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Arquitetura hospitalar Juarez de Queiroz Campos APRESENTAÇÃO No momento da revisão da regulamentação do Ministério da Saúde pela Portaria 1884/94, com sua nova versão publicada em 1998 impondo normas destinadas ao exame e aprovação dos Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde a serem observadas em todo o território nacional, na área pública e privada, para construções novas, ampliações e/ou reformas, julgamos indispensável a divulgação dos principais aspectos técnicos, objetivando um planejamento adequado da rede destes estabelecimentos de saúde. A realização deste trabalho contou com a participação do Arquiteto Marciel Peinado, com especialização em Planejamento e Administração Hospitalar, sócio diretor do escritório Benno Perelmutter Arquitetura e Planejamento S/C Ltda., com sede em São Paulo, à Alameda Jau 1717, casa 4, fonefax 011-883.2099, e-mail: marciel@vol.com.br, empresa responsável por diversos projetos na área de planejamento e arquitetura hospitalar. Esperamos mais uma vez, colaborar com o leitor interessado na construção ou ampliação de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, tão carentes em termos de funcionalidade. JUAREZ DE QUEIROZ CAMPOS Rua Alves Guimarães, 642 - apto. 155 CEP.: 05410-001 - Jardim América - São Paulo, SP Tels.: (011) 881.0327 - 853.3332 - 881.8387 Tel. FAX (011) 881.6215 INTRODUÇÃO Muito embora a revisão da regulamentação pelo Ministério da Saúde com relação a Portaria Ministerial no 1884/94 não esteja ainda concluída e se arrastando desde o início de 1998 (estamos em maio de 2000), preferimos arriscar com este trabalho, registrando as propostas de mudança, em fase final de estudos. O espírito da Portaria 1884/94 foi atualizar as normas estabelecidas pela Portaria no 400 de 6 de Dezembro de 1977, primeiro instrumento oficial normatizando a elaboração de projetos arquitetônicos específicos para os estabelecimentos assistenciais de saúde. Até o final de 1977, a legislação federal foi manifestadamente omissa com relação ao problema. Uma das justificativas para o descaso do Poder Público no assunto foi o fato de 82,5% dos hospitais brasileiros serem de iniciativa privada, edificados e mantidos por entidades particulares com ou sem finalidade lucrativa. O Estado avocava para si a responsabilidade pela assistência médico-hospitalar especializada (tuberculose, hanseníase e doenças mentais) estatuída a partir da primeira Constituição republicana, ainda no século XIX. Mais de cem anos depois, a União, os Estados-membros e os Municípios reiteradamente vêm envidando esforços para aplicar nas entidades de saúde sob o seu controle, medidas administrativas de caráter gerencial claramente eficazes no empresariado privado. Sem legislação específica, os órgãos de saúde foram construídos, reformados e ampliados sem nenhum tipo de planejamento, tornando as edificações verdadeiros elefantes brancos. Antes da legislação regulamentadora alguns doutrinadores em conclaves de toda natureza, defendiam diretrizes e procedimentos para tornar mais funcionais os projetos ambulatoriais e hospitalares. Todavia, o brasileiro, normalmente avesso ao cumprimento de qualquer lei, jamais consideraria idéias inovadoras de doutrinadores, sem caráter policialesco. Daí o grande número de labirintos hospitalares, disseminados pelo território nacional, tornando os processos administrativos operacionais mais onerosos. Mesmo com as exigências imperativas dos órgãos públicos, empresários da área da saúde teimam em construir ou reformar estabelecimentos hospitalares sem a assistência de arquitetos e consultores especializados. Desde a fundação da Irmandade da Santa Casa de Santos, por Braz Cubas, em 1543, até o final de 1977, o Governo Federal não manifestou nenhum entusiasmo quanto a regulamentação de projetos e edificações no campo da saúde. As tentativas em nível de controle pela Previdência, surgiram com a integração dos ex-IAPs (IAPI, IAPM, IAPFESP, IAPB, IAPC, IAPETEC e IPASE) formando o Instituto Nacional de Previdência Social - INPS. Como o Governo da União, mesmo indiretamente, controlava os hospitais privados dependentes, em grande parte, de convênios com os Institutos de Previdência, foi fácil implantar uma tabela de Classificação Hospitalar, mediante a qual, os hospitais de convênio eram classificados e remunerados pela qualidade dos seus serviços. Esta tabela foi substituída pela tabela 300 e, finalmente, pela Reclar. O Programa do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social - FAS, da Caixa Econômica Federal, ao exigir o cumprimento de normas para financiamento de reformas e construções hospitalares também contribuiu para a implantação de uma consciência de planejamento hospitalar, com vistas a sua funcionalidade. Porém documento de validade incontestável, somente foi posto em vigor no final de 1977, pela Portaria No 400 de 6 de dezembro de 1977. Tal instrumento oficial, foi amplamente divulgado e um grande número de instituições o utilizaram para orientação arquitetônica. O assunto foi por nós discutido em trabalhos anteriores (Hospital e seu Planejamento - São Paulo - Editora LTR, 1980; Fundamentos de Planejamento e Organização dos Serviços de Saúde. Vol. I e II, Editora Jotacê, São Paulo - 1991, Noções de Planejamento e Organização Hospitalar, Editora Jotacê, São Paulo - 1991 e Editora Jotacê, São Paulo, 1994). No final de 1994, quando a Portaria 400 recém completara dezessete anos, o Poder Público Federal, através do Ministério da Saúde, baixou a Portaria No 1884 de 11 de novembro de 1994, publicada no DOU de 15 de dezembro de 1995. Esta Portaria apresenta caráter normativo e compulsório, substituindo a Portaria 400/1977 de caráter restrito e pouco flexível e passando a considerar a globalidade do planejamento físico de sistemas de saúde. A nova sistemática de normatização federal substitui os antigos modelos pré- estabelecidos por tipologias resultantes da composição de atribuições funcionais na concepção básica do edifício. Este trabalho constitui a quarta obra sobre o assunto a contar com a colaboração do Prof. Dr. Marciel Peinado, renomado arquiteto com especialização na área hospitalar prontificando na Capital paulista. Todavia, a evolução não é propriedade de alguns, representando a percepção do amanhã. Por isto, para o êxito deste empreendimento contamos com a colaboração das arquitetas Marcia Godoy, Sônia Gorga e Vivian Kütter, nossas colegas de docência nos Cursos de Especialização para Graduados no Campo da Saúde, desenvolvidos pela UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto com centenas de cursos e dezenas de milhares de alunos no Brasil inteiro. No desenvolvimento da leitura será observada a grande preocupação das nossas colaboradoras com o conforto ambiental e funcionalidade dos projetos arquitetônicos para o século XXI. Os autores Prof. Dr. Juarez Queiroz Campos Rua Alves Guimarães 642 ap. 155 Jardim América - São Paulo, SP CEP 05410-001 Telefones: 3081.0327 3081.8387 3085.3332 3081.6215 E-mail: Juarez@editorajotace.com.br <mailto:Juarez@editorajotace.com.br> Marciel Peinado Escritório Benno Perelmutter Arquitetura e Planej. S/C Ltda. Alameda Jau, 1717 - casa 4 Tel. FAX (011) 883.2099 E-mail: <marciel@uol.com.br.> Margarida - E-mail: margarida@editorajotacê.com.br <mailto:margarida@editorajotacê.com.br> Carmencita - E-mail: carmencita@editorajotacê.com.br <mailto:carmencita@editorajotacê.com.br> Lúcia Helena - E-mail: presoto@uol.com.br <mailto:presoto@uol.com.br> Sônia - E-mail: arqsonia@aol.com <mailto:arqsonia@aol.com> Vivian - E-mail: <kutter@uol.com.br> Márcia - E-mail: dece@mandic.com.br <mailto:dece@mandic.com.br>Observação: A Editora Jotacê está montando um Site na internet com Informações, estudos e pesquisas, aguarde. -TÍTULO I- BASES DOUTRINÁRIAS DO PLANEJAMENTO HOSPITALAR -SUMÁRIO - TÍTULO I- 1. INTRODUÇÃO 2. O PAPEL DO CONSULTOR HOSPITALAR 3. DETERMINAÇÃO DE LEITOS PARA UMA COMUNIDADE 4. CONCLUSÃO 1. INTRODUÇÃO - TÍTULO I Planejar, construir e administrar um hospital é uma tarefa bastante árdua e de concretização difícil. Restringe o espírito criativo do arquiteto, seja pela complexidade do seu funcionamento ou pela falta de vivência específica do cotidiano. A própria estrutura conceitual, é um fator ampliador das dificuldades para a edificação de um nosocômio, capaz de satisfazer os anseios da comunidade e de componentes das equipes profissionais específicas. O sucesso de uma empresa hospitalar, depende de um sem número de fatores, capitaneados por um planejamento adequado. Os riscos de um fracasso são enormes, diante de uma necessidade de recursos muito elevada. Além disso, convém salientar: os custos de manutenção de um hospital geral em funcionamento num exercício civil, quase empatam com as despesas de construção. Também é importante o leitor atilar para o fato de leitos disponíveis, não transformados em pacientes-dia, constituem despesa irrecuperável, podendo o leito-dia até ser considerado como produto perecível, não utilizou, perdeu. Mesmo os doutrinadores têm tido dificuldades para encontrar um divisor comum quanto ao melhor esquema para a determinação de leitos para uma comunidade, tarefa bastante árdua e difícil, em constante desafio aos planejadores mais perspicazes. Os conceitos e técnicas utilizadas nas hospitalizações mudaram radicalmente na última década. É consenso geral, em nível internacional e também no Brasil: os custos da assistência médico-hospitalar se elevam em proporção superior aos dos índices inflacionários. Até recentemente, administradores hospitalares consideravam vantajosa uma longa permanência do paciente internado. Os conceitos de tempo médio de permanência até o final da década de 1970, classificavam como de longa permanência os hospitais cuja média ultrapassava 30 dias. Abaixo deste números, os hospitais gerais eram considerados de baixa média de permanência. Com a evolução das técnicas de diagnóstico instrumentalizadas, da terapêutica medicamentosa e dos custos de hospitalização, os empresários hospitalares concluíram pela necessidade de reformulação de conceitos ultrapassados. Dentre outros fatores importantes, devem ser considerados a política do SUS e também as Empresas de Medicina de Grupo juntamente com as Seguradoras atuantes no campo da saúde controlado o período de permanência dos pacientes internados sob a sua responsabilidade financeira. Atualmente, um ato cirúrgico obstétrico, em média, não ultrapassa um período de três dias de internação, enquanto uma cirurgia geral de rotina (hérnia, apêndice, vesícula, estômago e outras), estão limitadas a aquele período de internação. Hospitais planejados para uma média de permanência de trinta dias, em não havendo crescimento substancial da clientela, estariam vivendo drama dos leitos ociosos. A OMS preconiza a proporção de quatro leitos por mil habitantes para a instalação de leitos do hospital geral, porém, não deve ser encarado como um dogma e sim uma proposta a ser conveniente estudada. 