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Unidade II AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Prof. Alexandre Saramelli Conteúdo programático Unidade I Avaliação de empresas – metodologias simples. Avaliação de empresas – metodologias aplicadas. Unidade II Avaliação de empresas – metodologias complexas. Representação artística da Estação de Energia Solar Orbital JAXA, Japan Aerospace Exploration Agency Fonte: http://motherboard.vice.com/read/japan-plans-to-have-a-power-plant-into-space-in-a-decade Metodologia dos fluxos de caixa descontados Na metodologia dos fluxos de caixa descontados, para se obter o valor total da empresa, os seguintes passos são necessários: capitalização dos fluxos de caixa da atividade principal, descontados por uma taxa de retorno que corresponda ao risco do negócio e reflita as incertezas do mercado; em seguida, soma-se o valor dos ativos não operacionais. Metodologia dos fluxos de caixa descontados Esse método é considerado um dos melhores em termos metodológicos, pois apresenta inúmeras vantagens: em mercados eficientes, o preço das ações de uma empresa é igual ao valor presente de seus fluxos de caixa esperados; incorpora os fluxos de caixa em vez de medidas contábeis; considera a taxa de retorno de acordo com o custo do capital do negócio. Metodologia dos fluxos de caixa descontados Os fluxos de caixa esperados devem ser descontados a uma taxa que reflita o custo de financiamento desses ativos, ou seja, o custo médio ponderado de capital. O custo médio ponderado de capital considera o custo da dívida (passivo), o custo do capital próprio (patrimônio líquido) e seus pesos relativos na estrutura de financiamento da empresa. Metodologia dos fluxos de caixa descontados ke = custo do capital próprio, que representa a taxa de retorno exigida por investidores em ações na empresa. Metodologia dos fluxos de caixa descontados ki = custo do capital de terceiros, que mensura o custo de empréstimo atual, ajustado para os benefícios tributários do empréstimo. Metodologia dos fluxos de caixa descontados t = alíquota do Imposto de Renda. A empresa obtém um benefício tributário pela redução do pagamento de impostos. Se considerarmos uma alíquota de IR de 34%, o custo do capital de terceiros será multiplicado por (1 – 0,34). Supondo 15% de Imposto de Renda mais 9% de Contribuição Social sobre o lucro líquido, mais um adicional de 10% sobre o lucro excedente de R$ 240.000,00, temos uma alíquota aproximada de 34%. Metodologia dos fluxos de caixa descontados O capital de terceiros possui benefícios tributários, uma vez que os juros são dedutíveis para fins de cálculo do Imposto de Renda de pessoa jurídica. No caso brasileiro, esta afirmativa é válida apenas para as empresas tributadas pelo lucro real. Já o capital próprio não apresenta este benefício, pois o pagamento de dividendos aos acionistas não é dedutível tributariamente. Interatividade O Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) considera: a) somente a compra ou venda de empresas. b) somente o custo da dívida. c) o custo da dívida e o custo do capital próprio. d) somente o custo do capital próprio. e) o custo da distribuição de dividendos. Metodologia dos fluxos de caixa descontados O valor da empresa é calculado considerando-se o valor presente dos fluxos de caixa, mais o valor residual no último ano-projeto, mais o valor dos ativos não operacionais no último ano de atividade da empresa (ano 0), atualizados para a data zero à taxa de desconto (CMPC): Metodologia dos fluxos de caixa descontados O fluxo de caixa considerado a cada período é o fluxo líquido de caixa, ou seja, as entradas de caixa menos as saídas de caixa. O valor residual representa o valor da empresa no final do último ano projetado. Supondo um crescimento constante para o período pós-projetado, o valor residual poderá ser calculado pelo modelo de Gordon. Metodologia dos fluxos de caixa descontados VR = valor residual para o último ano do período projetado. FC = fluxo de caixa do último ano projetado. g = taxa de crescimento constante para os fluxos de caixa do período pós-projetado. CMPC = custo médio ponderado de capital ou taxa de desconto. Metodologia dos fluxos de caixa descontados Copeland, Koller e Murrin (2002) sugerem que o valor residual para o último ano projetado seja calculado considerando os lucros operacionais ajustados: LOA = lucro operacional ajustado do último ano projetado. g = taxa de crescimento constante para os fluxos de caixa do período pós-projetado. CMPC = custo médio ponderado de capital ou taxa de desconto. Metodologia dos fluxos de caixa descontados EBITDA = Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Em uma tradução literal, temos: lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (alguns autores chamam este lucro de LAJIDA, que corresponde à sigla em português). O EBITDA considera apenas a atividade operacional, sem sua forma de financiamento (juros), nem itens que não afetam o caixa. Metodologia dos fluxos de caixa descontados Apresenta uma visão da atividade operacional da empresa na geração de caixa, independentemente da forma de financiamento de sua atividade (juros), dos impostos que incorram sobre ela e da depreciação e amortização que não são pagas, sendo muito utilizado pelo mercado como forma de medida do resultado operacional. Metodologia dos fluxos de caixa descontados Outra forma de cálculo do EBITDA é dada pelo ajuste na DRE, partindo do lucro ou prejuízo operacional: Lucro (prejuízo) operacional (-) Equivalência patrimonial (+) Despesas financeiras (-) Receitas financeiras (+) Depreciação e amortização (=) EBITDA Metodologia dos fluxos de caixa descontados Outra forma de analisar os fluxos de caixa descontados e considerar a atividade da empresa uma perpetuidade. Neste caso, havendo um fluxo de caixa (FC) regular, ou seja, sem crescimento ao longo do tempo, podemos considerar o valor da empresa como sendo a perpetuidade deste fluxo, descontado pelo custo médio ponderado de capital e acrescido dos ativos não operacionais. Assim, o valor da empresa é dado por: Valor da Empresa = (FC/CMPC) + AN-O_Ano 0 Exemplo Uma empresa apresenta os seguintes fluxos de caixa nos últimos cinco anos: A expectativa de seu desempenho é um crescimento a uma taxa de 4,80% ao ano para os próximos cinco anos: FC líquidos ($ milhões) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Histórico 94,00 101,00 198,00 115,00 119,00 FC líquidos ($ milhões) Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Projetado 124,71 130,70 136,97 143,55 150,44 Exemplo Assumindo uma taxa de crescimento constante de 4% ao ano e considerando um custo de capital de 9,5% ao ano, o seu valor residual no ano 10 é: O valor da empresa ao final do ano 5 será de: Metodologia do valor presente líquido A metodologia do valor presente líquido consiste em calcular o valor presente de uma série de fluxos de caixa a uma taxa conhecida e deduzir o valor do investimento inicial: O conceito de valor presente líquido é utilizado amplamente na matemática financeira, pois considera o VPL de todos os fluxos de caixa menos o valor do investimento inicial na data zero. Metodologia do valor presente líquido Na aplicação da técnica do VPL, a definição da taxa de desconto “i” é fundamental para a validação do projeto. A taxa de desconto deve representar o risco do negócio e as incertezas do mercado. Por isso, utilizamos o conceito de taxa mínima de atratividade. A TMA representa o custo de oportunidade do capital investido. Metodologiado valor presente líquido A taxa mínima de atratividade pode corresponder: à taxa de aplicação básica no mercado (opção bancária que o investidor possui); ao Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) entre o capital próprio e o capital de terceiros, no caso de empresas. Metodologia do valor presente líquido Sendo o VPL descontado pela TMA, se o valor obtido for maior do que zero, teremos a aprovação da viabilidade econômica do projeto, e quanto maior for o VPL, mais interessante em termos financeiros ele fica. Se o VPL for negativo, deve-se rejeitar o projeto, uma vez que o valor presente dos fluxos de caixa seria inferior ao investimento requerido. Metodologia do valor presente líquido Se o resultado for igual a zero, o investimento não apresentará ganhos acima do custo do capital e, devido ao risco e às incertezas, deverá ser rejeitado. A principal limitação desta metodologia é considerar os valores dos fluxos de caixa no início do investimento, pois podem ocorrer alterações nesse fluxo após o projeto ter sido aceito e colocado em prática. Interatividade O valor residual representa o valor da empresa no final do último ano projetado. Supondo um crescimento constante para o período pós-projetado, o valor residual poderá ser calculado: a) pelo modelo de Edwards e Bells. b) pelo modelo de Spencer. c) pelo modelo de Gordon. d) pelo modelo de Laplace. e) pelo modelo de Damodaran. Exemplo: metodologia do valor presente líquido Uma empresa está à venda por $ 515 milhões e possui a expectativa de gerar os seguintes fluxos de caixa para os próximos cinco anos: Após esse período, a expectativa é de um crescimento constante a uma taxa de 5,75% ao ano, e o custo do capital considerado é de 8,90% ao ano. FC líquidos ($ milhões) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Projetado 24,00 27,00 28,50 29,75 30,40 Exemplo: metodologia do valor presente líquido Primeiramente, vamos calcular o valor residual no ano 5 utilizando o modelo de Gordon, visto anteriormente: Valor da empresa na data zero: a soma do VPL dos fluxos de caixa para os próximos cinco anos mais o VR capitalizado à taxa de 8,9% = $ 774,23 milhões. Exemplo: metodologia do valor presente líquido O VPL para o ano 0 é de: O VPL positivo indica que o investimento na aquisição da empresa analisada é viável, uma vez que seus fluxos de caixa descontados menos o investimento inicial na aquisição da empresa geram um saldo positivo. Metodologia das opções reais Esta metodologia surgiu como uma forma de eliminar as limitações do VPL. A metodologia das opções reais apresenta uma grande flexibilidade em relação ao VPL. A flexibilidade desse método é maior por considerar que as atitudes dos investidores e os fluxos de caixa da empresa podem sofrer alterações em função das mudanças nas condições do mercado. Metodologia das opções reais Nesta metodologia são utilizadas árvores de decisão, que representam graficamente cada uma das decisões sequenciais e seus resultados possíveis. As árvores de decisão são formadas por nós de decisão e por nós folha. Nós de decisão: nesta parte da árvore, realiza-se uma decisão sobre alguns dos atributos dos exemplos utilizados no modelo, sendo cada resultado associado a duas ou mais subárvores. Metodologia das opções reais Nó de decisão Atributos Atributo 1 Atributo 2 Atributo 3 Atributo 4 Nó folha Opção 1 Opções (Probabilidade 1) Opção 2 (Probabilidade 2) Opção 3 (Probabilidade 3) Opção 4 (Probabilidade 4) Benefício Condicional Benefício Condicional 1 Benefício Condicional 2 Benefício Condicional 3 Benefício Condicional 4 Exemplo: metodologia das opções reais Uma empresa está avaliando três estágios para a criação de uma nova unidade de negócios. Estágio 1: na data t = 0. Necessidade de um gasto de $ 2 milhões para a realização de um estudo de mercado sobre o potencial de consumo de uma nova linha de produtos. A empresa estima uma probabilidade de 65% de o estudo apresentar resultados favoráveis. A empresa estima uma probabilidade de 35% de o estudo de mercado resultar em uma decisão de cancelamento do investimento. Exemplo: metodologia das opções reais Estágio 2 Se o resultado diagnosticar a capacidade de mercado, então, em t = 1, a empresa gastará $ 5 milhões para desenvolver seu novo produto e colocá-lo em condições de produção. A administração estima que há 72% de probabilidade de seus profissionais (engenharia, produção e marketing) aprovarem a nova linha e uma probabilidade de 28% de ser rejeitada. Exemplo: metodologia das opções reais Estágio 3: se o resultado anterior for favorável, então, em t = 2, a empresa construirá uma fábrica ao custo líquido de $ 16 milhões e estimará o fluxo de caixa durante os próximos cinco anos. Há uma probabilidade de 35% de o projeto gerar um fluxo de caixa de $ 12 milhões/ano. Há uma probabilidade de 45% de o projeto gerar um fluxo de caixa de $ 7 milhões/ano. Há uma probabilidade de 20% de o projeto gerar um fluxo de caixa negativo de $ 2 milhões/ano. Exemplo: metodologia das opções reais - $2 1 - $5 2 - $16 3 . . . . . . . . . + $12 t = 0 t = 1 t = 2 t = 3 t = 7 65% 35% 72% 28% 35% 20% 45% + $7 - $2 + $12 + $7 - $2 . . . Parada Parada Exemplo: metodologia das opções reais As probabilidades para cada alternativa são as seguintes: Ramo 1: 0,65 x 0,72 x 0,35 = 0,1638 = 16,38% Ramo 2: 0,65 x 0,72 x 0,45 = 0,2106 = 21,06% Exemplo: metodologia das opções reais Ramo 3: 0,65 x 0,72 x 0,20 = 0,0936 = 9,36% Ramo 4: 0,65 x 0,28 = 0,1125 = 11,25% Ramo 5: 0,35 = 35,00% Exemplo: metodologia das opções reais VPL esperado: Como, neste caso, o VPL esperado é negativo, a regra recomendaria a rejeição do investimento. Probabilidade conjunta (1) VPL (2) (1) x (2) 0,1638 16,51 2,70 0,2106 1,51 0,32 0,0936 -25,49 -2,39 0,1820 -6,50 -1,18 0,3500 -2,00 -0,70 1,0000 VPL esperado = -1,25 Interatividade A principal limitação da metodologia do valor presente líquido é: a) não considerar os valores dos fluxos de caixa no início do investimento. b) considerar os valores dos fluxos de caixa no início do investimento. c) considerar os valores dos fluxos de caixa no final do investimento. d) considerar os valores dos fluxos de caixa a valor presente. e) calcular o VR pelo modelo de Copeland. Metodologia da taxa interna de retorno e do período payback A TIR é a taxa de juros que iguala os fluxos de caixa futuros ao recebimento inicial no momento “zero”. Assim, a TIR é a taxa que faz o VPL do projeto ser igual a zero. A TIR é comparada ao mínimo de retorno exigido pelo investidor (TMA). Tem-se como viável a opção de investir no projeto caso a sua TIR seja maior do que a TMA. Metodologia da taxa interna de retorno e do período payback O método do payback consiste em calcular em quanto tempo (meses ou anos) os fluxos de caixa recebidos pagam o investimento inicial ocasionado pelo projeto. O método do payback indica em qual período ocorre o retorno do capital, considerando como melhores os projetos que proporcionam a recuperação do capital em menor tempo. O método do payback descontado constitui-se do cálculo do valor presente dos fluxos de caixa de cada parcela do investimento. Exemplo prático de avaliação de empresas Mega S.A. Balanço patrimonial – em $ milhões Ativo 31-12-X2 31-12-X1 Circulante 26.830 28.580 Disponibilidades Clientes 5.080 7.540 4.610 8.450 Estoques 12.870 14.320Despesas Antecipadas Ativo não circulante Realizável a longo prazo 1.340 86.990 2.350 1.200 76.810 750 Depósitos judiciais 2.350 750 Permanente 84.640 76.060 Investimento 25.850 20.460 Imobilizado (valor líquido) 58.790 55.600 Total 113.820 105.390 Exemplo prático de avaliação de empresas Mega S.A. Balanço patrimonial – em $ milhões Passivo 31-12-X2 31-12-X1 Circulante 12.670 16.630 Fornecedores Empréstimos a pagar 4.570 6.320 9.540 6.490 Contas a pagar 1.780 600 Passivo não circulante Exigível a longo prazo 33.450 33.450 22.760 22.760 Empréstimos 33.450 22.760 Patrimônio Líquido 67.700 66.000 Capital social Reservas de capital 50.000 15.000 50.000 14.000 Reservas de lucros 2.700 2.000 Total 113.820 105.390 Exemplo prático de avaliação de empresas Mega S.A. Demonstração de resultado – em $ milhões 31-12-X2 31-12-X1 Receita operacional bruta (-) Deduções 326.000 (16.300) 297.000 (14.850) Receita operacional líquida 309.700 282.150 (-) Custo da mercadoria vendida (205.900) (198.500) Lucro bruto Despesas operacionais 103.800 (38.590) 83.650 (39.489) Despesas com vendas Despesas gerais e administrativas Depreciação e amortização Lucro operacional (7.650) (23.460) (7.480) 65.210 (8.340) (25.670) (5.479) 44.161 Despesas financeiras (1.835) (1.661) Receitas (desp.) não operacionais Lucro antes de IR 63.375 42.500 Provisão para imposto de renda (21.548) (14.450) Lucro líquido do exercício Nº de ações ordinárias LPA 41.828 7.000 5,98 28.050 6.300 4,45 Comparativo: metodologia dos fluxos de caixa descontados x valor presente líquido É preciso definir por quanto tempo será feita esta análise. Vamos supor um período de cinco anos, com uma taxa de crescimento de 5,00%. Vamos supor também um crescimento constante de 3,00% ao ano após o quinto ano para o cálculo do valor residual. Procedendo ao cálculo dos fluxos de caixa descontados, obtemos o VE para a Mega S.A. Metodologia dos fluxos de caixa descontados Mega S.A. % Capital próprio % Capital de terceiros X2 59,48% 40,52% X1 62,62% 37,38% Ke (custo do capital próprio) 16,50% 16,50% Ki (custo do capital de terceiros) Alíquota IR (IR 15% ÷ CSLL 9% ÷ Adic. 10%) CPMC Crescimento próximos 5 anos 12,70% 34% 13,21% 5,00% 12,70% 34% Crescimento posterior constante (g) 3,00% FC histórico 35.400,00 33.200,00 FC projetado X3 X4 $ milhões 37.170,00 39.028,50 FC descontado 32.832,62 30.451,44 X5 40.979,93 28.242,96 X6 43.028,92 26.194,64 X7 VR VE 45.180,37 455.760,53 24.294,88 245.076,52 387.093,05 Metodologia do valor presente líquido Utiliza as mesmas informações do método anterior. A partir do fluxo de caixa descontado e excluindo o investimento inicial realizado na aquisição da empresa, esta técnica proporciona visualizar o valor gerado pelo investimento. Procedendo ao cálculo do valor presente líquido, obtemos o VE para a Mega S.A. Metodologia do valor presente líquido Mega S.A. % Capital próprio X2 59,48% X1 62,62% % Capital de terceiros 40,52% 37,38% Ke Ki Alíquota IR CPMC 16,50% 12,70% 34% 13,21% 16,50% 12,70% 34% Crescimento próximos 5 anos 5,00% Crescimento posterior constante (g) FC histórico FC projetado 3,00% 35.400,00 $ milhões 33.200,00 FC descontado X3 37.170,00 32.832,62 X4 39.028,50 30.451,44 X5 X6 X7 40.979,93 43.028,92 45.180,37 28.242,96 26.194,64 24.294,88 VR 455.760,53 245.076,52 VE Investimento inicial VPL 387.093,05 (225.000,00) 162.093,05 Taxa interna de retorno Esta metodologia utiliza as mesmas premissas da metodologia do VPL, pois a TIR é a taxa juros que obtém um VPL igual a zero. A utilização dos fluxos de caixa descontados será útil. Para facilitar a análise, rearranjamos o FC projetado, com o investimento inicial na data X2 (saída) e o valor residual (VR) sendo acrescido ao fluxo de caixa na data X7. Taxa interna de retorno A taxa interna de retorno é de 29,31%, superior à TMA correspondente ao custo do capital (CMPC) de 13,21% ao ano. Mega S.A. X2 X1 CPMC Crescimento próximos 5 anos Crescimento posterior constante (g) 13,21% 5,00% 3.00% FC histórico FC projetado 35.400,00 $ milhões 33.200,00 FC descontado X2 (investimento inicial) X3 X4 37.170,00 39.028,50 (225.000,00) 32.832,62 34.474,25 X5 40.979,93 36.197,97 X6 X7 VR 43.028,92 45.180,37 455.760,53 38.007,86 442.485,95 TIR 29,31% Período payback Esta metodologia mostra quando o fluxo de caixa se torna positivo. Podemos calcular o payback simples e o descontado: rearranjamos o FC projetado, com o investimento inicial na data X2 (saída) e o valor residual (VR) sendo acrescido ao fluxo de caixa na data X7. Período payback O payback ocorrerá no quinto ano, quando o fluxo de caixa se tornar positivo. Interatividade A TIR é a taxa de juros que iguala os fluxos de caixa futuros ao recebimento inicial no momento “zero”. Tem-se como viável a opção de investir no projeto caso a TIR: a) seja maior do que a TMA. b) seja positiva e menor do que a TMA. c) seja menor do que a TMA. d) seja negativa e menor do que a TMA. e) seja negativa e maior do que a TMA. ATÉ A PRÓXIMA! Unidade I AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Prof. Alexandre Saramelli Momento histórico da Engenharia Descida do primeiro rotor da Usina de Itaipu (1981). Fonte: http://www.gromow.com/A/ITAIPU.htm Ocasiões em que surge a necessidade de estimar, total ou parcialmente, o valor de mercado de uma empresa: compra ou venda de empresas; divisão entre herdeiros; determinação do valor das participações sociais; fusão