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apostila Gestão dos Tributos diretos, indiretos , simplificados e internancionais

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ÍNDICE 
 
 
Unidade1 - Tributos sobre os Serviços e sobre os Produtos 
Industrializados .................................................................................... 5 
Introdução ......................................................................................... 5 
Princípio da Não Cumulatividade e Tributos Indiretos ............................ 5 
ISS .................................................................................................... 8 
Disposições Gerais .............................................................................. 9 
Base de Cálculo ................................................................................ 14 
Alíquota ........................................................................................... 15 
Contabilização do ISS ....................................................................... 16 
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados ..................................... 17 
Disposições Gerais ............................................................................ 20 
Base de Cálculo ................................................................................ 23 
Alíquotas .......................................................................................... 25 
Contabilização do IPI Recuperável ..................................................... 26 
Contabilização do IPI Não-Recuperável .............................................. 29 
Reflexão .......................................................................................... 31 
Atividade .......................................................................................... 31 
Aprenda mais ................................................................................... 33 
Referências: ..................................................................................... 34 
Na próxima unidade.......................................................................... 34 
Unidade 2 - Tributos sobre a Comercialização de Mercadorias .......... 34 
Introdução ....................................................................................... 34 
ICMS: Imposto sobre Circulação sobe Mercadorias e Serviços ............. 35 
Disposições Gerais ............................................................................ 36 
Base de Cálculo ................................................................................ 39 
Alíquotas .......................................................................................... 48 
Contabilização do ICMS Recuperável .................................................. 57 
Crédito de Insumos da Produção ou Comercialização de Mercadorias .. 58 
Crédito do Ativo Imobilizado .............................................................. 61 
Crédito de Energia Elétrica ................................................................ 62 
 
 
 
Crédito de Serviços de Comunicação .................................................. 63 
Crédito de Serviços de Transporte ..................................................... 64 
Contabilização do ICMS Não-Recuperável ........................................... 65 
Substituição Tributária do ICMS (Operação Subsequente) ................... 66 
Reflexão .......................................................................................... 70 
Atividade .......................................................................................... 70 
Aprenda mais ................................................................................... 72 
Referências ...................................................................................... 74 
Na próxima unidade.......................................................................... 74 
Unidade 3 - Tributos sobre a Receita e Retenção de Tributos ........... 74 
Introdução ....................................................................................... 74 
PIS/PASEP e COFINS ........................................................................ 75 
Contribuições Cumulativas ................................................................ 77 
Contribuições Não-Cumulativas ......................................................... 80 
PIS/PASEP sobre a Folha de Pagamentos ........................................... 85 
PIS/PASEP na Importação ................................................................. 86 
Contabilização .................................................................................. 90 
Retenção de Tributos ....................................................................... 100 
Retenção de serviços prestados a Entidades Públicas ......................... 102 
Retenção de IR sobre multas e demais vantagens ............................. 104 
Reflexão: ........................................................................................ 105 
Atividade ......................................................................................... 105 
Aprenda mais .................................................................................. 107 
Referências: .................................................................................... 108 
Na próxima unidade......................................................................... 109 
Unidade 4. Tributos Simplificados e Internacionais ......................... 110 
SIMPLES Nacional ............................................................................ 110 
Conceito de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte .................... 110 
Conceito de Receita Bruta ................................................................ 111 
Opção pelo Enquadramento ............................................................. 111 
Tributos Abrangidos e Não Abrangidos pelo SIMPLES Nacional ........... 113 
Recolhimento do SIMPLES Nacional .................................................. 116 
 
 
 
Cálculo dos Valores do SIMPLES Nacional ......................................... 117 
Relação atividade x utilização tabelas................................................ 117 
Tabela II - Indústria ........................................................................ 119 
Tabela III Serviços e Locação de Bens Móveis ................................... 121 
Tabela IV - Serviços ......................................................................... 125 
Tabela V - Serviços .......................................................................... 127 
Tabela V-B ...................................................................................... 131 
Tabela VI (ou V-A conforme resolução CGSN 117 de 2014) ................ 133 
Tributação Internacional .................................................................. 135 
Imposto de Importação ................................................................... 136 
Imposto de Exportação .................................................................... 138 
Drawback ........................................................................................ 139 
Subcapitalização .............................................................................. 139 
Preço de Transferência .................................................................... 141 
Referências: .................................................................................... 143 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1. Tributos sobre os Serviços e sobre os Produtos 
Industrializados 
Introdução 
 
O ISSQN é um imposto que tributa as prestações de serviços, tendo como 
contribuinte o próprio prestador de serviço, arrecadando de 2% a 5% do 
preço contratado do serviço. Assim, o objetivo dessa aula é conhecer anatureza do ISSQN e a legislação federal que o regula. Pois, apesar de ser um 
tributo de competência municipal, ele é regulamentado pela Lei 
Complementar 116/2003, oferecendo 40 serviços genéricos a serem 
tributados, os quais, quando desmembrados, chegam a 197 subitens. Desse 
modo, em cursos presenciais, pode-se aprofundar a questão para pontos 
específicos de cada município, dada a sua importância para esses entes. 
Já o IPI é um tributo federal, previsto na constituição brasileira em seu 
artigo 153, regulamentado pelo Decreto 7.212 de 2010, também conhecido 
como RIPI/2010. Por ser um imposto não sujeito ao princípio da 
anterioridade, podendo ser majorado e cobrado no mesmo ano em que houve 
aumento, ele se transforma num importante instrumento da política 
econômica brasileira. Porém, para as empresas, isso se transforma em mais 
um trabalho, uma vez que deverá estar em constante atualização. Além das 
empresas industriais de fato, existem ainda as equiparadas como os 
importadores, alargando a quantidade de empresas sujeitas ao referido 
tributo. 
 
 
 
Princípio da Não Cumulatividade e Tributos Indiretos 
 
 
 
 
Na Constituição Federal de 1988 foi adotado o princípio da não-cumulatividade, 
o que representa uma técnica de apuração do valor a ser tributado. Assim, essa 
técnica se refere a uma operação contábil que, do tributo a ser recolhido por 
determinada empresa, poderão ser deduzidos os valores anteriormente pagos 
em relação ao mesmo produto nos elos anteriores do referido processo 
produtivo. 
 
Inicialmente, na Constituição Federal, foi concebido esse princípios ao IPI 
(Imposto sobre Produtos Industrializados), no artigo 153 IV, § 3º, II, e ao ICMS 
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), no artigo 155, II, § 2º, I, 
o qual foi estendido ao PIS/PASEP e à COFINS. 
 
O princípio da não-cumulatividade tem como objetivo evitar a "tributação em 
cascata", o qual ocorre quando um produto ou serviço é tributado mais de uma 
vez pelo mesmo tributo ao longo de sua cadeia de produção e venda. Desse 
modo, o objetivo da não-cumulatividade é desonerar os produtos e serviços, 
uma vez que uma tributação cumulativa prejudicaria a evolução dos negócios e 
culminaria em preços elevados aos consumidores. 
 
Para exemplificar, imagine a seguinte situação: um produto, para chegar ao 
consumidor final, necessita atravessar vários estágios produtivos (3) e de 
comercialização (2). Suponha que a alíquota de 10% sobre cada operação no 
modelo cumulativo. Assim, tem-se que: 
 
 
 
 
 
Fases 
Valor de 
Aquisição 
(Custo) 
Valor de 
Venda 
Alíquota Valor a Pagar 
 
 
 
Indústria Extratora - A 1.000 2.100 10% 210 
Indústria de Refino - B 2.100 3.000 10% 300 
Indústria Produtora do Bem 
- C 3.000 4.200 10% 420 
Atacadista / Distribuidor 4.200 5.700 10% 570 
Varejista 5.700 7.000 10% 700 
TOTAIS 16.000 22.000 - 2.200 
 
Nesse exemplo, o total de tributos arrecadados será de $ 2.200, sendo que o 
produto foi vendido ao consumidor por $ 7.000, levando a uma carga tributária 
de 31,43%. Agora, supondo que essa mesma cadeia tenha esse tributo no 
modelo não-cumulativo, tem-se que: 
 
Fases 
Valor de 
Aquisição 
(Custo) 
Valor de 
Venda 
Alíquota 
Alíquota 
x Valor 
de enda 
Deduz 
Valor a 
Pagar 
Indústria Extratora - A 1.000 2.100 10% 210 0 210 
Indústria de Refino - B 2.100 3.000 10% 300 210 90 
Indústria Produtora do 
Bem - C 3.000 4.200 10% 420 300 120 
Atacadista / Distribuidor 4.200 5.700 10% 570 420 150 
Varejista 5.700 7.000 10% 700 570 130 
TOTAIS 16.000 22.000 - 2.200 1.500 700 
 
Assim, o total de tributos arrecadados será de $ 700, sendo que o produto foi 
vendido ao consumidor por $ 7.000, levando a uma carga tributária de 10%, o 
qual é alíquota que vigora para esse tributo (10% - coluna: "Alíquota"). Isso se 
dá, pois, na apuração do tributo a pagar (coluna: "valor a pagar") dos estágios 
da cadeia faz a apuração da incidência sobre seu produto (coluna: "alíquota x 
valor de venda") e efetua a dedução do que foi pago no estágio anterior 
(coluna: "deduz"). 
 