2. O PAPEL DO CONSULTOR HOSPITALAR - TÍTULO I Trata-se de uma figura bastante rara, mesmo porque, não se constrói tantos hospitais como antigamente. E qual o perfil de um consultor hospitalar? Antes de mais nada, este perfil só se aplica a quem vivencia o hospital. Não importa a sua formação acadêmica (médico, arquiteto, administrador). Quanto maior a sua vivência na atividade hospitalar, melhor conhecimento de situações concretas na sua dinâmica. Um médico especialista em qualquer atividade profissional no campo da medicina, na prática, não significa um amealhamento dos fatores determinando a complexidade de um hospital como um todo. Existe até possibilidade de aquele especialista entendê-lo como idéia ampliada de seu esquema vivencial. Se forem escolhidos dez médicos altamente especializados em campos diferentes da medicina e atribuída a eles a incumbência de traçar um programa hospitalar com o objetivo de orientar um arquiteto, certamente, obter-se-á uma reedição da babel bíblica. Mesmo um arquiteto bem sucedido em projetos residenciais, industriais e em áreas de lazer, poderá ter dificuldades adicionais quando tiver a sua atenção voltada para o planejamento arquitetônico de um hospital. Certa ocasião, fomos convidados para prestar assessoria, na qualidade de consultor, a um projeto de Centro Cirúrgico para um importante hospital no norte do Paraná. O Centro Cirúrgico existente, tinha duas salas cirúrgicas em meia lua. Não era a primeira vez que víamos uma concepção arquitetônica daquele tipo. O Diretor Clínico da instituição, por sinal, o mais antigo cirurgião da comunidade, justifica aquele formato dizendo haver sido ele mesmo, cinqüenta anos antes, o autor de tal projeto, conforme tinha visto um hospital onde estagiara. Anotamos o nome do hospital para satisfação de nossa curiosidade. Tempos depois, visitamos a instituição que havia servido de campo de estágio para aquele Diretor Clínico e que desejava modificar, também, a forma de suas salas de cirurgia (também em meia lua). Com a curiosidade mais aguçada ainda, procuramos um antigo médico da cidade, retirado da clínica, mas totalmente lúcido e lhe pedimos maiores esclarecimentos quanto a concepção arquitetônica das salas cirúrgicas. Quando terminei o curso de Medicina, o meu pai resolveu me enviar para a França a fim de cumprir um estágio cirúrgico. Em Paris, as vagas estavam todas preenchidas. Restava-me Marselha. Para lá me dirigi e permaneci por dois anos. Ao retornar, o Provedor do Hospital me pediu ajuda para planejar as salas de operações. Como em Marselha o hospital onde estagiara tinha uma sala de operações em meia lua, entendia ser aquela a melhor forma. Finalmente eu trouxera esta experiência do Primeiro Mundo. Contou-me o médico. O tempo foi passando, até sermos contratados para um trabalho de planejamento na Argélia. Ex-Colônia da França. A Argélia, como não poderia deixar de acontecer, recebeu uma grande influência cultural do colonizador francês. Assim, qualquer proposta de mudança no Sistema Hospitalar Argelino relacionava-se com a sua cultura original. E como a formação profissional do médico argelino tinha muito a ver com Marselha, para lá nos dirigimos. Em lá chegando, lembramo-nos daquele hospital com a Sala Cirúrgica em meia lua e resolvemos visitá- lo. Realmente, havia uma sala Cirúrgica com aquela forma e, coincidentemente, passava por radical reforma. A explicação para tal morfologia, era simples: em certa fase histórica o hospital necessitou de uma ampliação no número de salas de cirurgia. A única opção possível, foi uma meia lua, motivo: o terreno onde seria edificada a sala, terminada em meia lua. Da irregularidade do terreno saiu o projeto da sala cirúrgica de um hospital de Marselha, projeto este, inspirador de dezenas de salas cirúrgicas de hospitais tupiniquins. As discrepâncias arquitetônicas, não ficam só nisso. No dia da inauguração do Hospital do IPASE do Rio de Janeiro, qual não foi a surpresa das autoridades, ao ficarem privadas do tradicional cafezinho, pois, a obra estava sendo inaugurada sem cozinha. No Hospital Distrital de Brasília, no início, muitas cirurgias fora suspensas em razão do excesso de poeira na ferida operatória. Justificativa - O Centro Cirúrgico havia sido instalado no sub-solo e teria suprimento de ar condicionado central. Como o Presidente Jânio Quadros vetara a importação do equipamento de ar condicionado,por considerá-lo produto supérfluo, as cirurgias eram realizadas em salas com as janelas abertas e em volta do hospital, não havia calçamento. O chão era de barro batido. Qualquer ventania levantava poeira. Resultado: cirurgias suspensas. Neste mesmo hospital, todo o aparelhamento do ambulatório de oftalmologia se aposentou antes do início das atividades. Mofo nas lentes de todos os equipamento. Não havia sequer janelas nos consultórios. No quarto andar, onde foi instalado o Centro Obstétrico os partos normais, por fórceps e por cesariana eram facilmente assistidos por pessoas postadas nas janelas dos escritórios do Edifício JK (bem na frente do Hospital Distrital) pois, em decorrência do Plano Piloto, as janelas deveriam ser de vidro transparente. E os pacientes internados na Unidade de Psiquiatria (9o andar), muitas vezes, iam a êxito letal porque tinham pressa ou não gostavam de andar de elevador, preferindo saltar pela janela, aterrizando mais rapidamente. Isto porque, o Plano Piloto não permitia a colocação de travas de proteção nas janelas. A Clínica Ortopédica e Traumatológica do Hospital das Clínicas de São Paulo, tem a sua cozinha no 8o andar e as caldeiras produtoras de vapor ficam no sub-solo. Imagine o leitor quando há um vazamento nos condutores de vapor durante o percurso? Num hospital de ensino médico da Faculdade de Medicina importante, o MEC exigiu a implantação de uma Unidade de Doenças infecto-contagiosas. A Direção do Nosocômio não deixou por menos. Sob a alegação do Município ter um perfeito serviço de velório, fechou-o e instalou a Unidade de Moléstias Infecto-contagiosas no recinto. Era uma sala de 7x3, com cinco camas, dispostas paralelamente. Como o espaço ficasse exíguo demais, a rotina de ocupação dos leitos incluía um sistema de rodízio. Cada paciente novo ocupava sempre a cama próxima da porta, por sinal, a primeira. O problema maior ocorria quando havia algum óbito na unidade, aliás, fato bastante comum, face às circunstâncias e, se agravava, quando o ex-paciente utilizava os últimos lugares da sala. Tais fatos somente poderiam ocorrer, diante de uma circunstância óbvia: planejamento sem a colaboração de um Consultor Hospitalar. Evidentemente, um Consultor Hospitalar com um perfil adequado não se atreverá a elaborar projetos hospitalares, atribuição específica de profissional da área de arquitetura, mas orientará qual a melhor disposição para um Centro Cirúrgico, uma UTI ou outro setor, sabendo inclusive, adequar a disposição funcional dos diversos setores de maneira a assegurar uma operacionalidade eficaz e eficiente. Tudo isto, para evitar uma situação vexatória vivenciada por nós, em Lisboa, quando analisando um projeto de Centro Cirúrgico, observamos uma privada, diretamente ligada a uma sala de operações. Ao ser solicitado a justificar tal disparate, o arquiteto responsável pelo projeto saiu-se com esta: - Se o Doutor sentir-se mal durante o ato cirúrgico? - No caso, a equipe de cirurgia deve iniciar o ato operatório usando fraldas - respondi- lhe. 3. DETERMINAÇÃO DE LEITOS PARA UMA COMUNIDADE - TÍTULO I 3.1. Introdução Nestas quatro décadas de vivência, sempre consideramos um tema polêmico e até uma temeridade técnica, estabelecer um parâmetro fixo de proporcionalidade do número de leitos de hospital geral/população. Apenas para um tomada de posição, passaremos à discussão de alguns fatores capazes de influenciar numa escolha adequada do número de leitos de hospital geral para uma comunidade, partindo da premissa de atender a mais de duas especialidades. Para hospitais especializados (psiquiatria, tuberculose, AIDS e outros) com predominância de uma especialidade, o planejamento nos parece mais difícil. No Brasil, por não haver existido até o momento, nenhuma determinação oficial ou qualquer tipo de controle, os hospitais (82,5% de iniciativa privada) foram planejados e construídos sem qualquer parâmetro técnico. 