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RESUMO CAP. XIII - PROGRAMA DE SOCIOLOGIA JURÍDICA - RAZÕES SOCIAIS DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DOS MAGISTRADOS - SOCIOLOGIA JURÍDICA

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CURSO DE DIREITO
SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA
Professora: Patrícia Formiga
	2º Período – TURMA G
ARTUR LACERDA
BRUNO RICARDO
ERIKA MARQUES
GLAUBSON FORTUNATO
ISABELLA CIRINO
KEYLLA PALMEIRA
RAYANNE BEATRIZ
WINNY DIAS
RAZÕES SOCIAIS DAS GARANTIAS
CONSTITUCIONAIS DOS MAGISTRADOS
João Pessoa – PB
INTRODUÇÃO
Este trabalho busca o estudo aprofundado das razões sociais das garantias constitucionais dos magistrados. Para tanto foi realizada uma profunda pesquisa doutrinaria para se entender um pouco mais sobre esse assunto, com a tentativa de transmitir aos estudantes uma visão sociológica do direito.
O jurídico se compõe de fato, valor e norma indissociavelmente, de sorte que se os operadores do direito não tiverem essa visão tridimensional do direito, não estarão aptos a aplica-lo de forma a realizar à sua função social.
Para entendermos um pouco mais sobre este assunto, em Cavalieri (2010), temos uma ampla visão sobre as garantias constitucionais dos magistrados, com base na Constituição Federal, salvo pelo Artigo 95 que traz em seu ordenamento, incisos I, II, III e IV, como a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos, que asseguram os direitos dos magistrados.
RAZÕES SOCIAIS DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DOS MAGISTRADOS
A justiça deve ser imparcial, independente de quem esteja nos polos da relação jurídica do processo, resguardando e assegurando o direito de quem realmente o tiver, de acordo com o ordenamento jurídico vigente.
Infelizmente nem sempre o tratamento justo das partes é adotado, acontece que algumas vezes, de um lado está alguma pessoa que tem influência, econômica ou até mesmo política, sendo assim, acaba exercendo certa pressão para que a decisão seja favorável a esta parte “influente” ainda que de acordo com a lei, esteja equivocada. Ainda assim nota-se que o poder Judiciário é desarmado, sem aparato material para que se façam cumprir suas decisões, ainda que estas não prevaleçam.
Para propiciar ao Judiciário, condições necessárias para julgar com a imparcialidade e dar forças para que as suas decisões sejam cumpridas, existem as garantias conferidas a ele pela Constituição que se constitucionalizam na vitaliciedade, na inamovibilidade e na irredutibilidade de vencimentos. Essas garantias não são para favorecer a pessoa do juiz, como a maioria pensa, mas sim para tornar efetiva a função de julgar, fortalecendo a independência do Judiciário, e integridade das leis.
A fim de demonstrar esta funcionalidade do poder Judiciário, em Cavaliere mostra-se o exemplo do “caso Ceccaldi”, publicado na revista Veja em 1976. Ceccaldi era um juiz, que ao folhear o Diário Oficial, verificou que acabava de ser transferido, por ocasião de uma teia de acontecimentos que evidenciam os motivos de todo aparato que a Constituição dá aos magistrados. 
“Ao folhear o Diário Oficial francês do ultimo dia 9 de maio, um domingo, o juiz Etienne Ceccaldi verificou, consternado, que acabava de ser transferido [...] O juiz, simplesmente, resolveu que não iria. E, como o ministério da Justiça insistisse, o caso acabou chegando aos jornais, que publicaram certos detalhes curiosos sobre os processos a cargo de Ceccaldi em Marselha.” (CAVALIERI; Sergio, 2010, p. 163).
2. A VITALICIEDADE
A Constituição Federal, em seu artigo 95, garante vitaliciedade ao cargo de juiz. O magistrado não pode ser demitido, salvo por decisão judicial. Somente o tribunal a que o mesmo estiver vinculado poderá decretar a perda do cargo, ou seja, o chefe do Executivo não pode demitir um magistrado, mesmo podendo fazer isso com relação a qualquer funcionário público.
