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ÍNDICE Unidade1 - Tributos sobre os Serviços e sobre os Produtos Industrializados .................................................................................... 5 Introdução ......................................................................................... 5 Princípio da Não Cumulatividade e Tributos Indiretos ............................ 5 ISS .................................................................................................... 8 Disposições Gerais .............................................................................. 9 Base de Cálculo ................................................................................ 14 Alíquota ........................................................................................... 15 Contabilização do ISS ....................................................................... 16 IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados ..................................... 17 Disposições Gerais ............................................................................ 20 Base de Cálculo ................................................................................ 23 Alíquotas .......................................................................................... 25 Contabilização do IPI Recuperável ..................................................... 26 Contabilização do IPI Não-Recuperável .............................................. 29 Reflexão .......................................................................................... 31 Atividade .......................................................................................... 31 Aprenda mais ................................................................................... 33 Referências: ..................................................................................... 34 Na próxima unidade.......................................................................... 34 Unidade 2 - Tributos sobre a Comercialização de Mercadorias .......... 34 Introdução ....................................................................................... 34 ICMS: Imposto sobre Circulação sobe Mercadorias e Serviços ............. 35 Disposições Gerais ............................................................................ 36 Base de Cálculo ................................................................................ 39 Alíquotas .......................................................................................... 48 Contabilização do ICMS Recuperável .................................................. 57 Crédito de Insumos da Produção ou Comercialização de Mercadorias .. 58 Crédito do Ativo Imobilizado .............................................................. 61 Crédito de Energia Elétrica ................................................................ 62 Crédito de Serviços de Comunicação .................................................. 63 Crédito de Serviços de Transporte ..................................................... 64 Contabilização do ICMS Não-Recuperável ........................................... 65 Substituição Tributária do ICMS (Operação Subsequente) ................... 66 Reflexão .......................................................................................... 70 Atividade .......................................................................................... 70 Aprenda mais ................................................................................... 72 Referências ...................................................................................... 74 Na próxima unidade.......................................................................... 74 Unidade 3 - Tributos sobre a Receita e Retenção de Tributos ........... 74 Introdução ....................................................................................... 74 PIS/PASEP e COFINS ........................................................................ 75 Contribuições Cumulativas ................................................................ 77 Contribuições Não-Cumulativas ......................................................... 80 PIS/PASEP sobre a Folha de Pagamentos ........................................... 85 PIS/PASEP na Importação ................................................................. 86 Contabilização .................................................................................. 90 Retenção de Tributos ....................................................................... 100 Retenção de serviços prestados a Entidades Públicas ......................... 102 Retenção de IR sobre multas e demais vantagens ............................. 104 Reflexão: ........................................................................................ 105 Atividade ......................................................................................... 105 Aprenda mais .................................................................................. 107 Referências: .................................................................................... 108 Na próxima unidade......................................................................... 109 Unidade 4. Tributos Simplificados e Internacionais ......................... 110 SIMPLES Nacional ............................................................................ 110 Conceito de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte .................... 110 Conceito de Receita Bruta ................................................................ 111 Opção pelo Enquadramento ............................................................. 111 Tributos Abrangidos e Não Abrangidos pelo SIMPLES Nacional ........... 113 Recolhimento do SIMPLES Nacional .................................................. 116 Cálculo dos Valores do SIMPLES Nacional ......................................... 117 Relação atividade x utilização tabelas................................................ 117 Tabela II - Indústria ........................................................................ 119 Tabela III Serviços e Locação de Bens Móveis ................................... 121 Tabela IV - Serviços ......................................................................... 125 Tabela V - Serviços .......................................................................... 127 Tabela V-B ...................................................................................... 131 Tabela VI (ou V-A conforme resolução CGSN 117 de 2014) ................ 133 Tributação Internacional .................................................................. 135 Imposto de Importação ................................................................... 136 Imposto de Exportação .................................................................... 138 Drawback ........................................................................................ 139 Subcapitalização .............................................................................. 139 Preço de Transferência .................................................................... 141 Referências: .................................................................................... 143 Unidade 1. Tributos sobre os Serviços e sobre os Produtos Industrializados Introdução O ISSQN é um imposto que tributa as prestações de serviços, tendo como contribuinte o próprio prestador de serviço, arrecadando de 2% a 5% do preço contratado do serviço. Assim, o objetivo dessa aula é conhecer anatureza do ISSQN e a legislação federal que o regula. Pois, apesar de ser um tributo de competência municipal, ele é regulamentado pela Lei Complementar 116/2003, oferecendo 40 serviços genéricos a serem tributados, os quais, quando desmembrados, chegam a 197 subitens. Desse modo, em cursos presenciais, pode-se aprofundar a questão para pontos específicos de cada município, dada a sua importância para esses entes. Já o IPI é um tributo federal, previsto na constituição brasileira em seu artigo 153, regulamentado pelo Decreto 7.212 de 2010, também conhecido como RIPI/2010. Por ser um imposto não sujeito ao princípio da anterioridade, podendo ser majorado e cobrado no mesmo ano em que houve aumento, ele se transforma num importante instrumento da política econômica brasileira. Porém, para as empresas, isso se transforma em mais um trabalho, uma vez que deverá estar em constante atualização. Além das empresas industriais de fato, existem ainda as equiparadas como os importadores, alargando a quantidade de empresas sujeitas ao referido tributo. Princípio da Não Cumulatividade e Tributos Indiretos Na Constituição Federal de 1988 foi adotado o princípio da não-cumulatividade, o que representa uma técnica de apuração do valor a ser tributado. Assim, essa técnica se refere a uma operação contábil que, do tributo a ser recolhido por determinada empresa, poderão ser deduzidos os valores anteriormente pagos em relação ao mesmo produto nos elos anteriores do referido processo produtivo. Inicialmente, na Constituição Federal, foi concebido esse princípios ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), no artigo 153 IV, § 3º, II, e ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), no artigo 155, II, § 2º, I, o qual foi estendido ao PIS/PASEP e à COFINS. O princípio da não-cumulatividade tem como objetivo evitar a "tributação em cascata", o qual ocorre quando um produto ou serviço é tributado mais de uma vez pelo mesmo tributo ao longo de sua cadeia de produção e venda. Desse modo, o objetivo da não-cumulatividade é desonerar os produtos e serviços, uma vez que uma tributação cumulativa prejudicaria a evolução dos negócios e culminaria em preços elevados aos consumidores. Para exemplificar, imagine a seguinte situação: um produto, para chegar ao consumidor final, necessita atravessar vários estágios produtivos (3) e de comercialização (2). Suponha que a alíquota de 10% sobre cada operação no modelo cumulativo. Assim, tem-se que: Fases Valor de Aquisição (Custo) Valor de Venda Alíquota Valor a Pagar Indústria Extratora - A 1.000 2.100 10% 210 Indústria de Refino - B 2.100 3.000 10% 300 Indústria Produtora do Bem - C 3.000 4.200 10% 420 Atacadista / Distribuidor 4.200 5.700 10% 570 Varejista 5.700 7.000 10% 700 TOTAIS 16.000 22.000 - 2.200 Nesse exemplo, o total de tributos arrecadados será de $ 2.200, sendo que o produto foi vendido ao consumidor por $ 7.000, levando a uma carga tributária de 31,43%. Agora, supondo que essa mesma cadeia tenha esse tributo no modelo não-cumulativo, tem-se que: Fases Valor de Aquisição (Custo) Valor de Venda Alíquota Alíquota x Valor de enda Deduz Valor a Pagar Indústria Extratora - A 1.000 2.100 10% 210 0 210 Indústria de Refino - B 2.100 3.000 10% 300 210 90 Indústria Produtora do Bem - C 3.000 4.200 10% 420 300 120 Atacadista / Distribuidor 4.200 5.700 10% 570 420 150 Varejista 5.700 7.000 10% 700 570 130 TOTAIS 16.000 22.000 - 2.200 1.500 700 Assim, o total de tributos arrecadados será de $ 700, sendo que o produto foi vendido ao consumidor por $ 7.000, levando a uma carga tributária de 10%, o qual é alíquota que vigora para esse tributo (10% - coluna: "Alíquota"). Isso se dá, pois, na apuração do tributo a pagar (coluna: "valor a pagar") dos estágios da cadeia faz a apuração da incidência sobre seu produto (coluna: "alíquota x valor de venda") e efetua a dedução do que foi pago no estágio anterior (coluna: "deduz"). Por exemplo, no Varejista, o "Valor a Pagar" é de $130. Uma vez que a incidência da alíquota de 10% sobre seu preço de venda ($7.000) lhe atribui um dever de pagar de $ 700. Porém, como já foi recolhido $ 570 nas cadeias anteriores, ele pagará os referidos $ 130 ($ 700 - $ 570). Desse modo, conclui- se que a não-cumulatividade obedece a lógica de que o valor do tributo devido em cada elo da cadeia é compensado pelos valores incidentes no elo anterior. Cabe ressaltar que, no que tange aos tributos, existem várias classificações possíveis. Dentre elas, pode-se destacar a divisão entre tributos diretos e os indiretos. Esta classificação é mais econômica do que jurídica, de importância relevante para os estudos na esfera contábil, pois pode-se constatar e avaliar os impactos que causam no patrimônio e nas etapas econômicas da produção, circulação e consumo. Assim, são considerados tributos indiretos aqueles que em cada etapa econômica são repassados ao preço. Em finanças, chama-se de repercussão. Repercutir é transferir o ônus tributário para o consumidor, embutindo-os no preço de venda. Os empresários que produziram e comercializaram são os contribuintes de direito e responderão pelo pagamento dos tributos. O contribuinte de fato é o consumidor que no final paga toda a conta. Assim, nesse livro, serão estudados os tributos indiretos: ICMS, IPI, PIS/ PASEP, COFINS e ISS. Sendo que, desses tributos listados, apenas o ISS não obedece o princípio da não-cumulatividade. ISS Conforme a Constituição Federal de 1988, compete aos Municípios e ao Distrito Federal instituir impostos sobre serviços de qualquer natureza (art. 156, II), os quais devem ser definidos em Lei Complementar. Essa lei é a 116/2003, a qual dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. Embora essas datas possam parecer mais recentes, a criação do ISS é datada de 1965, pela Emenda Constitucional nº 18 do referido ano, substituindo os tributos criados na Constituição de 1946. Logo após a criação do ISS, foi promulgado o Código Tributário Nacional, em 1966, o qual referendou o ISS e ainda lhe deu o conceito de serviços, as hipóteses de incidência, bem como o responsável pelo recolhimento. A Constituição de 1967 manteve as tratativas até então, embora exigisse lei complementar que o regulamentasse. O Decreto-Lei 406 de 1968 fez esse papel, revogando as disposições do Código Tributário Nacional, de modo que, a partir dessa revisão, a hipótese de incidência passa a ser uma lista de serviços, definidos em 29 itens. Após isso, esse Decreto-Lei sofreu alterações (LC 56/87 e LC 100/99) até chegar a sua alteração mais recente, a LC 116/2003. Disposições Gerais Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), ou simplesmente ISS, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa a LC 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador, mesmo que o serviço seja proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. Desse modo, ressalvadas as exceções expressas na lista anexa a LC 116/2003, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. Essas exceções também são tratadas na seção de ICMS desse livro, de modo que sejam tributados pelo ISSapenas o que for referente aos serviços e os materiais são tributados pelo ICMS, quando for o caso: 7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). A LC 116/2003 diz ainda que o imposto não incide sobre as exportações de serviços, a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, entre outros e do valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições financeiras (Art. 2º). O contribuinte do ISS é o prestador de serviço (Art. 5º) e esse deve fazer o recolhimento ao município. Porém, a LC 116/200, em seu artigo 6º, faculta aos municípios atribuir a responsabilidade de recolhimento a uma terceira pessoa vinculada ao fato gerador, mesmo que não tenha feito a retenção na fonte. Assim, o tomador do serviço, mesmo que imune ou isento, deve efetuar o recolhimento antecipado. Apesar dos municípios poderem instituir tal obrigação de recolhimento antecipado (retenção na fonte), a lei determinou que alguns serviços devem ser retidos na fonte, independente de regulamentação do município, conforme abaixo: a) Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário. b) Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). c) Demolição. d) Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). e) Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer. f) Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres. g) Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos. h) Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres. i) Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres j) Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de engenharia, arquitetura e urbanismo. k) Vigilância, segurança ou monitoramento de bens e pessoas. l) Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviço. m) Planejamento, organização e administração de feiras, exposições, congressos e congêneres. Um outro aspecto polêmico é sobre qual Município deve arrecadar o ISS. A LC 116/2003 inovou (em relação a legislação anterior) ao dizer que, como regra geral, considera-se o serviço prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador. Cabe salientar que é considerado "estabelecimento prestador" o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas. Porém, a LC 116/2003 elenca 19 hipóteses, nas quais o imposto deve ser recolhido no local da prestação de serviços (Art. 3º). Desse modo, o ISS será cobrado no local: i) do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado. ii) da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; iii) da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; iv) da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa; v) das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa; vi) da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; vii) da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista anexa; viii) da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa; ix) do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa; x) do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa; xi) da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa; xii) da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista anexa; xiii) onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.01 da lista anexa; xiv) dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa; xv) do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; xvi) da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; xvii) do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa; xviii) do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa; xix) da feira, exposição,congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista anexa; xx) do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa. Base de Cálculo Como já mencionado, o ISS tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lista 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. BOX DE CONEXÃO: Para verificar a lista de serviços, devido a sua extensão, consultar a LC 116/2003: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm No que tange a Base de Cálculo, ela é o preço do serviço prestado, ou seja, o total cobrado do cliente em relação ao serviço, sem qualquer tipo de dedução. Assim, o ISS é um imposto por dentro (semelhante ao ICMS). Alíquota Para garantir um mínimo de uniformidade na cobrança do ISS e reduzir os efeitos da “guerra fiscal” deflagrada entre os municípios, a constituição determinou que as alíquotas máximas e mínimas deveriam ser fixadas em lei complementar. A LC nº 116/2003 é a lei que regula o ISS fixou apenas a alíquota máxima, em 5% e não o fazendo para a alíquota mínima. Essa alíquota mínima está disposta em 2%, porém foi implantada pela Emenda Constitucional 37 de 2002, a qual incluiu a disposição transitória nº 88 da Constituição Federal, com o seguinte texto: "Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; II - não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I." Desse modo, apesar da LC 116/2003 não ter referendado a alíquota mínima, as alíquotas de ISS são de 2% (mínimo) a 5% (máximo) e não são permitidos descontos em base de cálculos que resultem em isenções, incentivos e benefícios fiscais para conceder tais reduções. Contabilização do ISS Recolhimento pelo próprio prestador do serviço Exemplo: Numa determinada operação de venda de serviços, onde a Cia Serv cobra $ 5.000 a prazo do Sr. João Neves da Silva, cuja operação a alíquota de ISS é de 3%. Receitas D: Contas a Receber – Clientes R$ 5.000,00 C: Vendas de mercadorias R$ 5.000,00 D: ISS sobre vendas R$ 150,00 C: ISS à Recolher R$ 150,00 Sendo a DRE: Receita Bruta de Vendas 5.000,00 (-) ISS sobre vendas ( 150,00) (=) Receita Líquida 4.850,00 Recolhimento pelo próprio prestador do serviço Exemplo: Numa determinada operação de venda de serviços, onde a Cia Serv cobra $ 5.000 a prazo da Cia Ink, cuja operação a alíquota de ISS é de 3%. Receitas D: Contas a Receber – Clientes R$ 4.850,00 D: ISS sobre vendas R$ 150,00 C: Vendas de mercadorias R$ 5.000,00 Sendo a DRE: Receita Bruta de Vendas 5.000,00 (-) ISS sobre vendas ( 150,00) (=) Receita Líquida 4.850,00 Nota-se que a única diferença na contabilização do ISS a recolher (1º caso) e o valor a receber dos clientes já líquido de ISS (2º caso). No que se refere à contabilização da receita e do ISS sobre as vendas seguem os mesmos. IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados O IPI é o Imposto sobre Produtos Industrializados, o qual tem como fonte o Imposto de Consumo, criado em na Lei 4.502/64, e incidia sobre os produtos industrializados. No ano seguinte, com a Emenda Constitucional nº 18 de 1965, foi incorporado à Constituição a competência da União para instituir o IPI. Fundamentado nessa emenda, o CTN, de 1966, definiu as regras gerais do IPI, conforme descritas abaixo: "Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. Art. 47. A base de cálculo do imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação; b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II - no caso do inciso II do artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas. Art. 51. Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante." Por fim, o Decreto-Lei nº 34/1966 alterou o nome do Imposto de Consumo para Imposto sobre Produtos Industrializados, alterando a Lei 4.502/64. Mais adiante, na Constituição Federal de 1988, atribuiu poderes à União de instituir tributos sobre produtos industrializados (Art. 153, IV) e limitou o poder de tributar nos quesitos abaixo: "I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior." Além disso, a constituição ainda diz que o IPI está sujeito ao princípio da noventena, embora não esteja sujeito ao princípio da anterioridade. O primeiro, introduzido pela Emenda Constitucional nº 42/03, a partir da alteração no art. 150, III da ConstituiçãoFederal, a redação do seu § 1º. com o seguinte item: "c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou". Já o principio da anterioridade diz que a lei que cria ou aumenta tributo fica postergada para o exercício financeiro seguinte ao da sua publicação. Disposições Gerais Como visto, O IPI é de competência da União e é um imposto sobre a circulação econômica. Grava sua etapa inicial na produção ou importação. Sua sistemática é semelhante ao ICMS na forma de escrituração e apuração do imposto devido. O exemplo abaixo ilustra essa situação: MÊS COMPRAS VENDAS SALDO DE ICMS VALOR IPI (10%) VALOR IPI (10%) NO MÊS ACUMULADO RECOLHER Agosto 400.000 40.000 500.000 50.000 -10.000 -10.000 Setembro 500.000 50.000 350.000 35.000 15.000 15.000 0 Outubro 450.000 45.000 400.000 40.000 5.000 20.000 0 Novembro 220.000 22.000 300.000 30.000 -8.000 12.000 0 Dezembro 200.000 20.000 400.000 40.000 -20.000 0 -8.000 TOTAL 1.770.000 177.000 1.950.000 195.000 -18.000 47.000 -18.000 Conforme a tabela acima, no mês de Agosto a empresa efetuou compras de $ 400.000 e vendas de $ 500.000, ambas com IPI de 10%. Portanto, deve recolher $10.000 de IPI referente ao mês de agosto. Porém, em setembro, adquiriu $ 500.000 de mercadorias e vendeu apenas $ 350.000, acumulando um crédito de $ 15.000. No mês seguinte a mesma situação voltou a ocorrer, compras superiores às vendas, agora acumulando mais $ 5.000, atingindo o total de $ 20.000. Em Novembro, com vendas de $ 300.000 e compras de $ 220.000, havia um saldo de IPI a recolher de $ 20.000. Porém, como a empresa tinha créditos não precisou recolher qualquer valor ao fisco, deduzindo de seus créditos acumulados. Por fim, em dezembro saldo de IPI do mês foi de $ 20.000 a pagar, mas como tinha créditos de $ 12.000, efetuou o pagamento de apenas $ 8.000. Assim, o estabelecimento industrial ou equiparado não é o contribuinte de fato, mas o responsável que, por determinação legal, deve cobrá-lo deste, e repassá- lo à União. A partir da Lei nº 8.866/94, o responsável passou a ser denominado depositário da União. Caso não recolha o valor cobrado a título de IPI, passa a ser considerado depositário infiel e pode ser punido com a pena de prisão. Em junho de 2010 foi aprovado o Decreto 7.212, o qual regulamenta a cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do IPI. Ele apresenta que o imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI. BOX DE CONEXÃO: A tabela TIPI em curso é regida pelo Decreto 7.660 de 2011. A tabela TIPI tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Mais em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2011/Decreto/D7660.htm#art7 O artigo 3º desse Decreto diz que "Produto Industrializado" é o resultante de qualquer operação definida como industrialização (no decreto), mesmo incompleta, parcial ou intermediária. Define também que "Estabelecimento Industrial" é o que executa qualquer das operações de industrialização, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento. Define, por fim, que "Industrialização" é qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, resultantes de 5 operações (Art. 4º), tais como: a) a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação). Ex: obtenção de tijolo a partir de argila; b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento). Ex: Perfuração de uma placa metálica.; c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem). Ex: reunião de lentes e armação para formar óculos; d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento). Ex: engarrafamento de vinho natural; ou e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). Ex: recapagem ou recauchutagem de pneus. Apesar dessas definições de industrialização, o Decreto exclui , em seu artigo 5º, várias atividades que poderiam ser consideradas como industrialização, dentre elas, como: a) o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor b) a confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou usuário, em oficina ou na residência do confeccionador; c) a confecção ou preparo de produto de artesanato d) a montagem de óculos, mediante receita médica Além disso, há imunidade tributária de outros produtos como os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; os produtos industrializados destinados ao exterior; o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; e a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. No que tange aos contribuintes, o Decreto diz que os importadores, os industriais e os equiparados a industriais (art. 9º) são obrigados a pagar o imposto. Equiparados à industria estabelecimentos que, apesar de não realizarem operações de industrialização, são equiparados, conforme abaixo: a) importadores, inclusive filiais que exerçam o comércio de produtos importados, salvo se operarem exclusivamente no varejo; b) filiais de estabelecimento industrial, na venda de seus produtos; c) comerciantes de bens de produção, que tem caráter facultativo à equiparação industrial. Além desses, atribui outros responsáveis caso tenham alguma irregularidade, como o transportador de produtos desacompanhados de documento fiscal, o estabelecimento adquirente de produtos usados sem comprovação de origem ou o estabelecimento que possua produtos sem rótulo, marcação ou selo. Base de Cálculo Para iniciar a discussão sobre a base de cálculo, há de se falar sobre o fato gerador. O fato gerador do IPI é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira ou a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Assim, ocorrido o fato gerador, o imposto será calculado mediante aplicação das alíquotas, constantes da TIPI, sobre o valor tributável dos produtos. E, para cada ato gerador, há uma base de cálculo distinta, conforme artigo 190 do Decreto 7.212/2010: a) saída de produto do estabelecimento industrial: o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento equiparado a industrial; b) produtos de procedência estrangeira: valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis O IPI é um imposto "por fora", ou seja, ele é cobrado adicionalmente do valor do produto, diferentemente do ICMS, que é cobrado "por dentro". O ICMS é umvalor que deve integrar o preço do produto, enquanto o IPI deve ser adicionado a este. Sobre o valor total da operação da saída dos estabelecimento industrial, entende-se como o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário. Além disso, não podem ser deduzidos do valor da operação os descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente. Retomando o exemplo utilizado no ICMS, segue exemplo da base de cálculo do IPI: A Cia Ink, indústria de Tintas, vende baldes de tintas por $ 5.000 para a Cia Paint, comércio atacadista de tintas, para pagamento em 45 dias. Nessa mesma nota fiscal, destaca que está sendo cobrado frete de $ 400, seguros de $ 100, e desconto (dado em nota fiscal) de $ 500. Além disso, há $ 550 de IPI (10% da sua base de cálculo) e que a alíquota de ICMS é de 18%. Por fim, ao emitir o boleto para a Cia Paint, a Cia Ink coloca o seguinte adendo: "caso o boleto seja pago em 20 dias, deduzir o valor de $ 500". Assim, tem-se que: Valor das Mercadorias: $ 5.000 Desconto Incondicional: ($ 300) Desconto Condicional: ($ 500) - Caso o cliente faça o pagamento em 20 dias após a compra Frete: $ 400 Seguro: $ 100 IPI: $ 550 Agora, com os valores em mãos, pode-se verificar quais deles comporão a base de cálculo do IPI. Como já dito no RIPI/2010, o valor das mercadorias, bem como os seguros e fretes estão inclusos na base do IPI. Já o desconto dado para pagamento antecipado, configura-se como um desconto condicional, e o desconto dado em nota fiscal é um desconto incondicional. Ressalta-se que ambos os tipos de descontos não serão deduzidos para a base de cálculo do IPI. Por fim, o IPI não integrará a base de cálculo do ICMS, uma vez que a Cia Paint irá revender essas mercadorias (tintas) para outros estabelecimentos varejistas, pessoas físicas e demais usuários das tintas. Assim, tem-se a base de cálculo do IPI em $ 5.500: Valor das Mercadorias: $ 5.000 Frete: $ 400 Seguro: $ 100 Base de Cálculo IPI: $ 5.500 Alíquota de IPI: 10% IPI: $ 550 Total da Nota Fiscal $ 5.750 (valor a ser pago pela Cia Paint a Cia Ink) Valor das Mercadorias: $ 5.000 Desconto Incondicional: ($ 300) Frete: $ 400 Seguro: $ 100 IPI: $ 550 Por fim, verifica-se no exemplo acima que o ICMS está na base de cálculo do IPI, uma vez que o adquirente da mercadoria irá revendê-la aos demais clientes. Assim, na seção de ICMS já foi discutida a questão do IPI constar na base de cálculo do ICMS. Caso seja necessário, retorne ao item referente a base de cálculo do ICMS Alíquotas As alíquotas do IPI são dadas pela TIPI (Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados). Essa tabela é estruturada em 21 Seções, 97 Capítulos, Posições, Subposições, Itens e Subitens calcadas na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM). Assim, o sujeito passivo do IPI deve classificar seus produtos na TIPI e, em caso de dúvida, deve formular consulta à Receita Federal do Brasil, disciplinado pela Instrução Normativa RFB 740/2007. Contabilização do IPI Recuperável É assegurado ao contribuinte, salvo disposição contrária expressa em lei, o direito de se creditar do imposto anteriormente cobrado na aquisição de insumos (matéria-prima, produtos intermediários e material de embalagem), empregados na industrialização de produtos tributados destinados à venda. Para creditar o IPI pago na aquisição de insumos, é necessário que este esteja destacado em documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco. O direito ao crédito será extinto após cinco anos contados da data de emissão do documentos fiscal. Como regra geral, se a saída for isenta, não tributada, ou com alíquota reduzida a zero, o crédito pela entrada deverá ser anulado por lançamento de estorno. Em casos especiais é permitida a manutenção do crédito do IPI, mesmo em saída isenta, não tributada ou de alíquota zero, a título de incentivo fiscal. Esse direito à manutenção do crédito deve estar expresso em lei federal. Além disso, tem direito ao crédito do IPI pago no desembaraço aduaneiro desde que a mercadoria importada esteja acompanhada de documentação fiscal hábil e que a saída do produto seja tributada. Os comerciantes atacadistas de insumos são equiparados facultativamente aos industriais. Se optarem pela equiparação nos termos do art. 9º a 11º do RIPI/2010 destacarão o IPI relativo à saída na Nota Fiscal. Essa equiparação foi criada com o objetivo de possibilitar o crédito do IPI pelos estabelecimentos industriais que adquirem insumos de comerciantes atacadistas. Se por ventura, o comerciante atacadista não optar pela equiparação a industrial, ainda é possível ao adquirente efetuar o crédito do IPI mediante a aplicação da alíquota a que estiver sujeito o produto sobre 50% (cinquenta por cento) do valor constante na respectiva nota fiscal (art. 227 do RIPI/2010). Desse modo, os insumos que forem utilizados no processo produtivo, que darão origem a produtos que serão vendidos tributados pelo IPI, quando de sua entrada na indústria serão registrados com os seus respectivos créditos, que serão recuperados na venda, sendo o procedimento semelhante ao de apuração do ICMS. Para elucidação, segue um exemplo: A Cia Ink, indústria de Tintas, para atender a um pedido da Cia Paint, uma distribuidora de tintas, adquiriu três matérias-primas, a prazo, as quais são importantes para o seu processo produtivo: solvente, pigmento e resina. O solvente e a resina foram adquiridos de uma indústria por R$ 700 e R$ 1.300 (IPI não incluso), respectivamente, com alíquotas de IPI de 5% em ambos. Já os pigmentos foram adquiridos de um atacadista por R$ 500. Embora não tenha sido destacado o IPI nessa nota fiscal, sabe-se que a alíquota de IPI para pigmentos é de 15%. Após isso, efetuou a venda dos produtos por R$ 4.000 (IPI não incluso), para recebimento a vista, com IPI de 10%. Por fim, assuma que a empresa não tenha quaisquer outros insumos de produção e que todos eles componham o custo do produto vendido. Os cálculos, contabilizações e demonstrações contábeis se dão como segue: Solvente Preço: R$ 700,00 IPI: 5% x R$ 700,00 = R$ 35,00 Valor a Pagar: R$ 735,00 Contabilização: D: Estoque de Matéria-Prima R$ 700,00 D: IPI a Recuperar R$ 35,00 C: Fornecedores R$ 735,00 Resina Preço: R$ 1.300,00 IPI: 5% x R$ 1.300,00 = R$ 65,00 Valor a Pagar: R$ 1.365,00 Contabilização: D: Estoque de Matéria-Prima R$ 1.300,00 D: IPI a Recuperar R$ 65,00 C: Fornecedores R$ 1.365,00 Pigmento Preço: R$ 500,00 IPI: 15% x R$ 500,00 = R$ 75,00 Valor a Pagar: R$ 500,00 Contabilização: D: Estoque de Matéria-Prima R$ 425,00 D: IPI a Recuperar R$ 75,00 C: Fornecedores R$ 500,00 Venda Preço: R$ 4.000,00 IPI: 10% x R$ 4.000,00 = R$ 400,00 Valor a Receber: R$ 4.400,00 Contabilização: D: Clientes R$ 4.400,00 C: Receita Bruta de Vendas R$ 4.400,00 D: IPI sobre Vendas R$ 400,00 C: IPI a Pagar R$ 400,00 Balanço E DRE Balanço Aquisição Venda Apuração IPI Pagto. Forn. Pagto IPI DRE Caixa 4.400 4.400 1.800 1.575 Receita 4.400 Estoque - MP 2.425 0 0 0 0 (-) IPI s/ Venda -400 IPI a Recuperar 175 175 0 0 0 (=) ReceitaLíquida 4.000 TOTAL ATIVO 2.600 4.575 4.400 1.800 1.575 (-) CPV -2.425 (=) Lucro Bruto 1.575 Fornecedores 2.600 2.600 2.600 0 0 IPI a Recolher 400 225 225 0 Lucro 1.575 1.575 1.575 1.575 TOTAL P+PL 2.600 4.575 4.400 1.800 1.575 Contabilização do IPI Não-Recuperável Conforme visto anteriormente, há possibilidade de tomada de crédito de IPI por estabelecimentos industriais ou equiparados apenas para matéria-prima, produtos intermediários e material de embalagem. Casos que tenham destaque de IPI, porém não sejam os materiais acima, como, por exemplo, imobilizado, materiais de escritório, produtos de limpeza, etc., não tem direito ao crédito. Já as empresas que não sejam contribuintes do IPI ou que tenham produtos não tributáveis não tem direito ao crédito das aquisições que venham destacado o IPI na nota fiscal. Todos esses casos devem lançar em estoques, imobilizado, custos, despesas com os valore de IPI, conforme exemplos abaixo: "A loja de departamentos Quick Sell, em determinado mês, adquiriu 50 computadores para revenda, por R$ 2.000 cada (IPI não incluso), além de um computador para o escritório do gerente do estabelecimento por $ 3.000 (IPI não incluso), a vista, com IPI destacado de 25%." Os lançamentos contábeis, como a empresa não possui o direito ao crédito em nenhuma dessa transações, uma vez que não é contribuinte do imposto, ficariam: Computador para o Gerente (Imobilizado) Cálculo IPI: R$ 3.000 x 25% = R$ 750,00 D: Imobilizado - Computador R$ 3.750 C: Caixa R$ 3.750 Computador para Revenda (Estoque) Cálculo IPI: 50 unid. x R$ 2.000 x 25% = R$ 25.000 D: Estoque para Revenda* R$ 125.000 C: Caixa R$ 125.000 * o custo da unidade ficará em $ 2.500 devendo ser utilizado esse valor na ficha de controle de estoque Outro exemplo: A Cia Ink, indústria de tintas, adquiriu $ 200 (IPI não incluso) em produtos de limpeza, a vista, com destaque de IPI de 12%". Embora a empresa seja contribuinte do IPI, ela não possui o direito ao crédito nessa transação, uma vez que o produto não é classificado como matéria-prima, material de embalagem ou material intermediário, os lançamentos contábeis ficariam: Produtos de Limpeza Cálculo IPI: R$ 200 x 12% = R$ 24,00 D: Estoque Almoxarifado R$ 224,00 C: Caixa R$ 224,00 Reflexão: Nessa unidade foram visitados os conceitos de fato gerador, alíquotas e base de cálculo do IPI e ISS. Apesar de existirem leis gerais federais para todos esses tributos, o ISS deve respeitar também os códigos tributários e/ou regulamentos dos Municípios. Assim sendo, existem guerras fiscais entre os entes federativos, visto que a arrecadação não é centralizada pela União. Em comum, IPI e ISS são tributos indiretos (cobrados nos elos das cadeias produtivas e de comercialização) e possuem não incidência nas exportações de produtos e serviços. O IPI possui método não cumulativos, enquanto o ISS possui modelo cumulativo. Atividade 1: O ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) é de competência: a) dos Estados b) da União c) dos Municípios d) dos Municípios e do Distrito Federal e) dos Estados e do Distrito Federal 2) Julguem os itens abaixo acerca do ISSQN e assinale a alternativa correta: I - A alíquota mínima de ISSQN é de 1%; II - A alíquota máxima de ISSQN é de 5%; III - O contribuinte é o tomador do serviço; a) Somente a I é verdadeira b) Somente a II é verdadeira c) Somente a III é verdadeira d) Somente a I e II são verdadeiras e) Somente a II e III são verdadeiras 3) No que se refere aos tributos brasileiros, qual deles incide sobre os produtos industrializados nacionais e estrangeiros no momento do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira, ou a saída do produto do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial? a) ITR b) IPI c) ICMS d) IPVA e) ISS 4) A Cia Máquina de Ferro é uma indústria que tem como produto principal o Ferrão. O Ferrão possui uma matéria-prima principal, o Ferrim. Ele pode ser adquirido da Indústria Ferrolho S.A. ou da Steel Seller Ltda, que é uma comercial distribuidora. A Cia Máquina de Ferro está interessada em saber qual dos dois fornecedores ela deve comprar, pois existe diferença de preço e tributação (IPI). A Indústria Ferrolho vende o produto por R$ 100, mais IPI de 10%. Já a distribuidora Steel Seller vende por R$ 110. Considerando essas informações e desprezando outros tributos, é correto afirmar que: a) Mais vantajoso adquirir da Indústria Ferrolho, pois o custo da mercadoria é de R$ 100,00 e o IPI é recuperável em $ 10,00. Já adquirindo da distribuidora Steel não há possibilidade de obter credito. b) Não há qualquer diferença em comprar dos referidos fornecedores, uma vez que o preço para a Cia Máquina de Ferro é o mesmo em ambos (R$ 110,00). c) Mais vantajoso adquirir da distribuidora Steel, pois mesmo que ela não tenha crédito de IPI destacado da nota, há possibilidade de tomar R$ 11,00 de crédito (10% x R$ 110,00). d) Mais vantajoso adquirir da distribuidora Steel, pois mesmo que ela não tenha crédito de IPI destacado da nota, há possibilidade de tomar R$ 5,50 de crédito (5% x R$ 110,00). e) Mais vantajoso adquirir da Indústria Ferrolho, pois o custo da mercadoria é de R$ 100,00 e o IPI é recuperável em $ 10,00, mesmo que adquirindo da distribuidora há possibilidade de obter credito de R$ 5,50 (5% x R$ 110,00). Aprenda mais Leia os textos abaixo sobre ISS: Lei Complementar 116/2003: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm ISSQN e o Local da Prestação: http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/5c9o/issqn-e-o-local-da- prestacao-de-servico-uma-nova-visao-jurisprudencial-fernando-martins-de-sa Conflito entre municípios: http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=21 5777&key=4387478 Veja os vídeos sobre ISS: - ISS e o Direito Tributário: https://www.youtube.com/watch?v=Maoui4qw3Dc - Local do Pagamento: https://www.youtube.com/watch?v=jPEbW4_IgHU - Local do Fato Gerador: https://www.youtube.com/watch?v=VCN342xT1ZA Leia os textos abaixo sobre IPI: Princípios gerais do IPI: http://www.valortributario.com.br/ipi/aspectos-gerais- do-ipi.htm IPI e Receita Federal: http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso- rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/ipi IPI sobre importação de veículos por pessoa física: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=309265 Veja os vídeos sobre IPI: IPI: https://www.youtube.com/watch?v=14Q57bhECOA IPI na base do ICMS: https://www.youtube.com/watch?v=IIlpf1TXKYE Crédito de IPI: https://www.youtube.com/watch?v=VUiJXmoEt68 Referências: BRASIL. Constituição, 1988 BRASIL. Lei Complementar 116, 2003. BRASIL. Decreto Lei 7.212, 2010. FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 14 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 8 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C.A; ALENCAR, R. C.; Contabilidade tributária - entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das empresas. São Paulo: Atlas, 2010. Na próxima unidade Na próxima unidade será visto o Imposto sobre Circulaçãode Mercadorias e Serviços, o ICMS. Serão tratados, tanto a forma convencional de tributação, com seu modelo não-cumulativo, bem como o modelo de Substituição Tributária. Unidade 2. Tributos sobre a Comercialização de Mercadorias Introdução O ICMS é um imposto de responsabilidade dos Estados brasileiros que, quando somadas suas arrecadações, se constitui no tributo com maior arrecadação no país. Ele possui amparo na Constituição Federal, mais precisamente no artigo 155, e é regulamentado pela Lei Complementar 87 de 1996, conhecida também como Lei Kandir (feita pelo então ministro do Planejamento Antonio Kandir). Assim, de modo geral, as empresas que produzem e/ou comercializam produtos estão sujeitos a esse imposto, como também as que fornecem alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares, além das empresas de transportes interestadual e intermunicipal. Assim sendo, esse tributo impacta inúmeros produtos comercializados e, consequentemente, os seus preços de venda, sendo necessários seu conhecimento e gestão eficazes para competitividade da empresa. O regime de Substituição Tributária para o ICMS, assim como o próprio ICMS, também está previsto constitucionalmente. A Substituição Tributária para frente nada mais é do que a atribuição de uma obrigação tributária de responsável pelo recolhimento a um sujeito, cujo fato gerador ocorra em momento posterior. Assim, ocorre uma antecipação do referido tributo para os Estados por um terceiro ao invés do contribuinte de fato. Além disso, tem-se a Substituição Tributária para trás, a qual acontece quando o recolhimento é diferido para um momento futuro e a Substituição Tributária Concomitante, quando um contribuinte é responsável por recolher o imposto por outro em operações que ocorrem em conjunto. ICMS: Imposto sobre Circulação sobe Mercadorias e Serviços Apesar de já ter sido atribuído no subtítulo dessa unidade o que significa a sigla ICMS, seu nome é ligeiramente maior. Assim, o ICMS é, de fato,um imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. Antigo ICM – Imposto de circulação de mercadorias – hoje o tributo tem a nomenclatura extensa conforme o título acima, e tem a incidência em maior números de atividades e muito mais amplo e complexo, assim como, os CFOP (Código Fiscal de Operações e Prestações) que foi amplamente modificado e muito mais detalhado, para que o fisco tivesse maiores mecanismos para acompanhamento e fiscalização. Anteriormente a Constituição Federal de 1988, o tributo que incidia sobre energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais era o Imposto Único Federal e pela Emenda Constitucional nº 3/93, os quais