3.2. Fatores a serem analisados para a determinação de leitos para uma comunidade. Um grupo de médicos de próspera cidade no norte do Paraná, decidiu pleitear um financiamento do FAS para a construção de um hospital geral. Dentre os sócios do empreendimento, havia um esculápio, irmão de um alto dirigente da Caixa Econômica Federal. Como o tráfico de influências é uma realidade incontestável em todo o território brasileiro, era de se esperar a concessão do financiamento pretendido, com 60% da correção monetária, 12% de juros ao ano e três anos de carência, para um financiamento de 15 anos. Atuamos no caso como consultor hospitalar. Solicitamos informações da Prefeitura e o alcaide nos comunicou um crescimento demográfico nos últimos três anos, de 10% ao ano. Estimativas não muito otimistas mostravam: este índice de elevação da população tendia a permanecer estável. A população global do município, era de 40.000 habitantes. Além disso, a sua sede estava localizada a 10 Km de Londrina, de quem recebia grande influência. A maioria dos clientes se deslocava para Londrina, muito embora, a cidade em tela, tivesse três hospitais de iniciativa privada, perfazendo um total superior a 120 leitos. Tudo parecia muito nebuloso. Nenhum dos futuros empresários sanitários entendia de administração hospitalar, tinha domicílio na cidade, nem consultório instalado fora de Londrina. Somente uma coisa era certa: o financiamento seria concedido. Na época, aceitávamos a tese de 4 leitos/1000 habs. para hospital geral. Assim, a cidade suportaria, quando muito, um nosocômio com cerca de cem leitos, pois a nosso ver, pequenos hospitais gerais, no contexto sócio-econômico brasileiro, não constituem empreendimentos produtivos. Justificávamos nosso ponto de vista, com base nos custos operacionais fixos muito próximos em hospitais de 20 a 100 leitos. De nada adiantaram as nossas ponderações. Como o montante do financiamento tinha relação com o número de leitos, os novos empresários, consideraram a capacidade de 250 leitos como definitiva. Tentamos orientar o arquiteto hospitalar no sentido da feitura de um projeto flexível, por etapas, sendo inicialmente construídos 50 leitos, ampliáveis, na medida das necessidade para até 250 leitos. Como isto influísse no valor do financiamento, a idéia foi rechaçada. Edificada a obra, apenas 50 leitos foram equipados. Ai, começou uma verdadeira via-sacra. Acabado o dinheiro do financiamento, durante cinco anos, os empresários tiraram dinheiro do bolso para cobrir as despesas operacionais. Felizmente, uma grande empresa de Medicina de Grupo adquiriu o acervo e, por mais de dez anos vem arcando com prejuízos. E o pior, os dados estatísticos fornecidos pela Prefeitura não condiziam com a realidade; os censos demográficos de 1980 e 1992 mostraram encolhimento do município. Também no Norte do Paraná, um Prefeito Municipal, por sinal médico, queria construir um hospital com 100 leitos. Novamente, fomos acionados para estudar a viabilidade do empreendimento. Pelo censo de 1970, o município dispunha de 20.000 habitantes. Do ponto de vista geopolítico, recebia a influência de dois grandes centros, localizados, respectivamente, a 10e 25 quilômetros da cidade. Segundo o próprio Prefeito, o crescimento populacional ultrapassava 10% ao ano. Achamos um tanto estranho tal “boom” populacional, mesmo porque, tratava-se de comunidade rural, sem nenhuma perspectiva de implantação de grandes projetos. Antes de decidirmos pela inviabilidade do projeto, resolvemos permanecer na cidade, até o final do domingo. Uma das características de uma cidade progressista é o número de crianças em calçadas, jardins e ambientes de lazer, pois as informações estatísticas oficias, nem sempre merecem crédito. Qual não foi a nossa surpresa, ao observar um jardim municipal vazio. Apenas pessoas idosas sentadas à porta das casas,sem crianças ao redor. O Prefeito, certamente falseara os dados ou estava desinformado. Não deu outra, os censos de 1980 e 1990 mostraram claramente: naquele município a população estava decrescendo. Felizmente, o empreendimento não foi concretizado. Em cidade bem próxima da capital paulista, um prefeito municipal solicitou-nos um diagnóstico social para desenvolver um projeto sanitário a curto e médio prazos. O município dispunha de um Pronto Socorro Infantil. Colhidos os dados gerais, enfatizamos o trabalho com relação aos atendimentos infantis, quando verificamos determinado bairro, ser responsável por mais de 70% das internações por doenças de veiculação hídrica. Justamente aquele bairro não dispunha de rede de abastecimento d’água. Tentamos orientar o Prefeito para incluir no orçamento do município, uma verba para implantação de uma rede de água potável naquele bairro e mostramos em planilhas: o empreendimento seria compensado em 5 anos, apenas pela redução das internações provenientes daquela área específica (concorria, como frisamos acima com 70% das internações, enquanto a sua população era de apenas 20% da global do município). O prefeito pareceu não ter gostado muito de nossa idéia e saiu-se com esta: - Imagine gastar recursos do Município, tão escassos, num projeto onde a população só vai tomar conhecimento da minha existência quando abrir uma torneira ou puxar descarga. O doutor está propondo o enterro do dinheiro. Sabe doutor: estou querendo é um hospital, com 15 andares e 300 leitos. Estávamos acostumados com idéias mirabolantes, mas definir até o número de pavimentos, era realmente inusitado na nossa vivência. Passado o primeiro impacto, o alcaide prosseguiu: disponho até do terreno. - E por quê a definição de 15 andares? - Estudos aerofotogramétricos mostraram que naquela altura, da janela dos aviões estiverem em procedimento de descida para o aeroporto de Congonhas (não demorou muito e o aeroporto foi transferido para Cumbica) será possível aos passageiros avistarem o nosso hospital. E vou mais longe. O hospital será batizado como nome da minha mãe a quem desejo homenagear pela dificuldade atravessada para me criar, juntamente com meus outros onze irmãos. Em cima do telhado vou colocar o nome dela. O pior de tudo, foi ter de conhecer o terreno escolhido. O carro do prefeito começou a subir uma ladeira de chão batido. A poeira era tanta, nada se enxergando atrás do veículo. Ao chegar no topo, imaginamos o Prefeito querer mostrar a cidade como um todo, vista de cima. Estupefactos concluímos: aquele era o terreno escolhido. Demos por encerrado o trabalho pois aquele empreendimento, se concretizado, transformar-se-ia em pesadelo para os próximos alcaides. Soubemos posteriormente ter a Câmara Municipal rejeitado o projeto daquele executivo. Em outra ocasião, retornamos àquela cidade e ao observarmos o morro aonde seria edificado o Hospital D. Maria de Lourdes, vislumbramos, na nossa fantasia, um coitado, subindo aquela ladeira, quase arrastando a esposa no último mês de gravidez, ao ler o nome da patronesse não a alcunharia de Nossa Senhora do Bom Parto. E como se determinar de modo eficaz o número de leitos necessários para uma comunidade? Planejamento é proposta de mudança. Ninguém deve propor qualquer tipo de modificação em algo sem conhecer profundamente. O contrário disso habitualmente ocorre no nosso País. Um Diagnóstico de Saúde da Área onde se pretenda implementar um tipo qualquer de planejamento é totalmente imprescindível. A feitura de uma Diagnóstico de Saúde de Área implica na coleta de um conjunto de informações. Sem ele, qualquer planejamento terá a sua eficácia prejudicada. Na nossa atividade cotidiana, tivemos a oportunidade de detectar alguns fatores impeditivos da elaboração de um perfil da comunidade, objetivo do planejamento: 1 - a complexidade da vida moderna. As informações são mais rápidas, desencontradas e não confiáveis; 2 - os órgãos públicos locais não dispõem, deturpam e omitem dados importantes; 3 - a influência política funciona como um mecanismo de geração de informações paralelas, eivado de interesses excusos; 4 - os órgãos regionais não se afinam com os locais, divulgando informações contraditórias; 5 - os setores privados envolvidos no Sistema, também fornecem informações cuja precariedade é a tônica mais comum; 6 - os indicadores de saúde são armas políticas manipuláveis, sempre na dependência de verbas possíveis; 7 - o desenfreado sentido eleitoreiro das informações; 8 - a falta de credibilidade dos dados estatísticos oficias, oficiosos e privados; 9 - a ausência de qualquer tipo de compromisso dos dirigentes para com a população interessada; 10 - líderes comunitários totalmente desinformados quanto às variáveis importantes para a comunidade, e para o planejamento. 11 - influência clara e insofismável da política assistencial curativa sufocando o espaço da saúde pública 12 - falta de Educação Sanitária, impedindo a comunidade de formular juízos e opiniões adequados; 13 - meios de comunicação não sujeitos a qualquer tipo de controle, interessados em despertar a atenção da opinião pública, apenas diante de ocorrências desagradáveis; 14 - aperfeiçoamento rápido e progressivo da tecnologia e sofisticação de equipamentos, marginalizando as pequenas comunidades quanto ao progresso e ao avanço tecnológico. 15 - falta de uma política regional ou federal com vistas a implementação de um Sistema Único de Saúde, conforme prescrito em Lei Federal. 16 - tendência a uma padronização desenfreada de diretrizes o procedimentos totalmente desvinculados da realidade concreta da comunidade interessada; 17- influência da comunidade, pressões de toda ordem para a prefeiturização do Sistema Único de Saúde, em detrimento das variáveis mutáveis e importantes para a comunidade interessada. 