 
 
 
Por exemplo, no Varejista, o "Valor a Pagar" é de $130. Uma vez que a 
incidência da alíquota de 10% sobre seu preço de venda ($7.000) lhe atribui 
um dever de pagar de $ 700. Porém, como já foi recolhido $ 570 nas cadeias 
anteriores, ele pagará os referidos $ 130 ($ 700 - $ 570). Desse modo, conclui-
se que a não-cumulatividade obedece a lógica de que o valor do tributo devido 
em cada elo da cadeia é compensado pelos valores incidentes no elo anterior. 
 
Cabe ressaltar que, no que tange aos tributos, existem várias classificações 
possíveis. Dentre elas, pode-se destacar a divisão entre tributos diretos e os 
indiretos. Esta classificação é mais econômica do que jurídica, de importância 
relevante para os estudos na esfera contábil, pois pode-se constatar e avaliar 
os impactos que causam no patrimônio e nas etapas econômicas da produção, 
circulação e consumo. 
 
Assim, são considerados tributos indiretos aqueles que em cada etapa 
econômica são repassados ao preço. Em finanças, chama-se de repercussão. 
Repercutir é transferir o ônus tributário para o consumidor, embutindo-os no 
preço de venda. Os empresários que produziram e comercializaram são os 
contribuintes de direito e responderão pelo pagamento dos tributos. O 
contribuinte de fato é o consumidor que no final paga toda a conta. 
 
Assim, nesse livro, serão estudados os tributos indiretos: ICMS, IPI, PIS/ 
PASEP, COFINS e ISS. Sendo que, desses tributos listados, apenas o ISS não 
obedece o princípio da não-cumulatividade. 
 
 
 
ISS 
 
Conforme a Constituição Federal de 1988, compete aos Municípios e ao Distrito 
Federal instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza (art. 156, II), os 
 
 
 
quais devem ser definidos em Lei Complementar. Essa lei é a 116/2003, a qual 
dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência 
dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. 
 
Embora essas datas possam parecer mais recentes, a criação do ISS é datada 
de 1965, pela Emenda Constitucional nº 18 do referido ano, substituindo os 
tributos criados na Constituição de 1946. Logo após a criação do ISS, foi 
promulgado o Código Tributário Nacional, em 1966, o qual referendou o ISS e 
ainda lhe deu o conceito de serviços, as hipóteses de incidência, bem como o 
responsável pelo recolhimento. 
 
A Constituição de 1967 manteve as tratativas até então, embora exigisse lei 
complementar que o regulamentasse. O Decreto-Lei 406 de 1968 fez esse 
papel, revogando as disposições do Código Tributário Nacional, de modo que, a 
partir dessa revisão, a hipótese de incidência passa a ser uma lista de serviços, 
definidos em 29 itens. Após isso, esse Decreto-Lei sofreu alterações (LC 56/87 
e LC 100/99) até chegar a sua alteração mais recente, a LC 116/2003. 
 
Disposições Gerais 
 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), ou simplesmente ISS, 
tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa a LC 
116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do 
prestador, mesmo que o serviço seja proveniente do exterior do País ou cuja 
prestação se tenha iniciado no exterior do País. 
 
Desse modo, ressalvadas as exceções expressas na lista anexa a LC 116/2003, 
os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua 
prestação envolva fornecimento de mercadorias. Essas exceções também são 
tratadas na seção de ICMS desse livro, de modo que sejam tributados pelo ISSapenas o que for referente aos serviços e os materiais são tributados pelo 
ICMS, quando for o caso: 
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou 
subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica 
e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de 
poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, 
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de 
produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da 
prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, 
pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local 
da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, 
conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de 
máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, 
elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes 
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 
14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes 
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 
 
A LC 116/2003 diz ainda que o imposto não incide sobre as exportações de 
serviços, a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores 
avulsos, entre outros e do valor intermediado no mercado de títulos e valores 
mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos 
moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições 
financeiras (Art. 2º). 
 
O contribuinte do ISS é o prestador de serviço (Art. 5º) e esse deve fazer o 
recolhimento ao município. Porém, a LC 116/200, em seu artigo 6º, faculta aos 
municípios atribuir a responsabilidade de recolhimento a uma terceira pessoa 
 
 
 
vinculada ao fato gerador, mesmo que não tenha feito a retenção na fonte. 
Assim, o tomador do serviço, mesmo que imune ou isento, deve efetuar o 
recolhimento antecipado. 
 
Apesar dos municípios poderem instituir tal obrigação de recolhimento 
antecipado (retenção na fonte), a lei determinou que alguns serviços devem 
ser retidos na fonte, independente de regulamentação do município, conforme 
abaixo: 
a) Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de 
uso temporário. 
b) Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de 
obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras 
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, 
escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, 
concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e 
equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas 
pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, 
que fica sujeito ao ICMS). 
c) Demolição. 
d) Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, 
pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de 
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local 
da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
e) Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, 
separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos 
quaisquer. 
f) Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros 
públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e 
congêneres. 
g) Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de 
agentes físicos, químicos e biológicos. 
 
 
 
h) Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e 
congêneres. 
i) Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres 
j) Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de 
engenharia, arquitetura e urbanismo. 
k) Vigilância, segurança ou monitoramento de bens e pessoas. 
l) Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, 
inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou 
temporários, contratados pelo prestador de serviço. 
m) Planejamento, organização e administração de feiras, 
exposições, congressos e congêneres. 
 
Um outro aspecto polêmico é sobre qual Município deve arrecadar o ISS. A LC 
116/2003 inovou (em relação a legislação anterior) ao dizer que, como regra 
geral, considera-se o serviço prestado e o imposto devido no local do 
estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do 
domicílio do prestador. 
 
Cabe salientar que é considerado "estabelecimento prestador" o local onde o 
contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente 
ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo 
irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto 
de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer 
outras que venham a ser utilizadas. 
 
Porém, a LC 116/2003 elenca 19 hipóteses, nas quais o imposto deve ser 
recolhido no local da prestação de serviços (Art. 3º). Desse modo, o ISS será 
cobrado no local: 
 
i) do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, 
na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado. 
 
 
 
ii) da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras 
estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista 
anexa; 
iii) da execução da obra, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; 
iv) da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 
da lista anexa; 
v) das edificações em geral, estradas, pontes, portos e 
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da 
lista anexa; 
vi) da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, 
tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, 
rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços 
descritos no subitem 7.09 da lista anexa; 
vii) da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e 
logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, 
jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 
7.10 da lista anexa; 
viii) da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de 
árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista 
anexa; 
ix) do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e 
de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços 
descritos no subitem 7.12 da lista anexa; 
x) do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e 
congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da 
lista anexa; 
xi) da execução dos serviços de escoramento, contenção de 
encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 
7.17 da lista anexa; 
xii) da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no 
subitem 7.18 da lista anexa; 
 
 
 
xiii) onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos 
serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; 
xiv) dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou 
monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da 
lista anexa; 
xv) do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e 
guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 
da lista anexa; 
xvi) da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e 
congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 
12, exceto o 12.13, da lista anexa; 
xvii) do Município onde está sendo executado o transporte, no 
caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa; 
xviii) do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta 
de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos 
serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; 
xix) da feira, exposição,congresso ou congênere a que se referir o 
planejamento, organização e administração, no caso dos serviços 
descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; 
xx) do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário 
ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da 
lista anexa. 
 