foram incluídos na incidência do ICMS juntamente com os serviços de telecomunicações. A nível federal passou a ser cobrado a CIDE (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) que são contribuições regulatórias, utilizadas como instrumento de política econômica para enfrentar determinadas situações que exijam a intervenção da União na economia do país. Disposições Gerais No que tange à legislação, cada estado possui uma regulamentação específica, devendo acompanhar os termos das normas gerais, os quais são dados pela Lei Complementar nº 87/96, também conhecida como Lei Kandir, em referência ao nome de seu autor, o ex-deputado federal Antônio Kandir, durante a sua gestão como Ministro do Planejamento do Governo Fernando Henrique Cardoso. Inicialmente, a Constituição Federal de 1988 dá os primeiros parâmetros do ICMS, os quais seguem abaixo, conforme artigo 155: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: ... II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; ... § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; Assim, a partir desse trecho, são extraídas as características essenciais do ICMS: a não-cumulatividade e a seletividade em função da essencialidade dos bens e serviços, de modo que alíquotas maiores poderão ser aplicadas aos produtos considerados supérfluos. A não-cumulatividade é efetuada compensando a incidência de ICMS das vendas deduzido a incidência das compras e demais créditos pertinentes (os quais serão vistos adiante). Para exemplificar essa situação, tem-se a tabela abaixo: MÊS COMPRAS VENDAS SALDO DE ICMS VALOR ICMS (18%) VALOR ICMS (18%) NO MÊS ACUMULADO REC OLHER Agosto 400.000 72.000 500.000 90.000 -18.000 -18.000 Setembro 500.000 90.000 350.000 63.000 27.000 27.000 0 Outubro 450.000 81.000 400.000 72.000 9.000 36.000 0 Novembro 220.000 39.600 300.000 54.000 -14.400 21.600 0 Dezembro 200.000 36.000 400.000 72.000 -36.000 0 -14.400 TOTAL 1.770.000 318.600 1.950.000 351.000 -32.400 84.600 -32.400 Conforme a tabela acima, no mês de Agosto a empresa efetuou compras de $ 400.000 e vendas de $ 500.000, ambas com ICMS de 18%. Portanto, deve recolher $18.000 de ICMS referente ao mês de agosto. Porém, em setembro, adquiriu $ 500.000 de mercadorias e vendeu apenas $ 350.000, acumulando um crédito de $ 27.000. No mês seguinte a mesma situação voltou a ocorrer, compras superiores às vendas, agora acumulando mais $ 9.000, atingindo o total de $ 36.000. Em Novembro, com vendas de $ 300.000 e compras de $ 220.000, havia um saldo de ICMS a recolher de $ 14.400. Porém, como a empresa tinha créditos não precisou recolher qualquer valor ao fisco, deduzindo de seus créditos acumulados. Por fim, em dezembro saldo de ICMS do mês foi de $ 36.000 a pagar, mas como tinha créditos de $ 21.600, efetuou o pagamento de apenas $ 14.400. Ainda sobre a não-cumualtividade, o texto da lei diz que, mesmo que a mercadoria tenha sido vendida por outro Estado da Federação, o crédito entre as empresas deverá ser mantido. Porém, caso o produto a ser vendido tenha isenção ou não-incidência do ICMS o crédito deverá ser anulado. Exceção se faz à exportação de produtos, a qual tem saída imune de ICMS, mas o exportador pode efetuar a manutenção do crédito, conforme art. 150, § 2º, X, "a", conforme redação dada pela Emenda Constitucional nº 42 de 2003: "X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;" (grifo nosso). Sobre quem deve pagar o ICMS, ou seja, quem é contribuinte do imposto, o artigo 4º da Lei Complementar 87/96 diz que pode ser pessoa física ou jurídica, a qual realize operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicaçãode forma habitual ou que o volume da transação caracterize o intuito de comercialização. Porém, mesmo sem habitualidade ou intuito comercial, ainda no parágrafo único artigo 4º da Lei Complementar 87/97, diz que são contribuintes do ICMS, quem: importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; seja destinatário de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados; adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à industrialização. Conhecidos os contribuintes e os questões gerais sobre o ICMS, percorre-se agora a metodologia do cálculos. Em Direito tributário, a base de cálculo é a grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar. Assim, nas próximas duas seções serão percorridos tanto a base de cálculo quanto as alíquotas do ICMS, respectivamente. Base de Cálculo Conforme o artigo 2º da Lei 87/96, bem como seu § 1º, o ICMS incide sobre a circulação de mercadorias ou à prestação de determinados serviços, como segue: operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; prestações de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicações e telecomunicações; entradas de mercadorias, importadas no estabelecimento de con- tribuinte, comercial, industrial ou produtor, e ainda que se trate de mercadoria para consumo ou bem do ativo imobilizado; fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares. sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; sobre a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. Porém, não há incidência nos produtos, serviços ou operações abaixo, mesmo existindo o fato gerador: operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, quando destinados à industrialização ou à comercialização; operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie; operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do inadimplemento do devedor; operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário; operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. Dada a incidência e a não-incidência de ICMS, a sua base de cálculo depende do tipo de operação que será tributada. O quadro a seguir resume o que deve conter a base de cálculo, que, em suma, é o valor da operação: Operação Base de Cálculo 1) Saída de Mercadorias - O valor da Operação 2) Fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento - O valor da Operação, compreendendo mercadorias e serviços 3) Prestação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação - O preço do serviço 4) Fornecimento de mercadoria com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios - Valor da Operação 5) Fornecimento de mercadoria com prestação de serviços compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na lei complementar aplicável - O preço corrente da mercadoria fornecida ou empregada 6) Importação de bens e mercadorias - O valor da mercadoria ou bem constante dos documentos de importação*, adicionados do Imposto de Importação, do IPI, do IOF e de quaisquer outros impostos, taxas, contribuições e despesas aduaneiras * Art 14 da LC 87/96: o preço de importação expresso em moeda estrangeira será convertido em moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do imposto de importação, sem qualquer acréscimo ou devolução posterior se houver variação da taxa de câmbio até o pagamento efetivo do preço. Assim, o valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do imposto de importação, nos termos da lei aplicável, substituirá o preço declarado. Para tentar desmistificar os itens 4 e 5 da tabela acima, que tratam de mercadorias com prestação de serviços, serão trazidos algumas explicações adicionais. Ressalta-se que mais adiante serão explanados os conceitos referentes ao ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza). A lei que regula essa imposto possui uma lista de 40 serviços que devem ser tributadas por ele. Quando ocorrer a prestação de serviços e, de forma conjunta, fornecerem mercadorias, a regra geral é de que sejam ambos (serviços e mercadorias) tributados pelo ISS. Porém, alguns itens, são tributados pelo ISS apenas o que for referente aos serviços e os materiais são tributados pelo ICMS, quando for o caso: 7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). Por fim, dadas as incidências e os fatos geradores, o § 1º do artigo 13 da Lei Complementar 87/96 diz que a base de cálculo do ICMS: I - o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle; II - o valor correspondente a: a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição; b) frete, caso o transporte seja efetuado pelo próprio remetente ou por sua conta e ordem e seja cobrado em separado.O parágrafo segundo (§ 2º do artigo 13 da LC 87/96) diz que o IPI não integrará a base de cálculo do ICMS quando a operação for relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização. Assim, caso a mercadoria seja destinada a alguém que utilizará a mercadoria, o IPI deve integrar a base de cálculo do ICMS. Para melhor explicação, segue o exemplo: A Cia Ink, indústria de Tintas, vende baldes de tintas por $ 5.000 para a Cia Paint, comércio atacadista de tintas, para pagamento em 45 dias. Nessa mesma nota fiscal, destaca que está sendo cobrado frete de $ 400, seguros de $ 100, e desconto (dado em nota fiscal) de $ 500. Além disso, há $ 550 de IPI (10% da sua base de cálculo) e que a alíquota de ICMS é de 18%. Por fim, ao emitir o boleto para a Cia Paint, a Cia Ink coloca o seguinte adendo: "caso o boleto seja pago em 20 dias, deduzir o valor de $ 500". Assim, tem-se que: Valor das Mercadorias: $ 5.000 Desconto Incondicional: ($ 300) Desconto Condicional: ($ 500) - Caso o cliente faça o pagamento em 20 dias após a compra Frete: $ 400 Seguro: $ 100 IPI: $ 550 Agora, com os valores em mãos, pode-se verificar quais deles comporão a base de cálculo do ICMS. Como já dito na LC 87/96, o valor das mercadorias, bem como os seguros e fretes estão inclusos na base do ICMS. Já o desconto dado para pagamento antecipado, configura-se como um desconto condicional, e o desconto dado em nota fiscal é um desconto incondicional. Por fim, o IPI não integrará a base de cálculo do ICMS, uma vez que a Cia Paint irá revender essas mercadorias (tintas) para outros estabelecimentos varejistas, pessoas físicas e demais usuários das tintas. BOX DE CONEXÃO: Descontos Condicionais e Incondicionais - http://www.portaltributario.com.br/artigos/diferenca-entre-desconto- incondicional-e-desconto-condicional.htm Assim, tem-se a base de cálculo do ICMS em $ 5.200: Valor das Mercadorias: $ 5.000 Desconto Incondicional: ($ 300) Frete: $ 400 Seguro: $ 100 Base de Cálculo ICMS: $ 5.200 Alíquota de ICMS: 18% ICMS: $ 936 Total da Nota Fiscal $ 5.750 (valor a ser pago pela Cia Paint a Cia Ink) Valor das Mercadorias: $ 5.000 Desconto Incondicional: ($ 300) Frete: $ 400 Seguro: $ 100 IPI: $ 550 Atenção especial deve ser tomada quando um estabelecimento industrial (contribuinte do IPI) for realizar uma venda para algum consumidor final do produto, podendo ser uma pessoa física, uma prefeitura, uma instituição religiosa, ou, até mesmo, uma outra empresa, os quais irão utilizar o bem. Ou seja, essa mercadoria não será objeto de revenda ou de insumo para a industrialização de outro produto. Assim, sempre que uma adquirir uma mercadoria para "uso e consumo" ou para integrar o imobilizado, a indústria vendedora deve calcular o ICMS com IPI adicionado em sua base de cálculo. BOX EXPLICATIVO: Os materiais de uso e consumo caracterizam-se por não se agregarem, fisicamente, ao produto final, sendo meramente utilizados nas atividades de apoio administrativo, comercial e operacional. São exemplos os produtos de alimentação do pessoal, materiais de escritório, produtos de higiene, peças para manutenção predial e de máquinas, lâmpadas para utilização nos prédios administrativos, etc.) Exemplo: a Cia Clean é uma indústria de produtos de limpeza a qual vende, tanto para atacadistas e varejistas que revendem as mercadorias, quanto para pessoas e empresas que estão dispostas a comprar diretamente dela para utilização em suas casas e estabelecimentos comerciais. Sabe-se que o custo para produzir uma caixa de um determinado produto de limpeza é de $ 60 e que a empresa necessita de $ 22 para cobrir suas demais despesas e gerar lucro. Portanto, a empresa necessita de $ 82, líquidos dos tributos, para fazer frente aos seus gastos e satisfazer suas necessidades de retorno. A alíquota de ICMS do produto é de 18% e do IPI é de 10%. Sabe-se também que, em determinado mês, a Cia Clean efetuou as vendas abaixo. Operações 1) Sr. Paulo, vizinho da empresa que adquiriru uma caixa de produtos para LIMPAR sua casa 3) Cia LimpFácil, empresa revendedora de produtos de limpeza. Adquiriu as caixas para REVENDER em seu estabelecimento 2) Cia Boi Bom, açougue que adquiriu produtos para LIMPAR seu estabelecimento 4) Cia Puro Brilho, empresa revendedora de produtos de limpeza. Adquiriu as caixas para LIMPAR Seu estabelecimento Assim, nas operações 1, 2 e 4 o IPI integrará a base de cálculo do ICMS. Apenas no caso 3 o ICMS comporá a base de cálculo do IPI. Conforme os dados elencados anteriormente, tem-se os seguintes valores de ICMS e IPI. ICMS na Base do IPI (Caso 3) IPI na Base do ICMS (Casos 1, 2 e 4) Custo 60,00 Custo 60,00 Margem 22,00 Margem 22,00 Total Antes dos Impostos (TAI) 82,00 Total Antes dos Impostos (TAI) 82,00 Base do ICMS 100,00 Base ICMS 112,46883 TAI / (1 - Alíq. ICMS) [TAI x (1+Alíq. IPI)] / {1-[Alíq. ICMS x (1+Alíq. IPI)]} 82,00 / (1 - 0,18) = 100,00 [82 x (1 + 0,10)] / {1 - [0,18 x (1 + 0,10)]} [82 x (1,10)] / {1 - [0,18 x (1,10)]} [90,2] / {1 - [0,18 x (1,10)]} [90,2] / {1 - [0,198]} [90,2] / {0,802} = 112,46883 Valor do ICMS 18,00 Valor do ICMS 20,24439 Base ICMS x Aliq. ICMS Base ICMS x Aliq. ICMS 100,00 x 18% 112,46883 x 18% Base do IPI 100,00 Base do IPI 102,24439 TAI + ICMS TAI + ICMS 82,00 + 18,00 82,00 + 20,24439 Valor do IPI 10,00 Valor do IPI 10,22444 Preço da Mercadoria x Alíq. IPI Base do IPI x Alíq doIPI 100,00 x 10% = 10,00 102,24439 x 10% = 10,22444 Total Nota Fiscal 110,00 Total da Nota 112,46883 TAI + ICMS + IPI TAI + ICMS + IPI 82,00 + 18,00 + 10,00 = 110,00 82,00 + 20,24439 + 10,22444 = 112,46883 Demonstração de Resultado do Exercício Receita Total 110,00 Receita Total 112,47 (-) IPI -10,00 (-) IPI -10,22 (-)ICMS -18,00 (-)ICMS -20,24 (=) Receita Líquida 82,00 (=) Receita Líquida 82,00 (-) CMV -60,00 (-) CMV -60,00 (=) Lucro Bruto 22,00 (=) Lucro Bruto 22,00 Assim, nota-se que, quando o IPI integra a base do ICMS os valores pagos (valor da nota fiscal) pelo cliente são superiores, quando comparados aos valores pagos pelo cliente quando o ICMS integra a base do IPI. Seguindo os estudos sobre a base de cálculo, como já salientado, o ICMS também incide sobre os bens e mercadorias importados. Nessa operação, a base de cálculo inclui o valor dos produtos, o Impostos de Importação, o IPI, IOF e quaisquer outros tributos e despesas aduaneiras até o momento do desembaraço da mercadoria. Sobre o preço da mercadoria, ele será considerado o valor fixado pela autoridade aduaneira para base de cálculo do imposto de importação. Desse modo, segue o exemplo: A 'Cia Amassa & Dobra Ltda' é uma indústria que importou uma máquina para utilizar em seu processo produtivo de corte e dobra de metais. O valor acordado com o fabricante da máquina é de US$ 50.000. O câmbio utilizado no cálculo do Imposto de Importação foi de R$ 3,00, com alíquota de 10%. Além disso, foram cobrados 15% de IPI. Assim, a base de cálculo do ICMSfoi de: Produto: US$ 50.000 x R$ 3,00 R$ 150.000 Imposto de Importação (II): 10% R$ 15.000 IPI: 165.000 x 15% R$ 24.750 Base de Cálculo ICMS R$ 189.750 Cabe ressaltar que, caso exista gasto com frete do porto até a empresa, ele não integrará a base de cálculo do ICMS Importação, uma vez que o frete ocorrerá após o desembaraço aduaneiro. Alíquotas A alíquota interna nos estados normalmente é de 17%, embora alguns estados optam por 18% ou 19%, sendo assim, uma prerrogativa do próprio Estado. Embora o Senado Federal possa fixar alíquotas máximas para evitar abusos por parte dos governantes, atualmente isso não ocorre. Apenas a título de ilustração, seguem abaixo as alíquotas mais utilizadas no Estado de São Paulo, uma vez eu cada Estado da Federação poderá utilizar as suas, conforme as leis estaduais: I – operações internas ou que forem iniciadas no exterior: a) 18% como regra geral. b) 12% para transporte, ou casos especiais de redução de alíquota, que pode ser revogado à qualquer momento, caso da energia elétrica com consumo de até 200 kwh. c) 7% para gêneros alimentícios de primeira necessidade ou da cesta básica, tais como: arroz, feijão, charque, farinha de mandioca, etc, considerados essenciais por lei. d) 25% para telecomunicações, fornecimento de energia elétrica (nas contas acima de 200 kwh) e outras atividades econômicas indicadas em lei. e) 12% para pedra e areia (base construção civil). f) 12% para óleo diesel (base para transporte de mercadorias e pessoas em transportes coletivos). BOX DE CONEXÃO - no site do CONFAZ, existe uma listagem das alíquotas internas dos Estados: https://www.confaz.fazenda.gov.br/legislacao/aliquotas- icms-estaduais Dado que os Estados possuem o direito a indicar as alíquotas em suas operações internas, ou seja, que ocorrem dentro de seu território, quando ocorrem operações entre os Estados, as ditas interestaduais, as alíquotas foram fixadas pelo Senado Federal. A alíquota interestadual deverá ser utilizada nas operações que destinem bens e serviços a pessoas físicas ou jurídicas localizados em outro Estado. Assim, as alíquotas serão de: I – nas operações ou prestações interestaduais realizadas nas regiões Sul e Sudeste que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes localizados nos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo, 7% II – nas operações ou prestações interestaduais nos demais casos que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes localizados em quaisquer outras unidades da federação, 12%. Consultando a tabela abaixo, encontra-se, de maneira resumida, as alíquotas para serem praticadas envolvendo as diversas Unidades da Federação com relação a origem e destino dos produtos. Ainda para facilitar a compreensão das alíquotas de 7% e 12%, tem-se a figura abaixo: Desse modo, nota-se que a regra geral de alíquota interestadual é de 12%, exceção se faz quando Estados do Sul e Sudeste (exceto Espírito Santo) vendem para Estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, onde a alíquota será de 7%. Seguem exemplos para ilustrar essas situações: Estado Origem Estado Destino Alíquota São Paulo Rio de Janeiro 12% Santa Catarina Espírito Santo 7% Rio Grande do Sul Mato Grosso 7% Amazonas Pará 12% Bahia Rio Grande do Norte 12% Acre Paraná 12% Alagoas Minas Gerais 12% Por fim, ainda sobre as alíquotas interestaduais, para colocar fim à guerra fiscal dos portos, foi publicada a Resolução nº 13 do Senado Federal, em abril de 2012, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2013. Essa resolução fixa em 4% a alíquota interestadual de bens e mercadorias importadas que, após o desembaraço aduaneiro: a) não tenham sido submetidos a processo de industrialização; ou b) ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, reacondicionamento, renovação ou recondicionamento, resultem em mercadorias ou bens com Conteúdo de Importação (CI) superior a 40% (quarenta por cento). "CI" significa Conteúdo de Importação, que representa o percentual correspondente ao quociente entre o valor da parcela importada do exterior e o valor total da operação de saída interestadual da mercadoria ou bem submetido a processo de industrialização Conteúdo de Importação Valor total da saída interestadual: R$ 10.000,00 Valor da parcela importada do exterior: R$ 5.000,00 (R$ 5.000,00 ÷ R$ 10.000,00) x 100 = 50% Conteúdo de Importação: 50% O Conteúdo de Importação deverá ser recalculado sempre que, após sua última aferição, a mercadoria ou o bem objeto de operação interestadual tenha sido submetido a novo processo de industrialização. Considera-se: a) valor da parcela importada do exterior aquele da importação que corresponde ao valor da base de cálculo do ICMS incidente na operação de importação; e b) valor total da operação de saída interestadual o valor total do bem ou da mercadoria, incluídos os tributos incidentes na operação própria do remetente. FONTE: IOB Folhamatic A referida resolução salienta que não será utilizada a alíquota de 4% (utilizando as alíquotas de 7% e 12%, conforme verificado acima) quando: a) ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, reacondicionamento, renovação ou recondicionamento, resultem em mercadorias ou bens com Conteúdo de Importação (CI) inferior a 40% (quarenta por cento). b) aos bens e mercadorias importados do exterior que não tenham similar nacional, a serem definidos em relação a ser editada pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) ; c) aos bens produzidos em conformidade com os processos produtivos básicos de que tratam o Decreto-lei nº 288/1967 e as Leis nºs 8.248/1991, 8.387/1991, 10.176/2001 e 11.484/2007; e d) às operações que destinem gás natural importado do exterior a outros Estados. Cabe ressaltar que a alíquota de 4% deve ser utilizada somente nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior, de modo que o contribuinte não aplicará a referida alíquota nas operações de importação, a qual possui o mesmo tratamento das operações internas. BOX DE CONEXÃO: Saiba mais acessando: http://www.iob.com.br/documentos/cartilhaicms/pdf/aliquota_4_por_cento_jan eiro.pdf Para finalizar essa seção, há ainda de se tratar do Diferencial de Alíquota (DIFAL). Para fins de proteção do comércio regional dos estados, foi criado o pagamento do diferencial de alíquota que o estado destinatário cobrará de mercadorias destinadas a consumo próprio ou para o Ativo Imobilizado. O DIFAL será cobrado quando estiverem satisfeitas as seguintes premissas: a) Venda Interestadual b) Quando o destinatário for b.1 contribuinte que irá utilizar o bem como material de uso e consumo ou integrará o imobilizado b.2 não-contribuinte c) a alíquota interna do Estado destinatário for superior a alíquota interestadual Por exemplo, se uma empresa sediada em Goiás (contribuinte do ICMS) adquire um veículo, para utilizar na entrega de seus produtos aos seus clientes, de uma concessionária de veículos, localizada no Estado de Minas Gerais. Ao vender o veículo, a concessionária deve destacar a alíquota de 7% (alíquota interestadual que será recolhido para Minas Gerais). Supondoque a alíquota em Goiás seja de 17%, a empresa goiana deverá recolher o diferencial de alíquota de 10% (17% da alíquota interna de Goiás menos 7% da alíquota interestadual) sobre o preço do veículo para o Estado de Goiás. Esse procedimento era necessário apenas em vendas interestaduais destinadas a contribuintes do ICMS que fossem os consumidores finais dessa mercadoria, ou seja, se utilizassem como material de uso e consumo ou