de duas ou mais empresas; cisão de uma sociedade em duas ou mais empresas; incorporação de empresas; privatização; dissolução societária; verificar se a empresa está atendendo ao seu objetivo maior, que é a geração de valor para os investidores. Objetivos da disciplina Esta disciplina tem dois objetivos principais: determinação do valor da empresa; conhecer as operações de incorporação, fusão e cisão de empresas e os principais procedimentos relacionados a essas operações. Conteúdo programático Unidade I Avaliação de empresas – metodologias simples. Avaliação de empresas – metodologias aplicadas. Unidade II Avaliação de empresas – metodologias complexas. Nas grandes empresas, os proprietários não são os administradores, por isso é necessária a definição clara do objetivo da empresa. O objetivo de maximizar o lucro não é a melhor opção para a organização, segundo Gitman (2009), pelos seguintes motivos: 1. distribuição no tempo – a geração de lucros ou os lucros por ação não consideram o valor do dinheiro no tempo; Avaliação de empresas Avaliação de empresas 2. fluxo de caixa – os lucros não levam necessariamente a um fluxo de caixa para os acionistas, pois um maior lucro não indica obrigatoriamente que a empresa irá distribuir maiores dividendos; 3. risco – a maximização do lucro também desconsidera o risco, pois não há garantias de que os resultados apresentados sejam efetivados e não é considerada a relação entre risco e retorno. Avaliação de empresas Para Gitman (2009), o objetivoprincipal da organização deve ser a maximização da riqueza de seus proprietários, em nome dos quais ela é gerida. Esse objetivo leva à necessidade periódica de a entidade apurar o valor de mercado da empresa, para verificar se está atendendo ao seu objetivo maior, que é a geração de valor para os investidores. Avaliação de empresas A avaliação de empresas também é necessária quando ocorrem transações de empresas, pois, neste caso, é preciso estimar, total ou parcialmente, o valor de mercado de uma empresa. As metodologias aplicadas podem ser classificadas como simples e complexas – muitas vezes é necessário aplicar as metodologias em conjunto para determinar o valor justo da empresa. Avaliação de empresas – metodologia do valor contábil A metodologia do valor contábil subdivide-se em: Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL); Rotatividade das Vendas (RVPL); Rotatividade do Lucro Operacional (RLOPL); Imobilização com Recursos Próprios (IPL); Alavancagem (APL); Cobertura de Juros com o Patrimônio Líquido (CJPL). Metodologia do valor contábil A partir do balanço patrimonial, podemos ter uma visão sobre a estrutura e a composição do patrimônio da entidade, dividido em três principais grupos: ativo; passivo; patrimônio líquido. Interatividade No decorrer dos negócios empresariais, existem ocasiões em que é necessário estimar, total ou parcialmente, o valor de mercado de uma empresa. Entre essas ocasiões, podemos citar: a) compra ou venda de empresas. b) apuração do custo dos produtos. c) operação de venda de produtos. d) compra de estoques. e) distribuição de dividendos. Metodologia do valor contábil BALANÇO PATRIMONIAL (APLICAÇÕES) (ORIGENS) ATIVO (Bens e direitos) PASSIVO (Obrigações com terceiros) PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Capital próprio) (Capital de terceiros) Exigível Não exigível (Obrigações próprias) Metodologia do valor contábil O patrimônio líquido pode ter sua origem em duas fontes de recursos: o investimento realizado pelos sócios/acionistas; os resultados obtidos com a atividade da empresa. Como o patrimônio líquido corresponde aos recursos próprios da entidade, representa uma medida de seu valor, pois considera o total dos bens e direitos (ativos) excluindo-se as dívidas (passivos) existentes. Metodologia do valor contábil O saldo corresponde ao valor da empresa, ou seja, ao patrimônio que sobra após o pagamento das dívidas. Essa abordagem é conhecida como Teoria do Proprietário, em que o objetivo empresarial é a geração de valor para a empresa, pois ela pertence aos seus investidores. Valor da Empresa (Patrimônio Líquido )= Ativo – Passivo Metodologia do valor contábil Argumentos anteriores à convergência contábil internacional A metodologia do valor contábil é de fácil aplicação. No entanto, apresenta algumas limitações devido à adoção dos princípios contábeis e à influência da legislação tributária. Baseia-se no custo histórico, desconsiderando as condições de mercado para realização dos ativos. Muitas vezes não considera o valor dos ativos intangíveis. Momento da aquisição x desenvolvimentos e ocorrências posteriores. Metodologia do valor contábil Como essa metodologia assume que o PL representa o valor contábil da empresa, torna-se necessário o monitoramento da capacidade de financiamento próprio da empresa. Esse monitoramento é feito por meio de indicadores de desempenho que estejam relacionados ao patrimônio líquido, como: rentabilidade do patrimônio líquido; rotatividade das vendas; Metodologia do valor contábil rotatividade do lucro operacional; imobilização com recursos próprios; alavancagem; cobertura de juros com o patrimônio líquido. A seguir, estudaremos cada um desses indicadores. RPL= Lucro Líquido Patrimônio Líquido × 100 Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL) A rentabilidade do patrimônio líquido demonstra uma proporção entre o lucro da empresa e seu capital próprio. Para cada R$ 100,00 investidos pelos sócios na empresa, o lucro será um percentual desse valor. Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL) Quanto maior for a rentabilidade, melhor será a capacidade de geração de valor pela empresa. Podemos também utilizar o patrimônio líquido médio para fazer o cálculo, ou seja, apurar a média de dois exercícios sociais. Rentabilidade do patrimônio líquido (RPL) Para o investidor, é uma excelente forma de análise do negócio, por facilitar a visualização do retorno e pela possibilidade de comparar essa rentabilidade com outras opções de investimento no mercado. Rotatividade das vendas (RVPL) A rotatividade das vendas demonstra uma proporção entre as vendas da empresa e seu capital próprio. Indica a contribuição do PL para a geração de faturamento ou receita líquida da empresa. RVPL= Receita Líquida de Vendas Patrimônio Líquido Rotatividade das vendas (RVPL) Algumas empresas conseguem atingir índices de RVPL acima de R$ 1,00, sendo que esse indicador representa o quanto cada R$ 1,00 de capital próprio investido gera em receita de vendas. Rotatividade das vendas (RVPL) A RVPL não é apresentada em percentual, pois indica uma relação de quantas vezes o faturamento líquido da empresa é maior que o total do patrimônio líquido. Rotatividade do lucro operacional (RLOPL) Esse indicador mostra a contribuição do PL na geração de lucro operacional da empresa. O indicador representa o quanto cada R$ 1,00 de capital próprio investido gera em relação ao lucro operacional da empresa. RLOPL= Lucro Operacional Patrimônio Líquido Rotatividade do lucro operacional (RLOPL) Algumas empresas conseguem atingir índices de RLOPL acima de R$ 1,00, sendo que esse indicador representa o quanto cada R$ 1,00 de capital próprio investido gera em lucro operacional. Rotatividade do lucro operacional (RLOPL) A RLOPL não é apresentada em percentual, pois indica uma relação de quantas vezes o lucro operacional é maior que o total do patrimônio líquido. Interatividade A metodologia do valor contábil é de fácil aplicação, mas apresenta algumas limitações. Entre elas, podemos citar: a) Não considera o balanço patrimonial. b) Utiliza-se do custo de reposição. c) Considera somente o fluxo de caixa. d) Baseia-se no custo histórico. e) Considera o valor de todos os ativos intangíveis. IPL= Ativo Imobilizado Bruto - Depreciação Acumulada Patrimônio Líquido × 100 Imobilização com recursos próprios (IPL) Indica o quanto de recursos do patrimônio líquido está investido no ativo imobilizado. Esses ativos demoram muito tempo para gerar retorno, pois dependem da sua utilização na atividade da empresa – será realizada normalmente a longo prazo. Imobilização com recursos próprios (IPL) A melhor situação é aquela em que o ativo imobilizado é financiado com recursos próprios, para que a empresa não utilize recursos de terceiros, principalmente com vencimento no curto prazo, para investir em ativos de retorno tão longo. Nesse caso, quanto menor, melhor, pois a empresa estará financiando seu imobilizado com recursos próprios. Se inferior a 100%, indica que sobraram recursos do PL para serem investidosem outros ativos, reduzindo o endividamento. Imobilização com recursos próprios (IPL) Se o IPL for superior a 100%, temos uma situação em que a empresa utilizou recursos emprestados de terceiros para financiar seus investimentos em imobilizado. A alavancagem indica o quanto representa o capital tomado emprestado de terceiros, sob a forma de passivos, em relação ao capital próprio, que é o patrimônio líquido. Também conhecida como participação do capital de terceiros. APL= Passivo Total Patrimônio Líquido Alavancagem (APL) Alavancagem (APL) Se for maior do que R$ 1,00, a APL indica que a empresa possui mais capital de terceiros do que capital próprio. Se for inferior a R$ 1,00, indica que a empresa possui menos capital de terceiros do que capital próprio. Quanto menor for esse indicador, melhor para a empresa, pois estará menos endividada. Esse indicador demonstra quantas vezes o capital próprio cobre o pagamento de juros, as despesas financeiras, de forma a proporcionar uma análise sobre a capacidade técnica de pagamentos. O índice mostra quantas vezes o patrimônio líquido é capaz de cobrir as despesas financeiras decorrentes dos juros. CJPL= Patrimônio Líquido Despesas Financeiras Cobertura de juros com o patrimônio líquido (CJPL) Valor da Empresa (Patrimônio Líquido )= Valor do Ativo Total Ajustado - Valor do Passivo Total Ajustado Outras metodologias aplicadas: metodologia do valor patrimonial de mercado Nessa metodologia, a determinação do valor da empresa é feita a partir de seu valor patrimonial de mercado. Para que a metodologia possa ser aplicada, é necessário que os valores contábeis do ativo, do passivo e do patrimônio líquido sejam iguais ou muito próximos dos seus valores de mercado. Metodologia do valor patrimonial de mercado A empresa deve ter suas demonstrações contábeis ajustadas, ou seja, ativos e passivos. Os ativos devem ser atualizados pelos valores de reposição. Já para as taxas de juros e paridade cambial, também devem ser realizados os ajustes tanto em itens do ativo quanto do passivo. Valor da Empresa (Liquidação )= Soma dos Ativos Individuais – Passivo Metodologia do valor de liquidação Essa metodologia considera o valor da empresa como sendo o valor de mercado dos bens e direitos, supondo que as atividades da empresa sejam encerradas. Considera-se que a empresa encerrará as atividades e que o valor dos ativos individuais tendem a ser inferiores ao valor dos registros contábeis. Metodologia do valor de liquidação Essa metodologia é recomendada para empresas que não possuem mercado para venda. Neste caso, a melhor opção é a venda individual dos ativos. Metodologia do valor de liquidação O normal é que as empresas possuam um valor superior ao da simples soma de seus ativos, pois elas possuem ativos intangíveis, como marcas, participação de mercado e conhecimentos tecnológicos que não estão em suas demonstrações contábeis. Interatividade A rotatividade do lucro operacional sobre o patrimônio líquido mostra: a) o quanto de recursos do patrimônio líquido está investido no ativo imobilizado. b) a contribuição do PL na geração de faturamento. c) o quanto representa o capital emprestado de terceiros. d) a contribuição do PL na geração de lucro operacional da empresa. e) o quanto representa o capital próprio emprestado de terceiros. Valor da Empresa (Liquidação )= Soma dos Ativos Individuais - Passivo LPA= Lucro Líquido Número de Ações Emitidas Metodologia do preço/lucro (P/L) O índice P/L representa o quanto o investidor está disposto a pagar para cada unidade de lucro divulgado, sendo o lucro contábil por ação (LPA) calculado da seguinte forma: Metodologia do preço/lucro (P/L) A metodologia do preço/lucro (P/L) baseia-se no fato de que, se duas empresas atuarem no mesmo setor e possuírem estrutura e porte semelhantes, poderá ser realizada uma comparação direta sobre os seus resultados e indicadores de desempenho. Neste caso, o índice preço/lucro é amplamente utilizado pelo mercado na análise de ações. Metodologia de capitalização dos lucros Nesta metodologia, o valor da empresa é calculado por meio da ponderação média e da capitalização dos lucros históricos por uma taxa de retorno. Em seguida, somamos o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional e obtemos o valor total da empresa. Metodologia de capitalização dos lucros A taxa de retorno (ou custo do capital) utilizada corresponde ao risco do negócio e reflete as incertezas do mercado em que está inserida. Metodologia de capitalização dos lucros Para efeito do lucro a ser capitalizado, podemos utilizar o lucro operacional (lucro antes dos juros e do Imposto de Renda) ou o lucro líquido. As limitações desse método estão relacionadas ao uso do lucro contábil e à determinação do custo do capital próprio. Lucro ($ milhões) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Histórico 100,00 112,00 123,00 132,00 145,00 Metodologia de capitalização dos lucros Vamos utilizar o seguinte exemplo, baseado no lucro operacional da empresa nos últimos cinco anos, com peso variando de 1 até 5 e um custo do capital de 9,50% ao ano: Período Lucro operacional Fator de ponderação Lucro ponderado Ano 1 100,00 1,0 100,00 Ano 2 112,00 2,0 224,00 Ano 3 123,00 3,0 369,00 Ano 4 132,00 4,0 528,00 Ano 5 145,00 5,0 725,00 Soma dos lucros operacionais ponderados 1.946,00 / Soma dos fatores de ponderação 15,00 = Lucros operacionais médios ponderados 129,73 / Taxa de capitalização histórica 9,50% = Valor operacional da empresa (129,73 / 0,0950) 1.365,61 + Ativos não operacionais 45,00 = Valor total da empresa 1.410,61 Metodologia de capitalização dos lucros Metodologia dos múltiplos de faturamento A metodologia dos múltiplos de faturamento assume que o valor da empresa é calculado com base na multiplicação da receita líquida do último ano de atividade operacional pelo fator preço das ações/receita média, extraído de empresas concorrentes de porte e atividade similares. Valor da Empresa= (Receita LíquidaAno1× F P/RL)+ AN-O_ANno1 Metodologia dos múltiplos de faturamento Em seguida, soma-se o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional do último ano de atividade operacional para se chegar ao valor total da empresa. O preço das ações/receita média é o índice de preço de uma ação em relação à receita por ação. Como limitação, temos novamente a receita líquida, que advém da contabilidade tradicional. Valor da Empresa= (Lucro OperacionalAno1× F P/LO)+ AN-O_ANno1 Metodologia dos múltiplos de lucros A metodologia dos múltiplos de lucros assume que o valor da empresa é calculado com base na multiplicação do lucro operacional do último ano de atividade operacional pelo fator preço das ações/lucro operacional médio, extraído de empresas concorrentes de porte e atividade similares. Metodologia dos múltiplos de lucros Em seguida, soma-se o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional do último ano de atividade operacional para se chegar ao valor total da empresa. O preço das ações/lucro operacional médio é o índice de preço de uma ação em relação ao lucro operacional por ação. Como limitação, temos o cálculo do lucrooperacional, que é apurado pela contabilidade tradicional. Interatividade É possível identificar quanto a empresa investiu em imobilizado a partir do patrimônio líquido? a) Não, o PL não pertence ao ativo. b) Não, o investimento em imobilizado ocorre a partir do caixa da empresa. c) Sim, desde que o imobilizado seja adquirido à vista. d) Sim, uma vez que identifica, por exemplo, o quanto de lucro foi utilizado neste investimento. e) Não, seria impossível esta informação a partir do balanço patrimonial. ATÉ A PRÓXIMA! Autor: Prof. Marcelo Botelho da Costa Moraes Colaboradores: Prof. Alexandre Saramelli Profa. Divane Alves da Silva Profa. Elisabeth Alexandre Garcia Prof. Walter R. Dominas Avaliação de Empresas Professor conteudista: Marcelo Botelho da Costa Moraes Marcelo Botelho da Costa Moraes Doutor em Ciências na área de Economia, Organizações e Gestão do Conhecimento (2011), mestre em Engenharia de Produção (2007) e bacharel em Ciências Contábeis (2003), pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor doutor da Universidade de São Paulo (USP), na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP), no Departamento de Contabilidade. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis, atuando principalmente com docência e pesquisa em Contabilidade Financeira e Métodos Quantitativos e Computacionais aplicados à Contabilidade. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) M827a Moraes, Marcelo Botelho da Costa Avaliação de Empresas / Marcelo Botelho da Costa Moraes. - São Paulo: Editora Sol, 2013. 56 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2-092/13, ISSN 1517-9230. 1. Avaliação de empresas. 2. Fluxos de caixa. 3. Capitalização dos lucros. I. Título CDU 658.152 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Virgínia Bilatto Amanda Casale Sumário Avaliação de Empresas INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS – METODOLOGIAS SIMPLES ................................................................. 11 1.1 Metodologia do valor contábil ....................................................................................................... 12 1.1.1 Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) ................................................................................. 13 1.1.2 Rotatividade das Vendas (RVPL) ....................................................................................................... 14 1.1.3 Rotatividade do Lucro Operacional (RLOPL) ................................................................................ 14 1.1.4 Imobilização com Recursos Próprios (IPL) .................................................................................... 14 1.1.5 Alavancagem (APL)................................................................................................................................. 15 1.1.6 Cobertura de Juros com o Patrimônio Líquido (CJPL) ............................................................. 15 2 OUTRAS METODOLOGIAS APLICADAS .................................................................................................... 16 2.1 Metodologia do valor patrimonial de mercado ....................................................................... 16 2.2 Metodologia do valor de liquidação............................................................................................. 17 2.3 Metodologia do Preço/Lucro (P/L) ................................................................................................. 17 2.4 Metodologia de capitalização dos lucros ................................................................................... 18 2.5 Metodologia dos múltiplos de faturamento ............................................................................. 19 2.6 Metodologia dos múltiplos de lucros ........................................................................................... 19 Unidade II 3 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS – METODOLOGIAS COMPLEXAS ......................................................... 21 3.1 Metodologia dos fluxos de caixa descontados ........................................................................ 21 3.2 Metodologia do valor presente líquido ....................................................................................... 25 3.3 Metodologia das opções reais ......................................................................................................... 27 3.3.1 Mensuração do risco do projeto ....................................................................................................... 