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Estatica Aplicada I conceitos básicos

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1 
 
 
 
 
 
PARTE I 
 
FUNDAMENTOS DA ESTÁTICA VETORIAL 
 
 
 O estudo da estática dos corpos rígidos requer a aplicação de operações 
com vetores. Estes entes matemáticos são definidos para representar as grandezas 
físicas que se comportam diferentemente das grandezas escalares. Estas operam 
como números reais, enquanto que as grandezas vetoriais são dependentes também 
da direção (reta suporte e sentido) em que atuam. 
 
1.1 REGRA DO PARALELOGRAMO 
 
 Todas as grandezas vetoriais têm sua regra de adição baseada no princípio 
do paralelogramo. Este princípio, cuja origem se dá em fatos experimentais, 
estabelece que a soma de dois vetores corresponde à diagonal do paralelogramo 
que tem por lados os vetores parcelas, procedimento mostrado na Figura 1.1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.1 - Adição de dois vetores: C = A + B. 
 
 Portanto, as características do vetor-soma C = A + B podem ser obtidas 
utilizando as relações geométricas de um triângulo qualquer, conforme mostrado 
na Figura 1.2. 
A 
B 
+ 
= 
A 
B 
C 
// A 
// B 
θ 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.2 - Adição dos vetores A e B. 
 
 Representando os módulos dos vetores A, B e C, respectivamente por a, b e 
c, podemos obter as características do vetor soma através das leis do cosseno e do 
seno: 
 
  cos2cos2 22222 babababac  
e 
 
ccba
 sensensensen

 
 
Através do princípio do paralelogramo podemos concluir que 
 
 1) 
AAA 2
 
 2) 
0AAAA  )(
 
 
1.2 DECOMPOSIÇÃO DE VETORES 
 
 Dado um vetor, deseja-se realizar sua decomposição em componentes, isto 
é, em parcelas cuja soma seja igual ao próprio vetor. Há infinitas decomposições 
possíveis para um dado vetor. Para que a decomposição seja definida e única 
devemos procurar o número mínimo de parcelas que fazem a composição . No 
plano a decomposição de um vetor é única, dadas duas direções linearmente 
independentes. Observem os resultados na Figura 1.3 para duas direções quaisquer 
e na Figura 1.4 para duas direções ortogonais. 
 
 
B 
A 
C 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.3 - Componentes do vetor A nas direções u e v: Au + Av = A. 
 
 Frequentemente é conveniente trabalhar com componentes em direções 
ortogonais ou cartesianas, quando as relações gerais em triângulos se simplificam . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.4 - Componentes ortogonais do vetor A: Ax + Ay = A. 
 
No caso da decomposição espacial de um dado vetor, são necessárias três 
direções linearmente independentes para que a decomposição seja única. Esta 
decomposição pode ser obtida em componentes não ortogonais ou ortogonais, 
através de duas decomposições planas, conforme se mostra nas Figuras 1.5 e 1.6. 
Através de duas decomposições planas 
vuuv AAA 
 e 
wuv AAA 
 obtemos 
a decomposição espacial 
wvu AAAA 
 em direções quaisquer. Com duas 
decomposições planas 
yxxy AAA 
 e 
zxy AAA 
, obtemos a decomposição 
espacial em componentes ortogonais 
zyx AAAA 
. 
u 
Au 
Av 
A 
// u 
// v 
v 
x Ax 
Ay 
A 
// x 
// y 
y 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.5 - Componentes do vetor A nas direções u, v e w. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.6 - Componentes ortogonais do vetor A, nas direções x, y e z. 
 
 
1.3 VETORES NO SISTEMA CARTESIANO 
 
 A escolha do sistema de projeção ou decomposição é feita de forma a 
facilitar as operações matemáticas com grandezas vetoriais. Por esta razão, o 
sistema de coordenadas ortogonais xyz é conveniente e será o mais utilizado. 
 Dado um vetor A pode-se decompô-lo em três coordenadas ortogonais, 
conforme visto no item anterior. Observemos que a decomposição espacial 
equivale a duas decomposições ortogonais no plano. 
 
 
x Ax 
Ay 
A 
//x 
//y 
z 
Az 
//z 
y 
Axy 
u 
Au 
Aw 
A 
//u 
//w 
w 
Av 
//v 
v 
Auv 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.7 - Componentes cartesianas do vetor A. 
 
