = R$ 25.000 
D: Estoque para Revenda* R$ 125.000 
C: Caixa R$ 125.000 
 
* o custo da unidade ficará em $ 2.500 devendo ser utilizado esse valor na 
ficha de controle de estoque 
 
Outro exemplo: A Cia Ink, indústria de tintas, adquiriu $ 200 (IPI não incluso) 
em produtos de limpeza, a vista, com destaque de IPI de 12%". Embora a 
empresa seja contribuinte do IPI, ela não possui o direito ao crédito nessa 
transação, uma vez que o produto não é classificado como matéria-prima, 
material de embalagem ou material intermediário, os lançamentos contábeis 
ficariam: 
 
Produtos de Limpeza 
Cálculo IPI: R$ 200 x 12% = R$ 24,00 
D: Estoque Almoxarifado R$ 224,00 
C: Caixa R$ 224,00 
 
 
 
 
 
Reflexão: 
 
Nessa unidade foram visitados os conceitos de fato gerador, alíquotas e base 
de cálculo do IPI e ISS. Apesar de existirem leis gerais federais para todos 
esses tributos, o ISS deve respeitar também os códigos tributários e/ou 
regulamentos dos Municípios. Assim sendo, existem guerras fiscais entre os 
entes federativos, visto que a arrecadação não é centralizada pela União. Em 
comum, IPI e ISS são tributos indiretos (cobrados nos elos das cadeias 
produtivas e de comercialização) e possuem não incidência nas exportações de 
produtos e serviços. O IPI possui método não cumulativos, enquanto o ISS 
possui modelo cumulativo. 
Atividade 
 
1: O ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) é de competência: 
 
a) dos Estados 
b) da União 
c) dos Municípios 
d) dos Municípios e do Distrito Federal 
e) dos Estados e do Distrito Federal 
 
2) Julguem os itens abaixo acerca do ISSQN e assinale a alternativa correta: 
I - A alíquota mínima de ISSQN é de 1%; 
II - A alíquota máxima de ISSQN é de 5%; 
III - O contribuinte é o tomador do serviço; 
 
a) Somente a I é verdadeira 
b) Somente a II é verdadeira 
c) Somente a III é verdadeira 
d) Somente a I e II são verdadeiras 
 
 
 
e) Somente a II e III são verdadeiras 
 
3) No que se refere aos tributos brasileiros, qual deles incide sobre os produtos 
industrializados nacionais e estrangeiros no momento do desembaraço 
aduaneiro de produto de procedência estrangeira, ou a saída do produto do 
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial? 
 
a) ITR 
b) IPI 
c) ICMS 
d) IPVA 
e) ISS 
 
4) A Cia Máquina de Ferro é uma indústria que tem como produto principal o 
Ferrão. O Ferrão possui uma matéria-prima principal, o Ferrim. Ele pode ser 
adquirido da Indústria Ferrolho S.A. ou da Steel Seller Ltda, que é uma 
comercial distribuidora. A Cia Máquina de Ferro está interessada em saber qual 
dos dois fornecedores ela deve comprar, pois existe diferença de preço e 
tributação (IPI). A Indústria Ferrolho vende o produto por R$ 100, mais IPI de 
10%. Já a distribuidora Steel Seller vende por R$ 110. Considerando essas 
informações e desprezando outros tributos, é correto afirmar que: 
 
a) Mais vantajoso adquirir da Indústria Ferrolho, pois o custo da mercadoria é 
de R$ 100,00 e o IPI é recuperável em $ 10,00. Já adquirindo da distribuidora 
Steel não há possibilidade de obter credito. 
b) Não há qualquer diferença em comprar dos referidos fornecedores, uma vez 
que o preço para a Cia Máquina de Ferro é o mesmo em ambos (R$ 110,00). 
c) Mais vantajoso adquirir da distribuidora Steel, pois mesmo que ela não tenha 
crédito de IPI destacado da nota, há possibilidade de tomar R$ 11,00 de crédito 
(10% x R$ 110,00). 
 
 
 
d) Mais vantajoso adquirir da distribuidora Steel, pois mesmo que ela não tenha 
crédito de IPI destacado da nota, há possibilidade de tomar R$ 5,50 de crédito 
(5% x R$ 110,00). 
e) Mais vantajoso adquirir da Indústria Ferrolho, pois o custo da mercadoria é 
de R$ 100,00 e o IPI é recuperável em $ 10,00, mesmo que adquirindo da 
distribuidora há possibilidade de obter credito de R$ 5,50 (5% x R$ 110,00). 
 
Aprenda mais 
Leia os textos abaixo sobre ISS: 
 
Lei Complementar 116/2003: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm 
 
 
ISSQN e o Local da Prestação: 
http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/5c9o/issqn-e-o-local-da-
prestacao-de-servico-uma-nova-visao-jurisprudencial-fernando-martins-de-sa 
 
Conflito entre municípios: 
http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=21
5777&key=4387478 
 
Veja os vídeos sobre ISS: 
- ISS e o Direito Tributário: https://www.youtube.com/watch?v=Maoui4qw3Dc 
- Local do Pagamento: https://www.youtube.com/watch?v=jPEbW4_IgHU 
- Local do Fato Gerador: https://www.youtube.com/watch?v=VCN342xT1ZA 
 
Leia os textos abaixo sobre IPI: 
Princípios gerais do IPI: http://www.valortributario.com.br/ipi/aspectos-gerais-
do-ipi.htm IPI e Receita Federal: http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-
rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/ipi 
 
 
 
IPI sobre importação de veículos por pessoa física: 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=309265 
Veja os vídeos sobre IPI: 
IPI: https://www.youtube.com/watch?v=14Q57bhECOA 
IPI na base do ICMS: https://www.youtube.com/watch?v=IIlpf1TXKYE 
Crédito de IPI: https://www.youtube.com/watch?v=VUiJXmoEt68 
Referências: 
 
BRASIL. Constituição, 1988 
BRASIL. Lei Complementar 116, 2003. 
BRASIL. Decreto Lei 7.212, 2010. 
FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. 
OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete 
Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 14 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 8 ed. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2014. 
REZENDE, A. J.; PEREIRA, C.A; ALENCAR, R. C.; Contabilidade tributária - 
entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das 
empresas. São Paulo: Atlas, 2010. 
Na próxima unidade 
 
Na próxima unidade será visto o Imposto sobre Circulaçãode Mercadorias e 
Serviços, o ICMS. Serão tratados, tanto a forma convencional de tributação, 
com seu modelo não-cumulativo, bem como o modelo de Substituição 
Tributária. 
Unidade 2. Tributos sobre a Comercialização de 
Mercadorias 
Introdução 
 
 
 
 
O ICMS é um imposto de responsabilidade dos Estados brasileiros que, quando 
somadas suas arrecadações, se constitui no tributo com maior arrecadação no 
país. Ele possui amparo na Constituição Federal, mais precisamente no artigo 
155, e é regulamentado pela Lei Complementar 87 de 1996, conhecida também 
como Lei Kandir (feita pelo então ministro do Planejamento Antonio Kandir). 
Assim, de modo geral, as empresas que produzem e/ou comercializam produtos 
estão sujeitos a esse imposto, como também as que fornecem alimentação e 
bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares, além das 
empresas de transportes interestadual e intermunicipal. Assim sendo, esse 
tributo impacta inúmeros produtos comercializados e, consequentemente, os 
seus preços de venda, sendo necessários seu conhecimento e gestão eficazes 
para competitividade da empresa. 
 
O regime de Substituição Tributária para o ICMS, assim como o próprio ICMS, 
também está previsto constitucionalmente. A Substituição Tributária para frente 
nada mais é do que a atribuição de uma obrigação tributária de responsável 
pelo recolhimento a um sujeito, cujo fato gerador ocorra em momento 
posterior. Assim, ocorre uma antecipação do referido tributo para os Estados 
por um terceiro ao invés do contribuinte de fato. Além disso, tem-se a 
Substituição Tributária para trás, a qual acontece quando o recolhimento é 
diferido para um momento futuro e a Substituição Tributária Concomitante, 
quando um contribuinte é responsável por recolher o imposto por outro em 
operações que ocorrem em conjunto. 
 
ICMS: Imposto sobre Circulação sobe Mercadorias e 
Serviços 
 
Apesar de já ter sido atribuído no subtítulo dessa unidade o que significa a sigla 
ICMS, seu nome é ligeiramente maior. Assim, o ICMS é, de fato,um imposto sobre 
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. 
 
 
 
 
Antigo ICM – Imposto de circulação de mercadorias – hoje o tributo tem a 
nomenclatura extensa conforme o título acima, e tem a incidência em maior 
números de atividades e muito mais amplo e complexo, assim como, os CFOP 
(Código Fiscal de Operações e Prestações) que foi amplamente modificado e 
muito mais detalhado, para que o fisco tivesse maiores mecanismos para 
acompanhamento e fiscalização. 
 
 Anteriormente a Constituição Federal de 1988, o tributo que incidia sobre 
energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais era o 
Imposto Único Federal e pela Emenda Constitucional nº 3/93, os quais foram 
incluídos na incidência do ICMS juntamente com os serviços de 
telecomunicações. A nível federal passou a ser cobrado a CIDE (Contribuição de 
Intervenção do Domínio Econômico) que são contribuições regulatórias, 
utilizadas como instrumento de política econômica para enfrentar determinadas 
situações que exijam a intervenção da União na economia do país. 
 
Disposições Gerais 
 
No que tange à legislação, cada estado possui uma regulamentação específica, 
devendo acompanhar os termos das normas gerais, os quais são dados pela Lei 
Complementar nº 87/96, também conhecida como Lei Kandir, em referência ao 
nome de seu autor, o ex-deputado federal Antônio Kandir, durante a sua gestão 
como Ministro do Planejamento do Governo Fernando Henrique Cardoso. 
Inicialmente, a Constituição Federal de 1988 dá os primeiros parâmetros do 
ICMS, os quais seguem abaixo, conforme artigo 155: 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
... 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda 
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
... 
 
 
 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; 
 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da 
legislação: 
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas 
operações ou prestações seguintes; 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; 
 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos 
serviços; 
 
Assim, a partir desse trecho, são extraídas as características essenciais do 
ICMS: a não-cumulatividade e a seletividade em função da essencialidade dos 
bens e serviços, de modo que alíquotas maiores poderão ser aplicadas aos 
produtos considerados supérfluos. 
 
A não-cumulatividade é efetuada compensando a incidência de ICMS das 
vendas deduzido a incidência das compras e demais créditos pertinentes (os 
quais serão vistos adiante). Para exemplificar essa situação, tem-se a tabela 
abaixo: 
 
MÊS 
COMPRAS VENDAS SALDO DE ICMS 
VALOR 
ICMS 
(18%) VALOR 
ICMS 
(18%) NO MÊS ACUMULADO 
REC
OLHER 
Agosto 400.000 72.000 500.000 90.000 -18.000 -18.000 
Setembro 500.000 90.000 350.000 63.000 27.000 27.000 0 
Outubro 450.000 81.000 400.000 72.000 9.000 36.000 0 
Novembro 220.000 39.600 300.000 54.000 -14.400 21.600 0 
Dezembro 200.000 36.000 400.000 72.000 -36.000 0 -14.400 
TOTAL 1.770.000 318.600 1.950.000 351.000 -32.400 84.600 -32.400 
 
 
 
 
Conforme a tabela acima, no mês de Agosto a empresa efetuou compras de $ 
400.000 e vendas de $ 500.000, ambas com ICMS de 18%. Portanto, deve 
recolher $18.000 de ICMS referente ao mês de agosto. Porém, em setembro, 
adquiriu $ 500.000 de mercadorias e vendeu apenas $ 350.000, acumulando 
um crédito de $ 27.000. No mês seguinte a mesma situação voltou a ocorrer, 
compras superiores às vendas, agora acumulando mais $ 9.000, atingindo o 
total de $ 36.000. Em Novembro, com vendas de $ 300.000 e compras de $ 
220.000, havia um saldo de ICMS a recolher de $ 14.400. Porém, como a 
empresa tinha créditos não precisou recolher qualquer valor ao fisco, deduzindo 
de seus créditos acumulados. Por fim, em dezembro saldo de ICMS do mês foi 
de $ 36.000 a pagar, mas como tinha créditos de $ 21.600, efetuou o 
pagamento de apenas $ 14.400. 
 
Ainda sobre a não-cumualtividade, o texto da lei diz que, mesmo que a 
mercadoria tenha sido vendida por outro Estado da Federação, o crédito entre 
as empresas deverá ser mantido. Porém, caso o produto a ser vendido tenha 
isenção ou não-incidência do ICMS o crédito deverá ser anulado. Exceção se faz 
à exportação de produtos, a qual tem saída imune de ICMS, mas o exportador 
pode efetuar a manutenção do crédito, conforme art. 150, § 2º, X, "a", 
conforme redação dada pela Emenda Constitucional nº 42 de 2003: 
 
"X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre 
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e 
o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e 
prestações anteriores;" (grifo nosso). 
 
Sobre quem deve pagar o ICMS, ou seja, quem é contribuinte do imposto, o 
artigo 4º da Lei Complementar 87/96 diz que pode ser pessoa física ou jurídica, 
a qual realize operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços 
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicaçãode forma 
habitual ou que o volume da transação caracterize o intuito de comercialização. 
 
 
 
 
Porém, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, ainda no parágrafo 
único artigo 4º da Lei Complementar 87/97, diz que são contribuintes do ICMS, 
quem: 
 importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua 
finalidade; 
 seja destinatário de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se 
tenha iniciado no exterior; 
 adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou 
abandonados; 
 adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de 
petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não 
destinados à comercialização ou à industrialização. 
 
Conhecidos os contribuintes e os questões gerais sobre o ICMS, percorre-se 
agora a metodologia do cálculos. Em Direito tributário, a base de cálculo é a 
grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a 
pagar. Assim, nas próximas duas seções serão percorridos tanto a base de 
cálculo quanto as alíquotas do ICMS, respectivamente. 
Base de Cálculo 
 
Conforme o artigo 2º da Lei 87/96, bem como seu § 1º, o ICMS incide sobre a 
circulação de mercadorias ou à prestação de determinados serviços, como 
segue: 
 operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
 prestações de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal 
e de comunicações e telecomunicações; 
 entradas de mercadorias, importadas no estabelecimento de con-
tribuinte, comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de 
mercadoria para consumo ou bem do ativo imobilizado; 
 
 
 
 fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em 
restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares. 
 sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por 
pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do 
imposto, qualquer que seja a sua finalidade; 
 sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior; 
 sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado 
o adquirente. 
 
Porém, não há incidência nos produtos, serviços ou operações abaixo, mesmo 
existindo o fato gerador: 
 operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão; 
 operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, 
 operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, 
quando destinados à industrialização ou à comercialização; 
 operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro 
ou instrumento cambial; 
 operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra 
espécie; 
 operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive 
a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento 
do devedor; 
 operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda 
do bem arrendado ao arrendatário; 
 
 
 
 operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. 
 
Dada a incidência e a não-incidência de ICMS, a sua base de cálculo depende 
do tipo de operação que será tributada. O quadro a seguir resume o que deve 
conter a base de cálculo, que, em suma, é o valor da operação: 
 
Operação Base de Cálculo 
1) Saída de Mercadorias - O valor da Operação 
2) Fornecimento de alimentação, 
bebidas e outras mercadorias por 
qualquer estabelecimento 
- O valor da Operação, 
compreendendo mercadorias e 
serviços 
3) Prestação de serviço de 
transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação 
- O preço do serviço 
4) Fornecimento de mercadoria com 
prestação de serviços não 
compreendidos na competência 
tributária dos Municípios 
 
- Valor da Operação 
5) Fornecimento de mercadoria com 
prestação de serviços 
compreendidos na competência 
tributária dos Municípios e com 
indicação expressa de incidência do 
imposto de competência estadual, 
como definido na lei complementar 
aplicável 
- O preço corrente da mercadoria 
fornecida ou empregada 
6) Importação de bens e 
mercadorias 
- O valor da mercadoria ou bem 
constante dos documentos de 
importação*, adicionados do 
Imposto de Importação, do IPI, 
 
 
 
do IOF e de quaisquer outros 
impostos, taxas, contribuições e 
despesas aduaneiras 
* Art 14 da LC 87/96: o preço de importação expresso em moeda 
estrangeira será convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio 
utilizada no cálculo do imposto de importação, sem qualquer acréscimo ou 
devolução posterior se houver variação da taxa de câmbio até o pagamento 
efetivo do preço. Assim, o valor fixado pela autoridade aduaneira para base de 
cálculo do imposto de importação, nos termos da lei aplicável, substituirá o 
preço declarado. 
 
Para tentar desmistificar os itens 4 e 5 da tabela acima, que tratam de 
mercadorias com prestação de serviços, serão trazidos algumas explicações 
adicionais. Ressalta-se que mais adiante serão explanados os conceitos 
referentes ao ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza). A lei que 
regula essa imposto possui uma lista de 40 serviços que devem ser tributadas 
por ele. 
 
Quando ocorrer a prestação de serviços e, de forma conjunta, fornecerem 
mercadorias, a regra geral é de que sejam ambos (serviços e mercadorias) 
tributados pelo ISS. Porém, alguns itens, são tributados pelo ISS apenas o que 
for referente aos serviços e os materiais são tributados pelo ICMS, quando for o 
caso: 
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de 
obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras 
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, 
drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a 
instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o 
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora 
do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, 
portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas 
 
 
 
pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que 
fica sujeito ao ICMS). 
14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, 
conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de 
máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de 
qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas 
ao ICMS). 
14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes 
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 
 
Por fim, dadas as incidências e os fatos geradores, o § 1º do artigo 13 da Lei 
Complementar 87/96 diz que a base de cálculo do ICMS: 
 
I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera 
indicação para fins de controle; 
 
II - o valor correspondente a: 
a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem 
como descontos concedidos sob condição; 
b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua 
conta e ordem e seja cobrado em separado.O parágrafo segundo (§ 2º do artigo 13 da LC 87/96) diz que o IPI não 
integrará a base de cálculo do ICMS quando a operação for relativa a produto 
destinado à industrialização ou à comercialização. Assim, caso a mercadoria 
seja destinada a alguém que utilizará a mercadoria, o IPI deve integrar a base 
de cálculo do ICMS. 
 
Para melhor explicação, segue o exemplo: 
 
A Cia Ink, indústria de Tintas, vende baldes de tintas por $ 5.000 para a Cia 
Paint, comércio atacadista de tintas, para pagamento em 45 dias. Nessa mesma 
 
 
 
nota fiscal, destaca que está sendo cobrado frete de $ 400, seguros de $ 100, e 
desconto (dado em nota fiscal) de $ 500. Além disso, há $ 550 de IPI (10% da 
sua base de cálculo) e que a alíquota de ICMS é de 18%. Por fim, ao emitir o 
boleto para a Cia Paint, a Cia Ink coloca o seguinte adendo: "caso o boleto seja 
pago em 20 dias, deduzir o valor de $ 500". Assim, tem-se que: 
 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Desconto Condicional: ($ 500) - Caso o cliente faça o pagamento em 20 
dias após a compra 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Agora, com os valores em mãos, pode-se verificar quais deles comporão a base 
de cálculo do ICMS. Como já dito na LC 87/96, o valor das mercadorias, bem 
como os seguros e fretes estão inclusos na base do ICMS. Já o desconto dado 
para pagamento antecipado, configura-se como um desconto condicional, e o 
desconto dado em nota fiscal é um desconto incondicional. Por fim, o IPI não 
integrará a base de cálculo do ICMS, uma vez que a Cia Paint irá revender 
essas mercadorias (tintas) para outros estabelecimentos varejistas, pessoas 
físicas e demais usuários das tintas. 
 
BOX DE CONEXÃO: Descontos Condicionais e Incondicionais - 
http://www.portaltributario.com.br/artigos/diferenca-entre-desconto-
incondicional-e-desconto-condicional.htm 
 
Assim, tem-se a base de cálculo do ICMS em $ 5.200: 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
 
 
 
Base de Cálculo ICMS: $ 5.200 
Alíquota de ICMS: 18% 
ICMS: $ 936 
 
Total da Nota Fiscal $ 5.750 (valor a ser pago pela Cia Paint a 
Cia Ink) 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Atenção especial deve ser tomada quando um estabelecimento industrial 
(contribuinte do IPI) for realizar uma venda para algum consumidor final do 
produto, podendo ser uma pessoa física, uma prefeitura, uma instituição 
religiosa, ou, até mesmo, uma outra empresa, os quais irão utilizar o bem. Ou 
seja, essa mercadoria não será objeto de revenda ou de insumo para a 
industrialização de outro produto. Assim, sempre que uma adquirir uma 
mercadoria para "uso e consumo" ou para integrar o imobilizado, a indústria 
vendedora deve calcular o ICMS com IPI adicionado em sua base de cálculo. 
 
