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Campus PinheiroCampus Pinheiro Prof. Alex Kilmer CH: 60 horas O QUE VEREMOS... 1. INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS SOLOS 2. ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS 3. ÍNDICES FÍSICOS DOS SOLOS 4. ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS SOLOS 5. PLASTICIDADE E CONSISTÊNCIA DOS SOLOS 6. PRINCIPAIS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS 7. FENÔMENOS DA CAPILARIDADE, PERMEABILIDADE E COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS 8. NOÇÕES GERAIS DE PROSPECÇÃO DO SUBSOLO 1.2 PRIMEIROS ESTUDOS DOS SOLOS A necessidade do homem trabalhar com os solos, encontra sua origem nos tempos mais remotos, sendo tão antiga quanto a civilização. 1. INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS SOLOS Recordem-se, entre outros, os problemas de fundações e de obras de terra que terão surgido nas grandes construções representadas pelas pirâmides do Egito, os templos da Babilônia e a Grande Muralha da China. Trabalhos marcantes sobre o comportamento dos solos foram desenvolvidos no passado, como os de COULOMB, 1773; RANKINE, 1886; E DARCY, 1856. Porém, um acúmulo de insucessos nas obras de Engenharia Civil no início do século XX, dos quais se destacam: as rupturas do Canal do Panamá, 1913; escorregamento de Muro de Cais na Suécia, 1914; rompimentos de grandes taludes em estradas e canais em construção nos Estados Unidos, mostrou a necessidade de revisão dos procedimentos de cálculos. Em 1925 o Prof. Karl Terzaghi publicou seu primeiro livro de Mecânica dos solos, baseado em estudos em vários países, depois do início dos grandes acidentes. Nasce então, no ano de 1925, a Mecânica dos Solos, sendo batizada em 1936 durante a realização do primeiro Congresso Internacional de Mecânica dos Solos. No Brasil... Em meados de 1938 foi instalado o primeiro Laboratório de Mecânica dos solos em São Paulo. Em novembro de 1938 foi instalado o Laboratório de Solos e Concreto da Inspetoria Nacional de Obras Contra a Seca em Coremas, Paraíba. 1.3 DEFINIÇÃO Estuda as características físicas dos solos e as suas propriedades mecânicas (equilíbrio e deformação) quando submetido a acréscimos ou alívio de tensões. 1.4 OBJETIVO Substituir por métodos científicos os métodos empíricos aplicados no passado. 1.5 SOB O PONTO DE VISTA DA ENGENHARIA CIVIL É a denominação que se dá a todo material de construção ou mineração da crosta terrestre escavável por meio de pá, picareta, escavadeira, etc. O solo é utilizado na engenharia civil como: Material de construção de aterros, barragens, bases e sub-bases de pavimentação; Suporte de fundação, por exemplo, de valas, sapatas, blocos, tubulões, etc.. 1.6 GEOTÉCNICA É a aplicação de métodos científicos e princípios de engenharia para a aquisição, interpretação e uso do conhecimento dos materiais da crosta terrestre e materiais terrestres para a solução de problemas de engenharia. É a ciência aplicada de prever o comportamento da Terra e seus diversos materiais, no sentido de tornar a Terra mais habitável para as atividades humanas. Os estudos para o projeto e a execução de fundações de estruturas requerem prévias investigações geotécnicas. Um dos maiores riscos que se pode corre na área da Construção Civil é iniciar uma obra sem um conhecimento perfeito do terrento de fundação. O objetivo da Geotécnica é determinar, tanto quanto possível sob fundamentação científica, a interação terreno-fundação-estrutura. Com o intuito de prever e adotar medidas que evitem recalques ou ruptura do terreno, com o consequente colapso da obra. Procura-se alcançar a maior estabilidade e o menor custo da obra, além de proteção de obras vizinhas, quando for o caso. No planejamento de um programa de investigações geotécnicas há que se considerar não só as características do terreno - natureza, propriedades, sucessão e disposição das camadas e presença do nível de água - como