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Microrganismos do Rúmen
No rúmen há uma infinidade de espécies de microrganismos que participam ativamente do processo de digestão dos alimentos. Graças à ação desses microrganismos, os ruminantes conseguem utilizar a fibra dos alimentos como fonte de energia, o que é impossível para outras espécies de mamíferos.
Basicamente há três tipos de microrganismos no rúmen, bactérias, protozoários e fungos. As bactérias estão presentes em número muito maior que os demais, estima-se que haja no rúmen em torno de 1010 – 1011 bactérias por grama de conteúdo ruminal. A grande maioria delas é composta por organismos anaeróbios exclusivos (só vivem em ambiente completamente livre de oxigênio), mas pode haver número significativo de organismos anaeróbios facultativos, que toleram a presença de oxigênio (O2), principalmente associados à parede ruminal. As bactérias são classificadas de acordo com diferentes critérios, como forma, tamanho, e estrutura, mas a principal forma de classificação de bactérias é de acordo com o substrato preferencial de cada grupo, como mostra a tabela 1.
Além dos grupos mostrados acima, há diversos outros grupos que têm preferências por substratos diferentes. É interessante notar também que uma mesma espécie pode ter preferência por mais de um tipo de substrato, como é o caso de Streptococcus bovis, que fermenta tanto amido como pectina, ou ainda espécies que fermentam vários tipos de substrato, como é o caso de Butyrivibrio fibrisolvens, que degrada celulose, hemicelulose, amido e lipídios.
Os protozoários estão presentes em número bem menor que as bactérias dentro do rúmen, sendo que o número de indivíduos chega a 105 – 106 por grama de conteúdo ruminal. No entanto, como os protozoários são indivíduos muito maiores que as bactérias, a massa total de protozoários e bactérias no rúmen pode ser equivalente. Os protozoários são exclusivamente anaeróbios, e sua função ainda não é totalmente clara. Sabe-se que contribuem com digestão de fibra, e que podem ser um fator de estabilização para produtos finais da fermentação, mas seu benefício para os ruminantes ainda é um aspecto controverso. Estudos com animais defaunados (sem protozoários no rúmen) mostraram que a ausência desses microrganismos frequentemente não causa prejuízos aos ruminantes.
Os fungos presentes no rúmen têm papel secundário na degradação de fibra. Podem representar até cerca de 8% da massa microbiana total quando os ruminantes recebem dietas ricas em forragem, e também são organismos anaeróbios. A significância funcional desses microrganismos ainda não é clara.
De maneira geral os três grupos de microrganismos co-existem de forma organizada, e trabalham em conjunto no processo fermentativo ruminal. Isso fica claro na figura 4, que mostra um protozoário (organismo maior), que tem uma grande capacidade de locomoção, “carregando” diversas bactérias (organismos pequenos, aderidos ao dorso do protozoário) e um esporângio de um ficomiceto (fungo).
Autor: Alexandre Mendonça Pedroso
Engenheiro Agrônomo
M.Sc. em Ciência Animal e Pastagens

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