BOX EXPLICATIVO: Os materiais de uso e consumo caracterizam-se por não se 
agregarem, fisicamente, ao produto final, sendo meramente utilizados nas 
atividades de apoio administrativo, comercial e operacional. São exemplos os 
produtos de alimentação do pessoal, materiais de escritório, produtos de 
higiene, peças para manutenção predial e de máquinas, lâmpadas para 
utilização nos prédios administrativos, etc.) 
 
Exemplo: a Cia Clean é uma indústria de produtos de limpeza a qual vende, 
tanto para atacadistas e varejistas que revendem as mercadorias, quanto para 
pessoas e empresas que estão dispostas a comprar diretamente dela para 
utilização em suas casas e estabelecimentos comerciais. Sabe-se que o custo 
 
 
 
para produzir uma caixa de um determinado produto de limpeza é de $ 60 e 
que a empresa necessita de $ 22 para cobrir suas demais despesas e gerar 
lucro. Portanto, a empresa necessita de $ 82, líquidos dos tributos, para fazer 
frente aos seus gastos e satisfazer suas necessidades de retorno. A alíquota de 
ICMS do produto é de 18% e do IPI é de 10%. Sabe-se também que, em 
determinado mês, a Cia Clean efetuou as vendas abaixo. 
Operações 
1) Sr. Paulo, vizinho da empresa que 
adquiriru uma caixa de produtos para 
LIMPAR sua casa 
3) Cia LimpFácil, empresa 
revendedora de produtos de limpeza. 
Adquiriu as caixas para 
REVENDER em seu 
estabelecimento 
2) Cia Boi Bom, açougue que adquiriu 
produtos para LIMPAR seu 
estabelecimento 
4) Cia Puro Brilho, empresa 
revendedora de produtos de limpeza. 
Adquiriu as caixas para LIMPAR 
Seu estabelecimento 
 
Assim, nas operações 1, 2 e 4 o IPI integrará a base de cálculo do ICMS. 
Apenas no caso 3 o ICMS comporá a base de cálculo do IPI. Conforme os 
dados elencados anteriormente, tem-se os seguintes valores de ICMS e IPI. 
 
 
 
 
 
 
ICMS na Base do IPI (Caso 3) IPI na Base do ICMS (Casos 1, 2 e 4) 
Custo 
 
60,00 Custo 
 
60,00 
Margem 
 
22,00 Margem 
 
22,00 
Total Antes dos Impostos 
(TAI) 82,00 
Total Antes dos 
Impostos (TAI) 82,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Base do ICMS 100,00 Base ICMS 
 
112,46883 
TAI / (1 - Alíq. ICMS) 
[TAI x (1+Alíq. IPI)] / {1-[Alíq. ICMS x 
(1+Alíq. IPI)]} 
 82,00 / (1 - 0,18) = 100,00 [82 x (1 + 0,10)] / {1 - [0,18 x (1 + 0,10)]} 
 
 
 [82 x (1,10)] / {1 - [0,18 x (1,10)]} 
 
 
 
[90,2] / {1 - [0,18 x 
(1,10)]} 
 
 
 [90,2] / {1 - [0,198]} 
 
 
 [90,2] / {0,802} = 
 
 
 
112,46883 
 
 
 
 
 
Valor do ICMS 18,00 Valor do ICMS 20,24439 
Base ICMS x Aliq. ICMS Base ICMS x Aliq. ICMS 
100,00 x 18% 
 
 112,46883 x 18% 
 
 
 
 
 
Base do IPI 
 
100,00 Base do IPI 
 
102,24439 
TAI + ICMS 
 
 TAI + ICMS 
 
 
82,00 + 18,00 
 
 82,00 + 20,24439 
 
 
 
 
 
Valor do IPI 
 
10,00 Valor do IPI 
 
10,22444 
Preço da Mercadoria x Alíq. IPI Base do IPI x Alíq doIPI 
100,00 x 10% = 10,00 102,24439 x 10% = 10,22444 
 
 
 
 
 
Total Nota Fiscal 110,00 Total da Nota 112,46883 
TAI + ICMS + IPI TAI + ICMS + IPI 
82,00 + 18,00 + 10,00 = 110,00 82,00 + 20,24439 + 10,22444 = 112,46883 
Demonstração de Resultado do Exercício 
Receita Total 
 
110,00 
Receita 
Total 
 
112,47 
(-) IPI 
 
-10,00 (-) IPI 
 
-10,22 
(-)ICMS 
 
-18,00 (-)ICMS 
 
-20,24 
(=) Receita Líquida 82,00 (=) Receita Líquida 82,00 
(-) CMV 
 
-60,00 (-) CMV 
 
-60,00 
(=) Lucro Bruto 22,00 (=) Lucro Bruto 22,00 
 
Assim, nota-se que, quando o IPI integra a base do ICMS os valores pagos 
(valor da nota fiscal) pelo cliente são superiores, quando comparados aos 
valores pagos pelo cliente quando o ICMS integra a base do IPI. 
 
Seguindo os estudos sobre a base de cálculo, como já salientado, o ICMS 
também incide sobre os bens e mercadorias importados. Nessa operação, a 
base de cálculo inclui o valor dos produtos, o Impostos de Importação, o IPI, 
IOF e quaisquer outros tributos e despesas aduaneiras até o momento do 
desembaraço da mercadoria. Sobre o preço da mercadoria, ele será 
considerado o valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do 
imposto de importação. 
 
 
 
 
Desse modo, segue o exemplo: 
 
A 'Cia Amassa & Dobra Ltda' é uma indústria que importou uma máquina para 
utilizar em seu processo produtivo de corte e dobra de metais. O valor 
acordado com o fabricante da máquina é de US$ 50.000. O câmbio utilizado no 
cálculo do Imposto de Importação foi de R$ 3,00, com alíquota de 10%. Além 
disso, foram cobrados 15% de IPI. Assim, a base de cálculo do ICMSfoi de: 
 
Produto: US$ 50.000 x R$ 3,00 R$ 150.000 
Imposto de Importação (II): 10% R$ 15.000 
IPI: 165.000 x 15% R$ 24.750 
Base de Cálculo ICMS R$ 189.750 
 
Cabe ressaltar que, caso exista gasto com frete do porto até a empresa, ele 
não integrará a base de cálculo do ICMS Importação, uma vez que o frete 
ocorrerá após o desembaraço aduaneiro. 
 
 
Alíquotas 
 
A alíquota interna nos estados normalmente é de 17%, embora alguns estados 
optam por 18% ou 19%, sendo assim, uma prerrogativa do próprio Estado. 
Embora o Senado Federal possa fixar alíquotas máximas para evitar abusos por 
parte dos governantes, atualmente isso não ocorre. 
 
Apenas a título de ilustração, seguem abaixo as alíquotas mais utilizadas no 
Estado de São Paulo, uma vez eu cada Estado da Federação poderá utilizar as 
suas, conforme as leis estaduais: 
I – operações internas ou que forem iniciadas no exterior: 
a) 18% como regra geral. 
 
 
 
b) 12% para transporte, ou casos especiais de redução de alíquota, que pode 
ser revogado à qualquer momento, caso da energia elétrica com consumo de 
até 200 kwh. 
c) 7% para gêneros alimentícios de primeira necessidade ou da cesta básica, 
tais como: arroz, feijão, charque, farinha de mandioca, etc, considerados 
essenciais por lei. 
d) 25% para telecomunicações, fornecimento de energia elétrica (nas contas 
acima de 200 kwh) e outras atividades econômicas indicadas em lei. 
e) 12% para pedra e areia (base construção civil). 
f) 12% para óleo diesel (base para transporte de mercadorias e pessoas em 
transportes coletivos). 
 
BOX DE CONEXÃO - no site do CONFAZ, existe uma listagem das alíquotas 
internas dos Estados: https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/aliquotas-
icms-estaduais 
 
Dado que os Estados possuem o direito a indicar as alíquotas em suas 
operações internas, ou seja, que ocorrem dentro de seu território, quando 
ocorrem operações entre os Estados, as ditas interestaduais, as alíquotas foram 
fixadas pelo Senado Federal. A alíquota interestadual deverá ser utilizada nas 
operações que destinem bens e serviços a pessoas físicas ou jurídicas 
localizados em outro Estado. Assim, as alíquotas serão de: 
I – nas operações ou prestações interestaduais realizadas nas regiões Sul e 
Sudeste que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes localizados nos 
Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no Estado do Espírito 
Santo, 7% 
 
II – nas operações ou prestações interestaduais nos demais casos que 
destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes localizados em quaisquer 
outras unidades da federação, 12%. 
 
 
 
 
Consultando a tabela abaixo, encontra-se, de maneira resumida, as alíquotas 
para serem praticadas envolvendo as diversas Unidades da Federação com 
relação a origem e destino dos produtos. 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda para facilitar a compreensão das alíquotas de 7% e 12%, tem-se a figura 
abaixo: 
 
 
 
 
 
 
Desse modo, nota-se que a regra geral de alíquota interestadual é de 12%, 
exceção se faz quando Estados do Sul e Sudeste (exceto Espírito Santo) 
vendem para Estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, onde 
a alíquota será de 7%. Seguem exemplos para ilustrar essas situações: 
 
Estado Origem Estado Destino Alíquota 
São Paulo Rio de Janeiro 12% 
Santa Catarina Espírito Santo 7% 
Rio Grande do Sul Mato Grosso 7% 
Amazonas Pará 12% 
Bahia Rio Grande do Norte 12% 
Acre Paraná 12% 
Alagoas Minas Gerais 12% 
 
Por fim, ainda sobre as alíquotas interestaduais, para colocar fim à guerra fiscal 
dos portos, foi publicada a Resolução nº 13 do Senado Federal, em abril de 
2012, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2013. Essa resolução fixa em 
4% a alíquota interestadual de bens e mercadorias importadas que, após o 
desembaraço aduaneiro: 
 
 
 
 
a) não tenham sido submetidos a processo de industrialização; ou 
b) ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, 
beneficiamento, montagem, acondicionamento, reacondicionamento, 
renovação ou recondicionamento, resultem em mercadorias ou bens 
com Conteúdo de Importação (CI) superior a 40% (quarenta por 
cento). 
 
"CI" significa Conteúdo de Importação, que representa o percentual 
correspondente ao quociente entre o valor da parcela importada do exterior e 
o valor total da operação de saída interestadual da mercadoria ou bem 
 
 
 
submetido a processo de industrialização 
 
Conteúdo de Importação 
Valor total da saída interestadual: R$ 10.000,00 
Valor da parcela importada do exterior: R$ 5.000,00 
(R$ 5.000,00 ÷ R$ 10.000,00) x 100 = 50% 
Conteúdo de Importação: 50% 
 
O Conteúdo de Importação deverá ser recalculado sempre que, após sua 
última aferição, a mercadoria ou o bem objeto de operação interestadual tenha 
sido submetido a novo processo de industrialização. 
Considera-se: 
 
a) valor da parcela importada do exterior aquele da importação que 
corresponde ao valor da base de cálculo do ICMS incidente na operação de 
importação; e 
 
b) valor total da operação de saída interestadual o valor total do bem ou da 
mercadoria, incluídos os tributos incidentes na operação própria do remetente. 
FONTE: IOB Folhamatic 
 
A referida resolução salienta que não será utilizada a alíquota de 4% (utilizando 
as alíquotas de 7% e 12%, conforme verificado acima) quando: 
 
a) ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, 
beneficiamento, montagem, acondicionamento, 
reacondicionamento, renovação ou recondicionamento, resultem 
em mercadorias ou bens com Conteúdo de Importação (CI) 
inferior a 40% (quarenta por cento). 
b) aos bens e mercadorias importados do exterior que não tenham 
similar nacional, a serem definidos em relação a ser editada pelo 
Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) ; 
 
 
 
c) aos bens produzidos em conformidade com os processos 
produtivos básicos de que tratam o Decreto-lei nº 288/1967 e as 
Leis nºs 8.248/1991, 8.387/1991, 10.176/2001 e 11.484/2007; e 
d) às operações que destinem gás natural importado do exterior a 
outros Estados. 
 
Cabe ressaltar que a alíquota de 4% deve ser utilizada somente nas operações 
interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior, de modo que o 
contribuinte não aplicará a referida alíquota nas operações de importação, a 
qual possui o mesmo tratamento das operações internas. 
 
BOX DE CONEXÃO: Saiba mais acessando: 
http://www.iob.com.br/documentos/cartilhaicms/pdf/aliquota_4_por_cento_jan
eiro.pdf 
 
Para finalizar essa seção, há ainda de se tratar do Diferencial de Alíquota 
(DIFAL). Para fins de proteção do comércio regional dos estados, foi criado o 
pagamento do diferencial de alíquota que o estado destinatário cobrará de 
mercadorias destinadas a consumo próprio ou para o Ativo Imobilizado. O 
DIFAL será cobrado quando estiverem satisfeitas as seguintes premissas: 
 
a) Venda Interestadual 
b) Quando o destinatário for 
b.1 contribuinte que irá utilizar o bem como material de uso e consumo ou 
integrará o imobilizado 
b.2 não-contribuinte 
 
c) a alíquota interna do Estado destinatário for superior a alíquota interestadual 
 
Por exemplo, se uma empresa sediada em Goiás (contribuinte do ICMS) adquire 
um veículo, para utilizar na entrega de seus produtos aos seus clientes, de uma 
concessionária de veículos, localizada no Estado de Minas Gerais. Ao vender o 
 
 
 
veículo, a concessionária deve destacar a alíquota de 7% (alíquota 
interestadual que será recolhido para Minas Gerais). Supondoque a alíquota 
em Goiás seja de 17%, a empresa goiana deverá recolher o diferencial de 
alíquota de 10% (17% da alíquota interna de Goiás menos 7% da alíquota 
interestadual) sobre o preço do veículo para o Estado de Goiás. 
 
Esse procedimento era necessário apenas em vendas interestaduais destinadas 
a contribuintes do ICMS que fossem os consumidores finais dessa mercadoria, 
ou seja, se utilizassem como material de uso e consumo ou fosse incorporado 
ao imobilizado. Porém, a partir da Emenda Constitucional nº 87 de 2015, a qual 
alterou alguns itens do artigo 155, esse procedimento também passou a ser 
adotado para destinatários que não são contribuintes (consumidor final). Assim, 
a o quadro a seguir resume a alteração da referida Emenda Constitucional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Destinatário - 
Consumidor Final 
(PF ou PJ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antes da EC 87/2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois da EC 87/2015 
Contribuinte do 
ICMS 
Alíquota Interestadual 
(Estado Remetente) 
+ 
DIFAL 
(Estado Destinatário - PJ 
destinatária quem recolhe) 
Alíquota 
Interestadual (Estado 
Remetente) 
+ 
DIFAL 
(Estado Destinatário - PJ 
destinatária quem 
 
 
 
recolhe) 
Não-Contribuinte 
do ICMS 
Alíquota Interna do Estado 
Remetente 
(ICMS todo arrecadado ao 
Estado Remetente) 
Alíquota 
Interestadual (Estado 
Remetente) 
+ 
DIFAL 
(Estado Destinatário - PJ 
remetente quem 
recolhe) 
 
BOX EXPLICATIVO: Com a ascensão da internet, o comércio eletrônico tornou-
se um dos principais focos de disputa entre os Estados. Isso porque o ICMS de 
mercadorias compradas pela internet ou por telefone, até agora, ficava 
integralmente com o Estado que abriga a loja virtual por causa da falta de 
legislação para regulamentar o consumo à distância. A distorção trazia mais 
arrecadação para Rio de Janeiro e São Paulo que abrigam a maioria dos sites 
de compra, e prejuízo para os demais Estados, principalmente do Norte, do 
Nordeste e do Centro-Oeste. Mais detalhes em: 
http://www.valor.com.br/brasil/4375246/novas-regras-do-icms-no-comercio-
eletronico-entram-em-vigor-hoje 
Assim, antes da EC 87/2015, os Estados remetentes ficavam com todo o ICMS 
quando uma empresa efetuava venda interestadual para consumidor final não-
contribuinte (seja pessoa física ou jurídica) de outro Estado. A partir da EC 
87/2015, esse valor passou a ser dividido entre os Estado, de modo que o 
Estado remetente fica com os recursos derivados da alíquota interestadual e o 
Estado destinatário com parcela referente ao diferencial de alíquota. 
 
A referida Emenda, visando não impactar de forma abrupta a arrecadação dos 
Estados, partilhou o DIFAL entre os Estados destinatários e remetentes da 
seguinte forma, conforme o artigo 99 das disposições transitórias da 
Constituição Federal de 1988: 
 
 
 
 
I - para o ano de 2015: 20% (vinte por cento) para o Estado de destino e 80% 
(oitenta por cento) para o Estado de origem; 
II - para o ano de 2016: 40% (quarenta por cento) para o Estado de destino e 
60% (sessenta por cento) para o Estado de origem; 
III - para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino e 
40% (quarenta por cento) para o Estado de origem; 
IV - para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para o Estado de destino e 
20% (vinte por cento) para o Estado de origem; 
V - a partir do ano de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino. 
 
Para melhor entendimento, seguem os exemplos abaixo, os quais são 
transações envolvendo uma distribuidora de perfumes mineira, o qual tem 
alíquota interna de 18%: 
 
a) Vende perfumes por $ 1.000 para um varejista mineiro (não há DIFAL) 
b) Vende perfumes por $ 1.000 para um varejista de perfumes alagoano, o qual 
revenderá a mercadoria. Em Alagoas o ICMS sobre perfumes é de 23% (não 
há DIFAL) 
 
c) Vende perfumes por $ 1.000 para um varejista de perfumes alagoano, o qual 
entregará ao melhor funcionário do mês. Em Alagoas o ICMS sobre perfumes é 
de 23% (há DIFAL - cliente utilizará (uso e consumo) o produto e não o 
comercializará) 
d) Adquire imobilizado de um fabricante de maquinários paranaense por $ 
20.000. A alíquota do imobilizado em MG é de 17%. (há DIFAL - ativo compõe 
o imobilizado) 
e) Vende perfumes por $ 1.000 para uma pessoa física paulista. Em São Paulo 
a alíquota do perfume é de 25%. (há DIFAL - venda para não contribuinte) 
 
Assim sendo, a tabela a seguir resume as transações e seus valores: 
 
 
 
Item 
Valor do 
Produto 
Estado 
Origem 
Estado 
Destino 
Alíquota 
Interestadual 
Alíquota 
Interna do 
Destinatário 
ICMS: 
Próprio 
ICMS: 
DIFAL 
Valor Total 
Pago 
A R$1.000,00 MG MG Não Há 
 
18% R$ 180,00 Não Há R$1.000,00 
B R$1.000,00 MG AL 7% 23% R$ 70,00 Não Há R$1.000,00 
C R$1.000,00 MG AL 7% 23% R$ 70,00 
R$ 
160,00 R$1.160,00 
D R$20.000,00 PR MG 12% 17% R$2.400,00 
R$1.000,
00 
R$21.000,0
0 
E R$1.000,00 MG SP 12% 25% R$ 120,00 
R$ 
130,00 R$1.130,00 
 
Ressalta-se que o valor do DIFAL é cobrado de forma adicional do ICMS Próprio 
(aquele que vai destacado na nota fiscal). Além disso, nos exemplos C e D 
quem recolhe o DIFAL é o destinatário, uma vez que é contribuinte do ICMS. Já 
no exemplo E quem recolherá o DIFAL é o remetente, visto que o destinatário é 
uma pessoa física e, portanto, um não-contribuinte do ICMS. 
Contabilização do ICMS Recuperável 
 
Como visto anteriormente, sabe-se que o ICMS é um imposto não cumulativo 
(art. 19 da LC 87/96), ou seja, o seu pagamento por um contribuinte deve ser 
compensado com o ICMS incidente em suas operações que possui direito ao 
crédito. 
Desse modo, faz-se necessário conhecer os itens que dão direito ao crédito, 
para que a empresa pague o valor justo de ICMS. Porém, para se creditar do 
valor recolhido na fase anterior é necessário tomar alguns cuidados básicos: 
 
a) que o ICMS esteja corretamente destacado em documento fiscal hábil, como 
o atendimento de todas as exigências da legislação pertinente; 
b) que o documento fiscal hábil seja emitido por contribuinte em situação 
regular perante o fisco; 
c) que o documento fiscal hábil seja escriturado no respectivo livro Registro de 
Entradas. 
 