o tipo da estrutura: grande ou pequena, pesada ou leve e rígida ou flexível. Numa investigação geotécnica, é importante que sejam atendidas duas exigências fundamentais... RAPIDEZ CONFIANÇA RAPIDEZ – rapidez na sua realização, para prever e prover a tempo contra eventuais dificuldades. CONFIANÇA - confiança nos resultados obtidos, o que importa dizer que os estudos sejam orientados por empresas e profissionais idôneos e com experiência. OBRAS RODOVIÁRIAS NESTE TIPO DE OBRA SE ENCONTRAM TERRENOS COM UMA DIVERSIDADE DE CARACTERÍSTICAS, PORTANTO, EXIGE UM CUIDADOSO RECONHECIMENTO GEOTÉCNICO DA REGIÃO. Para destacar a importância da Geotécnica, basta atentar, como observa Lambe, para as seguintes questões que se apresentam na atividade de um profissional da construção civil. Qual a fundação mais adequada: superficial ou profunda? Estaca ou tubulão? Que tipo de estaca: de madeira, de concreto ou metálica? Quais dimensões mais econômicas e seguras? Haverá recalques? “ A natureza não tem nenhum contrato para concordar com a Matemática.” (LITTLE) Conclui-se, assim, que uma informação tão completa quanto possível da natureza do subsolo é indispensável, e... Sempre haverá algum risco devido a condições desconhecidas. “Quem projeta e constrói fundações importantes e difíceis não dorme bem durante a noite.” (DUNHAM, 1968) 2. ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS Os solos são materiais que resultam do intemperismo das rochas, por desintegração mecânica ou decomposição química. Por desintegração mecânica, através de agentes como água, temperatura, vegetação e vento, formam-se os pedregulhos e areias (solos de partículas grossas) e até mesmo os siltes (partículas intermediárias), e, somente em condições especiais, as argilas (partículas finas). Por decomposição química, entende-se o processo em que há modificação química ou mineralógica das rochas de origem. O principal agente é a ÁGUA. E os mais importantes mecanismos de ataque são a OXIDAÇÃO, HIDRATAÇÃO, CARBONATAÇÃO E OS EFEITOS QUÍMICOS DA VEGETAÇÃO FORMAÇÃO DOS SOLOS PESQUISAR SOBRE... Os mecanismos de ataque na formação do solo: OXIDAÇÃO, HIDRATAÇÃO, CARBONATAÇÃO E OS EFEITOS QUÍMICOS DA VEGETAÇÃO. 2.1 PEDOLOGIA A formação de um solo s é função da rocha de origem (r), da ação dos organismos vivos (o), do clima (cl), da fisiografia (p) e do tempo (t). s = f(r, o, cl, p, t) É a ciência que tem estuda as camadas superficiais da crosta terrestre, em particular a sua formação e classificação, levando em conta a ação de agentes climatológicos. As camadas que constituem um perfil são denominadas horizontes e designam-se pelas letras A (camada superficial), B (subsolo) e C (camada profunda). Esses horizontes, que diferenciam-se pela cor e composição química, são ainda subdivididos em outros: A0, A1... B1, B2... 2.3 SOLOS RESIDUAIS, SEDIMENTARES E DE FORMAÇÃO ORGÂNICA Solos residuais – são os que permanecem no local da rocha de origem, observando-se uma gradual transição do solo até a rocha. 2.3 SOLOS RESIDUAIS, SEDIMENTARES E DE FORMAÇÃO ORGÂNICA Solos sedimentares – são os que sofrem a ação de agentes transportadores, podendo ser aluvionares (transportados pela água), eólicos (pelo vento), colunionares (pela ação da gravidade) e glaciares (pelas geleiras). 2.3 SOLOS RESIDUAIS, SEDIMENTARES E DE FORMAÇÃO ORGÂNICA Solos de formação orgânica – são os de origem essencialmente orgânica, seja de natureza vegetal (plantas, raízes), seja animal (conchas). 