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1 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online SUSPENSÃO, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO QUESTÃO DE CONCURSO O pulo do gato Normalmente, as provas cobram os seguintes assuntos de forma coligada nas questões: modalidades de suspensão da elegibilidade do crédito, extinção do crédito e exclusão. Portanto, deve-se saber quais são as modalidades de suspensão, a fim de que se saiba diferenciar suspensão, extinção e exclusão de crédito. 1. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2015) Julgue o seguinte item com base nas normas gerais de direito tributário. A moratória e a concessão de medida liminar em mandado de segurança são casos de suspensão do crédito tributário, ao passo que a anistia e a isenção são casos de extinção do crédito tributário. Comentário As hipóteses de extinção do crédito tributário estão dispostas no artigo 156 do CTN, ao passo que as hipóteses de exclusão estão no artigo 175 do CTN. Assim, anistia e isenção constituem-se formas de exclusão do crédito tributário e não de extinção como afirma a questão. 2. (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Jul- gue o próximo item, referente a exigibilidade do crédito tributário, isenção, lançamento e princípios tributários. A carta de fiança bancária é modalidade de garantia idônea para conferir a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 2 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário As hipóteses de suspensão do crédito tributário estão inseridas taxativamente no artigo 151 do CTN, de forma que a fiança bancária não se encontra presente. A resposta à execução fiscal são os embargos. Sem a garantia, por meio de bem ou de dinheiro, um embargo não é recebido, uma vez que a garantia é condição de procedibilidade deste. Descontentes com isso, algumas empresas apresentaram projeto de lei para alterar a lei de execução fiscal e houve uma alteração. Atualmente, no artigo 9º e no artigo 16 da Lei de Execução Fiscal, há a previsão de que será garantido juízo com nomeação de bem à penhora, carta fiança e seguro garantia. Carta fiança é um contrato com o banco, e seguro garantia, da mesma forma. Esses dois contratos garantem a execução fiscal, sendo possível se apresentar os embargos. O entendimento dos advogados é de que a carta fiança e a fiança bancária, por garantirem o juízo na execução fiscal, geram uma suspensão da exigibilidade do crédito. Entretanto, o posicionamento da Procuradoria é contrário. De acordo com ela, o artigo 9º da Lei de Execução Fiscal, a Lei n. 6.830/1980, prevê a carta fiança e a fiança bancária como modalidades de garantia da execução, mas não estão previstas no artigo 151 do Código Tributário Nacional. Por essa razão, não podem gerar a suspensão da exigibilidade do crédito, pois o STJ entende que o artigo 151 é taxativo e porque uma Lei Ordinária, como a Lei n. 6.830, não pode tratar desse tipo de suspensão, somente o Código Tributário Nacional. Alguns julgados, dos Tribunais Regionais Federais, inclusive do STJ, alegaram que a carta fiança s uspendia a exibilidade d o c rédito, e ntretanto, p or uma vitória da Procuradoria da Fazenda Nacional e das Procuradorias Federais, Estaduais e Municipais, o entendimento que prevalece no STJ, no momento – podendo ser alterado –, é o de que a carta fiança é modalidade de garantia dos embargos de execução, mas não suspende a exigibilidade do crédito. 3 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Ademais, vide o seguinte entendimento: O STJ, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo 1.156.668/DF (Rel. Min. Luiz Fux, DJe 10/12/2010), firmou posicionamento no viés de que a fiança bancária não é equiparável ao depósito integral do débito exequendo, para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, ante a taxatividade do art. 151 do CTN e do enunciado da Súmula 112/STJ. (AgRg no AREsp 402.800/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/03/2014, DJe 07/04/2014) 3. (FGV/AUDITOR FISCAL/PREFEITURA DE CUIABÁ – MT/2016) Caio, visan- do à suspensão de exigibilidade de crédito objeto de auto de infração, ajuizou ação anulatória e realizou o depósito do montante integral. As opções a se- guir também apresentam hipóteses de suspensão de exigibilidade do crédito, à exceção de uma. Assinale-a. a. Moratória. b. Impugnação ao auto de infração. c. Anistia