Base de Cálculo 
 
Como já mencionado, o ISS tem como fato gerador a prestação de serviços 
constantes da lista anexa à Lista 116/2003, ainda que esses não se constituam 
como atividade preponderante do prestador. 
 
BOX DE CONEXÃO: Para verificar a lista de serviços, devido a sua extensão, 
consultar a LC 116/2003: 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm 
 
 
No que tange a Base de Cálculo, ela é o preço do serviço prestado, ou seja, o 
total cobrado do cliente em relação ao serviço, sem qualquer tipo de dedução. 
Assim, o ISS é um imposto por dentro (semelhante ao ICMS). 
 
Alíquota 
 
Para garantir um mínimo de uniformidade na cobrança do ISS e reduzir os 
efeitos da “guerra fiscal” deflagrada entre os municípios, a constituição 
determinou que as alíquotas máximas e mínimas deveriam ser fixadas em lei 
complementar. 
 
A LC nº 116/2003 é a lei que regula o ISS fixou apenas a alíquota máxima, em 
5% e não o fazendo para a alíquota mínima. Essa alíquota mínima está disposta 
em 2%, porém foi implantada pela Emenda Constitucional 37 de 2002, a qual 
incluiu a disposição transitória nº 88 da Constituição Federal, com o seguinte 
texto: 
 
"Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e 
III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o 
inciso III do caput do mesmo artigo: 
 
I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se 
referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, 
de 31 de dezembro de 1968; 
 
II - não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, 
que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima 
estabelecida no inciso I." 
 
 
 
 
Desse modo, apesar da LC 116/2003 não ter referendado a alíquota mínima, as 
alíquotas de ISS são de 2% (mínimo) a 5% (máximo) e não são permitidos 
descontos em base de cálculos que resultem em isenções, incentivos e 
benefícios fiscais para conceder tais reduções. 
 
Contabilização do ISS 
 
Recolhimento pelo próprio prestador do serviço 
Exemplo: Numa determinada operação de venda de serviços, onde a Cia Serv 
cobra $ 5.000 a prazo do Sr. João Neves da Silva, cuja operação a alíquota de 
ISS é de 3%. 
 
Receitas 
D: Contas a Receber – Clientes R$ 5.000,00 
C: Vendas de mercadorias R$ 5.000,00 
D: ISS sobre vendas R$ 150,00 
C: ISS à Recolher R$ 150,00 
 
Sendo a DRE: 
Receita Bruta de Vendas 5.000,00 
(-) ISS sobre vendas ( 150,00) 
(=) Receita Líquida 4.850,00 
 
Recolhimento pelo próprio prestador do serviço 
 
Exemplo: Numa determinada operação de venda de serviços, onde a Cia Serv 
cobra $ 5.000 a prazo da Cia Ink, cuja operação a alíquota de ISS é de 3%. 
 
Receitas 
D: Contas a Receber – Clientes R$ 4.850,00 
D: ISS sobre vendas R$ 150,00 
 
 
 
C: Vendas de mercadorias R$ 5.000,00 
 
Sendo a DRE: 
Receita Bruta de Vendas 5.000,00 
(-) ISS sobre vendas ( 150,00) 
(=) Receita Líquida 4.850,00 
 
Nota-se que a única diferença na contabilização do ISS a recolher (1º caso) e o 
valor a receber dos clientes já líquido de ISS (2º caso). No que se refere à 
contabilização da receita e do ISS sobre as vendas seguem os mesmos. 
 
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados 
 
O IPI é o Imposto sobre Produtos Industrializados, o qual tem como fonte o 
Imposto de Consumo, criado em na Lei 4.502/64, e incidia sobre os produtos 
industrializados. No ano seguinte, com a Emenda Constitucional nº 18 de 
1965, foi incorporado à Constituição a competência da União para instituir o 
IPI. Fundamentado nessa emenda, o CTN, de 1966, definiu as regras gerais do 
IPI, conforme descritas abaixo: 
 
"Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados 
tem como fato gerador: 
 
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
 
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do 
artigo 51; 
 
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o 
produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a 
natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 
 
 
 
 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no 
inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; 
 
II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; 
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da 
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; 
 
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
 
Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. 
 
Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante 
devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto 
referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos 
produtos nele entrados. 
 
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do 
contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. 
 
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro 
Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de 
modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos 
necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da 
estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas. 
 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
 
 
 
 
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
 
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos no inciso anterior; 
 
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte 
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou 
arrematante." 
 
Por fim, o Decreto-Lei nº 34/1966 alterou o nome do Imposto de Consumo 
para Imposto sobre Produtos Industrializados, alterando a Lei 4.502/64. 
 
Mais adiante, na Constituição Federal de 1988, atribuiu poderes à União de 
instituir tributos sobre produtos industrializados (Art. 153, IV) e limitou o poder 
de tributar nos quesitos abaixo: 
"I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
com o montante cobrado nas anteriores; 
 
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior." 
 
Além disso, a constituição ainda diz que o IPI está sujeito ao princípio da 
noventena, embora não esteja sujeito ao princípio da anterioridade. O primeiro, 
introduzido pela Emenda Constitucional nº 42/03, a partir da alteração no art. 
150, III da ConstituiçãoFederal, a redação do seu § 1º. com o seguinte item: 
 
"c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou". Já o principio da anterioridade diz que a lei que 
cria ou aumenta tributo fica postergada para o exercício financeiro seguinte ao 
da sua publicação. 
 
 
 
 
Disposições Gerais 
 
Como visto, O IPI é de competência da União e é um imposto sobre a 
circulação econômica. Grava sua etapa inicial na produção ou importação. Sua 
sistemática é semelhante ao ICMS na forma de escrituração e apuração do 
imposto devido. O exemplo abaixo ilustra essa situação: 
 
MÊS 
COMPRAS VENDAS SALDO DE ICMS 
VALOR 
IPI 
(10%) VALOR 
IPI 
(10%) NO MÊS ACUMULADO RECOLHER 
Agosto 400.000 40.000 500.000 50.000 -10.000 -10.000 
Setembro 500.000 50.000 350.000 35.000 15.000 15.000 0 
Outubro 450.000 45.000 400.000 40.000 5.000 20.000 0 
Novembro 220.000 22.000 300.000 30.000 -8.000 12.000 0 
Dezembro 200.000 20.000 400.000 40.000 -20.000 0 -8.000 
TOTAL 1.770.000 177.000 1.950.000 195.000 -18.000 47.000 -18.000 
 
Conforme a tabela acima, no mês de Agosto a empresa efetuou compras de $ 
400.000 e vendas de $ 500.000, ambas com IPI de 10%. Portanto, deve 
recolher $10.000 de IPI referente ao mês de agosto. Porém, em setembro, 
adquiriu $ 500.000 de mercadorias e vendeu apenas $ 350.000, acumulando 
um crédito de $ 15.000. No mês seguinte a mesma situação voltou a ocorrer, 
compras superiores às vendas, agora acumulando mais $ 5.000, atingindo o 
total de $ 20.000. Em Novembro, com vendas de $ 300.000 e compras de $ 
220.000, havia um saldo de IPI a recolher de $ 20.000. Porém, como a 
empresa tinha créditos não precisou recolher qualquer valor ao fisco, deduzindo 
de seus créditos acumulados. Por fim, em dezembro saldo de IPI do mês foi de 
$ 20.000 a pagar, mas como tinha créditos de $ 12.000, efetuou o pagamento 
de apenas $ 8.000. 
 
Assim, o estabelecimento industrial ou equiparado não é o contribuinte de fato, 
mas o responsável que, por determinação legal, deve cobrá-lo deste, e repassá-
lo à União. A partir da Lei nº 8.866/94, o responsável passou a ser denominado 
 
 
 
depositário da União. Caso não recolha o valor cobrado a título de IPI, passa a 
ser considerado depositário infiel e pode ser punido com a pena de prisão. 
 
Em junho de 2010 foi aprovado o Decreto 7.212, o qual regulamenta a 
cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do IPI. Ele apresenta que o 
 imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, 
obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto 
sobre Produtos Industrializados - TIPI. 
 