18 - políticos desinformados, até mesmo para o estabelecimento de procedimentos sanitários preventivos; e 19 - confusão conceitual quanto ao papel da saúde pública com um dos principais fatores para a elevação do nível de vida da população. Sem um diagnóstico adequado e preciso, nenhuma comunidade terá um planejamento de saúde bem sucedido e jamais alcançará êxito na determinação dos seus leitos hospitalares. Cuidados para assegurar o sucesso de um programa sanitário. Um programa sanitário deve considerar: qualquer planejamento hospitalar, não poderá fugir do pressuposto de ser uma obra permanente, de elevado custo e cara manutenção, não podendo ser atrelada a modismos nem a promessas eleitoreiras. O governo brasileiro, parece não entender: qualquer empreendimento social de longo alcance como é o hospital, deve ser encarado com muita seriedade. O empresário privado, não deve imaginar o hospital apenas como fonte de lucro. Qualquer atividade produtiva, é mais rentável, bem acima de uma empresa hospitalar. A nossa vivência no campo da administração hospitalar mostra com clareza: muitos donos de hospitais só não mudam de ramo porque não é fácil passar para a frente um empreendimento de custo tão elevado. Atualmente, apesar de haverem se livrado do jugo da Previdência Social (até o final da década de 80, dominava mais de 50% dos leitos disponíveis dos hospitais gerais brasileiros) os hospitais privados passaram a depender das Empresas de Medicina de Grupo, controladas por grupos empresariais inteligentes e conhecedores do ramo, remunerando os serviços em bases financeiras melhores mas, controlando os procedimentos médico-hospitalares com olhos de lince. A estrutura sócioeconômica do País aponta para um final de século cheio de dificuldades para a rede hospitalar. O número de pessoas em condições de pagar os serviços médico-hospitalares, na qualidade de clientes particulares, vem se reduzindo de maneiraprogressiva e constante. Os mais ricos, preferem viajar para o exterior, preferencialmente para os Estados Unidos, onde a qualidade dos serviços médico-hospitalares é de indiscutível, padrão e custos inferiores aos dos nosocômios brasileiros de primeira categoria. Alguns empresários preferiam suprir os seus hospitais a partir da comercialização de planos próprios de saúde. À medida de massificação da clientela, o hospital aciona um sistema de controle com vistas a manutenção de um equilíbrio no binômio oferta-procura. Quando a rentabilidade do plano é muito elevada, amplia-se a movimentação dos leitos, quando a rentabilidade fica reduzida, ocupa-se menos leitos hospitalares. Outras, financiam os serviços, facilitando o pagamento. Porém, uma coisa é certa e, até mesmo, definitiva. As fontes de financiamento para a construção de hospitais estão escasseando cada vez mais. As alternativas de financiamento, fora da área hospitalar são mais atraentes. A própria clientela potencial, ou seja, o cliente procura evitar ou, pelo menos, adiar a sua hospitalização. As clínicas privadas de menor porte, tais como: oftalmologia, otorrino, cirurgia plástica e outras tradicionais usuárias da rede hospitalar, preferem atender e realizar cirurgias nas suas dependências. A tecnologia médica com instrumentais e equipamentos de maior alcance científico e menos traumatizantes, também contribuem para a redução da hospitalização. As internações sociais, muito comuns na época da Previdência Social, não foram assimiladas pela Medicina de Grupo. O Sistema Único de Saúde - SUS, dá prejuízo a qualquer hospital, com exceção é claro, dos superfaturadores ou criadores de internações e procedimentos fantasmas e daqueles ligados à rede pública, como não poderia deixar de acontecer, são comprometidos, em maior grau, com os resultados sociais. As Santas Casas e demais instituições beneficentes e filantrópicas, cumpriram o seu compromisso histórico e ao dependerem do SUS permanecem endividadas. Algumas lançaram os seus próprios planos de saúde, outras lotaram os serviços complementares de diagnóstico e tratamento, reduziram os leitos e, até mesmo, adotaram um tipo de administração nos moldes dos empresários privados. 4. CONCLUSÃO - TÍTULO I O planejamento do hospital moderno, não pode prescindir da colaboração de uma equipe multidisciplinar coordenada por um Consultor Hospitalar e constituída por profissionais da saúde com grande vivência no cotidiano do hospital. A vida útil de um nosocômio é bastante longa e um projeto arquitetônico adequado, deve incluir a possibilidade de adaptação rápida e eficaz aos reclamos dos avanços tecnológicos. E não fica só nisso. Cada vez mais, a tecnologia avança, sofistica e miniaturiza os equipamentos. A informatização é uma realidade inconteste. A rapidez do diagnóstico facilita os procedimentos terapêuticos. A atividade médica se diversifica. O número de especialidades aumenta, com uma rapidez imprevisível. As técnicas de enfermagem acompanham os avanços científicos das equipes médicas. O pessoal de apoio, cada vez mais conscientizado, vem adaptando técnicas bem sucedidas nas indústrias e organizações prestadoras de serviços na busca da otimização dos resultados. O controle da qualidade, também vem encontrando eco na dinâmica hospitalar. A rede hospitalar, por falta de planejamento adequado vem se ressentindo da dificuldade de se adaptar a evolução da arte de curar e as técnicas de controle de custos. Embora o hospital não possa deixar de ser reconhecido pelo papel social, relevante em todo os seus aspectos não há como fugir da necessidade de ter sua administração atrelada a um processo efetivo quanto aos índices de ocupação dos leitos disponíveis, eficaz para assegurar aos usuários os mais elevados padrões de qualidade com vistas ao maior números de altas por cura e eficiente no mais profundo respeito ao custo-benefício. Independente do caráter financeiro do seu objetivo, privado ou estatal, beneficente ou com finalidade lucrativa, o hospital depende de um planejamento inteligente, uma organização moderna e operante e uma dinâmica administrativa eficiente. O Consultor Hospitalar, ciente do seu papel como agente capaz de coordenar um projeto, não deve interferir na criatividade do arquiteto, sempre dotado de um sentido humanístico quanto ao planejamento e também comprometido com o contexto urbanístico e social. Consultor e Arquiteto devem manter um objetivo comum: elaboração de um projeto adequado às várias circunstâncias determinando o melhor possível. Finalmente, o leitor interessado na construção ou ampliação de um hospital deve atentar para o fato de a média de permanência dos pacientes estar sofrendo um processo de redução gradativa e progressiva. Há 30 anos atrás, um hospital com uma média de permanência inferior a 30 dias era considerado de agudos. Hoje com a internação clínica reservada para casos agudos, a deambulação precoce e a continuidade do tratamento em regime domiciliar para os casos cirúrgicos pode-se observar uma redução para menos de 5 dias da média de permanência nos hospitais gerais. Assim um leito utilizado uma vez por mês, com a nova ordem, atenderá a 6 pacientes em igual período, no mínimo. O concurso de um consultor hospitalar e de um arquiteto especializado no campo de saúde serão sempre imprescindíveis para um projeto funcional capaz de assegurar a efetividade, a eficácia e a eficiência da dinâmica sanitária. -TÍTULO II- ARQUITETURA HOSPITALAR E LEGISLAÇÃO SUMÁRIO - TÍTULO II FOTO MARCIEL 1. O PROJETO HOSPITALAR E SUAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES 2. PROGRAMA FÍSICO-FUNCIONAL 3. CONDICIONANTES LEGAIS DO PROJETO HOSPITALAR 4. CONDICIONANTES FÍSICAS DO PROJETO HOSPITALAR FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 5. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 6. MATERIAIS E ACABAMENTOS: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 7. COMUNICAÇÃO VISUAL 8. MANUTENÇÃO 9. PLANOS DIRETORES PLANO DIRETOR DO HOSPITAL HELIÓPOLIS/SP 10. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E MORFOLÓGICO DA EDIFICAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: 11. MODELOS DIVERSOS FIGURA GUARUJÁ FIGURA HELIÓPO FIGURA HELIOPOL FIGURA P. S. SANTOS FOTO - MARCIEL 1. O PROJETO HOSPITALAR E SUAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES - TÍTULO II A eficiência de tecnologias cada vez mais sofisticadas e a velocidade das emergentes mostram-se incompatíveis com relação aos espaços físicos projetados e construídos, baseados em condicionantes ultrapassadas, restringindo a evolução e o aprimoramento da qualidade dos serviços prestados. A dispersão dos equipamentos pelas várias unidades amplia o orçamento, inviabiliza a manutenção preventiva, dificulta uma terapêutica eficaz e esgota a capacidade real de atendimento a emergências registradas. Equipamentos portáteis e/ou móveis, ainda hoje apresentam custos significativos e deverão ter seu uso definido após criteriosa avaliação do ponto de vista da relação custo de aquisição x custo de manutenção x benefícios efetivamente obtidos. A setorização tradicional, não atende de forma adequada às necessidades, face a sofisticação dos equipamentos, dificuldades de treinamento de pessoal, sugerindo uma nova tecnologia de setorização por confluência de atendimento em função de sua complexidade. Os modelos viabilizados nos países desenvolvidos não têm encontrado cenário adequado para adaptações nos países menos estruturados econômica e socialmente, representando vultuosos investimentos, praticamente sem o incremento da qualidade de atendimento ao usuário. A estruturação de programas de pós-ocupação viabilizados através do trabalho de equipes multidisciplinares para identificar os pontos críticos e avaliar objetivamente resultadosobtidos nos complexos hospitalares implantados e/ou ampliados e reformados, permitiriam a criação de soluções alternativas mais compatíveis com as condições específicas de cada região, registrando-se a conveniência de simulações pré-ocupação pela elaboração de cenários alternativos do ponto de vista de utilização futura, a médio e longo prazo. O formalismo estético, ao invés de constituir um objetivo em si mesmo, passaria a ser uma conseqüência natural da razão funcional, onde os fluxos se desenvolvem numa seqüência lógica, resultado daquele trabalho multidisciplinar na definição do partido arquitetônico mais adequado, tendo em vista as diversas condicionantes presentes em cada etapa decisória do projeto. 