fiscal. d. Parcelamento do crédito. e. Concessão de medida liminar em mandado de segurança. Comentário Apenas uma ação anulatória não suspende a exigibilidade do crédito, sendo necessária uma tutela provisória, fosse de urgência, ou uma tutela de evidência na ação anulatória, ou uma liminar, de acordo com o artigo 151. Juntamente com uma ação anulatória, o depósito suspende a exigibilidade do crédito. As hipóteses de suspensão do crédito tributário estão taxativamente previstas no artigo 151 do CTN, e as hipóteses de exclusão do crédito tributário estão dispostas no artigo 175 do mesmo diploma legal. Dessa forma, nota-se que anistia e isenção constituem-se formas de exclusão do crédito tributário e as demais hipóteses contidas nas assertivas suspendem o crédito tributário. 4 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 4. (FCC/PROCURADOR/PGE – MT/2016) Constituem modalidades de sus- pensão da exigibilidade, exclusão e de extinção do crédito tributário, respec- tivamente: a. a moratória, a isenção condicional e o parcelamento. b. a remissão, a anistia e o pagamento. c. o depósito do montante integral, a liminar em mandado de segurança e a novação. d. a isenção condicional, o fato gerador enquanto pendente condição sus- pensiva e o parcelamento. e. a impugnação administrativa, a isenção condicional e a conversão de de- pósito em renda. Comentário Segundo o artigo 151 do CTN, as hipóteses de suspensão do crédito tributário são: moratória, depósito do seu montante integral, as reclamações e os recursos, concessão de medida liminar em mandado de segurança, concessão de medida liminar ou de tutela antecipada (em outras espécies de ação judicial) e parcelamento. As formas de exclusão do crédito tributário encontram-se dispostas no artigo 175 do CTN, quais sejam, anistia e isenção. Já as formas de extinção do crédito tributário estão estabelecidas 156 do CTN sendo elas as seguintes: pagamento, compensação, transação, remissão, a prescrição e a decadência, a conversão de depósito em renda, pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 §§ 1º e 4º do CTN, a consignação em pagamento, nos termos do § 2º do artigo 164, decisão administrativa irreformável (assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória), decisão judicial passada em julgado, dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 5 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Atenção! Em provas simples, a respeito de isenção não condicionada, deve-se seguir o posicionamento do STF, de que pode ser revogada a qualquer tempo. Porém, o Supremo Tribunal Federal, em um recente julgado, entendeu que qualquer revogação de benefícios fiscais altera o aspecto quantitativo e, por essa razão, deveria respeitar a anterioridade. Ainda não houve, no entanto, manifestaçãosobre isenção não condicional. 5. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-SP/2015) No âmbito da Administração Tri- butária e da defesa dos direitos dos contribuintes em juízo, é correto afirmar: a. Consolidou-se na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a tese se- gundo a qual é cabível o emprego de ação civil pública para impedir a cobrança de tributo, fundamentada na defesa de direitos individuais homo- gêneos dos contribuintes. b. De acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal, é legítima a postura do Estado em apreender mercadorias quando essas não estiverem acom- panhadas de documentação fiscal idônea a provar sua origem e em retê-las até a comprovação de procedência. c. O termo sanções políticas engloba uma série de exigências apostas ao contribuinte pela Administração Tributária com vistas a, de maneira indi- reta, impor àquele o pagamento de tributo, sendo sinônimo de obrigações acessórias. d. O oferecimento de fiança bancária não ilide a inclusão e não determina a exclusão do nome do contribuinte no CADIN, uma vez que, segundo o artigo 151, do Código Tributário Nacional, não é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. e. O Superior Tribunal de Justiça admite a aplicação do instituto da denúncia espontânea nos casos de imposto sujeito ao lançamento por homologação. 