30 3.3.2 Utilização da opção real e seu impacto sobre o VPL e o risco ............................................. 31 3.4 Metodologia da TIR e do período payback ................................................................................ 32 3.4.1 Taxa Interna de Retorno (TIR) ............................................................................................................ 32 3.4.2 Período de payback ................................................................................................................................ 34 3.4.3 Exemplo comparativo entre os métodos do VPL, TIR e payback ......................................... 35 7 INTRODUÇÃO A disciplina de Avaliação de Empresas tem por objetivo auxiliar na compreensão da situação financeira da organização, com o objetivo de promover informações aos tomadores de decisão quanto a sua avaliação. Sua análise consiste na interpretação de demonstrações financeiras e de outras técnicas que possibilitem a determinação do valor da empresa. No Brasil, assim como na maioria dos países, existem princípios e normas contábeis que definem quais relatórios contábeis são obrigatórios e de que forma eles devem ser desenvolvidos. Este conjunto de relatórios obrigatórios é comumente chamado de demonstrações financeiras (ou demonstrações contábeis). No caso brasileiro, são definidos pela Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei nº 11.638/07 para as Sociedades Anônimas (S.A.s) e pela Lei nº 10.406/02, no caso das Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada (Ltda.s). Lembramos que a Lei nº 11.638/07 estende sua obrigatoriedade com relação à escrituração e à elaboração de demonstrações financeiras, bem como a obrigatoriedade de auditoria independente para a figura das Sociedades de Grande Porte, em que (Brasil, 2007): Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos destaLei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). Demonstrações contábeis (obrigatórias) Sociedades anônimas (Lei nº 11.638/07) Sociedades por quotas de responsabilidade limitada (Lei nº 10.406/02) - Balanço patrimonial - Demonstrações do resultado do exercício - Demonstração das mutações do patrimônio líquido - Demonstração do fluxo de caixa - Demonstração do valor adicionado - Balanço patrimonial - Demonstrações do resultado do exercício - Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou demonstrações das mutações do patrimônio líquido Dessa forma, a compreensão e a análise sobre a situação patrimonial, financeira e operacional de uma organização será de apoio fundamental para a identificação dos componentes que formam o seu valor, e até mesmo como esta entidade proporciona a criação de valor. 8 De maneira simples, o valor de uma empresa é de fundamental relevância para seus investidores, pois são eles que proporcionam o capital para investimento. Analisando a empresa sob este aspecto, qual então deve ser o objetivo da empresa? Toda empresa surge do objetivo de seus investidores (sócios ou acionistas) de obterem rentabilidade pelos recursos que pouparam. Nesse sentido, o objetivo da empresa é de gerar o maior retorno possível para seus investidores. Se pensarmos nas grandes empresas, os proprietários de uma sociedade por ações (os acionistas) normalmente não são os administradores. Nestes casos, a definição clara do objetivo da empresa se torna ainda mais necessária. Assim, é bastante comum que se indique que o objetivo da empresa é maximizar o lucro, mas essa não é a melhor opção para a organização, segundo Gitman (2004), pelos seguintes motivos: 1. distribuição no tempo: a geração de lucros, ou lucros por ação, como medida alternativa, não considera o valor do dinheiro no tempo (juros), ou mesmo o reinvestimento proporcionado quando ocorrerem maiores lucros no início da empresa; 2. fluxos de caixa: os lucros não levam necessariamente a fluxos de caixa para os acionistas, isto pelo fato de que os recebimentos por parte dos acionistas advêm da distribuição de dividendos e um maior lucro não indica obrigatoriamente que a empresa irá distribuir maiores dividendos, pois esta decisão cabe ao conselho de administração; e 3. risco: a maximização do lucro também desconsidera o risco, pois não há garantias de que os resultados (lucros) apresentados sejam efetivados. Isso ocorre desde a manipulação por gerenciamento de resultados nas organizações, até mesmo a relação entre risco e retorno, em que um investidor irá desejar um maior retorno para aceitar maiores riscos. Gerenciamento de resultados: caracteriza-se como a alteração proposital dos resultados contábeis, visando atender aos objetivos de manejar os lucros ou prejuízos da entidade. Apesar disso, é importante observar que o gerenciamento de resultados não é fraude contábil, pois opera dentro dos limites do que prescreve a legislação contábil, principalmente nos pontos em que as normas contábeis facultam certa discricionariedade, possibilitando escolhas contábeis (como classificação) não em função da realidade econômica, mas dos objetivos que se deseja (Martinez, 2001). Assim, o objetivo principal da organização deve ser a maximização da riqueza de seus proprietários, em nome dos quais ela é gerida (Gitman, 2004) e servindo de base para a tomada de decisão. Assim, no curso normal de um negócio, ocorrem circunstâncias em que se faz necessária a estimativa total ou parcial de seu valor de mercado (Santos, 2008), entre elas: 9 • compra ou venda; • partilha entre herdeiros; • determinação do valor das participações sociais; • fusão de duas ou mais companhias; • divisão (cisão) de uma sociedade em dias ou mais empresas; • privatização; • dissolução societária; • outras. Além da necessidade periódica da própria entidade de verificar se está atendendo ao seu objetivo maior, que é a geração de valor para os investidores. Por isso, nesta disciplina, abordaremos algumas das principais técnicas de avaliação de empresas, bem como sua aplicação e sua contabilização em problemas de combinações de negócios, uma vez que as metodologias que serão aqui apresentadas possuem como objetivo a determinação do valor do negócio, tendo sua aplicação em aspectos da negociação empresarial como fusões, cisões e incorporações. 11 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Unidade I 1 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS – METODOLOGIAS SIMPLES Conforme visto até aqui, a avaliação de empresas tem por objetivo a determinação de uma estimativa sobre o valor do negócio, buscando uma mensuração clara e mais objetiva possível e utilizando para isso metodologias (muitas vezes aplicadas em conjunto) para determinar o valor justo da empresa. Dentre as diversas metodologias aplicadas, nós as classificamos como Simples e Complexas; essa classificação torna-se uma aliada para melhor entendimento do assunto, e tomamos como base envolvimento e aplicação dos dados necessários para a determinação do valor junto de uma empresa. São essas: • Metodologias – Simples: — metodologia do valor contábil; — metodologia do valor patrimonial de mercado; — metodologia do valor de liquidação; — metodologia do preço/lucro; — metodologia de capitalização dos lucros; — metodologia dos múltiplos de faturamento; — metodologia dos múltiplos de lucro. • Metodologias – Complexas: — metodologia do fluxo de caixa descontado; — metodologia do valor presente líquido; — metodologia de opções reais; e — metodologia da TIR (Taxa Interna de Retorno) e do payback. Dessa forma, iremos trabalhar os conceitos destas metodologias, bem como sua aplicação prática, para compreender as formas de aplicação e resultados obtidos entre elas, deixando as “Metodologias – Simples” para a Unidade I e as “Metodologias – Complexas” para a Unidade II. 12 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 1.1 Metodologia do valor contábil Esta metodologia possui como base as demonstrações contábeis da entidade que se deseja analisar, pois a avaliação de uma empresa normalmente se inicia pela leitura destas demonstrações (Martins, 2001). Assim, a partir da contabilidade, essencialmente do balanço patrimonial, podemos ter uma visão sobre a estrutura e a composição do patrimônio da entidade, dividida em três principais grupos (Equipe de professores da FEA/USP, 2006): • ativo: de maneira simplificada, corresponde aos bens e direitos que a entidade possui; • passivo: basicamente são os deveres e obrigações a serem pagos pela entidade; • patrimônio líquido: o patrimônio da própria entidade, ou seja, quanto sobra de recursos depois que as dívidas são pagas. O patrimônio líquido pode ter sua origem em duas fontes de recursos, o investimento realizado pelos sócios/acionistas e os resultados obtidos com a atividade da empresa (lucros e prejuízos). No modelo geralmente visto em contabilidade, o balanço patrimonial é formado de duas colunas, sendo a coluna da esquerda formada pelo Ativo e a coluna da direita pelo Passivo e pelo patrimônio líquido (Figura 1). Empresa Modelo S. A. Balanço patrimonial em 30-12-20X1 Ativo Passivo Patrimônio líquido Total do ativo Total do passivo + Patrimônio líquido Aplicação dos recursos Origem dos recursos Figura 1 – Estrutura do balanço patrimonial (adaptadode equipe de professores da FEA/USP, 2006) Por este modelo, que trata de origens x aplicação de recursos, temos a equação fundamental da contabilidade: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido Ou, se considerarmos que o valor do Patrimônio Líquido (PL) corresponde aos recursos próprios da entidade, então ele representa uma medida de seu valor, pois considera o total dos bens e direitos (ativos) excluindo-se as dívidas (passivos) existentes; o saldo corresponde ao valor da empresa, ou seja, o patrimônio que sobra após o pagamento das dívidas, daí seu nome de Patrimônio Líquido. Valor da empresa (Patrimônio Líquido) = Ativo - Passivo 13 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Esta abordagem é conhecida como Teoria do proprietário, em que se foca o objetivo empresarial na geração de valor da empresa, pois ela pertence aos seus investidores (Iudícibus, 2006). Apesar da facilidade de aplicação desta metodologia, ela apresenta algumas limitações, como o fato de se basear no custo histórico, desconsiderando as condições de mercado para realização dos ativos e amortização das dívidas (Santos, 2008), além de não considerar necessidades de investimento e capital de giro e, principalmente, não considerar o desenvolvimento de ativos intangíveis. Ativo intangível: é um Ativo não monetário identificável sem substância física (CPC, 2008), ou seja, é um Ativo no sentido de representar um benefício futuro, mas que não existe fisicamente. Conforme o CPC 04 – Ativos Intangíveis (2008), (...) as entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos intangíveis como conhecimento científico ou técnico, desenho e implantação de novos processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento mercadológico, nome, reputação, imagem e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de publicações). Mas nem todos estes ativos estarão em suas demonstrações contábeis, pois eles somente são contabilizados em sua aquisição; desta forma, eles não estão sendo considerados na metodologia do valor contábil. Para um melhor controle desta metodologia, torna-se necessária a utilização de indicadores de desempenho que estejam relacionados ao patrimônio líquido, como: rentabilidade do patrimônio líquido, rotatividade das vendas, rotatividade do lucro operacional, imobilização com recursos próprios, alavancagem e cobertura de juros com o patrimônio líquido (Santos, 2008). 1.1.1 Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) A Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) demonstra uma proporção entre o lucro da empresa e seu capital próprio (PL). Assim, para cada $100,00 investidos pelos sócios na empresa, o lucro será um percentual deste valor, isso porque o lucro é da empresa, independente do capital de terceiros que deverá ser pago (Matarazzo, 2003). RPL = x 100 Lucro Líquido Patrimônio Líquido Para o investidor, também é uma excelente forma de análise do negócio, por facilitar a visualização do retorno e comparar essa rentabilidade com outras opções de investimento no mercado. Assim, quanto maior for a rentabilidade, melhor será a capacidade de geração de valor pela empresa. 14 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Uma variação desta fórmula é dada por: RPL = x 100 Lucro Líquido Patrimônio Líquido Médio Neste caso, utilizamos o patrimônio líquido médio, ou seja, a soma do PL do ano analisado com o PL do ano anterior, dividido por dois. Isto é feito pelo fato de que o lucro líquido é uma das causas no aumento do PL ao longo do ano; assim, considerar o PL do ano anterior seria subestimar o valor do PL; já considerar o PL do ano analisado estaria superestimando-o, pois o lucro estaria inserido no PL já, daí a opção de calcular a média. 1.1.2 Rotatividade das Vendas (RVPL) A Rotatividade das Vendas (RVPL) demonstra uma proporção entre as vendas da empresa e seu capital próprio. Nesse caso, indica a contribuição do PL para a geração de faturamento ou receita líquida da empresa (Santos, 2008). Algumas empresas conseguem atingir índices de RVPL acima de 1,00, sendo que este indicador representa o quanto cada $1,00 de capital próprio investido gera em receita de vendas. RVPL = Receita Líquida de Vendas Patrimônio Líquido Note que a RVPL não é apresentada em percentual, pois indica uma relação de quantas vezes o faturamento líquido da empresa é maior que o total do patrimônio líquido. 1.1.3 Rotatividade do Lucro Operacional (RLOPL) De maneira semelhante ao RVPL, este indicador mostra a contribuição do PL na geração de lucro operacional da empresa (Santos, 2008). RLOPL = Lucro Operacional Patrimônio Líquido Neste caso, o indicador representa o quanto cada $1,00 de capital próprio investido gera em relação ao lucro operacional da empresa. 1.1.4 Imobilização com Recursos Próprios (IPL) Também conhecido como Imobilização do Patrimônio Líquido, indica o quanto de recursos do Patrimônio Líquido (PL) está investido no Ativo imobilizado. Estes ativos, por serem permanentes, demoram muito tempo para gerar retorno, pois dependem da sua utilização na atividade da empresa, algo que será realizado normalmente ao longo de anos 15 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS (Matarazzo, 2003). Assim, uma melhor situação é aquela em que o Ativo permanente é financiado com recursos próprios (o que nem sempre acontece), para que a empresa não utilize recursos financeiros de terceiros (principalmente com vencimento no curto prazo) para investir em ativos de retorno tão longo. IPL = x100 Ativo Imobilizado Bruto - Depreciação Acumulada Patrimônio Líquido Nesse caso também, quanto menor, melhor, pois a empresa estará financiando seu imobilizado com recursos próprios, e caso o indicador seja inferior a 100%, indica ainda que sobraram recursos do PL para serem investidos em outros ativos, reduzindo o endividamento. Já se o IPL for superior a 100%, temos uma situação em que a empresa utilizou recursos emprestados de terceiros para financiar seus investimentos em imobilizado. 1.1.5 Alavancagem (APL) A alavancagem indica o quanto representa o capital tomado emprestado de terceiros, no balanço patrimonial, sob a forma de passivos em relação ao capital próprio do patrimônio líquido. APL = Passivo Total Patrimônio Líquido Também conhecida como Participação do Capital de Terceiros, caso seja maior do que 1,00, a APL indica que a empresa possui mais capital de terceiros do que capital próprio (patrimônio líquido); caso seja inferior a 1,00, indica que a empresa possui menos capital de terceiros do que capital próprio; assim, quanto menor for esse indicador, melhor para a empresa, pois estará menos endividada (Matarazzo, 2003). 1.1.6 Cobertura de Juros com o Patrimônio Líquido (CJPL) Este indicador demonstra quantas vezes o capital próprio cobre o pagamento de juros (normalmente assinalados como despesas financeiras), de forma a proporcionar uma análise sobre a capacidade técnica de pagamentos (Santos, 2008). CJPL = Patrimônio Líquido Despesas Financeiras Desta forma, temos quantas vezes o patrimônio líquido é capaz de cobrir as despesas financeiras decorrentes dos juros. 16 Unidade I Re vi sã o:V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 2 OUTRAS METODOLOGIAS APLICADAS 2.1 Metodologia do valor patrimonial de mercado Nesta metodologia, o enfoque é a determinação do valor da empresa a partir de seu valor patrimonial de mercado. Desta forma, para que a metodologia possa ser aplicada, é necessário que os valores contábeis do Ativo, do Passivo e do patrimônio líquido sejam compatíveis ou muito próximos aos seus valores de mercado (Santos, 2008). Para isso, a empresa deve ser nova, ou ter suas demonstrações contábeis ajustadas pela reavaliação e/ou atualização do valor dos ativos e passivos, considerando efeitos financeiros ocasionados pela depreciação, amortização, exaustão, inflação, taxa de juros, paridade cambial etc. Os fatores de depreciação, exaustão e amortização correspondem ao consumo de ativos imobilizados, conforme a Lei nº 6.404/76 (Fipecafi, 2007): • depreciação: quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perdas de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; • amortização: quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto seja bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; • exaustão: quando corresponder à perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto seja recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. Com a alteração da Lei nº 11.638/07 (Brasil, 2007), ainda existe a possibilidade da aplicação do teste de recuperação de ativos, segundo o qual a empresa deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, a fim de que sejam: • registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou • revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. No caso da inflação, podem ocorrer ajustes, como as metodologias de correção monetária ou de correção monetária integral (práticas que não são mais permitidas pela legislação vigente), ou por ajustes monetários de acordo com índices de inflação (para ativos e passivos). 17 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Já para as taxas de juros e paridade cambial devem ser realizados os ajustes tanto em itens do Ativo quanto do Passivo, até a data de publicação do balanço (Santos, 2008). Procedendo nestes ajustes de valor, temos que o valor da empresa é dado por: Valor da Empresa (Liquidação)= Valor do Ativo Total Ajustado - Valor do Passivo Total Ajustado Assim, esta metodologia apresenta maiores limitações na aplicação dos ajustes necessários para tornar o valor da empresa condizente com a realidade, principalmente quando os ajustes necessários são de grande importância. 2.2 Metodologia do valor de liquidação Esta metodologia considera o valor da empresa como sendo o valor de mercado dos bens e direitos que formam seu Ativo, vendidos separadamente, no estado em que se encontram, caso as atividades da empresa sejam encerradas (Santos, 2008). Ou seja, considera a empresa como uma operação em descontinuidade, em que o valor dos ativos individuais tende a ser inferior ao valor dos registros contábeis e gerenciais, normalmente em função da negociação envolvida. Além disso, a técnica é recomendada para empresas que não possuem mercado para venda como um negócio, ou seu valor como negócio é inferior ao valor da soma de seus ativos, pois, neste caso, a melhor opção é a venda individual dos ativos. O normal é que as empresas possuam um valor superior do que a simples soma de seus ativos, pois elas possuem ativos intangíveis (como marcas, participação de mercado e conhecimentos tecnológicos) que não estão em suas demonstrações contábeis. Valor da Empresa (Liquidação) = Soma dos Ativos Individuais - Passivo Assim, normalmente, o valor de mercado de uma empresa corresponde ao seu valor em uso e não ao ser valor de troca (venda das partes), uma vez que o valor da empresa como um todo é, em geral, seu valor como organização em funcionamento (Hendriksen; Van Breda, 1999), daí a limitação a este método. 