BOX DE CONEXÃO: A tabela TIPI em curso é regida pelo Decreto 7.660 de 
2011. A tabela TIPI tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). 
Mais em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Decreto/D7660.htm#art7 
 
O artigo 3º desse Decreto diz que "Produto Industrializado" é o resultante de 
qualquer operação definida como industrialização (no decreto), mesmo 
incompleta, parcial ou intermediária. Define também que "Estabelecimento 
Industrial" é o que executa qualquer das operações de industrialização, de que 
resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. Define, por fim, 
que "Industrialização" é qualquer operação que modifique a natureza, o 
funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o 
aperfeiçoe para consumo, resultantes de 5 operações (Art. 4º), tais como: 
 
a) a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe 
na obtenção de espécie nova (transformação). Ex: obtenção de tijolo a partir de 
argila; 
b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o 
funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto 
(beneficiamento). Ex: Perfuração de uma placa metálica.; 
c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um 
novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal 
(montagem). Ex: reunião de lentes e armação para formar óculos; 
 
 
 
d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da 
embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem 
colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou 
reacondicionamento). Ex: engarrafamento de vinho natural; ou 
e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto 
deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização 
(renovação ou recondicionamento). Ex: recapagem ou recauchutagem de 
pneus. 
 
Apesar dessas definições de industrialização, o Decreto exclui , em seu artigo 
5º, várias atividades que poderiam ser consideradas como industrialização, 
dentre elas, como: 
 
a) o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de 
máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos 
similares, para venda direta a consumidor 
b) a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, 
em oficina ou na residência do confeccionador; 
c) a confecção ou preparo de produto de artesanato 
d) a montagem de óculos, mediante receita médica 
 
Além disso, há imunidade tributária de outros produtos como os livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado à sua impressão; os produtos industrializados 
destinados ao exterior; o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; e a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais do País. 
 
No que tange aos contribuintes, o Decreto diz que os importadores, os 
industriais e os equiparados a industriais (art. 9º) são obrigados a pagar o 
imposto. Equiparados à industria estabelecimentos que, apesar de não 
realizarem operações de industrialização, são equiparados, conforme abaixo: 
 
 
 
 
a) importadores, inclusive filiais que exerçam o comércio de produtos 
importados, salvo se operarem exclusivamente no varejo; 
b) filiais de estabelecimento industrial, na venda de seus produtos; 
c) comerciantes de bens de produção, que tem caráter facultativo à 
equiparação industrial. 
 
Além desses, atribui outros responsáveis caso tenham alguma irregularidade, 
como o transportador de produtos desacompanhados de documento fiscal, o 
estabelecimento adquirente de produtos usados sem comprovação de origem 
ou o estabelecimento que possua produtos sem rótulo, marcação ou selo. 
Base de Cálculo 
 
Para iniciar a discussão sobre a base de cálculo, há de se falar sobre o fato 
gerador. O fato gerador do IPI é o desembaraço aduaneiro de produto de 
procedência estrangeira ou a saída de produto do estabelecimento industrial, 
ou equiparado a industrial. 
 
Assim, ocorrido o fato gerador, o imposto será calculado mediante aplicação 
das alíquotas, constantes da TIPI, sobre o valor tributável dos produtos. E, para 
cada ato gerador, há uma base de cálculo distinta, conforme artigo 190 do 
Decreto 7.212/2010: 
 
a) saída de produto do estabelecimento industrial: o valor total da operação de 
que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a industrial; 
b) produtos de procedência estrangeira: valor que servir ou que serviria de 
base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de 
importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais 
efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis 
 
O IPI é um imposto "por fora", ou seja, ele é cobrado adicionalmente do valor 
do produto, diferentemente do ICMS, que é cobrado "por dentro". O ICMS é umvalor que deve integrar o preço do produto, enquanto o IPI deve ser adicionado 
a este. 
 
Sobre o valor total da operação da saída dos estabelecimento industrial, 
entende-se como o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais 
despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou 
destinatário. Além disso, não podem ser deduzidos do valor da operação os 
descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que 
incondicionalmente. 
 
Retomando o exemplo utilizado no ICMS, segue exemplo da base de cálculo do 
IPI: 
 
A Cia Ink, indústria de Tintas, vende baldes de tintas por $ 5.000 para a Cia 
Paint, comércio atacadista de tintas, para pagamento em 45 dias. Nessa mesma 
nota fiscal, destaca que está sendo cobrado frete de $ 400, seguros de $ 100, e 
desconto (dado em nota fiscal) de $ 500. Além disso, há $ 550 de IPI (10% da 
sua base de cálculo) e que a alíquota de ICMS é de 18%. Por fim, ao emitir o 
boleto para a Cia Paint, a Cia Ink coloca o seguinte adendo: "caso o boleto seja 
pago em 20 dias, deduzir o valor de $ 500". Assim, tem-se que: 
 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Desconto Condicional: ($ 500) - Caso o cliente faça o pagamento em 20 
dias após a compra 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Agora, com os valores em mãos, pode-se verificar quais deles comporão a base 
de cálculo do IPI. Como já dito no RIPI/2010, o valor das mercadorias, bem 
como os seguros e fretes estão inclusos na base do IPI. Já o desconto dado 
 
 
 
para pagamento antecipado, configura-se como um desconto condicional, e o 
desconto dado em nota fiscal é um desconto incondicional. Ressalta-se que 
ambos os tipos de descontos não serão deduzidos para a base de cálculo do 
IPI. Por fim, o IPI não integrará a base de cálculo do ICMS, uma vez que a Cia 
Paint irá revender essas mercadorias (tintas) para outros estabelecimentos 
varejistas, pessoas físicas e demais usuários das tintas. 
 
Assim, tem-se a base de cálculo do IPI em $ 5.500: 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
Base de Cálculo IPI: $ 5.500 
Alíquota de IPI: 10% 
IPI: $ 550 
 
Total da Nota Fiscal $ 5.750 (valor a ser pago pela Cia Paint a 
Cia Ink) 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Por fim, verifica-se no exemplo acima que o ICMS está na base de cálculo do 
IPI, uma vez que o adquirente da mercadoria irá revendê-la aos demais 
clientes. Assim, na seção de ICMS já foi discutida a questão do IPI constar na 
base de cálculo do ICMS. Caso seja necessário, retorne ao item referente a 
base de cálculo do ICMS 
 
Alíquotas 
 
 
 
 
As alíquotas do IPI são dadas pela TIPI (Tabela de Incidência do Imposto sobre 
Produtos Industrializados). Essa tabela é estruturada em 21 Seções, 97 
Capítulos, Posições, Subposições, Itens e Subitens calcadas na Nomenclatura 
Comum do MERCOSUL (NCM). 
 
Assim, o sujeito passivo do IPI deve classificar seus produtos na TIPI e, em 
caso de dúvida, deve formular consulta à Receita Federal do Brasil, disciplinado 
pela Instrução Normativa RFB 740/2007. 
 
Contabilização do IPI Recuperável 
 
É assegurado ao contribuinte, salvo disposição contrária expressa em lei, o 
direito de se creditar do imposto anteriormente cobrado na aquisição de 
insumos (matéria-prima, produtos intermediários e material de embalagem), 
empregados na industrialização de produtos tributados destinados à venda. 
 
Para creditar o IPI pago na aquisição de insumos, é necessário que este esteja 
destacado em documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em situação 
regular perante o fisco. O direito ao crédito será extinto após cinco anos 
contados da data de emissão do documentos fiscal. 
 
Como regra geral, se a saída for isenta, não tributada, ou com alíquota reduzida 
a zero, o crédito pela entrada deverá ser anulado por lançamento de estorno. 
Em casos especiais é permitida a manutenção do crédito do IPI, mesmo em 
saída isenta, não tributada ou de alíquota zero, a título de incentivo fiscal. Esse 
direito à manutenção do crédito deve estar expresso em lei federal. 
Além disso, tem direito ao crédito do IPI pago no desembaraço aduaneiro 
desde que a mercadoria importada esteja acompanhada de documentação 
fiscal hábil e que a saída do produto seja tributada. 
 