 Conforme visto no item anterior, podemos escrever a soma de componentes 
mostradas na Figura 1.7 como 
 
 
zyxzxy AAAAAA 
 (1.1) 
 
Agora vamos definir o versor uA como o vetor unitário que tem a mesma 
direção do vetor A. O seu valor é calculado dividindo o vetor A por seu módulo 
 
 
A
A
u A
 (1.2) 
 
O módulo do vetor A é dado por 
 
 
2
z
2
y
2
x AAA A
 (1.3) 
 
Portanto o vetor A pode ser dado por 
 
 
AuAA 
 (1.4) 
 
x 
j 
i 
z 
k 
y 
x 
Ay 
Ax 
A 
z 
Az 
y 
Axy 
6 
 
 Vamos agora definir como versores das direções x, y e z os vetores unitários 
nas direções positivas destes eixos, indicados respectivamente por i, j e k, ver 
Figura 1.7. Assim, as componentes de um vetor A podem ser escritas como 
 
 
iuA xxxx AA 
 
 
juA yyyy AA 
 (1.5) 
 
kuA zzzz AA 
 
 
Onde Ax, Ay e Az, são as intensidades das componentes, positivas se tem o mesmo 
sentido do versor e negativas em caso contrário. Logo, o vetor A pode ser escrito 
em coordenadas cartesianas como 
 
 
kjiA zyx AAA 
 (1.6) 
 
A direção deste vetor é dada pelos ângulos diretores, cujos cossenos são: 
 
 
AAA
z
z
y
y
x
x
AAA
  coscoscos
 (1.7) 
ou 
 
zzyyxx cosAcosAcosA  AAA  (1.8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.8 - Ângulos diretores do vetor A. 
 
x 
Ay 
Ax 
A 
z 
Az 
y 
y 
z 
x 
7 
 
Substituindo (1.8) em (1.6) obtemos facilmente 
 
 
kAjAiAA zyx  coscoscos 
 (1.9) 
ou 
 
)coscos(cos kjiAA zyx  
 (1.10) 
 
Comparando (1.10) com (1.4), obtemos 
 
 
kjiu zyxA  coscoscos 
 (1.11) 
 
Como 
1A u
, concluímos que 
 
 
1z
2
y
2
x
2   coscoscos
 (1.12) 
 
1.4 ADIÇÃO DE VETORES NO SISTEMA CARTESIANO 
 
 Sejam dados dois vetores A e B no sistema cartesiano, 
 
 
kjiA
kjiA
z2y2x22
z1y1x11
AAA
AAA

 (1.13) 
 
Sua soma ou resultante R é dada por 
 
 
kjikjiAAR z2y2x2z1y1x121 AAAAAA 
 (1.14) 
ou 
 
kjiR )()()( z2z1y2y1x2x1 AAAAAA 
 (1.15) 
 
Portanto, a soma de n vetores Ai sendo i = 1, 2,  , n , pode ser escrita como 
 
 
kjiAR 

















 

n
1i
z
n
1i
y
n
1i
x
n
1i
i AAA
 (1.16) 
 
 
8 
 
1.5 VETOR POSIÇÃO 
 
 Define-se o vetor posição de um ponto P(x,y,z) ao vetor r dado por 
 
 
kjir zyx 
 (1.17) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.9 - Vetor posição r. 
 
 Sejam dois pontos quaisquer A e B, mostrados na Figura 1.10, os seus 
vetores posição são dados por 
 
 
kjir AAAA zyx 
 e 
kjir BBBB zyx 
 (1.18) 
 
Podemos escrever o vetor posição que vai de A até B a partir dos vetores posição 
de A e B. Observando a Figura 1.10 obtemos a soma 
 
 
ABAB rrr 
 (1.19) 
Logo 
 
kjirrr )()()( ABABABABAB zzyyxx 
 (1.20) 
 
O vetor rAB é indicado às vezes como o vetor do ponto B em relação ao ponto A. 
 
 
x 
r 
z 
xi 
y yj 
zk 
P(x,y,z) 
9Figura 1.10 - Vetor posição de B em relação a A: rAB. 
 