 
 
 
BOX EXPLICATIVO: Empresas que adquirem produtos de empresas optantes 
pelo SIMPLES Nacional também possuem direito ao crédito, desde que 
destinadas à comercialização ou industrialização e observado, como limite, o 
ICMS efetivamente devido pelas optantes pelo Simples Nacional em relação a 
essas aquisições, conforme Art. 23 e seus parágrafos da LC 123/2006. 
 
Sempre vale recordar que é vedado o crédito relativo a mercadoria que, 
quando da sua saída ou a prestação subseqüente, não for tributada ou estiver 
isenta do imposto, exceto a destinada ao exterior. Também não dão direito a 
crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de 
operações ou prestações isentas ou não tributadas. Além disso, o LC 87/96 diz 
que deverá ser efetuado o estorno do crédito de ICMS sempre que a 
mercadoria vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento, 
perecer, deteriorar ou extraviar. 
Os Estados defendem que o crédito do ICMS segue o princípio do "crédito 
físico", ou seja, só terá direito ao crédito a mercadoria que completa a 
circulação na empresa (entra tributada e sai tributada). De modo que somente 
terá direito ao crédito as mercadorias a serem revendidas e os insumos que 
integram o produto final ou que se consomem no processo produtivo.Porém, a 
LC 87/96 estendeu esse benefício do crédito aos ativos imobilizados. Além 
desses itens, as empresas podem se creditar de valores de ICMS referentes a 
serviços de transporte, de comunicação e de energia elétrica. A maneira como 
isso ocorre será visto a seguir. 
Crédito de Insumos da Produção ou Comercialização de 
Mercadorias 
 
Como dito anteriormente, a empresa pode tomar crédito de insumos do 
processo produtivo, bem como de aquisição de mercadorias destinadas a 
comercialização. Desse modo, os estoques devem ser contabilizados líquidos do 
ICMS, uma vez que serão recuperáveis. Segue exemplo abaixo para ilustrar 
essa questão: 
 
 
 
 
"Em 27/02/20X0 a distribuidora Alpha realizou compra a prazo, sendo que 
adquiriu 300 peças de mercadorias ao preço total de $ 1.500,00, a serem pagos 
em 10/03/20X0, já incluído ICMS de 18%. Após isso, revendeu 250 
mercadorias, em 28/02/20X0 por $ 2.000 a vista, também com ICMS de 18%. 
Apure se haverá pagamento de ICMS referente a fevereiro/X0 e, em caso 
positivo, o pagamento deverá ser feito em 15/03/20X0". 
 
A compra foi feita por R$ 1.500,00 e foram destacados 18% de ICMS, 
perfazendo R$ 270,00, o que, sendo excluído do produto, obtém-se custo com 
o produto de R$ 1.230,00 para 300 peças. Desta maneira, o custo do estoque 
será apurado conforme a ficha de estoque abaixo: 
 
Data Histórico Entrada Saída Saldo 
Valor 
Total 
Valor 
Unitário 
27/02/20X0 Compra 300 0 300 1.230,00 4,10 
 
A venda foi realizada por R$ 2.000,00 e foram destacados 18% de ICMS, 
perfazendo R$ 360,00, o que, sendo excluído do produto, obtém-se a receita 
líquida do produto de R$ 1.640,00 para 250 peças. Como foram vendidas 250 
peças, há necessidade de dar baixa da ficha de controle de estoques das 
referidas mercadorias. Desta maneira, o custo do estoque será apurado 
conforme a ficha de estoque abaixo: 
Data Histórico Entrada Saída Saldo 
Valor 
Total 
Valor 
Unitário 
27/02/20X0 Compra 300 0 300 1.230,00 4,10 
28/02/20X0 Venda 0 50 50 205,00 4,10 
 CVM 
250 x 4,10 
= 1.025,00 
 
 
Por fim, há de se fazer a apuração do ICMS para o mês de fevereiro/20X0: 
 
 
 
 
Débitos: $ 360,00 
Créditos: $ 270,00 
ICMS a Recolher $ 90,00 
 
As contabilizações ocorrem como segue abaixo: 
Na aquisição: 
D: Estoque de Mercadorias R$ 1.230,00 
D: ICMS a Recuperar R$ 270,00 
C: Fornecedores R$ 1.500,00 
 
Na venda: 
D: Caixa R$ 2.000,00 
C: Receita de Vendas R$ 2.000,00 
 
D: CMV R$ 1.025,00 
C: Estoque de Mercadorias R$ 1.025,00 
 
D: ICMS sobre Receita R$ 360,00 
C: ICMS a Recolher R$ 360,00 
 
Na apuração do valor a recolher de ICMS 
D: ICMS a Recolher R$ 270,00 
C: ICMS a Recuperar R$ 270,00 
 
Pagamento do ICMS 
D: ICMS a Recolher R$ 90,00 
C: Caixa R$ 90,00 
 
Dados os lançamentos, segue abaixo como fica o balanço a cada um dos 
referidos lançamentos: 
Balanço Aquisição Venda 
Apuração 
ICMS 
Pagto 
Forn 
Pagto 
ICMS 
 DRE - Fevereiro/X0 
 
 
 
Caixa 
 
2.000 2.000 500 410 Receita 
2
000 
Estoque 1.230 205 205 205 205 
(-) ICMS s/ 
Venda 
-
360 
ICMS a 
Recuperar 270 270 0 0 0 
(=) Receita 
Líquida 
1
640 
TOTAL ATIVO 1.500 2.475 2.205 705 615 (-) CMV 
-
1025 
 
(=) Lucro Bruto 
6
15 
Fornecedores 1.500 1.500 1.500 0 0 
 
ICMS a 
Recolher 
 
360 90 90 0 
Lucro 
 
615 615 615 615 
TOTAL P+PL 1.500 2475 2205 705 615 
 
Crédito do Ativo Imobilizado 
 
A Lei Complementar 87/96 autorizou o crédito para ativo imobilizado (na lei, 
ainda tem-se a denominação de "ativo permanente"). Porém, essa apropriação 
deve ocorrer na razão de 1/48 mensais (um quarenta e oito avos por mês) a 
partir do mês que ocorrer a entrada do ativo no estabelecimento, conforme a 
alteração da referida LC pela Lei Complementar 102 de 2.000. 
 
Segue um exemplo: 
Valor de aquisição de máquina. R$ 100.000,00 
Valor do ICMS (12%) R$ 12.000,00 em 01/01/20X0 
R$ 12.000,00 / 48 = R$ 250,00 x 12 = R$ 3.000,00 por ano 
ATIVO CIRCULANTE....................= R$ 3.000,00 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO = R$ 9.000,00 
 
No caso de alienação (venda) do ativo que gerou o crédito do ICMS antes do 
total aproveitamento dos créditos, o valor dos referidos créditos não utilizados 
voltam a compor o custo do ativo imobilizado e, após isso, dá-se a baixa pela 
venda. 
 
 
 
 
Também pode ocorrer que, de acordo com o inciso II, parágrafo 5º do art. 20 
da Lei Complementar nº 102/2000, não se admite o credenciamento de 
parcelas, em relação a proporção das operações de saídas ou prestações 
isentas ou não tributadas sobre o total de operações de saídas ou prestações 
efetuadas no mesmo período. 
 
Por exemplo, no caso da empresa acima citada no exemplo anterior, ela possui o 
direito ao crédito de R$ 250,00 mensais. Se, num determinado mês, ela faturou 
R$ 10.000, sendo R$ 8.000 de vendas tributadas e R$ 2.000 de vendas isentas. 
Admita que a alíquota de ICMS de suas vendas seja de 15% e que a empresa 
não tenha outros créditos além do referido imobilizado. Assim, tem-se que 
 
- Débito: ICMS sobre vendas = 8.000 x 15% = 1.200 
- Créditos: ICMS Imobilizado = 250 x (8.000 / 10.000) = 200 
- Valor a Pagar de ICMS = 1.000 
 
O valor do crédito não utilizado de R$ 50,00 (R$ 250 - R$ 200) será integrado 
ao ativo imobilizado e depreciado conforme a metodologia adotada pela 
contabilidade. 
Por fim, ressalta-se que em casos de imobilizados que não forem utilizados na 
produção ou na comercialização como, por exemplo, veículos utilizados pela 
diretoria, é vedado o crédito do ICMS. 
Crédito de Energia Elétrica 
 
No que se refere à energia elétrica, a LC 102/2000 alterou o artigo 33 da LC 
87/96, restringindo o seu crédito para apenas três hipóteses: 
II – somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no 
estabelecimento: 
a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica; 
b) quando consumida no processo de industrialização; 
c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais; 
 
 
 
 
Desse modo, as empresas poderão se creditar apenas se tem como objeto 
social a comercialização de energia elétrica, as empresas exportadoras e as 
empresas industriais. 
 
Para exemplificar, imagine uma nota fiscal de energia elétrica no valor de $ 
5.000, com ICMS destacado de $ 1.000. Admita que a empresa tenha vendido 
70% de suas mercadorias para o exterior (saída isenta), no valor de R$ 70.000, 
e as demais vendas todas tributadas, no valor de R$ 30.000, com ICMS de 
12%, considerando a inexistência de outros créditos: 
- Débitos de ICMS: $ 30.000 x 12% = $ 3.600 
- Créditos de ICMS Energia Elétrica: $ 1.000 x 70% = $ 700 
- ICMS a Recolher = $ 3.600 - $ 700 = $ 2.900 
 
No que se refere à contabilização desse evento, a despesa/custo deve estar 
líquido do ICMS que for recuperável. Desse modo, tem-se que: 
D: Custo Energia Elétrica R$ 4.300 
D: ICMS a Recuperar R$ 700 
C: Caixa R$ 5.000 
 
Crédito de Serviços de Comunicação 
 
No que tange aos Serviços de Comunicação tomados pelo estabelecimento, até 
o ano de 2000, permitia o crédito referente aos serviços utilizados na 
industrialização e na comercialização. Porém, a LC 102/2000 restringiu essa 
possibilidade, adicionando no artigo 33 da LC 87/96: 
 
Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte: 
IV – somente dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação 
utilizados pelo estabelecimento:(Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) 
 
 
 
 
a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza; 
b) quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais. 
 
Assim, somente poderá se creditar desse ICMS quando for exportador e, ainda 
sim, na proporção da suas saídas exportadas sobre o montante de saídas 
totais. Por exemplo: 
Uma nota fiscal de serviços de telecomunicações no valor de $ 4.000, com 
ICMS destacado de $ 1.000. Admita que a empresa tenha vendido 60% de suas 
mercadorias para o exterior (saída isenta), no valor de R$ 60.000, e as demais 
vendas todas tributadas, no valor de R$ 40.000, com ICMS de 12%, 
considerando a inexistência de outros créditos: 
- Débitos de ICMS: $ 40.000 x 12% = $ 4.800 
- Créditos de ICMS Comunicação: $ 1.000 x 60% = $ 600 
- ICMS a Recolher = $ 4.800 - $ 600 = $ 4.200 
 
No que se refere à contabilização desse evento, a despesa deve estar líquida do 
ICMS que for recuperável. Desse modo, tem-se que: 
D: Despesa Telecomunicação R$ 3.400 
D: ICMS a Recuperar R$ 600 
C: Caixa R$ 4.000 
 
Crédito de Serviços de Transporte 
 
Na hipótese de algum contribuinte do ICMS for o tomador do serviço de 
transporte (frete) que estejam ligados à produção ou à comercialização de seus 
produtos, ele tem o direito ao crédito desse valor. Desse modo, são permitidos 
créditos de ICMS tanto para fretes contratados pelo contribuinte para aquisição 
de seus insumos e mercadorias, bem como pela entrega de seus produtos. 
Assim sendo, não haverá direito ao crédito caso o frete tenha como objeto 
materiais de uso e consumo e de imobilizados que não estejam ligados aos 
processo produtivo ou com a comercialização. 
 
 
 
 
Porém, os Estados divergem quanto à base de cálculo do serviço de transporte, 
de modo que inviabiliza a explanação de um exemplo abrangente. 
 
Contabilização do ICMS Não-Recuperável 
 
Embora a legislação diga que o ICMS é um imposto não-cumulativo, como já foi 
visto anteriormente, em diversos itens não há possibilidade de se creditar do 
ICMS destacado nas notas fiscais. Por exemplo: 
a) materiais de uso e consumo 
b) imobilizado não destinado à produção e à comercialização 
c) venda de produtos imunes e isentos devem ter créditos estornados (exceto 
exportação) 
d) mercadoria extraviada, perecida ou deteriorada 
e) energia elétrica de empresas não industriais ou não exportadoras 
f) despesas de comunicação de empresas não exportadoras 
 
Para melhor esclarecer, segue um exemplo: 
 
"O açougue Meat&Beef, em determinado mês, adquiriu um computador para o 
escritório do gerente do estabelecimento por $ 1.000, a vista, com ICMS 
destacado de 25% ($ 250,00). Além disso, adquiriu $ 200 em produtos de 
limpeza, a prazo, com destaque de ICMS de 12% ($ 24), de outro Estado, 
sendo obrigado ao recolhimento de DIFAL, uma vez que a alíquota interna dos 
referidos produtos em seu estado é de 17%. Por fim, teve despesas de energia 
elétrica de $ 2.000, com ICMS destacado de 25% ($ 500)". Os lançamentos 
contábeis, como a empresa não possui o direito ao crédito em nenhuma dessa 
transações, ficariam: 
 
Computador 
D: Imobilizado - Computador R$ 1.000 
 
 
 
C: Caixa R$ 1.000 
 
Produtos de Limpeza 
D: Estoque - Almoxarifado R$ 210 
C: Fornecedores R$ 200 
C: DIFAL a Recolher R$ 10 [200 x ( 17% - 12%)] 
 
Energia Elétrica 
D: Despesa Energia Elétrica R$ 2.000 
C: Energia Elétrica a Pagar R$ 2.000 
 
Substituição Tributária do ICMS (Operação Subsequente) 
 
A substituição tributária está prevista desde o Código Tributário Nacional, em 
seus artigos 121 e 128, sobre sujeito passivo e a responsabilidade tributária, 
como segue: 
 
"Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua 
obrigação decorra de disposição expressa de lei. 
... 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo 
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada 
ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do 
contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total 
ou parcial da referida obrigação." 
 
 
 
 
Além disso, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 155, § 2º, XII diz 
que cabe à lei complementar dispor sobre a substituição tributária. E, assim, a 
LC 87/96, em seu artigo 6º disse que os Estados poderão efetuar o processo de 
substituição tributária, conforme segue: 
 
 "Art. 6o Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário 
a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que 
assumirá a condição de substituto tributário. (Redação dada pela Lcp 114, de 
16.12.2002) 
 
§ 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente 
sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes, 
concomitantes ou subseqüentes, inclusive ao valor decorrente da diferença 
entre alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que 
destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que 
seja contribuinte do imposto." 
 
Assim, os Estados, com o objetivo de facilitar a arrecadação e fiscalização dos 
seus tributos implantaram a prática de substituição tributária. Os primeiros atos 
dessa natureza ocorreram ainda na década de 70, logo nos primeiros anos de 
vigência do ICM, em produtos como cigarro, cervejas e refrigerantes. 
 
Como dito pela LC 87/96, existem três tipos de substituição tributária: 
a) antecedente: é a "substituição para trás", surge quando o fato gerador 
ocorreu no passado, embora não tenha sido recolhido, sendo exigido após a 
ocorrência do fato gerador. Chamado também de “diferimento” 
b) concomitante: é aquela que impõe a obrigação do recolhimento a outro 
contribuinte de uma operação que ocorre de forma simultânea. O caso mais 
emblemático é quando uma empresa contrata um transportador para entregar 
uma mercadoria por sua ordem e recolhe o ICMS do transporte em nome da 
referida transportadora. 
 
 
 
c) subsequente: é a substituição tributária "para frente", a qual impõe a 
responsabilidade num contribuinte em arrecadar o ICMS de operações 
subsequentes até o consumidor final. Esse tipo é o objeto dessa seção. 
 
Desse modo, a substituição tributária do ICMS de operações subsequentes, 
como já salientado, é a antecipação do recolhimento do ICMS de operações que 
ainda ocorrerão. Assim, após um dos elos da cadeia efetuar esse recolhimento, 
os demais não mais recolherão o ICMS. Para melhor entendimento, segue o 
exemplo: 
 
A cadeia de refrigerantes é colocada abaixo, sendo que o lote padrão é de 
1.000 unidades. A indústria A é a produtora da bebida que a vende para a 
indústria B que faz o envasamento e vende ao atacadista que, por sua vez, 
revende aos varejistas e esse, consequentemente, aos consumidores finais. A 
alíquota de ICMS de toda a cadeia é de 25%, tributada a cada elo, de modo 
que se tem o valor arrecadado, conforme abaixo: 
 
Fases 
Valor de 
Aquisição 
(Custo) 
ICMS 
(25%) 
Valor de 
Venda 
ICMS 
(25%) 
ICMS a 
Recolher 
Indústria A 500,00 125,00 800,00 200,00 75,000 
Indústria B 800,00200,00 1.200,00 300,00 100,000 
Atacadista 1.200,00 300,00 1.550,00 387,50 87,500 
Varejista 1.550,00 387,50 1.800,00 450,00 62,500 
TOTAIS 4.050,00 - 5.350,00 - 325,00 
 
Agora, admita que no Estado de São Paulo os refrigerantes estão sujeitos a 
substituição tributária. No caso a industria envasadora é quem ficará 
responsável pelo recolhimento do tributo antecipadamente. Sabe-se que o 
refrigerante é vendido por R$ 1,20 por unidade da fábrica para o atacadista, 
com margem de valor agregado de 50%. e com alíquota de ICMS de 25%. 
Assim, o contribuinte (fabricante) terá que recolher o valor de ICMS-ST, o qual 
comporá o preço a ser pago pelo consumidor. 
 
 
 
 
Exemplo da venda de 1.000 garrafas de refrigerante. 
Valor da Venda R$ 1.200,00 Cálculos 
Margem de lucro estimada pelo fisco (50%) R$ 600,00 [1.200 X 
50%] 
Valor do total R$ 1.800,00 [1.200 + 
600] 
Alíquota de ICMS 25% R$ 450,00 [1.800 X 25%] 
 
ICMS já pago na venda do produto R$ 300,00 [1.200 X 
25%] 
ICMS substituição cobrado do comprador R$ 150,00 [450 - 300] 
 
O valor total da operação deverá ser de R$ 1.350,00, sendo os R$ 1.200 do 
produto adicionados dos R$ 150,00 do ST. São contabilizados como segue: 
 
D = ATIVO CIRCULANTE 
CONTAS A RECEBER 
Cliente R$ 1.350,00 
 
C = RECEITAS DE VENDAS 
VENDAS DE MERCADORIAS R$ 1.200,00 
 
C = PASSIVO CIRCULANTE 
ICMS SUBSTITUIÇÃO A RECOLHER R$ 150,00 
 
D = DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
ICMS SOBRE VENDA R$ 300,00 
 
C = PASSIVO CIRCULANTE 
ICMS A RECOLHER R$ 300,00 
 
 
 
 
Assim sendo, o atacadista e o varejista foram substituídos da obrigação de 
recolher ICMS, de modo que, ao revenderem os produtos sujeitos ao ICMS-ST 
não recolherão quaisquer valores referentes ao ICMS. 
 