 
 
 
Os comerciantes atacadistas de insumos são equiparados facultativamente aos 
industriais. Se optarem pela equiparação nos termos do art. 9º a 11º do 
RIPI/2010 destacarão o IPI relativo à saída na Nota Fiscal. Essa equiparação foi 
criada com o objetivo de possibilitar o crédito do IPI pelos estabelecimentos 
industriais que adquirem insumos de comerciantes atacadistas. 
 
Se por ventura, o comerciante atacadista não optar pela equiparação a 
industrial, ainda é possível ao adquirente efetuar o crédito do IPI mediante a 
aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto sobre 50% (cinquenta por 
cento) do valor constante na respectiva nota fiscal (art. 227 do RIPI/2010). 
 
Desse modo, os insumos que forem utilizados no processo produtivo, que darão 
origem a produtos que serão vendidos tributados pelo IPI, quando de sua 
entrada na indústria serão registrados com os seus respectivos créditos, que 
serão recuperados na venda, sendo o procedimento semelhante ao de 
apuração do ICMS. 
 
Para elucidação, segue um exemplo: A Cia Ink, indústria de Tintas, para 
atender a um pedido da Cia Paint, uma distribuidora de tintas, adquiriu três 
matérias-primas, a prazo, as quais são importantes para o seu processo 
produtivo: solvente, pigmento e resina. O solvente e a resina foram adquiridos 
de uma indústria por R$ 700 e R$ 1.300 (IPI não incluso), respectivamente, 
com alíquotas de IPI de 5% em ambos. Já os pigmentos foram adquiridos de 
um atacadista por R$ 500. Embora não tenha sido destacado o IPI nessa nota 
fiscal, sabe-se que a alíquota de IPI para pigmentos é de 15%. Após isso, 
efetuou a venda dos produtos por R$ 4.000 (IPI não incluso), para recebimento 
a vista, com IPI de 10%. Por fim, assuma que a empresa não tenha quaisquer 
outros insumos de produção e que todos eles componham o custo do produto 
vendido. Os cálculos, contabilizações e demonstrações contábeis se dão como 
segue: 
 
Solvente 
 
 
 
Preço: R$ 700,00 
IPI: 5% x R$ 700,00 = R$ 35,00 
Valor a Pagar: R$ 735,00 
Contabilização: 
D: Estoque de Matéria-Prima R$ 700,00 
D: IPI a Recuperar R$ 35,00 
C: Fornecedores R$ 735,00 
 
Resina 
Preço: R$ 1.300,00 
IPI: 5% x R$ 1.300,00 = R$ 65,00 
Valor a Pagar: R$ 1.365,00 
Contabilização: 
D: Estoque de Matéria-Prima R$ 1.300,00 
D: IPI a Recuperar R$ 65,00 
C: Fornecedores R$ 1.365,00 
 
Pigmento 
Preço: R$ 500,00 
IPI: 15% x R$ 500,00 = R$ 75,00 
Valor a Pagar: R$ 500,00 
Contabilização: 
D: Estoque de Matéria-Prima R$ 425,00 
D: IPI a Recuperar R$ 75,00 
C: Fornecedores R$ 500,00 
 
Venda 
Preço: R$ 4.000,00 
IPI: 10% x R$ 4.000,00 = R$ 400,00 
Valor a Receber: R$ 4.400,00 
Contabilização: 
D: Clientes R$ 4.400,00 
 
 
 
C: Receita Bruta de Vendas R$ 4.400,00 
D: IPI sobre Vendas R$ 400,00 
C: IPI a Pagar R$ 400,00 
 
Balanço E DRE 
Balanço Aquisição Venda 
Apuração 
IPI 
Pagto. 
Forn. Pagto IPI 
 
DRE 
Caixa 
 
4.400 4.400 1.800 1.575 Receita 4.400 
Estoque - MP 2.425 0 0 0 0 
(-) IPI s/ 
Venda -400 
IPI a 
Recuperar 175 175 0 0 0 
(=) ReceitaLíquida 4.000 
TOTAL 
ATIVO 2.600 4.575 4.400 1.800 1.575 (-) CPV -2.425 
 
(=) Lucro 
Bruto 1.575 
Fornecedores 2.600 2.600 2.600 0 0 
 
IPI a 
Recolher 
 
400 225 225 0 
Lucro 
 
1.575 1.575 1.575 1.575 
TOTAL P+PL 2.600 4.575 4.400 1.800 1.575 
 
 
Contabilização do IPI Não-Recuperável 
 
Conforme visto anteriormente, há possibilidade de tomada de crédito de IPI por 
estabelecimentos industriais ou equiparados apenas para matéria-prima, 
produtos intermediários e material de embalagem. Casos que tenham destaque 
de IPI, porém não sejam os materiais acima, como, por exemplo, imobilizado, 
materiais de escritório, produtos de limpeza, etc., não tem direito ao crédito. Já 
as empresas que não sejam contribuintes do IPI ou que tenham produtos não 
tributáveis não tem direito ao crédito das aquisições que venham destacado o 
IPI na nota fiscal. Todos esses casos devem lançar em estoques, imobilizado, 
custos, despesas com os valore de IPI, conforme exemplos abaixo: 
 
 
 
 
"A loja de departamentos Quick Sell, em determinado mês, adquiriu 50 
computadores para revenda, por R$ 2.000 cada (IPI não incluso), além de um 
computador para o escritório do gerente do estabelecimento por $ 3.000 (IPI 
não incluso), a vista, com IPI destacado de 25%." Os lançamentos contábeis, 
como a empresa não possui o direito ao crédito em nenhuma dessa transações, 
uma vez que não é contribuinte do imposto, ficariam: 
 
Computador para o Gerente (Imobilizado) 
Cálculo IPI: R$ 3.000 x 25% = R$ 750,00 
D: Imobilizado - Computador R$ 3.750 
C: Caixa R$ 3.750 
 
Computador para Revenda (Estoque) 
Cálculo IPI: 50 unid. x R$ 2.000 x 25% = R$ 25.000 
D: Estoque para Revenda* R$ 125.000 
C: Caixa R$ 125.000 
 
* o custo da unidade ficará em $ 2.500 devendo ser utilizado esse valor na 
ficha de controle de estoque 
 
Outro exemplo: A Cia Ink, indústria de tintas, adquiriu $ 200 (IPI não incluso) 
em produtos de limpeza, a vista, com destaque de IPI de 12%". Embora a 
empresa seja contribuinte do IPI, ela não possui o direito ao crédito nessa 
transação, uma vez que o produto não é classificado como matéria-prima, 
material de embalagem ou material intermediário, os lançamentos contábeis 
ficariam: 
 
Produtos de Limpeza 
Cálculo IPI: R$ 200 x 12% = R$ 24,00 
D: Estoque Almoxarifado R$ 224,00 
C: Caixa R$ 224,00 
 
 
 
 
 
Reflexão: 
 
Nessa unidade foram visitados os conceitos de fato gerador, alíquotas e base 
de cálculo do IPI e ISS. Apesar de existirem leis gerais federais para todos 
esses tributos, o ISS deve respeitar também os códigos tributários e/ou 
regulamentos dos Municípios. Assim sendo, existem guerras fiscais entre os 
entes federativos, visto que a arrecadação não é centralizada pela União. Em 
comum, IPI e ISS são tributos indiretos (cobrados nos elos das cadeias 
produtivas e de comercialização) e possuem não incidência nas exportações de 
produtos e serviços. O IPI possui método não cumulativos, enquanto o ISS 
possui modelo cumulativo. 
Atividade 
 
1: O ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) é de competência: 
 
a) dos Estados 
b) da União 
c) dos Municípios 
d) dos Municípios e do Distrito Federal 
e) dos Estados e do Distrito Federal 
 
2) Julguem os itens abaixo acerca do ISSQN e assinale a alternativa correta: 
I - A alíquota mínima de ISSQN é de 1%; 
II - A alíquota máxima de ISSQN é de 5%; 
III - O contribuinte é o tomador do serviço; 
 
a) Somente a I é verdadeira 
b) Somente a II é verdadeira 
c) Somente a III é verdadeira 
d) Somente a I e II são verdadeiras 
 
 
 
e) Somente a II e III são verdadeiras 
 
3) No que se refere aos tributos brasileiros, qual deles incide sobre os produtos 
industrializados nacionais e estrangeiros no momento do desembaraço 
aduaneiro de produto de procedência estrangeira, ou a saída do produto do 
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial? 
 