6 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário a) A Lei da Ação Civil Pública dispõe expressamente em seu artigo 1º, parágrafo único, sobre a impossibilidade desse tipo de ação veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, FGTS, ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. b) Em atenção à súmula 323 do STF “é inadmissível a apreensão de mercadorias com o propósito de coagir o contribuinte ao pagamento de tributos”. Por outro lado, o fisco poderá reter mercadoria por falta de documento idôneo ou devido à inobservância por parte do contribuinte quanto às regras pertinentes para trânsito de mercadorias. Em que pese tal possibilidade, a retenção somente pode ocorrer enquanto se lavra o Auto de Infração e se identifica o proprietário, pois logo depois a mercadoria é liberada. Vide Ação Direta de Inconstitucionalidade 395 do Supremo Tribunal Federal. EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 163, § 7° , DA CONSTI- TUIÇÃO DE SÃO PAULO: INOCORRÊNCIA DE SANÇÕES POLÍTICAS. AUSÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 5º, INC. XIII, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. A retenção da mercadoria, até a comprovação da posse legítima daquele que a transporta, não constitui coação imposta em desrespeito ao princípio do devido processo legal tributário. 2. A hipótese de retenção temporária de mercadoria prevista no art. 163, § 7º, da Constitui- ção da legislação tributária nesse território e consubstancia exercício do poder de polícia da Administração Pública Fazendária, estabelecida legalmente para os casos de ilícito tributário. Inexiste, por isso mesmo, a alegada coação indireta do contribuinte para satisfazer débitos com a Fazenda Pública. (ADIn 395 julgada em 17/05/2007. Min. Cármen Lúcia). c) É ilegítimo se apreender mercadoria, para impor pagamento de tributo. Esse fato diz respeito à sanção política. Sanções políticas constituem-se meios coercitivos utilizados pelo fisco para obter o pagamento dos tributos, mas não se confundem com as obrigações acessórias em Direito Tributário. Estas, 7 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online por sua vez, têm por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas na legislação tributária, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. d) Embora não esteja prevista em lei a hipótese da fiança para fins de suspensão do crédito tributário, o Supremo Tribunal Federal já aceitou tal modalidade, desde que haja o depósito do montante integral devido para aceitar a fiança. DIREITO TRIBUTÁRIO. CAUÇÃO PARA EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEI- TOS DE NEGATIVA. O contribuinte pode, após o vencimento de sua obrigação e antes da execução fiscal, garantir o juízo de forma antecipada mediante o oferecimento de fiança ban- cária, a fim de obter certidão positiva com efeitos de negativa. De fato, a prestação de caução mediante o oferecimento de fiança bancária, ainda que no montante integral do valor devido, não se encontra encartada nas hipóteses elencadas no art. 151 do CTN, não suspendendo a exigibilidade do crédito tributário. Entretanto, tem o efeito de garantir o débito exequendo em equiparação ou antecipação à penhora, permitindo-se, neste caso, a expedição de certidão positiva com efeitos de negativa. AgRg no Ag 1.185.481-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 14/10/2013. Em que pese tal entendimento, o STJ, em 2014, afirmou ser a fiança inidônea a suspensão do crédito tributário tendo em vista que o artigo 151 do CTN é taxativo e, ademais, vai contra o entendimento da Súmula 112 do STJ. e) Vai contra ao disposto na Súmula 360 do STJ: “O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo”. 6. (CESPE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO – DIREITO/ANATEL/2014) Com base nas normas do CTN, julgue o item subsecutivo, relativo à suspensão do crédito tributário. Se a União conceder moratória, poderá definir, por lei, que essa moratória se aplique apenas a determinada região do país. 8 Suspensão, Extinção e Exclusão do Crédito DIREITO TRIBUTÁRIO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário Somente o ente competente para a instituição do tributo pode conceder moratória. Contudo, o artigo 152, parágrafo único do CTN traz uma exceção diante da chamada moratória individual: A moratória somente pode ser concedida: I – em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; II – em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. GABARITO 1. E 2. E 3. c 4. e 5. b 6. C ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Mauro S. Moreira.
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