2.4 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS Os minerais encontrados nos solos são os mesmos das rochas de origem, além de outros que se formam na decomposição. Quanto à composição química dos principais mineraiscomponentes dos solos grossos, grupamo-los em: SILICATOS – feldspato, mica, quartzo; ÓXIDOS – hematita, magnetita, limonita; CARBONATOS – calcita, dolomita; SULFATOS – gesso, anidrita. SILICATOS Silicato é um composto salino resultante do óxido silício, são abundantes na natureza e formam os FELDSPATOS, MICAS e QUARTZO e SERPENTINA. ÓXIDOS Composto de metalóide e oxigênio, não se une com a água. Hematita (Fe2O3), Magnetita (Fe2O4) e Limonita (Fe2O3. H2O). CARBONATOS Calcita (CaCO3), Dolomita [(CO3)2CaMg]. A calcita é o segundo mineral mais abundante na crosta terrestre (). SULFATOS Gipsita (CaSO4.2H2O) e Anidrita (CaSO4) 2.4 COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS A dureza de um mineral refere-se, por comparação, ao número indicativo da conhecida escala de Mohs, onde um elemento risca todos os precedentes e é riscado pelos subsequentes: 1 – Talco laminar 2 – Gesso cristalizado 3 – Calcita 4 – Fluorita 5 – Apatita 6 – Ortósia 7 – Quartzo 8 – Topázio 9 – Corindon 10 - Diamante Riscados pela unha Riscados pelo aço Riscam o vidro 3.1 NATUREZA DAS PARTÍCULAS No que diz respeito à natureza das partículas, vimos que o solo é constituído por grãos minerais, podendo conter matéria orgânica. As frações grossas são predominantemente de grãos silicosos, enquanto os minerais que ocorrem nas frações argilosas pertencem aos três grupos principais: caolinita, montmorilonita e ilita. 3.2 PESO ESPECÍFICO DAS PARTÍCULAS O peso específico das partículas (γg) de um solo é, por definição: Densidade relativa (δ) das partículas é a razão entre o peso da parte sólida e o peso de igual volume de água pura a 4°C. 3.3 DENSIDADE RELATIVA DAS PARTÍCULAS ou seja, o peso da substância sólida por unidade de volume . Onde γa = 1 g/cm3 é o peso específico da água a 4°C, tem-se que: Assim, δ e γg são expressos pelo mesmo número, sendo que o primeiro é adimensional e o segundo tem dimensão. δ= 2,67 γg = 2,67 g/cm³ Quartzo Sua determinação, feita pelo clássico método do picnômetro. Resume-se na aplicação da seguinte fórmula: P1 = peso do picnômetro, solo e água P2 = peso do picnômetro com água pura Ps = peso do solo seco δaT = densidade d’água à temperatura T°C do ensaio. 3.4 FORMA DAS PARTÍCULAS A forma das partículas dos solos tem grande influência sobre suas propriedades. Distinguem-se, principalmente, as seguintes formas: a) Partículas arredondadas ou, mais exatamente, com forma poliédrica. São as que predominam nos pedregulhos, areias e siltes. b) Partículas lamelares, isto é, semelhantes a lamelas ou escamas. São as que se encontram nas argilas. c) Partículas fibrilares, características dos solos turfosos. Num solo, convivem partículas de tamanhos diversos. Nem sempre é fácil identificar as partículas, porque grãos de areia, por exemplo, podem estar envoltos por uma grande quantidade de partículas argilosas, finíssimas, com o mesmo aspecto de uma aglomeração formada exclusivamente diferenciáveis. Segundo as dimensões das suas partículas e dentro de determinados limites convencionais, as “frações constituintes” dos solos recebem designações próprias que se identificam com as acepções usuais dos termos. Frações de acordo com a escala granulométrica brasileira (ABNT), são: 3.5 GRANULOMETRIA A análise granulométrica de um solo cujas partículas têm dimensões maiores que 0,074 (peneira n° 200 da ASTM) é feita pelo processo comum do peneiramento. Toma-se um peso P de amostra de solo seco, e submete-se a um peneiramento; em seguida toma-se os pesos das porções retidas nas diversas peneiras; P1, P2, P3,... ou expressos em porcentagens do peso total: Somando essas porcentagens têm-se as “porcentagens acumuladas retidas” e formando o complemento para 100 têm-se as “porcentagens acumuladas que passam”. Peneiras utilizadas no ensaio de Granulometria Na granulometria dos solos, usamos duas escalas: a da ABNT e a da AASHO. A análise granulométrica, ou seja, a determinação das partículas do solo e das proporções relativas em que elas se encontram, é representada, graficamente, pela curva granulométrica. Segundo a forma da curva granulométrica, podemos distinguir os diferentes tipos de granulometria. Assim, teremos uma granulometria contínua (curva A), ou descontínua (curva B); uniforme (curva C). C A B Identificação granulométrica dos solos São designados pelo nome do tipo da fração PREDOMINANTE seguido do nome daquele de proporção imediatamente inferior. A designação baseia-se nas quantidades percentuais (em peso) das frações presentes no solo, a partir de 10%, possibilitando as seguintes combinações: AREIA SILTE ARGILA AREIA SILTOSA SILTE ARENOSO ARGILA ARENOSA AREIA ARGILOSA SILTE ARGILOSO ARGILA SILTOSA AREIA SILTO- ARGILOSA SILTE ARENO- ARGILOSO ARGILA ARENO- SILTOSA AREIA ARGILO- SILTOSA SILTE ARGILO- ARENOSO ARGILA SILTO- ARENOSA Identificação granulométrica dos solos Caso os percentuais sejam iguais, adota-se a seguinte ordenação: 1°) ARGILA 2°) AREIA 3°) SILTE OBS: Quando a fração comparecer com menos de 5%, usa-se o termo “com vestígios de...” e se estiver entre 5 e 10%, usa-se “com pouco...”. OBS: Se a presença de pedregulho for de 10 a 30%, acrescenta-se “com pedregulho”; além disto, acrescentam-se “com muito pedregulho”. É o diâmetro correspondente a 10% em peso total, de todas as partículas menores que ele. 3.6 DIÂMETRO EFETIVO (def) 3.7 COEFICIENTE DE UNIFORMIDADE (Cu) É a razão entre os diâmetros correspondentes a 60% e 10%, tomados na curva granulométrica 𝑪𝒖 = 𝒅𝟔𝟎 𝒅𝟏𝟎 O solo se comporta granulométricamente como uniforme se Cu<5, de uniformidade média se 5<Cu<15 e desuniforme, quando Cu>15. 3.8 COEFICIENTE DE CURVATURA DO SOLO (Cc) 𝑪𝑪 = 𝒅𝟑𝟎 𝟐 𝒅𝟔𝟎. 𝒅𝟏𝟎 Onde d30 é o diâmetro correspondente a 30% 3.9 ENSAIO DO EQUIVALENTE DE AREIA Consiste em agitar energeticamente uma amostra de solo arenoso, numa proveta contendo uma solução floculante e, após o repouso, determinar a relação entre o volume de areia e o volume da areia mais o dos finos que se separam da areia e floculam. 4.1 ELEMENTOS CONSTITUINTES DE UM SOLO O solo é um material constituído por um conjunto de partículas sólidas, deixando entre si vazios que poderão estar parcial ou totalmente preenchidos pela água. É um sistema disperso formado por três fases: SÓLIDA, LÍQUIDA E GASOSA. O comportamento de um solo depende da quantidade relativa de cada uma das três fases. ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO – é a que faz parte da estrutura molecular da partícula sólida. ÁGUA ADESIVA OU ADSORVIDA – é aquela película de água que envolve e adere fortemente a partícula sólida. ÁGUA LIVRE – se encontra em uma determinada zona do terreno, enchendo todos os seus vazios. A água contida no solo pode ser classificada em: ÁGUA HIGROSCÓPICA – é a que ainda se encontra em um solo seco ao ar livre. ÁGUA CAPILAR - é aquela que nos solos de grãos finos sobe pelos interstícios capilares deixados pelas partículas sólidas, além da superfície livre da água. As águas livre, higroscópica e capilar são as que podem ser totalmente evaporadas pelo efeito do calor, a uma temperatura maior que 100°C. Quanto a fase gasosa, que preenche os vazios das demais fases, é constituída por AR, VAPOR D’ÁGUA e CARBONO COMBINADO. A figura a seguir mostra a separadas esquematicamente as três fases de uma certa porção de solo. De imediato obtém-se: Que são relações fundamentais, em volumes e em pesos, entre os constituintesdo solo. 4.2 TEOR DE UMIDADE DE UM SOLO (h%) É a razão entre o peso da água contida num certo volume de solo (Pa) e peso da parte sólida (Ps) existente neste mesmo volume, expressa em porcentagem. h% = 𝑃𝑎 𝑃𝑠 . 100 Como determinar o teor de umidade? Basta determinar o peso da amostra no seu estado natural e o peso após completa secagem em uma estufa a 105°C ou 110°C. Pa = peso do solo úmido – peso do solo seco Ps= peso do solo seco 4.3 PESO ESPECÍFICO APARENTE DE UM SOLO (γ) Por definição: No campo, a determinação de γ pode ser feita, entre outros, pelo conhecido “processo do frasco de areia”, utilizando-se um frasco ao qual se adapta um funil munido de um registro. 