A vitaliciedade é adquirida somente após, dois anos de exercício da magistratura. De acordo com a Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar nº 35, de 14/03/1979), art. 26, inciso II, letras a e c, o magistrado pode perder o cargo em virtude do exercício de qualquer outra função, salvo um cargo de magistérios superior; recebimento, a qualquer título de percentagens ou custos nos processos de sua competência; e o exercício de atividade político-partidária.
A prerrogativa da vitaliciedade tem por objetivo garantir segurança e tranquilidade ao magistrado para que ele possa julgar sem que sofra qualquer pressão quanto ao seu cargo. O juiz deve estar seguro de que ninguém irá ameaçá-lo, não importando contra quem for a sua decisão. Poderá julgar com honestidade e imparcialidade sem medo de perder o cargo.
3. A INAMOVIBILIDADE
Como todo servidor público que pertença ao quadro efetivo de um órgão, gozam de alguns direitos e garantias, no caso dos magistrados, estes, gozam de alguns outros privilégios.
A inamovibilidade é o direito que os magistrados têm, assegurados pela própria constituição de não serem transferidos de suas comarcas de forma arbitraria, deste modo vindo a prejudicar a função de julgar, pois o ato de transferir um servidor é visto como castigo equipara a uma demissão.
O constituinte visando à licitude da função de julgar e se precavendo de possíveis vendas de sentenças e pressão externas, a constituição assegurou no Art. 95 em seu inciso II os magistrados, e a impossibilidade de ser transferido ou de receber promoção que venha a prejudicar uma sentença ou o ato de julgar, mas no próprio artigo refere-se que o magistrado pode ser relocado no caso de interesse público ou pelo voto de dois terços dos membros do seu tribunal.
Os magistrados em inicio de carreira são geralmente locados em cidades do interior ou comarcas pequenas, e passam anos e anos para alcançarem as comarcas de entrâncias mais elevadas ou à capital. Se não houvesse a inamovibilidade o magistrado poderia ser imparcial em seu julgamento na espera de uma promoção, ou seriam transferidos para uma comarca de capital ou para cidade de descendência do magistrado. Se fosse possível pressioná-lo com uma transferência compulsória para que viesse a julgar dessa ou daquela forma, ou premiar outro com a remoção para um lugar melhor como meio de obter uma decisão favorável, acabaria a segurança, a tranquilidade e a imparcialidade do magistrado, com fatais sequelas para a sociedade. A justiça passaria a ser barganha de lugares, sempre ocupando os melhores e mais elevados postos os que mais dispostos estivessem a fazer tudo o que o “patrão” ordenar (e não a lei), como sói acontecer em outros segmentos da administração. (CAVALIERI; Sergio, 2010, p. 167).
4. A IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS
4.1 - Garantia Constitucional Necessária à Imparcialidade do Magistrado.
Devido à complexa função que exerce, o juiz deve ser cercado de garantias e independências, principalmente no que diz respeito aos outros poderes do Estado. Portanto, se faz necessário, e indispensável, que o magistrado esteja protegido de ameaças e imposições, de solicitação de favores que podem comprometer a sua imparcialidade.
Assim sendo, para evitar eventuais e indesejadas interferências no Poder Judiciário, a Constituição Federal assegura ao Juiz a vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio (art. 95 da Constituição Federal).
A irredutibilidade de subsídios é a terceira garantia que a Constituição oferece ao magistrado. Significa que, com a revisão anual deste subsídio, a remuneração dos magistrados não pode ser reduzida e deve ser revisada anualmente para garantir e corrigir eventuais distorções ocasionadas pela inflação. Quando violada, pode comprometer a rigidez do sistema. Com efeito, a mera hipótese de o magistrado sofrer redução em seu salário em decorrência de algum ato judicial implicaria em motivo de inibição no exercício de sua magistratura. Dessa forma, garante-se ao juiz o livre exercício de suas atribuições, sem ser alvo de pressões alheias.