fosse incorporado ao imobilizado. Porém, a partir da Emenda Constitucional nº 87 de 2015, a qual alterou alguns itens do artigo 155, esse procedimento também passou a ser adotado para destinatários que não são contribuintes (consumidor final). Assim, a o quadro a seguir resume a alteração da referida Emenda Constitucional: Destinatário - Consumidor Final (PF ou PJ) Antes da EC 87/2015 Depois da EC 87/2015 Contribuinte do ICMS Alíquota Interestadual (Estado Remetente) + DIFAL (Estado Destinatário - PJ destinatária quem recolhe) Alíquota Interestadual (Estado Remetente) + DIFAL (Estado Destinatário - PJ destinatária quem recolhe) Não-Contribuinte do ICMS Alíquota Interna do Estado Remetente (ICMS todo arrecadado ao Estado Remetente) Alíquota Interestadual (Estado Remetente) + DIFAL (Estado Destinatário - PJ remetente quem recolhe) BOX EXPLICATIVO: Com a ascensão da internet, o comércio eletrônico tornou- se um dos principais focos de disputa entre os Estados. Isso porque o ICMS de mercadorias compradas pela internet ou por telefone, até agora, ficava integralmente com o Estado que abriga a loja virtual por causa da falta de legislação para regulamentar o consumo à distância. A distorção trazia mais arrecadação para Rio de Janeiro e São Paulo que abrigam a maioria dos sites de compra, e prejuízo para os demais Estados, principalmente do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. Mais detalhes em: http://www.valor.com.br/brasil/4375246/novas-regras-do-icms-no-comercio- eletronico-entram-em-vigor-hoje Assim, antes da EC 87/2015, os Estados remetentes ficavam com todo o ICMS quando uma empresa efetuava venda interestadual para consumidor final não- contribuinte (seja pessoa física ou jurídica) de outro Estado. A partir da EC 87/2015, esse valor passou a ser dividido entre os Estado, de modo que o Estado remetente fica com os recursos derivados da alíquota interestadual e o Estado destinatário com parcela referente ao diferencial de alíquota. A referida Emenda, visando não impactar de forma abrupta a arrecadação dos Estados, partilhou o DIFAL entre os Estados destinatários e remetentes da seguinte forma, conforme o artigo 99 das disposições transitórias da Constituição Federal de 1988: I - para o ano de 2015: 20% (vinte por cento) para o Estado de destino e 80% (oitenta por cento) para o Estado de origem; II - para o ano de 2016: 40% (quarenta por cento) para o Estado de destino e 60% (sessenta por cento) para o Estado de origem; III - para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino e 40% (quarenta por cento) para o Estado de origem; IV - para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para o Estado de destino e 20% (vinte por cento) para o Estado de origem; V - a partir do ano de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino. Para melhor entendimento, seguem os exemplos abaixo, os quais são transações envolvendo uma distribuidora de perfumes mineira, o qual tem alíquota interna de 18%: a) Vende perfumes por $ 1.000 para um varejista mineiro (não há DIFAL) b) Vende perfumes por $ 1.000 para um varejista de perfumes alagoano, o qual revenderá a mercadoria. Em Alagoas o ICMS sobre perfumes é de 23% (não há DIFAL) c) Vende perfumes por $ 1.000 para um varejista de perfumes alagoano, o qual entregará ao melhor funcionário do mês. Em Alagoas o ICMS sobre perfumes é de 23% (há DIFAL - cliente utilizará (uso e consumo) o produto e não o comercializará) d) Adquire imobilizado de um fabricante de maquinários paranaense por $ 20.000. A alíquota do imobilizado em MG é de 17%. (há DIFAL - ativo compõe o imobilizado) e) Vende perfumes por $ 1.000 para uma pessoa física paulista. Em São Paulo a alíquota do perfume é de 25%. (há DIFAL - venda para não contribuinte) Assim sendo, a tabela a seguir resume as transações e seus valores: Item Valor do Produto Estado Origem Estado Destino Alíquota Interestadual Alíquota Interna do Destinatário ICMS: Próprio ICMS: DIFAL Valor Total Pago A R$1.000,00 MG MG Não Há 18% R$ 180,00 Não Há R$1.000,00 B R$1.000,00 MG AL 7% 23% R$ 70,00 Não Há R$1.000,00 C R$1.000,00 MG AL 7% 23% R$ 70,00 R$ 160,00 R$1.160,00 D R$20.000,00 PR MG 12% 17% R$2.400,00 R$1.000, 00 R$21.000,0 0 E R$1.000,00 MG SP 12% 25% R$ 120,00 R$ 130,00 R$1.130,00 Ressalta-se que o valor do DIFAL é cobrado de forma adicional do ICMS Próprio (aquele que vai destacado na nota fiscal). Além disso, nos exemplos C e D quem recolhe o DIFAL é o destinatário, uma vez que é contribuinte do ICMS. Já no exemplo E quem recolherá o DIFAL é o remetente, visto que o destinatário é uma pessoa física e, portanto, um não-contribuinte do ICMS. Contabilização do ICMS Recuperável Como visto anteriormente, sabe-se que o ICMS é um imposto não cumulativo (art. 19 da LC 87/96), ou seja, o seu pagamento por um contribuinte deve ser compensado com o ICMS incidente em suas operações que possui direito ao crédito. Desse modo, faz-se necessário conhecer os itens que dão direito ao crédito, para que a empresa pague o valor justo de ICMS. Porém, para se creditar do valor recolhido na fase anterior é necessário tomar alguns cuidados básicos: a) que o ICMS esteja corretamente destacado em documento fiscal hábil, como o atendimento de todas as exigências da legislação pertinente; b) que o documento fiscal hábil seja emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco; c) que o documento fiscal hábil seja escriturado no respectivo livro Registro de Entradas. BOX EXPLICATIVO: Empresas que adquirem produtos de empresas optantes pelo SIMPLES Nacional também possuem direito ao crédito, desde que destinadas à comercialização ou industrialização e observado, como limite, o ICMS efetivamente devido pelas optantes pelo Simples Nacional em relação a essas aquisições, conforme Art. 23 e seus parágrafos da LC 123/2006. Sempre vale recordar que é vedado o crédito relativo a mercadoria que, quando da sua saída ou a prestação subseqüente, não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto a destinada ao exterior. Também não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas. Além disso, o LC 87/96 diz que deverá ser efetuado o estorno do crédito de ICMS sempre que a mercadoria vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento, perecer, deteriorar ou extraviar. Os Estados defendem que o crédito do ICMS segue o princípio do "crédito físico", ou seja, só terá direito ao crédito a mercadoria que completa a circulação na empresa (entra tributada e sai tributada). De modo que somente terá direito ao crédito as mercadorias a serem revendidas e os insumos que integram o produto final ou que se consomem no processo produtivo.Porém, a LC 87/96 estendeu esse benefício do crédito aos ativos imobilizados. Além desses itens, as empresas podem se creditar de valores de ICMS referentes a serviços de transporte, de comunicação e de energia elétrica. A maneira como isso ocorre será visto a seguir. Crédito de Insumos da Produção ou Comercialização de Mercadorias Como dito anteriormente, a empresa pode tomar crédito de insumos do processo produtivo, bem como de aquisição de mercadorias destinadas a comercialização. Desse modo, os estoques devem ser contabilizados líquidos do ICMS, uma vez que serão recuperáveis. Segue exemplo abaixo para ilustrar essa questão: "Em 27/02/20X0 a distribuidora Alpha realizou compra a prazo, sendo que adquiriu 300 peças de mercadorias ao preço total de $ 1.500,00, a serem pagos em 10/03/20X0, já incluído ICMS de 18%. Após isso, revendeu 250 mercadorias, em 28/02/20X0 por $ 2.000 a vista, também com ICMS de 18%. Apure se haverá pagamento de ICMS referente a fevereiro/X0 e, em caso positivo, o pagamento deverá ser feito em 15/03/20X0". A compra foi feita por R$ 1.500,00 e foram destacados 18% de ICMS, perfazendo R$ 270,00, o que, sendo excluído do produto, obtém-se custo com o produto de R$ 1.230,00 para 300 peças. Desta maneira, o custo do estoque será apurado conforme a ficha de estoque abaixo: Data Histórico Entrada Saída Saldo Valor Total Valor Unitário 27/02/20X0 Compra 300 0 300 1.230,00 4,10 A venda foi realizada por R$ 2.000,00 e foram destacados 18% de ICMS, perfazendo R$ 360,00, o que, sendo excluído do produto, obtém-se a receita líquida do produto de R$ 1.640,00 para 250 peças. Como foram vendidas 250 peças, há necessidade de dar baixa da ficha de controle de estoques das referidas mercadorias. Desta maneira, o custo do estoque será apurado conforme a ficha de estoque abaixo: Data Histórico Entrada Saída Saldo Valor Total Valor Unitário 27/02/20X0 Compra 300 0 300 1.230,00 4,10 28/02/20X0 Venda 0 50 50 205,00 4,10 CVM 250 x 4,10 = 1.025,00 Por fim, há de se fazer a apuração do ICMS para o mês de fevereiro/20X0: Débitos: $ 360,00 Créditos: $ 270,00 ICMS a Recolher $ 90,00 As contabilizações ocorrem como segue abaixo: Na aquisição: D: Estoque de Mercadorias R$ 1.230,00 D: ICMS a Recuperar R$ 270,00 C: Fornecedores R$ 1.500,00 Na venda: D: Caixa R$ 2.000,00 C: Receita de Vendas R$ 2.000,00 D: CMV R$ 1.025,00 C: Estoque de Mercadorias R$ 1.025,00 D: ICMS sobre Receita R$ 360,00 C: ICMS a Recolher R$ 360,00 Na apuração do valor a recolher de ICMS D: ICMS a Recolher R$ 270,00 C: ICMS a Recuperar R$ 270,00 Pagamento do ICMS D: ICMS a Recolher R$ 90,00 C: Caixa R$ 90,00 Dados os lançamentos, segue abaixo como fica o balanço a cada um dos referidos lançamentos: Balanço Aquisição Venda Apuração ICMS Pagto Forn Pagto ICMS DRE - Fevereiro/X0 Caixa 2.000 2.000 500 410 Receita 2 000 Estoque 1.230 205 205 205 205 (-) ICMS s/ Venda - 360 ICMS a Recuperar 270 270 0 0 0 (=) Receita Líquida 1 640 TOTAL ATIVO 1.500 2.475 2.205 705 615 (-) CMV - 1025 (=) Lucro Bruto 6 15 Fornecedores 1.500 1.500 1.500 0 0 ICMS a Recolher 360 90 90 0 Lucro 615 615 615 615 TOTAL P+PL 1.500 2475 2205 705 615 Crédito do Ativo Imobilizado A Lei Complementar 87/96 autorizou o crédito para ativo imobilizado (na lei, ainda tem-se a denominação de "ativo permanente"). Porém, essa apropriação deve ocorrer na razão de 1/48 mensais (um quarenta e oito avos por mês) a partir do mês que ocorrer a entrada do ativo no estabelecimento, conforme a alteração da referida LC pela Lei Complementar 102 de 2.000. Segue um exemplo: Valor de aquisição de máquina. R$ 100.000,00 Valor do ICMS (12%) R$ 12.000,00 em 01/01/20X0 R$ 12.000,00 / 48 = R$ 250,00 x 12 = R$ 3.000,00 por ano ATIVO CIRCULANTE....................= R$ 3.000,00 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO = R$ 9.000,00 No caso de alienação (venda) do ativo que gerou o crédito do ICMS antes do total aproveitamento dos créditos, o valor dos referidos créditos não utilizados voltam a compor o custo do ativo imobilizado e, após isso, dá-se a baixa pela venda. Também pode ocorrer que, de acordo com o inciso II, parágrafo 5º do art. 20 da Lei Complementar nº 102/2000, não se admite o credenciamento de parcelas, em relação a proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total de operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período. Por exemplo, no caso da empresa acima citada no exemplo anterior, ela possui o direito ao crédito de R$ 250,00 mensais. Se, num determinado mês, ela faturou R$ 10.000, sendo R$ 8.000 de vendas tributadas e R$ 2.000 de vendas isentas. Admita que a alíquota de ICMS de suas vendas seja de 15% e que a empresa não tenha outros créditos além do referido imobilizado. Assim, tem-se que - Débito: ICMS sobre vendas = 8.000 x 15% = 1.200 - Créditos: ICMS Imobilizado = 250 x (8.000 / 10.000) = 200 - Valor a Pagar de ICMS = 1.000 O valor do crédito não utilizado de R$ 50,00 (R$ 250 - R$ 200) será integrado ao ativo imobilizado e depreciado conforme a metodologia adotada pela contabilidade. Por fim, ressalta-se que em casos de imobilizados que não forem utilizados na produção ou na comercialização como, por exemplo, veículos utilizados pela diretoria, é vedado o crédito do ICMS. Crédito de Energia Elétrica No que se refere à energia elétrica, a LC 102/2000 alterou o artigo 33 da LC 87/96, restringindo o seu crédito para apenas três hipóteses: II – somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no estabelecimento: a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica; b) quando consumida no processo de industrialização; c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais; Desse modo, as empresas poderão se creditar apenas se tem como objeto social a comercialização de energia elétrica, as empresas exportadoras e as empresas industriais. Para exemplificar, imagine uma nota fiscal de energia elétrica no valor de $ 5.000, com ICMS destacado de $ 1.000. Admita que a empresa tenha vendido 70% de suas mercadorias para o exterior (saída isenta), no valor de R$ 70.000, e as demais vendas todas tributadas, no valor de R$ 30.000, com ICMS de 12%, considerando a inexistência de outros créditos: - Débitos de ICMS: $ 30.000 x 12% = $ 3.600 - Créditos de ICMS Energia Elétrica: $ 1.000 x 70% = $ 700 - ICMS a Recolher = $ 3.600 - $ 700 = $ 2.900 No que se refere à contabilização desse evento, a despesa/custo deve estar líquido do ICMS que for recuperável. Desse modo, tem-se que: D: Custo Energia Elétrica R$ 4.300 D: ICMS a Recuperar R$ 700 C: Caixa R$ 5.000 Crédito de Serviços de Comunicação No que tange aos Serviços de Comunicação tomados pelo estabelecimento, até o ano de 2000, permitia o crédito referente aos serviços utilizados na industrialização e na comercialização. Porém, a LC 102/2000 restringiu essa possibilidade, adicionando no artigo 33 da LC 87/96: Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte: IV – somente dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação utilizados pelo estabelecimento:(Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza; b) quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais. Assim, somente poderá se creditar desse ICMS quando for exportador e, ainda sim, na proporção da suas saídas exportadas sobre o montante de saídas totais. Por exemplo: Uma nota fiscal de serviços de telecomunicações no valor de $ 4.000, com ICMS destacado de $ 1.000. Admita que a empresa tenha vendido 60% de suas mercadorias para o exterior (saída isenta), no valor de R$ 60.000, e as demais vendas todas tributadas, no valor de R$ 40.000, com ICMS de 12%, considerando a inexistência de outros créditos: - Débitos de ICMS: $ 40.000 x 12% = $ 4.800 - Créditos de ICMS Comunicação: $ 1.000 x 60% = $ 600 - ICMS a Recolher = $ 4.800 - $ 600 = $ 4.200 No que se refere à contabilização desse evento, a despesa deve estar líquida do ICMS que for recuperável. Desse modo, tem-se que: D: Despesa Telecomunicação R$ 3.400 D: ICMS a Recuperar R$ 600 C: Caixa R$ 4.000 Crédito de Serviços de Transporte Na hipótese de algum contribuinte do ICMS for o tomador do serviço de transporte (frete) que estejam ligados à produção ou à comercialização de seus produtos, ele tem o direito ao crédito desse valor. Desse modo, são permitidos créditos de ICMS tanto para fretes contratados pelo contribuinte para aquisição de seus insumos e mercadorias, bem como pela entrega de seus produtos. Assim sendo, não haverá direito ao crédito caso o frete tenha como objeto materiais de uso e consumo e de imobilizados que não estejam ligados aos processo produtivo ou com a comercialização. Porém, os Estados divergem quanto à base de cálculo do serviço de transporte, de modo que inviabiliza a explanação de um exemplo abrangente. Contabilização do ICMS Não-Recuperável Embora a legislação diga que o ICMS é um imposto não-cumulativo, como já foi visto anteriormente, em diversos itens não há possibilidade de se creditar do ICMS destacado nas notas fiscais. Por exemplo: a) materiais de uso e consumo b) imobilizado não destinado à produção e à comercialização c) venda de produtos imunes e isentos devem ter créditos estornados (exceto exportação) d) mercadoria extraviada, perecida ou deteriorada e) energia elétrica de empresas não industriais ou não exportadoras f) despesas de comunicação de empresas não exportadoras Para melhor esclarecer, segue um exemplo: "O açougue Meat&Beef, em determinado mês, adquiriu um computador para o escritório do gerente do estabelecimento por $ 1.000, a vista, com ICMS destacado de 25% ($ 250,00). Além disso, adquiriu $ 200 em produtos de limpeza, a prazo, com destaque de ICMS de 12% ($ 24), de outro Estado, sendo obrigado ao recolhimento de DIFAL, uma vez que a alíquota interna dos referidos produtos em seu estado é de 17%. Por fim, teve despesas de energia elétrica de $ 2.000, com ICMS destacado de 25% ($ 500)". Os lançamentos contábeis, como a empresa não possui o direito ao crédito em nenhuma dessa transações, ficariam: Computador D: Imobilizado - Computador R$ 1.000 C: Caixa R$ 1.000 Produtos de Limpeza D: Estoque - Almoxarifado R$ 210 C: Fornecedores R$ 200 C: DIFAL a Recolher R$ 10 [200 x ( 17% - 12%)] Energia Elétrica D: Despesa Energia Elétrica R$ 2.000 C: Energia Elétrica a Pagar R$ 2.000 Substituição Tributária do ICMS (Operação Subsequente) A substituição tributária está prevista desde o Código Tributário Nacional, em seus artigos 121 e 128, sobre sujeito passivo e a responsabilidade tributária, como segue: "Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. ... Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação." Além disso, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 155, § 2º, XII diz que cabe à lei complementar dispor sobre a substituição tributária. E, assim, a LC 87/96, em seu artigo 6º disse que os Estados poderão efetuar o processo de substituição tributária, conforme segue: "Art. 6o Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário. (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) § 1º A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subseqüentes, inclusive ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, que seja contribuinte do imposto." Assim, os Estados, com o objetivo de facilitar a arrecadação e fiscalização dos seus tributos implantaram a prática de substituição tributária. Os primeiros atos dessa natureza ocorreram ainda na década de 70, logo nos primeiros anos de vigência do ICM, em produtos como cigarro, cervejas e refrigerantes. Como dito pela LC 87/96, existem três tipos de substituição tributária: a) antecedente: é a "substituição para trás", surge quando o fato gerador ocorreu no passado, embora não tenha sido recolhido, sendo exigido após a ocorrência do fato gerador. Chamado também de “diferimento” b) concomitante: é aquela que impõe a obrigação do recolhimento a outro contribuinte de uma operação que ocorre de forma simultânea. O caso mais emblemático é quando uma empresa contrata um transportador para entregar uma mercadoria por sua ordem e recolhe o ICMS do transporte em nome da referida transportadora. c) subsequente: é a substituição tributária "para frente", a qual impõe a responsabilidade num contribuinte em arrecadar o ICMS de operações subsequentes até o consumidor final. Esse tipo é o objeto dessa seção. Desse modo, a substituição tributária do ICMS de operações subsequentes, como já salientado, é a antecipação do recolhimento do ICMS de operações que ainda ocorrerão. Assim, após um dos elos da cadeia efetuar esse recolhimento, os demais não mais recolherão o ICMS. Para melhor entendimento, segue o exemplo: A cadeia de refrigerantes é colocada abaixo, sendo que o lote padrão é de 1.000 unidades. A indústria A é a produtora da bebida que a vende para a indústria B que faz o envasamento e vende ao atacadista que, por sua vez, revende aos varejistas e esse, consequentemente, aos consumidores finais. A alíquota de ICMS de toda a cadeia é de 25%, tributada a cada elo, de modo que se tem o valor arrecadado, conforme abaixo: Fases Valor de Aquisição (Custo) ICMS (25%) Valor de Venda ICMS (25%) ICMS a Recolher Indústria A 500,00 125,00 800,00 200,00 75,000 Indústria B 800,00200,00 1.200,00 300,00 100,000 Atacadista 1.200,00 300,00 1.550,00 387,50 87,500 Varejista 1.550,00 387,50 1.800,00 450,00 62,500 TOTAIS 4.050,00 - 5.350,00 - 325,00 Agora, admita que no Estado de São Paulo os refrigerantes estão sujeitos a substituição tributária. No caso a industria envasadora é quem ficará responsável pelo recolhimento do tributo antecipadamente. Sabe-se que o refrigerante é vendido por R$ 1,20 por unidade da fábrica para o atacadista, com margem de valor agregado de 50%. e com alíquota de ICMS de 25%. Assim, o contribuinte (fabricante) terá que recolher o valor de ICMS-ST, o qual comporá o preço a ser pago pelo consumidor. Exemplo da venda de 1.000 garrafas de refrigerante. Valor da Venda R$ 1.200,00 Cálculos Margem de lucro estimada pelo fisco (50%) R$ 600,00 [1.200 X 50%] Valor do total R$ 1.800,00 [1.200 + 600] Alíquota de ICMS 25% R$ 450,00 [1.800 X 25%] ICMS já pago na venda do produto R$ 300,00 [1.200 X 25%] ICMS substituição cobrado do comprador R$ 150,00 [450 - 300] O valor total da operação deverá ser de R$ 1.350,00, sendo os R$ 1.200 do produto adicionados dos R$ 150,00 do ST. São contabilizados como segue: D = ATIVO CIRCULANTE CONTAS A RECEBER Cliente R$ 1.350,00 C = RECEITAS DE VENDAS VENDAS DE MERCADORIAS R$ 1.200,00 C = PASSIVO CIRCULANTE ICMS SUBSTITUIÇÃO A RECOLHER R$ 150,00 D = DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA ICMS SOBRE VENDA R$ 300,00 C = PASSIVO CIRCULANTE ICMS A RECOLHER R$ 300,00 Assim sendo, o atacadista e o varejista foram substituídos da obrigação de recolher ICMS, de modo que, ao revenderem os produtos sujeitos ao ICMS-ST não recolherão quaisquer valores referentes ao ICMS. Reflexão Nessa unidade foram visitados os conceitos de fato gerador, alíquotas e base de cálculo do ICMS e ICMS Substituição Tributária. Apesar de existirem leis gerais federais para todos esses tributos, O ICMS deve respeitar também os códigos tributários e/ou regulamentos dos Estados. Assim sendo, existem guerras fiscais entre os entes federativos, visto que a arrecadação não é centralizada pela União. O ICMS é um tributo indireto (cobrados nos elos das cadeias produtivas e de comercialização) e possuem não incidência nas exportações de produtos e serviços. O ICMS possui método não cumulativos para as compras de mercadorias sujeitas a esse tributo no elo anterior. Atividade 1) A Cia Paper Soy, uma empresa industrial paulista, está interessada em conhecer a margem de seu produto, o qual também se chama Paper Soy. Sabe- se que ela vende o Papel de Soja por R$ 150,00 a unidade, com ICMS de 20%. Ela adquire a soja desidratada por R$ 50, com ICMS de 12%, uma vez que a adquire de uma empresa de Minas Gerais. Além disso utiliza um produto químico por R$ 35,00 de uma indústria paulista, com ICMS de 18%. Considerando apenas os itens acima e desprezando