4.4 PESO ESPECÍFICO APARENTE DE UM SOLO SECO (γs) Peso dos sólidos (Ps) dividido pelo volume total (Vt), ou seja: O valor obtido corresponde ao peso específico que o solo teria se ele perdesse toda a sua água sem entretanto variar seu volume. 4.5 ÍNDICE DE VAZIOS (ϵ) É a razão ente o volume de vazios Vv e o volume Vs da parte sólida de um solo, isto é: ϵ = γ𝒈 γs − 𝟏 γ𝒈 (peso específico das partículas do solo) γ𝒔 (peso específico do solo seco) 4.6 GRAU DE COMPACIDADE (GC) O estado natural de um solo não coesivo (areia, pedregulho) define- se pelo chamado grau de compacidade, compacidade relativa ou densidade relativa (Dr): No laboratório ϵmáx. é obtido direcionando-se simplesmente o material seco num recipiente de volume conhecido e pesando-se. Onde V é o volume do recipiente, Ps’ é o peso do material seco e γg o peso específico dos grãos. Analogamente obtém-se, ϵ𝒎𝒊𝒏., compactando-se o material por vibração ou por socamento dentro do mesmo recipiente. Logo: Onde Ps” é o peso do material seco compactado. Pelo grau de compacidade, as areias são classificadas em: FOFAS quando 0 < GC < 1/3 (0,33) MEDIANAMENTE COMPACTADAS quando 1/3 < GC < 2/3 (0,66) COMPACTADAS quando 2/3 < GC < 1 4.7 POROSIDADE DE UM SOLO (n%) É a razão entre o volume de vazios e o volume total de uma amostra do solo. 4.8 GRAU DE SATURAÇÃO DE UM SOLO (S%) É a porcentagem de água contida nos seus vazios. 4.8 GRAU DE SATURAÇÃO DE UM SOLO (S%) Se o solo for saturado, S = 100% Onde: Va é o volume de água e Vv volume de vazios. 5.1 PLASTICIDADE A plasticidade é normalmente definida como uma propriedade dos solos, que consiste na maior ou menor capacidade de serem eles moldados, sob certas condições de umidade, sem variação de volume. É uma das mais importantes propriedades das argilas. 5.2 LIMITES DE CONSITÊNCIA LIMITE DE LIQUIDEZ LIMITE DE PLASTICIDADE LIMITE DE CONTRAÇÃO 5.2.1 LIMITE DE LIQUIDEZ A determinação do limite de liquidez (LL) é feita pelo aparelho de Casagrande. Por definição, o limite de liquidez (LL) do solo é o teor de umidade para o qual o sulco se fecha com 25 golpes. Antes do ensaio Depois do ensaio O LL pode também ser determinado pela fórmula: Onde h é a umidade, em porcentagem, correspondente a n golpes. O emprego desta fórmula é facilitado tabulando-se o denominador para diferentes valores de n, tal como indicado na tabela abaixo: 5.2.2 LIMITE DE PLASTICIDADE O LP é determinado pelo cálculo da porcentagem de umidade para qual o solo começa a se fraturar quando se tenta moldar, com ele, um cilindro de 3mm de diâmetro e cerca de 10cm de comprimento. 5.2.3 ÍNDICE DE PLASTICIDADE É a diferença entre os limites de liquidez e de plasticidade: IP = LL - LP Quanto maior o IP, tanto mais plástico será o solo. Quando um material não tem plasticidade (areia, por exemplo), considera-se o índice de plasticidade nulo e escreve-se IP = NP (não plástico). Classificação dos solos de acordo com o índice de plasticidade: 5.2.4 ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA IC = 𝑳𝑳 −𝒉 𝑰𝑷 Segundo o valor de IC as argilas classificam-se em: 5.2.5 LIMITE DE CONTRAÇÃO 5.2.6 GRAU DE CONTRAÇÃO É a razão da diferença entre os volumes inicial (Vi) e final (Vf) após a secagem da amostra, para o volume inicial (Vi), expressa em porcentagem: Este índice fornece uma indicação da qualidade do solo, embora sem nenhum caráter decisivo. 6.1 PRINCIPAIS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO Os dois principais sistemas de classificação, são: o Sistema Unificado de Classificação (Unified Classification System – U.S.C), idealizado por Casagrande; e a Classificação do H.R.B (Highway Research Board). Os solos são classificados, neste sistema, em três grandes grupos: A) SOLOS GROSSOS – diâmetro da maioria absoluta dos grãos maior que 0,074 mm (mais que 50% em peso, dos seus grãos, são retidos na peneira n° 200) B) SOLOS FINOS - ∅ < 𝟎, 𝟎𝟕𝟒𝒎𝒎 C) TURFAS – solos altamente orgânicos, geralmente fibrilares e extremamente compressíveis. 