 O vetor unitário da direção AB, de A para B, será dado por: 
 
 
2
AB
2
AB
2
AB
ABABAB
AB
AB
AB
zzyyxx
zzyyxx
)()()(
)()()(



kji
r
r
u
 (1.21) 
 
Observe-se que uBA = - uAB. 
 
1.6 PRODUTO ESCALAR 
 
 Define-se o produto escalar entre dois vetores A e B como a quantidade 
escalar c, tal que 
 
 
cosBABA c
 
 1800 
 (1.22) 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.11 - Vetores A e B. 
 
y 
x 
rAB 
z 
A
 
B 
rA 
rB 
xA 
yA 
zA 
xB 
yB 
zB 
A
 
B 
 
10 
 
 
 A partir desta definição podemos observar que esta operação satisfaz as 
seguintes propriedades: 
 
 1) 
AΒBA 
 
 2) 
CABACBA  )(
 
 3) 
aaaa )()()()( BABABABA 
 
 
 O produto escalar entre dois vetores A e B em coordenadas cartesianas, na 
forma geral, é dado por: 
 
 
)()( kjikjiBA zyxzyx CBBAAA 
 (1.23) 
ou 
 
)()()(
)()()(
)()()(
kkjkik
kjjjij
kijiiiBA



zzyzxz
zyyyxy
zxyxxx
BABABA
BABABA
BABABA
 (1.24) 
 
Usando a definição de produto escalar, conclui-se que 
 
 
0
0
1



ki
ji
ii
 
0
1
0



kj
jj
ij
 
1
0
0



kk
jk
ik
 (1.25) 
 
Usando os resultados dados em (1.25), o produto escalar (1.24) fica igual a 
 
 
zzyyxx BABABA BA
 (1.26) 
 
Uma das aplicações importantes do produto escalar é a sua utilização para 
determinar o ângulo entre dois vetores, usando a definição da em (1.22). Outra 
aplicação também bastante utilizada é a obtenção da projeção ortogonal de um 
vetor numa dada direção. Neste caso um dos vetores do produto (1.22) é o vetor 
cuja projeção deseja-se obter e o outro vetor é o versor da direção indicada . 
 
 
11 
 
1.7 PRODUTO VETORIAL 
 
 Sejam dados dois vetores A e B. Define-se o produto vetorial de A por B ao 
vetor C, indicado por 
 
 
BAC 
 (1.27) 
tal que 
 
senBAC 
 
 1800 
 (1.28) 
 
A direção do vetor C é dada pelo vetor unitário uC, normal ao plano que contém A 
e B, seguindo a regra da mão direita de A para B, ou seja 
 
 
CuCC 
 (1.29) 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.12 - Produto vetorial: C = A x B. 
 
Portanto, as características do vetor C são dadas por: 
 
 - módulo do vetor C dado por 
senBAC 
 onde 

 é o ângulo entre os 
vetores A e B, e 
 - direção dada pelo versor 
Cu
, perpendicular ao plano de A e B, dado pela 
regra da mão direita, conforme Figura 1.12. 
 
 A partir da definição de produto vetorial pode-se concluir que: 
 
 1) 
ABBA 
 
 2) 
BABABA aaa  )(
 
 3) 
CABACBA  )(
 
B A 
C 
θ 
12 
 
 Sejam os vetores A e B escritos em suas componentes cartesianas 
 
 
kjiB
kjiA
zyx
zyx
BBB
AAA

 (1.30) 
 
O produto vetorial de A por B será dado por 
 
 
)()( kjikjiBA zyxzyx BBBAAA 
 (1.31) 
ou 
 
)()()(
)()()(
)()()(
kkjkik
kjjjij
kijiiiBA



zzyzxz
zyyyxy
zxyxxx
BABABA
BABABA
BABABA
 (1.32) 
 