outros tributos, a margem de seu produto é de: a) R$ 47,30 b) R$ 35,00 c) R$ 50,30 d) R$ 48,20 e) R$ 75,20 2) A Cia Solavanco, uma empresa industrial paulista, produz câmbios e embreagens de veículos. Sabe-se que ela vende uma embreagem por R$ 150,00 a unidade, com ICMS de 20%. Para tanto ela necessita de duas matérias primas importantes. A primeira, a MP X, ela adquire por R$ 50, com ICMS de 12%, uma vez que a adquire de uma empresa de Minas Gerais. Além disso, também utiliza a MP Y, a qual adquire por R$ 35,00 de uma indústria paulista, com ICMS de 18%. Considerando que, num determinado mês, a Cia Solavanco vendeu 100 unidades de embreagem e adquiriu matérias-primas apenas no montante necessário para a fabricação das 100 unidades, o ICMS a pagar é de R$: a) 0,00 b) 1.470 c) 1.770 d) 1.980 e) 3.000 3) A Cia Alpha (Indústria) vende R$ 5.000 para a Cia Beta (Comercial), sendo que a primeira deverá recolher o ICMS próprio e o ST. A alíquota do ICMS é de 18% (admita que ela não possui crédito de ICMS) e a MVA definida em lei é de 20%. Pede-se para calcular o valor da Nota fiscal emitida pela Cia. Alpha. a) $ 5.000 b) $ 5.180 c) $ 4.820 d) $ 6.000 e) $ 6.180 4) A Cia Só Drinks, um restaurante paranaense, em determinado mês adquiriu 1.000 unidades de cervejas Malte, de uma indústria de refrigerantes localizada também no Estado do Paraná, por R$ 3,00 a unidade. A nota fiscal que acompanha esses produtos ainda consta R$ 320,00 de IPI e R$ 200,00 de frete (CIF). Sabendo que as cervejas são sujeitos à Substituição Tributária no Paraná, com IVA de 40% e alíquota interna de 18%, calcule o valor do ICMS-ST a ser recolhido nessa transação. a) 57,60 b) 180,00 c) 230,40 d) 296,64 e) 311,04 Aprenda mais Leia os textos abaixo sobre ICMS: Guerra Fiscal do ICMS: http://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/%20PPP/article/viewFile/127/129 Alíquota interestadual de 4% para produtos importados: http://www.iob.com.br/documentos/cartilhaicms/pdf/aliquota_4_por_cento_jan eiro.pdf Operações com direito a crédito de ICMS: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/quais-operacoes-dao-direito-credito- fiscal-icms-591526 Aproveitamento de Crédito de ICMS http://www.fiscosoft.com.br/main_online_frame.php?page=/index.php?PID=24 3275&key=4946604 Veja os vídeos sobre ICMS: Legislação do ICMS: https://www.youtube.com/watch?v=9tVQuG0rWkE ICMS: https://www.youtube.com/watch?v=4hIBV2ZjfjI O que é ICMS? (animação): https://www.youtube.com/watch?v=Jp7cALDrSe8 Apuração do Valor a Pagar: https://www.youtube.com/watch?v=t6ociajRTB8 Leia os textos abaixo sobre ICMS-ST: Regras Gerais da ST: http://www.substituicaotributaria.com/SST/substituicao- tributaria/noticia/regrasGerais/ Cálculo da ST http://www.substituicaotributaria.com/SST/substituicao-tributaria/calculoICMS- ST/- ST para Frente http://daleth.cjf.jus.br/revista/numero3/artigo13.htm ST para frente (2) http://www.contabeis.com.br/artigos/820/substituicao-tributaria-para-frente/ Obrigações do Substituto e do Substituído http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=979 Veja os vídeos sobre ICMS-ST: ICMS ST: saídas p/ outros Estados: https://www.youtube.com/watch?v=S07ssDArrUM ICMS ST Novas Regras: https://www.youtube.com/watch?v=Gua-P9iwfoY ICMS ST e Compras para Industrialização: https://www.youtube.com/watch?v=dbW_9o86m-E Referências BRASIL. Constituição, 1988 BRASIL. Lei Complementar 87, 1996 FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 14 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 8 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C.A; ALENCAR, R. C.; Contabilidade tributária - entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das empresas. São Paulo: Atlas, 2010. ROSA, José Roberto. Curso básico de ICMS. 2 ed. Itu: Ottoni, 2012. ROSA, José Roberto. Substituição tributária no ICMS: manual prático. Itu: Ottoni, 2012. Na próxima unidade Na próxima unidade, serão tratadas serão estudadas as contribuições sociais incidentes sobre o faturamento: o PIS/PASEP e a COFINS. Além disso, serão tratadas as retenções de tributos determinadas pela legislação tributária brasileira. Unidade3 - Tributos sobre a Receita e Retenção de Tributos Introdução O PIS/PASEP e a COFINS são contribuições sociais previstas na Constituição Federal, nos artigos 195 e 239, cujas regulamentações se encontram nas Leis Complementares 07 e 08 de 1970 (PIS e PASEP, respectivamente) e Lei Complementar 70 de 1991 (COFINS). Em geral, sua base de cálculo é o faturamento ou a receita das empresas, diferenciando-se em dois tipos de regimes: cumulativo e não-cumulativo. O primeiro deve ser seguido pelas empresas adotantes do Lucro Presumido e o segundo pelas empresas tributadas pelo Lucro Real. A incidência cumulativa é regida também pela lei 9.718 de 1998, enquanto a incidência não cumulativa ocorreu a partir da promulgação das Leis 10.637 de 2002 (PIS/PASEP) e 10.833 de 2003 (COFINS). Além disso, um importante recurso utilizado pelos legisladores na questão tributária para evitar a sonegação se dá pelas retenções obrigatórias de tributos na fonte. Desse modo, há a transferência de responsabilidade do recolhimento do tributo para o contribuinte que é tomador do serviço (contratante). Além desse benefício, os entes estatais obtém antecipação das receitas que, porventura seriam quitadas em períodos subsequentes. Em geral, os tributos a serem antecipados (em partes ou na sua totalidade) são Imposto de Renda, CSLL, PIS COFINS e ISS. À empresa que teve parte de sua receita retida, cabe compensação quando for efetuar o devido pagamento dos referidos tributos. PIS/PASEP e COFINS Diferentemente do IPI, ICMS e ISS que possuem como fatos geradores, respectivamente, a saída de produto industrializado de estabelecimento industrial, a circulação de mercadorias e a prestação de serviços, os próximos tributos a serem estudos (PIS/PASEP e a COFINS) possuem como fato gerador a Receita Bruta das empresas. O PIS – Programa de Integração Social – foi criado em 07/09/1970 pela LC nº 7. Já o PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público – foi criado em 03/12/1970 pela LC nº 8. De acordo com a Lei nº 9.715/98 no seu art.2º o PIS/PASEP será apurado mensalmente pelas: a) pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias; b) entidades sem fins lucrativos discriminadas no art. 13 da LC nº 2037; e c) pessoas jurídicas de direito público interno. Por sua vez, a COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – provém do antigo FINSOCIAL, e foi instituída pela LC nº 70 de 30/12/1991. A COFINS tem como objetivo arrecadar para financiar a seguridade social (saúde, previdência e a assistência social), nos termos do inciso I, art. 195 da Constituição Federal. A COFINS já nasceu com sua base de cálculo o faturamento das empresas. A partir de fevereiro de 1999, com a promulgação da Lei 9.718/98, o PIS/PASEP também passou a ter como base de calculo o faturamento das empresas. Uma grade discussão se fez em virtude dessa lei ampliar a base de cálculo do PIS/PASEP e COFINS, passando do faturamento para a totalidade das receitas(toda e qualquer receita). Em novembro de 2005 o STF julgou inconstitucional essa ampliação, ficando de fora, por exemplo as receitas financeiras. As normas referentes a esse modelo, conhecido como método cumulativo, serão discutidos na seção seguinte, e devidos pelas empresas optantes pelo Lucro Presumido, com alíquotas de PIS/PASEP de 0,65% e COFINS de 3%. Mais adiante, entraram em vigor as leis 10.637/02 (PIS/PASEP) e 10.833/03 (COFINS) que regulamentam a cobrança dessas contribuições para empresas do Lucro Real. Assim, as empresas do Lucro Real são tributadas pelo método não-cumulativo, com alíquotas de PIS/PASEP de 1,65% e COFINS de 7,6%. Já as entidades sem fins lucrativos (imunes e isentas) contribuem com 1% de PIS/PASEP (art. 13 da MP 2.158-35/2001) pela folha de pagamento e possuem isenção de COFINS apenas para as atividades da própria atividade(art. 14, X, da MP 2.158-35/2001). Além desses modelos, Cumulativos, Não-Cumulativos e pela folha de pagamentos, ainda existe o modelo Monofásico de PIS/PASEP e COFINS. Essa tributação Monofásica ocorreu com o tratamento específico dado em algumas atividades, visando a simplificação da arrecadação, controle e fiscalização sob a tutela da Receita Federal. Assim, institui-se a cobrança de PIS/PASEP e COFINS em apenas uma etapa da cadeira produtiva e de distribuição, semelhante ao que ocorre com a substituição tributária das operações subsequentes do ICMS. Nesse modelo, a indústria recolhe dois ICMS: o das operações próprias os das operações subsequentes. No modelo Monofásico do PIS/PASEP e COFINS, as referidas contribuições são recolhidas com alíquota maior do que as que são recolhidas pelas demais atividades. Os produtos sujeitos a essas sistemática são: Combustíveis Derivados de Petróleo Biodiesel Indústria Farmacêutica e de Cosméticos Cervejas, Águas e Refrigerantes Veículos, Máquinas e Autopeças Cigarros Contribuições Cumulativas Um grande salto qualitativo ocorreu com a Lei 9.718/98, a qual trata das contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, de que tratam o art. 239 da Constituição e a Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991. As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS serão calculadas com base no seu faturamento, o qual está descrito no artigo 12 do Decreto-Lei nº 1.598/1977, que são: a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria; b) o preço da prestação de serviços em geral; c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; d) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens "a", "b" e "c". Desses valores podem ser deduzidos da Receita Bruta: a) as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos; b) as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas; c) o resultado positivo da avaliação de investimento pelo valor do patrimônio líquido; d) lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados como receita bruta; e) as receitas decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou intangível; f) a receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos; g) ao IPI, nas empresas contribuintes deste tributo, quando destacado em separado na Nota Fiscal; h) ao ICMS, quando cobrado pelo vendedor ou prestador de serviços na condição de substituto tributário; e i) receitas decorrentes de exportação. Assim, sobre a base de cálculo no modelo cumulativo, como já tratado anteriormente, o qual estão sujeitos as empresas optantes pelo Lucro Presumido, é apenas o faturamento referente às atividades do objeto social da empresa. Desse modo, tem-se o exemplo abaixo de uma empresa sujeita ao modelo cumulativo de PIS/PASEP COFINS: A empresa Alpha tem como atividade a comercialização de produtos por ela adquiridos e prestação de serviço. Os dados abaixo foram extraídos da contabilidade da empresa + Receita com revendade mercadorias $ 200.000 + Vendas com revenda de mercadorias de tributação monofásica $ 40.000 + Receita de prestação de serviços $ 100.000 - Descontos Incondicionais $ 10.000 - Descontos Condicionais (Financeiros) $ 12.000 - Devolução de Vendas $ 15.000 + Receitas Financeiras $ 22.000 + Receita com Aluguel de Espaço $ 7.000 + Ganho na Venda de Imobilizado $ 30.000 Assim sendo, apenas os itens abaixo comporão a base de cálculo: + Receita com revenda de mercadorias $ 200.000 + Receita de prestação de serviços $ 100.000 - Descontos Incondicionais $ 10.000 - Devolução de Vendas $ 15.000 = Base de Cálculo $ 275.000 Dada a base de cálculo, as alíquotas de aplicação sobre ela são de: - 0,65% de PIS/PASEP; e - 3,00% de COFINS. Desse modo, os valores a arrecadar são de: PIS/PASEP: 0,65% x 275.000 = 1.787,50 COFINS : 3,00% x 275.000 = 8.250,00 Nessa sistemática, os valores de PIS/PASEP e COFINS são dados por dentro, ou seja, dentro do preço de venda já devem estar registrados os valores de PIS/PASEP e COFINS. E, conforme já salientado nesse livro, as tributações cumulativas geram os "tributos em cascata" ou o "imposto sobre imposto". Desse modo, segue um exemplo para ilustração: A Indústria A venda um produto para a Indústria B, a qual processa e vende o seu produto para o Atacado C que revende para o Comércio D que, por fim, vende ao consumidor final. Os preços são de $ 100, $ 150, $ 210 e $ 250, respectivamente. De modo que serão recolhidos: Contribuinte A B C D Arrecadação Receita 100 150 210 250 PIS (0,65%) 0,650 0,975 1,365 1,625 4,615 COFINS (3%) 3,000 4,500 6,300 7,500 21,3 Total 3,650 5,475 7,665 9,125 25,915 Assim sendo, a carga tributária das arrecadações frente ao preço final para o consumidor será de 10,366% (25,915 / 250), muito superior aos 3,65% tributados em cada elo. E, quanto maior for a cadeia produtiva e distributiva até o consumidor final, maiores serão os encargos. Contribuições Não-Cumulativas O sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa jurídica ou equiparada, incluindo as instituições financeiras, construtoras e incorporadoras de imóveis, atendendo o art. 1º da LC 70/91, e que auferir receitas a que refere o art.1º das leis 10.637/02 e 10.833/03. O modelo de contribuição não-Cumulativa tributa o total das receitas da pessoa jurídica, como já mencionado. Porém, nesse modelo há possibilidade de aproveitamento de créditos. Portanto, o modus operandi para apurar o valor das contribuições a pagar é diferente do modelo cumulativo, como segue: • determina o débito mediante a apuração do faturamento bruto, acrescidos de outras receitas independentes de sua denominação ou classificação contábil; • determina-se o crédito pelos valores descritos na lei, como autorizados a gerar o crédito; • apura-se o valor a pagar ou a permanecer em crédito, na confrontação dos valores apurados. Assim, no que se refere à base de cálculo, tem-se todas as receitas da pessoa jurídica, com a possibilidade das seguintes exclusões: I – isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição sujeitas à alíquota zero; II – não operacionais, decorrentes de venda do ativo permanente; III – auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituição tributária; IV – venda dos produtos: a) derivados de petróleo e gás natural – Lei 9.990/00 b) de certos medicamentos e perfumes, loções de barba, cremes, escovas de dentes (incidência monofásica do Pis/Cofins), discriminados na Lei nº 10.147/00 c) de máquinas e equipamentos discriminados nas Leis 10.485/02; d) quaisquer outros bens submetidos à incidência monofásica da contribuição. V – referentes a: e) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; f) reversão de provisões e recuperação de créditos baixados como perda, que não representem ingressos de nova receita; resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita. Já sobre os créditos, são aproveitáveis os itens abaixo: I – bens adquiridos para revenda, exceto aqueles em relação às mercadorias e aos produtos submetidos ao regime de substituição tributária e os relativos às Leis nº 9.990/2000, 10.147/2000, 10.485/02 e 10.560/02. II – bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes; III – energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos à pessoa jurídica, utilizadas nas atividades da empresa; V – o valor das contraprestações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica; VI – máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda, ou na prestação de serviços; (Vide 2) VII – edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; (Vide 2) VIII – bens recebidos em devolução, cuja receita tenha integrado a base de cálculo do mês em curso ou de mês anterior, e tributadas conforme disposto nessas leis; IX – armazenagem de mercadorias e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. O direito ao crédito sobre o valor desses bens, serviços, custos e despesas aplicam-se as operações efetuadas com Pessoa Jurídica domiciliadas no país, excetuando as por venturas pagas à pessoas físicas. Os créditos não aproveitados em um mês podem ser utilizados no mês subsequente. Apesar da má redação da lei, entende-se que não geram créditos os valores pagos na aquisição (VI) ou construção (VII), cabendo o crédito aos encargos de depreciação e amortização, respectivamente. Entende-se que a depreciação apurada por duodécimo, deve ser calculada sobre todos os bens, mesmo os adquiridos anteriores à vigência da lei. Por fim, sobre as alíquotas, elas incidem sobre a base de cálculo de débitos e de créditos nos valores de 1,65% para PIS e 7,6% para COFINS. Além disso, por meio do Decreto nº 8.426/2015, o governo federal restabeleceu para 0,65% e 4%, respectivamente, as alíquotas do PIS e da COFINS não- cumulativos incidentes sobre as receitas financeiras, inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge. As alíquotas das contribuições em referência haviam sido reduzidas a zero por meio dos Decretos nº 5.164/2014 e nº 5.442/2005. Empresas que tem a maior parte de sua receita originária de exportação, portanto sem incidência da Contribuição, poderá aproveitar o crédito nas operações do mercado interno, ser compensado com outros tributos administrados pela SRF, ou no final do trimestre poderá ser pedido restituição. Para melhor ilustrar a questão sobre o cálculo do PIS/PASEP e COFINS a pagar, segue o exemplo abaixo: A empresa Alpha tem como atividade a comercialização de produtos por ela adquiridos e prestação de serviço. Todos os dados abaixo foram extraídos da contabilidade da empresa a)A empresa Alpha elencou os seguintes itens de sua contabilidade, pra compor a base de cálculo dos débitos: + Receita com revenda de mercadorias $ 200.000 + Vendas com revenda de mercadorias de tributação monofásica$ 40.000 + Receita de prestação de serviços $ 100.000 - Descontos Incondicionais $ 10.000 - Descontos Condicionais (Financeiros) $ 12.000 - Devolução de Vendas $ 15.000 + Receitas Financeiras $ 22.000 + Receita com Aluguel de Espaço $ 7.000 + Ganho na Venda de Imobilizado $ 30.000 Assim sendo, apenas os itens abaixo comporão a base de cálculo: + Receita com revenda de mercadorias $ 200.000 + Receita de prestação de serviços $ 100.000 - Descontos Incondicionais ($ 10.000) - Devolução de Vendas ($ 15.000) + Receita com Aluguel de Espaço $ 7.000 (=) Base de Cálculo $ 282.000 Na base de cálculo não foram adicionados os ganhos de capital provenientes do imobilizado, uma vez que a norma os exclui da base de cálculo. As receitas financeiras serão tratadas adiante. Dada a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas: PIS/PASEP = 282.000 x 1,65% = $ 4.653 COFINS = 282.000 x 7,6% = $ 21.432 Além disso, há o recolhimento do PIS/PASEP e COFINS sobre as Receitas Financeiras, as quais possuem alíquotas diferenciadas: (=) Base de Cálculo das Receitas Financeiras $ 22.000 Dada a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas: PIS/PASEP = 22.000 x 0,65% = $ 143 COFINS = 22.000 x 4% = $ 880 Por fim, tem-se o valor total dos débitos de PIS/PASEP e COFINS, somando os valores acima: PIS/PASEP = $ 4.653 + $ 143 = $ 4.796 COFINS = $ 21.432 + $ 880 = $ 22.312 b) A empresa Alpha elencou os seguintes itens de sua contabilidade, pra compor a base de cálculo dos créditos: Contraprestações de Arrendamento Mercantil $ 13.000 Compras de Mercadorias para Revenda $ 90.000 Depreciação de Bens utilizados na comercialização $ 6.000 Depreciação de Bens utilizados na prestação de serviços $ 5.000 Aluguel de prédio comercial $ 30.000 Salários e Encargos $ 40.000 Energia Elétrica $ 16.000 Assim sendo, apenas os itens abaixo comporão a base de cálculo: Contraprestações de Arrendamento Mercantil $ 13.000 Compras de Mercadorias para Revenda $ 90.000 Depreciação de Bens utilizados na prestação de serviços $ 5.000 Aluguel de prédio comercial $ 30.000 Energia Elétrica $ 16.000 (=) Base de Cálculo dos Créditos $ 154.000 PIS/PASEP = 154.000 x 0,65% = $ 2.541 COFINS = 154.000 x 4% = $ 11.704 c) Por fim, procede-se a apuração dos valores a pagar de PIS/PASEP e COFINS: Valor a Pagar = Débitos - Créditos Valor a Pagar de PIS/PASEP = 4.796 - 2.541 = 2.255 Valor a Pagar de COFINS = 11.704 - 22.312 PIS/PASEP sobre a Folha de Pagamentos Aqui reside a diferença mais importante entre as duas contribuições (PIS/PASEP em relação a COFINS), pois é previsto pagamento mensal por todos os tipos de entidades, ou seja, sem fins lucrativos, inclusive as fundações definidas como empregadoras pela legislação trabalhista, tais como: • tempos de qualquer natureza; • partidos políticos; • entidades de caráter filantrópico, religioso, recreativo, cultural, científico e a associações que preencham as condições e requisitos legais; • condomínios de proprietários de imóveis residenciais e comerciais que possuam empregados; • OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e as organizações estaduais de cooperativas, em relação às operações praticadas com cooperados; • instituições de educação e de assistência social que não realizem habitualmente, venda de bens e serviços e que preencham as condições e requisitos legais; • sindicatos, federações e confederações; • serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; • conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; • fundações de direito privado. Sobre o pagamento mensal dos empregados, deve-se inserir na base de cálculo os salários, gratificações, prêmios, ajudas de custos, comissões, quinquênios, 13º Salário, férias, etc. As entidades que não tiverem funcionários estão desobrigadas do recolhimento desta contribuição. (PIS/PASEP). Para exemplificar, imagine uma entidade sem fins lucrativos que possui folha de pagamento de R$ 20.000,00. A contribuição para o PIS/PASEP deve ser calculada e contabilizada da seguinte maneira: R$ 20.000,00 x 1% = R$ 200,00 D: Despesa PIS/PASEP Folha de Pagamento (DRE) 200,00 C: PIS/PASEP a Recolher 200,00 PIS/PASEP na Importação A lei nº 10.865/04, de 01/05/04, instituiu duas novas contribuições incidentes na importação de produtos estrangeiros ou serviços do exterior, ou seja, o PIS/PASEP – importação e a COFINS – Importação, com base nos art. 149 parágrafo 2º, inciso II, e 195, inciso IV e parágrafo 6º da Constituição Federal. O PIS/PASEP e a COFINS (cumulativos ou não) incidem sobre as receitas, e as contribuições instituídas pela Lei 10.865/04 incidem sobre custos e despesas na importação. Portanto, estes tributos incidem em uma nova base de cálculo, assim considerados novos tributos, e isto vem sendo contestado pelos importadores, que reclamam do aumento excessivo da carga tributária, e com isto, a legislação vai abrindo varias exceções e alíquotas diferenciadas, tornando-as assim cada vez mais complexas, as exceções são maiores que as regras