2.3 Metodologia do Preço/Lucro (P/L) A metodologia do Preço/Lucro (P/L) se baseia na condição de que se duas empresas atuam no mesmo setor e possuem estrutura e porte semelhantes (material, humana e financeira), poderá ser realizada uma comparação direta sobre os seus resultados e indicadores de desempenho, neste caso, o índice Preço/Lucro (Santos, 2008), amplamente utilizado pelo mercado na análise de ações. 18 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 P/L = Preço de Mercado por Ação Lucro Contábil por Ação Desta forma, o índice P/L representa o quanto o investidor está disposto a pagar por cada unidade de lucro divulgado, sendo o Lucro Contábil por Ação (LPA) calculado. LPA = Lucro Líquido Número de Ações Emitidas Neste ponto é interessante observar que, segundo as normas internacionais de contabilidade, definidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), ou seja, Conselho Internacional de Normas Contábeis, o cálculo da LPA é dado por (Ernest; Young; Fipecafi, 2009): IPL = Lucro Líquido dos Controladores Número Médio Ponderado de Ações em Circulação no Ano Como existe uma tendência atual na adoção das Normas Internacionais de Contabilidade, é provável que em breve o CPC regulamente a matéria segundo estas normas. Apesar da ampla aceitação do mercado, esta metodologia ainda apresenta algumas limitações (Martins, 2001): • considera apenas o lucro contábil; • ignora o valor do dinheiro no tempo e os riscos; • considera implícita a ideia de eficiência de mercado, isto é, de que o valor de mercado da ação corresponde ao seu valor justo, sem a existência de oscilações de mercado. 2.4 Metodologia de capitalização dos lucros Nesta metodologia, o valor da empresa é calculado por meio da ponderação média e da capitalização dos lucros históricos por uma taxa de retorno ou pelo custo do capital (i) que corresponde ao risco do negócio e que reflita as incertezas do mercado em que está inserida, para, em seguida, somarmos o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional e obtermos o valor total da empresa (Santos, 2008). Para efeito do lucro a ser capitalizado, podemos utilizar o lucro operacional (lucro antes dos juros e imposto de renda) ou baseado na capitalização do lucro líquido. As limitações a este método estão relacionadas novamente ao uso do lucro contábil, uma vez que este é passível de gerenciamento de resultados, mas atenuado pelo uso de séries históricas, e o segundo fator é a determinação do custo do capital próprio. Exemplo baseado no lucro operacional da empresa, considerando sua atividade nos últimos cinco anos (Tabela 1), com peso variando de 1 até 5 e um custo do capital de 9,50% ao ano. 19 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Tabela 1 – Exemplo de lucro operacional histórico Lucro ($ milhões) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano5 Histórico 100,00 112,00 123,00 132,00 145,00 Além disso, são considerados $ 45 milhões de ativos não operacionais (Tabela 2). Tabela 2 – Exemplo de valor da empresa pela metodologia de capitalização dos lucros Período Lucro operacional Fator de ponderação Lucro ponderado Ano 1 100,00 1,0 100,00 Ano 2 112,00 2,0 224,00 Ano 3 123,00 3,0 369,00 Ano 4 132,00 4,0 528,00 Ano 5 145,00 5,0 725,00 Soma dos lucros operacionais ponderados 1.946,00 / Soma dos fatores de ponderação 15,00 = Lucros operacionais médios ponderados 129,73 / Taxa de capitalização histórica 9,50% = Valor operacional da empresa (129,73 / 0,0950) 1.365,61 + Ativos não operacionais 45,00 = Valor total da empresa 1.410,61 2.5 Metodologia dos múltiplos de faturamento A metodologia de múltiplos de faturamento assume que o valor da empresa é calculado com base na multiplicação da Receita Líquida (RL) do último ano de atividade operacional, ou de uma média histórica, pelo fator Preço das Ações/Receita média (FP/RL) extraído de empresas concorrentes de porte e atividade similares. Em seguida, soma-se o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional do último ano de atividade operacional (AN-O_Ano1), para se chegar ao valor total da empresa (Santos, 2008). Note que o Preço das Ações/Receita média (FP/RL) trata-se do índice de preço de uma ação em relação à receita por ação. Desta forma, o valor da empresa é dado por: Valor da Empresa = (Receita LíquidaAno 1 x FP/RL) + AN-O_ANno1 Como limitação, temos novamente a receita líquida que advém da contabilidade tradicional. 2.6 Metodologia dos múltiplos de lucros Já a metodologia dos múltiplos de lucros assume que o valor da empresa é calculado com base na multiplicação do Lucro Operacional (LO) do último ano de atividade operacional, ou de uma 20 Unidade I Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 média histórica, pelo fator Preço das Ações/Lucro Operacional médio (FP/LO) extraído de empresas concorrentes de porte e atividade similares. Em seguida, soma-se o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional do último ano de atividade operacional (AN-O_Ano1), para se chegar ao valor total da empresa (Santos, 2008). Note que o Preço das Ações/Lucro Operacional médio (FP/RL) trata-se do índice de preço de uma ação em relação ao lucro operacional por ação. Desta forma, o valor da empresa é dado por: Valor da Empresa = (Lucro OperacionalAno 1 x Fp/LO) + AN-O_ANno1 Como limitação, temos novamente a questão da contabilidade tradicional que proporciona o cálculo do lucro operacional. 21 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Unidade II 3 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS – METODOLOGIAS COMPLEXAS Nesta unidade de estudo, pautaremos sobre a forma de avaliar uma empresa tendo as metodologias classificadas como complexas, segundo o grau de exigência em relação às análises e entendimento sobre os dados necessários para o desenvolvimento de tais metodologias, reiterando-se a classificação das metodologias em Simples (Unidade I) e Complexas (Unidade II). Trata-se apenas de um meio didático para melhor entendimento do assunto – avaliação de empresas. 3.1 Metodologia dos fluxos de caixa descontados Pela metodologia dos fluxos de caixa descontados, o valor operacional da empresa é calculado a partir da capitalização dos fluxos de caixa (FCs) da atividade principal, descontados por uma taxa de retorno (i) que corresponda ao risco do negócio e reflita as incertezas do mercado, para, em seguida, somar-se o valor dos ativos não operacionais e obter-se o valor total da empresa (Santos, 2008). Essa medida de valor da empresa é considerada uma das melhores em termos metodológicos, pois, em mercados eficientes (pressuposto econômico de plena informação e condições de negociação entre compradores e vendedores), o preço das ações de uma empresa deve representar o valor presente de seus fluxos de caixa esperados (Hendriksen; Van Breda, 1999); além disso, a técnica incorpora os fluxos de caixa em vez de medidas contábeis (mais subjetivas) e considera a taxa de retorno de acordo com o custo do capital do negócio. Assim, os fluxos de caixa esperados devem ser descontados a uma taxa que reflita o custo de financiar estes ativos, ou seja, o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) que considera o custo da dívida (Passivo) e o custo do patrimônio líquido, e seus pesos relativos na estrutura de financiamento (Damodaran, 2004): CMPC = ke x % de Capital Próprio + ki x % de Capital de Terceiros x (1 -t) Onde, ke = custo do capital próprio (PL), que representa a taxa de retorno exigida por investidores em ações na empresa; e ki = custo do capital de terceiros (Passivo), que mensura o custo de empréstimo atual, ajustado para os benefícios tributários do empréstimo; 22 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 t = alíquota do Imposto de Renda (IR). Pelo fato de a empresa obter um benefício tributário pela redução do pagamento de impostos, o custo do capital de terceiros na prática é inferior ao custo das dívidas em si. Por exemplo, se considerarmos uma alíquota de IR de 34% (15% de Imposto de Renda mais 9% de Contribuição Social sobre o lucro líquido mais um adicional de 10% sobre o lucro excedente a R$ 240.000,00 no caso brasileiro, temos uma alíquota aproximada de 34%), então o custo do capital de terceiros será multiplicado por (1 – 0,34). Já os percentuais de capital próprio e capital de terceiros podem ser obtidos por: % de Capital Próprio = x 100 Patrimônio Líquido Passivo + Patrimônio Líquido e % de Capital de Terceiros = x 100 Passivo Passivo + Patrimônio Líquido Observe que o capital de terceiros (dívidas) possui benefícios tributários, uma vez que os juros são dedutíveis para fins de cálculo do imposto de renda de pessoa jurídica (lembre que, no caso brasileiro, esta afirmativa é válida apenas para as empresas tributadas pelo lucro real); já o capital próprio não apresenta este benefício, pois o pagamento de dividendos aos acionistas não é dedutível tributariamente (Ross; Westerfied; Jaffe, 2002). 0 1 2 3 4 5 6 ... n período FC1 FC2 FC3 FC4 FC5 FC6 FCn +VR i? Fluxos de Caixa ($) Figura 2 – Metodologia dos Fluxos de Caixa Descontados (Santos, 2008) Dessa forma, o valor da empresa é calculado considerando-se o valor presente dos Fluxos de Caixa (FCs), acrescido do valor residual (VR) no último ano-projeto e do valor dos ativos não operacionais (AN- O_Ano0) no último ano de atividade da empresa (ano 0), atualizados para a data zero à taxa de desconto (i): Valor da empresa FC i FC i FC VRANO ANO Ano n Ano n = + + + + + +1 1 2 21 1( ) ( ) ... (( ) + + −( ) _1 0i Al N O Ano É importante salientar que o fluxo de caixa considerado a cada período consiste no fluxo líquido de caixa, ou seja, as entradas de caixa menos as saídas de caixa, correspondendo ao fluxo de caixa (FC) o saldo final obtido naquele período. 23 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Assim, o valor residual (VR) representa o valor da empresa no final do último ano projetado. Em condições de crescimento constante parao período pós-projetado, o valor residual poderá ser calculado pelo Modelo de Gordon (Santos, 2008): VR FC g CMPC - g Ano u = × +( ) ( ) 1 Sendo, VRAno u = Valor residual para o último ano do período projetado FCAno u = Fluxo de caixa do último ano projetado g = Taxa de crescimento constante para os fluxos de caixa do período pós-projetado CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital ou taxa de desconto Alternativamente, Copeland, Koller e Murrin (2002, apud SANTOS, 2008) sugerem que o valor residual para o último ano projetado seja calculado considerando os Lucros Operacionais Ajustados (LOA): VR LOA g CMPC Ano u = × +( )1 Sendo, LOAAno u = Lucro operacional ajustado do último ano projetado O conceito de LOA pode ser considerado como uma medida de lucro (resultado) da atividade operacional. Usualmente, o conceito de EBITDA é bastante útil. EBITDA = Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization. Em uma tradução literal, temos: Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (alguns autores chamam este lucro de LAJIDA, que corresponde à sigla em português). O EBITDA considera apenas a atividade operacional, sem sua forma de financiamento (juros), nem itens que não afetam o caixa (depreciação e amortização); desta forma, apresenta uma visão da atividade operacional da empresa na geração de caixa, independentemente da forma de financiamento de sua atividade (juros), dos impostos que incorram sobre ela (uma vez que os impostos são inegáveis) e a depreciação e a amortização que não são pagas, sendo muito utilizado pelo mercado como forma de medida do resultado operacional. 24 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Outra forma de cálculo do EBITDA é dada pelo ajuste na DRE, partindo do lucro ou prejuízo operacional: Lucro (Prejuízo) operacional (-) Equivalência patrimonial (+) Despesas financeiras (-) Receitas financeiras (+) Depreciação e amortização (=) EBITDA Outra forma de analisar os fluxos de caixa descontados é considerar a atividade da empresa uma perpetuidade. Neste caso, havendo um fluxo de caixa (FC) regular, ou seja, sem crescimento ao longo do tempo, podemos considerar o valor da empresa como sendo a perpetuidade deste fluxo, descontado pelo custo médio ponderado de capital e acrescido dos ativos não operacionais. Assim, o valor da empresa é dado por: Valor da Empresa FC CMPC AN-O_Ano 0= + Vejamos um exemplo de cálculo do valor da empresa pela metodologia dos fluxos de caixa descontados. Considere uma empresa que tenha os seguintes fluxos de caixa (históricos) nos últimos cinco anos: Tabela 3 – Exemplo de FCs para cálculo do valor da empresa FCs líquidos ($ milhões) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Histórico 94,00 101,00 198,00 115,00 119,00 Baseando suas expectativas em seu desempenho histórico e em outras premissas, está projetando um crescimento dos fluxos de caixa a uma taxa de 4,80% ao ano, para os próximos cinco anos, obtendo – pela multiplicação do FC anterior por (1 + taxa de crescimento) – os seguintes fluxos projetados: Tabela 4 – Exemplo de FCs projetados para cálculo do valor da empresa FCs líquidos ($ milhões) Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Projetado 124,71 130,70 136,97 143,55 150,44 Para o período pós-projetado, assumimos uma taxa de crescimento constante 4% ao ano, e considerando um custo de capital de 9,5% ao ano, temos o seu valor residual no Ano 10: 25 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS VR 1 0,0950 - 0,04 $ milhı esAno 10 = × ( ) = 50 44 1 04 2 844 62 , , . , milhões Desta forma, o valor da empresa (VE) ao final do Ano 5 será de: VE 1,095 1,095 1,095 Ano 5 = ( ) + ( ) + ( ) + 124 71 130 70 136 97 143 1 2 3 , , , ,, , . , . , 55 150 44 2 844 62 2 329 614 51,095 1,095 $ milhı es( ) + + ( ) = milhões 3.2 Metodologia do valor presente líquido O valor presente líquido (VPL) é uma técnica de análise de projetos de investimento (fluxos de caixa) que consiste em calcular o valor presente de uma série de pagamentos e/ou recebimentos, iguais ou diferentes ao longo do tempo, a uma taxa conhecida, e deduzir deste o valor do investimento inicial (Vieira Sobrinho, 2000). A fórmula então ficaria assim: VPL = -FC0 + FC1/(1 + i) 1 + FC2/(1 + i) 2 + … + FCn/(1 + i) n Sendo: FC = Fluxo de Caixa em diferentes datas, até a data “n”; dessa forma, cada FC é descontado de sua respectiva data até a data zero, conforme a fórmula dos juros compostos já vista. Como sabemos que nos casos de fluxos regulares ocorrem os mesmo valores em todos os períodos, com exceção do momento zero (data inicial do projeto), podemos simplificar a fórmula, utilizando o conceito de somatório (Σ), ou seja, a soma de todos os diferentes períodos (n): VPL FC i FCj j j n = + − = ∑ ( )11 0 Onde temos que o Valor Presente Líquido (VPL) é igual ao Investimento Inicial (FC0, que é negativo por ser uma saída), mais a soma de cada um dos Valores Futuros (VF) em cada momento do tempo “j” (variando de 1 até “n”, sendo “n” o último período), dividido por (1 + i) elevado ao respectivo período “j”. Este é o conceito de valor presente líquido, utilizado amplamente na matemática financeira, pois considera o valor presente de todos os fluxos de caixa menos o valor do investimento inicial na data zero (que por já estar em moeda nesta data não precisa ser ajustado). 26 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Na aplicação da técnica do VPL, a definição da taxa de desconto “i” é fundamental para a validação do projeto. Neste caso, a taxa de desconto deve representar o risco do negócio e as incertezas do mercado; para isso, utilizamos o conceito de Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Assim, a TMA, que representa o custo de oportunidade do capital investido, pode corresponder (Puccini, 2009): a. à taxa de aplicação básica no mercado (opção bancária que o investidor possui); ou b. ao Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) entre capital próprio e capital de terceiros, no caso de empresas, sendo assim a rentabilidade média da empresa. Dessa forma, sendo o VPL descontado pela TMA, caso se obtenha um valor maior do que zero, temos a aprovação da viabilidade econômica do projeto, e quanto maior for o VPL apresentado pelo projeto, mais interessante em termos financeiros ele fica. Existe ainda a possibilidade de que o VPL do projeto de investimento seja negativo. Neste caso, deve- se rejeitar o projeto, uma vez que ele destrói valor, já que o valor presente dos fluxos de caixa que este projeto irá gerar é inferior ao investimento requerido nele. Já se o resultado for um VPL igual a zero, isto significa que o retorno dos fluxos de caixa descontados a valor presente é igual ao valor investido, ou seja, o investimento não apresenta ganhos adicionais acima do custo do capital; assim, devido ao risco e às incertezas associados, deve ser rejeitado. A principal limitação desta metodologia é o fato de considerar os valores dos fluxos de caixa ao início do investimento, sendo comum que ocorram alterações dos fluxos de caixa após o projeto ter sido aceito e colocado em prática, em função de ajustes ou adaptações às condições de mercado decorrentes de fatores sistemáticos (como recessão, desemprego etc.), avanços na tecnologia, ou ações do governo, entre outras (Santos, 2008). Vejamos agora um exemplo da aplicação da metodologia do valor presente líquido. Considere a empresa Alfa S.A.que deseja comprar a empresa Beta S.A., no ano zero. Ela deseja analisar a viabilidade deste investimento pela metodologia do Valor Presente Líquido. Sabe-se que a empresa Beta S.A. está à venda por $ 515 milhões e possui a expectativa (aceita pela Alfa S.A.) de gerar os seguintes fluxos de caixa para os próximos cinco anos. Tabela 5 – Exemplo de FCs projetados para cálculo do valor da empresa FC líquidos ($ milhões) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Projetado 24,00 27,00 28,50 29,75 30,40 Após esse período, a expectativa é de um crescimento constante a uma taxa de 5,75% ao ano, sendo o custo do capital considerado em 8,90% ao ano. 27 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Assim, ao calcular o Valor Residual (VR) no Ano 5, temos: VR 0,0890 - 0,0575 $ 1 milhı esAno 5 = × ( ) = 30 40 1 0575 020 57 , , . , milhões Sendo o valor da empresa (VE) na data zero de: VE 1,0890 1,0890 1,0890 Ano 0 = ( ) + ( ) + ( ) + 20 04 22 77 22 07 211 1 2 3 , , , , 55 19 85 666 35 74 51,0890 1,0890 $ 74,23 milhı es( ) + + ( ) = , , milhões Assim, o VPL para o Ano 0, é de: VPL $ 74,23 - $515,00 $259,23 milhı esAno 0 = =7 milhões Ou seja, o VPL positivo indica o investimento na aquisição da Beta S.A. como sendo viável, uma vez que seus fluxos de caixa descontados, excluindo-se o investimento inicial na aquisição da empresa, geram um saldo positivo. Outros pontos devem ser observados, como a questão estratégica da aquisição, que muitas vezes pode ser mais relevante do que a simples análise do VPL, ou mesmo ganhos de sinergia e escala, que tendem a reduzir custos e melhorar o fluxo de caixa para ambas as empresas. 3.3 Metodologia das opções reais Esta metodologia surgiu como forma de eliminar as limitações da metodologia do VPL; desta forma, a metodologia das opções reais apresenta uma grande flexibilidade ao considerar que as atitudes dos investidores e os fluxos de caixa da empresa podem sofrer alterações em função das mudanças nas condições do mercado (Santos, 2008). Assim, uma opção é a utilização de árvores de decisão, que representam graficamente cada uma das decisões sequenciais e seus resultados possíveis. As árvores de decisão são formadas por estruturas de dois tipos (Quinlan, 1996): • nó de decisão: nesta parte da árvore, realiza-se uma decisão sobre algum dos atributos dos exemplos utilizados no modelo, sendo cada resultado associado a duas ou mais subárvores; • nós folha: indicam as possibilidades previamente rotuladas e a probabilidade associada de sua classificação. 