VA Estado e Poder Local Aula 03 Tema 03

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Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
 Discussão central – analisar a realidade brasileira
dentro do contexto de participação social.
 “A herança colonial foi marcada por inaugurar
uma prática que acabou enraizada em nosso país,
a da exclusão da população nos processos
decisórios. Na análise de Wolkmer, “a experiência
político-jurídica colonial reforçou uma realidade que
se repetiria constantemente na história do Brasil: a
dissociação entre a elite governante e a
imensa massa da população”(BAGGIO, 2011, p.
80).
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 É importante considerar o processo histórico –
desde o Brasil colônia até os dias atuais.
 Ênfase no modelo estadocêntrico – 1930.
 Processo de redemocratização brasileira –
1988.
 Brasil paga um preço pelo lema –
“desenvolvimento a qualquer preço”.
Década de 1980 – inaugura um momento
em que a própria sociedade começa a se
mobilizar e buscar um novo pacto social.
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 O que busca este “novo pacto social” ?
 Novo pacto que, resultado da insatisfação da
sociedade com os resultados do projeto político
em curso até então, cristaliza-se com a
Constituição Federal de 1988 a qual firma o
compromisso de promover a descentralização
política e a construção de formas de gestão e
controle político que valorizassem a ação e a
participação da sociedade civil.
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Características do Estado Nacional
Desenvolvimentista:
Ordenamento social cuja máxima é a
organização hierárquica e desigual do conjunto
das relações sociais.
Predominantemente marcado por critérios de
classe, raça e gênero.
Contribuiu com a (re)produção de conceitos
limitados – ou regulados – de cidadania, direitos
e inclusive política.
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“ O passado colonial-imperial, a subseqüente
república dos coronéis e depois os líderes
populistas levaram ao desenvolvimento de uma
cultura política na sociedade latino-americana em
que se observa uma ‘ naturalização ’ das
relações sociais entre os cidadãos (ou não
cidadãos) e o Estado, ou seja, a relação de
dominação expressa em termos de
clientelismo e paternalismo passou a ser a
norma geral, vista como normal pela própria
população.” (GOHN, 2000, p. 225-226)
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 Estruturas sociais rígidas e hierarquizadas.
Coronelismo – pode ser traduzido como a
hegemonia econômica, social e política de
determinadas famílias e líderes locais que
acarreta o estabelecimento de um regime
de favores aos amigos e aliados dessas
famílias, assim como de perseguições aos
seus adversários.
O personalismo, portanto, passa a ser a
marca das atuações políticas destes líderes.
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 Coronelismo – mesmo sendo fenômeno
histórico da chamada República Velha (1889-
1930), sua lógica está arraigada na estrutura
social brasileira
 Este é o âmbito em que, tradicionalmente o
poder local é muitas vezes pensado e
estudado, ou seja, verificando como o poder
econômico, político e social de famílias
penetram no interior do governo local e
como interfere nas políticas públicas.
(GOHN, 2011)
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A citação seguinte elucida a lógica que sustenta o modelo de
Estado construído entre 1930-1970 no Brasil:
[...] nosso Estado Desenvolvimentista teve bastante êxito em
dar impulso à industrialização e promover a transformação
capitalista da estrutura social, mas o fez, como se sabe, em
base a processos sociais extremamente violentos – recorde-
se a selvagem modernização do campo e a rapidez da
urbanização – e de um modo pouco “ moderno ” , nada
inclusivo de incorporação social dos setores populares, pouco
referido a direitos e à expansão da cidadania, limitado, na
prática, aos assalariados urbanos do mercado formal de
trabalho e, no plano das políticas, à regulação das relações
trabalhistas e aos benefícios previdenciários (DRAIBE, 2003a
apud DRAIBE, 2003b, p. 68)
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Parte 2
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 Modelo desenvolvimentista – é marcado
pelo denominado “milagre econômico”.
 O chamado milagre econômico –
especialmente entre 1969 e 1973, no governo
Médici – colabora para que haja o aumento da
concentração de renda e da pobreza.
 Final de 1970 – questões sérias permeiam a
realidade brasileira: diminuição do poder
econômico, elevação das taxas inflacionárias,
aumento da dívida externa, crise do petróleo.
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 A contínua deteriorização das condições sociais e
de incapacidade do Estado em responder às
demandas sociais faz surgir, a partir da década
de 1970, movimentos populares com
características particulares – que ficaram
conhecidos como os Novos Movimentos Sociais.
Surgem novos sujeitos políticos que, politizando
questões do cotidiano, “inventam” novas formas –
e novos campos – de fazer política, efetuando uma
espécie de alargamento do espaço da política.
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Movimentos sociais ganham um sentido político
importante, pois :
São responsáveis por impulsionar a organização
social e disseminar valores importantes para as
lutas participativas e a organização social.
Trazem para a arena política a necessidade de
ampliação da democracia, ao apontarem para a
ausência de direitos e cidadania.
Politizam necessidades e carências privadas
questionando e reivindicando junto à opinião
pública valores de justiça social e equidade.
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Movimentos sociais – defendem a máxima
“direito de ter direitos”, que tanto maior
será quanto maior for o envolvimento dos
sujeitos.
A política deixa de ser pensada apenas pelo
viés da elite política.
Nesse sentido se alarga o significado do
termo poder local – não só como governo
municipal – mas como novas formas de
organização e participação popular
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 Poder local torna-se sinônimo do processo
de empoderamento da comunidade, ou
seja, traz consigo a noção de uma nova
cultura política que projeta novos sujeitos que
dão expressão ao local na arena política.
 A categoria de “esfera pública” adquire
papel fundamental na democracia, uma
vez que representaria a caixa de ressonância
dos problemas sociais que devem ser
operacionalizados pelo sistema político.
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Agora é sua vez
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Desafio I
• Nesta aula, você estudou sobre as
características gerais do Estado brasileiro
antes da redemocratização (consolidada com
a Constituição Federal de 1988). Considere as
características do Estado brasileiro no período
da chamada “república velha”
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Desafio II 
Considere a afirmação seguinte sobre o 
contexto do coronelismo na República Velha:
As raízes do fenômeno do coronelismo estão
na estrutura social brasileira profundamente
hierarquizada – característica das sociedades
organizadas sobre o escravismo e o latifúndio.
Faça um comentário sobre.
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Desafio III
Em linhas gerais, explique qual a importância
do direito de participar de decisões políticas
para o combate às desigualdades sociais?
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Desafio IV
Tente relacionar a construção de uma nova
lógica de poder local aos movimentossociais,
que ganham força, sobretudo, após 1980.
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Finalizando
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 Período da república velha – Estado 
centralizador.
 Fenômeno histórico do coronelismo.
 Relações sociais forjadas no coronelismo e 
sua influência na vida político-social do país. 
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 Características do regime militar.
 Formas de participação articuladas.
Milagre econômico no final de década de
1970.
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 Sobre o direto de ter direito.
 Movimentos sociais na década de 1980.
 Ampliação do estado democrático – mais 
participativo.
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Empoderamento da população – em
relação à luta pelos seus direitos.
 Sentido de questões que são ligadas ao
conceito de “esfera pública”, portanto, que
devem ser tratadas e discutidas pelos
sujeitos sociais.