 
 
Reflexão 
 
Nessa unidade foram visitados os conceitos de fato gerador, alíquotas e base 
de cálculo do ICMS e ICMS Substituição Tributária. Apesar de existirem leis 
gerais federais para todos esses tributos, O ICMS deve respeitar também os 
códigos tributários e/ou regulamentos dos Estados. Assim sendo, existem 
guerras fiscais entre os entes federativos, visto que a arrecadação não é 
centralizada pela União. O ICMS é um tributo indireto (cobrados nos elos das 
cadeias produtivas e de comercialização) e possuem não incidência nas 
exportações de produtos e serviços. O ICMS possui método não cumulativos 
para as compras de mercadorias sujeitas a esse tributo no elo anterior. 
Atividade 
 
1) A Cia Paper Soy, uma empresa industrial paulista, está interessada em 
conhecer a margem de seu produto, o qual também se chama Paper Soy. Sabe-
se que ela vende o Papel de Soja por R$ 150,00 a unidade, com ICMS de 20%. 
Ela adquire a soja desidratada por R$ 50, com ICMS de 12%, uma vez que a 
adquire de uma empresa de Minas Gerais. Além disso utiliza um produto 
químico por R$ 35,00 de uma indústria paulista, com ICMS de 18%. 
Considerando apenas os itens acima e desprezando outros tributos, a margem 
de seu produto é de: 
 
a) R$ 47,30 
b) R$ 35,00 
c) R$ 50,30 
d) R$ 48,20 
 
 
 
e) R$ 75,20 
 
2) A Cia Solavanco, uma empresa industrial paulista, produz câmbios e 
embreagens de veículos. Sabe-se que ela vende uma embreagem por R$ 
150,00 a unidade, com ICMS de 20%. Para tanto ela necessita de duas 
matérias primas importantes. A primeira, a MP X, ela adquire por R$ 50, com 
ICMS de 12%, uma vez que a adquire de uma empresa de Minas Gerais. Além 
disso, também utiliza a MP Y, a qual adquire por R$ 35,00 de uma indústria 
paulista, com ICMS de 18%. Considerando que, num determinado mês, a Cia 
Solavanco vendeu 100 unidades de embreagem e adquiriu matérias-primas 
apenas no montante necessário para a fabricação das 100 unidades, o ICMS a 
pagar é de R$: 
 
a) 0,00 
b) 1.470 
c) 1.770 
d) 1.980 
e) 3.000 
 
3) A Cia Alpha (Indústria) vende R$ 5.000 para a Cia Beta (Comercial), sendo 
que a primeira deverá recolher o ICMS próprio e o ST. A alíquota do ICMS é de 
18% (admita que ela não possui crédito de ICMS) e a MVA definida em lei é de 
20%. Pede-se para calcular o valor da Nota fiscal emitida pela Cia. Alpha. 
 
a) $ 5.000 
b) $ 5.180 
c) $ 4.820 
d) $ 6.000 
e) $ 6.180 
 
4) A Cia Só Drinks, um restaurante paranaense, em determinado mês adquiriu 
1.000 unidades de cervejas Malte, de uma indústria de refrigerantes localizada 
 
 
 
também no Estado do Paraná, por R$ 3,00 a unidade. A nota fiscal que 
acompanha esses produtos ainda consta R$ 320,00 de IPI e R$ 200,00 de frete 
(CIF). Sabendo que as cervejas são sujeitos à Substituição Tributária no 
Paraná, com IVA de 40% e alíquota interna de 18%, calcule o valor do ICMS-ST 
a ser recolhido nessa transação. 
a) 57,60 
b) 180,00 
c) 230,40 
d) 296,64 
e) 311,04 
 
Aprenda mais 
Leia os textos abaixo sobre ICMS: 
 
Guerra Fiscal do ICMS: 
http://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/%20PPP/article/viewFile/127/129 
 
Alíquota interestadual de 4% para produtos importados: 
http://www.iob.com.br/documentos/cartilhaicms/pdf/aliquota_4_por_cento_jan
eiro.pdf 
 
Operações com direito a crédito de ICMS: 
http://exame.abril.com.br/pme/noticias/quais-operacoes-dao-direito-credito-
fiscal-icms-591526 
 
Aproveitamento de Crédito de ICMS 
http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=24
3275&key=4946604 
 
 
 
 
Veja os vídeos sobre ICMS: 
Legislação do ICMS: https://www.youtube.com/watch?v=9tVQuG0rWkE 
ICMS: https://www.youtube.com/watch?v=4hIBV2ZjfjI 
O que é ICMS? (animação): https://www.youtube.com/watch?v=Jp7cALDrSe8 
Apuração do Valor a Pagar: https://www.youtube.com/watch?v=t6ociajRTB8 
 
Leia os textos abaixo sobre ICMS-ST: 
 
Regras Gerais da ST: 
http://www.substituicaotributaria.com/SST/substituicao-
tributaria/noticia/regrasGerais/ 
 
Cálculo da ST 
http://www.substituicaotributaria.com/SST/substituicao-tributaria/calculoICMS- 
 
ST/- ST para Frente 
http://daleth.cjf.jus.br/revista/numero3/artigo13.htm 
 
ST para frente (2) 
http://www.contabeis.com.br/artigos/820/substituicao-tributaria-para-frente/ 
 
Obrigações do Substituto e do Substituído 
http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=979 
 
Veja os vídeos sobre ICMS-ST: 
ICMS ST: saídas p/ outros Estados: 
https://www.youtube.com/watch?v=S07ssDArrUM 
 
ICMS ST Novas Regras: https://www.youtube.com/watch?v=Gua-P9iwfoY 
 
ICMS ST e Compras para Industrialização: 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=dbW_9o86m-E 
Referências 
BRASIL. Constituição, 1988 
BRASIL. Lei Complementar 87, 1996 
FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. 
OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete 
Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 14 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 8 ed. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2014. 
REZENDE, A. J.; PEREIRA, C.A; ALENCAR, R. C.; Contabilidade tributária - 
entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das 
empresas. São Paulo: Atlas, 2010. 
ROSA, José Roberto. Curso básico de ICMS. 2 ed. Itu: Ottoni, 2012. 
ROSA, José Roberto. Substituição tributária no ICMS: manual prático. Itu: 
Ottoni, 2012. 
 
Na próxima unidade 
Na próxima unidade, serão tratadas serão estudadas as contribuições sociais 
incidentes sobre o faturamento: o PIS/PASEP e a COFINS. Além disso, serão 
tratadas as retenções de tributos determinadas pela legislação tributária 
brasileira. 
Unidade3 - Tributos sobre a Receita e Retenção de 
Tributos 
Introdução 
 
O PIS/PASEP e a COFINS são contribuições sociais previstas na Constituição 
Federal, nos artigos 195 e 239, cujas regulamentações se encontram nas Leis 
Complementares 07 e 08 de 1970 (PIS e PASEP, respectivamente) e Lei 
Complementar 70 de 1991 (COFINS). Em geral, sua base de cálculo é o 
 
 
 
faturamento ou a receita das empresas, diferenciando-se em dois tipos de 
regimes: cumulativo e não-cumulativo. O primeiro deve ser seguido pelas 
empresas adotantes do Lucro Presumido e o segundo pelas empresas 
tributadas pelo Lucro Real. A incidência cumulativa é regida também pela lei 
9.718 de 1998, enquanto a incidência não cumulativa ocorreu a partir da 
promulgação das Leis 10.637 de 2002 (PIS/PASEP) e 10.833 de 2003 (COFINS). 
 
Além disso, um importante recurso utilizado pelos legisladores na questão 
tributária para evitar a sonegação se dá pelas retenções obrigatórias de tributos 
na fonte. Desse modo, há a transferência de responsabilidade do recolhimento 
do tributo para o contribuinte que é tomador do serviço (contratante). Além 
desse benefício, os entes estatais obtém antecipação das receitas que, 
porventura seriam quitadas em períodos subsequentes. Em geral, os tributos a 
serem antecipados (em partes ou na sua totalidade) são Imposto de Renda, 
CSLL, PIS COFINS e ISS. À empresa que teve parte de sua receita retida, cabe 
compensação quando for efetuar o devido pagamento dos referidos tributos. 
 
PIS/PASEP e COFINS 
 
Diferentemente do IPI, ICMS e ISS que possuem como fatos geradores, 
respectivamente, a saída de produto industrializado de estabelecimento 
industrial, a circulação de mercadorias e a prestação de serviços, os próximos 
tributos a serem estudos (PIS/PASEP e a COFINS) possuem como fato 
gerador a Receita Bruta das empresas. 
 
O PIS – Programa de Integração Social – foi criado em 07/09/1970 pela LC nº 
7. Já o PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – 
foi criado em 03/12/1970 pela LC nº 8. De acordo com a Lei nº 9.715/98 no 
seu art.2º o PIS/PASEP será apurado mensalmente pelas: 
 
 
 
a) pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas 
pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista e suas subsidiárias; 
b) entidades sem fins lucrativos discriminadas no art. 13 da LC nº 
2037; e 
c) pessoas jurídicas de direito público interno. 
 
Por sua vez, a COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social – provém do antigo FINSOCIAL, e foi instituída pela LC nº 70 de 
30/12/1991. A COFINS tem como objetivo arrecadar para financiar a 
seguridade social (saúde, previdência e a assistência social), nos termos do 
inciso I, art. 195 da Constituição Federal. A COFINS já nasceu com sua base 
de cálculo o faturamento das empresas. 
 
A partir de fevereiro de 1999, com a promulgação da Lei 9.718/98, o 
PIS/PASEP também passou a ter como base de calculo o faturamento das 
empresas. Uma grade discussão se fez em virtude dessa lei ampliar a base de 
cálculo do PIS/PASEP e COFINS, passando do faturamento para a totalidade 
das receitas(toda e qualquer receita). Em novembro de 2005 o STF julgou 
inconstitucional essa ampliação, ficando de fora, por exemplo as receitas 
financeiras. As normas referentes a esse modelo, conhecido como método 
cumulativo, serão discutidos na seção seguinte, e devidos pelas empresas 
optantes pelo Lucro Presumido, com alíquotas de PIS/PASEP de 0,65% e 
COFINS de 3%. 
Mais adiante, entraram em vigor as leis 10.637/02 (PIS/PASEP) e 10.833/03 
(COFINS) que regulamentam a cobrança dessas contribuições para empresas 
do Lucro Real. Assim, as empresas do Lucro Real são tributadas pelo método 
não-cumulativo, com alíquotas de PIS/PASEP de 1,65% e COFINS de 7,6%. Já 
as entidades sem fins lucrativos (imunes e isentas) contribuem com 1% de 
PIS/PASEP (art. 13 da MP 2.158-35/2001) pela folha de pagamento e 
possuem isenção de COFINS apenas para as atividades da própria 
atividade(art. 14, X, da MP 2.158-35/2001). 
 
 
 
 
Além desses modelos, Cumulativos, Não-Cumulativos e pela folha de 
pagamentos, ainda existe o modelo Monofásico de PIS/PASEP e COFINS. 
 
Essa tributação Monofásica ocorreu com o tratamento específico dado em 
algumas atividades, visando a simplificação da arrecadação, controle e 
fiscalização sob a tutela da Receita Federal. Assim, institui-se a cobrança de 
PIS/PASEP e COFINS em apenas uma etapa da cadeira produtiva e de 
distribuição, semelhante ao que ocorre com a substituição tributária das 
operações subsequentes do ICMS. Nesse modelo, a indústria recolhe dois 
ICMS: o das operações próprias os das operações subsequentes. No modelo 
Monofásico do PIS/PASEP e COFINS, as referidas contribuições são recolhidas 
com alíquota maior do que as que são recolhidas pelas demais atividades. Os 
produtos sujeitos a essas sistemática são: 
 Combustíveis Derivados de Petróleo Biodiesel 
 Indústria Farmacêutica e de Cosméticos 
 Cervejas, Águas e Refrigerantes 
 Veículos, Máquinas e Autopeças 
 Cigarros 
 
 
 
Contribuições Cumulativas 
 
Um grande salto qualitativo ocorreu com a Lei 9.718/98, a qual trata das 
contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do 
Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e à Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social - COFINS, de que tratam o art. 239 da 
Constituição e a Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991. 
 
 
 
 
As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS serão calculadas com base no 
seu faturamento, o qual está descrito no artigo 12 do Decreto-Lei nº 
1.598/1977, que são: 
a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria; 
b) o preço da prestação de serviços em geral; 
c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; 
d) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não 
compreendidas nos itens "a", "b" e "c". 
 
Desses valores podem ser deduzidos da Receita Bruta: 
a) as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos; 
b) as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, 
que não representem ingresso de novas receitas; 
c) o resultado positivo da avaliação de investimento pelo valor do patrimônio 
líquido; 
d) lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido 
computados como receita bruta; 
e) as receitas decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, 
classificado como investimento, imobilizado ou intangível; 
f) a receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou 
melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível 
representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de 
serviços públicos; 
g) ao IPI, nas empresas contribuintes deste tributo, quando destacado em 
separado na Nota Fiscal; 
h) ao ICMS, quando cobrado pelo vendedor ou prestador de serviços na 
condição de substituto tributário; e 
i) receitas decorrentes de exportação. 
 
Assim, sobre a base de cálculo no modelo cumulativo, como já tratado 
anteriormente, o qual estão sujeitos as empresas optantes pelo Lucro 
Presumido, é apenas o faturamento referente às atividades do objeto social da 
 
 
 
empresa. Desse modo, tem-se o exemplo abaixo de uma empresa sujeita ao 
modelo cumulativo de PIS/PASEP COFINS: 
 
A empresa Alpha tem como atividade a comercialização de produtos por ela 
adquiridos e prestação de serviço. Os dados abaixo foram extraídos da 
contabilidade da empresa 
 
+ Receita com revendade mercadorias $ 200.000 
+ Vendas com revenda de mercadorias de tributação monofásica $ 40.000 
+ Receita de prestação de serviços $ 100.000 
- Descontos Incondicionais $ 10.000 
- Descontos Condicionais (Financeiros) $ 12.000 
- Devolução de Vendas $ 15.000 
+ Receitas Financeiras $ 22.000 
+ Receita com Aluguel de Espaço $ 7.000 
+ Ganho na Venda de Imobilizado $ 30.000 
 
Assim sendo, apenas os itens abaixo comporão a base de cálculo: 
+ Receita com revenda de mercadorias $ 200.000 
+ Receita de prestação de serviços $ 100.000 
- Descontos Incondicionais $ 10.000 
- Devolução de Vendas $ 15.000 
= Base de Cálculo $ 275.000 
 
Dada a base de cálculo, as alíquotas de aplicação sobre ela são de: 
- 0,65% de PIS/PASEP; e 
- 3,00% de COFINS. 
 
Desse modo, os valores a arrecadar são de: 
 PIS/PASEP: 0,65% x 275.000 = 1.787,50 
 COFINS : 3,00% x 275.000 = 8.250,00 
 
 
 
 
Nessa sistemática, os valores de PIS/PASEP e COFINS são dados por dentro, ou 
seja, dentro do preço de venda já devem estar registrados os valores de 
PIS/PASEP e COFINS. E, conforme já salientado nesse livro, as tributações 
cumulativas geram os "tributos em cascata" ou o "imposto sobre imposto". 
Desse modo, segue um exemplo para ilustração: 
 
A Indústria A venda um produto para a Indústria B, a qual processa e vende o 
seu produto para o Atacado C que revende para o Comércio D que, por fim, 
vende ao consumidor final. Os preços são de $ 100, $ 150, $ 210 e $ 250, 
respectivamente. De modo que serão recolhidos: 
 
Contribuinte A B C D Arrecadação 
Receita 100 150 210 250 
 PIS (0,65%) 0,650 0,975 1,365 1,625 4,615 
COFINS (3%) 3,000 4,500 6,300 7,500 21,3 
Total 3,650 5,475 7,665 9,125 25,915 
 
Assim sendo, a carga tributária das arrecadações frente ao preço final para o 
consumidor será de 10,366% (25,915 / 250), muito superior aos 3,65% 
tributados em cada elo. E, quanto maior for a cadeia produtiva e distributiva 
até o consumidor final, maiores serão os encargos. 
Contribuições Não-Cumulativas 
 
O sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa jurídica ou equiparada, 
incluindo as instituições financeiras, construtoras e incorporadoras de imóveis, 
atendendo o art. 1º da LC 70/91, e que auferir receitas a que refere o art.1º 
das leis 10.637/02 e 10.833/03. 
 
O modelo de contribuição não-Cumulativa tributa o total das receitas da pessoa 
jurídica, como já mencionado. Porém, nesse modelo há possibilidade de 
 
 
 
aproveitamento de créditos. Portanto, o modus operandi para apurar o valor 
das contribuições a pagar é diferente do modelo cumulativo, como segue: 
• determina o débito mediante a apuração do faturamento bruto, 
acrescidos de outras receitas independentes de sua denominação ou 
classificação contábil; 
• determina-se o crédito pelos valores descritos na lei, como autorizados 
a gerar o crédito; 
• apura-se o valor a pagar ou a permanecer em crédito, na confrontação 
dos valores apurados. 
 
Assim, no que se refere à base de cálculo, tem-se todas as receitas da pessoa 
jurídica, com a possibilidade das seguintes exclusões: 
I – isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição sujeitas à alíquota 
zero; 
II – não operacionais, decorrentes de venda do ativo permanente; 
III – auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias 
em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na 
condição de substituição tributária; 
IV – venda dos produtos: 
a) derivados de petróleo e gás natural – Lei 9.990/00 
b) de certos medicamentos e perfumes, loções de barba, cremes, escovas de 
dentes (incidência monofásica do Pis/Cofins), discriminados na Lei nº 10.147/00 
c) de máquinas e equipamentos discriminados nas Leis 10.485/02; 
d) quaisquer outros bens submetidos à incidência monofásica da contribuição. 
V – referentes a: 
e) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; 
f) reversão de provisões e recuperação de créditos baixados como perda, que 
não representem ingressos de nova receita; resultados positivos da avaliação 
de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos 
avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita. 
 
Já sobre os créditos, são aproveitáveis os itens abaixo: 
 
 
 
I – bens adquiridos para revenda, exceto aqueles em relação às mercadorias e 
aos produtos submetidos ao regime de substituição tributária e os relativos às 
Leis nº 9.990/2000, 10.147/2000, 10.485/02 e 10.560/02. 
II – bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na 
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive 
combustíveis e lubrificantes; 
III – energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; 
IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica, 
utilizadas nas atividades da empresa; 
V – o valor das contraprestações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica; 
VI – máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, 
adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda, ou na 
prestação de serviços; (Vide 2) 
VII – edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados 
nas atividades da empresa; (Vide 2) 
VIII – bens recebidos em devolução, cuja receita tenha integrado a base de 
cálculo do mês em curso ou de mês anterior, e tributadas conforme disposto 
nessas leis; 
IX – armazenagem de mercadorias e frete na operação de venda, nos casos 
dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. 
 
O direito ao crédito sobre o valor desses bens, serviços, custos e despesas 
aplicam-se as operações efetuadas com Pessoa Jurídica domiciliadas no país, 
excetuando as por venturas pagas à pessoas físicas. Os créditos não 
aproveitados em um mês podem ser utilizados no mês subsequente. 
 
Apesar da má redação da lei, entende-se que não geram créditos os valores 
pagos na aquisição (VI) ou construção (VII), cabendo o crédito aos encargos de 
depreciação e amortização, respectivamente. Entende-se que a depreciação 
apurada por duodécimo, deve ser calculada sobre todos os bens, mesmo os 
adquiridos anteriores à vigência da lei. 
 
 
 
 
Por fim, sobre as alíquotas, elas incidem sobre a base de cálculo de débitos e 
de créditos nos valores de 1,65% para PIS e 7,6% para COFINS. Além disso, 
por meio do Decreto nº 8.426/2015, o governo federal restabeleceu para 
0,65% e 4%, respectivamente, as alíquotas do PIS e da COFINS não-
cumulativos incidentes sobre as receitas financeiras, inclusive decorrentes de 
operações realizadas para fins de hedge. As alíquotas das contribuições em 
referência haviam sido reduzidas a zero por meio dos Decretos nº 5.164/2014 e 
nº 5.442/2005. 
 
Empresas que tem a maior parte de sua receita originária de exportação, 
portanto sem incidência da Contribuição, poderá aproveitar o crédito nas 
operações do mercado interno, ser compensado com outros tributos 
administrados pela SRF, ou no final do trimestre poderá ser pedido restituição. 
 
Para melhor ilustrar a questão sobre o cálculo do PIS/PASEP e COFINS a pagar, 
segue o exemplo abaixo: 
 
A empresa Alpha tem como atividade a comercialização de produtos por ela 
adquiridos e prestação de serviço. Todos os dados abaixo foram extraídos da 
contabilidade da empresa 
a)A empresa Alpha elencou os seguintes itens de sua contabilidade, pra compor 
a base de cálculo dos débitos: 
+ Receita com revenda de mercadorias $ 200.000 
+ Vendas com revenda de mercadorias de tributação monofásica$ 40.000 
+ Receita de prestação de serviços $ 100.000 
- Descontos Incondicionais $ 10.000 
- Descontos Condicionais (Financeiros) $ 12.000 
- Devolução de Vendas $ 15.000 
+ Receitas Financeiras $ 22.000 
+ Receita com Aluguel de Espaço $ 7.000 
+ Ganho na Venda de Imobilizado $ 30.000 
 
 
 
 
Assim sendo, apenas os itens abaixo comporão a base de cálculo: 
+ Receita com revenda de mercadorias $ 200.000 
+ Receita de prestação de serviços $ 100.000 
- Descontos Incondicionais ($ 10.000) 
- Devolução de Vendas ($ 15.000) 
+ Receita com Aluguel de Espaço $ 7.000 
(=) Base de Cálculo $ 282.000 
 
Na base de cálculo não foram adicionados os ganhos de capital provenientes do 
imobilizado, uma vez que a norma os exclui da base de cálculo. As receitas 
financeiras serão tratadas adiante. 
 