a) ITR 
b) IPI 
c) ICMS 
d) IPVA 
e) ISS 
 
4) A Cia Máquina de Ferro é uma indústria que tem como produto principal o 
Ferrão. O Ferrão possui uma matéria-prima principal, o Ferrim. Ele pode ser 
adquirido da Indústria Ferrolho S.A. ou da Steel Seller Ltda, que é uma 
comercial distribuidora. A Cia Máquina de Ferro está interessada em saber qual 
dos dois fornecedores ela deve comprar, pois existe diferença de preço e 
tributação (IPI). A Indústria Ferrolho vende o produto por R$ 100, mais IPI de 
10%. Já a distribuidora Steel Seller vende por R$ 110. Considerando essas 
informações e desprezando outros tributos, é correto afirmar que: 
 
a) Mais vantajoso adquirir da Indústria Ferrolho, pois o custo da mercadoria é 
de R$ 100,00 e o IPI é recuperável em $ 10,00. Já adquirindo da distribuidora 
Steel não há possibilidade de obter credito. 
b) Não há qualquer diferença em comprar dos referidos fornecedores, uma vez 
que o preço para a Cia Máquina de Ferro é o mesmo em ambos (R$ 110,00). 
c) Mais vantajoso adquirir da distribuidora Steel, pois mesmo que ela não tenha 
crédito de IPI destacado da nota, há possibilidade de tomar R$ 11,00 de crédito 
(10% x R$ 110,00). 
 
 
 
d) Mais vantajoso adquirir da distribuidora Steel, pois mesmo que ela não tenha 
crédito de IPI destacado da nota, há possibilidade de tomar R$ 5,50 de crédito 
(5% x R$ 110,00). 
e) Mais vantajoso adquirir da Indústria Ferrolho, pois o custo da mercadoria é 
de R$ 100,00 e o IPI é recuperável em $ 10,00, mesmo que adquirindo da 
distribuidora há possibilidade de obter credito de R$ 5,50 (5% x R$ 110,00). 
 
Aprenda mais 
Leia os textos abaixo sobre ISS: 
 
Lei Complementar 116/2003: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm 
 
 
ISSQN e o Local da Prestação: 
http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/5c9o/issqn-e-o-local-da-
prestacao-de-servico-uma-nova-visao-jurisprudencial-fernando-martins-de-sa 
 
Conflito entre municípios: 
http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=21
5777&key=4387478 
 
Veja os vídeos sobre ISS: 
- ISS e o Direito Tributário: https://www.youtube.com/watch?v=Maoui4qw3Dc 
- Local do Pagamento: https://www.youtube.com/watch?v=jPEbW4_IgHU 
- Local do Fato Gerador: https://www.youtube.com/watch?v=VCN342xT1ZA 
 
Leia os textos abaixo sobre IPI: 
Princípios gerais do IPI: http://www.valortributario.com.br/ipi/aspectos-gerais-
do-ipi.htm IPI e Receita Federal: http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-
rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/ipi 
 
 
 
IPI sobre importação de veículos por pessoa física: 
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=309265 
Veja os vídeos sobre IPI: 
IPI: https://www.youtube.com/watch?v=14Q57bhECOA 
IPI na base do ICMS: https://www.youtube.com/watch?v=IIlpf1TXKYE 
Crédito de IPI: https://www.youtube.com/watch?v=VUiJXmoEt68 
Referências: 
 
BRASIL. Constituição, 1988 
BRASIL. Lei Complementar 116, 2003. 
BRASIL. Decreto Lei 7.212, 2010. 
FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. 
OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete 
Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 14 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 8 ed. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2014. 
REZENDE, A. J.; PEREIRA, C.A; ALENCAR, R. C.; Contabilidade tributária - 
entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das 
empresas. São Paulo: Atlas, 2010. 
Na próxima unidade 
 
Na próxima unidade será visto o Imposto sobre Circulaçãode Mercadorias e 
Serviços, o ICMS. Serão tratados, tanto a forma convencional de tributação, 
com seu modelo não-cumulativo, bem como o modelo de Substituição 
Tributária. 
Unidade 2. Tributos sobre a Comercialização de 
Mercadorias 
Introdução 
 
 
 
 
O ICMS é um imposto de responsabilidade dos Estados brasileiros que, quando 
somadas suas arrecadações, se constitui no tributo com maior arrecadação no 
país. Ele possui amparo na Constituição Federal, mais precisamente no artigo 
155, e é regulamentado pela Lei Complementar 87 de 1996, conhecida também 
como Lei Kandir (feita pelo então ministro do Planejamento Antonio Kandir). 
Assim, de modo geral, as empresas que produzem e/ou comercializam produtos 
estão sujeitos a esse imposto, como também as que fornecem alimentação e 
bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares, além das 
empresas de transportes interestadual e intermunicipal. Assim sendo, esse 
tributo impacta inúmeros produtos comercializados e, consequentemente, os 
seus preços de venda, sendo necessários seu conhecimento e gestão eficazes 
para competitividade da empresa. 
 
O regime de Substituição Tributária para o ICMS, assim como o próprio ICMS, 
também está previsto constitucionalmente. A Substituição Tributária para frente 
nada mais é do que a atribuição de uma obrigação tributária de responsável 
pelo recolhimento a um sujeito, cujo fato gerador ocorra em momento 
posterior. Assim, ocorre uma antecipação do referido tributo para os Estados 
por um terceiro ao invés do contribuinte de fato. Além disso, tem-se a 
Substituição Tributária para trás, a qual acontece quando o recolhimento é 
diferido para um momento futuro e a Substituição Tributária Concomitante, 
quando um contribuinte é responsável por recolher o imposto por outro em 
operações que ocorrem em conjunto. 
 
ICMS: Imposto sobre Circulação sobe Mercadorias e 
Serviços 
 
Apesar de já ter sido atribuído no subtítulo dessa unidade o que significa a sigla 
ICMS, seu nome é ligeiramente maior. Assim, o ICMS é, de fato,um imposto sobre 
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. 
 
 
 
 
Antigo ICM – Imposto de circulação de mercadorias – hoje o tributo tem a 
nomenclatura extensa conforme o título acima, e tem a incidência em maior 
números de atividades e muito mais amplo e complexo, assim como, os CFOP 
(Código Fiscal de Operações e Prestações) que foi amplamente modificado e 
muito mais detalhado, para que o fisco tivesse maiores mecanismos para 
acompanhamento e fiscalização. 
 
 Anteriormente a Constituição Federal de 1988, o tributo que incidia sobre 
energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais era o 
Imposto Único Federal e pela Emenda Constitucional nº 3/93, os quais foram 
incluídos na incidência do ICMS juntamente com os serviços de 
telecomunicações. A nível federal passou a ser cobrado a CIDE (Contribuição de 
Intervenção do Domínio Econômico) que são contribuições regulatórias, 
utilizadas como instrumento de política econômica para enfrentar determinadas 
situações que exijam a intervenção da União na economia do país. 
 
Disposições Gerais 
 
No que tange à legislação, cada estado possui uma regulamentação específica, 
devendo acompanhar os termos das normas gerais, os quais são dados pela Lei 
Complementar nº 87/96, também conhecida como Lei Kandir, em referência ao 
nome de seu autor, o ex-deputado federal Antônio Kandir, durante a sua gestão 
como Ministro do Planejamento do Governo Fernando Henrique Cardoso. 
Inicialmente, a Constituição Federal de 1988 dá os primeiros parâmetros do 
ICMS, os quais seguem abaixo, conforme artigo 155: 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
... 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda 
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
... 
 
 
 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; 
 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da 
legislação: 
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas 
operações ou prestações seguintes; 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; 
 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos 
serviços; 
 
Assim, a partir desse trecho, são extraídas as características essenciais do 
ICMS: a não-cumulatividade e a seletividade em função da essencialidade dos 
bens e serviços, de modo que alíquotas maiores poderão ser aplicadas aos 
produtos considerados supérfluos. 
 