básicas. Aqui será tratada a regra geral e as exceções devem ser pes- quisadas na legislação, caso a caso. A lei 10.865/04 em seu artigo 3º estabelece que o fato gerador será: I – a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou II – o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores, a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado. De acordo com o artigo 7º, a base de cálculo será: a) na importação de bens: O valor aduaneiro, assim entendido o valor que servir de base para o imposto de importação; b) nos serviços do exterior: O valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do Imposto de Renda (portanto, valor bruto) acrescido do ISS e do valor das próprias contribuições, seguindo as formulações abaixo, conforme a IN RFB nº 1.401/13: Onde: V = valor pago ao exterior, antes da retenção de Imposto de Renda c = alíquota do PIS/PASEP - Importação d = alíquota da COFINS - Importação f = alíquota de ISS Para tanto, o valor aduaneiro, será determinado da seguinte maneira: a) a valoração da mercadoria importada, como regra geral, é feita pela conversão da moeda estrangeira (dólar, euro, iene, etc.) para a moeda nacional, pela taxa de câmbio fiscal, que é fixada pela Receita Federal, por meio de Ato Declaratório Executivo (ADE). b) custo de transporte internacional da mercadoria até o porto, aeroporto ou ponto da fronteira, alfandegados, portanto, até a entrada legal em território nacional. São adicionados a esse custo os gastos de carga, descarga e manuseio da mercadoria efetuados até os locais citados; c) o seguro de mercadoria que cobre não só o valor da mercadoria, mas também, os custos citados na alínea anterior. Para elucidar, assuma o seguinte exemplo: Mercadoria convertida em R$ à taxa de câmbio fiscal $ 50.000 Transportes e despesas (inciso II) $ 10.000 Seguro (inciso III) $ 20.000 Valor aduaneiro $ 80.000 Sobre as alíquotas, conforme a alteração ocorrida pela Lei 13.137/2015, elas serão de: a) Importação de Bens: - 2,1% para a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação; - 9,65% para a COFINS-Importação; b) Importação de Serviços- 1,65% para a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação; - 7,6% para a COFINS-Importação; Desse modo, a IN RFB nº 1.401/13 ratificou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) quando do julgamento do Recurso Exraordinário nº 559.934 sobre a não incidência do ICMS, PIS e COFINS na base de cálculo do PIS- Importação e da COFINS-Importação. Sobre os contribuintes, são os importadores ou equiparados, a pessoa jurídica ou física que contrate serviços do exterior, e o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente ou domiciliado no exterior. Além desses, são equiparados ao importador o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente e o adquirente de mercadorias entrepostadas. Os contribuintes que estiverem sujeitos ao regime não-cumulativo de PIS/PASEP e COFINS poderão descontar os créditos relativos ao PIS/PASEP- Importação e do COFINS-Importação nas seguintes hipóteses: I - bens adquiridos para revenda; II – bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustível e lubrificantes; III - energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; IV - aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da empresa; V - máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. Esse direito aos créditos só se aplicará quando essas contribuições forem efetivamente pagas na importação. Além disso, caso a empresa não utilize o crédito no mês de aquisição, ela poderá fazê-lo nos meses seguintes. O crédito será apurado pela aplicação das alíquotas de 1,65% e 7,6% sobre o valor que serviu de base de cálculo para o PIS/PASEP-Importação e para a COFINS- Importação. Sobre os responsáveis, tem-se: a) O adquirente de bens estrangeiros, no caso de importação realizada por sua ordem e conta, por intermédio de pessoa jurídica importadora. b) O transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive no percurso interno. c) O representante, no país, do transportador estrangeiro. d) O depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de bem sob controle aduaneiro. e) O expedidor, operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para realizar o transporte multimodal. Contabilização No que tange à contabilização, para demonstrar seus efeitos na Demonstração de Resultado do Exercício, serão utilizados os exemplos citados no cálculo dos sistemas cumulativo e não-cumulativo. Nota-se que, para ambos os casos foram utilizadas as mesmas bases de receitas e ganhos, facilitando a comparação por parte do leitor. Anteriormente, foram explicitados os gastos da empresa, os quais, agora, são divididos entre despesas de vendas, despesas administrativas, custo das mercadorias vendidas e custo dos serviços prestados, conforme a tabela abaixo: Item Uso Contabilização Valor Contraprestações de Arrendamento Mercantil Veículos dos Vendedores da Empresa Despesas de Vendas 13.000 Compras de Mercadorias para Revenda Mercadorias para Revenda Custo das Mercadorias Vendidas* 90.000 Depreciação de Bens utilizados na comercialização Bens Utilizados na Comercialização Despesas de Vendas 6.000 Depreciação de Bens utilizados na prestação de serviços Bens Utilizados na Prestação de Serviços Custo dos Serviços Prestados 5.000 Aluguel de prédio comercial Prédio para Questões Administrativas Despesas Administrativas 30.000 Salários e Encargos Total de $ 40.000 Salários e Encargos - Prestação de Serviços Custo dos Serviços Prestados 12.000 Salários e Encargos - Comercialização Despesas de Vendas 15.000 Salários e Encargos - Administração Despesas Administrativas 13.000 Energia Elétrica Total de $ 16.000 Energia Elétrica - Administração Despesas Administrativas 6.000 Energia Elétrica - Vendas Despesas de Vendas 10.000 * Todas as mercadoria adquiridas foram vendidas no mesmo período Essa classificação será adotada na contabilização de ambos os sistemas: cumulativo e não cumulativo. Agrupando por pelo tipo de despesa/custo, tem- se os valores abaixo: Custo ou Despesa Valor Despesas de Vendas 44.000 Despesas Administrativas 49.000 Custo dos Serviços Prestados 17.000 Custo das Mercadorias Vendidas 90.000 TOTAL 200.000 SISTEMA CUMULATIVO Sobre a contabilização das contribuições de PIS/PASEP e COFINS, após proceder seus cálculos, possuem a seguinte contabilização: D: PIS/PASEP sobre as Receitas (Resultado) $ 1.787,50 C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 1.787,50 D: COFINS sobre as Receitas (Resultado) $ 8.250,00 C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 8.250,00 Assim sendo, a DRE para o sistema cumulativo ficaria, conforme abaixo: DRE Empresa Alpha - Sistema Cumulativo Receita Bruta de Vendas 340.000,00 Revenda de Mercadorias 240.000,0 Prestação de Serviços 100.000,0 (-)Deduções da Receita -35.037,50 Descontos Incondicionais -10.000,00 Devolução de Vendas -15.000,00 PIS sobre as receitas -1.787,50 COFINS sobre as receitas -8.250,00 (=) Receita Líquida 304.962,50 (-) Custo dos Serviços e das Vendas de Mercadorias -107.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas -17.000,00 Custo dos Serviços Prestados -90.000,00 (=) Lucro Bruto 197.962,50 (-) Despesas de Vendas -44.000,00 (-) Despesas Administrativas -49.000,00 (+) Receita com Aluguel de Espaço 7.000,00 (+) Ganho na Venda de Imobilizado 30.000,00 (+) Receitas Financeiras 22.000,00 (-) Despesas Financeiros -12.000,00 (=) LAIR 151.962,50 SISTEMA NÃO-CUMULATIVO No Sistema não-cumulativo, existem duas questões adicionais para a contabilização do PIS/PASEP e COFINS. A primeira delas é que os valores calculados de débitos sobre as receitas, nem todas elas, são de receitas provenientes do objeto social da empresa. Desse modo, não se pode alocar diretamente em "Deduções da Receita" todo o valor de débito calculado anteriormente. Portanto, deve-se proceder os cálculos separadamente, conforme abaixo: Receitas 275.000,00 + Receita com revenda de mercadorias 200.000,00 + Receita de prestação de serviços 100.000,00 - Descontos Incondicionais -10.000,00 - Devolução de Vendas -15.000,00 PIS/PASEP sobre as Receitas (1,65%) - A 4.537,50 COFINS sobre as Receitas (7,6%) - A 20.900,00 Receita Aluguel de Espaço 7.000,00 PIS/PASEP sobre Receita com Aluguel de Espaço (1,65%) - B 115,50 COFINS sobre Receita com Aluguel de Espaço (7,6%) - B 532,00 Receita Financeira 2.000,00 PIS/PASEP sobre Receita Financeira (0,65%) - C 143,00 COFINS sobre Receita Financeira (4%) - C 880,00 Total Débitos PIS/PASEP (A + B + C) 4.796,00 Total Débitos COFINS (A + B + C) 22.312,00 Nota-se, na tabela acima, que os valores totais de PIS/PASEP e COFINS são os mesmos calculados na seção em que foi tratado os sistema cumulativo. A única diferença foi destacar os valores das contribuições para cada uma das fontes: receitas das atividades da empresa, receitas de aluguel e receitas financeiras. Lembrando apenas que as duasprimeiras possuem alíquotas de 1,65% e 7,6% de PIS/PASEP e COFINS, respectivamente, e as receitas financeiras de 0,65% e 4%, respectivamente de PIS/PASEP e COFINS. Assim sendo, a contabilização do PIS/PASEP e COFINS dos valores referente a receita recebe o mesmo tratamento da que foi realizada no modelo cumulativo: D: PIS/PASEP sobre as Receitas (Resultado) $ 4.537,50 C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 4.537,50 D: COFINS sobre as Receitas (Resultado) $ 20.900,00 C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 20.900,00 Já a contabilização das receitas financeiras e de aluguel recebem tratamento semelhante. Assim sendo, deve-se contabilizar as referidas receitas brutas em conta analítica, bem como as contribuições de PIS/PASEP e COFINS, também em contas analíticas, de forma a reduzir o valor total das receitas. Dessa forma, seria assim contabilizado e demonstrado na DRE: D: Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) $ 22.000,00 C: Receita Financeira (Resultado) $ 22.000,00 D: PIS/PASEP sobre Receitas Financeira (Resultado) $ 143,00 C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 143,00 D: COFINS sobre Receitas Financeira (Resultado) $ 880,00 C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 880,00 Na DRE ficaria assim disposto: Item Valor Conta Tipo Receita Financeira $ 20.977,00 Sintética Receita Financeira $ 22.000,00 Analítica PIS/PASEP sobre Receita Financeira ($ 143,00) Analítica COFINS sobre Receita Financeira ($ 800,00) Analítica A receita de aluguel tem tratamento idêntico: D: Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) $ 7.000,00 C: Receita de Aluguel (Resultado) $ 7.000,00 D: PIS/PASEP sobre Receitas de Aluguel (Resultado) $ 115,50 C: PIS/PASEP a recolher (Passivo Circulante) $ 115,50 D: COFINS sobre Receitas de Aluguel (Resultado) $ 532,00 C: COFINS a recolher (Passivo Circulante) $ 532,00 Na DRE ficaria assim disposto: Item Valor Conta Tipo Receita de Aluguel $ 6.352,50 Sintética Receita de Aluguel $ 7.000,00 Analítica PIS/PASEP sobre Receita de Aluguel ($ 115,50) Analítica COFINS sobre Receita de Aluguel ($ 532,00) Analítica Contabilizadas as receitas e seus impactos de PIS/PASEP e COFINS, são necessárias as contabilizações dos itens que possuem crédito das referidas contribuições. O procedimento é semelhante ao que ocorre com o ICMS, conforme o IBRACON (Interpretação Técnica 01/2004) e a Receita Federal (Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 3/2007), os valores são contabilizados pelas suas somas brutas e, num segundo lançamento, retirando uma parte desses valores para compor a conta de PIS/PASE a Recuperar ou COFINS a Recuperar, ambas no ativo circulante. Assim sendo, tem-se que: Contraprestações de Arrendamento Mercantil D: Despesas de Vendas (resultado) $ 13.000,00 C: Caixa $ 13.000,00 D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 214,50 D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 988,00 C: Despesas de Vendas $ 1.202,50 Compras de Mercadorias para Revenda D: CMV (resultado) $ 90.000,00 C: Caixa (Ativo) ou Fornecedores (Passivo) $ 90.000,00 D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 1.485,00 D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 6.840,00 C: CMV (resultado) $ 8.325,00 Depreciação de Bens utilizados na prestação de serviços D: CSP (resultado) $ 5.000,00 C: Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante) $ 5.000,00 D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 82,50 D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 380,00 C: CSP (resultado) $ 462,50 Aluguel de prédio comercial D: Despesas Administrativas (resultado) $ 30.000,00 C: Depreciação Acumulada (Ativo Não Circulante) $ 30.000,00 D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 495,00 D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 2.280,00 C: Despesas Administrativas (resultado) $ 2.775,00 Energia Elétrica: A Energia Elétrica teve valor total de $ 16.000, sendo $ 10.000 destinada à área comercial (despesas de vendas) e $ 6.000 para a parte administrativa (despesas administrativas): D: Despesas Administrativas (resultado) $ 6.000,00 D: Despesas de Vendas (resultado) $ 10.000,00 C: Caixa (Ativo) $ 16.000,00 D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 99,00 D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 456,00 C: Despesas Administrativas (resultado) $ 555,00 D: PIS/PASEP a Recuperar (Ativo Circulante) $ 165,00 D: COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) $ 760,00 C: Despesas de Vendas (resultado) $ 925,00 Para facilitar o entendimento dos valores a serem registrados na DRE, seguem as tabelas abaixo que resumem os valores de custos e despesas: Item Contabilização Custo ou Créditos de Valor Despesa PIS/PASEP COFINS Total Veículos dos Vendedores da Empresa Despesas de Vendas 11.797,50 214,50 988,00 13.000 Mercadorias para Revenda Estoque -> Custo das Mercadorias Vendidas 81.675,00 1.485,00 6.840,00 90.000 Bens Utilizados na Comercialização Despesas de Vendas 6.000,00 0,00 0,00 6.000 Bens Utilizados na Prestação de Serviços Custo dos Serviços Prestados 4.537,50 82,50 380,00 5.000 Prédio para Questões Administrativas Despesas Administrativas 27.225,00 495,00 2.280,00 30.000 Salários e Encargos - Prestação de Serviços Custo dos Serviços Prestados 12.000,00 0,00 0,00 12.000 Salários e Encargos - Comercialização Despesas de Vendas 15.000,00 0,00 0,00 15.000 Salários e Encargos - Administração Despesas Administrativas 13.000,00 0,00 0,00 13.000 Energia Elétrica - Administração Despesas Administrativas 5.445,00 99,00 456,00 6.000 Energia Elétrica - Vendas Despesas de Vendas 9.075,00 165,00 760,00 10.000 Custo ou Despesa Créditos de Valor Total PIS/PASEP COFINS Despesas de Vendas 41.872,50 379,50 1.748,00 44.000,00 Despesas Administrativas 45.670,00 594,00 2.736,00 49.000,00 Custo dos Serviços Prestados 16.537,50 82,50 380,00 17.000,00 Custo das Mercadorias Vendidas 81.675,00 1.485,00 6.840,00 90.000,00 Dispostas as contabilizações e os quadros resumos, segue a apresentação da DRE para verificação dos lançamentos anteriores. Para efeitos de comparação, são apresentados os mesmos dados da DRE calculados pelo regime cumulativo e não-cumulativo: NÃO-CUMULATIVO CUMULATIVO Receita Bruta de Vendas 340.000,00 340.000,00 Revenda de Mercadorias 240.000,00 240.000,00 Prestação de Serviços 100.000,00 100.000,00 (-)Deduções da Receita -50.437,50 -35.037,50 Descontos Incondicionais -10.000,00 -10.000,00 Devolução de Vendas -15.000,00 -15.000,00 PIS sobre as receitas -4.537,50 -1.787,50 COFINS sobre as receitas -20.900,00 -8.250,00 (=) Receita Líquida 289.562,50 304.962,50 (-) Custo dos Produtos e dos Serviços -98.212,50 -107.000,00 (-) CMV -81.675,00 -17.000,00 (-) CSP -16.537,50 -90.000,00 (=) Lucro Bruto 191.350,00 197.962,50 (-) Despesas de Vendas -41.872,50 -44.000,00 (-) Despesas Administrativas -45.670,00 -49.000,00 (+) Receita com Aluguel de Espaço 6.352,50 7.000,00 Receita com Aluguel de Espaço 7.000,00 - PIS sobre as receitas de Aluguel -115,50 - COFINS sobre as receitas de Aluguel -532,00 - (+) Ganho na Venda de Imobilizado 30.000,00 30.000,00 (+) Receitas Financeiras 20.977,00 22.000,00 Receita Financeira22.000,00 - PIS sobre as Receitas Financeiras -143,00 - COFINS sobre as Receitas Financeiras -880,00 - (-) Despesas Financeiros -12.000,00 -12.000,00 (=) LAIR 149.137,00 151.962,50 PIS/PASEP a Pagar 2.255,00 1.787,50 COFINS a Pagar 10.608,00 8.250,00 TOTAL 12.863,00 10.037,50 Por fim, apenas para concluir as diferenças entre os sistemas cumulativo e não- cumulativo, foram dispostos acima os valores a pagar de PIS/PASEP e COFINS. No sistema não-cumulativo a empresa deveria pagar o valor de R$ 12.863,00, enquanto no sistema cumulativo a empresa deveria pagar R$ 10.037,50, resultando uma diferença de R$ 2.825,50 (12.863,00 - 10.037,50). Essa diferença é a mesma apontada no LAIR, pois enquanto no sistema cumulativo ele foi de R$ 151.962,50, no sistema não-cumulativo o LAIR somou R$ 149.137,00. Retenção de Tributos A fim de combater a sonegação de tributos, desde 1º de fevereiro de 2004 os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas de direito privado a outras pessoas jurídicas de direito privado, tem sido de forma que o tomador de serviços se encarrega de fazer a retenção e posterior recolhimento de impostos e contribuições. Assim, a prestação de serviços profissionais, serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância (inclusive escolta), transporte de valores e locação de mão-de-obra bem assim serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, estão sujeitos à retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS/PASEP). As alíquotas são de 1%, 3% e 0,65%, respectivamente, totalizando 4,65%. A partir de 1º de julho de 2004 entraram em vigor a modalidade de retenção na fonte de duas contribuições (PIS/PASEP e COFINS) para os fornecedores de autopeças, conforme o parágrafo 3º, do artigo 36 da Lei 10.865/2004. Sendo que esta modalidade de retenção não alcança a pessoa física prestadora de serviço. O fato gerador da retenção das contribuições sociais é tão somente o pagamento do rendimento a outra pessoa jurídica. Portanto, o fato gerador das contribuições é diferente ao do imposto de renda, que pode incidir no pagamento ou crédito do rendimento, o que ocorrer primeiro. Fora os serviços citados acima, a retenção das contribuições sociais alcança, também, os serviços profissionais trazidos na legislação do Imposto de Renda. Estão obrigadas a efetuar o desconto das contribuições sociais as pessoas jurídicas de direito privado (tomadora do serviço) que efetuarem pagamentos a outras pessoas jurídicas de direito privado (prestadora do serviço), ou seja, a obrigação de descontar e recolher é da tomadora do serviço (artigo 30 da Lei 10.833/2003 e IN SRF 459/2004). O desconto das contribuições também se aplica aos pagamentos dos serviços sujeitos à retenção prestados por: - Associações, entidades sindicais, federações, confederações, centrais sindicais, serviços sociais autônomos e entidades sem fins lucrativos; - Sociedades cooperativas; - Sociedades simples; - Fundações de direito privado; - Condomínios de edifícios. A retenção dos tributos não será exigida na hipótese de pagamentos efetuados a: I - cooperativas, relativamente à CSLL; II - empresas estrangeiras de transporte de valores; III - pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES. Já a retenção da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP não será exigida, cabendo, somente, a retenção da CSLL nos pagamentos: I - a título de transporte internacional de cargas ou de passageiros efetuados por empresas nacionais; I - a título de transporte internacional de valores efetuados por empresa nacional; II - aos estaleiros navais brasileiros nas atividades de conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro - REB. Retenção de serviços prestados a Entidades Públicas A Lei 10.833 de 2003, por meio do artigo 34, também institui a retenção de tributos nos pagamentos de prestadores de serviços pelas entidades da administração federal. A Instrução Normativa RFB nº 1.234, a qual especifica as questões referentes a esse tema, em seu artigo 2º diz que ficam obrigados a efetuar as retenções na fonte do Imposto sobre a Renda (IR), da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os pagamentos que efetuarem às pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços em geral, inclusive obras, os seguintes órgãos e entidades da administração pública federal: I - os órgãos da administração pública federal direta; II - as autarquias; III -as fundações federais; IV - as empresas públicas; V - as sociedades de economia mista; e VI - as demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). Os valores a serem retidos devem obedecer a tabela de serviços (anexo I) da referida Instrução Normativa, a qual indica os percentuais de IR, CSLL, PIS/PASEP e COFINS a serem retidos. Os valores retidos deverão ser recolhidos ao Tesouro Nacional, mediante Darf: I - pelos órgãos da administração pública federal direta, autarquias e fundações federais que efetuarem a retenção, até o 3º (terceiro) dia útil da semana subsequente àquela em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos bens ou prestadora do serviço; e II - pelas empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Siafi, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica, até o último dia útil da quinzena subsequente àquela quinzena em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora do bem ou prestadora do serviço. No que tange ao valor do imposto e das contribuições sociais retidos será considerado como antecipação do que for devido pelo contribuinte em relação ao mesmo imposto e às mesmas contribuições e poderá ser compensado ou deduzido pelo contribuinte que sofreu a retenção, observando-se as seguintes regras: I - o valor retido relativo ao IR somente poderá ser deduzido do valor do imposto apurado no próprio mês da retenção; II - na hipótese em que o valor do IR retido na fonte seja superior ao devido, a diferença poderá ser compensada com o imposto mensal a pagar relativo aos meses subsequentes; III - os valores retidos na fonte a título de CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins somente poderão ser deduzidos com o que for devido em relação à mesma espécie de contribuição e no mês de apuração a que se refere a retenção; IV - os valores retidos na fonte a título de CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins que excederem ao valor da respectiva contribuição a pagar no mesmo mês de apuração, poderão ser restituídos ou compensados com débitos relativos a outros tributos administrados pela RFB; Retençãode IR sobre multas e