2. PROGRAMA FÍSICO-FUNCIONAL - TÍTULO II Deve ser elaborado por equipe multidisciplinar e baseado no conjunto de atribuições e atividades definidas para o estabelecimento de saúde, considerando-se as características específicas de cada local, área de influência, densidade demográfica, perfil social do futuro usuário, especialidades e normas restritivas vigentes. Este programa será posteriormente motivo de criterioso pré-dimensionamento de seus ambientes, devidamente articulado pela confecção de matriz de compatibilidade, onde cada ambiente será confrontado em sua relação e grau de atração, neutralidade, ou mesmo, incompatibilidade com os demais ambientes. Por tratar-se de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde e em função de envolvimento significativo de recursos, as soluções adotadas deverão contemplar a viabilidade de execução em etapas pré-estabelecidas consubstanciada pela elaboração de um Plano Diretor de caráter global e integrado, constituindo-se como metodologia passível de se adaptar às especificidades de cada momento. Esta etapa pressupõe um trabalho multidisciplinar tendo em vista as diversas e específicas leituras em relação a expectativa de desempenho de cada ambiente ou atividade. O produto desta etapa, devidamente confrontado com as demais condicionantes físicas abaixo analisadas, produzirão alternativas de partidos arquitetônicos passíveis de análises comparativas com identificação de pontos favoráveis e desfavoráveis em cada solução encontrada. 3. CONDICIONANTES LEGAIS DO PROJETO HOSPITALAR - TÍTULO II 3.1. Planejamento do modelo de Saúde 3.2. Planejamento do edifício de Saúde: • Diagnóstico • Programa Físico-Funcional • Planos Diretores • Projetos Físicos de Execução • Projetos Legais • As built - Cadastro físico permanente e atualizado 3.3. Programação Físico-Funcional • Atribuições • Atividades • Fluxograma • Zoneamento • Critérios de Dimensionamento • Infra-estrutura predial: • instalações hidro-sanitárias • instalações elétricas e eletrônicas • instalações de proteção contra incêndio • instalações fluido-mecânicas • instalações de climatização • Mobiliário • Equipamentos incorporados • Comunicação visual 3.4. Implantação física do complexo de saúde 3.4.1. Circulações Internas 3.4.1.1. Referentes a circulação de pessoas e de materiais, as circulações internas deverão ser definidas a partir da necessidade funcional, evitando-se a multiplicidade de acessos em função da dificuldade de controle dos diversos usuários do estabelecimento de assistência à saúde, e dos materiais consumidos. Deverá, obrigatoriamente contemplar a Norma NBR-9050, referente a Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos. 3.4.1.2. Os corredores deverão possuir largura mínima de 2,00 m. e serão de uso exclusivo para circulação, admitindo-se uma largura de 1,20 m. quando seu trajeto não apresentar mais de 11,00 m. de comprimento. Alertamos para a importância da avaliação da possibilidade de expansão do setor, inviabilizando a utilização dos corredores dimensionados com largura inferior a 2,00 m.. 3.4.1.3. As portas utilizadas para passagem de camas ou macas deverão apresentar largura mínima de 1,10m. Os ambientes referentes ao setor de diagnóstico e terapia, ou aqueles destinados a instalação de equipamentos específicos terão largura compatível com os mesmos, sugerindo-se a instalação de portas duplas com largura mínima total de mínima de 1,50m. 3.4.1.4. A circulação vertical dos pacientes deverá ser viabilizada pela utilização de rampas e/ou elevadores 3.4.1.5. As escadas implantadas para utilização de pacientes deverão apresentar largura mínima de 1,50m, admitindo-se uma dimensão de 1,20m para circulação de funcionários. 3.4.1.6. Nenhuma escada poderá estar situada a uma distância superior a 35 m. em relação a qualquer unidade do estabelecimento. 3.4.1.7. A geometria construtiva dos degraus deverá respeitar o limite máximo de 18,5 cm de altura e 26 cm de largura, mantendo-se a relação estabelecida pela fórmula: 2 x a altura do degrau (h) + a largura do degrau (L) (>) maior ou igual a 64 cm e (<) menor ou igual a 63 cm. 3.4.1.8. As escadas deverão apresentar-se em patamares retos e manter um desenvolvimento máximo de 2,00 m. por lance independente e interligadas ao edifício principal por ante-câmaras providas de portas corta-fogo nos casos de atenderem mais de 3 pavimentos. 3.4.1.9. As rampas, com largura mínima de 1,50m, e declividade máxima entre 1:20 e 1:8 conforme características específicas de utilização, deverão ser utilizadas somente quando vencerem no máximo dois pavimentos independentes do andar onde se situa, isto é, 3 pavimentos diferenciados e simultâneos, ficando, porém liberadas aquelas com mais de três lances, se complementadas pelo uso de elevadores de passageiros/pacientes. 3.4.1.10. Os elevadores, deverão estar em conformidade com a NBR-7192 e NBR- 13994 da ABNT, e serão dimensionados para atender em 5 minutos o equivalente a 8% da população, dimensionada em 1,5 pessoa/leito, quando da utilização de monta-cargas para o transporte de alimentação e suprimentos. Na ausência de monta-cargas, utilizar-se-a o parâmetro de 12% da população prevista. 3.4.1.11. As cabines de elevadores para transporte de pacientes terão largura mínima de 1,20m e comprimento de 2,20m. 3.4.1.12. Todo montacarga deverá obrigatoriamente atender a NBR-7192 da ABNT, e apresentar-se no interior de uma ante-câmara sendo equipada com porta corta fogo. 3.4.1.13. Serão admitidos tubos de queda para deslocamento de roupa suja, desde que dotados de mecanismo de controle de desinfecção total. 3.4.2. Circulações Externas Tipos de entradas e saídas dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde: a. Paciente externo (ambulante ou transportado) b. Doador c. Acompanhante d. Funcionário, aluno e professor e. Vendedores, fornecedores e prestadores de serviços f. Materiais e resíduos g. Cadáver 3.4.3. Conforto Conforto higrotérmico e de qualidade do ar em função da diversidade apresentada pelas regiões climáticas brasileiras: • Clima quente e úmido • Clima mesotérmico e úmido • Clima quente e seco Conforto Acústico: • Portaria do Ministério do Trabalho de 1978 que define normas regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho - NR-15. • Norma Brasileira NB-95 • Norma Brasileira NB-101 Conforto Luminoso a partir de fonte natural: 3.4.4. Infecção Hospitalar A solução adotada para anatomia do complexo hospitalar, em cada etapa de projeto, contemplará aspectos compatíveis com o controle e monitoramento da infecção hospitalar: 3.4.4.1. Estudo Preliminar: • Localização em relação ao entorno urbano • Zoneamento adotado em função do grau de sensibilidade a riscos potenciais de transmissão de infecção • Circulações de elementos potencialmente infectados, adotando-se preferencialmente o tratamentodos elementos contaminados na origem da coleta e transporte. 3.4.4.2. Projeto Básico: • Barreiras físicas efetivamente viabilizadas • Distribuição da água e do esgoto • Dimensionamento adequado da renovação de ar nos ambientes críticos • Obrigatoriedade de colocação de lavatórios nos ambientes onde os pacientes são atendidos. 3.4.4.3. Projeto Executivo: • Especificação adequada dos materiais de acabamento • Preocupação com arestas nos ambientes críticos, nos pisos, paredes, forros, dutos, e principalmente, nos sistemas móveis e articulados das janelas, portas e painéis corrediços. 3.4.5. Manutenção preventiva projetual A manutenção adequada pressupõe fácil acesso às instalações e equipamentos facilitando a identificação imediata das origens dos problemas do cotidiano hospitalar. O conceito da manutenção hospitalar efetivada preliminarmente já na fase da concepção dos projetos está brilhantemente desenvolvido pelo Engenheiro Civil, Arquiteto e Administrador Hospitalar Jarbas Karman, em obra publicada pela Pini “, em 1994, denominada “Manutenção Hospitalar Preditiva Causas x Efeitos Economia x Desperdício 3.4.6. Contiguidade - Relações funcionais É a maneira pela qual a solução de projeto organiza os diversos fluxos, percursos, distâncias, tempos consumidos e relações de proximidade. 3.4.7. Expansão 3.4.7.1. Disponibilidade de recursos gerando construções em etapas 3.4.7.2. Dinâmica das tecnologias emergentes. 3.4.8. Flexibilidade Adaptabilidade viável à novos usos: custo x benefício x prazos em função da tendência universal dos espaços hospitalares se modificarem quantitativa e qualitativamente no tempo em conseqüência das novas demandas. 