É certo que a formação moral do juiz é muito importante, como fator determinante de sua conduta, a tal ponto que os juízes de bom caráter conservam a independência, a despeito de tudo. Mas é imprescindível que a lei reforce a disposição moral do juiz, afinal é muitomais fácil ser independente quando temos segurança quanto à satisfação das nossas necessidades do que numa situação de carências e incertezas.
A irredutibilidade de subsídios tem por objetivo não sujeitar os magistrados a qualquer tipo de pressão econômica, uma das mais eficazes formas de tirar a segurança e a independência de qualquer um que seja.
Todavia, não se deve achar que as garantias constitucionais dos magistrados destinam-se principalmente à pessoa do magistrado. Pelo contrário, em último grau, essas garantias são necessárias para o povo, que precisa de juízes imparciais para harmonização pacífica e justa dos conflitos de direito. Portanto, o juiz deve defender sua independência, pois sem ela a atividade jurisdicional pode ser reduzida a uma farsa, e esconder do povo injustiças e discriminações.
Podemos resumir essa garantia do magistrado com a seguinte frase do Ministro Carlos Mário Velloso: “O juiz brasileiro tem tudo para julgar do acordo com sua consciência, pois tem independência, inamovibilidade e irredutibilidade salarial. No Brasil, o juiz que se verga a interesses o faz não por falta de garantias, mas por falta de caráter” (O Globo, 23.08.2000).
5. O MINISTÉRIO PÚBLICO, A DEFENSORIA PÚBLICA E O ADVOGADO
Em torno do Judiciário, elementos que merecem destaque além do magistrado, é o Ministério Publico, a Defensoria Publica e o Advogado.
5.1 - O Ministério Público: 
É um órgão independente e não pertence a nenhum dos três Poderes: Executivo Legislativo e Judiciário. Possui autonomia na estrutura do Estado e não pode ser extinto ou ter as atribuições repassadas à outra instituição. O papel do órgão é fiscalizar o cumprimento das leis que defendem o patrimônio nacional e os interesses sociais e individuais, fazer controle externo da atividade policial, promover ação penal pública e expedir recomendação sugerindo melhoria de serviços públicos.
O Ministério Público da União (MPU) compreende os seguintes ramos:
5.1.1 - Ministério Público Eleitoral:
O Ministério Público Eleitoral trabalha junto à Justiça Eleitoral para garantir a soberania popular por meio do voto. Para isso, fiscaliza o processo eleitoral -- alistamentos de eleitores, registro de candidatos, campanha eleitoral, exercício do sufrágio popular, apuração dos votos, proclamação dos vencedores, diplomação dos eleitos.
5.1.2 - Ministério Público Militar:
É responsável pela ação penal militar no âmbito da Justiça Militar da União. Entre suas funções está a de declarar indignidade ou incompatibilidade para o oficialato, pedir investigação e instauração de inquérito policial-militar e exercer o controle externo da atividade da polícia judiciária militar.
5.1.3 - Ministério Público do Trabalho:
O Ministério Público do Trabalho atua como árbitro e mediador em conflitos trabalhistas coletivos, que envolvem trabalhadores e empresas ou entidades sindicais que os representam, além fiscalizar o direito de greve nas diferentes categorias. O órgão também recebe denúncias, instaura processos investigatórios e ajuíza ações judiciais quando comprovada alguma irregularidade.