Dada a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas: 
 PIS/PASEP = 282.000 x 1,65% = $ 4.653 
 COFINS = 282.000 x 7,6% = $ 21.432 
 
Além disso, há o recolhimento do PIS/PASEP e COFINS sobre as Receitas 
Financeiras, as quais possuem alíquotas diferenciadas: 
(=) Base de Cálculo das Receitas Financeiras $ 22.000 
Dada a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas: 
PIS/PASEP = 22.000 x 0,65% = $ 143 
COFINS = 22.000 x 4% = $ 880 
Por fim, tem-se o valor total dos débitos de PIS/PASEP e COFINS, somando os 
valores acima: 
 
PIS/PASEP = $ 4.653 + $ 143 = $ 4.796 
 COFINS = $ 21.432 + $ 880 = $ 22.312 
 
b) A empresa Alpha elencou os seguintes itens de sua contabilidade, pra 
compor a base de cálculo dos créditos: 
 
Contraprestações de Arrendamento Mercantil $ 13.000 
 
 
 
Compras de Mercadorias para Revenda $ 90.000 
Depreciação de Bens utilizados na comercialização $ 6.000 
Depreciação de Bens utilizados na prestação de serviços $ 5.000 
Aluguel de prédio comercial $ 30.000 
Salários e Encargos $ 40.000 
Energia Elétrica $ 16.000 
 
Assim sendo, apenas os itens abaixo comporão a base de cálculo: 
Contraprestações de Arrendamento Mercantil $ 13.000 
Compras de Mercadorias para Revenda $ 90.000 
Depreciação de Bens utilizados na prestação de serviços $ 5.000 
Aluguel de prédio comercial $ 30.000 
Energia Elétrica $ 16.000 
(=) Base de Cálculo dos Créditos $ 154.000 
PIS/PASEP = 154.000 x 0,65% = $ 2.541 
COFINS = 154.000 x 4% = $ 11.704 
 
c) Por fim, procede-se a apuração dos valores a pagar de PIS/PASEP e COFINS: 
 
Valor a Pagar = Débitos - Créditos 
Valor a Pagar de PIS/PASEP = 4.796 - 2.541 = 2.255 
Valor a Pagar de COFINS = 11.704 - 22.312 
PIS/PASEP sobre a Folha de Pagamentos 
 
Aqui reside a diferença mais importante entre as duas contribuições (PIS/PASEP 
em relação a COFINS), pois é previsto pagamento mensal por todos os tipos de 
entidades, ou seja, sem fins lucrativos, inclusive as fundações definidas como 
empregadoras pela legislação trabalhista, tais como: 
• tempos de qualquer natureza; 
• partidos políticos; 
 
 
 
• entidades de caráter filantrópico, religioso, recreativo, cultural, científico e a 
associações que preencham as condições e requisitos legais; 
• condomínios de proprietários de imóveis residenciais e comerciais que 
possuam empregados; 
• OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e as organizações estaduais 
de cooperativas, em relação às operações praticadas com cooperados; 
• instituições de educação e de assistência social que não realizem 
habitualmente, venda de bens e serviços e que preencham as condições e 
requisitos legais; 
• sindicatos, federações e confederações; 
• serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; 
• conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; 
• fundações de direito privado. 
 
Sobre o pagamento mensal dos empregados, deve-se inserir na base de cálculo 
os salários, gratificações, prêmios, ajudas de custos, comissões, quinquênios, 
13º Salário, férias, etc. As entidades que não tiverem funcionários estão 
desobrigadas do recolhimento desta contribuição. (PIS/PASEP). 
Para exemplificar, imagine uma entidade sem fins lucrativos que possui folha de 
pagamento de R$ 20.000,00. A contribuição para o PIS/PASEP deve ser 
calculada e contabilizada da seguinte maneira: 
R$ 20.000,00 x 1% = R$ 200,00 
D: Despesa PIS/PASEP Folha de Pagamento (DRE) 200,00 
C: PIS/PASEP a Recolher 200,00 
PIS/PASEP na Importação 
 
A lei nº 10.865/04, de 01/05/04, instituiu duas novas contribuições incidentes 
na importação de produtos estrangeiros ou serviços do exterior, ou seja, o 
PIS/PASEP – importação e a COFINS – Importação, com base nos art. 149 
parágrafo 2º, inciso II, e 195, inciso IV e parágrafo 6º da Constituição Federal. 
 
 
 
 
O PIS/PASEP e a COFINS (cumulativos ou não) incidem sobre as receitas, e as 
contribuições instituídas pela Lei 10.865/04 incidem sobre custos e despesas na 
importação. Portanto, estes tributos incidem em uma nova base de cálculo, 
assim considerados novos tributos, e isto vem sendo contestado pelos 
importadores, que reclamam do aumento excessivo da carga tributária, e com 
isto, a legislação vai abrindo varias exceções e alíquotas diferenciadas, 
tornando-as assim cada vez mais complexas, as exceções são maiores que as 
regras básicas. Aqui será tratada a regra geral e as exceções devem ser pes-
quisadas na legislação, caso a caso. 
 
A lei 10.865/04 em seu artigo 3º estabelece que o fato gerador será: 
I – a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou 
II – o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores, a 
residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço 
prestado. 
 
De acordo com o artigo 7º, a base de cálculo será: 
a) na importação de bens: 
O valor aduaneiro, assim entendido o valor que servir de base para o imposto 
de importação; 
b) nos serviços do exterior: 
 
O valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, 
antes da retenção do Imposto de Renda (portanto, valor bruto) acrescido do 
ISS e do valor das próprias contribuições, seguindo as formulações abaixo, 
conforme a IN RFB nº 1.401/13: 
 
 
 
Onde: 
 
 
 
V = valor pago ao exterior, antes da retenção de Imposto de Renda 
c = alíquota do PIS/PASEP - Importação 
d = alíquota da COFINS - Importação 
f = alíquota de ISS 
 
Para tanto, o valor aduaneiro, será determinado da seguinte maneira: 
a) a valoração da mercadoria importada, como regra geral, é feita pela 
conversão da moeda estrangeira (dólar, euro, iene, etc.) para a moeda 
nacional, pela taxa de câmbio fiscal, que é fixada pela Receita Federal, por 
meio de Ato Declaratório Executivo (ADE). 
 
b) custo de transporte internacional da mercadoria até o porto, aeroporto ou 
ponto da fronteira, alfandegados, portanto, até a entrada legal em território 
nacional. São adicionados a esse custo os gastos de carga, descarga e 
manuseio da mercadoria efetuados até os locais citados; 
 
c) o seguro de mercadoria que cobre não só o valor da mercadoria, mas 
também, os custos citados na alínea anterior. 
 
Para elucidar, assuma o seguinte exemplo: 
Mercadoria convertida em R$ à taxa de câmbio fiscal $ 50.000 
Transportes e despesas (inciso II) $ 10.000 
Seguro (inciso III) $ 20.000 
Valor aduaneiro $ 80.000 
 
Sobre as alíquotas, conforme a alteração ocorrida pela Lei 13.137/2015, elas 
serão de: 
a) Importação de Bens: 
- 2,1% para a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação; 
- 9,65% para a COFINS-Importação; 
 
b) Importação de Serviços- 1,65% para a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação; 
- 7,6% para a COFINS-Importação; 
 
Desse modo, a IN RFB nº 1.401/13 ratificou a decisão do Supremo Tribunal 
Federal (STF) quando do julgamento do Recurso Exraordinário nº 559.934 
sobre a não incidência do ICMS, PIS e COFINS na base de cálculo do PIS-
Importação e da COFINS-Importação. 
 
Sobre os contribuintes, são os importadores ou equiparados, a pessoa jurídica 
ou física que contrate serviços do exterior, e o beneficiário do serviço, na 
hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no 
exterior. Além desses, são equiparados ao importador o destinatário de 
remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente 
de mercadorias entrepostadas. 
 
Os contribuintes que estiverem sujeitos ao regime não-cumulativo de 
PIS/PASEP e COFINS poderão descontar os créditos relativos ao PIS/PASEP-
Importação e do COFINS-Importação nas seguintes hipóteses: 
I - bens adquiridos para revenda; 
II – bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na 
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive 
combustível e lubrificantes; 
III - energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; 
IV - aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, 
máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da 
empresa; 
V - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, 
adquiridos para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens 
destinados à venda ou na prestação de serviços. 
 
Esse direito aos créditos só se aplicará quando essas contribuições forem 
efetivamente pagas na importação. Além disso, caso a empresa não utilize o 
 
 
 
crédito no mês de aquisição, ela poderá fazê-lo nos meses seguintes. O crédito 
será apurado pela aplicação das alíquotas de 1,65% e 7,6% sobre o valor que 
serviu de base de cálculo para o PIS/PASEP-Importação e para a COFINS-
Importação. 
 
Sobre os responsáveis, tem-se: 
a) O adquirente de bens estrangeiros, no caso de importação realizada por sua 
ordem e conta, por intermédio de pessoa jurídica importadora. 
b) O transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob 
controle aduaneiro, inclusive no percurso interno. 
c) O representante, no país, do transportador estrangeiro. 
d) O depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de 
bem sob controle aduaneiro. 
e) O expedidor, operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado 
para realizar o transporte multimodal. 
Contabilização 
 
No que tange à contabilização, para demonstrar seus efeitos na Demonstração 
de Resultado do Exercício, serão utilizados os exemplos citados no cálculo dos 
sistemas cumulativo e não-cumulativo. Nota-se que, para ambos os casos 
foram utilizadas as mesmas bases de receitas e ganhos, facilitando a 
comparação por parte do leitor. 
Anteriormente, foram explicitados os gastos da empresa, os quais, agora, são 
divididos entre despesas de vendas, despesas administrativas, custo das 
mercadorias vendidas e custo dos serviços prestados, conforme a tabela 
abaixo: 
Item Uso Contabilização Valor 
Contraprestações de 
Arrendamento Mercantil 
Veículos dos 
Vendedores da 
Empresa 
Despesas de Vendas 13.000 
 
 
 
Compras de Mercadorias 
para Revenda 
Mercadorias para 
Revenda 
Custo das 
Mercadorias 
Vendidas* 
90.000 
Depreciação de Bens 
utilizados na 
comercialização 
Bens Utilizados na 
Comercialização 
Despesas de Vendas 6.000 
Depreciação de Bens 
utilizados na prestação 
de serviços 
Bens Utilizados na 
Prestação de Serviços 
Custo dos Serviços 
Prestados 
5.000 
Aluguel de prédio 
comercial 
Prédio para Questões 
Administrativas 
Despesas 
Administrativas 
30.000 
Salários e Encargos 
Total de $ 40.000 
Salários e Encargos - 
Prestação de Serviços 
Custo dos Serviços 
Prestados 
12.000 
Salários e 
Encargos -
Comercialização 
Despesas de Vendas 15.000 
Salários e Encargos - 
Administração 
Despesas 
Administrativas 
13.000 
Energia Elétrica 
Total de $ 16.000 
Energia Elétrica - 
Administração 
Despesas 
Administrativas 
6.000 
Energia Elétrica - 
Vendas 
Despesas de Vendas 10.000 
* Todas as mercadoria adquiridas foram vendidas no mesmo período 
 
Essa classificação será adotada na contabilização de ambos os sistemas: 
cumulativo e não cumulativo. Agrupando por pelo tipo de despesa/custo, tem-
se os valores abaixo: 
Custo ou Despesa Valor 
Despesas de Vendas 44.000 
Despesas Administrativas 49.000 
Custo dos Serviços Prestados 17.000 
 
 
 
Custo das Mercadorias Vendidas 90.000 
TOTAL 200.000 
 
 
SISTEMA CUMULATIVO 
 
Sobre a contabilização das contribuições de PIS/PASEP e COFINS, após 
proceder seus cálculos, possuem a seguinte contabilização: 
 
D: PIS/PASEP sobre as Receitas (Resultado) $ 1.787,50 
C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 1.787,50 
 
D: COFINS sobre as Receitas (Resultado) $ 8.250,00 
C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 8.250,00 
 
 
Assim sendo, a DRE para o sistema cumulativo ficaria, conforme abaixo: 
 
DRE Empresa Alpha - Sistema Cumulativo 
Receita Bruta de Vendas 340.000,00 
Revenda de Mercadorias 240.000,0 
Prestação de Serviços 100.000,0 
(-)Deduções da Receita -35.037,50 
Descontos Incondicionais -10.000,00 
Devolução de Vendas -15.000,00 
PIS sobre as receitas -1.787,50 
COFINS sobre as receitas -8.250,00 
(=) Receita Líquida 304.962,50 
(-) Custo dos Serviços e das Vendas de Mercadorias -107.000,00 
Custo das Mercadorias Vendidas -17.000,00 
Custo dos Serviços Prestados -90.000,00 
 
 
 
(=) Lucro Bruto 197.962,50 
(-) Despesas de Vendas -44.000,00 
(-) Despesas Administrativas -49.000,00 
(+) Receita com Aluguel de Espaço 7.000,00 
(+) Ganho na Venda de Imobilizado 30.000,00 
(+) Receitas Financeiras 22.000,00 
(-) Despesas Financeiros -12.000,00 
(=) LAIR 151.962,50 
 
SISTEMA NÃO-CUMULATIVO 
No Sistema não-cumulativo, existem duas questões adicionais para a 
contabilização do PIS/PASEP e COFINS. 
 
A primeira delas é que os valores calculados de débitos sobre as receitas, nem 
todas elas, são de receitas provenientes do objeto social da empresa. Desse 
modo, não se pode alocar diretamente em "Deduções da Receita" todo o valor 
de débito calculado anteriormente. Portanto, deve-se proceder os cálculos 
separadamente, conforme abaixo: 
Receitas 275.000,00 
+ Receita com revenda de mercadorias 200.000,00 
+ Receita de prestação de serviços 100.000,00 
- Descontos Incondicionais -10.000,00 
- Devolução de Vendas -15.000,00 
PIS/PASEP sobre as Receitas (1,65%) - A 4.537,50 
COFINS sobre as Receitas (7,6%) - A 20.900,00 
 Receita Aluguel de Espaço 7.000,00 
PIS/PASEP sobre Receita com Aluguel de Espaço (1,65%) 
- B 115,50 
COFINS sobre Receita com Aluguel de Espaço (7,6%) - B 532,00 
 Receita Financeira 2.000,00 
 
 
 
PIS/PASEP sobre Receita Financeira (0,65%) - C 143,00 
COFINS sobre Receita Financeira (4%) - C 880,00 
 Total Débitos PIS/PASEP (A + B + C) 4.796,00 
Total Débitos COFINS (A + B + C) 22.312,00 
 
Nota-se, na tabela acima, que os valores totais de PIS/PASEP e COFINS são os 
mesmos calculados na seção em que foi tratado os sistema cumulativo. A única 
diferença foi destacar os valores das contribuições para cada uma das fontes: 
receitas das atividades da empresa, receitas de aluguel e receitas financeiras. 
Lembrando apenas que as duasprimeiras possuem alíquotas de 1,65% e 7,6% 
de PIS/PASEP e COFINS, respectivamente, e as receitas financeiras de 0,65% e 
4%, respectivamente de PIS/PASEP e COFINS. 
 
Assim sendo, a contabilização do PIS/PASEP e COFINS dos valores referente a 
receita recebe o mesmo tratamento da que foi realizada no modelo cumulativo: 
D: PIS/PASEP sobre as Receitas (Resultado) $ 4.537,50 
C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 4.537,50 
 
D: COFINS sobre as Receitas (Resultado) $ 20.900,00 
C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 20.900,00 
 
Já a contabilização das receitas financeiras e de aluguel recebem tratamento 
semelhante. Assim sendo, deve-se contabilizar as referidas receitas brutas em 
conta analítica, bem como as contribuições de PIS/PASEP e COFINS, também 
em contas analíticas, de forma a reduzir o valor total das receitas. Dessa forma, 
seria assim contabilizado e demonstrado na DRE: 
 
D: Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) $ 22.000,00 
C: Receita Financeira (Resultado) $ 22.000,00 
 
D: PIS/PASEP sobre Receitas Financeira (Resultado) $ 143,00 
 
 
 
C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 143,00 
 
D: COFINS sobre Receitas Financeira (Resultado) $ 880,00 
C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 880,00 
 
Na DRE ficaria assim disposto: 
 
Item Valor Conta Tipo 
Receita Financeira $ 20.977,00 Sintética 
Receita Financeira $ 22.000,00 Analítica 
PIS/PASEP sobre Receita Financeira ($ 143,00) Analítica 
COFINS sobre Receita Financeira ($ 800,00) Analítica 
 
A receita de aluguel tem tratamento idêntico: 
D: Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) $ 7.000,00 
C: Receita de Aluguel (Resultado) $ 7.000,00 
 
D: PIS/PASEP sobre Receitas de Aluguel (Resultado) $ 115,50 
C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 115,50 
 
D: COFINS sobre Receitas de Aluguel (Resultado) $ 532,00 
C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 532,00 
 
Na DRE ficaria assim disposto: 
Item Valor Conta Tipo 
Receita de Aluguel $ 6.352,50 Sintética 
Receita de Aluguel $ 7.000,00 Analítica 
PIS/PASEP sobre Receita de Aluguel ($ 115,50) Analítica 
COFINS sobre Receita de Aluguel ($ 532,00) Analítica 
 
Contabilizadas as receitas e seus impactos de PIS/PASEP e COFINS, são 
necessárias as contabilizações dos itens que possuem crédito das referidas 
 
 
 
contribuições. O procedimento é semelhante ao que ocorre com o ICMS, 
conforme o IBRACON (Interpretação Técnica 01/2004) e a Receita Federal (Ato 
Declaratório Interpretativo RFB nº 3/2007), os valores são contabilizados pelas 
suas somas brutas e, num segundo lançamento, retirando uma parte desses 
valores para compor a conta de PIS/PASE a Recuperar ou COFINS a Recuperar, 
ambas no ativo circulante. 
 
