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Relatório da Problemática do Mangal da costa do sol

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Pág. 1 de 21 
 
 
 
Universidade Eduardo Mondlane 
Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico 
Cadeira de Direito de Urbanismo 
Docente: Ibraimo Mussagy 
Discente: Jacinto Nhantumbo 
III ano - I semestre - 2016 
 
Mangal 
Problemática do Mangal da costa do sol 
 
 
Maio de 2016 
 
Pág. 2 de 21 
 
Índice 
 
Introdução ....................................................................................................................................... 4 
 
Capítulo I 
Conceito de Mangal ........................................................................................................................ 6 
Características do Mangal ............................................................................................................... 6 
O solo .......................................................................................................................................... 6 
Vegetação ..................................................................................................................................... 6 
Aspectos Ecológicos ........................................................................................................................ 6 
Importância do Mangal ................................................................................................................... 7 
Localização dos Mangais no Planeta .............................................................................................. 8 
Destruição do Mangal ..................................................................................................................... 8 
Utilização sustentável dos Mangais ................................................................................................. 9 
 
Capítulo I 
Costa de Moçambique .................................................................................................................. 11 
Mangais da zona costeira de Moçambique .................................................................................. 11 
Situação do Mangal da Costa do Sol ............................................................................................ 11 
Legislação ...................................................................................................................................... 12 
Definição .................................................................................................................................... 12 
Área de reserva .......................................................................................................................... 13 
Impacto ambiental ..................................................................................................................... 13 
Outras leis ...................................................................................................................................... 13 
 
Pág. 3 de 21 
 
A Constituição da República de Moçambique......................................................................... 13 
A Lei do Ambiente.................................................................................................................... 13 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Sustentável .............................................................. 13 
A Lei de Terras ......................................................................................................................... 13 
A Lei de Florestas e Fauna Bravia ............................................................................................ 13 
Regulamento sobre a Inspecção Ambiental ............................................................................. 13 
Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade .......................................................... 14 
Convenção sobre Terras Húmidas de Importância Internacional.......................................... 14 
Acções de Mitigação...................................................................................................................... 14 
Educação cívica .......................................................................................................................... 14 
Educação ambiental na construção civil ................................................................................... 14 
Conciderações sobre o Mangal da Costa do Sol.......................................................................... 15 
Conciderações finais...................................................................................................................... 17 
Referência Bibliográfica ................................................................................................................ 20 
 
 
 
 
 
Pág. 4 de 21 
 
Introdução 
 
O presente trabalho, no âmbito da cadeira de Direito de Urbanismo, consiste numa abordagem da 
problemática do Mangal da costa do sol que deve-se as acções antropogénicas. O trabalho é dividido 
em dois capítulos em que o primeiro consiste numa abordagem geral sobre o mangal, onde tem os 
conceitos, características, entre outros, e o segundo capítulo consiste na abordagem específica da 
problemática do mangal da costa do sol. No capítulo primeiro usei a internet para pesquisar e compilar 
a informação toda, enquanto que no capítulo segundo parte da informação foi obtida através da visita 
do 8/04/16 na aula prática com o professor e análises feitas através das leis nacionais. 
Uma vez que a cadeira é de Direito, não podia deixar de falar das leis que regem o ambiente, em 
específico o Mangal, e para isso recorri as leis nacionais e algumas internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo I 
Uma abordagem geral sobre o Mangal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pág. 6 de 21 
 
Conceito de Mangal 
 
Também chamado de Manguezal, Mangue ou 
Mangrove, o Mangal é considerado um 
ecossistema costeiro de transição entre os 
ambientes terrestre e marinho que se 
desenvolve em regiões tropicais e subtropicais. 
O ecossistema manguezal está associado às 
margens de baías, barras, enseadas, 
desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias 
costeiras, onde haja encontro de águas de rios 
com a do mar, ou diretamente expostos à linha 
da costa. O termo "Mangal" também se aplica às 
espécies arbóreas características desse habitat. 
 
Características do Mangal 
O solo: Caracteriza-se por ser húmido, salgado, 
lodoso, pobre em oxigênio e muito rico em 
nutrientes e pela grande quantidade de matéria 
orgânica em decomposição, apresenta odor 
mais acentuado se houver poluição. 
 Essa matéria orgânica serve de alimento à base 
de uma extensa cadeia alimentar, como 
algumas espécies de peixes. O solo do mangal 
serve como habitat para diversas espécies, 
como caranguejos. 
 