28 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 A estrutura dos nós é montada em uma cadeia que dá a forma de uma árvore (Figura 3). O modelo pode ser bastante diferenciado, de acordo com o número de nós e opções existentes, demonstrando os diferentes atributos, classes e até os benefícios associados a cada opção. Nó de Decisão Atributos Atributos 1 Atributos 2 Atributos 3 Atributos 4 Opções Opção 1 (Probabilidade 1) Opção 2 (Probabilidade 2) Opção 3 (Probabilidade 3) Opção 4 (Probabilidade 4) Benefício Condicional Benefício Condicional 1 Benefício Condicional 2 Benefício Condicional 3 Benefício Condicional 4 Nó Folha Figura 3 – Estrutura de uma árvore de decisão Dessa forma, o modelo pode ser adaptação às possibilidades de decisão e seus impactos nos benefícios dos fluxos de caixa ao longo do tempo (Figura 4). t =0 t =1 t =2 t =3 t =n -FC0 -FC1 -FC2 +FC3 +FCn 1 2 3 . . . . . . . . . Figura 4 – Estrutura da árvore de decisão em fluxos de caixa (Santos, 208) Assim, cada ponto de decisão (círculos) está relacionado a investimentos em sua esquerda, por isso fluxos de caixa negativos, e após o último nó de decisão à direita representam os fluxos de caixa esperados se o projeto for finalizado completamente. Vamos analisar um exemplo de viabilidade de investimento com a metodologia de opções reais, baseado em Santos (2008). Suponha que uma empresa esteja avaliando três estágios para a criação de uma nova unidade de negócios: 29 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS • Estágio 1: na data t = 0, haveria a necessidade de um gasto de $ 2 milhões para realização de um estudo de mercado sobre o potencial de consumo de uma nova linha de produtos. A empresa estima que há uma probabilidade de 65% de que o estudo apresentará resultados favoráveis, levando à decisão de se iniciar o estágio 2; desta forma, existe uma probabilidade de 35% (para completar os 100%) de que o estudo de mercado resultará em uma decisão de que o investimento deva ser cancelado após o estágio 1, resultando na perda dos $ 2 milhões do estudo. • Estágio 2: se o resultado diagnosticar capacidade de mercado, então, em t = 1 (daqui a 1 ano), a empresa gastará $ 5 milhões para desenvolver seu novo produto e colocá-lo em condições de produção. A administração estima (antes mesmo do estudo no estágio 1) que existem 72% de probabilidade de que seus profissionais (engenharia, produção e marketing) aprovem a nova linha, e uma probabilidade de 28% de que ela seja rejeitada. • Estágio 3: se o resultado anterior for favorável, então em t = 2 (daqui a 2 anos) a empresa construirá uma fábrica ao custo líquido de $ 16 milhões, sendo que neste estágio há uma probabilidade de 35% de chance de o projeto gerar um fluxo de caixa alto ($ 12 milhões/ano), uma probabilidade de gerar um fluxo de caixa médio ($ 7 milhões/ano) e uma probabilidade de gerar um fluxo de caixa negativo (- $ 2 milhões/ano) durante os próximos 5 anos. A figura 5 apresenta a árvore de decisão para este investimento. t =0 t =1 t =2 t =3 t =7 -$2 -$5 -$16 +$12 1 2 3 . . . . . . . . . +$12 65% 72% 35% 20% 45% 28% 35% Parada Parada -$2 +$7 -$2 +$7 Figura 5 – Exemplo de estrutura da árvore de decisão em fluxos de caixa (Santos, 208) Desse modo, sendo realizado o estágio 1, as probabilidades de que a empresa se movimente para os estágios 2 e 3 são: • Ramo1: 0,65 x 0,72 x 0,35 = 0,1638 = 16,38%; • Ramo2: 0,65 x 0,72 x 0,45 = 0,2106 = 21,06%; • Ramo3: 0,65 x 0,72 x 0,20 = 0,0936 = 9,36%; • Ramo4: 0,65 x 0,28 = 0,1125 = 11,25%; • Ramo5: 0,35 = 35,00%. 30 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Considerando os VPLs sem opções reais, a um custo de capital de 11% ao ano. VPL 1,11 1,11 1,11 1,11 $ 6Ramo 1 = − − ( ) − ( ) + ( ) + + ( ) =2 5 16 12 12 11 2 3 7… ,,51 VPL 1,11 1,11 1,11 1,11 $Ramo 2 = − − ( ) − ( ) + ( ) + + ( ) =2 5 16 7 7 1 2 3 7… 11 2 5 16 2 2 1 2 3 ,51 VPL 1,11 1,11 1,11 1,11 Ramo 3 = − − ( ) − ( ) + − ( ) + + − ( )… 77 1 2 2 5 2 00 = − = − − ( ) = − = − $ 5,49 VPL 1,11 $6,50 VPL Ramo 4 Ramo 5 $ , VPL esperado sem opções reais: Tabela 6 – Exemplo de VPL sem opções reais (Santos, 2008) Probabilidade conjunta (1) VPL (2) (1) x (2) 0,1638 16,51 2,70 0,2106 1,51 0,32 0,0936 -25,49 -2,39 0,1820 -6,50 -1,18 0,3500 -2,00 -0,70 1,0000 VPL esperado = -1,25 Como neste caso o VPL esperado é negativo, a regra recomendaria a rejeição do investimento. 3.3.1 Mensuração do risco do projeto Uma maneira de avaliar o projeto de investimento com a utilização do VPL é através de duas medidas de variação, o desvio-padrão (σ)e o Coeficiente de Variação (CV). Estas duas medidas avaliam a oscilação dos retornos esperados em relação às possibilidades do VPL, de maneira que uma maior oscilação indica um maior risco associado. Segundo Santos (2008), o desvio-padrão (σ) é o indicador estatístico mais comum do risco de um Ativo, medindo a dispersão em torno do valor esperado: σ = ( ) ×∑ VPL - VPL Esperado Probabilidade2 31 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Assim, quanto maior for o desvio-padrão, maior será o risco do investimento. Já o Coeficiente de Variação (CV) é uma medida de dispersão relativa utilizada na comparação do risco dos ativos com diferentes retornos esperados. CV VPL Esperado = σ Mais uma vez, quanto maior for o CV, maior a oscilação e, consequentemente, maior será o risco. Aplicando o desvio-padrão e o coeficiente de variação ao exemplo, temos: Tabela 7 – Exemplo de VPL sem opções reais (Santos, 2008) Probabilidade conjunta VPL VPL esperado (VPL - VPL esperado)2 x Probabilidade 0,1638 16,51 -1,25 51,67 0,2106 1,51 -1,25 1,60 0,0936 -25,49 -1,25 55,00 0,1820 -6,50 -1,25 5,02 0,3500 -2,00 -1,25 0,20 113,48 Desvio-padrão 10,65 CV -8,52 Assim, temos um projeto com VPL esperado de $ 1,25 milhão negativo, com 62,56% (9,36% + 18,20% + 35,00%) de probabilidade de que ocorra um VPL negativo, ou seja, é um projeto com alto risco. 3.3.2 Utilização da opção real e seu impacto sobre o VPL e o risco Utilizando o mesmo exemplo anterior, ou seja, assumindo que o fluxo de caixa do primeiro ano para o Ramo 3 da árvore de opções (- $ 2 milhões), temos a condição de observar que o produto não foi bem- aceito pelo mercado, optando pelo abandono do projeto e evitando maiores fluxos negativos (perdas) nos anos posteriores; assim, o VPL do Ramo 3 ficaria: VPL 1,11 1,11 1,11 -$ 0,95Ramo 3 = − − ( ) − ( ) + − ( ) =2 5 16 2 21 2 3 Ou seja, o abandono desse ramo possibilitaria a redução das perdas de $ 25,49 milhões para $ 20,95 milhões, uma vez que seriam eliminadas as perdas nos anos 4, 5 e 6. 32 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Analisando novamente o projeto, com esta opção de abandono, temos: Tabela 8 – Exemplo de VPL com opções reais (Santos, 2008) Probabilidade conjunta (1) VPL (2) (1) x (2) 0,1638 16,51 2,70 0,2106 1,51 0,32 0,0936 -20,95 -1,96 0,1820 -6,50 -1,18 0,3500 -2,00 -0,70 1,0000 VPL Esperado = -0,82 O projeto de investimento ainda não se tornaria viável economicamente, mas seu resultado melhorou muito. Além disso, a questão do risco se alteraria (Tabela 9). Tabela 9 – Exemplo de VPL com opções reais (Santos, 2008) Probabilidade conjunta VPL VPL esperado (VPL - VPL esperado)2 x Probabilidade 0,1638 16,51 -0,82 49,19 0,2106 1,51 -0,82 1,14 0,0936 -20,95 -0,82 37,93 0,1820 -6,50 -0,82 5,87 0,3500 -2,00 -0,82 0,49 94,62 Desvio-padrão 9,73 CV -11,86 Assim, além de analisar o impacto das opções no VPL, também se deve analisar o seu impacto no risco associado ao projeto. Outro ponto de destaque é o custo do capital, pois este custo também é afetado pelo risco do projeto de investimento; assim, projetos com menores riscos podem possuir menores custos associados. 3.4 Metodologia da TIR e do período payback Além da aplicação da metodologia do VPL, outras técnicas de análises de projetos de investimentos podem ser utilizadas para a obtenção do valor de uma empresa e a decisão de investimento; são elas a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Período de Pagamento (payback). 3.4.1 Taxa Interna de Retorno (TIR) A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa que equaliza o valor presente de um ou mais pagamentos (saídas de caixa) com o valor presente de um ou mais recebimentos (entradas de caixa), ou seja, é a taxa de juros que iguala os fluxos de caixa futuros com o recebimento inicial no momento “zero” (Vieira Sobrinho, 2000). Assim, a TIR é a taxa que faz o VPL do projeto ser igual a zero. 33 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Semelhantemente ao VPL, a TIR poderia ser expressa da seguinte maneira: FC0 = FC1/(1 + i) 1 + FC2/(1 + i) 2 + … + FC4/(1 + i)n Onde FC representa os fluxos de caixa em cada momento do tempo (da data zero até a data “n”), sendo que encontramos a taxa “i” como sendo aquela que indica a rentabilidade do investimento em proporcionar os fluxos futuros. Deduzindo a fórmula, obtemos: FC FC i j j j n 0 1 1 0− + = = ∑ ( ) Sendo FC o fluxo de caixa do momento “zero” até o momento “n” e “i” a própria TIR. Dessa forma, a TIR mede a taxa interna de rentabilidade do projeto de investimento, que, comparada ao mínimo de retorno exigido pelo investidor (conceito já visto de TMA), tem-se como viável a opção de investir no projeto caso a sua TIR seja maior do que a TMA. Comparativamente ao método da TIR, o VPL exige a definição prévia da taxa de desconto a ser empregada na atualização dos fluxos de caixa, sendo que o VPL não identifica diretamente a taxa de rentabilidade da operação e sim o resultado econômico da alternativa (Assaf Neto, 2006). Um ponto de destaque no uso da TIR são problemas que podem existir com a sua aplicação. Como nos recebimentos que ocorrem entre a data inicial do projeto e seu término. Nestes casos, existe um problema sobre o que fazer com os recursos recebidos ao longo do projeto (entradas), pois nem sempre é possível reinvesti-los no próprio projeto. Desta forma, a TIR pode causar essa falsa impressão ao considerar o reinvestimento das entradas a uma taxa igual à própria TIR, o que raramente acontece na prática. Outro problema que pode ocorrer tem cunho matemático. Como a TIR iguala os fluxos de caixa, caso ocorrer a inversão do sinal dos fluxos de caixa ao longo do projeto mais de uma vez, como, por exemplo, FC1 -$1.000.000; FC2 $50.000; FC3 $50.000; FC4 -$20.000; FC5 $50.000. Neste caso, pode existir matematicamente mais de uma TIR para o projeto, o que inviabiliza sua análise. Este tipo de problema não é raro de ocorrer na prática quando da existência de novos investimentos demandados ao longo do projeto (Ross; Westerfield; Jaffe, 2002). Quando existem projetos mutuamente excludentes, devido a limitações de recursos para investimento, as técnicas devem ser empregadas conjuntamente. Normalmente, em projetos de períodos iguais, as técnicas de TIR e VPL apresentam resultados de análises iguais, mas, devido a diferenças em quantidades e valores dos fluxos de caixa, as análises podem ser conflitantes. Nesses casos, deve-se optar pela análise do VPL, que dá uma resposta direta sobre a rentabilidade total do projeto, enquanto a TIR pode levar 34 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 a uma análise equivocada ao focar apenas em um percentual, não considerando o total do retorno proporcionado (Berk; Demarzo, 2008). 3.4.2 Período de payback O método do payback consiste em calcular em quanto tempo (meses ou anos geralmente) os fluxos de caixa recebidos (entradas de recursos) pagam o investimento inicial (saída de recursos) ocasionado pelo projeto. Assim, o método do payback indica em qual período ocorre o retorno do capital, considerando como melhores os projetos de investimento que proporcionam a recuperação do capital em menor tempo. Quando o fluxo de entradas (recebimentos) é regular, ou seja, repete-se periodicamente com os mesmosvalores, o payback pode ser calculado pela seguinte fórmula: Payback = Investimento Inicial Fluxo de caixa Sendo neste caso o fluxo de caixa regular, no caso de fluxos de caixa irregulares, ou seja, cujo valor de entrada varia ao longo do tempo, basta somar os valores de entrada até que o valor do investimento inicial seja superado. Como o recebimento nestes casos ocorre de acordo com certa periodicidade, é correto arredondar para cima o valor obtido. Apesar da simplicidade de cálculo e de análise, o payback possui alguns problemas inerentes a sua metodologia, apontados por Ross, Westerfield e Jaffe (2002): • Distribuição dos fluxos dentro do período de payback: neste caso, o método não avalia a relação do valor do dinheiro no tempo, desconsiderando juros e inflação, pois não considera como melhor projetos que mesmo com um payback igual apresentem recebimentos mais volumosos logo no início. • Pagamentos após o período de payback: este problema está relacionado o objetivo do método, que consiste apenas na detecção do momento em que o projeto se paga, sem considerar os recebimentos que ocorrerão após este período, ou seja, não avalia a rentabilidade do projeto. • Padrão arbitrário de payback: neste ponto, não existem diretrizes para determinação de um payback aceitável, apenas comparações, o que torna sua análise, até certo ponto, arbitrária. Para eliminar o problema da distribuição dos fluxos dentro do payback existe uma adaptação, que é chamada payback descontado. O método do payback descontado constitui no cálculo do valor presente dos fluxos de caixa de cada parcela do investimento (Puccini, 2009), conforme exemplo que exploraremos logo mais. 35 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS 3.4.3 Exemplo comparativo entre os métodos do VPL, TIR e payback A Empilhadeiras Walt S.A., uma empresa que produz três tipos diferentes de empilhadeiras (pequena, padrão e grande) e possui como mercado empresas de logística e produção que necessitam manusear grandes objetos (caixas, equipamentos) em suas dependências. Buscando novas oportunidades de mercado, a empresa verificou junto ao departamento de marketing e vendas que existe uma demanda crescente pelo modelo de médio porte (padrão) e, atualmente, são fabricadas 1.000 unidades por mês, sendo a produção totalmente vendida; o departamento de marketing e vendas estima que se a produção fosse elevada para 1.400 unidades/mês, ainda assim não restariam estoques. Outra opção seria a compra da fábrica EmpilhaMax S.A., que produz um modelo “intermediário”, ou seja, de pequeno porte, mas com maior capacidade de carga e autonomia. Foram feitas pesquisas junto a clientes e se verificou uma ótima aceitação do mercado para essa categoria de empilhadeira, estimada em 300 unidades/mês. A direção ficou em dúvida sobre como proceder entre os projetos da empresa, e pediu a sua equipe que fizesse um levantamento sobre quanto custaria a implementação desses dois projetos. A equipe verificou que seria necessária a ampliação da capacidade da linha de produção da empilhadeira padrão, gerando uma necessidade de investimento inicial de R$ 1.315.000,00 em infraestrutura e equipamentos. Para a compra da fábrica da linha de empilhadeiras intermediário, o investimento deveria ser de R$ 2.128.000,00. A diretoria ficou satisfeita com os levantamentos feitos por sua equipe, mas precisaria decidir o que fazer: ampliar a linha de empilhadeiras-padrão ou comprar a fábrica da linha de empilhadeiras intermediário; talvez até mesmo fazer as duas coisas. Mas tomar essa decisão não seria possível apenas com base nos investimentos necessários por parte da empresa. Eles precisariam de mais informações, de outras áreas. Assim, com base em informações sobre os fluxos de caixa projetados das duas opções, temos: Tabela 10 – Exemplo de análise de investimentos Por ano Padrão Intermediário Entradas de recursos 1.000.000,00 540.000,00 (-) Saídas de recursos (860.000,00) (360.000,00) (=) Fluxo líquido de caixa 140.000 180.000 36 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Assim, ao analisar os fluxos de caixa, temos uma previsão de 24 anos: Opção 1 - Expansão linha padrão 140.000 140.000 140.000 140.000 140.000 140.000 140.000 ... 0 1 2 3 4 22 23 24 anos (1.315.000) Opção 2 - Expansão linha intermediário 180.000 180.000 180.000 180.000 180.000 180.000 180.000 ... 0 1 2 3 4 22 23 24 anos (2.128.000) Figura 6 – Exemplo de fluxos de caixa Considerando o método do payback, temos: Opção 1 – Linha padrão: 1.315.000 / 140.000 = 9,39 anos ≈ 10 anos Opção 2 – Linha intermediário: 2.128.000 / 180.000 = 11,82 anos ≈ 12 anos Pelo método do payback, a melhor opção é a expansão da linha 1, que “se paga” em menor tempo. Mas devido a suas limitações, outras técnicas devem complementá-lo. Nesse caso, a diretoria determina que um projeto da empresa tenha que ter uma rentabilidade anual não inferior a 3,0% a.a. para considerar os riscos dos projetos e eventual margem de erro. Assim, teríamos: Tabela 11 – Exemplo de análise de investimentos Padrão Intermediário Ano 1 : 140.000 / (1,03)1 = 135.992 Ano 1 : 180.000 / (1,03)1 = 174.757 Ano 2 : 140.000 / (1,03)2 = 131.963 Ano 2 : 180.000 / (1,03)2 = 169.667 Ano 3 : 140.000 / (1,03)3 = 128.120 Ano 3 : 180.000 / (1,03)3 = 164.725 ... ... Ano 23 : 140.000 / (1,03)23 = 70.937 Ano 23 : 180.000 / (1,03)23 = 91.205 Ano 24 : 140.000 / (1,03)24 = 68.871 Ano 24 : 180.000 / (1,03)24 = 88.548 E assim sucessivamente até o vigésimo quarto ano. Resumindo os cálculos temos o fluxo de caixa em valores presentes de: 37 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Tabela 12 – Exemplo de análise de investimentos Padrão Intermediário Valor mês 140.000 180.000 Anos (n) Padrão Saldo acumulado Intermediário Saldo acumulado 0 -1.315.000 -1.315.000 -2.128.000 -2.128.000 1 135.922 -1.179.078 174.757 -1.953.243 2 131.963 -1.047.115 169.667 -1.783.576 3 128.120 -918.995 164.725 -1.618.851 4 124.388 -794.607 159.928 -1.458.923 5 120.765 -673.842 155.270 -1.303.653 6 117.248 -556.594 150.747 -1.152.906 7 113.833 -442.761 146.356 -1.006.550 8 110.517 -332.244 142.094 -864.456 9 107.298 -224.946 137.955 -726.501 10 104.173 -120.773 133.937 -592.564 11 101.139 -19.634 130.036 -462.528 12 98.193 78.559 126.248 -336.280 13 95.333 173.892 122.571 -213.709 14 92.556 266.448 119.001 -94.708 15 89.861 356.309 115.535 20.827 16 87.243 443.552 112.170 132.997 17 84.702 528.254 108.903 241.900 18 82.235 610.489 105.731 347.631 19 79.840 690.329 102.651 450.282 20 77.515 767.844 99.662 549.944 21 75.257 843.101 96.759 646.703 22 73.065 916.166 93.941 740.644 23 70.937 987.103 91.205 831.849 24 68.871 1.055.974 88.548 920.397 Total (VPL) 1.055.976 920.398 Pelo método do payback descontado, vemos que: • opção 1 – Linha padrão: obtém saldo acumulado positivo no 12º ano; • opção 2 – Linha intermediário: obtém saldo acumulado positivo no 15º ano. Pelo método do payback descontado, levando em consideração o valor do dinheiro no tempo, a melhor opção é a expansão da linha 1, que novamente “se paga” em menor tempo. 