Usando a definição de produto vetorial obtém-se os seguintes resultados 
 
 
jki
kji
0ii



 
ikj
0jj
kij



 
0


kk
ijk
jik
 (1.33) 
 
Aplicando estes produtos de versores (1.33) em (1.32) obtemos 
 
 
kjiBA )()()( xyyxzxxzyzzy BABABABABABA 
 (1.34) 
 
Este resultado também pode ser obtido a partir do seguinte determinante 
 
 
kji
kji
BAC
)()()( xyyxzxxzyzzy
zyx
zyx
BABABABABABA
BBB
AAA


 (1.35) 
 
cujo resultado é idêntico à (1.34), obtido pela definição do produto vetorial. 
 
 
13 
 
1.8 MOMENTO DE UMA FORÇA EM RELAÇÃO A UM PONTO 
 
 Vamos definir a grandeza vetorial denominada momento de uma força em 
relação a um ponto. Sejam dados uma força F e um ponto O. O momento desta 
força em relação a um ponto O é definido por 
 
 
FrM O
 (1.36) 
 
onde r é o vetor posição de um ponto qualquer da reta suporte da força F em 
relação ao ponto O. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.13 - Momento de uma força F em relação ao ponto O. 
 
 Pela definição de produto vetorial, este momento tem as seguintes 
propriedades: 
 
 - módulo do momento:
senO FrM 
 
 - 

: o ângulo entre os vetores r e F 
 - direção do momento:
OM
u
 normal ao plano de r e F, seguindo a regra da 
mão direita, conforme mostra a Figura 1.13. 
 
 Podemos concluir a partir da definição do módulo do momento que 
 
 
dsenO FrFM  
 (1.37) 
 
onde d é a distância da reta suporte da força F ao ponto O. 
 
F 
r 
MO 
θ 
O 
d 
14 
 
1.9 MOMENTO DE UMA FORÇA EM RELAÇÃO A UM EIXO 
 
 Vamos definir a grandeza vetorial denominada momento de uma força em 
relação a um eixo. Sejam dados um eixo a e uma força F. Sejam Fa e Fb 
componentes ortogonais de F, onde Fa é a componente paralela ao eixo a. O 
momento desta força em relação ao eixo a é definido por 
 
 
abaaa dM uFuM 
 (1.38) 
 
Através da Figura 1.14 podemos observar como são obtidas as componentes Fa e 
Fb da força F e a distância d entre a reta suporte da força F e o eixo a. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.14 - Momento de uma força F em relação ao eixo a. 
 
 Este cálculo nem sempre é fácil através da geometria. Podemos verificar 
que calculando o momento de F em relação a um ponto P qualquer do eixo a: 
 
 
FrM P
 (1.39) 
 
Fazendo a projeção deste momento neste eixo obtemos 
 
 
abaaaaP uFruFruFruM  )()()(
 (1.40) 
 
O vetor 
aFr
 é perpendicular ao versor ua. Logo 
 
 
baabaP FruuFruM  )()(
 (1.41) 
F 
Ma a 
║a 
 b ┴ a 
d 
Fa 
Fb 
15 
 
De (1.40) e (1.41) conclui-se que 
 
 
dbabaP FuFruM  )(
 (1.42) 
 
Portanto, a partir de (1.38), (1.40) e (1.42) obtemos 
 
 
aaPaaa M uuMuM )( 
 (1.43) 
 
Observemos que a projeção do momento MP sobre o eixo a, equação (1.40), pode 
ser calculada facilmente através do determinante 
 
 
zyx
zyx
azayax
aaPa
FFF
rrr
uuu
M  )( FruuM
 (1.44) 
 
 Sejam dois pontos quaisquer A e B pertencentes ao eixo a, conforme mostra 
a Figura 1.15. Vamos mostrar que as projeções sobre o eixo a dos momentos em 
relação aos pontos A e B são iguais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.15 - Propriedade do momento de uma força F em relação ao eixo a. 
 