3.4.8.1. Modulação estrutural 3.4.8.2. Painéis vedantes independentes 3.4.8.3. Distribuição inteligente das instalações 3.3.8.4. Terceirização e Quarterização 3.4.9. Custos Apresentamos abaixo relação proporcionada dos itens referentes ao custo de construção em suas diversas etapas de edificação hospitalar verticalizada. a. Canteiro de Obras - 5% b. Fundações - 5% c. Superestrutura - 20% d. Alvenarias - 9% e. Acabamentos Verticais - 15% f. Acabamentos Horizontais - 6% g. Esquadrias em Geral - 15% h. Instalações em Geral - 20% i. Elevadores - 5% Custo médio do metro quadrado de construção (material e mão de obra) de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, conforme Ministério da Saúde, referência - janeiro/98, sem BDI - Benefícios e Despesas Indiretas: • Região Norte: R$ 902,58/m2 • Região Nordeste: R$ 862,16/m2 • Região Sudeste: R$ 870,00/m2 • Região Centro Oeste: R$ 871,72/m2 • Região Sul: R$ 878,22/m2 4. CONDICIONANTES FÍSICAS DO PROJETO HOSPITALAR - TÍTULO II 4.1. Terreno 4.1.1. Restrições Municipais/Estaduais/Federais 4.1.1.1. Taxa de Ocupação É a relação existente entre a área (m2) de projeção horizontal da construção do estabelecimento assistencial de saúde e a área (m2) total do terreno. (figura 1) FIGURA 1 Critérios diferenciados de interpretação, apontam o total da área de projeção, incluindo-se a previsão de futuras ampliações do complexo de saúde, pois o projeto arquitetônico elaborado, deverá contemplar critérios claros para futuras ampliações, tendo em vista a complexidade do programa funcional. Se as posturas municipais definirem que para determinado terreno, inserido em específico setor do município, a taxa de ocupação é de 0,50, a projeção da construção não poderá exceder cinqüenta por cento da área total do terreno. O exemplo abaixo mostra que, para um terreno de 10 000 m2 o perímetro total representado pela projeção em um único plano horizontal das áreas construídas não poderá ultrapassar 5 000m2. É importante registrar que as áreas remanescentes e não construídas serão objeto de ocupação no agenciamento de espaços para a organização dos diversos tipos de circulação e estacionamento de veículos para público, pacientes, ambulâncias, abastecimento e coleta de lixo, assim como a implantação de equipamentos produtores ou armazenadores de energia, gases, água para consumo ou combate a incêndio, e ainda áreas reservadas para futuras ampliações. 4.1.1.2. Coeficiente de Aproveitamento É a relação existente entre a área (m2) total construída do estabelecimento assistencial de saúde e a área total do terreno. (figura 2) FIGURA 2 Se aquelas posturas municipais definirem para o terreno do exemplo acima, inserido em setor específico do município, o coeficiente de aproveitamento é 3, a totalidade da construção em seus vários pavimentos não poderá exceder 30 000m2, isto é, o índice 3 multiplicado pela área total do terreno. 4.1.1.3. Recuos Obrigatórios São representados por valores unitários expressos em metros lineares, que definem as distâncias mínimas de afastamento da construção em relação às divisas do terreno, às vias públicas (ruas, avenidas, praças), em relação às divisas dos lotes vizinhos, e ainda, aos vários blocos existentes ou a construir na mesma área do complexo de saúde. (figura 3) FIGURA 3 Para o mesmo terreno nos exemplos acima, e intercalando-se as restrições municipais apontadas, podemos concluir que a unidade assistencial de saúde viável para aquele terreno ocuparia uma área de construção máxima de 30 000m2, (definido pelo coeficiente de aproveitamento) com pavimentos com limite máximo de construção de 5 000m2, (definido pela taxa de ocupação), o que levaria à conclusão imediata de uma edificação com 6 pavimentos. Evidentemente que, a simplicidade do raciocínio não impede de imaginar-se alternativa viável para aquela edificação com uma solução representada, por exemplo, por uma construção com 12 pavimentos e laje tipo com 2500 m2 cada, e assim sucessivamente. 4.1.2. Inserção no Contexto Urbano 2.2.1. Sistema Viário. 2.2.2. Fontes de Ruídos. 2.2.3. Acessibilidade do usuário. 2.2.4. Acessibilidade do funcionário. 2.2.5. Infra-estrutura de instalações. 4.1.3. Geometria Representada pelo formato do terreno, terá suas características registradas a partir da definição de uma poligonal elaborada com equipamento de precisão por profissional especializado. Esta etapa terá sua origem em documento legal de posse da área devidamente registrado em cartório de imóveis. 4.1.4. Declividades Representadas pela diferença de nível entre os diversos setores do terreno, apresenta-se como condicionante fundamental na determinação do partido arquitetônico adotado. Terrenos pequenos, irregulares e acentuada declividade levam a soluções compactas, nem sempre adequadas ao desenvolvimento das atividades de saúde, exigindo da equipe de projetistas criteriosa avaliação do ponto de vista da flexibilidade e reais possibilidades de ampliações futuras, sem interferência com o cotidiano da vida hospitalar. Amplos terrenos, com topografia regular, possibilitam ocupações capazes de favorecer a integração espacial adequada do conjunto e racionalização dos diversos e incompatíveis fluxos gerados no interior da unidade de assistência à saúde. Soluções horizontais evitam os excessivos custos de elevadores e despesas de manutenção que se caracterizam como um peso significativo na composição final de custos gerados. Soluções em rampa exigem desenvolvimento criterioso e têm sua utilização regulamentada pela legislação em vigor. 4.1.5. Tipo de Solo Caracterizada a partir de perfuração e coleta de amostra do subsolo existente, poderá condicionar o agrupamento distribuído horizontalmente da construção ou concentrado verticalmente, tendo em vista a condição de resistência do solo local. 4.1.6. Insolação É representada pelas condições objetivas de exposição aos raios solares na determinação da distribuiçãoe posicionamento dos vários setores do complexo de saúde. 4.1.7. Ventos Dominantes Trata-se de condicionante fundamental na caracterização da qualidade de ventilação e conforto dos diversos ambientes, podendo constituir um elemento decisório na escolha do terreno tendo em vista o contexto urbano local nas áreas próximas a indústrias, aterros sanitários ou outras fontes de odores urbanos indesejáveis. 4.1.8. Vegetação Existente As áreas representativas de vegetação existentes, cadastradas quando da elaboração do levantamento cadastral e planialtimétrico, poderão condicionar o partido arquitetônico, incorporando-se naturalmente as áreas construídas em seus diversos setores, mais especificamente, naqueles caracterizados por atividades de bem estar e terapia de recuperação do paciente. 5. SISTEMAS CONSTRUTIVOS - TÍTULO II A função e organização de um complexo de saúde exigem significativas alterações em períodos relativamente curtos, tendo em vista o acelerado desenvolvimento de novas tecnologias e equipamentos, exigindo do projeto de arquitetura soluções independentes para o sistema estrutural permanente, e uma solução de fechamentos e painéis de vedações transitórios. Sistemas estruturais pré-fabricados, tanto metálicos, quanto em concreto, têm apresentado nas áreas industriais e comerciais resultados satisfatórios, porém ainda não foram incorporados à área de saúde em função de suas características bastante específicas. Soluções mistas (estruturas em pré-moldados e vedações tradicionais em alvenarias de tijolos de barro, blocos cerâmicos ou de concreto), ou estruturas independentes convencionais (moldadas in-loco), têm sido observadas no Brasil, porém salientamos a importância do item referentes às vedações em painéis removíveis e alvenarias não estruturais como preocupação básica para tais construções, absolutamente passíveis de alterações em função da incorporação de novas tecnologias, ambientes, ou mesmo, atividades não previstas no programa original. Este conceito baseia-se no pressuposto de que os sistemas construtivos deverão permitir constantes modificações não só das dimensões de cada ambiente, suas instalações, como também, de sua geometria, das funções desempenhadas, e dos equipamentos incorporados. 6. MATERIAIS E ACABAMENTOS: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO - TÍTULO II • Durabilidade • Facilidade de manutenção e limpeza • Disponibilidade de aquisição • Efeito estético representado pelas alternativas de cores, texturas, formas e acabamentos. • Desempenho acústico e térmico • Facilidade de aplicação e reposição • Facilidade de reposição • Resistência ao fogo e a produtos químicos 6.1. Pisos: 6.1.1. Pisos em Borracha. Produzido no país a partir da borracha sintética, resinas de estireno, plastificantes e pigmentos, este material antiderrapante e com características acústicas bastante relevantes, apresenta elevada resistência ao desgaste e à abrasão, não sendo afetado pelos reagentes de limpeza álcali ou ácidos suaves. Fornecido em placas com dimensões de aproximadamente de 50 cm x 50 cm ou 60 cm x 60 cm, estas não apresentam desenvolvimento ou mesmo sustentação de mofos ou fungos. Dificuldades no processo de limpeza em função das diversas texturas e relevos apresentados, e o descolamento nas superfícies com presença de água, deverão ser avaliados com maior rigor na determinação das áreas de utilização. Os produtos importados, compostos de borracha natural, e acusticamente recomendados, apresentam-se mais adequados e compatíveis com o uso hospitalar, muito embora exijam, avaliações rigorosas do ponto de vista do custo final e reposição futura. 