A não-cumulatividade é efetuada compensando a incidência de ICMS das 
vendas deduzido a incidência das compras e demais créditos pertinentes (os 
quais serão vistos adiante). Para exemplificar essa situação, tem-se a tabela 
abaixo: 
 
MÊS 
COMPRAS VENDAS SALDO DE ICMS 
VALOR 
ICMS 
(18%) VALOR 
ICMS 
(18%) NO MÊS ACUMULADO 
REC
OLHER 
Agosto 400.000 72.000 500.000 90.000 -18.000 -18.000 
Setembro 500.000 90.000 350.000 63.000 27.000 27.000 0 
Outubro 450.000 81.000 400.000 72.000 9.000 36.000 0 
Novembro 220.000 39.600 300.000 54.000 -14.400 21.600 0 
Dezembro 200.000 36.000 400.000 72.000 -36.000 0 -14.400 
TOTAL 1.770.000 318.600 1.950.000 351.000 -32.400 84.600 -32.400 
 
 
 
 
Conforme a tabela acima, no mês de Agosto a empresa efetuou compras de $ 
400.000 e vendas de $ 500.000, ambas com ICMS de 18%. Portanto, deve 
recolher $18.000 de ICMS referente ao mês de agosto. Porém, em setembro, 
adquiriu $ 500.000 de mercadorias e vendeu apenas $ 350.000, acumulando 
um crédito de $ 27.000. No mês seguinte a mesma situação voltou a ocorrer, 
compras superiores às vendas, agora acumulando mais $ 9.000, atingindo o 
total de $ 36.000. Em Novembro, com vendas de $ 300.000 e compras de $ 
220.000, havia um saldo de ICMS a recolher de $ 14.400. Porém, como a 
empresa tinha créditos não precisou recolher qualquer valor ao fisco, deduzindo 
de seus créditos acumulados. Por fim, em dezembro saldo de ICMS do mês foi 
de $ 36.000 a pagar, mas como tinha créditos de $ 21.600, efetuou o 
pagamento de apenas $ 14.400. 
 
Ainda sobre a não-cumualtividade, o texto da lei diz que, mesmo que a 
mercadoria tenha sido vendida por outro Estado da Federação, o crédito entre 
as empresas deverá ser mantido. Porém, caso o produto a ser vendido tenha 
isenção ou não-incidência do ICMS o crédito deverá ser anulado. Exceção se faz 
à exportação de produtos, a qual tem saída imune de ICMS, mas o exportador 
pode efetuar a manutenção do crédito, conforme art. 150, § 2º, X, "a", 
conforme redação dada pela Emenda Constitucional nº 42 de 2003: 
 
"X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre 
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e 
o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e 
prestações anteriores;" (grifo nosso). 
 
Sobre quem deve pagar o ICMS, ou seja, quem é contribuinte do imposto, o 
artigo 4º da Lei Complementar 87/96 diz que pode ser pessoa física ou jurídica, 
a qual realize operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços 
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicaçãode forma 
habitual ou que o volume da transação caracterize o intuito de comercialização. 
 
 
 
 
Porém, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, ainda no parágrafo 
único artigo 4º da Lei Complementar 87/97, diz que são contribuintes do ICMS, 
quem: 
 importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua 
finalidade; 
 seja destinatário de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se 
tenha iniciado no exterior; 
 adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou 
abandonados; 
 adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de 
petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não 
destinados à comercialização ou à industrialização. 
 
Conhecidos os contribuintes e os questões gerais sobre o ICMS, percorre-se 
agora a metodologia do cálculos. Em Direito tributário, a base de cálculo é a 
grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a 
pagar. Assim, nas próximas duas seções serão percorridos tanto a base de 
cálculo quanto as alíquotas do ICMS, respectivamente. 
Base de Cálculo 
 
Conforme o artigo 2º da Lei 87/96, bem como seu § 1º, o ICMS incide sobre a 
circulação de mercadorias ou à prestação de determinados serviços, como 
segue: 
 operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
 prestações de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal 
e de comunicações e telecomunicações; 
 entradas de mercadorias, importadas no estabelecimento de con-
tribuinte, comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de 
mercadoria para consumo ou bem do ativo imobilizado; 
 
 
 
 fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em 
restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares. 
 sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por 
pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do 
imposto, qualquer que seja a sua finalidade; 
 sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior; 
 sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à 
comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado 
o adquirente. 
 
Porém, não há incidência nos produtos, serviços ou operações abaixo, mesmo 
existindo o fato gerador: 
 operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão; 
 operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, 
 operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, 
quando destinados à industrialização ou à comercialização; 
 operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro 
ou instrumento cambial; 
 operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra 
espécie; 
 operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive 
a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento 
do devedor; 
 operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda 
do bem arrendado ao arrendatário; 
 
 
 
 operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. 
 
Dada a incidência e a não-incidência de ICMS, a sua base de cálculo depende 
do tipo de operação que será tributada. O quadro a seguir resume o que deve 
conter a base de cálculo, que, em suma, é o valor da operação: 
 
Operação Base de Cálculo 
1) Saída de Mercadorias - O valor da Operação 
2) Fornecimento de alimentação, 
bebidas e outras mercadorias por 
qualquer estabelecimento 
- O valor da Operação, 
compreendendo mercadorias e 
serviços 
3) Prestação de serviço de 
transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação 
- O preço do serviço 
4) Fornecimento de mercadoria com 
prestação de serviços não 
compreendidos na competência 
tributária dos Municípios 
 
- Valor da Operação 
5) Fornecimento de mercadoria com 
prestação de serviços 
compreendidos na competência 
tributária dos Municípios e com 
indicação expressa de incidência do 
imposto de competência estadual, 
como definido na lei complementar 
aplicável 
- O preço corrente da mercadoria 
fornecida ou empregada 
6) Importação de bens e 
mercadorias 
- O valor da mercadoria ou bem 
constante dos documentos de 
importação*, adicionados do 
Imposto de Importação, do IPI, 
 
 
 
do IOF e de quaisquer outros 
impostos, taxas, contribuições e 
despesas aduaneiras 
* Art 14 da LC 87/96: o preço de importação expresso em moeda 
estrangeira será convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio 
utilizada no cálculo do imposto de importação, sem qualquer acréscimo ou 
devolução posterior se houver variação da taxa de câmbio até o pagamento 
efetivo do preço. Assim, o valor fixado pela autoridade aduaneira para base de 
cálculo do imposto de importação, nos termos da lei aplicável, substituirá o 
preço declarado. 
 
Para tentar desmistificar os itens 4 e 5 da tabela acima, que tratam de 
mercadorias com prestação de serviços, serão trazidos algumas explicações 
adicionais. Ressalta-se que mais adiante serão explanados os conceitos 
referentes ao ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza). A lei que 
regula essa imposto possui uma lista de 40 serviços que devem ser tributadas 
por ele. 
 
Quando ocorrer a prestação de serviços e, de forma conjunta, fornecerem 
mercadorias, a regra geral é de que sejam ambos (serviços e mercadorias) 
tributados pelo ISS. Porém, alguns itens, são tributados pelo ISS apenas o que 
for referente aos serviços e os materiais são tributados pelo ICMS, quando for o 
caso: 
7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de 
obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras 
semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, 
drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a 
instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o 
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora 
do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, 
portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas 
 
 
 
pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que 
fica sujeito ao ICMS). 
14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, 
conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de 
máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de 
qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas 
ao ICMS). 
14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes 
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 
 
Por fim, dadas as incidências e os fatos geradores, o § 1º do artigo 13 da Lei 
Complementar 87/96 diz que a base de cálculo do ICMS: 
 
I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera 
indicação para fins de controle; 
 
II - o valor correspondente a: 
a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem 
como descontos concedidos sob condição; 
b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua 
conta e ordem e seja cobrado em separado.O parágrafo segundo (§ 2º do artigo 13 da LC 87/96) diz que o IPI não 
integrará a base de cálculo do ICMS quando a operação for relativa a produto 
destinado à industrialização ou à comercialização. Assim, caso a mercadoria 
seja destinada a alguém que utilizará a mercadoria, o IPI deve integrar a base 
de cálculo do ICMS. 
 