A projeção do momento da força F em relação ao ponto A é dada por 
 
 
aBABaAaA uFrruFruM  ])[()(
 (1.45) 
 
F 
Ma 
a 
rAB 
rA rB 
A 
B 
16 
 
onde 
BABAr rr 
, conforme mostra a Figura 1.15. Então 
 
 
aBaBaABaA uMuFruFruM  )()(
 (1.46) 
 
uma vez que 
0PQaaPQ  FruuFr )()(
. Assim, esta propriedade pode ser útil 
no cálculo do momento da força F em relação a um dado eixo, uma vez que 
permite a escolha de um ponto P qualquer sobre este eixo. 
 
1.10 MOMENTO DE UM BINÁRIO 
 
 O sistema de forças mostrado na Figura 1.16 é um denominado binário se 
estas forças são paralelas, de mesmo módulo e com sentidos contrários, 
 
 
21 FF 
 (1.47) 
 
Calculandoo momento resultante destas duas forças em relação a um ponto P 
qualquer obtemos 
 
 
2211P FrFrM 
 (1.48) 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.16 - Momento de um binário. 
 
Sendo um binário com 
FF 1
 e 
FF 2
, podemos escrever 
 
 
FrrFrFrM  )( 2121P
 (1.49) 
ou 
 
FrM P
 (1.50) 
 
r2 
P 
r 
F2 
F1 
r1 
17 
 
Concluímos então que o momento do binário não depende do ponto P tomado para 
o cálculo dos momentos de cada uma de suas forças. Logo 
 
 
FrM B
 (1.51) 
 
O momento do binário tem as seguintes características 
 
 
dB FM 
 é o módulo do momento do binário, onde 
 d é a distância entre as retas suportes das forças do binário. 
 
A direção do momento é perpendicular ao plano que contém F1 e F2, com sentido 
dado pela regra da mão direita, ver Figura 1.17. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.17 - Direção do vetor do momento de um binário. 
 
 
1.11 SISTEMAS EQUIVALENTES - DEFINIÇÃO 
 
 Seja um corpo rígido com várias forças e binários a ele aplicados. A força 
resultante é dada por 
 



n
1i
iR FF
 (1.52) 
 
e o momento resultante em relação a um ponto O é dado por 
 
 



m
1j
Bj
n
1i
iiBRFRORO r MFMMM ,,
 (1.53) 
 
 
 
F2 
 
 
F1 
MB 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.18 - Forças e binários aplicados a um corpo rígido. 
 
 Dois sistemas de forças e binários são ditos equivalentes quando ambos têm 
a mesma força resultante e o mesmo momento em relação a qualquer ponto. É fácil 
observar que um sistema de forças e binários possui infinitos sistemas 
equivalentes. Entre estes infinitos sistemas equivalentes, o sistema mostrado na 
Figura 1.18 tem um sistema equivalente particular composto por uma força FE 
aplicada no ponto O igual à FR, dada por (1.52), e por um binário de momento 
MEO igual à MRO, dado por (1.53). É um sistema equivalente reduzido composto 
por uma força e um binário, conforme mostra a Figura 1.19. 
 Neste sistema o binário aplicado ao corpo rígido é um vetor livre. Por outro 
lado o seu valor, dado pelo momento resultante calculado por (1.53), depende do 
ponto de referência escolhido O onde está aplicada a força equivalente FE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.19 - Sistema equivalente reduzido. 
 
MB1 
O 
F2 
F1 
Fn 
MBm 
MB2 
r1 
r2 
rn 
O 
FE 
MEO 
19 
 
1.12 SISTEMAS EQUIVALENTES A UMA FORÇA APLICADA 
 
 Vamos tomar um corpo com uma força F aplicada no ponto P. Desejamos 
encontrar o sistema mínimo equivalente num ponto O. O que fazemos é 
acrescentar ao sistema inicial duas forças cuja resultante é nula. Seja este novo 
sistema, equivalente ao primeiro, formado por três forças: F, F1 = F e F2= -F. 
Como podemos facilmente observar na Figura 1.20, teremos um sistema 
equivalente reduzido que corresponde a uma translação de F de P para O. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.20 - Sistemas equivalentes quando O está na linha de ação de F. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.21 - Sistemas equivalentes quando O não está na linha de ação de F. 
 