6.1.2. Pisos em Pedra. Devido às características estéticas e à acentuada durabilidade, os granitos e mármores têm sido utilizados como materiais de acabamento, principalmente em áreas nobres ou pontos de significativa concentração de pessoas. Granitos polidos, levigados ou apicoados apresentam alto custo de material e de mão de obra de assentamento, alta resistência ao desgaste por abrasão e fácil manutenção, sempre dependendo criteriosa utilização. Faixas diferenciadas de preços se devem às características técnicas como resistência ao desgaste, grau de absorção de água e outros fluídos, além do aspecto decorativo de maior ou menor impacto visual. Investimentos iniciais de maior valor, poderão ser compensados pela durabilidade, inconveniente apresentado pelos mármores que apresentam desvantagem face ao significativo e acelerado desgaste nas áreas com volumes de tráfego acentuados, como, degraus de escada e hall de elevadores. 6.1.3. Pisos em Argamassa de Alta Resistência. Pisos de alta resistência, são revestimentos que aplicados sobre substrato adequadamente dimensionado e executado, apresentam uma superfície que resiste às solicitações a que estarão expostas, tendo em vista, sua excelente durabilidade, facilidade de limpeza e manutenção, aliadas ao baixo custo. Integram a composição agregados rochosos de natureza e granulometria rigorosamente estudadas para oferecerem, simultaneamente, alta resistência aos esforços de abrasão e agradável aspecto visual. Para os locais onde a utilização de gases anestésicos inflamáveis trazem riscos de explosão, deverão ser executados pisos em argamassa de alta resistência, condutivos, utilizando- se aditivos condutores específicos, tipo carvão acetileno, e malha aterrada de fios de cobre. Sua característica altamente conveniente para utilização em estabelecimentos de assistência à saúde é o fato de apresentar-se como piso monobloco, único, sem juntas acentuadas, e viabilidade da execução de rodapés boleados, facilitando sua limpeza e remoção da sujeira ali depositada. 6.1.4. Pisos em Laminados Plásticos Melamínicos. Os laminados plásticos melamínicos de alta resistência, popularmente chamados de fórmica, utilizados para revestimentos de pisos, paredes e mobiliários, constituem material adequado tendo em vista os vários itens de desempenho inicialmente relacionados, associados à conveniência do produto apresentar-se em dimensões padronizadas eliminando as juntas de assentamento, que são focos depositários incompatíveis com os níveis de assepsia determinados para instalações hospitalares. Estudos específicos de pós-utilização, têm apontado para restrições deste material em áreas que utilizam desinfetantes à base de iodo, devido ao aparecimento progressivo de manchas e marcas. 6.1.5. Pisos Vinílicos. Como alternativa para os laminados plásticos melamínicos aplicados nos revestimentos de pisos e rodapés, preferencialmente chanfrados ou mesmo boleados, podemos registrar com bom desempenho de qualidade as mantas vinílicas produzidas em PVC, que se apresentam em rolos de comprimento aproximado de 15 m. e largura de 1,25 m. reduzindo a excessiva quantidade de juntas exigidas pelo material quando apresentadas em placas de 30 cm x 30 cm, inconveniente apresentado, também, pelo elementos cerâmicos. Apresentam-se em diversas cores e texturas, e obtêm-se no mercado brasileiro pisos para ambientes de alto tráfego, pisos antiestáticos, semi-condutivos para salas limpas ou presença de equipamentos eletrônicos, e ainda, os pisos condutivos utilizados, principalmente, em centros cirúrgicos e obstétricos, porém, inconvenientes para utilização em áreas externas. 6.1.6. Pisos Cerâmicos. Os revestimentos cerâmicos extrudidos antiderrapantes para pisos apresentam alta resistência aos ataques mecânicos, corrosivos, óleos, graxas, produtos químicos, fungos, germes, bactérias e variações térmicas, facilidade de manutenção, alternativas de cores e texturas, facilidade de reposição, porém em função da quantidade inconveniente de juntas de assentamento, deverão ser criteriosamente utilizados. 6.1.7. Pisos emCarpete. Com características acústicas adequadas para o ambiente hospitalar e utilizados apenas para áreas administrativas, deverão ser especificados após rigorosa avaliação das características do local, face ao rápido desgaste, retenção da sujeira, alto custo de manutenção e dificuldade de reposição nos padrões originais. Produtos importados modulados, com base bactericida e fungicida reduzindo a proliferação de fungos, aplicados por sobreposição em bases rigorosamente niveladas por de microventosas têm encontrado cenário mais propício em algumas unidades hospitalares, mas exigem técnicas de limpeza adequadas e sofisticadas por se tratar de superfície absorvente. 6.2. Revestimentos de Parede: 6.2.1. Revestimentos em Laminado Plástico Melamínico Chapas compostas de material fibroso celulósico e impregnadas com resinas termoestáveis, melamínicas e fenólicas, são prensadas sob condições de calor e alta pressão, apresentando acabamento semi-fosco, fosco ou texturizado e, menos conveniente para ambientes hospitalares: os brilhantes. Os laminados plásticos melamínicos de alta resistência utilizados para os revestimentos de pisos, paredes e mobiliários constituem material adequado em função dos itens de desempenho acima relacionados, associados a conveniência do produto apresentar-se em dimensões padronizadas eliminando as juntas de assentamento, que são focos depositários incompatíveis com os níveis de assepsia para instalações hospitalares. 6.2.2. Revestimentos em Azulejos. Deverão ser evitados em função de sua característica fragmentada, 15 cm x 15 cm aproximadamente, a exigir uma excessiva quantidade de juntas de assentamento, inconveniente apontado em produtos de características dimensionais similares. 6.2.3. Revestimentos Cerâmicos. Deverão ser criteriosamente utilizados, apresentando-se com mais vantagens para utilização em áreas externas e confecção de murais e painéis decorativos tendo em vista a variedade de cores, texturas e tamanhos oferecidos pelo mercado. 6.2.4. Revestimentos em Massa de PVA e Pintura Gel-o-Plast. Material adequado para aplicação em centros cirúrgicos e obstétricos, tem-se caracterizado pelo alto desempenho devido a inexistência de juntas por tratar-se de elemento monolítico, facilidade de higienização e limpeza, viabilidade de execução de cantos chanfrados ou arredondados e custo acessível. Encontra, alguma resistência por parte dos construtores, face as dificuldades de execução que exige mão de obra qualificada. 6.3. Forros: Disponíveis no mercado em diversos materiais e acabamentos, a especificação do tipo de forro adequado deverá contemplar seu desempenho acústico, térmico, não propagador de chamas e flexibilidade quanto a remoção para acesso ás instalações e posterior reposição. Nas áreas com assepsia mais rigorosa, recomenda-se a utilização de luminárias embutidas pela facilidade de limpeza e evitando-se cantos e detalhes indesejáveis. 6.3.1. Forros em Gesso Acartonado As peças autocortantes, estruturadas na face não exposta, vencem vão até 1,50 m sem sustentação intermediária, podendo ser fixas ou removíveis, facilitando os serviços de manutenção e acesso às instalações sobrepostas. O sistema é composto por uma estrutura em perfis de alumínio, ou chapa dobrada de ferro, que abriga placas pré-moldadas em gesso e aditivos especiais anti-trincas e anti-umidade. A utilização de placas solidárias, sem remoção, deverá ser especificada apenas em áreas sem instalações incorporadas, ou que não comprometam a assepsia do ambiente. 6.3.2. Outras alternativas • Forros metálicos em aço ou alumínio. • Forros em P.V.C. • Forros em madeira e derivados • Forros em isopor ou styrofom • Forros em fibra de vidro e resinas sintéticas 6.4. Painéis de Vedação e Divisórias: Constituídos por núcleo e revestimentos diversos, são montados por sistemas de encaixes sobre perfis metálicos em aço ou alumínio e apresentam, como característica principal, sua flexibilidade, versatilidade e fácil adaptação para elaboração e execução dos diversos ambientes. Face às diversas alternativas apresentadas pelo mercado, a sua deverá basear-se nas características específicas do ambiente a ser construído, e potenciais futuros de remoção e reutilização em outras condições. De qualquer forma, critérios referentes à resistência mínima ao impacto, credibilidade do fabricante através de testes de desempenho, desempenho termo-acústico, facilidade de montagem e desmontagem, limpeza e manutenção, aliados ao aspecto estético deverão constar na avaliação para sua especificação. 6.4.1. Tipos de núcleos e miolos: • Madeira aglomerada • Gesso maciço • Isolantes de fibras de madeira • Chapas de vermiculita expandida • Compensado naval • Gesso nervurado • Lã de vidro 6.4.2. Tipos de revestimentos e acabamentos: • Lâminas de madeira natural • Laminas de plástico melamínico • Pintura • Resina alquídica • Pintura epóxi sobre chapas em cimento amianto • Tecidos • Carpetes 6.5. Portas, Balcões e Bancadas. Para melhor desempenho e durabilidade as portas, balcões e bancadas deverão ser executados em compensado naval ou virola e revestidos com laminados plásticos melamínicos foscos texturizados e encabeçados por peças boleadas em madeira maciça, evitando-se o aparecimento de quebras e lascas em suas respectivas bordas e cantos vivos. Os batentes de portas deverão ser executados em chapas dobradas de aço evitando- se deformações provocadas pelo impacto das macas, cadeiras de rodas e carrinhos de abastecimento. As bancadas previstas para laboratório, copa, cozinha e ambientes com presença de água ou produtos de manipulação especial, poderão utilizar o aço inoxidável estruturado por enchimentos em concreto. 