Vegetação: em função da diversidade da região, 
pode-se dividir os mangais em mangue branco, 
mangue vermelho e mangue siriúba. 
 
As plantas possuem sementes compridas, finas 
e pontudas. Isto ocorre para facilitar a 
reprodução, pois quando caem no solo 
húmido, podem se fixar com mais facilidade. 
 
Aspectos Ecológicos 
As condições ideais para o desenvolvimento 
dos mangais incluem, principalmente, a 
variação de temperatura e a pluviosidade. 
 
Pág. 7 de 21 
 
Com relação à temperatura, são necessárias 
médias anuais acima de 20º C e mínimas 
superiores a 15º C. A precipitação pluvial deve 
ser acima de 1.500 mm/ano e sem prolongados 
períodos de seca. 
As marés são o principal mecanismo de 
entrada das águas salinas nos mangais, sendo 
responsáveis pela oscilação da salinidade. A 
distância máxima da penetração da águasalgada nos estuários determina o limite do 
mangal em direcção à terra firme. 
 
Importância do Mangal 
Os mangais desempenham um importante 
papel como exportador de matéria orgânica 
para os estuários contribuindo para a 
produtividade primária na zona costeira. Por 
essa razão, constituem-se em ecossistemas 
complexos e dos mais férteis e diversificados 
do planeta. 
 
A riqueza biológica deste ecossistema costeiro 
faz com que essas áreas sejam os grandes 
"berçários" naturais, tanto para as espécies 
características desses ambientes, como para 
peixes e outros animais que migram para as 
áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase 
do ciclo de sua vida. 
Com relação à pesca, os mangais produzem 
mais de 95% do alimento que o homem 
captura no mar e por essa razão, a sua 
manutenção é vital para a subsistência das 
comunidades pesqueiras que vivem em seu 
entorno. 
Com relação à dinâmica dos solos, a vegetação 
dos mangais servem para fixar os solos, 
impedindo a erosão e, ao mesmo tempo, 
estabilizando a linha de costa. 
 
As raízes do mangue funcionam como filtros na 
retenção dos sedimentos e constituem ainda 
importante banco genético para a recuperação 
de áreas degradadas. 
 
 
 
 
 
 
Pág. 8 de 21 
 
Localização dos Mangais no Planeta 
 
O ecossistema incide em regiões tropicais e 
subtropicais e origina-se a partir do encontro 
das águas doce e salgada, formando a água 
salobra, sobretudo nas costas do Atlântico e 
Pacífico. Estatísticas indicam que, em todo o 
planeta, existam cerca de 172 000 km² de 
superfície que ocupam os mangais. 
O factor mais importante e limitante na 
distribuição dos mangais é a temperatura. Na 
região Norte as árvores alcançam até trinta 
metros. Na região Sul, dificilmente ultrapassam 
um metro. Quanto mais próximas do Equador, 
maiores são as árvores.
 
As plantas típicas do mangal se originaram na 
região do Oceano Índico e se espalharam a 
partir daí para todos os mangais do mundo. 
É também um sistema que tem funções de 
"limpeza" da água que é drenada da terra para o 
mar (até uma determinada capacidade filtra 
elementos como toxinas, químicos, 
hidrocarbonetos, etc.). 
 
Destruição do Mangal 
Mesmo com toda sua importância econômica e 
ambiental os mangais vêm sendo degradados. 
Existem muitos factores que causam a 
destruição: 
 Moradias irregulares; 
 Desmatamento; 
 Despejo de resíduos sólidos; 
 Dragagem de águas residuais; 
 Pesca predatória, entre outros. 
 
A destruição dos mangais chegou a níveis 
alarmantes, tanto que no dia 13 de Julho de 
2010 foi lançada pelo Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), um 
Atlas sobres os mangais existentes em 123 
países tropicais e subtropicais. 
 
Pág. 9 de 21 
 
Esse atlas traz informações sobre os diversos 
ecossistemas formados a partir dos mangais e 
segundo o PNUMA, a pesca de camarões e o 
desenvolvimento são os principais factores que 
estão fazendo os mangais serem destruídos 
quatro vezes mais rápidas que as florestas 
terrestres. 
O Atlas revela que uma quinta parte destes 
ecossistemas foi destruída desde 1980. 
A destruição do Mangal causa, além de 
problemas econômicos locais e globais, a 
exposição dos ambientes costeiros aos efeitos 
prejudiciais das mudanças climáticas. 
 