38 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /07/ 20 13 Mas além desta técnica, precisamos utilizar as demais; primeiramente, o VPL. Repare que a última linha da tabela mostra a soma de todos os valores trazidos ao presente. Essa soma é o VPL. Nesse caso, a expansão da linha padrão seria a melhor escolha, pois, apesar de ter um recebimento menor por mês, se imaginássemos produzir, pagar e receber tudo no dia de hoje, essa opção geraria uma sobra (lucro) de $ 1.055.976 para a empresa, valor superior aos $ 920.398 gerados pela outra opção. Além de analisar os projetos sobre o aspecto do valor presente líquido, estes podem ser analisados segundo a taxa de retorno que geram. O raciocínio é simples: basta imaginar qual seria a taxa de retorno (percentual) que o projeto gera de acordo com o valor investido (fluxo inicial) e os recebimentos (fluxos futuros). Um paralelo bem simples seria imaginar o quanto sua aplicação financeira rendeu, considerando que você investiu hoje uma determinada quantia e nos meses futuros recebeu um valor igual todo mês. Dessa maneira, repare que o valor presente investido seria igual à soma dos valores futuros trazidos a valor presente, e a taxa (i) encontrada para fazer com que essa igualdade seja verdadeira é a Taxa Interna de Retorno (TIR). Ou seja, considerando o Valor Presente (PV) como o fluxo inicial de saída, teríamos: VP = VF /(1 + i)1 + VF /(1 + i)2 + VF /(1 + i)3 + … + VF /(1 + i)n Nesse caso, o i encontrado seria a TIR: Opção 1 – Expansão da linha padrão 1.315.000=140.000/(1 + i)1+140.000/(1 + i)2+140.000/(1 + i)3+140.000/(1 + i)24 TIR = 9,42% a.a. Opção 2 – Compra da linha intermediário 2.128.000=180.000/(1 + i)1+180.000/(1 + i)2+180.000/(1 + i)3+180.000/(1 + i)24 TIR = 6,66% a.a. Note que o cálculo da TIR só pode ser feito manualmente pela técnica de interpolação, ou seja, utilizam-se dois valores aleatórios como sendo a TIR e vão se ajustando os valores até obter o valor exato por tentativa e erro. Novamente, a melhor alternativa seria a opção de expandir a produção da linha padrão. Mas isso não significa que o projeto de compra da linha intermediário não fosse viável; pelo contrário. Ao conseguir um VPL positivo, o projeto se mostrou viável, pois seria capaz de gerar valor mesmo se considerada a taxa de retorno desejada (3% nesse estudo). No caso da TIR, o projeto também se mostra viável ao ter uma taxa 39 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS interna de retorno de 6,66%, enquanto a taxa mínima desejada pela empresa seria de 3% (taxa de retorno desejada). A opção linha padrão só é a mais recomendável por apresentar melhores resultados. Mas e se as duas técnicas tivessem indicado opções diferentes, qual ele deveria escolher? Nesse caso, coincidentemente, tanto o VPL quanto a TIR apontam o projeto de expansão como melhor alternativa, mas na prática nem sempre as duas apontam na mesma direção. Pelo fato de o VPL ser uma técnica que demonstra o quanto o projeto irá gerar em valores monetários ($) em função do capital investido, fica mais evidente que essa técnica é mais aplicada. Imagine duas opções: • opção 1: investimento de $ 10, que possui uma TIR de 20%, com 1 período apenas (pra facilitar o cálculo); seu Valor Presente será de 12 menos 10, portanto, VPL = 2; e • opção 2: investimento de $ 100, que possui uma TIR de 5%, com 1 período apenas (pra facilitar o cálculo); seu Valor Presente será de 105 menos 100, portanto, VPL = 5. Veja que, no segundo caso, apesar de a TIR ser menor, pela magnitude do projeto, o VPL gerado na opção 2 ainda é o melhor, portanto, esse projeto deveria ser priorizado. Exemplo prático de avaliação de empresas Para exemplificar as metodologias de avaliação de empresas, vamos proceder a um exemplo prático. Para isso, avaliaremos a Mega S.A., uma empresa de capital aberto que atua no varejo, com a venda de mercadorias. Esta empresa atuou nos anos de X1 e X2 e deverá ser avaliada ao final de X2, pois está em negociações para uma possível combinação de negócios com a Master S.A. Assim, as demonstrações contábeis apresentadas pela Mega S.A. são apresentados a seguir, inicialmente pelo seu balanço patrimonial (Tabela 13). Tabela 13 – Balanço Patrimonial, exemplo Mega S.A. Mega S.A. Balanço patrimonial - em $ milhões Ativo 31-12-X2 31-12-X1 Circulante 26.830 28.580 Disponibilidades 5.080 4.610 Clientes 7.540 8.450 Estoques 12.870 14.320 Despesas Antecipadas 1.340 1.200 Ativo não circulante 86.990 76.810 Realizável a longo prazo 2.350 750 Depósitos judiciais 2.350 750 Permanente* 84.640 76.060 Investimento 25.850 20.460 40 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Imobilizado (valor líquido) 58.790 55.600 Total 113.820 105.390 Passivo 31-12-X2 31-12-X1 Circulante 12.670 16.630 Fornecedores 4.570 9.540 Empréstimos a pagar 6.320 6.490 Contas a pagar 1.780 600 Passivo não circulante 33.450 22.760 Exigível a longo prazo 33.450 22.760 Empréstimos 33.450 22.760 Patrimônio líquido 67.700 66.000 Capital social 50.000 50.000 Reservas de capital 15.000 14.000 Reservas de lucros 2.700 2.000 Total 113.820 105.390 (*) Deixamos o termo “Permanente” para melhor entendimento sobre a apuração do valor da empresa, ou seja, estamos nos referendo à soma dos Investimentos com o Imobilizado (valor líquido), constante do Balanço Patrimonial. Bem como de sua Demonstração do Resultado do Exercício (Tabelas 14). Tabela 14 – Demonstração do Resultado do Exercício, exemplo Mega S.A. Mega S.A. Demonstração de resultado - em $ milhões 31-12-X2 31-12-X1 Receita operacional bruta 326.000 297.000 (-) Deduções (16.300) (14.850) Receita operacional líquida 309.700 282.150 (-) Custo da mercadoria vendida (205.900) (198.500) Lucro bruto 103.800 83.650 Despesas operacionais (38.590) (39.489) Despesas com vendas (7.650) (8.340) Despesas gerais e administrativas (23.460) (25.670) Depreciação e amortização (7.480) (5.479) Lucro operacional 65.210 44.161 Despesas financeiras (1.835) (1.661) Receitas (desp.) não operacionais Lucro antes do IR 63.375 42.500 Provisão para imposto de renda (21.548) (14.450) Lucro líquido do exercício 41.828 28.050 Nº de ações ordinárias 7.000 6.300 LPA 5,98 4,45 41 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS A partir destas demonstrações contábeis e com o auxílio de informações adicionais, podemos proceder aos cálculos do valor da empresa (VE) Master S.A. ao final do ano X2. A primeira metodologia a ser empregada é a metodologia do valor contábil, que nos indica o valor da empresa como sendo o valor do patrimônio líquido desta, ou seja, todo os seus bens e direitos (ativos) excluindo-se as obrigações (passivos); desta forma, temos para a Master S.A. (Tabela 15): Tabela 15 – Valor contábil, exemplo Mega S.A. Metodologia do valor contábil X2 X1 VE 67.700,00 66.000,00 RPL 61,78% 42,50% RVPL 4,57 4,28 RLOPL 0,96 0,67 IPL 86,84% 84,24% APL 0,68 0,60 CJPL 36,89 39,74 Além de proporcionar uma maneira simples de obter o valor da empresa, esta metodologia sugere o acompanhamento dos indicadores: • Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL): indica a rentabilidade do capital dos investidores na empresa; neste caso, com crescimento no período, o que é positivo, alcançando quase 62% em X2. • Rotatividade das Vendas (RVPL): demonstra a contribuição do Patrimônio Líquido (PL) na geração de receitas líquidas para a empresa, também apresentando um crescimento de X1 para X2, em que temos que $ 1,00investido no PL proporciona vendas líquidas da ordem de $ 4,57 para o ano de X2. • Rotatividade do Lucro Operacional (RLOPL): neste caso, o indicador demonstra a contribuição do PL na geração de lucro operacional para a entidade, mais uma vez apresentando um crescimento no período, algo que é positivo, indicando maior rentabilidade e demonstrando que cada $ 1,00 investido no PL proporciona um lucro operacional da ordem de $ 0,96 para a empresa em X2. • Imobilização com recursos próprios (IPL): indicador que demonstra a proporção de ativos imobilizados financiados com recursos próprios; assim, indica que, em X2, aproximadamente 87% dos ativos imobilizados haviam sido financiados com recursos do PL. Apesar de seu crescimento o IPL ainda é inferior a 100%, ou seja, não há aplicação de recursos de terceiros (passivos) no Ativo permanente, algo que pode ser prejudicial para a empresa, uma vez que o Ativo permanente tende a apresentar longo período para retorno do capital investido, normalmente em prazos superiores aos dos pagamentos das dívidas do Passivo. • Alavancagem: a alavancagem relaciona as dívidas da empresa com seu Capital Próprio (PL), demonstrando se a empresa está operando de maneira alavancada, ou seja, se ela utiliza o endividamento como fonte de recursos. Neste caso, para o ano de X2, apesar do crescimento da 42 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 alavancagem, o indicador ainda é inferior a 1,00, fato que demonstra que a empresa possui mais recursos oriundos do PL do que do Passivo. • Cobertura dos Juros com Patrimônio Líquido (CJPL): neste caso, o indicador apresenta a capacidade de pagamento dos juros (custo financeiro das dívidas) com recursos próprios do PL. Para a Mega S.A., essa cobertura diminuiu de X1 para X2, principalmente devido ao crescimento das dívidas, mas a empresa apresenta uma cobertura dos juros da ordem de quase 37 vezes no ano de X2. A segunda metodologia a ser aplicada para a avaliação da empresa é a metodologia do valor patrimonial de mercado (Tabela 16), em que os ativos e passivos são ajustados em relação a sua depreciação, amortização e exaustão (apenas ativos), e em relação à inflação, às taxas de juros e até mesmo à paridade cambial quando suas operações envolverem moedas estrangeiras. Tabela 16 – Valor patrimonial de mercado, exemplo Mega S.A. Metodologia do valor patrimonial de mercado X2 X1 Taxa de ajuste (inflação) 3,20% 6,50% Ativo ajustado 117.462,24 112.240,35 Passivo ajustado 47.595,84 41.950,35 VE 69.866,40 70.290,00 Neste caso, a empresa não opera com moedas estrangeiras e seus valores de Ativo imobilização já estão em valores líquidos, ou seja, descontadas a depreciação, amortização e exaustão, sobrando apenas o ajuste da inflação no período, que afetou os ativos e passivo, obtendo, pela diferença, o valor da empresa (VE) correspondente em torno de $ 70 bilhões, saldo superior aos $ 67,70 bilhões pela metodologia do valor contábil. Em seguida, devido às limitações já discutidas pelas técnicas anteriores, decidimos aplicar a metodologia do valor de liquidação, que apresenta o benefício de considerar o valor dos ativos pelo seu preço de mercado no estado em que se encontram, obtendo, assim, uma medida de valor mais próximo da realidade, principalmente em caso de liquidação (fechamento) da empresa (Tabela 17). Tabela 17 – Valor de liquidação, exemplo Mega S.A. Metodologia do valor de liquidação Valores de liquidação X2 X1 Disponibilidades 5.080,00 4.610,00 Clientes 6.635,20 7.436,00 Estoques 10.553,40 11.742,40 Despesas antecipadas 1.005,00 900,00 Depósitos judiciais 1.880,00 600,00 Investimento 27.142,50 21.483,00 Imobilizado (valor líquido) 67.608,50 63.940,00 Soma ativos a valor de liquidação 119.904,60 110.711,40 VE (ativos em valor de liquidação menos passivos) 73.784,60 71.321,40 43 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Dessa forma, deve-se observar o fato de a empresa apresentar alguns ativos com menor valor de liquidação ocasionados pelo baixo valor de revenda destes ativos (como clientes, estoque e despesas antecipadas, por exemplo), enquanto outros podem ter um valor de realização superior, como em ativos dos grupos de investimentos e imobilizado. Com isso, o valor da empresa (VE) em X2 alcança o valor de $ 74 bilhões aproximadamente, valor este superior às metodologias anteriores. A próxima metodologia a ser aplicada é a metodologia do índice preço/lucro (P/L), segundo a qual o valor da empresa (VE) pode ser obtido pelo valor de suas ações, com base no parâmetro de outras empresas de porte semelhante e que atuem no mesmo setor com as mesmas características. Assim, o índice P/L pode ser extrapolado das demais empresas para a empresa que se deseja avaliar. Em nosso caso, consideremos que no setor de atuação da Mega S.A. atuam as empresas Alfa e Beta, com características e porte muito semelhantes à Mega S.A., para que, dessa forma, a metodologia possa ser aplicada. Com isso, temos os dados do setor (Tabela 18). Tabela 18 – P/L médio do setor, exemplo Mega S.A. Metodologia do preço/Lucro Empresas do mesmo setor Alfa Beta Preço de mercado da ação 14,50 13,88 Lucro por Ação (LPA) 4,83 3,98 P/L 3,00 3,49 P/L médio do setor 3,24 Com isso, o preço de mercado da ação e o lucro por ação são obtidos junto ao mercado, e podemos calcular o índice P/L pela divisão do preço da ação pela LPA, ou seja, no caso da Alfa, o P/L = $ 14,50 / $ 4,83 = 3,00. Assim, na média do setor, o preço da ação representa 3,24 vezes o valor do Lucro por Ação (LPA). Extrapolando este conceito para a Mega S.A., com base em sua DRE (Tabela 14), podemos calcular sua LPA para X2 como sendo o lucro líquido ($ 41.828) dividido pela quantidade de ações (7.000), obtendo, assim, uma LPA de $ 5,98 por ação. Desta forma, ao sabermos que o índice P/L médio do setor é de 3,24, podemos obter por aproximação o valor de mercado de cada ação (Tabela 19). Tabela 19 – Metodologia do preço/lucro, exemplo Mega S.A. Mega S.A. X2 X1 P/L 3,24 3,24 LPA 5,98 4,45 Valor de Mercado da Ação 19,39 14,45 VE (Valor de mercado da ação x Qtde. ações) 135.719,94 91.015,34 44 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Com isso, temos novos valores que podem ser utilizados como medida de avaliação da empresa, que apresenta avaliação superior aos métodos anteriores, por considerar uma medida quando não é possível determinar o valor da ação da empresa por seu preço de mercado. Outra metodologia alternativa é a metodologia da capitalização dos lucros, segundo a qual o Valor da Empresa (VE) seria dado por uma proporção entre os lucros operacionais históricos e a taxa de capitalização histórica da empresa. Para simplificação da metodologia, aqui estamos assumindo uma taxa de 14,50% ao ano; posteriormente, trataremos da definição do custo do capital. Dessa forma, a partir do histórico de lucros operacionais (Tabela 20), que aqui estão disponíveis apenas para os anos de X1 e X2, temos: Tabela 20 – Lucros históricos, exemplo Mega S.A. Metodologia de capitalização dos lucros Lucros ($ milhões) X2 X1 Histórico 65.210 44.161 É dada uma ponderação (peso) para cada ano. Normalmente, anos mais recentes recebem pesos maiores, pois representam melhor a realidade da empresa, obtendo o lucro operacional ponderado (Tabela 21). Tabela 21 – Metodologia da capitalização dos lucros, exemplo Mega S.A. Período Lucro operacional Fator de ponderação Lucro ponderado Ano 144.161,00 1,0 44.161,00 Ano 2 65.210,00 2,0 130.420,00 Soma dos lucros operacionais ponderados 174.581,00 / Soma dos fatores de ponderação 3,00 = Lucros operacionais médios ponderados 58.193,67 / Taxa de capitalização histórica 14,50% = Valor operacional da empresa 401.335,63 + Ativos não operacionais 0,00 = Valor total da empresa 401.335,63 Assim, ao dividir o lucro operacional médio ponderado pela taxa de capitalização histórica (custo do capital), obtemos o valor operacional da empresa, que, somado aos ativos não operacionais existentes – neste exemplo, presumimos que a empresa Mega S.A. não os possua –, temos o valor da empresa (VE). A próxima metodologia é a metodologia dos múltiplos de faturamento. De maneira semelhante à metodologia do preço/lucro, esta metodologia busca utilizar informações de empresas do setor (de atividade e porte semelhantes), para, a partir da relação entre o preço de mercado da ação dividido pela receita líquida média, obter um fator de relação entre preço/receita líquida (P/RL) do setor formado novamente pelas empresas Alfa e Beta (Tabela 22). 45 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Tabela 22 – Fator de preço/receita líquida do setor, exemplo Mega S.A. Metodologia dos múltiplos de faturamento Empresas do mesmo setor Alfa Beta Preço de mercado da ação 14,50 13,88 Receita média 238.000,00 297.599,00 F (P/RL) 0,0000609 0,0000466 F (P/RL) médio do setor 0,0000538 Assim, utilizando o F (P/RL) médio do setor, podemos obter o valor de mercado das ações da Mega S.A. pela multiplicação de sua receita líquida pelo fator de preço/receita líquida (P/RL), obtendo (Tabela 23): Tabela 23 – Metodologia dos múltiplos de faturamento, exemplo Mega S.A. Mega S.A. X2 X1 Receita ($ milhões) 309.700,00 282.150,00 F (P/RL) 0,0000538 0,0000538 Ativos não operacionais 0,00 0,00 Valor de mercado da ação 16,66 15,17 VE (Valor de Mercado da Ação x Qtde. ações) 116.594,34 95.600,20 De maneira semelhante também atua a metodologia dos múltiplos de lucros, só que, em vez de utilizar o fator de preço da ação/receita líquida (P/RL), utiliza como parâmetro os lucros, ou seja, possui um fator (F) de preço de mercado da ação dividido pelo lucro operacional médio (P/LO), de forma a utilizar os dados do setor para inferir o preço da ação. No caso da Mega S.A, temos (Tabela 24): Tabela 24 – Fator de preço/lucro operacional do setor, exemplo Mega S.A. Metodologia dos múltiplos de lucros Empresas do mesmo setor Alfa Beta Preço de mercado da ação 14,50 13,88 Lucro operacional médio 56.800,00 43.450,00 F (P/LO) 0,0002553 0,0003194 F (P/LO) médio do setor 0,0002874 Assim, utilizando o F(P/LO) multiplicado pela quantidade de ações, obtemos o valor da empresa (VE) estimado (Tabela 25). 46 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 Tabela 25 – Metodologia dos múltiplos de faturamento, exemplo Mega S.A. Mega S.A. X2 X1 Lucro operacional ($ milhões) 65.210,00 44.161,00 F (P/RL) 0,0002874 0,0002874 Ativos não operacionais 0,00 0,00 Valor de mercado da ação 18,74 12,69 VE (Valor de Mercado da Ação x Qtde. ações) 131.173,35 79.948,96 Outra metodologia bastante utilizada é a metodologia dos fluxos de caixa descontados, que se diferencia por utilizar como parâmetro do valor da empresa os saldos líquidos de caixa descontados a valor presente. Para proceder neste cálculo, é preciso definir o custo do capital, e uma das formas de fazer isso é pelo cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), que nada mais é do que o custo do capital próprio multiplicado pelo percentual de capital próprio da entidade acrescido ao custo do capital de terceiros (custo da dívida) multiplicado pelo percentual de capital de terceiros da entidade. O custo do capital de terceiros pode ser ainda multiplicado por (1 – t), onde “t” representa a alíquota de imposto de renda, devido ao benefício tributário na redução do pagamento de IR quando existe o pagamento de juros (despesas financeiras) que diminuem o lucro. Ainda é preciso definir o custo do capital próprio, que, neste exemplo, é estabelecido como sendo de 16,50% ao ano. O ideal é que este custo represente a expectativa de retorno dos investidores, mas em grandes empresas com ações negociadas em bolsa de valores torna-se difícil obter esta informação. Para isso existem técnicas para a definição do custo do capital próprio, como o Capital Asset Pricing Model (CAPM) também conhecido como modelo de precificação de ativos de capital, que estima o custo do capital próprio com base nas taxas de juros do mercado e do risco associado. Já o custo do capital de terceiros pode ser obtido junto à empresa, ou nas notas explicativas de suas demonstrações financeiras, pois representa o custo financeiro (taxa de juros) da sua dívida. Além disso, é preciso definir por quanto tempo será feita esta análise. Aqui utilizamos um período de cinco anos projetados de fluxo de caixa (de X3 até X7), com uma taxa de crescimento de 5,00% ao ano até X7 e de um crescimento constante de 3,00% ao ano após X7 para efeitos de cálculo do Valor Residual (VR). Assim, procedendo no cálculo dos fluxos de caixa descontados (FC Descontado), obtemos para a Mega S.A. (Tabela 26): 47 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Tabela 26 – Metodologia dos fluxos de caixa descontados, exemplo Mega S.A. Metodologia dos fluxos de caixa descontados Mega S.A. X2 X1 % Capital próprio 59,48% 62,62% % Capital de terceiros 40,52% 37,38% ke (custo do capital próprio, definido) 16,50% 16,50% ki (custo do capital de terceiros, obtido pelo custo da dívida) 12,70% 12,70% Alíquota IR (IR 15% + CSLL 9% + Adicional 10%) 34% 34% CMPC 13,21% Crescimento próximos 5 anos 5,00% Crescimento posterior constante (g) 3,00% FC histórico 35.400,00 33.200,00 FC projetado $ milhões FC descontado X3 37.170,00 32.832,62 X4 39.028,50 30.451,44 X5 40.979,93 28.242,96 X6 43.028,92 26.194,64 X7 45.180,37 24.294,88 VR 455.760,53 245.076,52 VE 387.093,05 Assim, o CMPC calculado para a Mega S.A. foi de 13,21%, e os fluxos de caixa projetados apresentados, indo de $ 37.170 milhões em X3 para $ 45.180 milhões em X7. Com isso, temos um Valor da Empresa (VE) de aproximadamente $ 387 bilhões. De maneira semelhante atua a metodologia do Valor Presente Líquido (VPL), pois utiliza as mesmas informações do método anterior. A partir do fluxo de caixa descontado e excluindo o investimento inicial realizado, na aquisição da empresa, esta técnica proporciona visualizar o quanto o investimento gerou de valor (Tabela 27). Tabela 27 – Metodologia do valor presente líquido, exemplo Mega S.A. Metodologia do valor presente líquido Mega S.A. X2 X1 % Capital próprio 59,48% 62,62% % Capital de terceiros 40,52% 37,38% ke 16,50% 16,50% ki 12,70% 12,70% Alíquota IR 34% 34% CPMC 13,21% Crescimento próximos 5 anos 5,00% Crescimento posterior constante (g) 3,00% FC histórico 35.400,00 33.200,00 48 Unidade II Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 FC projetado $ milhões FC descontado X3 37.170,00 32.832,62 X4 39.028,50 30.451,44 X5 40.979,93 28.242,96 X6 43.028,92 26.194,64 X7 45.180,37 24.294,88 VR 455.760,53 245.076,52 