7. COMUNICAÇÃO VISUAL - TÍTULO II É um sistema gráfico elaborado para integrar os diversos setores da unidade de assistência à saúde, otimizando e orientando as diversas circulações de público, funcionários, materiais e equipamentos. Apresentamos abaixo um escopo mínimo de projeto para elaboração de um sistema de comunicação visual para E.A.S. - Estabelecimento de Assistência à Saúde. 7.1. Características do Projeto: Elaboração de um Sistema de Comunicação Visual flexível e abrangente em condições de viabilizar a sua implantação dentro das variantes identificadas nos diversos estabelecimentos de assistência à saúde tendo em vista a agilização, racionalização e otimização do uso do equipamento público/privado, pela hierarquização dos diversos fluxos e setores funcionais. 7.2. Escopo dos Serviços Identificação visual e sinalização de cada edificação e respectivo entorno urbano abrangendo: 7.2.1. Sistema de Identificação Externa Pórtico de Identificação da Unidade Especificações Técnicas e Construtivas Construção Geométrica Padrão Cromático Critérios de Implantação 7.2.2. Sistema de Sinalização Externa Conjunto formado por todos os componentes responsáveis pela veiculação da imagem do equipamento de saúde tendo em vista o contexto urbano. 7.2.2.1. Subsistema direcionado para pedestres 7.2.2.2. Subsistema direcionado para veículos 7.2.3 Sistema de Sinalização Interna Tem por objetivo a identificação, caracterização e articulação dos diversos ambientes em seus respectivos setores funcionais. 7.2.3.1. Subsistema direcionado para Público e Funcionários 7.2.3.1.1. Orientação/Fluxos 7.2.3.1.2. Sinalização e identificação dos serviços. 7.2.3.1.3. Painel de ambientes e respectivas funções. 7.2.3.1.4. Relógio 7.2.3.1.5. Sinalização de segurança: saídas de emergência e equipamentos de combate à incêndio. 7.2.3.1.6. Painéis de informações, porta-cartazes e avisos em geral. 7.2.3.1.7. Sinalizaçãode eventos temporários 7.3. Escopo Básico do Projeto/Sistema 7.3.1. Código Gráfico Elementos gráficos que compõem as diversas mensagens de sinalização e comunicação visual. 7.3.1.1 Alfabeto Padrão Institucional 7.3.1.1.1. Construção Geométrica Alfanumérico Caixa Alta Caixa Baixa Corpo Registro Espacejamento Entrelinhamento 7.3.1.1.2. Arte Final 7.3.1.1.3. Técnicas e Processos de Reprodução Industrial 7.3.1.1.4. Ampliação e Redução de Fontes 7.3.1.1.5. Posicionamento sobre suportes 7.3.2. Código Cromático Institucional 7.3.2.1. Pictogramas 7.3.2.1.1. Construção Geométrica 7.3.2.1.2. Arte Final 7.3.2.1.3. Técnicas e Processos de Reprodução Industrial 7.3.2.1.4. Ampliação e Redução 7.3.2.1.5. Posicionamento sobre suportes 7.3.2.2. Signo Direcional 7.3.2.2.1. Construção Geométrica 7.3.2.2.2. Arte Final 7.3.2.2.3. Técnicas e processos de Reprodução Industrial 7.3.2.2.4. Ampliação e Redução 7.3.2.2.5 Posicionamento sobre suportes 7.3.3. Suportes de Informação 7.3.3.1. Placas/Quadros/Réguas Informativas 7.3.3.1.1. Projeto de fabricação 7.3.3.2. Conjuntos Informativos 8. MANUTENÇÃO - TÍTULO II Tendo em vista a continuidade operacional ininterrupta que caracteriza os complexos de assistência à saúde, rejeitando-se qualquer perspectiva de interrupção ou falhas no abastecimento ou suprimentos vitais, somente será eficaz pela adequada estruturação de um setor responsável pela manutenção pre-programado, eficiente e organizado, objetivando a otimização dos serviços, constante monitoração das condições objetivas das instalações e equipamentos utilizados. É imperativa a incorporação nas fases de projetação dos requisitos arquitetônicos, construtivos, de instalação e funcionamento capazes de viabilizar programas econômicos e racionais de manutenção pelo trabalho multidisciplinar de projetistas, técnicos de manutenção e fabricantes de equipamento definindo-se condições ideais de implantação, operação e manutenção. Destacamos ainda, a importância da estruturação de um acervo técnico organizado a partir dos os manuais técnicos, procedimentos de manutenção, rotinas de utilização e plano de manutenção preventiva integrados aos períodos das garantias pré-estabelecidas. Deverão ser exigidos: pavimentos técnicos específicos, projetos estruturais compatíveis com as instalações especificadas, dutos independentes para cada sistema instalado, tubulação de fácil acesso em qualquer ponto que se faça necessário para manutenção ou implantação de sistemas adicionais. A estrutura deverá ser modulada para favorecer a execução em etapas, e não comprometer o funcionamento simultâneo do complexo de saúde. Outro ponto importante, são as vedações independentes da estrutura permitindo alterações funcionais ou dimensionais de cada ambiente ou conjunto de ambientes. 9. PLANOS DIRETORES - TÍTULO II Tendo em vista o panorama atual dos estabelecimentos de saúde, prioritário seria, objetivando um planejamento integrado e total nas intervenções físicas e/ou organizacionais, uma primeira atitude gerencial no sentido de viabilizar-se Planos Diretores, subsidiados por criterioso diagnóstico Físico-Funcional de suas unidades, equipamentos, mobiliários e recursos humanos. Esta etapa, embasada na nova legislação, Portaria 674/97, em fase de aprovação, e suas revisões complementares, criaria dispositivos objetivos no sentido de orientação na aplicação dos reduzidos recursos existentes, e caracterizar-se-ia como forte argumento na captação de novos recursos. Nossa experiência tem mostrado que profissionais da área de projetos/ e ou gerenciamento hospitalar têm sido consultados somente após o total comprometimento dos fluxos funcionais, das áreas remanescentes do terreno, e principalmente inadequabilidade das propostas de engenharia de projeto, quase sempre resolvidas “in loco”, em nome de pretensas economias ou urgências de prazo. PLANO DIRETOR DO HOSPITAL HELIÓPOLIS/SP Os Planos Diretores, poderiam viabilizar uma visão global e integrada a ser concretizada a curto, médio ou mesmo longo prazo, a partir do engajamento dos Dirigentes, Provedores, Diretorias, Conselhos e Comunidade Patrocinadora e População Usuária. A obtenção de recursos solicitados a partir de objetivos concretos, cientificamente dimensionados, e dentro de uma visão global e atualizada dos complexos hospitalares constituem poderosa ferramenta para a concretização da qualidade de serviços na área de saúde. 10. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E MORFOLÓGICO DA EDIFICAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: - TÍTULO II 10.1.1. O templo de Asclépio na Grécia Antiga 10.1.2. Os hospitais militares no Império Romano 10.1.3. Nosocomia e Xenodochia: hospitais cristãos 10.1.4. Atenção à saúde nos mosteiros na Idade Média 10.1.5. O hospital cristão na Idade Média 10.1.6. Leprosários e Casas de Lázaro 10.1.7. Condições de saúde no século XVIII - Paris 10.1.8. Florence Nigthingale - o fim do século XIX 10.1.9. O Hospital Contemporâneo: suas origens. 10.1.10. A rede hospitalar no Brasil - a segunda metade do século XX 11. MODELOS DIVERSOS - TÍTULO II FIGURA GUARUJÁ FIGURA HELIÓPO FIGURA HELIOPOL FIGURA P. S. SANTOS -TÍTULO III- NORMAS PARA PROJETOS FÍSICOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE SUMÁRIO COMPLETO - TÍTULO III PARTE I - PROJETO DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE CAPÍTULO 1 - ELABORAÇÃO DE PROJETOS FÍSICOS 1. TERMINOLOGIA 2. ETAPAS DE PROJETOS 3. RESPONSABILIDADES 4. APRESENTAÇÃO DE DESENHOS E DOCUMENTOS 5. TIPOS E SIGLAS ADOTADAS 6. AVALIAÇÃO DE PROJETOS PARTE II - PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DOS ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE CAPÍTULO 2 - ORGANIZAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL 1. ORGANIZAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DIAGRAMA 2. LISTAGEM DE ATIVIDADES CAPÍTULO 3 - DIMENSIONAMENTO, QUANTIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES PREDIAIS DOS AMBIENTES PARTE III - CRITÉRIOS PARA PROJETOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE CAPÍTULO 4 - CIRCULAÇÕES EXTERNAS E INTERNAS 1. ACESSOS 2. ESTACIONAMENTOS 3. CIRCULAÇÕES HORIZONTAIS 4. CIRCULAÇÕES VERTICAIS CAPÍTULO 5 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONFORTO 1. CONFORTO HIGROTÉRMICO E QUALIDADE DO AR 2. CONFORTO ACÚSTICO 3. CONFORTO LUMINOSO A PARTIR DE FONTE NATURAL CAPÍTULO 6 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR 1. CONCEITUAÇÃO BÁSICA 2. CRITÉRIOS DE PROJETO CAPÍTULO 7 - INSTALAÇÕES PREDIAIS ORDINÁRIAS E ESPECIAIS 1. INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS (H) 2. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ELETRÔNICAS (I) 3. INSTALAÇÕES FLUÍDO-MECÂNICAS (F) 4. INSTALAÇÃO DE CLIMATIZAÇÃO (AC) CAPÍTULO 8 - CONDIÇÕES DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 1. CRITÉRIOS DE PROJETOS GLOSSÁRIO BIBLIOGRAFIA FIGURAS: SETOR ADMINISTRATIVO - ARQUIVOS CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO VESTIÁRIO DE FUNCIONÁRIO - SANITÁRIO PESSOAL COMUNICAÇÃO CONSULTÓRIO POSTO DE ENFERMAGEM ARQUIVO - INTERPRETAÇÃO E RELATÓRIO SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA ENFERMARIA DE 3 LEITOS QUARTO DE 2 LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO ENFERMARIA DE QUATRO LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO PROJETO FÍSICO DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE CRONOGRAMA DO PROJETO DE EAS FLUXOGRAMA DO PROJETO DE EAS COPA - DISPENSA - CONTROLE LACTÁRIO UNIDADE DE BERÇÁRIO ACLINICO ENFER LAVAND MANUT QUARTO RAIOX UBS-1 ULTRA UTI UNIDADES FUNCIONAIS: UNIDADE FUNCIONAL: 1 - AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE UNIDADE FUNCIONAL: 2 - AMBULATÓRIO UNIDADE FUNCIONAL 2 - CONTINUAÇÃO1 UNIDADE FUNCIONAL 2 - CONTINUAÇÃO2 UNIDADE
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