Utilização sustentável dos Mangais 
 
Muitas actividades podem ser desenvolvidas no 
mangal sem lhe causar prejuízos ou danos, 
entre elas: 
Pesca esportiva, artesanal e de subsistência, 
desde que se evite a sobre pesca, a pesca de 
pós-larvas, juvenis e de fêmeas ovadas; 
Utilização da madeira das árvores, desde que se 
assegure a reflorestação; 
Cultivo de ostras e outros organismos 
aquáticos; 
Cultivo de plantas ornamentais (orquídeas e 
bromélias); 
Criação de abelhas para a produção de mel; 
Desenvolvimento de atividades turísticas, 
recreativas, educacionais e de pesquisa 
científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pág. 10 de 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo II 
O Mangal na zona costeira da cidade de Maputo, 
Costa do sol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pág. 11 de 21 
 
Costa de Moçambique 
 
A zona costeira de Moçambique é geralmente 
subdivida em três grandes regiões distintas: 
costa de coral (800 km), costa de pantanais 
(900 km) e costa de dunas parabólicas 
(850km). 
A costa de coral estende-se do rio Rovuma até 
ao Arquipélago das Ilhas Primeiras e Segundas, 
com linha de costa relativamente alta e 
recordada possuindo baías profundas. 
A costa de pantanais começa no Arquipélago 
das Ilhas Primeiras e Segundas e termina a 
Norte da Ilha de Bazaruto, sendo constituída 
por praias, pântanos e estuários lineares e 
dentados incluindo os deltas do Zambeze e 
Save. É nesta região onde se concentra a maior 
parte dos cerca de 450 000ha de mangais do 
país. 
A costa de dunas parabólicas estende-se desde 
a Ilha de Bazaruto até à Ponta do Ouro e 
possui extensos lagos costeiros, pântanos e 
charcos temporários alimentados por águas das 
chuvas. 
 
Mangais da zona costeira de 
Moçambique 
Os mangais ocorrem ao longo de toda a costa 
de Moçambique, cerca de 2 800km, com 
exceção das zonas de dunas costeiras, mas são 
mais abundantes nas províncias de Nampula, 
Zambézia e Sofala, cobrindo uma área 
estimada em cerca de 450 000 hectares. 
As árvores mais abundantes neste mangal, e em 
todo o Indo-Pacífico, são o mangal vermelho e 
mangal branco, para além de outros. 
 
Situação do Mangal da Costa do Sol
 
O Mangal da costa do sol, sita no distrito 
Municipal KaMavota, na cidade de maputo. 
 
Pág. 12 de 21 
 
Anteriormente era uma floresta que servia de 
proteção a cidade e hoje está a ser destruída 
para dar lugar a construções de infraestruturas 
de luxuosas. 
Este facto, está a deixar a cidade vulnerável a 
problemas ambientais, sobretudo, relacionados 
com a erosão dos solos, visto que o mangal 
servia de defesa. 
 
O triste cenário que poderá levar a cidade 
capital ao abismo é mais crítico na zona que vai 
da Escola Portuguesa (bairro Triunfo) até ao 
bairro dos pecadores. O pulmão verde da 
capital do país poderá ter perdido mais de 50% 
da floresta do mangal devido a estes actos. 
Além da destruição do mangal, esta situação, 
em que estão envolvidas nacionais e 
estrangeiros chegou mesmo a prejudicar a 
segurança alimentar de algumas famílias de 
renda baixa que perderam as terras onde 
praticavam agricultura de subsistência. 
 
 
As autoridades conhecem os culpados, pois a 
vereadora do distrito municipal KaMavota, 
disse que as comunidades seriam culpadas se o 
mangal fosse destruído para fazer lenha, mas 
esse não é o caso, os autores dos problemas 
ambientais são pessoas de “posses” que 
conhecem bem as leis.
 
 
Legislação 
Definição: Mangal é uma zona húmida e a lei 
do Ambiente de 1 de Outubro 1997, Artigo 1, 
n0 24, define as zonas húmidas como sendo, 
“áreas de pântanos brejo turfeira ou água 
natural ou artificial, permanente ou temporária, 
 
Pág. 13 de 21 
 
parada ou corrente, doce salobra ou salgada, 
incluindo as águas do mar cuja profundidade 
na maré baixa não excede 6 metros, que 
sustenta a vida vegetal ou animal que requeria 
saturação aquática do solo.” 
Área de reserva: Pela importância ambiental 
que o mangal da costa do sol desempenha, foi 
classificadocomo reserva municipal, nos 
termos da lei n.º 2/97, de 18 de Fevereiro, por 
via da sua inclusão no Plano de Estrutura 
Urbana do Município de Maputo (PEUMM). 
Impacto ambiental: Planos, programas e 
projectos que possam afectar, directa ou 
indirectamente, áreas sensíveis, tais como o 
mangal, estão mencionadas no Decreto n0 
76/98, de 29 de Dezembro, do “Regulamento 
sobre o Processo de Avaliação do Impacto 
AmbientaI”, nos termos do Artigo 2, n0 2, 
conjugado com o Anexo, no ponto 21. 
 