O Ministério Público pode ser Federal ou Estadual. No primeiro, Procuradores da República atuam junto à Justiça Federal e pertencem ao Ministério Público da União. No segundo, Promotores e Procuradores de Justiça trabalham junto à Justiça Estadual e são funcionários do Ministério Público Estadual. Quando o assunto analisado for matéria federal, quem representará a sociedade serão os procuradores regionais da República e o processo ficará a cargo do Tribunal Regional Federal. Quando a matéria é estadual, procuradores de Justiça é que vão atuar junto aos Tribunais de Justiça Estaduais. Os procuradores e promotores do Ministério Público têm a independência assegurada pela Constituição. Assim, estão subordinados a um chefe apenas em termos administrativos, mas cada profissional é livre para seguir suas convicções, desde que estejam em acordo com a lei. O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União e do Ministério Público Federal. É também o Procurador-Geral Eleitoral.
5.2 - Defensoria Pública:
À Defensoria Pública incumbe, em regra, prestar assistência jurídica integral e gratuita às pessoas que não podem pagar pelos serviços de um advogado, são profissionais aprovados em concursos públicos de provas e títulos com, pelo menos, dois anos de experiência jurídica. Sendo a defesa dos financeiramente hipossuficientes sua função típica. O Defensor é um agente político de transformação social. Não integra a advocacia, pública ou privada, e tem independência funcional no exercício de sua função.
Algumas situações que os Defensores podem atuar:
Saúde: Representação em caso de necessidade de um remédio negado pelo Estado, ou de internação e tratamento em hospital público.
Educação: A Defensoria Pública pode promover ações judiciais ou intermediar acordos com o Estado para garantir o acesso à educação a quem necessite.
Previdência Social: Auxilio para obtenção de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-reclusão, auxílio-maternidade, salário-família ou outro benefício previdenciário.
Assistência Social: Em alguns casos, mesmo os que nunca contribuíram na Previdência Social, têm direito a um benefício assistencial denominado BCP – Benefício de Prestação Continuada. A Defensoria pode atuar nesses casos.
Moradia: A Defensoria Pública atuará para garantir ao cidadão de baixa renda familiar o direito à moradia, apresentando defesa nas ações de emissão, reintegração da posse ou ajuizando ações judiciais para evitar leilões dos imóveis e promover renegociações dos contratos de financiamento da casa própria celebrados pelo Sistema Financeiro de Habitação e também pela COHAB, caso se mostre abusivos. A Defensoria Pública da União também pode promover ações para concretizar as políticas públicas de regularização fundiária.
Liberdade: Garantem a todos os acusados em processo criminal a defesa e o contraditório (direito de resposta ou reação). Assim, sempre que algum cidadão for preso, processado criminalmente ou estiver ameaçado de lesão no exercício pleno do direito de ir e vir deverá procurar a Defensoria Pública para que tome todas as medidas cabíveis para conseguir a sua liberdade.
Ações Coletivas: A Defensoria Pública também pode representar de uma só vez, perante o Poder Judiciário ou fora dele, um grupo de pessoas que tenham interesses comuns, como, por exemplo, todos os consumidores de serviços de energia elétrica, todos os moradores de determinada favela, todos os estudantes que precisem do serviço público federal de ensino, entre tantos outros.
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS: Os Defensores Públicos também podem atuar para garantir ao trabalhador o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – o FGTS, para a obtenção e a regularização do CPF perante a Receita Federal e para a garantia dos direitos do consumidor.
Além disso, a Defensoria Pública deverá promover a defesa dos direitos humanos fundamentais das minorias: mulheres e crianças, idosos, deficientes, homossexuais e negros vítimas de preconceitos.