demais vantagens Conforme o artigo 681 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR / 1999 - Decreto 3.000/1999), as importâncias pagas ou creditadas por pessoa jurídica correspondentes a multas e qualquer outra vantagem, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato, excetuadas as indenizações pagas ou creditadas em conformidade com a legislação trabalhista e aquelas destinadas a reparar danos patrimoniais. Devem ser retidos o percentual de 15% sobre as importâncias pagas ou creditadas para pessoa física ou jurídica, inclusive isenta. Para a pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, o imposto retido será deduzido do apurado no encerramento do período de apuração trimestral ou anual. Já para a pessoa jurídica isenta, o valor é definitivo, ou seja, não poderá ser deduzido de outras contribuições. Já para a pessoa física, o imposto retido será considerado redução do apurado na declaração de rendimentos da pessoa física. A responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é da pessoa jurídica que efetuar o pagamento ou crédito da multa ou vantagem. O imposto deverá ser retido na data do pagamento ou crédito da multa ou vantagem. Reflexão: Como visto na presente unidade, as contribuições sociais sobre a receita resultam em acréscimos importantes na estrutura da empresa, adicionando custos e alterando a margem da empresa, uma vez que esses custos e despesas são dados em função do faturamento. Assim, sobre o PIS/PASEP e a COFINS, importante ressaltar a existência de dois sistemas, cumulativo e não-cumulativo, os quais são, respectivamente, devidos pela empresas optantes do Lucro Presumido e do Lucro Real. Além dos nomes, são distintos no tamanho da base de cálculo de seus débitos junto à Receita Federal, nas metodologias de cálculo (podendo ou não aceitar créditos) e em suas alíquotas. Dessa forma, as empresas, caso a caso, devem verificar qual a melhor metodologia de apuração do PIS/PASEP e COFINS. Porém, ainda devem levar em consideração em sua análise a tributação de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro para, aí sim, tomar a decisão. No que tange a retenção de tributos, eles são formas de antecipação da receita dos entes, mas, também, importante ferramenta de controle por parte dos mesmos, fazendo com que os prestadores de serviços deixem de sonegar as suas receitas. Atividade 1) A Cia. Flor de Cactos optou pelo lucro real em 20X3. Em determinado período efetuou vendas totais de R$ 1.000.000. Porém, dentre esse total de receitas, R$ 50.000 foram devolvidas. Nesse período teve despesas de energia elétrica de R$ 100.000, além de adquirir mercadorias no valor de R$ 700.000. Considerando apenas essas informações, o valor a recolher de PIS é de: a) 975 b) 2.475 c) 3.300 d) 4.125 e) 4.950 2) A Cia. Flor de Maracujá optou pelo lucro real em 20X1. Em determinado mês efetuou vendas totais de R$ 1.000.000. Porém, dentre esse total de receitas, R$ 50.000 foram devolvidas. Nesse período verificou que o Lucro Bruto foi de R$ 226.875,00, uma vez que as mercadorias vendidas foram adquiridas por R$ 700.000. Sabendo que a Cia Flor de Maracujá está sujeito ao regime não cumulativo de PIS/COFINS, qual foi o valor do CMV. Considere apenas essa transações acima e apenas PIS/COFINS como tributos incidentes nas referidas transações. a) 630.625 b) 635.250 c) 647.450 d) 680.625 e) 680.450 3) No que se refere à retenção de tributos sobre prestação de serviços, conforme a lei 10.833/2003, assinale a afirmação correta: a) as retenções somente serão exigidas para os pagamentos superiores à R$ 5.000,00 por mês para a mesma pessoa jurídica b) as retenções devem ocorrer mesmo que a prestadora de serviços seja optante do SIMPLES Nacional c) as retenções devem ser recolhidas à União até o último dia útil do mês subsequente à retenção d) as retenções devem ocorrer mesmo que a prestadora de serviços seja uma pessoa física e) as alíquotas da retenção de serão de 1%, 3% e 0,65% referente à CSLL, PIS/PASEP e COFINS, respectivamente. 4) O artigo 34 da Lei 10.833/2003 obrigou a retenção de tributos por órgãos e entidades públicas. De tal modo, pode-se afirmar que: a) ficam obrigadas a reter CSLL, PIS/PASEP e COFINS b) as entidades estaduais também devem seguir as mesmas condições das entidades federais c) ficam obrigadas a reter IR, CSLL, PIS/PASEP e COFINS d) entende-se por "órgãos e entidades públicas" apenas as fundações e autarquias federais e) sempre deve reter também o ISS Aprenda mais Leia os textos abaixo sobre PIS/PASEP e COFINS: Aspectos Gerais: http://www.portaltributario.com.br/guia/pis_cofins.html Tributação Monofásica: http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=40 Créditos de PIS/PASEP e COFINS: http://www.valortributario.com.br/arquivos/802 Veja os vídeos sobre PIS/PASEP e COFINS: PIS e COFINS - Real x Presumido: https://www.youtube.com/watch?v=v8LnApcmaIk PIS e COFINS - Cumulativo e Não Cumulativo: https://www.youtube.com/watch?v=FBqCjGd_sec PIS e COFINS - Cálculos e Regras Gerais: https://www.youtube.com/watch?v=GaP1AFVQS98 PIS e COFINS pela Lei 12.973/14: https://www.youtube.com/watch?v=b6XzDS2-caY Leia os textos abaixo sobre Retenções Obrigatórias: Retenções Federais: http://artigoscheckpoint.thomsonreuters.com.br/a/2i5p/retencao-de-tributos-e- contribuicoes-federais-nos-pagamentos-efetuados-por-pessoas-juridicas-a- outras-pessoas-juridicas-pelo-fornecimento-de-bens-e-pela-prestacao-de- servicos-dr-fabiano-gama-ricci Limite de R$ 5 mil: https://guiatributario.net/2015/06/25/retencoes-de-piscofinscsll-nao-tem-mais- limite-de-r-5-mil-na-nota/ Novas Regras de Retenção: http://tdn.totvs.com/pages/releaseview.action;jsessionid=2E163422CE3F16DD7 445EA445A502580?pageId=190519714 Optantes SIMPLES Nacional: http://www.portaltributario.com.br/artigos/simples-declaracao-orgaos- publicos.htm Veja os vídeos sobre Retenções Obrigatórias: Retenções na fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7xkT5Qb89k4 Novas Regras Retenções: https://www.youtube.com/watch?v=mcSWp7wP2Ck Referências: BRASIL. Constituição, 1988. BRASIL. Lei Complementar 123, 2006. BRASIL, Lei 9.718, 1998. BRASIL, Lei 10.637, 2002. BRASIL, Lei 10.833, 2003. FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. OLIVEIRA, L.M.; CHIEREGATO, R.; PEREZ JUNIOR, J. H.; GOMES, Marliete Bezerra. Manual de contabilidade tributária. 14 ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 8 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. REZENDE, A. J.; PEREIRA, C.A; ALENCAR, R. C.; Contabilidade tributária - entendendo a lógica dos tributos e seus reflexos sobre os resultados das empresas. São Paulo: Atlas, 2010. Na próxima unidade Na próxima unidade, serão tratadas serão estudados a tributação simplificada para as micros e pequenas empresas e também aspectos da tributação internacional. Unidade 4. Tributos Simplificados e Internacionais SIMPLES Nacional A Lei Complementar 123/2006 estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É tambémchamada de “Lei Complementar do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte” (LCMEPP). Esta lei substitui, integralmente, a partir de 01.07.2007: a) as normas do Simples Federal (Lei 9.317/1996), vigente desde 1996; b) Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei 9.841/1999). Em suma, esta legislação estabelece regras para tratamento diferenciado à micro e pequenas empresas, especialmente no que se refere: • à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da união, dos Estados, do distrito federal e dos municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias; • ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; • ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. Conceito de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte Para os efeitos da Lei Complementar 123/2006, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00; II - no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00. Conceito de Receita Bruta Considera-se receita bruta, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados. Opção pelo Enquadramento A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano- calendário. Para efeito de enquadramento no Simples Nacional, considerar-se-á microempresa ou empresa de pequeno porte aquela cuja receita bruta no ano- calendário anterior ao da opção esteja compreendida dentro dos limites previstos no art. 3º da Lei Complementar 123/2006. A opção deverá ser realizada no mês de janeiro, até o seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. A opção produzirá efeitos a partir da data do início de atividade, desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor. Serão consideradas inscritas no Simples Nacional as microempresas e empresas de pequeno porte regularmente optantes pelo regime tributário de que trata a Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de optar por alguma vedação imposta pela Lei Complementar 123/2006. Porém, não se inclui no regime diferenciado e favorecido do SIMPLES Nacional, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica: I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior, III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos da Lei Complementar do Simples Nacional, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00. IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada pelo Simples Nacional, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00. V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado, de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00. VI - constituídas sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo. VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; III - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa da arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedades por ações. O disposto nos itens IV e VII anterior não se aplica participação no capital de cooperativas de crédito, bem como em centrais de compras, bolsas de subcontratação, no consórcio previsto na Lei Complementar do Simples Nacional, e associações assemelhadas, sociedades de interesse econômico, sociedades de garantia solidária e outros tipos da sociedade, que tenham como objetivo social a defesa exclusiva dos interesses econômicos das microempresas e empresas de pequeno porte. Tributos Abrangidos e Não Abrangidos pelo SIMPLES Nacional O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento Único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); II - Imposto sobre Produtos industrializados (IPI); III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): V - Contribuição para o PIS/PASEP; VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso das pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas especificamente; VII - Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços e sobre Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS); VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). O cálculo do valor devido na forma do Simples Nacional deverá ser efetuado por meio do Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - Declaratório (PGDAS-D), disponível no Portal do Simples Nacional na internet. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá, para cálculo dos tributos devidos mensalmente e geração do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), informar os valores relativos à totalidade das receitas correspondentes às suas operações e prestações realizadas no período, no referido aplicativo. Lembrando que é vedada a emissão de DAS com valor total inferior a R$ 10,00. O recolhimento da guia única do Simples Nacional não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições devidos na qualidade de contribuinteou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas: I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou valores Mobiliários (IOF); II - Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros (II); III - Imposto sobre exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados (IE); IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR); V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável; VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; VII - Contribuição provisória sobre movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF); VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); IX - Contribuição para manutenção da seguridade social, relativa ao trabalhador; X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual, caracterizado como microempresa; XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas; XII - PIS, COFINS e IPI incidentes na importação de bens e serviço; XIII - ICMS devido: a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária; legislação estadual ou distrital vigente; c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização; d) por ocasião do desembaraço aduaneiro; e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desaco- bertada de documento fiscal; f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; g) nas operações com mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, bem assim do valor relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, nos termos da legislação estadual ou distrital. XIV - ISS devido: a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; b) na importação de serviços; XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios, não relacionados especificamente. Além disso, o Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável, será definitivo, não se compensando ou restituindo para o optante pelo Simples Nacional. Por fim, as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, ficando ainda dispensadas das contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federa1, e demais entidades de serviço social autônomo. Recolhimento do SIMPLES Nacional Os tributos devidos deverão ser pagos: 1 - por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê Gestor; 2 - segundo códigos específicos, para cada espécie de receita discriminada; 3 - enquanto não regulamentado pelo comitê Gestor, até o último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente aquele a que se referir; 4 - em banco integrante da rede arrecadadora credenciada pelo Comitê Gestor. Poderá ser adotado sistema simplificado de arrecadação do Simples Nacional, inclusive sem utilização rede bancária, mediante requerimento do Estado, Distrito Federal ou município ao Comitê Gestor. Na hipótese de a microempresa ou a empresa de pequeno porte possuir filiais, o recolhimento dos tributos do Simples Nacional dar-se-á por intermédio da matriz. Cálculo dos Valores do SIMPLES Nacional O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte, optante do Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das tabelas a seguir, sobre a receita bruta de cada atividade. As tabelas constantes são utilizadas para empresas que não sejam enquadradas em substituição tributária seja de ICMS, IPI, PIS/COFINS, ISS, etc..que terão tabelas específicas. BOX DE CONEXÃO: Para cálculo de valores do Simples Nacional de acordo com a tabela, acesse https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional Relação atividade x utilização tabelas Tabela I - Comércio Partilha do Simples Nacional – Comércio Receitas decorrentes da revenda de mercadorias não sujeitas a substituição tributária, exceto as receitas decorrentes da revenda de mercadorias para exportação Receita Bruta Total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/ Pasep INSS ICMS Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% De 3.240.000,01 a 3.600.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% Caso uma empresa tenha faturado, acumuladamente, R$ 970.000 nos últimos 12 meses (por exemplo, de abril de 2015 a março de 2016) e R$ 50.000 no mês atual (abril de 2016), ela deverá proceder da seguinte maneira: 1) Encontrar a alíquota pela faixa de faturamento acumulados dos últimos 12 meses. Nesse caso, o valor de R$ 970.000 está na faixa de "900.000,01 a 1.080.000,00", com alíquota total de 8,28% 2) Multiplicar a alíquota de 8,28% por R$ 50.0000 para encontrar o valor a recolher de R$ 4.140. Tabela II - Indústria Receitas decorrentes da venda de mercadorias por elas industrializadas não sujeitas a substituição tributária, exceto as receitas decorrentes da venda de mercadorias por elas industrializadas para exportação Receita Bruta Total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/ Pasep INSS ICMS IPI Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50% De 180.000,01 a 360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50% De 360.000,01 a 540.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50% De 540.000,01 a 720.000,00 8,04%0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50% De 720.000,01 a 900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50% De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,62% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% 0,50% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50% De 3.240.000,01 a 3.600.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50% O procedimento de cálculo é idêntico ao efetuado no exemplo da Tabela I Tabela III Serviços e Locação de Bens Móveis Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas Decorrentes de Locação de Bens Móveis e de Prestação de Serviços Relacionados no Inciso III do § 1º do art. 25-A da Resolução CGSN nº 94, de 2011 (Redação dada pela Resolução CGSN nº 117/2014). Os seguintes serviços estão enquadrados nessa tabela: a) creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres, exceto as previstas no anexo (tabela) V; b) agência terceirizada de correios; c) agência de viagem e turismo; d) transporte municipal de passageiros e de cargas em qualquer modalidade; e) centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; f) agência lotérica; g) serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; h) produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais; i) fisioterapia; j) corretagem de seguros; k) corretagem de imóveis de terceiros, assim entendida a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis; l) serviços vinculados à locação de bens imóveis, assim entendidos o assessoramento locatício e a avaliação de imóveis para fins de locação; m) locação, cessão de uso e congêneres, de bens imóveis próprios com a finalidade de exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios virtuais, stands, quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de espetáculos, parques de diversões, canchas e congêneres, para realização de eventos ou negócios de qualquer natureza; n) outros serviços que, cumulativamente: 1. não tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não; 2. não estejam sujeitos especificamente à tributação na forma prevista nas tabelas IV, V ou VI. Ressalta-se que no caso de locação de bens móveis, os quais serão tributadas na forma do Anexo III, porém deve ser deduzida a parcela correspondente ao ISS. Já a prestação do serviço de escritórios de serviços contábeis, que serão também tributados na forma do Anexo III, também se deve desconsiderar o percentual relativo ao ISS, quando o imposto for fixado pela legislação municipal e recolhido diretamente ao Município em valor fixo. Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/ PASEP CPP ISS Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00% De 180.000,01 a 360.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79% De 360.000,01 a 540.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50% De 540.000,01 a 720.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84% De 720.000,01 a 900.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87% De 900.000,01 a 1.080.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00% O procedimento de cálculo é idêntico ao efetuado no exemplo da Tabela I. Porém, caso a empresa tenha revendido mercadorias (Tabela III) e prestado serviços (Tabela III), ela deverá somar os faturamentos para encontrar a faixa e, depois, tributar as receitas separadamente. Exemplo: Suponha que a empresa Mecatronic Ltda (do exemplo 1) possua receitas decorrentes da revenda de mercadorias (Anexo I) e receitas decorrentes da prestação de serviços de mecânica de automóveis (Anexo III). 2015 JUL AGO SET OUT NOV DEZ Comércio 20.000 15.000 40.000 40.000 40.000 50.000 Serviço 30.000 35.000 60.000 60.000 60.000 50.000 Total 50.000 50.000 100.000 100.000 100.000 100.000 2016 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL Comércio 40.000 40.000 90.000 80.000 130.000 110.000 70.000 Serviço 60.000 60.000 110.000 120.000 70.000 90.000 50.000 Total 100.000 100.000 200.000 200.000 200.000 200.000 120.000 A Receita Bruta Acumulada dos 12 últimos meses será de R$ 1.500.000 (50.000 + 50.000 + 100.000 + 100.000+ 100.000+ 100.000+ 100.000+ 100.000 + 200.000 + 200.000 + 200.000 + 200.000). Assim sendo deve-se buscar em ambas as tabelas, I e III, as alíquotas para essa faixa de faturamento, as quais são 9,03% e 13,55%, respectivamente. Após isso, multiplica-se o faturamento de comércio do mês de Julho/2016 por 9,03% e o faturamento de serviços do mês de Julho/2016 por 13,55%. Assim, tem-se que: Comércio: 70.000 x 9,03% = $ 6.321,00 Serviço: 50.000 x 13,55% = R$ 6.775,00 Total = R$ 6.321,00 + R$ 6.775,00 = R$ 13.096,00 Tabela IV - Serviços Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas Decorrentes da Prestação de Serviços Relacionados no Inciso IVdo § 1º do art. 25-A da Resolução CGSN nº 94, de 2011 (Redação dada pela Resolução CGSN nº 117/2014). Os seguintes serviços estão enquadrados nessa tabela: a) construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; b) serviço de vigilância, limpeza ou conservação; c) serviços advocatícios; Receita Bruta Total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/ PASEP ISS Até 180.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00% De 180.000,01 a 360.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79% De 360.000,01 a 540.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50% De 540.000,01 a 720.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84% De 720.000,01 a 900.