Assim sendo, tem-se que: 
Contraprestações de Arrendamento Mercantil 
 
D: Despesas de Vendas (resultado) $ 13.000,00 
C: Caixa $ 13.000,00 
 
D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 214,50 
D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 988,00 
C: Despesas de Vendas $ 1.202,50 
 
 Compras de Mercadorias para Revenda 
D: CMV (resultado) $ 90.000,00 
C: Caixa (Ativo) ou Fornecedores (Passivo) $ 90.000,00 
 
D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 1.485,00 
D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 6.840,00 
C: CMV (resultado) $ 8.325,00 
 
 Depreciação de Bens utilizados na prestação de serviços 
D: CSP (resultado) $ 5.000,00 
C: Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante) $ 5.000,00 
 
D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 82,50 
D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 380,00 
C: CSP (resultado) $ 462,50 
 
 
 
 
 Aluguel de prédio comercial 
D: Despesas Administrativas (resultado) $ 30.000,00 
C: Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante) $ 30.000,00 
 
D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 495,00 
D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 2.280,00 
C: Despesas Administrativas (resultado) $ 2.775,00 
 
 Energia Elétrica: 
 
A Energia Elétrica teve valor total de $ 16.000, sendo $ 10.000 destinada à área 
comercial (despesas de vendas) e $ 6.000 para a parte administrativa 
(despesas administrativas): 
 
D: Despesas Administrativas (resultado) $ 6.000,00 
D: Despesas de Vendas (resultado) $ 10.000,00 
C: Caixa (Ativo) $ 16.000,00 
 
D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 99,00 
D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 456,00 
C: Despesas Administrativas (resultado) $ 555,00 
 
D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 165,00 
D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 760,00 
C: Despesas de Vendas (resultado) $ 925,00 
 
Para facilitar o entendimento dos valores a serem registrados na DRE, seguem 
as tabelas abaixo que resumem os valores de custos e despesas: 
 
Item Contabilização Custo ou Créditos de Valor 
 
 
 
Despesa PIS/PASEP COFINS Total 
Veículos dos 
Vendedores da 
Empresa 
Despesas de 
Vendas 
11.797,50 214,50 988,00 13.000 
Mercadorias para 
Revenda 
Estoque -> 
Custo das 
Mercadorias 
Vendidas 
81.675,00 1.485,00 6.840,00 90.000 
Bens Utilizados na 
Comercialização 
Despesas de 
Vendas 
6.000,00 0,00 0,00 6.000 
Bens Utilizados na 
Prestação de 
Serviços 
Custo dos 
Serviços 
Prestados 
4.537,50 82,50 380,00 5.000 
Prédio para 
Questões 
Administrativas 
Despesas 
Administrativas 
27.225,00 495,00 2.280,00 30.000 
Salários e Encargos 
- Prestação de 
Serviços 
Custo dos 
Serviços 
Prestados 
12.000,00 0,00 0,00 12.000 
Salários e Encargos 
- Comercialização 
Despesas de 
Vendas 
15.000,00 0,00 0,00 15.000 
Salários e Encargos 
- Administração 
Despesas 
Administrativas 
13.000,00 0,00 0,00 13.000 
Energia Elétrica - 
Administração 
Despesas 
Administrativas 
5.445,00 99,00 456,00 6.000 
Energia Elétrica - 
Vendas 
Despesas de 
Vendas 
9.075,00 165,00 760,00 10.000 
 
Custo ou Despesa 
Créditos de 
Valor Total 
PIS/PASEP COFINS 
Despesas de Vendas 41.872,50 379,50 1.748,00 44.000,00 
 
 
 
Despesas Administrativas 45.670,00 594,00 2.736,00 49.000,00 
Custo dos Serviços Prestados 16.537,50 82,50 380,00 17.000,00 
Custo das Mercadorias 
Vendidas 81.675,00 1.485,00 6.840,00 90.000,00 
 
Dispostas as contabilizações e os quadros resumos, segue a apresentação da 
DRE para verificação dos lançamentos anteriores. Para efeitos de comparação, 
são apresentados os mesmos dados da DRE calculados pelo regime cumulativo 
e não-cumulativo: 
 
NÃO-CUMULATIVO CUMULATIVO 
Receita Bruta de Vendas 340.000,00 340.000,00 
Revenda de Mercadorias 240.000,00 240.000,00 
Prestação de Serviços 100.000,00 100.000,00 
(-)Deduções da Receita -50.437,50 -35.037,50 
Descontos Incondicionais -10.000,00 -10.000,00 
Devolução de Vendas -15.000,00 -15.000,00 
PIS sobre as receitas -4.537,50 -1.787,50 
COFINS sobre as receitas -20.900,00 -8.250,00 
(=) Receita Líquida 289.562,50 304.962,50 
(-) Custo dos Produtos e dos Serviços -98.212,50 -107.000,00 
(-) CMV -81.675,00 -17.000,00 
(-) CSP -16.537,50 -90.000,00 
(=) Lucro Bruto 191.350,00 197.962,50 
(-) Despesas de Vendas -41.872,50 -44.000,00 
(-) Despesas Administrativas -45.670,00 -49.000,00 
(+) Receita com Aluguel de Espaço 6.352,50 7.000,00 
Receita com Aluguel de Espaço 7.000,00 - 
PIS sobre as receitas de Aluguel -115,50 - 
COFINS sobre as receitas de Aluguel -532,00 - 
(+) Ganho na Venda de Imobilizado 30.000,00 30.000,00 
(+) Receitas Financeiras 20.977,00 22.000,00 
 
 
 
Receita Financeira22.000,00 - 
PIS sobre as Receitas Financeiras -143,00 - 
COFINS sobre as Receitas Financeiras -880,00 - 
(-) Despesas Financeiros -12.000,00 -12.000,00 
(=) LAIR 149.137,00 151.962,50 
 PIS/PASEP a Pagar 2.255,00 1.787,50 
COFINS a Pagar 10.608,00 8.250,00 
TOTAL 12.863,00 10.037,50 
 
Por fim, apenas para concluir as diferenças entre os sistemas cumulativo e não-
cumulativo, foram dispostos acima os valores a pagar de PIS/PASEP e COFINS. 
 
No sistema não-cumulativo a empresa deveria pagar o valor de R$ 12.863,00, 
enquanto no sistema cumulativo a empresa deveria pagar R$ 10.037,50, 
resultando uma diferença de R$ 2.825,50 (12.863,00 - 10.037,50). Essa 
diferença é a mesma apontada no LAIR, pois enquanto no sistema cumulativo 
ele foi de R$ 151.962,50, no sistema não-cumulativo o LAIR somou R$ 
149.137,00. 
 
 
Retenção de Tributos 
 
A fim de combater a sonegação de tributos, desde 1º de fevereiro de 2004 os 
pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas de direito privado a outras 
pessoas jurídicas de direito privado, tem sido de forma que o tomador de 
serviços se encarrega de fazer a retenção e posterior recolhimento de impostos 
e contribuições. 
 
Assim, a prestação de serviços profissionais, serviços de limpeza, conservação, 
manutenção, segurança, vigilância (inclusive escolta), transporte de valores e 
locação de mão-de-obra bem assim serviços de assessoria creditícia, 
 
 
 
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a 
pagar e a receber, estão sujeitos à retenção na fonte da Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social (COFINS) e da Contribuição para o Programa de Integração Social 
(PIS/PASEP). As alíquotas são de 1%, 3% e 0,65%, respectivamente, 
totalizando 4,65%. 
 
A partir de 1º de julho de 2004 entraram em vigor a modalidade de retenção 
na fonte de duas contribuições (PIS/PASEP e COFINS) para os fornecedores de 
autopeças, conforme o parágrafo 3º, do artigo 36 da Lei 10.865/2004. Sendo 
que esta modalidade de retenção não alcança a pessoa física prestadora de 
serviço. 
 
O fato gerador da retenção das contribuições sociais é tão somente o 
pagamento do rendimento a outra pessoa jurídica. Portanto, o fato gerador das 
contribuições é diferente ao do imposto de renda, que pode incidir no 
pagamento ou crédito do rendimento, o que ocorrer primeiro. 
 
Fora os serviços citados acima, a retenção das contribuições sociais alcança, 
também, os serviços profissionais trazidos na legislação do Imposto de Renda. 
 
Estão obrigadas a efetuar o desconto das contribuições sociais as pessoas 
jurídicas de direito privado (tomadora do serviço) que efetuarem pagamentos a 
outras pessoas jurídicas de direito privado (prestadora do serviço), ou seja, a 
obrigação de descontar e recolher é da tomadora do serviço (artigo 30 da Lei 
10.833/2003 e IN SRF 459/2004). 
 
 O desconto das contribuições também se aplica aos pagamentos dos serviços 
sujeitos à retenção prestados por: 
 - Associações, entidades sindicais, federações, confederações, 
centrais sindicais, serviços sociais autônomos e entidades sem fins lucrativos; 
- Sociedades cooperativas; 
 
 
 
- Sociedades simples; 
- Fundações de direito privado; 
- Condomínios de edifícios. 
 
A retenção dos tributos não será exigida na hipótese de pagamentos efetuados 
a: 
I - cooperativas, relativamente à CSLL; 
II - empresas estrangeiras de transporte de valores; 
III - pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES. 
 
Já a retenção da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP não será exigida, 
cabendo, somente, a retenção da CSLL nos pagamentos: 
I - a título de transporte internacional de cargas ou de passageiros 
efetuados por empresas nacionais; 
I - a título de transporte internacional de valores efetuados por empresa 
nacional; 
II - aos estaleiros navais brasileiros nas atividades de conservação, 
modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou 
registradas no Registro Especial Brasileiro - REB. 
 
Retenção de serviços prestados a Entidades Públicas 
 
A Lei 10.833 de 2003, por meio do artigo 34, também institui a retenção de 
tributos nos pagamentos de prestadores de serviços pelas entidades da 
administração federal. A Instrução Normativa RFB nº 1.234, a qual especifica as 
questões referentes a esse tema, em seu artigo 2º diz que ficam obrigados a 
efetuar as retenções na fonte do Imposto sobre a Renda (IR), da Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da 
Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os 
pagamentos que efetuarem às pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou 
 
 
 
prestação de serviços em geral, inclusive obras, os seguintes órgãos e 
entidades da administração pública federal: 
I - os órgãos da administração pública federal direta; 
II - as autarquias; 
III -as fundações federais; 
IV - as empresas públicas; 
V - as sociedades de economia mista; e 
VI - as demais entidades em que a União, direta ou indiretamente 
detenha a maioria do capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do 
Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e 
financeira no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo 
Federal (Siafi). 
Os valores a serem retidos devem obedecer a tabela de serviços (anexo I) da 
referida Instrução Normativa, a qual indica os percentuais de IR, CSLL, 
PIS/PASEP e COFINS a serem retidos. 
 
Os valores retidos deverão ser recolhidos ao Tesouro Nacional, mediante Darf: 
I - pelos órgãos da administração pública federal direta, autarquias e 
fundações federais que efetuarem a retenção, até o 3º (terceiro) dia útil da 
semana subsequente àquela em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa 
jurídica fornecedora dos bens ou prestadora do serviço; e 
II - pelas empresas públicas, sociedades de economia mista e demais 
entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do capital 
social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam 
obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Siafi, de forma 
centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, até o último dia 
útil da quinzena subsequente àquela quinzena em que tiver ocorrido o 
pagamento à pessoa jurídica fornecedora do bem ou prestadora do serviço. 
 
No que tange ao valor do imposto e das contribuições sociais retidos será 
considerado como antecipação do que for devido pelo contribuinte em relação 
ao mesmo imposto e às mesmas contribuições e poderá ser compensado ou 
 
 
 
deduzido pelo contribuinte que sofreu a retenção, observando-se as seguintes 
regras: 
I - o valor retido relativo ao IR somente poderá ser deduzido do valor do 
imposto apurado no próprio mês da retenção; 
II - na hipótese em que o valor do IR retido na fonte seja superior ao 
devido, a diferença poderá ser compensada com o imposto mensal a pagar 
relativo aos meses subsequentes; 
III - os valores retidos na fonte a título de CSLL, Contribuição para o 
PIS/Pasep e Cofins somente poderão ser deduzidos com o que for devido em 
relação à mesma espécie de contribuição e no mês de apuração a que se refere 
a retenção; 
 IV - os valores retidos na fonte a título de CSLL, Contribuição para o 
PIS/Pasep e Cofins que excederem ao valor da respectiva contribuição a pagar 
no mesmo mês de apuração, poderão ser restituídos ou compensados com 
débitos relativos a outros tributos administrados pela RFB; 
 
Retençãode IR sobre multas e demais vantagens 
 
Conforme o artigo 681 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR / 1999 - 
Decreto 3.000/1999), as importâncias pagas ou creditadas por pessoa jurídica 
correspondentes a multas e qualquer outra vantagem, ainda que a título de 
indenização, em virtude de rescisão de contrato, excetuadas as indenizações 
pagas ou creditadas em conformidade com a legislação trabalhista e aquelas 
destinadas a reparar danos patrimoniais. 
 
Devem ser retidos o percentual de 15% sobre as importâncias pagas ou 
creditadas para pessoa física ou jurídica, inclusive isenta. Para a pessoa jurídica 
tributada com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, o imposto retido 
será deduzido do apurado no encerramento do período de apuração trimestral 
ou anual. Já para a pessoa jurídica isenta, o valor é definitivo, ou seja, não 
poderá ser deduzido de outras contribuições. Já para a pessoa física, o imposto 
 
 
 
retido será considerado redução do apurado na declaração de rendimentos da 
pessoa física. 
 
A responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é da pessoa 
jurídica que efetuar o pagamento ou crédito da multa ou vantagem. O imposto 
deverá ser retido na data do pagamento ou crédito da multa ou vantagem. 
Reflexão: 
 
Como visto na presente unidade, as contribuições sociais sobre a receita 
resultam em acréscimos importantes na estrutura da empresa, adicionando 
custos e alterando a margem da empresa, uma vez que esses custos e 
despesas são dados em função do faturamento. 
 
Assim, sobre o PIS/PASEP e a COFINS, importante ressaltar a existência de dois 
sistemas, cumulativo e não-cumulativo, os quais são, respectivamente, devidos 
pela empresas optantes do Lucro Presumido e do Lucro Real. Além dos nomes, 
são distintos no tamanho da base de cálculo de seus débitos junto à Receita 
Federal, nas metodologias de cálculo (podendo ou não aceitar créditos) e em 
suas alíquotas. Dessa forma, as empresas, caso a caso, devem verificar qual a 
melhor metodologia de apuração do PIS/PASEP e COFINS. Porém, ainda devem 
levar em consideração em sua análise a tributação de Imposto de Renda e 
Contribuição Social sobre o Lucro para, aí sim, tomar a decisão. 
 
No que tange a retenção de tributos, eles são formas de antecipação da receita 
dos entes, mas, também, importante ferramenta de controle por parte dos 
mesmos, fazendo com que os prestadores de serviços deixem de sonegar as 
suas receitas. 
 
Atividade 
 
 
 
 
1) A Cia. Flor de Cactos optou pelo lucro real em 20X3. Em determinado 
período efetuou vendas totais de R$ 1.000.000. Porém, dentre esse total de 
receitas, R$ 50.000 foram devolvidas. Nesse período teve despesas de energia 
elétrica de R$ 100.000, além de adquirir mercadorias no valor de R$ 700.000. 
Considerando apenas essas informações, o valor a recolher de PIS é de: 
 
a) 975 
b) 2.475 
c) 3.300 
d) 4.125 
e) 4.950 
 
2) A Cia. Flor de Maracujá optou pelo lucro real em 20X1. Em determinado mês 
efetuou vendas totais de R$ 1.000.000. Porém, dentre esse total de receitas, 
R$ 50.000 foram devolvidas. Nesse período verificou que o Lucro Bruto foi de 
R$ 226.875,00, uma vez que as mercadorias vendidas foram adquiridas por R$ 
700.000. Sabendo que a Cia Flor de Maracujá está sujeito ao regime não 
cumulativo de PIS/COFINS, qual foi o valor do CMV. Considere apenas essa 
transações acima e apenas PIS/COFINS como tributos incidentes nas referidas 
transações. 
 
a) 630.625 
b) 635.250 
c) 647.450 
d) 680.625 
e) 680.450 
 
3) No que se refere à retenção de tributos sobre prestação de serviços, 
conforme a lei 10.833/2003, assinale a afirmação correta: 
 
a) as retenções somente serão exigidas para os pagamentos superiores à R$ 
5.000,00 por mês para a mesma pessoa jurídica 
 
 
 
b) as retenções devem ocorrer mesmo que a prestadora de serviços seja 
optante do SIMPLES Nacional 
c) as retenções devem ser recolhidas à União até o último dia útil do mês 
subsequente à retenção 
d) as retenções devem ocorrer mesmo que a prestadora de serviços seja uma 
pessoa física 
e) as alíquotas da retenção de serão de 1%, 3% e 0,65% referente à CSLL, 
PIS/PASEP e COFINS, respectivamente. 
 
4) O artigo 34 da Lei 10.833/2003 obrigou a retenção de tributos por órgãos e 
entidades públicas. De tal modo, pode-se afirmar que: 
 
a) ficam obrigadas a reter CSLL, PIS/PASEP e COFINS 
b) as entidades estaduais também devem seguir as mesmas condições das 
entidades federais 
c) ficam obrigadas a reter IR, CSLL, PIS/PASEP e COFINS 
d) entende-se por "órgãos e entidades públicas" apenas as fundações e 
autarquias federais 
e) sempre deve reter também o ISS 
 
 
Aprenda mais 
Leia os textos abaixo sobre PIS/PASEP e COFINS: 
 
Aspectos Gerais: http://www.portaltributario.com.br/guia/pis_cofins.html 
Tributação Monofásica: 
http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=40 
Créditos de PIS/PASEP e COFINS: 
http://www.valortributario.com.br/arquivos/802 
 
 
 
 
Veja os vídeos sobre PIS/PASEP e COFINS: 
PIS e COFINS - Real x Presumido: 
https://www.youtube.com/watch?v=v8LnApcmaIk 
PIS e COFINS - Cumulativo e Não Cumulativo: 
https://www.youtube.com/watch?v=FBqCjGd_sec 
PIS e COFINS - Cálculos e Regras Gerais: 
https://www.youtube.com/watch?v=GaP1AFVQS98 
PIS e COFINS pela Lei 12.973/14: 
https://www.youtube.com/watch?v=b6XzDS2-caY 
 
Leia os textos abaixo sobre Retenções Obrigatórias: 
Retenções Federais: 
http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/2i5p/retencao-de-tributos-e-
contribuicoes-federais-nos-pagamentos-efetuados-por-pessoas-juridicas-a-
outras-pessoas-juridicas-pelo-fornecimento-de-bens-e-pela-prestacao-de-
servicos-dr-fabiano-gama-ricci 
 
Limite de R$ 5 mil: 
https://guiatributario.net/2015/06/25/retencoes-de-piscofinscsll-nao-tem-mais-
limite-de-r-5-mil-na-nota/ 
Novas Regras de Retenção: 
http://tdn.totvs.com/pages/releaseview.action;jsessionid=2E163422CE3F16DD7
445EA445A502580?pageId=190519714 
Optantes SIMPLES Nacional: 
http://www.portaltributario.com.br/artigos/simples-declaracao-orgaos-
publicos.htm 
Veja os vídeos sobre Retenções Obrigatórias: 
Retenções na fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7xkT5Qb89k4 
Novas Regras Retenções: https://www.youtube.com/watch?v=mcSWp7wP2Ck 
Referências: 
 
 
 
 
BRASIL. Constituição, 1988. 
BRASIL. Lei Complementar 123, 2006. 
BRASIL, Lei 9.718, 1998. 
BRASIL, Lei 10.637, 2002. 
BRASIL, Lei 10.833, 2003. 
FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. 
OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete 
Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 14 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 8 ed. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2014. 
REZENDE, A. J.; PEREIRA, C.A; ALENCAR, R. C.; Contabilidade tributária - 
entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das 
empresas. São Paulo: Atlas, 2010. 
Na próxima unidade 
 
Na próxima unidade, serão tratadas serão estudados a tributação simplificada 
para as micros e pequenas empresas e também aspectos da tributação 
internacional. 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 4. Tributos Simplificados e Internacionais 
SIMPLES Nacional 
 
A Lei Complementar 123/2006 estabelece normas gerais relativas ao 
tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e 
empresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. É tambémchamada de “Lei Complementar do 
Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte” (LCMEPP). 
 
Esta lei substitui, integralmente, a partir de 01.07.2007: 
a) as normas do Simples Federal (Lei 9.317/1996), vigente desde 1996; 
b) Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei 
9.841/1999). 
 
Em suma, esta legislação estabelece regras para tratamento diferenciado à 
micro e pequenas empresas, especialmente no que se refere: 
• à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da união, dos 
Estados, do distrito federal e dos municípios, mediante regime único de 
arrecadação, inclusive obrigações acessórias; 
• ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive 
obrigações acessórias; 
• ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas 
aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao 
associativismo e às regras de inclusão. 
 
Conceito de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte 
 
Para os efeitos da Lei Complementar 123/2006, consideram-se microempresas 
ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e 
 
 
 
o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 
2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: 
I - no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela 
equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 
360.000,00; 
II - no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa 
jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta 
superior a R$ 360.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a 
R$ 3.600.000,00. 
 
Conceito de Receita Bruta 
 
Considera-se receita bruta, o produto da venda de bens e serviços nas 
operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas 
operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos 
incondicionais concedidos. 
 
No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite será 
proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de 
pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. 
 
O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como 
microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu 
desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição 
em relação a contratos por elas anteriormente firmados. 
 
Opção pelo Enquadramento 
 
A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de 
microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser 
 
 
 
estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-
calendário. 
 
Para efeito de enquadramento no Simples Nacional, considerar-se-á 
microempresa ou empresa de pequeno porte aquela cuja receita bruta no ano-
calendário anterior ao da opção esteja compreendida dentro dos limites 
previstos no art. 3º da Lei Complementar 123/2006. 
 
A opção deverá ser realizada no mês de janeiro, até o seu último dia útil, 
produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. A opção 
produzirá efeitos a partir da data do início de atividade, desde que exercida nos 
termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor. 
 
Serão consideradas inscritas no Simples Nacional as microempresas e empresas 
de pequeno porte regularmente optantes pelo regime tributário de que trata a 
Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de 
optar por alguma vedação imposta pela Lei Complementar 123/2006. 
 
Porém, não se inclui no regime diferenciado e favorecido do SIMPLES Nacional, 
para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica: 
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de 
pessoa jurídica com sede no exterior, 
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como 
empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico 
diferenciado nos termos da Lei Complementar do Simples Nacional, desde que 
a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00. 
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do 
capital de outra empresa não beneficiada pelo Simples Nacional, desde que a 
receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00. 
 