VE 387.093,05 Investimento inicial (225.000,00) VPL 162.093,05 Para a Mega S.A., caso ela seja adquiridapor $ 225.000 milhões, então o VPL será de $ 162.093 milhões, indicando que a aquisição por esse valor é vantajosa. Por últimos, para analisar o investimento, podemos utilizar a metodologia da Taxa Interna de Retorno (TIR) e do período payback. Esta metodologia utiliza as mesmas premissas da metodologia do VPL, pois a TIR é a taxa juros que obtém um VPL igual a zero. Assim, a utilização dos fluxos de caixa projetados e dos fluxos de caixa descontados será útil. Apenas para facilitar a análise, rearranjamos o FC projetado, com o investimento inicial na data X2 (saída) e o Valor Residual (VR) sendo acrescido ao fluxo de caixa na data X7 (Tabela 28). Tabela 28 – Metodologia da TIR e do período de payback, exemplo Mega S.A. Metodologia da TIR e do período payback Mega S.A. X2 X1 % Capital próprio 59,48% 62,62% % Capital de terceiros 40,52% 37,38% ke 16,50% 16,50% ki 12,70% 12,70% Alíquota IR 34% 34% CPMC 13,21% Crescimento próximos 5 anos 5,00% Crescimento posterior constante (g) 3,00% FC histórico 35.400,00 33.200,00 FC projetado $ milhões FC esperado FC acum. FC descontado FC acum. X2 (investimento inicial) (225.000,00) (225.000,00) X3 37.170,00 37.170,00 (187.830,00) 32.832,62 (192.167,38) X4 39.028,50 39.028,50 (148.801,50) 34.474,25 (157.693,13) X5 40.979,93 40.979,93 (107.821,58) 36.197,97 (121.495,16) X6 43.028,92 43.028,92 (64.792,65) 38.007,86 (83.487,30) 49 Re vi sã o: V irg ín ia /A m an da - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 12 /0 7/ 20 13 AVALIAÇÃO DE EMPRESAS X7 45.180,37 500.940,90 436.148,24 442.485,95 358.998,65 VR 455.760,53 TIR 29,31% Payback 5o. Ano Payback descontado 5o. Ano Assim, a taxa interna de retorno é de 29,31% ao ano, superior a TMA correspondente ao custo do capital (CMPC) de 13,21% ao ano. Já o payback só ocorrerá no quinto ano, quando o fluxo de caixa se torna positivo. Vejam que analisamos o valor da empresa Mega S.A. de diferentes formas, obtendo resultados bastante variados (Tabela 29). Tabela 29 – Comparativo de metodologias, exemplo Mega S.A. Metodologia VE (em X2) Metodologia do valor contábil 67.700,00 Metodologia do valor patrimonial de mercado 69.866,40 Metodologia do valor de liquidação 73.784,60 Metodologia do preço/lucro 135.719,94 Metodologia de capitalização dos lucros 401.335,63 Metodologia dos múltiplos de faturamento 116.594,34 Metodologia dos múltiplos de lucros 131.173,35 Metodologia dos fluxos de caixa descontados 387.093,05 Outras medidas Metodologia do valor presente líquido 162.093,05 Metodologia da TIR 29,31% Metodologia do período payback 5o. Ano Notem que de acordo com a metodologia empregada e suas premissas estabelecidas, o Valor da Empresa (VE) pode ser alterado consideravelmente, pois temos valores que foram do menor (valor contábil) $ 67.700 até o maior (capitalização dos lucros), $ 401.335,63. A grande questão é: Qual deles é o melhor ou mais adequado? A resposta a esta questão depende do conhecimento do avaliador sobre o mercado, que indicará qual metodologia proporciona base para uma avaliação mais próxima do valor justo desta empresa, condizente com a realidade e desenvolvida a partir de premissas que sejam reais e praticáveis. 50 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BERK, J.; DEMARZO, P. Finanças empresariais. São Paulo: Bookman, 2008. BRASIL. Lei 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. ___. Lei 9.457, de 05 de Maio de 1997. ___. Lei 11.638, de 28 de Dezembro de 2007. ___. Lei 11.941, de 27 de Maio de 2009. CPC, Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento CPC 04 – ativos intangíveis. 2008. CVM, Comissão de Valores Mobiliários. Instrução normativa no 361, com alterações da instrução normativa no 436/06, de 05 de Março de 2002. DAMODARAN, A. Finanças corporativas – teoria e prática. 2. ed., São Paulo: Bookman, 2004. EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP. Contabilidade introdutória. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ERNEST; YOUNG; FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de normas internacionais de contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007. GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10. ed., São Paulo: Pearson Addison Weasley, 2004. HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. IUDÍCIBUS, S. Teoria da contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARTINEZ, A. L. “Gerenciamento” dos resultados contábeis: estudo empírico das companhias abertas brasileiras. Tese apresentada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) no Programa de Doutorado em Controladoria e Contabilidade. São Paulo, 2001. MARTINS, E. Avaliação de empresas – da mensuração contábil à econômica. São Paulo: Ed. Atlas, 2001. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 51 PUCCINI, A. L. Matemática financeira – objetiva e aplicada. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. REIS A.; MARION, J. C. Contabilidade avançada. 1. ed., São Paulo: Saraiva, 2006. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração financeira – corporate finance. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SANTOS, J. O. Avaliação de empresas – um guia prático. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. VIEIRA SOBRINHO, J. D. Matemática financeira. 2. ed., São Paulo: Atlas, 2000. 52 53 54 55 56 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I – 5633-40... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10532673_1&course_id=_28499_1&content_id=_437933_1&outcom… 1/7 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I AVALIAÇÃO DE EMPRESAS 5633-40_59801_R_20182 CONTEÚDO Usuário karina.blazius @unipinterativa.edu.br Curso AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Teste QUESTIONÁRIO UNIDADE I Iniciado 29/10/18 22:41 Enviado 29/10/18 22:42 Status Completada Resultado da tentativa 5 em 5 pontos Tempo decorrido 0 minuto Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários, Perguntas respondidas incorretamente Pergunta 1 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: A Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) demonstra uma proporção entre o lucro da empresa e seu capital próprio (PL). Assim, podemos a�rmar que: Quanto maior for a rentabilidade, melhor será a capacidade de geração de valor pela empresa. Quanto maior for a rentabilidade, melhor será a capacidade de geração de valor pela empresa. Quanto menor for a rentabilidade, melhor será a capacidade de geração de valor pela empresa. Quanto maior for a rentabilidade, pior será a capacidade de geração de valor pela empresa. Quanto maior for o capital de giro, melhor será a capacidade de geração de valor pela empresa. Quanto menor o capital de giro, melhor será a capacidade de geração de valor pela empresa. Alternativa: A Comentário: uma vez que o capital próprio pertence aos próprios sócios, as dívidas com empréstimos de terceiro serão menores, assim, quanto maior a rentabilidade, maior a geração de valor para a empresa. CONTEÚDOS ACADÊMICOS BIBLIOTECAS MURAL DO ALUNO TUTORIAISUNIP EAD 0,5 em 0,5 pontos karina.blazius @unipinterativa.edu.br 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I – 5633-40... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10532673_1&course_id=_28499_1&content_id=_437933_1&outcom…2/7 Pergunta 2 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: A rotatividade das vendas (RVPL) demonstra uma proporção entre as vendas da empresa e seu capital próprio. Podemos a�rmar que indica a contribuição do PL para a geração de faturamento ou receita líquida. De que forma é representado o resultado dessa operação? Em quantidade. Em quantidade. Em percentual. Em reais. Em quilômetros. Em valores. Alternativa: A Comentário: representa quantas vezes o faturamento líquido da empresa é maior que o total do patrimônio líquido. Pergunta 3 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Analise as a�rmativas a seguir que tratam da metodologia de múltiplos de lucros: I. O fator preço das ações/lucro operacional médio deve ser obtido de empresas concorrentes de porte e atividade similares. II. Não são considerados os ativos não operacionais para cálculo do valor da empresa. III. Essa metodologia não apresenta limitações para a sua prática. A partir de sua análise, assinale a alternativa correta: Apenas a a�rmativa I está correta. Apenas a a�rmativa I está correta. As a�rmativas I e II estão corretas. As a�rmativas I e III estão corretas. As a�rmativas II e III estão corretas. Apenas a a�rmativa III está correta. Alternativa: A Comentário: segue o comentário de cada a�rmativa: I. O preço das ações/lucro operacional médio é extraído de empresas concorrentes de porte e atividade similares, portanto, esta a�rmativa é CORRETA. II. Soma-se o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional do último ano de atividade operacional, para se chegar ao valor total da empresa, portanto, a a�rmativa é INCORRETA. III. Como limitação, temos novamente a questão da contabilidade tradicional que proporciona o cálculo do lucro operacional, portanto, a a�rmativa é INCORRETA. 0,5 em 0,5 pontos 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I – 5633-40... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10532673_1&course_id=_28499_1&content_id=_437933_1&outcom… 3/7 Pergunta 4 Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Chovia torrencialmente na cidade de Curitiba, porém, nos escritórios da CDEEC – Companhia de Distribuição de Energia Elétrica Celeste, toda a equipe estava mobilizada naquela tarde a resolver problemas ligados a fornecedores que estavam atrasando a entrega de equipamentos básicos. Isso era um problema antigo para a CDEEC que, por ser uma empresa pequena e especializada na comercialização e distribuição de energia elétrica apenas de fontes solares, algo pioneiro no Brasil, acabava por não conseguir prioridade na entrega dos produtos de que necessitava para realizar instalações nos clientes. Um cliente básico da CDEEC recebia energia elétrica de fontes renováveis, mas também emitia energia, captada em painéis solares e posteriormente pagava apenas a diferença. Como uma tentativa de resolver esse problema, o departamento de distribuição da CDEEC estava em negociações para comprar a Ramos e Toledo Ltda. José Augusto estava justamente analisando as demonstrações �nanceiras dessa empresa que provavelmente será comprada, quando recebeu o seguinte e-mail, diretamente do Controller da CDEEC, enviado via smartphone: De: Renato Manga – Controladoria CDEEC Para: José Augusto – Depto Planejamento e Orçamento C.C: Suzana Maria – Depto Planejamento e Orçamento _______________________ Ref.: Análise das Demonstrações Financeiras da Ramos e Toledo Ltda. Suzana Maria, Pare o trabalho que está fazendo para a auditoria e acompanhe o José Augusto, ok? José Augusto, Estou em Campinas com o Dr.Wilson e o José Dias e estávamos esta manhã conversando com o atual proprietário da Ramos e Toledo Ltda. Ele me comentou em particular algumas coisas inquietantes quanto ao capital emprestado de terceiros. E pouco falou de capital próprio. Estou muito preocupado. Por favor, agora que vocês estão com os balanços patrimoniais, veri�quem tudo direitinho, calculem a ____________________ e me enviem ainda hoje. Atenciosamente, Sr. Renato Manga Controller CDEEC – Companhia de Distribuição de Energia Elétrica Celeste Avenida Exemplar, 327. Curitiba/PR Para dar uma resposta para o Sr. Renato Manga, o José Augusto e a Suzana Maria necessariamente terão que calcular o seguinte índice: Alavancagem; Rentabilidade do patrimônio líquido; Rotatividade dos estoques; Alavancagem; Imobilização com recursos próprios; Liquidez. Alternativa: C. Comentário: observe que a preocupação do executivo face à conversa informal é sobre o capital emprestado de terceiros. Portanto, entre as alternativas indicadas, a única que traz uma resposta para essa preocupação é a Alavancagem, que indica o quanto representa o capital tomado emprestado de terceiros no balanço patrimonial, sob a forma de passivos em relação ao capital próprio do patrimônio líquido. 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I – 5633-40... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10532673_1&course_id=_28499_1&content_id=_437933_1&outcom… 4/7 Pergunta 5 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Com relação à metodologia dos múltiplos de faturamento, assinale a alternativa correta: A principal limitação ao método está na receita líquida que advém da contabilidade tradicional. É uma metodologia em que se comparam os faturamentos brutos para de�nição do valor da empresa. Não são considerados os ativos não operacionais para cálculo do valor da empresa. O valor da empresa é calculado apenas com base na multiplicação da receita líquida pelo fator preço das ações/receita média de empresas concorrentes. A principal limitação ao método está na receita líquida que advém da contabilidade tradicional. O fator preço das ações/receita média deve ser extraído de empresas concorrentes de porte e atividade iguais. Alternativa: D Comentário: a metodologia de múltiplos de faturamento assume que o valor da empresa é calculado com base na multiplicação da Receita Líquida (RL) do último ano de atividade operacional, ou de uma média histórica, pelo fator preço das ações/receita média extraído de empresas concorrentes de porte e atividade similares. Em seguida, soma-se o valor dos ativos não operacionais ao valor operacional do último ano de atividade operacional, para se chegar ao valor total da empresa (SANTOS, 2008). Note que o preço das ações/receita média trata-se do índice de preço de uma ação em relação à receita por ação. Como limitação, temos novamente a receita líquida que advém da contabilidade tradicional. Pergunta 6 Considerando a metodologia do valor contábil para determinação do valor da empresa, analise as a�rmativas abaixo. I. Esta metodologia tem como principais vantagens, em sua aplicação, o fato de considerar necessidades de investimento e capital de giro e o desenvolvimento de ativos intangíveis. II. Em uma empresa cujo patrimônio líquido seja de $ 800.000, este será considerado como o valor da empresa, uma vez que corresponde aos recursos próprios da entidade. III. A utilização de indicadores de desempenho como a Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL), que demonstra a proporção entre o lucro da empresa e seu capital próprio, é útil 0,5 em 0,5 pontos 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I – 5633-40... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10532673_1&course_id=_28499_1&content_id=_437933_1&outcom… 5/7 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: paraum melhor controle nessa metodologia. A partir de sua análise, assinale a alternativa correta: Apenas as a�rmativas II e III estão corretas. Apenas a a�rmativa III está correta. Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. Apenas as a�rmativas I e III estão corretas. Apenas as a�rmativas II e III estão corretas. Todas as a�rmativas estão corretas. Alternativa: D Comentário: conforme abaixo: I. A necessidade de investimento e capital de giro, além do desenvolvimento de ativos intangíveis, não é considerada nesta metodologia, portanto, esta a�rmativa é INCORRETA. II. A metodologia do valor contábil pressupõe que o valor da empresa = ativo – passivo corresponde ao seu patrimônio líquido, portanto, a a�rmativa é CORRETA. III. A utilização de indicadores de desempenho é recomendada nesta metodologia para seu controle, dentre eles a rentabilidade do patrimônio líquido, portanto, a a�rmativa é CORRETA. Pergunta 7 Resposta Selecionada: e. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Dentre os indicadores de desempenho que são relacionados ao patrimônio líquido, aquele que considera a proporção do capital tomado emprestado de terceiros em relação ao capital próprio é: Alavancagem. Rentabilidade do patrimônio líquido. Rotatividade das vendas. Rotatividade do lucro operacional. Imobilização com recursos próprios. Alavancagem. Alternativa: E Comentário: a alavancagem indica o quanto representa o capital tomado emprestado de terceiros, no balanço patrimonial, sob a forma de passivos em relação ao capital próprio do patrimônio líquido. Pergunta 8 Resposta Selecionada: d. O valor do Patrimônio Líquido (PL) é obtido pelo total de bens e direitos (ativos), excluindo- se as dívidas (passivos). Como também é conhecida essa abordagem? Teoria do proprietário. 0,5 em 0,5 pontos 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I – 5633-40... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10532673_1&course_id=_28499_1&content_id=_437933_1&outcom… 6/7 Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Teoria da liquidez ativa. Teoria do valor abrangente determinante. Teoria dos ativos intangíveis. Teoria do proprietário. Teoria do contador. Alternativa: D Comentário: a teoria do proprietário foca como objetivo empresarial a geração de valor da empresa, pois ela pertence aos seus investidores. Pergunta 9 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Quando a empresa obtém um resultado superior a 100% na imobilização com recursos próprios (IPL), com que tipo de capital a empresa está operando? Recursos de terceiros para comprar os ativos imobilizados. Recursos de terceiros para comprar os ativos imobilizados. Capital próprio para comprar os ativos imobilizados. Utilizou o capital social para obter os ativos imobilizados. Retirou dinheiro do caixa. Descontou duplicatas para comprar os ativos imobilizados. Alternativa: A Comentário: quando o IPL for superior a 100%, temos uma situação em que a empresa utilizou recursos emprestados de terceiros para �nanciar seus investimentos em imobilizado. Pergunta 10 Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Sabendo que o valor da empresa foi de�nido com base na soma de seus ativos, avaliados individualmente com base em seu estado de conservação, subtraídos seus passivos, a metodologia de avaliação de empresas empregada foi: Metodologia do valor de liquidação. Metodologia do valor contábil. Metodologia do valor patrimonial de mercado. Metodologia do valor de liquidação. Metodologia do preço/lucro ou metodologia de capitalização dos lucros. Metodologia dos múltiplos de faturamento ou múltiplos de lucro. 0,5 em 0,5 pontos 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE I – 5633-40... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10532673_1&course_id=_28499_1&content_id=_437933_1&outcom… 7/7 Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2018 21h21min38s BRST Feedback da resposta: Alternativa: C Comentário: essa metodologia considera o valor da empresa como sendo o valor de mercado de bens e direitos que formam seu ativo, vendidos separadamente, no estado em que se encontram, caso as atividades da empresa sejam encerradas (SANTOS, 2008), ou seja, considera a empresa como uma operação em descontinuidade, em que o valor dos ativos individuais tende a ser inferior ao valor dos registros contábeis e gerenciais, normalmente em função da negociação envolvida. ← OK 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II – 5633-... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_12528046_1&course_id=_28499_1&content_id=_437936_1&return_… 1/7 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II AVALIAÇÃO DE EMPRESAS 5633-40_59801_R_20182 CONTEÚDO Usuário karina.blazius @unipinterativa.edu.br Curso AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Teste QUESTIONÁRIO UNIDADE II Iniciado 03/12/18 21:06 Enviado 03/12/18 21:07 Status Completada Resultado da tentativa 5 em 5 pontos Tempo decorrido 0 minuto Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários, Perguntas respondidas incorretamente Pergunta 1 Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Ano 4. Ano 2. Ano 3. Ano 4. Ano 5. Ano 1. CONTEÚDOS ACADÊMICOS BIBLIOTECAS MURAL DO ALUNO TUTORIAISUNIP EAD 0,5 em 0,5 pontos karina.blazius @unipinterativa.edu.br 7 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II – 5633-... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_12528046_1&course_id=_28499_1&content_id=_437936_1&return_… 2/7 Pergunta 2 Resposta Selecionada: b. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: A partir da avaliação da empresa pela metodologia dos �uxos de caixa descontados, analise as a�rmativas abaixo. I- A taxa de retorno para desconto dos �uxos de caixa deve corresponder ao risco do negócio e re�etir as incertezas do mercado. II- Aos �uxos de caixa já descontados, soma-se o valor dos ativos não operacionais e obtém- se o valor total da empresa. III- O custo médio ponderado de capital não pode ser utilizado como taxa de desconto, uma vez que re�ete a realidade atual da empresa e não seu futuro. Analisando as a�rmativas, podemos considerar que: Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. Apenas a a�rmativa I está correta. Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. Apenas as a�rmativas I e III estão corretas. Apenas as a�rmativas II e III estão corretas. Todas as a�rmativas estão corretas. Alternativa: B Comentário: seguem as informações sobre cada item I-O valor operacional da empresa é calculado a partir da capitalização dos �uxos de caixa (FCs) da atividade principal, descontados por uma taxa de retorno (i) que corresponda ao risco do negócio e re�ita as incertezas do mercado, portanto, esta a�rmativa é CORRETA. II-Somar o valor dos ativos não operacionais e obter-se o valor total da empresa, portanto, a a�rmativa é CORRETA. III-Assim, os �uxos de caixa esperados devem ser descontados a uma taxa que re�ita o custo de �nanciar estes ativos, ou seja, o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), portanto, a a�rmativa é INCORRETA. Pergunta 3 Resposta Selecionada: e. Respostas: a. b. A respeito da metodologia de avaliação de empresas utilizando os �uxos de caixa descontados, assinale a alternativa incorreta. Essa metodologia não considera a empresa como uma geradora de �uxos de caixa indeterminada, ou seja, não pode ser tratada como uma perpetuidade.O Valor Residual (VR) representa o valor da empresa no �nal do último ano projetado. Deve-se utilizar o �uxo de caixa líquido de cada período, ou seja, entradas de caixa menos saídas de caixa. 0,5 em 0,5 pontos 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II – 5633-... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_12528046_1&course_id=_28499_1&content_id=_437936_1&return_… 3/7 c. d. e. Feedback da resposta: Em condições de crescimento constante para o período pós-projetado, o valor residual pode ser calculado com base em uma taxa de crescimento constante. As dívidas da empresa possuem benefícios tributários apenas no caso de tributação pelo lucro real. Essa metodologia não considera a empresa como uma geradora de �uxos de caixa indeterminada, ou seja, não pode ser tratada como uma perpetuidade. Alternativa: E Comentário: outra forma de analisar os �uxos de caixa descontados é considerar a atividade da empresa uma perpetuidade. Nesse caso, havendo um Fluxo de Caixa (FC) regular, ou seja, sem crescimento ao longo do tempo, podemos considerar o valor da empresa como sendo a perpetuidade desse �uxo, descontado pelo custo médio ponderado de capital e acrescido dos ativos não operacionais. Pergunta 4 Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Analise as a�rmativas abaixo que tratam da metodologia da taxa interna de retorno. I. A taxa interna de retorno é a taxa que equaliza o valor presente de um ou mais pagamentos com o valor presente de um ou mais recebimentos. II. A taxa interna de retorno é a taxa de juros que iguala os �uxos de caixa futuros com o recebimento inicial no momento “zero”, fazendo com que o VPL seja zero. III. A taxa interna de retorno considera o reinvestimento das entradas à sua própria taxa de juros, o que normalmente acontece na prática. A partir de sua análise, assinale a alternativa correta. Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. Apenas a a�rmativa II está correta. Apenas as a�rmativas I e III estão corretas. Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. Apenas as a�rmativas II e III estão corretas. Todas as a�rmativas estão corretas. Alternativa: C Comentário: seguem as informações sobre cada item: Itens I e II. A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa que equaliza o valor presente de um ou mais pagamentos (saídas de caixa) com o valor presente de um ou mais recebimentos (entradas de caixa), ou seja, é a taxa de juros que iguala os �uxos de caixa futuros com o recebimento inicial no momento “zero” (VIEIRA SOBRINHO, 2000). Assim, a TIR é a taxa que faz o VPL do projeto ser igual a zero. Portanto, essas a�rmativas estão CORRETAS. III. Um ponto de destaque no uso da TIR são problemas que podem existir com a sua aplicação. Como no caso dos �uxos de caixa, em que ocorrem recebimentos entre a data inicial do projeto e seu término, e existe um problema prático sobre o que fazer com os recursos recebidos ao longo do projeto (entradas), pois nem sempre é possível reinvesti-los no próprio projeto. Dessa forma, a TIR pode causar essa falsa impressão, pois ela considera o 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II – 5633-... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_12528046_1&course_id=_28499_1&content_id=_437936_1&return_… 4/7 reinvestimento das entradas a uma taxa igual à própria TIR, o que raramente acontece na prática, portanto, a a�rmativa é INCORRETA. Pergunta 5 Resposta Selecionada: b. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Considerando a metodologia das opções reais para cálculo do valor da empresa, assinale a alternativa incorreta. As opções reais representam gra�camente cada uma das decisões paralelas e seus impactos nos resultados possíveis. Os nós folha indicam as possibilidades previamente rotuladas e a probabilidade associada de sua classi�cação. As opções reais representam gra�camente cada uma das decisões paralelas e seus impactos nos resultados possíveis. O modelo pode ser adaptação às possibilidades de decisão e seus impactos nos benefícios dos �uxos de caixa ao longo do tempo. Cada ponto de decisão está relacionado a investimentos que devem ser feitos na opção. A metodologia considera que as atitudes dos investidores e os �uxos de caixa da empresa possam sofrer alterações em função das mudanças nas condições do mercado. Alternativa: B Comentário: essa metodologia surgiu como forma de eliminar as limitações da metodologia do VPL; dessa forma, a metodologia das opções reais apresenta uma grande �exibilidade ao considerar que as atitudes dos investidores e os �uxos de caixa da empresa possam sofrer alterações em função das mudanças nas condições do mercado (SANTOS, 2008). Assim, uma opção é a utilização de árvores de decisão, que representam gra�camente cada uma das decisões sequenciais e seus resultados possíveis, portanto, a alternativa B é INCORRETA. Pergunta 6 Considere uma empresa que possui um custo do capital próprio (ke) estimado em 12% e um custo do capital de terceiros (ki) em 9%, além disso, seu balanço apresenta as seguintes contas: Ativo circulante $ 22.000; Ativo não circulante $ 37.000; Passivo circulante $ 15.000; Passivo não circulante $ 14.000; Patrimônio líquido $ 30.000. Observando que a alíquota do imposto de renda é de 20%, seu custo médio ponderado de capital será de: 0,5 em 0,5 pontos 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II – 5633-... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_12528046_1&course_id=_28499_1&content_id=_437936_1&return_… 5/7 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: 9,64%. 12,00%. 10,97%. 10,53%. 9,64%. 9,56%. Alternativa: D Comentário: segue o demonstrativo dos cálculos. CMPC = ke x % Capital Próprio + ki x % Capital de Terceiros x (1 – t) % Capital Próprio = 30.000 / (15.000 + 14.000 + 30.000) x 100 = 50,85% % Capital de Terceiros = (15.000 + 14.000) / (15.000 + 14.000 + 30.000) x 100 = 49,15% t = 20% = 0,20 CMPC = 12% x 50,85% + 9% x 49,15% x (1 – 0,20) CMPC = 6,10% + 3,54% = 9,64% Pergunta 7 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Dentre os problemas inerentes ao uso da metodologia do payback, observe as a�rmativas abaixo. I. Padrão arbitrário de payback: neste ponto, não existem diretrizes para determinação de um payback aceitável. II. Pagamentos após o período de payback: o método não avalia a rentabilidade do projeto. III. Distribuição dos �uxos dentro do período de payback: o método não pode ser aplicado em casos em que o �uxo de caixa seja diferente a cada período de tempo. Com base nas a�rmativas, assinale a alternativa correta. Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. Todas as a�rmativas estão corretas. Apenas as a�rmativas II e III estão corretas. Apenas as a�rmativas I e III estão corretas. Apenas as a�rmativas I e II estão corretas. Apenas a a�rmativa II está correta. Alternativa: D Comentário: seguem as informações sobre cada item. I. Padrão arbitrário de payback: neste ponto, não existem diretrizes para determinação de um payback aceitável, apenas comparações, o que torna sua análise, até certo ponto, arbitrária. A�rmativa CORRETA. II. Pagamentos após o período de payback: este problema está relacionado com o objetivo do método, que consiste apenas na detecção do momento em que o projeto se paga, sem considerar os recebimentos que ocorrerão após esse período, ou seja, não avalia a rentabilidade do projeto. A�rmativa CORRETA. III. Distribuição dos �uxos dentro do período de payback: nesse caso, o método não avalia a relação do valordo dinheiro no tempo, desconsiderando os juros e a in�ação, pois não a considera como melhor projeto, mesmo que, com um payback igual, apresente recebimentos mais volumosos logo no início. A�rmativa INCORRETA. 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II – 5633-... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_12528046_1&course_id=_28499_1&content_id=_437936_1&return_… 6/7 Pergunta 8 Resposta Selecionada: e. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: O custo médio ponderado de capital é utilizado em diversas metodologias de avaliação de empresas, dessa forma, assinale a alternativa incorreta. É um parâmetro comparativo na análise do payback da empresa. Pode ser obtido a partir do custo da dívida da empresa e do custo do capital próprio, consideradas suas proporções e os benefícios tributários envolvidos. Pode ser utilizado como taxa de desconto na metodologia dos �uxos de caixa descontados. É considerado como uma das possibilidades de determinação da taxa mínima de atratividade na metodologia do valor presente líquido. O cálculo do valor residual do modelo de Gordon considera o CMPC em seu cálculo. É um parâmetro comparativo na análise do payback da empresa. Alternativa: E Comentário: não se utiliza o CMPC como comparativo no método do payback, estando as demais alternativas corretas. Pergunta 9 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback Utilizando a metodologia do valor presente líquido na avaliação do valor de uma empresa, analise as a�rmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I. Para utilização da metodologia do valor presente líquido, a série de �uxos de caixa deve necessariamente ser igual ao longo do tempo. II. A taxa de desconto utilizada consiste na taxa mínima de atratividade, representando o risco do negócio e as incertezas do mercado. III. Uma grande vantagem dessa metodologia é considerar os valores dos �uxos de caixa ao início do investimento, algo comum na prática. Apenas a a�rmativa I é verdadeira. Apenas a a�rmativa I é verdadeira. Apenas as a�rmativas I e II são verdadeiras. Apenas as a�rmativas I e III são verdadeiras. Apenas as a�rmativas II e III são verdadeiras. Todas as a�rmativas são verdadeiras. Alternativa: A 0,5 em 0,5 pontos 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: QUESTIONÁRIO UNIDADE II – 5633-... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_12528046_1&course_id=_28499_1&content_id=_437936_1&return_… 7/7 Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2018 21h07min37s BRST da resposta: Comentário: seguem as informações sobre cada item. I. O Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica de análise de projetos de investimento (�uxos de caixa) que consiste em calcular o valor presente de uma série de pagamentos e/ou recebimentos, iguais ou diferentes ao longo do tempo, a uma taxa conhecida, portanto, esta a�rmativa é CORRETA. II. Na aplicação da técnica do VPL, a de�nição da taxa de desconto “i” é fundamental para a validação do projeto. Nesse caso, a taxa de desconto deve representar o risco do negócio e as incertezas do mercado; para isso, utilizamos o conceito de Taxa Mínima de Atratividade (TMA), portanto, a a�rmativa é INCORRETA. III. A principal limitação dessa metodologia é o fato de considerar os valores dos �uxos de caixa ao início do investimento, sendo comum que ocorram alterações dos �uxos de caixa após o projeto ter sido aceito e colocado em prática, portanto, a a�rmativa é INCORRETA. Pergunta 10 Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: Utilizando o método do payback para avaliar uma empresa e sabendo que o investimento inicial necessário é de $ 2.300.000 e que os �uxos de caixa esperados são regulares da ordem de $ 148.000 por mês, é correto a�rmar que: O período de payback não será inferior a 16 meses, ou seja, a empresa necessitará de 16 meses para retornar o investimento. A taxa obtida pelo método do payback é de 6,43% ao mês. O método do payback indica a necessidade de 15,54 anos para o retorno do investimento. O período de payback não será inferior a 16 meses, ou seja, a empresa necessitará de 16 meses para retornar o investimento. Pelo cálculo do payback descontado, a empresa teria um período de 6 meses, independentemente da taxa de juros. A partir dos dados apresentados não é possível aplicar essa metodologia de análise. Alternativa: C Comentário: segue o demonstrativo dos cálculos. Payback = investimento inicial / �uxo de caixa Payback = 2.300.000 / 148.000 Payback = 15,54 meses (uma vez que o FC é mensal), podendo arredondar para cima, obtemos a necessidade de 16 meses para o pagamento do investimento. ← OK 0,5 em 0,5 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: ATIVIDADE TELEAULA I – 5633-40_... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10524483_1&course_id=_28499_1&content_id=_437934_1&outcom… 1/2 Revisar envio do teste: ATIVIDADE TELEAULA I AVALIAÇÃO DE EMPRESAS 5633-40_59801_R_20182 CONTEÚDO Usuário karina.blazius @unipinterativa.edu.br Curso AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Teste ATIVIDADE TELEAULA I Iniciado 29/10/18 21:50 Enviado 29/10/18 21:50 Status Completada Resultado da tentativa 0 em 0 pontos Tempo decorrido 0 minuto Autoteste O aluno responde e o resultado do aluno não é visível ao professor. Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários, Perguntas respondidas incorretamente Pergunta 1 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: É possível identi�car quanto a empresa investiu em imobilizado a partir do patrimônio líquido? Sim, uma vez que identi�ca, por exemplo, o quanto de lucro foi utilizado neste investimento. Não, o PL não pertence ao ativo. Não, o investimento em imobilizado ocorre a partir do caixa da empresa. Sim, desde que o imobilizado seja adquirido à vista. Sim, uma vez que identi�ca, por exemplo, o quanto de lucro foi utilizado neste investimento. Não, seria impossível esta informação a partir do balanço patrimonial. Resposta: D Pergunta 2 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. A metodologia do valor contábil é de fácil aplicação, mas apresenta algumas limitações, entre elas, podemos citar: Baseia-se no custo histórico. Não considera o balanço patrimonial. CONTEÚDOS ACADÊMICOS BIBLIOTECAS MURAL DO ALUNO TUTORIAISUNIP EAD 0 em 0 pontos 0 em 0 pontos karina.blazius @unipinterativa.edu.br 03/12/2018 Revisar envio do teste: ATIVIDADE TELEAULA I – 5633-40_... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10524483_1&course_id=_28499_1&content_id=_437934_1&outcom… 2/2 Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2018 21h22min04s BRST b. c. d. e. Feedback da resposta: Utiliza-se do custo de reposição. Considera somente o �uxo de caixa. Baseia-se no custo histórico. Considera o valor de todos os ativos intangíveis. Resposta: D Pergunta 3 Resposta Selecionada: d. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: A rotatividade do lucro operacional sobre o patrimônio líquido mostra: A contribuição do PL na geração de lucro operacional da empresa. O quanto de recursos do patrimônio líquido está investido no ativo imobilizado. A contribuição do PL na geração de faturamento. O quanto representa o capital emprestado de terceiros. A contribuição do PL na geração de lucro operacional da empresa. O quanto representa o capital próprio emprestado de terceiros. Resposta: D Pergunta 4 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Feedbackda resposta: No decorrer dos negócios empresariais, existem ocasiões em que é necessário estimar, total ou parcialmente, o valor de mercado de uma empresa. Entre essas ocasiões, podemos citar: Compra ou venda de empresas. Compra ou venda de empresas. Apuração do custo dos produtos. Operação de venda de produtos. Compra de estoques. Distribuição de dividendos. Resposta: A ← OK 0 em 0 pontos 0 em 0 pontos 03/12/2018 Revisar envio do teste: ATIVIDADE TELEAULA II – 5633-40_... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10652323_1&course_id=_28499_1&content_id=_437937_1&outcom… 1/2 Revisar envio do teste: ATIVIDADE TELEAULA II AVALIAÇÃO DE EMPRESAS 5633-40_59801_R_20182 CONTEÚDO Usuário karina.blazius @unipinterativa.edu.br Curso AVALIAÇÃO DE EMPRESAS Teste ATIVIDADE TELEAULA II Iniciado 30/10/18 23:10 Enviado 30/10/18 23:11 Status Completada Resultado da tentativa 0 em 0 pontos Tempo decorrido 0 minuto Autoteste O aluno responde e o resultado do aluno não é visível ao professor. Resultados exibidos Todas as respostas, Respostas enviadas, Respostas corretas, Comentários, Perguntas respondidas incorretamente Pergunta 1 Resposta Selecionada: a. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: A TIR é a taxa de juros que iguala os �uxos de caixa futuros ao recebimento inicial no momento “zero”. Tem-se como viável a opção de investir no projeto caso a TIR: seja maior do que a TMA. seja maior do que a TMA. seja positiva e menor do que a TMA. seja menor do que a TMA. seja negativa e menor do que a TMA. seja negativa e maior do que a TMA. Resposta: A Pergunta 2 Resposta Selecionada: b. Respostas: a. b. A principal limitação da metodologia do valor presente líquido é: considerar os valores dos �uxos de caixa no início do investimento. não considerar os valores dos �uxos de caixa no início do investimento. considerar os valores dos �uxos de caixa no início do investimento. CONTEÚDOS ACADÊMICOS BIBLIOTECAS MURAL DO ALUNO TUTORIAISUNIP EAD 0 em 0 pontos 0 em 0 pontos karina.blazius @unipinterativa.edu.br 03/12/2018 Revisar envio do teste: ATIVIDADE TELEAULA II – 5633-40_... https://ava.ead.unip.br/webapps/assessment/review/review.jsp?attempt_id=_10652323_1&course_id=_28499_1&content_id=_437937_1&outcom… 2/2 Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2018 21h22min27s BRST c. d. e. Feedback da resposta: considerar os valores dos �uxos de caixa no �nal do investimento. considerar os valores dos �uxos de caixa a valor presente.calcular o VR pelo modelo de Copeland. Resposta: B Pergunta 3 Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: O Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) considera: o custo da dívida e o custo do capital próprio. somente a compra ou venda de empresas. somente o custo da dívida. o custo da dívida e o custo do capital próprio. somente o custo do capital próprio. o custo da distribuição de dividendos. Resposta: C Pergunta 4 Resposta Selecionada: c. Respostas: a. b. c. d. e. Feedback da resposta: O valor residual representa o valor da empresa no �nal do último ano projetado. Supondo um crescimento constante para o período pós-projetado, o valor residual poderá ser calculado: pelo modelo de Gordon. pelo modelo de Edwards e Bells. pelo modelo de Spencer. pelo modelo de Gordon. pelo modelo de Laplace. pelo modelo de Damodaran. Resposta: C ← OK 0 em 0 pontos 0 em 0 pontos