O 
F1= F 
F 
P 
F2= -F 
O 
F 
P 
O 
F 
P 
O 
F 
P 
O 
F 
 P 
F1= F 
F2= -F 
O 
P 
F1= F 
MO = r  F 
r 
20 
 
 Vamos analisar agora os sistemas equivalente mostrados na Figura 1.21. O 
primeiro sistema equivalente ao inicial, dado por uma força F aplicada em P, é 
obtido acrescentando duas forças cuja resultante é nula. Seja este sistema formado 
pelas três forças: F, F1=F e F2= -F. Como podemos facilmente observar, é 
possível obter um sistema equivalente final que corresponde a uma translação de F 
de P para O e a um binário formado por F e F2 = -F. Este binário tem momento 
indicado por MO, de valor 
FrM O
, cuja direção é perpendicular à força F. 
 Assim pode-se concluir que quando um sistema qualquer de forças e 
binários pode ser reduzido a um sistema equivalente com uma força e um binário, 
perpendiculares entre si, este sistema poderá ainda ser reduzido a uma úni ca força, 
conforme mostrado na Figura 1.21. 
 
1.13 SISTEMAS EQUIVALENTES - VÁRIAS FORÇAS E BINÁRIOS APLICADOS 
 
 O sistema resultante em O equivalente ao sistema formado pelo conjunto de 
n forças e m binários, mostrado na Figura 1.22, é obtido usando o procedimento 
mostrado na Figura 1.21 para cada uma das n forças. O resultado final corresponde 
a um sistema equivalente a uma força igual a (1.52) aplicada em O e a um binário 
igual a (1.53), ou seja: 
 
 



n
1i
iE FF
 e 



m
1i
Bi
n
1i
iiEO r MFM
 (1.54) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.22 - Sistema equivalente em O. 
MB1 
O 
F2 
F1 
Fn 
MBm 
MB2 
r1 
r2 
rn 
O 
FE 
MEO 
21 
 
1.14 REDUÇÃO DE SISTEMAS EQUIVALENTES 
 FORÇA E BINÁRIO PERPENDICULARES 
 
 Vamos analisar uma situação onde o sistema equivalente dado por (1.54) é 
tal que os vetores de força FE e do momento do binário MEO são perpendiculares 
entre si. Neste caso é possível sempre encontrar outro sistema equivalente num 
ponto G cujo binário MEG é nulo e, portanto, um sistema equivalente com uma 
força igual à resultante FE aplicada no ponto Q. Há uma exceção óbvia, quando a 
força resultante FE é nula. Neste caso não existe tal ponto Q e o sistema original 
se reduz a um sistema equivalente a um binário, ou seja, se red uz a duas forças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.23 - Sistema equivalente com uma força em Q. 
 
 Neste caso o ponto Q deve ser obtido de tal maneira que 
 
 
0EEOEQ  FrMM
 (1.55) 
ou seja 
 
0EEO  FrM
 (1.56) 
 
 Para os sistemas planos de forças, a condição de perpendicularidade entre a 
força FE e o momento do binário MEO sempre é observada, desde que FE não seja 
nula. Quando a força resultante é nula o sistema plano se reduz a um binário, ou 
seja, a um par de forças de mesma intensidade, direções parale las e sentidos 
contrários. 
 Observemos que para um sistema de n forças, no qual todas as forças são 
concorrentes num único ponto P, o sistema equivalente neste ponto é reduzido a 
uma única força, igual à resultante de todas as forças aplicadas. 
 
O 
FE 
MEO 
FE 
Q 
-FE 
r 
O 
FE 
MEO 
Q r 
22 
 
1.15 REDUÇÃO DE SISTEMAS EQUIVALENTES 
 FORÇA E BINÁRIO NÃO PERPENDICULARES 
 
 Seja um sistema qualquer de forças e binários quaisquer, conforme 
mostrado na Figura 1.21. Podemos obter o sistema equivalente em FE e MEO em O. 
Se tomarmos agora as projeções do momento equivalente MEO nas direções 
paralela e perpendicular à força FE, MEOL e MEOP respectivamente, obtemos o 
segundo sistema equivalente mostrado na Figura 1.24. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.24 - Sistema equivalente em O - componentes de MEO. 
 