6.2 O SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO No PRIMEIRO GRUPO acham-se os pedregulhos, as areias e os solos pedregulhosos ou arenosos com pequenas quantidades de material fino (silte ou argila). Estes solos são designados da seguinte maneira: Pedregulhosos ou solos pedregulhosos: GW, GC, GP e GM Areias ou solos arenosos: SW, SC, SP e SM G (gravel) Pedregulho S (sand) Areia C (clay) Argila W (well graded) Bem graduado P (poorly graded) Mal graduado M (mo) Refere-se ao silte EXEMPLO: SM significa solos arenosos com certa quantidade de finos não plásticos. No SEGUNDO GRUPO acham-se os solos finos: siltosos e argilosos, de baixa compressibilidade ou alta compressibilidade. Estes solos são designados da seguinte maneira: Solos de baixa compressibilidade: ML, CL e OL Solos de alta compressibilidade: MH, CH e OH EXEMPLO: CL será um solo argiloso de baixa compressibilidade. O (organic) Orgânico L (low) Baixa H (high) Alta Na simbologia adotada por esta classificação, os prefixos correspondem aos grupos gerais, e os sufixos aos subgrupos. Nesta, os solos são reunidos em grupos e subgrupos, em função da sua granulometria e plasticidade. Os “solos granulares” compreendem os grupos: A-1, A-2, e A-3 Os “solos finos” os grupos: A-4, A-5, A-6 e A-7 6.3 O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DO HBR TEORIA DO TUBO CAPILAR Nos solos, por capilaridade, a água se eleva por entre os interstícios de pequenas dimensões deixados pelas partículas sólidas, além do nível do lençol freático. A altura alcançada depende da natureza do solo. A altura capilar que alcança a água em um solo se determina, considerando sua massa como um conjunto de tubos capilares, formado pelos seus vazios. Na realidade estes “tubos” são irregulares e informes. Por isso o termo “teoria do tubo capilar”. A água subirá dentro de um tubo capilar de diâmetro d, até uma altura hc tal que a componente vertical da força capilar Fc seja igual ao peso da coluna d’água suspensa. Ts –tensão superficial da água; aproximadamente 75 dinas/cm =0,0764 g/cm ≅ 8 mg/mm. α – ângulo de contato. Ya – densidade da água d - diâmetro No momento de máxima ascensão, quando o equilíbrio é atingido, α = 0° e, daí a expressão para o cálculo da altura capilar máxima. Ou para fins práticos: A altura a que se eleva a água, por ascensão capilar, é inversamente proporcional ao diâmetro dos poros. Portanto, nos solos finos, os quais têm vazios de diâmetro reduzido, a altura capilar será maior do que nos solos grossos. Para uma estimativa grosseira da altura de ascensão capilar em um solo, pode-se empregar a fórmula empírica de Hazen: Onde d10 é o diâmetro efetivo, ϵ é o índice de vazios e C uma constante que varia entre 0,1 cm² e 0,5 cm². A IMPORTÂNCIA DOS FENOMENOS CAPILARES Os fenômenos capilares são muito importantes na construçãode pavimentos rodoviários. Onde d10 é o diâmetro efetivo, ϵ é o índice de vazios e C uma constante que varia entre 0,1 cm² e 0,5 cm². A permeabilidade é a propriedade que o solo apresenta de permitir o escoamento da água através dele, sendo o seu grau de permeabilidade expresso numericamente pelo coeficiente de permeabilidade. É de importância em diversos problemas práticos de engenharia, tais como: drenagem, rebaixamento do nível d’água, recalques, etc. A lei e Darcy é válida para um escoamento laminar quando as trajetórias das partículas d’água não se cortam; em caso contrário denomina-se turbulento. Vp = velocidade real de percolação da água; Kp = coeficiente de percolação, que é a velocidade real média de escoamento através dos vazios do solo, quando i=1; i = gradiente hidráulico = h/L; h = diferença entre os níveis d’água sobre cada um dos lados da camada de solo ou, em outras palavras, a perda de carga sobre a distância L; L = espessura da camada de solo, medida da direção do escoamento. O coeficiente de permeabilidade varia para os diferentes solos e, para um mesmo solo, depende essencialmente da temperatura e do índice de vazios. Quanto maior for a temperatura, menor é a viscosidade da água e, portanto, mais