 
 
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado, de outra 
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse 
o limite de R$ 3.600.000,00. 
VI - constituídas sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo. 
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
III - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de 
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e 
investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de 
títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa da arrendamento mercantil, 
de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; 
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de 
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) 
anos-calendário anteriores; 
X - constituída sob a forma de sociedades por ações. 
 
O disposto nos itens IV e VII anterior não se aplica participação no capital de 
cooperativas de crédito, bem como em centrais de compras, bolsas de 
subcontratação, no consórcio previsto na Lei Complementar do Simples 
Nacional, e associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, 
sociedades de garantia solidária e outros tipos da sociedade, que tenham como 
objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das microempresas 
e empresas de pequeno porte. 
 
Tributos Abrangidos e Não Abrangidos pelo SIMPLES 
Nacional 
 
O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento Único 
de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: 
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); 
II - Imposto sobre Produtos industrializados (IPI); 
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): 
 
 
 
V - Contribuição para o PIS/PASEP; 
VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, 
de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso 
das pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de serviços 
previstas especificamente; 
VII - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços e sobre 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS); 
VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 
 
O cálculo do valor devido na forma do Simples Nacional deverá ser efetuado 
por meio do Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples 
Nacional - Declaratório (PGDAS-D), disponível no Portal do Simples Nacional na 
internet. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá, para cálculo dos 
tributos devidos mensalmente e geração do Documento de Arrecadação do 
Simples Nacional (DAS), informar os valores relativos à totalidade das receitas 
correspondentes às suas operações e prestações realizadas no período, no 
referido aplicativo. Lembrando que é vedada a emissão de DAS com valor total 
inferior a R$ 10,00. 
 
O recolhimento da guia única do Simples Nacional não exclui a incidência dos 
seguintes impostos ou contribuições devidos na qualidade de contribuinteou 
responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às 
demais pessoas jurídicas: 
I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas 
a Títulos ou valores Mobiliários (IOF); 
II - Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros (II); 
III - Imposto sobre exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais 
ou Nacionalizados (IE); 
IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR); 
V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos 
auferidos em aplicações de renda fixa ou variável; 
 
 
 
VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na 
alienação de bens do ativo permanente; 
VII - Contribuição provisória sobre movimentação ou Transmissão de 
Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF); 
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
(FGTS); 
IX - Contribuição para manutenção da seguridade social, relativa ao 
trabalhador; 
X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do 
empresário, na qualidade de contribuinte individual, caracterizado como 
microempresa; 
XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados 
pela pessoa jurídica a pessoas físicas; 
XII - PIS, COFINS e IPI incidentes na importação de bens e serviço; 
XIII - ICMS devido: 
a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição 
tributária; legislação estadual ou distrital vigente; 
 
c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem 
como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou 
industrialização; 
d) por ocasião do desembaraço aduaneiro; 
e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desaco-
bertada de documento fiscal; 
f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; 
g) nas operações com mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do 
recolhimento do imposto, bem assim do valor relativo à diferença entre a 
alíquota interna e a interestadual, nas aquisições em outros Estados e Distrito 
Federal, nos termos da legislação estadual ou distrital. 
 
XIV - ISS devido: 
 
 
 
a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção 
na fonte; 
b) na importação de serviços; 
 
XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos municípios, não relacionados especificamente. 
 
Além disso, o Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos 
auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, será definitivo, não se 
compensando ou restituindo para o optante pelo Simples Nacional. 
 
Por fim, as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples 
Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas 
pela União, ficando ainda dispensadas das contribuições para as entidades 
privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema 
sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federa1, e demais entidades de 
serviço social autônomo. 
 
Recolhimento do SIMPLES Nacional 
 
Os tributos devidos deverão ser pagos: 
1 - por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê 
Gestor; 
2 - segundo códigos específicos, para cada espécie de receita discriminada; 
3 - enquanto não regulamentado pelo comitê Gestor, até o último dia útil da 
primeira quinzena do mês subsequente aquele a que se referir; 
4 - em banco integrante da rede arrecadadora credenciada pelo Comitê Gestor. 
 
Poderá ser adotado sistema simplificado de arrecadação do Simples Nacional, 
inclusive sem utilização rede bancária, mediante requerimento do Estado, 
Distrito Federal ou município ao Comitê Gestor. 
 
 
 
Na hipótese de a microempresa ou a empresa de pequeno porte possuir filiais, 
o recolhimento dos tributos do Simples Nacional dar-se-á por intermédio da 
matriz. 
 
Cálculo dos Valores do SIMPLES Nacional 
 
O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte, 
optante do Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das tabelas 
a seguir, sobre a receita bruta de cada atividade. As tabelas constantes são 
utilizadas para empresas que não sejam enquadradas em substituição tributária 
seja de ICMS, IPI, PIS/COFINS, ISS, etc..que terão tabelas específicas. 
 
BOX DE CONEXÃO: Para cálculo de valores do Simples Nacional de acordo com 
a tabela, acesse https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional 
 
Relação atividade x utilização tabelas 
Tabela I - Comércio 
 
Partilha do Simples Nacional – Comércio 
 
Receitas decorrentes da revenda de mercadorias não sujeitas a substituição 
tributária, exceto as receitas decorrentes da revenda de mercadorias para 
exportação 
 
Receita Bruta Total em 
12 meses (em R$) 
Alíquota IRPJ CSLL COFINS 
PIS/ 
Pasep 
INSS ICMS 
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 
De 180.000,01 a 
360.000,00 
5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 
 
 
 
De 360.000,01 a 
540.000,00 
6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 
De 540.000,01 a 
720.000,00 
7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 
De 720.000,01 a 
900.000,00 
7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 
De 900.000,01 a 
1.080.000,00 
8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 
De 1.080.000,01 a 
1.260.000,00 
8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 
De 1.260.000,01 a 
1.440.000,00 
8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 
De 1.440.000,01 a 
1.620.000,00 
9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 
De 1.620.000,01 a 
1.800.000,00 
9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% 
De 1.800.000,01 a 
1.980.000,00 
9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 
De 1.980.000,01 a 
2.160.000,00 
10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 
De 2.160.000,01 a 
2.340.000,00 
10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 
De 2.340.000,01 a 
2.520.000,00 
10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 
De 2.520.000,01 a 
2.700.000,00 
10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 
De 2.700.000,01 a 
2.880.000,00 
11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 
De 2.880.000,01 a 
3.060.000,00 
11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 
 
 
 
De 3.060.000,01 a 
3.240.000,00 
11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 
De 3.240.000,01 a 
3.600.000,00 
11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 
De 3.420.000,01 
a 3.600.000,00 
11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 
 
Caso uma empresa tenha faturado, acumuladamente, R$ 970.000 nos últimos 
12 meses (por exemplo, de abril de 2015 a março de 2016) e R$ 50.000 no 
mês atual (abril de 2016), ela deverá proceder da seguinte maneira: 
 
1) Encontrar a alíquota pela faixa de faturamento acumulados dos 
últimos 12 meses. Nesse caso, o valor de R$ 970.000 está na faixa de 
"900.000,01 a 1.080.000,00", com alíquota total de 8,28% 
2) Multiplicar a alíquota de 8,28% por R$ 50.0000 para encontrar o valor 
a recolher de R$ 4.140. 
 
Tabela II - Indústria 
 
Receitas decorrentes da venda de mercadorias por elas industrializadas não 
sujeitas a substituição tributária, exceto as receitas decorrentes da venda de 
mercadorias por elas industrializadas para exportação 
 
Receita Bruta Total em 
12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS 
PIS/ 
Pasep INSS ICMS IPI 
Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50% 
De 180.000,01 a 
360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50% 
De 360.000,01 a 
540.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50% 
 
 
 
De 540.000,01 a 
720.000,00 8,04%0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50% 
De 720.000,01 a 
900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50% 
De 900.000,01 a 
1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50% 
De 1.080.000,01 a 
1.260.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50% 
De 1.260.000,01 a 
1.440.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50% 
De 1.440.000,01 a 
1.620.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50% 
De 1.620.000,01 a 
1.800.000,00 9,62% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% 0,50% 
De 1.800.000,01 a 
1.980.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50% 
De 1.980.000,01 a 
2.160.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50% 
De 2.160.000,01 a 
2.340.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50% 
De 2.340.000,01 a 
2.520.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50% 
De 2.520.000,01 a 
2.700.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50% 
De 2.700.000,01 a 
2.880.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50% 
De 2.880.000,01 a 
3.060.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50% 
De 3.060.000,01 a 
3.240.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50% 
 
 
 
De 3.240.000,01 a 
3.600.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50% 
De 3.420.000,01 a 
3.600.000,00 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50% 
 
O procedimento de cálculo é idêntico ao efetuado no exemplo da Tabela I 
 
Tabela III Serviços e Locação de Bens Móveis 
 
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas Decorrentes de Locação de 
Bens Móveis e de Prestação de Serviços Relacionados no Inciso III do § 1º do 
art. 25-A da Resolução CGSN nº 94, de 2011 (Redação dada pela Resolução 
CGSN nº 117/2014). Os seguintes serviços estão enquadrados nessa tabela: 
a) creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas 
técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, 
cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e 
escolas livres, exceto as previstas no anexo (tabela) V; 
b) agência terceirizada de correios; 
c) agência de viagem e turismo; 
d) transporte municipal de passageiros e de cargas em qualquer 
modalidade; 
e) centro de formação de condutores de veículos automotores de 
transporte terrestre de passageiros e de carga; 
f) agência lotérica; 
g) serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem 
como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; 
h) produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua 
exibição ou apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, 
artes visuais, cinematográficas e audiovisuais; 
i) fisioterapia; 
j) corretagem de seguros; 
 
 
 
k) corretagem de imóveis de terceiros, assim entendida a intermediação 
na compra, venda, permuta e locação de imóveis; 
l) serviços vinculados à locação de bens imóveis, assim entendidos o 
assessoramento locatício e a avaliação de imóveis para fins de locação; 
m) locação, cessão de uso e congêneres, de bens imóveis próprios com a 
finalidade de exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios 
virtuais, stands, quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de 
espetáculos, parques de diversões, canchas e congêneres, para realização de 
eventos ou negócios de qualquer natureza; 
n) outros serviços que, cumulativamente: 
1. não tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do 
exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, 
artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não; 
2. não estejam sujeitos especificamente à tributação na forma prevista 
nas tabelas IV, V ou VI. 
 
Ressalta-se que no caso de locação de bens móveis, os quais serão tributadas 
na forma do Anexo III, porém deve ser deduzida a parcela correspondente ao 
ISS. Já a prestação do serviço de escritórios de serviços contábeis, que serão 
também tributados na forma do Anexo III, também se deve desconsiderar o 
percentual relativo ao ISS, quando o imposto for fixado pela legislação 
municipal e recolhido diretamente ao Município em valor fixo. 
 
Receita Bruta em 12 meses 
(em R$) 
Alíquota IRPJ CSLL COFINS 
PIS/ 
PASEP 
CPP ISS 
Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00% 
De 180.000,01 a 
360.000,00 
8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79% 
De 360.000,01 a 
540.000,00 
10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50% 
 
 
 
De 540.000,01 a 
720.000,00 
11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84% 
De 720.000,01 a 
900.000,00 
11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87% 
De 900.000,01 a 
1.080.000,00 
12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23% 
De 1.080.000,01 a 
1.260.000,00 
12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26% 
De 1.260.000,01 a 
1.440.000,00 
12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31% 
De 1.440.000,01 a 
1.620.000,00 
13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61% 
De 1.620.000,01 a 
1.800.000,00 
13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65% 
De 1.800.000,01 a 
1.980.000,00 
14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00% 
De 1.980.000,01 a 
2.160.000,00 
15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00% 
De 2.160.000,01 a 
2.340.000,00 
15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00% 
De 2.340.000,01 a 
2.520.000,00 
15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00% 
De 2.520.000,01 a 
2.700.000,00 
15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00% 
De 2.700.000,01 a 
2.880.000,00 
16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00% 
De 2.880.000,01 a 
3.060.000,00 
16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00% 
De 3.060.000,01 a 
3.240.000,00 
17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00% 
 
 
 
De 3.240.000,01 a 
3.420.000,00 
17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00% 
De 3.420.000,01 a 
3.600.000,00 
17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00% 
 
O procedimento de cálculo é idêntico ao efetuado no exemplo da Tabela I. 
 
Porém, caso a empresa tenha revendido mercadorias (Tabela III) e prestado 
serviços (Tabela III), ela deverá somar os faturamentos para encontrar a faixa 
e, depois, tributar as receitas separadamente. 
 
Exemplo: Suponha que a empresa Mecatronic Ltda (do exemplo 1) possua 
receitas decorrentes da revenda de mercadorias (Anexo I) e receitas 
decorrentes da prestação de serviços de mecânica de automóveis (Anexo III). 
 
 2015 
 JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
Comércio 20.000 15.000 40.000 40.000 40.000 50.000 
Serviço 30.000 35.000 60.000 60.000 60.000 50.000 
Total 50.000 50.000 100.000 100.000 100.000 100.000 
 
 2016 
 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL 
Comércio 40.000 40.000 90.000 80.000 130.000 110.000 70.000 
Serviço 60.000 60.000 110.000 120.000 70.000 90.000 50.000 
Total 100.000 100.000 200.000 200.000 200.000 200.000 120.000 
 
 
A Receita Bruta Acumulada dos 12 últimos meses será de R$ 1.500.000 (50.000 
+ 50.000 + 100.000 + 100.000+ 100.000+ 100.000+ 100.000+ 100.000 + 
200.000 + 200.000 + 200.000 + 200.000). 
 
 
 
Assim sendo deve-se buscar em ambas as tabelas, I e III, as alíquotas para 
essa faixa de faturamento, as quais são 9,03% e 13,55%, respectivamente. 
 
Após isso, multiplica-se o faturamento de comércio do mês de Julho/2016 por 
9,03% e o faturamento de serviços do mês de Julho/2016 por 13,55%. Assim, 
tem-se que: 
 
Comércio: 70.000 x 9,03% = $ 6.321,00 
Serviço: 50.000 x 13,55% = R$ 6.775,00 
Total = R$ 6.321,00 + R$ 6.775,00 = R$ 13.096,00 
 
Tabela IV - Serviços 
 
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas Decorrentes da Prestação de 
Serviços Relacionados no Inciso IVdo § 1º do art. 25-A da Resolução CGSN nº 
94, de 2011 (Redação dada pela Resolução CGSN nº 117/2014). Os seguintes 
serviços estão enquadrados nessa tabela: 
a) construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a 
forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem 
como decoração de interiores; 
b) serviço de vigilância, limpeza ou conservação; 
c) serviços advocatícios; 
 
Receita Bruta Total em 12 
meses (em R$) 
Alíquota IRPJ CSLL COFINS 
PIS/ 
PASEP 
ISS 
Até 180.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00% 
De 180.000,01 a 360.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79% 
De 360.000,01 a 540.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50% 
 
 
 
De 540.000,01 a 720.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84% 
De 720.000,01 a 900.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87% 
De 900.000,01 a 
1.080.000,00 
9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23% 
De 1.080.000,01 a 
1.260.000,00 
10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26% 
De 1.260.000,01 a 
1.440.000,00 
10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31% 
De 1.440.000,01 a 
1.620.000,00 
11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61% 
De 1.620.000,01 a 
1.800.000,00 
12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65% 
De 1.800.000,01 a 
1.980.000,00 
12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00% 
De 1.980.000,01 a 
2.160.000,00 
13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00% 
De 2.160.000,01 a 
2.340.000,00 
13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00% 
De 2.340.000,01 a 
2.520.000,00 
14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00% 
De 2.520.000,01 a 
2.700.000,00 
14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00% 
De 2.700.000,01 a 
2.880.000,00 
15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00% 
De 2.880.000,01 a 
3.060.000,00 
15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00% 
De 3.060.000,01 a 
3.240.000,00 
15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00% 
 
 
 
De 3.240.000,01 a 
3.420.000,00 
16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00% 
De 3.420.000,01 a 
3.600.000,00 
16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00% 
 
O procedimento de cálculo é idêntico ao efetuado no exemplo da Tabela I. 
 
Porém, as empresas enquadradas no Anexo IV também deverão recolher os 
valores referentes a folha de pagamento (Contribuição Previdenciária Patronal - 
CPP): 20% (em geral) de contribuição patronal adicionados dos percentuais de 
Seguro de Acidente de Trabalho (FAT/RAT, variando de 0,5% a 6%). 
 
Tabela V - Serviços 
 
Partilha do Simples Nacional - Receitas Decorrentes da Prestação de Serviços 
Relacionados no Inciso V do § 1º do art. 25-A da Resolução CGSN nº 94, de 
2011 (Redação dada pela Resolução CGSN nº 117/2014). Os seguintes serviços 
estão enquadrados nessa tabela: 
 
a) administração e locação de imóveis de terceiros, assim entendidas a gestão e 
administração de imóveis de terceiros para qualquer finalidade, incluída a 
cobrança de aluguéis de imóveis de terceiros; 
b) academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; 
c) academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de 
esportes; 
d) elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, 
desde que desenvolvidos em estabelecimento da optante; 
e) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; 
f) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, 
desde que realizados em estabelecimento da optante; 
g) empresas montadoras de estandes para feiras; 
 
 
 
h) laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; 
i) serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos 
e métodos óticos, bem como ressonância magnética; 
j) serviços de prótese em geral 
 
Receita Bruta em 12 
meses (em R$) 
(r)<0,10 
0,10=< 
(r) 
e 
(r) < 0,15 
0,15=< 
(r) 
e 
(r) < 0,20 
0,20=< 
(r) 
e 
(r) < 
0,25 
0,25=< 
(r) 
e 
(r) < 
0,30 
0,30=< 
(r) 
e 
(r) < 
0,35 
0,35 =< 
(r) 
e 
(r) < 
0,40 
(r) >= 
0,40 
Até 180.000,00 17,50% 15,70% 13,70% 11,82% 10,47% 9,97% 8,80% 8,00% 
De 180.000,01 a 
360.000,00 
17,52% 15,75% 13,90% 12,60% 12,33% 10,72% 9,10% 8,48% 
De 360.000,01 a 
540.000,00 
17,55% 15,95% 14,20% 12,90% 12,64% 11,11% 9,58% 9,03% 
De 540.000,01 a 
720.000,00 
17,95% 16,70% 15,00% 13,70% 13,45% 12,00% 10,56% 9,34% 
De 720.000,01 a 
900.000,00 
18,15% 16,95% 15,30% 14,03% 13,53% 12,40% 11,04% 10,06% 
De 900.000,01 a 
1.080.000,00 
18,45% 17,20% 15,40% 14,10% 13,60% 12,60% 11,60% 10,60% 
De 1.080.000,01 a 
1.260.000,00 
18,55% 17,30% 15,50% 14,11% 13,68% 12,68% 11,68% 10,68% 
De 1.260.000,01 a 
1.440.000,00 
18,62% 17,32% 15,60% 14,12% 13,69% 12,69% 11,69% 10,69% 
De 1.440.000,01 a 
1.620.000,00 
18,72% 17,42% 15,70% 14,13% 14,08% 13,08% 12,08% 11,08% 
De 1.620.000,01 a 
1.800.000,00 
18,86% 17,56% 15,80% 14,14% 14,09% 13,09% 12,09% 11,09% 
De 1.800.000,01 a 
1.980.000,00 
18,96% 17,66% 15,90% 14,49% 14,45% 13,61% 12,78% 11,87% 
 
 
 
De 1.980.000,01 a 
2.160.000,00 
19,06% 17,76% 16,00% 14,67% 14,64% 13,89% 13,15% 12,28% 
De 2.160.000,01 a 
2.340.000,00 
19,26% 17,96% 16,20% 14,86% 14,82% 14,17% 13,51% 12,68% 
De 2.340.000,01 a 
2.520.000,00 
19,56% 18,30% 16,50% 15,46% 15,18% 14,61% 14,04% 13,26% 
De 2.520.000,01 a 
2.700.000,00 
20,70% 19,30% 17,45% 16,24% 16,00% 15,52% 15,03% 14,29% 
De 2.700.000,01 a 
2.880.000,00 
21,20% 20,00% 18,20% 16,91% 16,72% 16,32% 15,93% 15,23% 
De 2.880.000,01 a 
3.060.000,00 
21,70% 20,50% 18,70% 17,40% 17,13% 16,82% 16,38% 16,17% 
De 3.060.000,01 a 
3.240.000,00 
22,20% 20,90% 19,10% 17,80% 17,55% 17,22% 16,82% 16,51% 
De 3.240.000,01 a 
3.420.000,00 
22,50% 21,30% 19,50% 18,20% 17,97% 17,44% 17,21% 16,94% 
De 3.420.000,01 a 
3.600.000,00 
22,90% 21,80% 20,00% 18,60% 18,40% 17,85% 17,60% 17,18% 
 
As contribuições dessa anexa tabela serão apuradas a partir da relação (r) 
conforme abaixo: 
 
(r) = Folha de Salários incluído encargos (12 meses) / Receita Bruta (12 meses) 
 
Assim, imagine uma empresa com folha salarial de R$ 301.680,00 nos últimos 
12 meses com faturamento de R$ 700.000,00, resultando numa relação (r) de 
0,43. 
 