Para melhor explicação, segue o exemplo: 
 
A Cia Ink, indústria de Tintas, vende baldes de tintas por $ 5.000 para a Cia 
Paint, comércio atacadista de tintas, para pagamento em 45 dias. Nessa mesma 
 
 
 
nota fiscal, destaca que está sendo cobrado frete de $ 400, seguros de $ 100, e 
desconto (dado em nota fiscal) de $ 500. Além disso, há $ 550 de IPI (10% da 
sua base de cálculo) e que a alíquota de ICMS é de 18%. Por fim, ao emitir o 
boleto para a Cia Paint, a Cia Ink coloca o seguinte adendo: "caso o boleto seja 
pago em 20 dias, deduzir o valor de $ 500". Assim, tem-se que: 
 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Desconto Condicional: ($ 500) - Caso o cliente faça o pagamento em 20 
dias após a compra 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Agora, com os valores em mãos, pode-se verificar quais deles comporão a base 
de cálculo do ICMS. Como já dito na LC 87/96, o valor das mercadorias, bem 
como os seguros e fretes estão inclusos na base do ICMS. Já o desconto dado 
para pagamento antecipado, configura-se como um desconto condicional, e o 
desconto dado em nota fiscal é um desconto incondicional. Por fim, o IPI não 
integrará a base de cálculo do ICMS, uma vez que a Cia Paint irá revender 
essas mercadorias (tintas) para outros estabelecimentos varejistas, pessoas 
físicas e demais usuários das tintas. 
 
BOX DE CONEXÃO: Descontos Condicionais e Incondicionais - 
http://www.portaltributario.com.br/artigos/diferenca-entre-desconto-
incondicional-e-desconto-condicional.htm 
 
Assim, tem-se a base de cálculo do ICMS em $ 5.200: 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
 
 
 
Base de Cálculo ICMS: $ 5.200 
Alíquota de ICMS: 18% 
ICMS: $ 936 
 
Total da Nota Fiscal $ 5.750 (valor a ser pago pela Cia Paint a 
Cia Ink) 
Valor das Mercadorias: $ 5.000 
Desconto Incondicional: ($ 300) 
Frete: $ 400 
Seguro: $ 100 
IPI: $ 550 
 
Atenção especial deve ser tomada quando um estabelecimento industrial 
(contribuinte do IPI) for realizar uma venda para algum consumidor final do 
produto, podendo ser uma pessoa física, uma prefeitura, uma instituição 
religiosa, ou, até mesmo, uma outra empresa, os quais irão utilizar o bem. Ou 
seja, essa mercadoria não será objeto de revenda ou de insumo para a 
industrialização de outro produto. Assim, sempre que uma adquirir uma 
mercadoria para "uso e consumo" ou para integrar o imobilizado, a indústria 
vendedora deve calcular o ICMS com IPI adicionado em sua base de cálculo. 
 
BOX EXPLICATIVO: Os materiais de uso e consumo caracterizam-se por não se 
agregarem, fisicamente, ao produto final, sendo meramente utilizados nas 
atividades de apoio administrativo, comercial e operacional. São exemplos os 
produtos de alimentação do pessoal, materiais de escritório, produtos de 
higiene, peças para manutenção predial e de máquinas, lâmpadas para 
utilização nos prédios administrativos, etc.) 
 
Exemplo: a Cia Clean é uma indústria de produtos de limpeza a qual vende, 
tanto para atacadistas e varejistas que revendem as mercadorias, quanto para 
pessoas e empresas que estão dispostas a comprar diretamente dela para 
utilização em suas casas e estabelecimentos comerciais. Sabe-se que o custo 
 
 
 
para produzir uma caixa de um determinado produto de limpeza é de $ 60 e 
que a empresa necessita de $ 22 para cobrir suas demais despesas e gerar 
lucro. Portanto, a empresa necessita de $ 82, líquidos dos tributos, para fazer 
frente aos seus gastos e satisfazer suas necessidades de retorno. A alíquota de 
ICMS do produto é de 18% e do IPI é de 10%. Sabe-se também que, em 
determinado mês, a Cia Clean efetuou as vendas abaixo. 
Operações 
1) Sr. Paulo, vizinho da empresa que 
adquiriru uma caixa de produtos para 
LIMPAR sua casa 
3) Cia LimpFácil, empresa 
revendedora de produtos de limpeza. 
Adquiriu as caixas para 
REVENDER em seu 
estabelecimento 
2) Cia Boi Bom, açougue que adquiriu 
produtos para LIMPAR seu 
estabelecimento 
4) Cia Puro Brilho, empresa 
revendedora de produtos de limpeza. 
Adquiriu as caixas para LIMPAR 
Seu estabelecimento 
 
Assim, nas operações 1, 2 e 4 o IPI integrará a base de cálculo do ICMS. 
Apenas no caso 3 o ICMS comporá a base de cálculo do IPI. Conforme os 
dados elencados anteriormente, tem-se os seguintes valores de ICMS e IPI. 
 
 
 
 
 
 
ICMS na Base do IPI (Caso 3) IPI na Base do ICMS (Casos 1, 2 e 4) 
Custo 
 
60,00 Custo 
 
60,00 
Margem 
 
22,00 Margem 
 
22,00 
Total Antes dos Impostos 
(TAI) 82,00 
Total Antes dos 
Impostos (TAI) 82,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Base do ICMS 100,00 Base ICMS 
 
112,46883 
TAI / (1 - Alíq. ICMS) 
[TAI x (1+Alíq. IPI)] / {1-[Alíq. ICMS x 
(1+Alíq. IPI)]} 
 82,00 / (1 - 0,18) = 100,00 [82 x (1 + 0,10)] / {1 - [0,18 x (1 + 0,10)]} 
 
 
 [82 x (1,10)] / {1 - [0,18 x (1,10)]} 
 
 
 
[90,2] / {1 - [0,18 x 
(1,10)]} 
 
 
 [90,2] / {1 - [0,198]} 
 
 
 [90,2] / {0,802} = 
 
 
 
112,46883 
 
 
 
 
 
Valor do ICMS 18,00 Valor do ICMS 20,24439 
Base ICMS x Aliq. ICMS Base ICMS x Aliq. ICMS 
100,00 x 18% 
 
 112,46883 x 18% 
 
 
 
 
 
Base do IPI 
 
100,00 Base do IPI 
 
102,24439 
TAI + ICMS 
 
 TAI + ICMS 
 
 
82,00 + 18,00 
 
 82,00 + 20,24439 
 
 
 
 
 
Valor do IPI 
 
10,00 Valor do IPI 
 
10,22444 
Preço da Mercadoria x Alíq. IPI Base do IPI x Alíq doIPI 
100,00 x 10% = 10,00 102,24439 x 10% = 10,22444 
 
 
 
 
 
Total Nota Fiscal 110,00 Total da Nota 112,46883 
TAI + ICMS + IPI TAI + ICMS + IPI 
82,00 + 18,00 + 10,00 = 110,00 82,00 + 20,24439 + 10,22444 = 112,46883 
Demonstração de Resultado do Exercício 
Receita Total 
 
110,00 
Receita 
Total 
 
112,47 
(-) IPI 
 
-10,00 (-) IPI 
 
-10,22 
(-)ICMS 
 
-18,00 (-)ICMS 
 
-20,24 
(=) Receita Líquida 82,00 (=) Receita Líquida 82,00 
(-) CMV 
 
-60,00 (-) CMV 
 
-60,00 
(=) Lucro Bruto 22,00 (=) Lucro Bruto 22,00 
 
Assim, nota-se que, quando o IPI integra a base do ICMS os valores pagos 
(valor da nota fiscal) pelo cliente são superiores, quando comparados aos 
valores pagos pelo cliente quando o ICMS integra a base do IPI. 
 
Seguindo os estudos sobre a base de cálculo, como já salientado, o ICMS 
também incide sobre os bens e mercadorias importados. Nessa operação, a 
base de cálculo inclui o valor dos produtos, o Impostos de Importação, o IPI, 
IOF e quaisquer outros tributos e despesas aduaneiras até o momento do 
desembaraço da mercadoria. Sobre o preço da mercadoria, ele será 
considerado o valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do 
imposto de importação. 
 
 
 
 
Desse modo, segue o exemplo: 
 
A 'Cia Amassa & Dobra Ltda' é uma indústria que importou uma máquina para 
utilizar em seu processo produtivo de corte e dobra de metais. O valor 
acordado com o fabricante da máquina é de US$ 50.000. O câmbio utilizado no 
cálculo do Imposto de Importação foi de R$ 3,00, com alíquota de 10%. Além 
disso, foram cobrados 15% de IPI. Assim, a base de cálculo do ICMS

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