facilmente ela se escoa pelos vazios do solo com o correspondente aumento do coeficiente de permeabilidade. Na prática, é mais conveniente trabalhar com a área total A da seção transversal da amostra de solo do que com a área média de seus vazios. Daí, então, o coeficiente de permeabilidade k, definido como sendo a velocidade média aparente v escoamento da água através da área total (sólidos+vazios) da seção transversal do solo, sob um gradiente hidráulico unitário (i=1). Assim: A determinação de k pode ser feita: por meio de fórmulas que o relacionam com a granulometria. Fórmula de Hazen – válida somente para areias fofas e uniformes. k=C(d10)² Onde k é obtido em cm/s, sendo d10 = def em centímetros e C um coeficiente que varia de 100 a 150. Levando-se em conta a temperatura T (em °C), esta fórmula se escreve: Um das principais causas de recalques é a compressibilidade do solo, ou seja, diminuição do seu volume sob a ação das cargas aplicadas. Quando se executa uma obra de engenharia, impõe-se no solo uma variação no estado de tensão que acarreta em deformações, as quais dependem não só da carga aplicada, mas principalmente da Compressibilidade do Solo. As deformações podem ser subdivididas em três categorias: Elásticas: quando estas são proporcionais ao estado de tensões imposto. Para os solos que apresentam um comportamento elástico, a proporcionalidade entre as tensões (σ) e deformações (ε) é dada pela Lei de Hooke (σ = E. ε ). Plásticas: associadas a variações de volume permanentes sem a restituição do índice de vazios inicial do solo, após o descarregamento; Viscosas: também chamadas de fluência, são aquelas evoluem com o tempo sob um estado de tensões constante. Podem ser divididas também em dois tipos: As que ocorrem rapidamente após a construção e as que se desenvolvem lentamente após a aplicação das cargas. As deformações que ocorrem no elemento podem estar associadas à: Deformação dos grãos individuais; Compressão da água presente nos vazios (solo saturado); Variação do volume de vazios, devido ao deslocamento relativo entre partículas. As deformações rápidas são observadas em solos arenosos ou solos argilosos não saturados, enquanto que nos solos argilosos saturados os recalques são muito lentos, pois é necessária a saída da água dos vazios do solo. Uma das fases importantes de um projeto de fundação compreende a sondagem do subsolo a fim de conhecer certos parâmetros do solo que interessam na resolução dos problemas da fundação. É relevante que se conheça a disposição, natureza e espessura das camadas de solo, assim como as suas características. O conhecimento das características do subsolo, implica pois, na prospecção do subsolo e na amostragem ao longo do seu decurso. MÉTODOS DIRETOS - permitem a observação direta do subsolo ou através de amostras coletadas ao longo de uma perfuração ou a medição direta de propriedades in situ ⇒ escavações, sondagens e ensaios de campo. MÉTODOS INDIRETOS - as propriedades geotécnicas dos solos são estimadas indiretamente pela observação a distância ou pela medida de outras grandezas do solo ⇒ sensoriamento remoto e ensaios geofísicos. 8.1 MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO DO SUBSOLO – Sensoriamento Remoto - Fotos aéreas e imagens orbitais Técnicas de fotointerpretação. – Métodos geofísicos - Permitem determinar a distribuição em profundidade de parâmetros físicos dos terrenos: velocidade de propagação de ondas acústicas, resistividade elétrica, contrastes de densidade e campo magnético da Terra. MÉTODOS INDIRETOS MÉTODOS DIRETOS - Poços, trincheiras e galerias de inspeção Escavações manuais ou por meio de escavadeiras com o objetivo de expor e permitir a direta observação visual do subsolo, com a possibilidade de coleta de amostras indeformadas. • Poços → escavação vertical de seção circular ou quadrada, com dimensões mínimas para permitir acesso de observador, para descrição das camadas de solos e