Como o percentual de 0,43 encontrado é maior que 0,40 aplicar-se-á sobre a 
receita bruta mensal do mês a alíquota da Tabela V, correspondente à faixa 
entre R$ 540.000,01 e R$720.000,00, ou seja a alíquota de 9,34%. 
 
 
 
 
Supondo uma receita bruta do mês de R$ 50.000,00, tem se o valor de R$ 
4.670,00 (50.000 x 9,34%) 
 
Caso a Apuração desse mês tivesse como receita R$ 800.000,00 e a folha de 
salários e encargos continuasse em R$ 301.680,00, teria um r de 0,38 
(301.680,00 / 800.000). 
 
Assim, para a Tabela V os contribuintes devem seguir o seguinte roteiro para 
apuração do SIMPLES Nacional: 
1) Será apurada a relação (r) conforme abaixo: 
(r) = Folha de Salários incluídos encargos (em 12 meses) 
Receita Bruta (em 12 meses) 
2) Buscar na Tabela V a linha que corresponde ao faturamento 
acumulado dos 12 meses com a coluna apurado pelo relação "r" 
3) Somar-se-á a alíquota do SIMPLES nacional relativa ao IRPJ, 
PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP apurada na forma acima e parcela corresponde 
ao ISS prevista no anexo IV. 
4) A partilha das receitas relativas ao IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e 
CPP arrecadadas na forma deste anexo será realizada com base nos parâmetros 
definidos na tabela V-B, onde: 
(I) = pontos percentuais da partilha destinada à CPP; 
(J) = pontos percentuais da partilha destinada ao IRPJ, calculados após 
o resultado do fator (I): 
(K) = pontos percentuais da partilha destinada à CSLL, calculados após o 
resultado dos fatores (I) e (J); 
(L) = pontos percentuais dapartilha destinada à Cofins, calculados após 
o resultado dos fatores (I), (J) e (K); 
(M) = pontos percentuais da partilha destinada à contribuição para o 
PIS/Pasep, calculados após os resultados dos fatores (I), (J), (K) e (L); 
(I) + (J) + (K) + (L) + (M) = 100 
(N) = relação (r) dividida por 0,004, limitando-se o resultado a 100; 
(P) = 0,1 dividido pela relação (r), limitando-se o resultado a 1. 
 
 
 
Tabela V-B 
 
Receita Bruta 
em 12 meses 
(em R$) 
CPP IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep 
 
I J K L M 
Até 80.000,00 N x0,9 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 180.000,01 
a 360.000,00 
N 
x0,875 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 360.000,01 
a 540.000,00 
N 
x0,85 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 540.000,01 
a 720.000,00 
N 
x0,825 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 720.000,01 
a 900.000,00 
N x0,8 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 900.000,01 
a 
1.080.000,00 
N 
x0,775 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
1.080.000,01 
a 
1.260.000,00 
N 
x0,75 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
1.260.000,01 
a 
1.440.000,00 
N 
x0,725 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
1.440.000,01 
a 
1.620.000,00 
N x0,7 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
 
 
 
De 
1.620.000,01 
a 
1.800.000,00 
N 
x0,675 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
1.800.000,01 
a 
1.980.000,00 
N 
x0,65 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
1.980.000,01 
a 
2.160.000,00 
N 
x0,625 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
2.160.000,01 
a 
2.340.000,00 
N x0,6 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
2.340.000,01 
a 
2.520.000,00 
N 
x0,575 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
2.520.000,01 
a 
2.700.000,00 
N 
x0,55 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
2.700.000,01 
a 
2.880.000,00 
N 
x0,525 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
 
 
 
De 
2.880.000,01 
a 
3.060.000,00 
N x0,5 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
3.060.000,01 
a 
3.240.000,00 
N 
x0,475 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
3.240.000,01 
a 
3.420.000,00 
N 
x0,45 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
De 
3.420.000,01 
a 
3.600.000,00 
N 
x0,425 
0,75 X(100 
- I)X P 
0,25 X(100 - 
I)X P 
0,75 X(100 
- I - J - K) 
100 - I - J - K 
- L 
 
Tabela VI (ou V-A conforme resolução CGSN 117 de 
2014) 
 
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas Decorrentes da Prestação 
de Serviços Relacionados no Inciso VI do art. 25-A da Resolução CGSN nº 94, 
de 2011. Os seguintes serviços estão enquadrados nessa tabela: 
a) medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; 
b) medicina veterinária; 
c) odontologia; 
d) psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, 
fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite; 
e) serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de 
interpretação; 
 
 
 
f) arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, 
geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, 
desenho e agronomia; 
g) representação comercial e demais atividades de intermediação de 
negócios e serviços de terceiros; 
h) perícia, leilão e avaliação; 
i) auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e 
administração; 
j) jornalismo e publicidade; 
k) agenciamento, exceto de mão de obra; 
l) outras atividades do setor de serviços que, cumulativamente: 
1. tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do 
exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, 
artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não; 
2. não estejam sujeitas especificamente à tributação na forma previstas 
nas tabelas III, IV ou V. 
 
Receita Bruta em 12 meses 
(em R$) 
Alíquota 
IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, 
Cofins e CPP 
ISS 
Até 180.000,00 16,93% 14,93% 2,00% 
De 180.000,01 a 360.000,00 17,72% 14,93% 2,79% 
De 360.000,01 a 540.000,00 18,43% 14,93% 3,50% 
De 540.000,01 a 720.000,00 18,77% 14,93% 3,84% 
De 720.000,01 a 900.000,00 19,04% 15,17% 3,87% 
De 900.000,01 a 
1.080.000,00 
19,94% 15,71% 4,23% 
De 1.080.000,01 a 
1.260.000,00 
20,34% 16,08% 4,26% 
De 1.260.000,01 a 
1.440.000,00 
20,66% 16,35% 4,31% 
De 1.440.000,01 a 
1.620.000,00 
21,17% 16,56% 4,61% 
De 1.620.000,01 a 
1.800.000,00 
21,38% 16,73% 4,65% 
 
 
 
De 1.800.000,01 a 
1.980.000,00 
21,86% 16,86% 5,00% 
De 1.980.000,01 a 
2.160.000,00 
21,97% 16,97% 5,00% 
De 2.160.000,01 a 
2.340.000,00 
22,06% 17,06% 5,00% 
De 2.340.000,01 a 
2.520.000,00 
22,14% 17,14% 5,00% 
De 2.520.000,01 a 
2.700.000,00 
22,21% 17,21% 5,00% 
De 2.700.000,01 a 
2.880.000,00 
22,21% 17,21% 5,00% 
De 2.880.000,01 a 
3.060.000,00 
22,32% 17,32% 5,00% 
De 3.060.000,01 a 
3.240.000,00 
22,37% 17,37% 5,00% 
De 3.240.000,01 a 
3.420.000,00 
22,41% 17,41% 5,00% 
De 3.420.000,01 a 
3.600.000,00 
22,45% 17,45% 5,00% 
 
A metodologia de cálculo é idêntica a apresentada no exemplo da Tabela I. 
 
Tributação Internacional 
 
Os impostos de importação e de exportação têm função extrafiscal. No entanto, 
diferentemente dos impostos sobre operações de crédito, câmbio, seguros, 
títulos e valores mobiliários (IOs), que têm a função de regular os respectivos 
mercados (creditício, cambial, etc), os impostos de importação e de exportação 
influenciam a política econômica, e possuem forte vinculação ao câmbio, bem 
como ao incentivo/desincentivo da indústria nacional. 
 
 
 
 
Imposto de Importação 
 
O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros (II) é um tributo de 
competência da União, o qual incide sobre a importação de mercadorias 
estrangeiras e sobre a bagagem de viajante procedente do exterior. No caso de 
mercadorias estrangeiras, a base de cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota 
está indicada na Tarifa Externa Comum (TEC). No caso da bagagem, a base de 
cálculo é o valor dos bens que ultrapassem a cota de isenção e a alíquota é de 
50%. 
 
Há três tipos de importação: 
 Própria:importador adquire mercadorias do exterior em nome 
próprio, passando a dispor de sua propriedade, podendo vir a vendê-las 
a qualquer interessado. 
 Por conta e ordem: opera-se como se fosse um mandato. Uma 
empresa – a importadora –promove, em seu nome, o despacho 
aduaneiro de importação de mercadorias adquiridas por outra empresa – 
a adquirente –, em razão de contrato previamente firmado. O importador 
de fato é a adquirente, a “mandante” da importação, aquela que 
efetivamente faz vir a mercadoria de outro país, em razão da compra 
internacional; embora, nesse caso, o faça por via de interposta pessoa – 
a importadora por conta e ordem –, que é uma “mandatária” da 
adquirente; 
 Por encomenda: a importação por encomenda é aquela em que 
uma empresa adquire mercadorias no exterior com recursos próprios e 
promove o seu despacho aduaneiro de importação, a fim de revendê-las, 
posteriormente, a uma empresa encomendante previamente 
determinada, em razão de contrato entre a importadora e a 
encomendante. 
 
 
 
O sujeito passivo do impostos de importação é o importador, ou seja, a pessoa 
que causa a entrada da mercadoria do exterior no território brasileiro. No caso 
de mercadorias apreendidas ou abandonadas destinadas a leilão, o arrematante 
é o sujeito passivo desse tributo. 
A base de cálculo de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela 
lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, 
ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do 
produto no País; 
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a 
leilão, o preço da arrematação. 
 
Conforme previsão do art. 153, § 1º, da Constituição, o Poder Executivo pode 
alterar a alíquota do imposto de importação. Porém, atualmente, as alíquotas 
do imposto são, em sua maior parte, definidas no âmbito do Mercosul e 
formalizadas em um documento denominado Tarifa Externa Comum. Esse 
documento indica as alíquotas que os países membros da comunidade em foco 
empregam uniformemente para todas as importações. Paralelamente, admite-
se, no âmbito do Mercosul, que os signatários estabeleçam lista com exceções à 
Tarifa Externa Comum. Nesses casos, o País volta a ter autonomia para definir 
a alíquota dos bens sob o regime de exceção. O Brasil contempla em sua lista 
de exceção, por exemplo, a importação de álcool etílico e de cimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imposto de Exportação 
 
o Imposto de Exportação (IE) é de competência da União e tem como fato 
gerador a saída de produto nacional ou nacionalizado do território nacional. 
Assim como o Imposto de Importação, possui função fiscal e regulatória, uma 
vez que não se presta apenas a arrecadação, mas também de acordo com a 
variação de suas alíquotas, à disciplina do fluxo de exportação. 
 
O IE não está sujeito ao princípio da anterioridade, de modo que pode ser 
alterado no mesmo exercício financeiro, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, o poder executivo pode alterar as alíquotas do IE. 
 
Conforme o Código Tributário Nacional o IE tem como fato gerador a saída 
destes do território nacional qualquer que seja a finalidade de quem remete, e 
não com o negócio jurídico da compra e venda do exportador para o 
estrangeiro. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato 
gerador na data de registro do RE no Sistema Integrado de Comércio Exterior - 
Siscomex 
 
No que tange a base de cálculo do IE, conforme o artigo 2º do Decreto-lei nº 
1.578, de 1977, é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao 
tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no 
mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, 
mediante ato do Conselho Monetário Nacional. O preço à vista do produto, FOB 
ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal. 
 
Sobre a alíquota do IE, ela é de 30%, podendo o Poder Executivo reduzir ou 
aumentar, visando atingir os objetivos da política cambial e do comércio 
exterior. Caso ocorra um aumento da alíquota ela não poderá ser superior a 
150%. Dado o fato de que o equilíbrio da balança comercial depende 
fundamentalmente do esforço de exportação, o IE é pouco exigido, sendo 
comum o uso da alíquota zero. 
 
 
 
Sobre o contribuinte do IE, ele é o exportador ou quem a lei a ele equiparar, 
considerada qualquer pessoa que promova a saída de produtos do território 
nacional, podendo também a lei equipar terceiro ao exportador. 
 
Drawback 
 
O processo de importação é, por diversas vezes, ser conveniente ao País. Uma 
vez que, por exemplo, uma empresa brasileira importa insumos, os quais serão 
utilizados em seus processos produtivos e, na sequência, ser exportado 
novamente. Nessa situação, pode não trazer vantagens ao país cobrar o 
imposto de importação, uma vez que aumentará os custos da empresa 
industrial e acarretará maior preço final do produto a ser exportado, diminuindo 
a competitividade do produto / empresa no exterior. 
 
Assim sendo, a legislação brasileira criou o instrumento de "Drawback" que, 
nada mais é do que a possibilidade do importador obter a restituição dos 
valores pagos na aquisição de matéria-prima aplicada em produtos que serão 
exportados. Desse modo, no regime de Drawback, o II e o IPI dos insumos 
ficam suspensos até que a exportação ocorra. Os referidos tributos ficam 
suspensos quando da entrega da declaração de importação dos insumos, sendo 
exigidos os referidos valores caso os produtos industrializados não se destinem 
ao exterior no prazo estabelecido pela legislação. 
 
Subcapitalização 
 
As empresas, de forma geral, possuem duas fontes de capital: capital próprio e 
capital de terceiros. O primeiro representa ingresso de recursos provenientes 
dos sócios enquanto o segundo são representados por empréstimos, 
financiamentos, debêntures e demais instrumentos de dívida. A 
subcapitalização (thin capitalization) ocorre quando uma empresa estrangeira, 
ao decidir investir no Brasil, opta por realizar empréstimos a essa subsidiária do 
 
 
 
que aportar dinheiro a fundo perdido (capital social, na linguagem contábil), de 
modo que esse empréstimo possa abater o lucro tributável reduzindo a 
arrecadação de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido. 
 
Assim, os países buscam se proteger do extremo financiamento por terceiros, 
evitando a perda de arrecadação fiscal. Assim, as regras para evitar a 
subcapitalização estabelecem, nas operações de endividamento com pessoas 
com vínculo societário em terceiros países, limites à dedução dos juros para fins 
de apuração do lucro tributável. Isso ocorre, em geral, de duas maneiras 
a) Determinam o montante máximo de envidamento em relação ao qual os 
juros são considerados dedutíveis: arm’s length; 
b) Determinam o montante máximo de juros dedutível por uma proporção entre 
o valor da dívida e o do capital. 
 
No Brasil, a Lei nº 12.249/10 introduziu limites de dedução das despesas com 
juros nessas operações de endividamento com pessoas vinculadas: 
a) Mantém a submissão às regras de preços de transferência; 
b) Determina a observância às regras gerais de dedutibilidade: necessidade e 
normalidade da despesa (art. 47 da Lei n º 4.506/64); 
c) Estabelece limites individuais e globais de endividamento através da 
predeterminação de razão dívida capital: 
i. LIMITE INDIVIDUAL: o endividamento não pode ser superior a 2 (duas)vezes 
o valor da participação societária no patrimônio líquido da empresa brasileira 
detida por pessoa jurídica vinculada no exterior, por ocasião da apropriação dos 
juros; 
ii. LIMITE INDIVIDUAL: o endividamento não pode ser superior a 2 (duas) 
vezes o valor do patrimônio líquido da empresa no Brasil , por ocasião da 
apropriação dos juros, quando a pessoa jurídica vinculada no exterior não for 
sócia da brasileira; 
iii. LIMITE GLOBAL: somatório dos endividamentos com pessoas vinculadas no 
exterior não pode ser superior a 2 (duas) vezes o valor do somatório das 
 
 
 
participações de todas as vinculadas no patrimônio líquido da empresa no 
Brasil. 
iv. LIMITE GLOBAL: o somatório dos endividamentos com entidades em país 
com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado não pode ser 
superior a 30% do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica no Brasil. 
Preço de Transferência 
 
Conforme a Receita Federal do Brasil, o termo “preço de transferência” tem 
sido utilizado para identificar os controles a que estão sujeitas as operações 
comerciais ou financeiras realizadas entre partes relacionadas, sediadas em 
diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada em 
paraíso fiscal. 
 
Em razão das circunstâncias peculiares existentes nas operações realizadas 
entre essas pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser 
artificialmente estipulado e, conseqüentemente, divergir do preço de mercado 
negociado por empresas independentes, em condições análogas ‐ preço com 
base no princípio arm’s length 
 
O controle fiscal dos preços de transferência se impõe em função da 
necessidade de se evitar a perda de receitas fiscais. Essa redução se verifica em 
face da alocação artificial de receitas e despesas nas operações com venda de 
bens, direitos ou serviços, entre pessoas situadas em diferentes jurisdições 
tributárias, quando existe vinculação entre elas, ou ainda que não sejam 
vinculadas, mas desde que uma delas esteja situada em país ou dependência 
com tributação favorecida ou goze de regime fiscal privilegiado. 
 
Diversos países vêm instituindo esse controle como medida de salvaguarda de 
seus interesses fiscais, haja vista a constatação de manipulação dos preços por 
empresas interdependentes em transações internacionais, com o inequívoco 
objetivo de usufruir de regimes tributários mais favoráveis. Assim, ocorre a 
 
 
 
transferência de renda de um Estado para outros que oferecem alíquotas 
inferiores ou concedem isenções, por intermédio da manipulação dos preços 
praticados na exportação e na importação de bens, serviços e direitos 
 
Para a legislação brasileira, são consideradas pessoas vinculadas a pessoa 
jurídica estabelecida no Brasil: 
1) a matriz desta, quando domiciliada no exterior; 
2) a sua filial ou sucursal, domiciliada no exterior; 
3) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, cuja 
participação societária no seu capital social a caracterize como sua controladora 
ou coligada, na forma definida nos §§ 1º e 2º , art. 243 da Lei das S.A.; 
4) a pessoa jurídica domiciliada no exterior que seja caracterizada como 
sua controlada ou coligada, na forma definida nos §§ 1º e 2º , art. 243 da Lei 
das S.A.; 
5) a pessoa jurídica domiciliada no exterior, quando esta e a empresa 
domiciliada no Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum 
ou quando pelo menos 10% (dez por cento) do capital social de cada uma 
pertencer a uma mesma pessoa física ou jurídica; 
6) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que, 
em conjunto com a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tiver participação 
societária no capital social de uma terceira pessoa jurídica, cuja soma as 
caracterizem como controladoras ou coligadas desta, na forma 4 definida nos 
§§ 1º e 2º , art. 243 da Lei das S.A.; 
7) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que 
seja sua associada, na forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na 
legislação brasileira, em qualquer empreendimento; 
8) a pessoa física residente no exterior que for parente ou afim até o 
terceiro grau, cônjuge ou companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu 
sócio ou acionista controlador em participação direta ou indireta; 
9) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que 
goze de exclusividade, como seu agente, distribuidor ou concessionário, para a 
compra e venda de bens, serviços ou direitos; 
 
 
 
10) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, em 
relação à qual a pessoa jurídica domiciliada no Brasil goze de exclusividade, 
como agente, distribuidora ou concessionária, para a compra e venda de bens, 
serviços ou direitos. 
Por diversas vezes verifica-se o uso do termo "país com tributação 
favorecida". Para a legislação brasileira, é um país com tributação favorecida 
aquele 
a) que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% 
(vinte por cento). Devendo ser considerada a legislação tributária do referido 
país, aplicável às pessoas físicas ou às pessoas jurídicas, conforme a natureza 
do ente com o qual houver sido praticada a operação, considerando‐se 
separadamente a tributação do trabalho e do capital, bem como as 
dependências do país de residência ou domicílio, ou 
b) cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à 
composição societária de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação 
do beneficiário efetivo de rendimentos atribuídos. 
Referências: 
 
BRASIL. Constituição, 1988. 
BRASIL. Lei Complementar 123, 2006. 
BRASIL, Lei 9.718, 1998. 
BRASIL, Lei 10.637, 2002. 
BRASIL, Lei 10.833, 2003. 
FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. 
OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete 
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