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87% De 900.000,01 a 1.080.000,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00% O procedimento de cálculo é idêntico ao efetuado no exemplo da Tabela I. Porém, as empresas enquadradas no Anexo IV também deverão recolher os valores referentes a folha de pagamento (Contribuição Previdenciária Patronal - CPP): 20% (em geral) de contribuição patronal adicionados dos percentuais de Seguro de Acidente de Trabalho (FAT/RAT, variando de 0,5% a 6%). Tabela V - Serviços Partilha do Simples Nacional - Receitas Decorrentes da Prestação de Serviços Relacionados no Inciso V do § 1º do art. 25-A da Resolução CGSN nº 94, de 2011 (Redação dada pela Resolução CGSN nº 117/2014). Os seguintes serviços estão enquadrados nessa tabela: a) administração e locação de imóveis de terceiros, assim entendidas a gestão e administração de imóveis de terceiros para qualquer finalidade, incluída a cobrança de aluguéis de imóveis de terceiros; b) academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; c) academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; d) elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento da optante; e) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; f) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento da optante; g) empresas montadoras de estandes para feiras; h) laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; i) serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; j) serviços de prótese em geral Receita Bruta em 12 meses (em R$) (r)<0,10 0,10=< (r) e (r) < 0,15 0,15=< (r) e (r) < 0,20 0,20=< (r) e (r) < 0,25 0,25=< (r) e (r) < 0,30 0,30=< (r) e (r) < 0,35 0,35 =< (r) e (r) < 0,40 (r) >= 0,40 Até 180.000,00 17,50% 15,70% 13,70% 11,82% 10,47% 9,97% 8,80% 8,00% De 180.000,01 a 360.000,00 17,52% 15,75% 13,90% 12,60% 12,33% 10,72% 9,10% 8,48% De 360.000,01 a 540.000,00 17,55% 15,95% 14,20% 12,90% 12,64% 11,11% 9,58% 9,03% De 540.000,01 a 720.000,00 17,95% 16,70% 15,00% 13,70% 13,45% 12,00% 10,56% 9,34% De 720.000,01 a 900.000,00 18,15% 16,95% 15,30% 14,03% 13,53% 12,40% 11,04% 10,06% De 900.000,01 a 1.080.000,00 18,45% 17,20% 15,40% 14,10% 13,60% 12,60% 11,60% 10,60% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 18,55% 17,30% 15,50% 14,11% 13,68% 12,68% 11,68% 10,68% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 18,62% 17,32% 15,60% 14,12% 13,69% 12,69% 11,69% 10,69% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 18,72% 17,42% 15,70% 14,13% 14,08% 13,08% 12,08% 11,08% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 18,86% 17,56% 15,80% 14,14% 14,09% 13,09% 12,09% 11,09% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 18,96% 17,66% 15,90% 14,49% 14,45% 13,61% 12,78% 11,87% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 19,06% 17,76% 16,00% 14,67% 14,64% 13,89% 13,15% 12,28% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 19,26% 17,96% 16,20% 14,86% 14,82% 14,17% 13,51% 12,68% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 19,56% 18,30% 16,50% 15,46% 15,18% 14,61% 14,04% 13,26% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 20,70% 19,30% 17,45% 16,24% 16,00% 15,52% 15,03% 14,29% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 21,20% 20,00% 18,20% 16,91% 16,72% 16,32% 15,93% 15,23% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 21,70% 20,50% 18,70% 17,40% 17,13% 16,82% 16,38% 16,17% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 22,20% 20,90% 19,10% 17,80% 17,55% 17,22% 16,82% 16,51% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 22,50% 21,30% 19,50% 18,20% 17,97% 17,44% 17,21% 16,94% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 22,90% 21,80% 20,00% 18,60% 18,40% 17,85% 17,60% 17,18% As contribuições dessa anexa tabela serão apuradas a partir da relação (r) conforme abaixo: (r) = Folha de Salários incluído encargos (12 meses) / Receita Bruta (12 meses) Assim, imagine uma empresa com folha salarial de R$ 301.680,00 nos últimos 12 meses com faturamento de R$ 700.000,00, resultando numa relação (r) de 0,43. Como o percentual de 0,43 encontrado é maior que 0,40 aplicar-se-á sobre a receita bruta mensal do mês a alíquota da Tabela V, correspondente à faixa entre R$ 540.000,01 e R$720.000,00, ou seja a alíquota de 9,34%. Supondo uma receita bruta do mês de R$ 50.000,00, tem se o valor de R$ 4.670,00 (50.000 x 9,34%) Caso a Apuração desse mês tivesse como receita R$ 800.000,00 e a folha de salários e encargos continuasse em R$ 301.680,00, teria um r de 0,38 (301.680,00 / 800.000). Assim, para a Tabela V os contribuintes devem seguir o seguinte roteiro para apuração do SIMPLES Nacional: 1) Será apurada a relação (r) conforme abaixo: (r) = Folha de Salários incluídos encargos (em 12 meses) Receita Bruta (em 12 meses) 2) Buscar na Tabela V a linha que corresponde ao faturamento acumulado dos 12 meses com a coluna apurado pelo relação "r" 3) Somar-se-á a alíquota do SIMPLES nacional relativa ao IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP apurada na forma acima e parcela corresponde ao ISS prevista no anexo IV. 4) A partilha das receitas relativas ao IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP arrecadadas na forma deste anexo será realizada com base nos parâmetros definidos na tabela V-B, onde: (I) = pontos percentuais da partilha destinada à CPP; (J) = pontos percentuais da partilha destinada ao IRPJ, calculados após o resultado do fator (I): (K) = pontos percentuais da partilha destinada à CSLL, calculados após o resultado dos fatores (I) e (J); (L) = pontos percentuais dapartilha destinada à Cofins, calculados após o resultado dos fatores (I), (J) e (K); (M) = pontos percentuais da partilha destinada à contribuição para o PIS/Pasep, calculados após os resultados dos fatores (I), (J), (K) e (L); (I) + (J) + (K) + (L) + (M) = 100 (N) = relação (r) dividida por 0,004, limitando-se o resultado a 100; (P) = 0,1 dividido pela relação (r), limitando-se o resultado a 1. Tabela V-B Receita Bruta em 12 meses (em R$) CPP IRPJ CSLL COFINS PIS/Pasep I J K L M Até 80.000,00 N x0,9 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 180.000,01 a 360.000,00 N x0,875 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 360.000,01 a 540.000,00 N x0,85 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 540.000,01 a 720.000,00 N x0,825 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 720.000,01 a 900.000,00 N x0,8 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 900.000,01 a 1.080.000,00 N x0,775 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 N x0,75 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 N x0,725 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 N x0,7 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 N x0,675 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 N x0,65 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 N x0,625 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 N x0,6 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 N x0,575 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 N x0,55 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 N x0,525 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 N x0,5 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 N x0,475 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 N x0,45 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 N x0,425 0,75 X(100 - I)X P 0,25 X(100 - I)X P 0,75 X(100 - I - J - K) 100 - I - J - K - L Tabela VI (ou V-A conforme resolução CGSN 117 de 2014) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas Decorrentes da Prestação de Serviços Relacionados no Inciso VI do art. 25-A da Resolução CGSN nº 94, de 2011. Os seguintes serviços estão enquadrados nessa tabela: a) medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; b) medicina veterinária; c) odontologia; d) psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite; e) serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação; f) arquitetura, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia; g) representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros; h) perícia, leilão e avaliação; i) auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; j) jornalismo e publicidade; k) agenciamento, exceto de mão de obra; l) outras atividades do setor de serviços que, cumulativamente: 1. tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não; 2. não estejam sujeitas especificamente à tributação na forma previstas nas tabelas III, IV ou V. Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP ISS Até 180.000,00 16,93% 14,93% 2,00% De 180.000,01 a 360.000,00 17,72% 14,93% 2,79% De 360.000,01 a 540.000,00 18,43% 14,93% 3,50% De 540.000,01 a 720.000,00 18,77% 14,93% 3,84% De 720.000,01 a 900.000,00 19,04% 15,17% 3,87% De 900.000,01 a 1.080.000,00 19,94% 15,71% 4,23% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 20,34% 16,08% 4,26% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 20,66% 16,35% 4,31% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 21,17% 16,56% 4,61% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 21,38% 16,73% 4,65% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 21,86% 16,86% 5,00% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 21,97% 16,97% 5,00% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 22,06% 17,06% 5,00% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 22,14% 17,14% 5,00% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 22,21% 17,21% 5,00% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 22,21% 17,21% 5,00% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 22,32% 17,32% 5,00% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 22,37% 17,37% 5,00% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 22,41% 17,41% 5,00% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 22,45% 17,45% 5,00% A metodologia de cálculo é idêntica a apresentada no exemplo da Tabela I. Tributação Internacional Os impostos de importação e de exportação têm função extrafiscal. No entanto, diferentemente dos impostos sobre operações de crédito, câmbio, seguros, títulos e valores mobiliários (IOs), que têm a função de regular os respectivos mercados (creditício, cambial, etc), os impostos de importação e de exportação influenciam a política econômica, e possuem forte vinculação ao câmbio, bem como ao incentivo/desincentivo da indústria nacional. Imposto de Importação O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros (II) é um tributo de competência da União, o qual incide sobre a importação de mercadorias estrangeiras e sobre a bagagem de viajante procedente do exterior. No caso de mercadorias estrangeiras, a base de cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa Comum (TEC). No caso da bagagem, a base de cálculo é o valor dos bens que ultrapassem a cota de isenção e a alíquota é de 50%. Há três tipos de importação: Própria:importador adquire mercadorias do exterior em nome próprio, passando a dispor de sua propriedade, podendo vir a vendê-las a qualquer interessado. Por conta e ordem: opera-se como se fosse um mandato. Uma empresa – a importadora –promove, em seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadorias adquiridas por outra empresa – a adquirente –, em razão de contrato previamente firmado. O importador de fato é a adquirente, a “mandante” da importação, aquela que efetivamente faz vir a mercadoria de outro país, em razão da compra internacional; embora, nesse caso, o faça por via de interposta pessoa – a importadora por conta e ordem –, que é uma “mandatária” da adquirente; Por encomenda: a importação por encomenda é aquela em que uma empresa adquire mercadorias no exterior com recursos próprios e promove o seu despacho aduaneiro de importação, a fim de revendê-las, posteriormente, a uma empresa encomendante previamente determinada, em razão de contrato entre a importadora e a encomendante. O sujeito passivo do impostos de importação é o importador, ou seja, a pessoa que causa a entrada da mercadoria do exterior no território brasileiro. No caso de mercadorias apreendidas ou abandonadas destinadas a leilão, o arrematante é o sujeito passivo desse tributo. A base de cálculo de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da arrematação. Conforme previsão do art. 153, § 1º, da Constituição, o Poder Executivo pode alterar a alíquota do imposto de importação. Porém, atualmente, as alíquotas do imposto são, em sua maior parte, definidas no âmbito do Mercosul e formalizadas em um documento denominado Tarifa Externa Comum. Esse documento indica as alíquotas que os países membros da comunidade em foco empregam uniformemente para todas as importações. Paralelamente, admite- se, no âmbito do Mercosul, que os signatários estabeleçam lista com exceções à Tarifa Externa Comum. Nesses casos, o País volta a ter autonomia para definir a alíquota dos bens sob o regime de exceção. O Brasil contempla em sua lista de exceção, por exemplo, a importação de álcool etílico e de cimento. Imposto de Exportação o Imposto de Exportação (IE) é de competência da União e tem como fato gerador a saída de produto nacional ou nacionalizado do território nacional. Assim como o Imposto de Importação, possui função fiscal e regulatória, uma vez que não se presta apenas a arrecadação, mas também de acordo com a variação de suas alíquotas, à disciplina do fluxo de exportação. O IE não está sujeito ao princípio da anterioridade, de modo que pode ser alterado no mesmo exercício financeiro, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, o poder executivo pode alterar as alíquotas do IE. Conforme o Código Tributário Nacional o IE tem como fato gerador a saída destes do território nacional qualquer que seja a finalidade de quem remete, e não com o negócio jurídico da compra e venda do exportador para o estrangeiro. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data de registro do RE no Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex No que tange a base de cálculo do IE, conforme o artigo 2º do Decreto-lei nº 1.578, de 1977, é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato do Conselho Monetário Nacional. O preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal. Sobre a alíquota do IE, ela é de 30%, podendo o Poder Executivo reduzir ou aumentar, visando atingir os objetivos da política cambial e do comércio exterior. Caso ocorra um aumento da alíquota ela não poderá ser superior a 150%. Dado o fato de que o equilíbrio da balança comercial depende fundamentalmente do esforço de exportação, o IE é pouco exigido, sendo comum o uso da alíquota zero. Sobre o contribuinte do IE, ele é o exportador ou quem a lei a ele equiparar, considerada qualquer pessoa que promova a saída de produtos do território nacional, podendo também a lei equipar terceiro ao exportador. Drawback O processo de importação é, por diversas vezes, ser conveniente ao País. Uma vez que, por exemplo, uma empresa brasileira importa insumos, os quais serão utilizados em seus processos produtivos e, na sequência, ser exportado novamente. Nessa situação, pode não trazer vantagens ao país cobrar o imposto de importação, uma vez que aumentará os custos da empresa industrial e acarretará maior preço final do produto a ser exportado, diminuindo a competitividade do produto / empresa no exterior. Assim sendo, a legislação brasileira criou o instrumento de "Drawback" que, nada mais é do que a possibilidade do importador obter a restituição dos valores pagos na aquisição de matéria-prima aplicada em produtos que serão exportados. Desse modo, no regime de Drawback, o II e o IPI dos insumos ficam suspensos até que a exportação ocorra. Os referidos tributos ficam suspensos quando da entrega da declaração de importação dos insumos, sendo exigidos os referidos valores caso os produtos industrializados não se destinem ao exterior no prazo estabelecido pela legislação. Subcapitalização As empresas, de forma geral, possuem duas fontes de capital: capital próprio e capital de terceiros. O primeiro representa ingresso de recursos provenientes dos sócios enquanto o segundo são representados por empréstimos, financiamentos, debêntures e demais instrumentos de dívida. A subcapitalização (thin capitalization) ocorre quando uma empresa estrangeira, ao decidir investir no Brasil, opta por realizar empréstimos a essa subsidiária do que aportar dinheiro a fundo perdido (capital social, na linguagem contábil), de modo que esse empréstimo possa abater o lucro tributável reduzindo a arrecadação de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Assim, os países buscam se proteger do extremo financiamento por terceiros, evitando a perda de arrecadação fiscal. Assim, as regras para evitar a subcapitalização estabelecem, nas operações de endividamento com pessoas com vínculo societário em terceiros países, limites à dedução dos juros para fins de apuração do lucro tributável. Isso ocorre, em geral, de duas maneiras a) Determinam o montante máximo de envidamento em relação ao qual os juros são considerados dedutíveis: arm’s length; b) Determinam o montante máximo de juros dedutível por uma proporção entre o valor da dívida e o do capital. No Brasil, a Lei nº 12.249/10 introduziu limites de dedução das despesas com juros nessas operações de endividamento com pessoas vinculadas: a) Mantém a submissão às regras de preços de transferência; b) Determina a observância às regras gerais de dedutibilidade: necessidade e normalidade da despesa (art. 47 da Lei n º 4.506/64); c) Estabelece limites individuais e globais de endividamento através da predeterminação de razão dívida capital: i. LIMITE INDIVIDUAL: o endividamento não pode ser superior a 2 (duas)vezes o valor da participação societária no patrimônio líquido da empresa brasileira detida por pessoa jurídica vinculada no exterior, por ocasião da apropriação dos juros; ii. LIMITE INDIVIDUAL: o endividamento não pode ser superior a 2 (duas) vezes o valor do patrimônio líquido da empresa no Brasil , por ocasião da apropriação dos juros, quando a pessoa jurídica vinculada no exterior não for sócia da brasileira; iii. LIMITE GLOBAL: somatório dos endividamentos com pessoas vinculadas no exterior não pode ser superior a 2 (duas) vezes o valor do somatório das participações de todas as vinculadas no patrimônio líquido da empresa no Brasil. iv. LIMITE GLOBAL: o somatório dos endividamentos com entidades em país com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado não pode ser superior a 30% do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica no Brasil. Preço de Transferência Conforme a Receita Federal do Brasil, o termo “preço de transferência” tem sido utilizado para identificar os controles a que estão sujeitas as operações comerciais ou financeiras realizadas entre partes relacionadas, sediadas em diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada em paraíso fiscal. Em razão das circunstâncias peculiares existentes nas operações realizadas entre essas pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser artificialmente estipulado e, conseqüentemente, divergir do preço de mercado negociado por empresas independentes, em condições análogas ‐ preço com base no princípio arm’s length O controle fiscal dos preços de transferência se impõe em função da necessidade de se evitar a perda de receitas fiscais. Essa redução se verifica em face da alocação artificial de receitas e despesas nas operações com venda de bens, direitos ou serviços, entre pessoas situadas em diferentes jurisdições tributárias, quando existe vinculação entre elas, ou ainda que não sejam vinculadas, mas desde que uma delas esteja situada em país ou dependência com tributação favorecida ou goze de regime fiscal privilegiado. Diversos países vêm instituindo esse controle como medida de salvaguarda de seus interesses fiscais, haja vista a constatação de manipulação dos preços por empresas interdependentes em transações internacionais, com o inequívoco objetivo de usufruir de regimes tributários mais favoráveis. Assim, ocorre a transferência de renda de um Estado para outros que oferecem alíquotas inferiores ou concedem isenções, por intermédio da manipulação dos preços praticados na exportação e na importação de bens, serviços e direitos Para a legislação brasileira, são consideradas pessoas vinculadas a pessoa jurídica estabelecida no Brasil: 1) a matriz desta, quando domiciliada no exterior; 2) a sua filial ou sucursal, domiciliada no exterior; 3) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, cuja participação societária no seu capital social a caracterize como sua controladora ou coligada, na forma definida nos §§ 1º e 2º , art. 243 da Lei das S.A.; 4) a pessoa jurídica domiciliada no exterior que seja caracterizada como sua controlada ou coligada, na forma definida nos §§ 1º e 2º , art. 243 da Lei das S.A.; 5) a pessoa jurídica domiciliada no exterior, quando esta e a empresa domiciliada no Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum ou quando pelo menos 10% (dez por cento) do capital social de cada uma pertencer a uma mesma pessoa física ou jurídica; 6) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que, em conjunto com a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tiver participação societária no capital social de uma terceira pessoa jurídica, cuja soma as caracterizem como controladoras ou coligadas desta, na forma 4 definida nos §§ 1º e 2º , art. 243 da Lei das S.A.; 7) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que seja sua associada, na forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na legislação brasileira, em qualquer empreendimento; 8) a pessoa física residente no exterior que for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge ou companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu sócio ou acionista controlador em participação direta ou indireta; 9) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que goze de exclusividade, como seu agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e venda de bens, serviços ou direitos; 10) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, em relação à qual a pessoa jurídica domiciliada no Brasil goze de exclusividade, como agente, distribuidora ou concessionária, para a compra e venda de bens, serviços ou direitos. Por diversas vezes verifica-se o uso do termo "país com tributação favorecida". Para a legislação brasileira, é um país com tributação favorecida aquele a) que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento). Devendo ser considerada a legislação tributária do referido país, aplicável às pessoas físicas ou às pessoas jurídicas, conforme a natureza do ente com o qual houver sido praticada a operação, considerando‐se separadamente a tributação do trabalho e do capital, bem como as dependências do país de residência ou domicílio, ou b) cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário efetivo de rendimentos atribuídos. Referências: BRASIL. Constituição, 1988. BRASIL. Lei Complementar 123, 2006. BRASIL, Lei 9.718, 1998. BRASIL, Lei 10.637, 2002. BRASIL, Lei 10.833, 2003. FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária. 15ª ed. Atlas. São Paulo, 2015. 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