5.3 - O Advogado:
O termo Advogado provém do latim, “ad vocatus”, que significa aquele que foi chamado para socorrer outro perante a justiça. Desse profissional é exigido o curso superior de DIREITO, com duração de quatro ou cinco anos, dependendo da instituição de ensino - além de estágio obrigatório. Cumprindo as duas exigências, obtém-se o diploma de bacharel em direito, mas, no entanto, o exercício da profissão é regulamentado e só é permitida após a aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), uma prova complexa, com um alto índice de reprovação. Para ser bem-sucedido nesta área, são necessários sólidos conhecimentos em filosofia, lógica, política e economia; domínio da língua portuguesa e do vocabulário do direito; domínio da informática, particularmente da internet, adotada em massa pela área jurídica para pesquisar grande parte da legislação brasileira e internacional.Atualmente a advocacia é uma profissão mundialmente conhecida e sua atuação permeia quase todas as áreas das relações humanas, tendo sido necessário a ampliação e o desmembramento em ramos e especialidades. No Brasil, a Constituição de 1988 consagrou a profissão do Advogado como indispensável à administração da justiça nos seguintes termos: “Art. 133 - O Advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei” (Art. 133, CF/88). Sendo o profissional que atua para demandar, requerer ou pedir ao Poder Judiciário que se pronuncie sobre determinado tema jurídico, o Advogado tanto pode postular no interesse privado quanto no interesse público.
6. O ENSINO JURÍDICO
O ensino do direito em nosso país tem sido duramente criticado nas últimas décadas, e é até apontado como o grande responsável pelo rebaixamento do nível profissional das carreiras jurídicas.
E o problema já vem do ensino fundamental. Ao concluir a 4ª série do ensino fundamental, 59% dos estudantes brasileiros não conseguem ler mais do que frases simples. Quando o assunto é matemática, 52% deles mal consegue decifrar uma operação simples de somar ou subtrair. Só 4,4% dos alunos estão no nível adequado para a série. O Exame Nacional do ensino Médio (ENEM) avalia escolas a partir de alunos que estão terminando a educação básica. Mas é no inicio do processo da educação infantil, que muito do fracasso ou do sucesso é definido. A atenção na aquisição da linguagem, as histórias contadas e cantadas e a pronúncia correta das palavras, quando se unem a fatores como formação do professor, tornam-se decisivos na aquisição e desenvolvimento da linguagem. O Brasil ficou em último lugar atrás do México e Letônia. 
Em resumo, a maioria dos jovens brasileiros entre 15 e 16 anos é analfabeto funcional, sabe ler as palavras, mas é incapaz de decodificar seus significados.
Na visão da Doutora em Educação Magda Soares, a raiz do problema está em sala de aula: formação deficiente dos professores, desvalorização dos profissionais na área de educação, falta de estrutura física e pedagógica.
O fracasso do ensino médio e fundamental em nosso país prejudica a formação de todas as profissões que exigem nível universitário, mas principalmente Magistério e as carreiras jurídicas. Mais que as outras, essas profissões dependem do completo domínio da língua, precisam ter tirocínio e raciocínio, capacidade de ler, compreender e usar aquilo que se lê. Para suprir a deficiência muitos cursos de Direito incluíram em seu currículo o estudo do Português jurídico.
O índice de reprovação na OAB em São Paulo tem atingido a marca impressionante cerca de 90%. Realizado em duas etapas, tais resultados ilustram com louvor a decadência do ensino em nosso país. A primeira parte é composta por questões de múltiplas escolhas, na qual o candidato deve superar a média de 46 acertos. A segunda etapa é formada por questões discursivas, nas quais os erros crassos de conjugação verbal, ortografia, coesão e coerência textuais e entre outros são identificados.
O verdadeiro, senão o único, objetivo válido da preparação cientifica e profissional do advogado é o do relacionamento entre a lei e a realidade social, familiarizando o jurista com os pressupostos da norma jurídica e habilitando-o a solucionar e compor controvérsias e os conflitos de interesses.
Por fim, há um provérbio chinês que diz, “Dá um peixe a um homem e matarás a sua fome por um dia, ensina-o a pescar e o alimentarás para o resto da vida” dispensa maiores comentários. Não basta fornecer peixes aos alunos ou indicar-lhes ao mar, mediante as informações e conhecimentos, como vem fazendo o ensino jurídico tradicional. É preciso ensinar-lhes a pescar, mediante um ensino teórico e prático que os capacite efetivamente para o exercício da advocacia.