rochas e coleta de amostras. A abertura em rochas é feita com furos de martelete ou explosivos; • Trincheiras → com menor profundidade em relação aos poços, permitem uma seção contínua horizontal; • Galerias→ seções horizontais em subsuperfície. Limitadas a rochas ou solos muito consistentes. Normatização → NBR 9604/86 - Abertura de poço trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras deformadas e indeformadas. CAVAÇÃO DE POÇO – Sondagens a trado Trado: concha metálica dupla ou espiral que ao perfurar o solo guarda em seu interior o material escavado. Processo simples, rápido e econômico para investigações preliminares das camadas mais superficiais dos solos. Muito empregado na prospecção de solos em obras rodoviárias, na determinação do nível d’água e na perfuração inicial de sondagens mecânicas. Normatização: NBR 9603/88 - Sondagem a trado. trado-cavadeira trado-espiral Sondagens a percussão com circulação d’água (sondagens de simples reconhecimento) NBR 6484/97 - solos - sondagens de simples reconhecimento com SPT; método de ensaio. Método para investigação dos solos em que o terreno é perfurado através do golpeamento do fundo do furo com peças de aço cortantes. O processo de circulação de água facilita o corte e traz até a superfície o material desagregado. A ABNT padroniza a sondagem a trado até o NA. Abaixo do NA é feita sondagem à percussão com circulação de água e em intervalos de profundidade a realização de amostragem e do ensaio de penetração SPT (Standard Penetration Test) O SPT, originário dos EUA, é o mais difundido método de prospecção geotécnica do Brasil. NÚMERO, LOCAÇÃO E PROFUNDIDADE DOS FUROS DE SONDAGEM NBR 8036/83 - Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Número de furos – f (área projetada da construção) Quanto à amostra de solo, distinguimo-la em: Deformadas: que se destinam apenas à identificação e classificação do solo. Indeformadas: destinadas à execução de ensaios para determinação das propriedades físicas e mecânicas do solo. O acondicionamento da amostra não deve sofrer variação do seu teor de umidade, nem perturbações durante o seu transporte ao laboratório, quando se trata de amostra indeformada. 8.2 PROFUNDIDADE, LOCAÇÃO E NÚMERO DE SONDAGENS Com relação à profundidade , locação e número de sondagens, não é possível definir regras gerais, devendo-se, em cada caso, atender à natureza do terreno e da obra. Na prática, sugere-se que a profundidade média das sondagens, a partir da cota de fundação, satisfaça à condição: Com D e B em metros, sendo B a menor dimensão da fundação e p (em kg/cm²) a pressão média na base da fundação. 8.3 ABERTURA DE POÇOS DE EXPLORAÇÃO É a técnica que melhor satisfaz aos fins de prospecção, pois não só permite uma observação in loco das diferentes camadas como, também, a extração de boas amostras. Elevado custo Exige oneroso trabalho de proteção a desmoronamentos Processos empregados para retirada de amostras indeformadas na superfície do terreno ou no fundo de um poço, para solos de diferentes naturezas. 8.4 EXECUÇÃO DE SONDAGENS É a abertura de um furo no solo , furo este que é normalmente revestido por tubos metálicos. A perfuração é feita por meio de ferramentas ou de máquinas que vão provocando a desagregação parcial, ou total do terreno, permitindo, desse modo, a extração de amostras representativas das diferentes camadas atravessadas. Normalmente uma prospecção geotécnica inicia-se com sondagens de tubos de 2” de diâmetro, decidindo-se depois pela necessidade, ou não, de sondagens de 6”, tendo-se em vista o vulto da obra em confronto com a natureza do terreno. 8.5 SONDAGENS DE RECONHECIMENTO As sondagens de reconhecimento iniciam-se com a execução de um furo feito por um trado-cavadeira, até que o material comece a se desmoronar e, daí por diante, elas progridem, já com o furo revestido, seja por meio do trado-espiral, da bomba de areia, ou do chamado método de percussão com circulação de água.