 Aplicando (1.56) para a força FE e a componente MOEP, perpendiculares 
entre si, com r o vetor posição de O em relação a Q, 
 
 
0EEOP  FrM
 (1.57) 
 
obtém-se um sistema equivalente reduzido igual a uma força FE e um momento do 
binário MEOL , paralelos entre si, ver Figura 1.25. Neste caso é usual se dizer que o 
sistema foi reduzido a uma força e um “torsor”, nomenclatura inadequada, pois 
pode-se confundir com o esforço interno denominado momento torsor, que será 
visto em capítulo posterior. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.25 - Sistema equivalenteem Q - força e “torsor”. 
O Q 
FE 
MEOL 
O 
FE 
MEO 
Q 
MEOP 
MEOL O 
FE 
MEO 
Q r 
23 
 
1.16 SISTEMAS EQUIVALENTES – CARGAS DISTRIBUÍDAS 
 
 Até aqui as forças foram consideradas uma grandeza vetorial de ação 
pontual, isto é, aplicadas num determinado ponto do corpo rígido. De fato, estas 
forças são modelos matemáticos das forças reais, que atuam de forma distribuída 
ao longo de uma superfície ou que correspondem à ação de campos que atuam 
sobre o volume todo de um corpo. Vamos considerar aqui as distribuições de carga 
sobre superfícies. 
 A ação de ventos, escoamentos de fluídos ou mesmo peso de materiais 
suportados por superfícies são modeladas através da grandeza pressão p, que tem 
unidades de força sobre área, por exemplo, N/m
2
 ou lb/ft
2
. Em muitas aplicações 
de elementos estruturais lineares, com espessura constante e, esta grandeza é 
substituída pela grandeza força distribuída w, que corresponde a 
 
 
epw 
 (1.58) 
 
cujas unidades são, por exemplo, N/m ou lb/ft. 
 Seja uma força distribuída w(x), conforme mostra a Figura 1.26. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.26 - Carga distribuída w(x) e concentrada dF = w(x)dx. 
 
Pelo que foi visto sobre sistemas equivalentes, a força equivalente a este sistema 
de força distribuída é a resultante da força distribuída. Esta resultante é dada pela 
soma de todas as forças paralelas elementares dF aplicadas ao longo de x. O 
resultado desta soma é igual a: 
 
 

L
0
E dxxwF )(
 (1.59) 
O 
 
dF = w(x)dx 
x 
x dx 
z 
O 
 
w(x) = p(x) e 
x 
x dx 
z 
L 
24 
 
 Para se encontrar o sistema equivalente num ponto qualquer, por exemplo 
no ponto O, além da força resultante precisamos aplicar a condição de momento 
equivalente. Calculando o momento da força dF em relação à O, obtemos 
 
 
dxxwxdFxdMEO )(
 (1.60) 
 
Portanto, o momento equivalente em O é igual à soma de todos os momentos 
elementares dMEO , cujo resultado é 
 
 

L
0
EO dxxwxM )(
 (1.61) 
 
 
 
 
 
Figura 1.27 - Força distribuída w(x) e sistema equivalente em O. 
 
Assim, o sistema equivalente no ponto O é aquele mostrado na Figura 1.27. Como 
FE e MEO são perpendiculares entre si, podemos encontrar a posição C de outro 
sistema equivalente na qual o momento equivalente seja nulo. Neste caso a força 
equivalente FE se localizará numa posição, ver Figura 1.28, tal que 
 
 
0xFMM CEEOEC 
 (1.62) 
ou 
 
E
EO
C
F
M
x 
 (1.63) 
 
 
 
 
 
Figura 1.28 - Sistemas equivalentes em O e no centro C da distribuição. 
 
O 
 
FE 
xC 
C 
O 
 
FE 
MEO 
 
w(x) 
O 
 
FE 
MEO

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