CONCLUSÃO
Sabemos que a justiça deve ser distribuída de forma imparcial. Entretanto, nem sempre os pratos da balança da justiça têm peso igual. Às vezes, de um lado da demanda está alguém influente, política ou economicamente poderoso, capaz de forçar uma decisão favorável ainda que o direito lhe seja totalmente contrário. Evidente que, se essa pressão puder ser feita sobre o julgador, a justiça não passará de uma farsa e toda a ordem jurídica ficará comprometida.
Logo, as garantias expressas neste trabalho não são para favorecer o juiz, concedendo-lhes privilégios ou regalias como muitos pensam, mas sim para tornar efetiva e eficiente a função de julgar. Visam ainda fortalecer a independência funcional do Poder Judiciário, bem como a integridade do regime democrático.
O presente trabalho também apresentou a importância do Ministério Público, da Defensoria Pública e do Advogado como objetos humanos que colaboram para a boa e regular distribuição da justiça destacando ainda a imagem que o homem comum possui em relação ao Advogado. Trata-se de uma imagem certamente difusa e incoerente ainda que na mente comum do povo. Quando alguém diz que “procurará seus direitos” ou que “tem advogado”, possui uma noção das chances processuais ou das vantagens e desvantagens da luta judicial.
Ainda assim, esta imagem social do Advogado é variável. Um dos traços comuns dessa imagem, o formalismo, pode ser vinculado ao tipo de estratégia que o advogado usa, ao aplicar sobre a letra da lei seus tecnicismos, mas também se relaciona a certo sentido de distância social que em parte o imuniza contra a volubilidade de modas que hoje reflete a extrema mobilidade social.
Por fim, o trabalho apresentou as dificuldades que o ensino jurídico enfrenta em nosso país provando que o fracasso do ensino médio e fundamental prejudica a formação de todas as profissões que exigem nível universitário, mas principalmente o magistério e as carreiras jurídicas. Logo, por melhor que seja o ensino jurídico, não se podem conseguir ótimos resultados se a formação do estudante no primeiro e segundo graus foi deficiente.
No que diz respeito ao ensino do Direito, propriamente dito, entendemos ser necessária uma mudança metodológica, de modo a privilegiar mais o íntimo entrelaçamento entre teoria e prática. Com isso, torna-se o objetivo válido da preparação científica e profissional do jurista a relação entre a lei à realidade social, familiarizando o jurista com os pressupostos da norma jurídica e habilitando-o a solucionar e compor controvérsias e os conflitos de interesses.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988), Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília; Senado, 1988.
BRUNO; Marta, Diário do Nordeste, 21 de Jul. 2010, Disponível em: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/ma-qualidade-do-ensino-infantil-e-causa-de-fracasso-no-enem-1.369596
COELHO; Tom, Educação em Decadência, 06 de Dez. 2012, Disponível em: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=2358
DANTAS; Adriano Mesquita, Artigos: Irredutibilidade de subsídio: garantia do Poder Judiciário, Brasília, 01 de Set. 2011, Disponível em: http://www.anamatra.org.br/artigos/irredutibilidade-de-subsidio-garantia-do-poder-judiciario.
FILHO; Sergio Cavalieri, Programa de Sociologia Jurídica, Forense: Rio de Janeiro, 2010. p. 163 - 173.
PÚBLICA; Defensoria, Funções da DP, Curitiba, 22 de Nov. 2010, Disponível em: http://terradedireitos.org.br/2010/11/22/o-que-e-a-defensoria-publica/
SILVA; Vandeler Ferreira da, Funções do Advogado, Disponível em: http://www.infoescola.com/direito/advogado/
SOUZA; Pablo Gustavo Bastos de, Garantias e vedações na magistratura brasileira e no Ministério Público, Santa Catarina, 2015, Disponível em: http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/14641-14642-1-PB.htm.
UNIÃO; Ministério Público da, Funções do MP, 04 de Jan. 2010, Disponível em: http://www.brasil.gov.br/governo/2010/01/ministerio-publico

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