Outras leis 
A conservação, preservação e uso sustentável 
dos mangais é uma matéria tratada em vários 
instrumentos legais de carácter ambiental e 
para além daqueles já mencionados existem 
também: 
A Constituição da República de Moçambique: 
as bases do Estado, dentre os quais podemos 
encontrar referências aos mecanismos para a 
defesa e protecção do meio ambiente, artigo 
90, artigo 117 e demais. 
A Lei do Ambiente: estabelece os princípios 
básicos gerais da política ambiental, dentre 
outros, a utilização e gestão racionais dos 
componentes ambientais de forma a promover 
a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. 
Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Sustentável: criado a partir da lei do ambiente, 
é um órgão que intervém na tomada de 
decisões e concepção de princípios, políticas, 
estratégias e legislação, relacionadas com as 
medidas de protecção do ambiente, de 
prevenção dos danos ambientais, dos direitos e 
deveres dos cidadãos em matéria ambiental e 
conservação. 
A Lei de Terras: recorrendo-se ao princípio do 
domínio público plasmado na CRM, classifica 
certas áreas como zonas de protecção total e 
parcial, integrando-as no âmbito do domínio 
público do Estado. 
A Lei de Florestas e Fauna Bravia: no seu 
artigo 2 determina que e define os princípios e 
normas básicas sobre a protecção, conservação 
e utilização sustentável dos recursos florestais e 
faunísticos no âmbito de uma gestão integrada, 
com vista ao desenvolvimento socioeconómico 
do país. 
Regulamento sobre a Inspecção Ambiental: 
regula a actividade de supervisão, controlo e 
fiscalização do cumprimento das normas de 
protecção ambiental a nível nacional e define 
os trâmites processuais a serem respeitados. A 
inspecção ambiental é da competência do 
MICOA. 
 
Pág. 14 de 21 
 
Convenção das Nações Unidas sobre a 
Biodiversidade: esta Convenção tem como 
objectivos a conservação da diversidade 
biológica, o uso sustentável das suas 
componentes e a partilha justa e equilibrada 
dos benefícios gerados da utilização dos 
recursos genéticos. 
Convenção sobre Terras Húmidas de 
Importância Internacional: esta convenção 
determina princípios de conservação das terras 
húmidas, tais como, áreas de pântano, charco, 
terra tufosa de água, mangais, etc, que servem 
como Habitat, através de estabelecimento de 
reservas nacionais de terras húmidas. 
 
Em suma, apesar de todas as leis existentes de 
protecção aos Mangais e demais ecossistemas 
naturais, o que se tem notado na nossa cidade é 
que estas leis não se fazem sentir no terreno, 
pois os mesmos conhecedores da lei, por 
interesses pessoais, são eles que tem o poder 
financeiro para abusar do ambiente e calarem 
os que deveriam estar a inspeccionar. 
Acções de Mitigação 
Educação cívica: A educação ambiental deve 
ser incorporada ao convívio diário social, 
possibilitando tudo que possa ajudar na 
diminuição na degradação do meio ambiente e 
abordar a importância destes ecossistemas tanto 
para o homem como para a natureza. 
Uma vez que as condições financeiras do país 
não é das melhores, podemos recorrer a acções 
que não carecem de tanto dinheiro como: 
 Aumentar a divulgação da educação 
ambiental em áreas do mangal como 
estratégia de preservação e conservação 
deste ecossistema; 
 Integrar a comunidade acadêmica às 
comunidades residentes em áreas de 
mangal; 
 Articular atividades educativas ao longo 
do mangal. 
Educação ambiental na construção civil:
 
Antigamente não se tinha conhecimento do 
impacto que uma construção faria em um 
ambiente, hoje temos conhecimento e a certeza 
 
Pág. 15 de 21 
 
que a falta de uma educação ambiental e um 
estudo prévio, poderá transformar a vida de 
toda uma comunidade ambiental. 
Os impactos no meio ambiente são 
consideráveis poluidores e destruidores, 
quando se constroem condomínios a flora e 
fauna são massacradas pelo corte de árvores, 
poluição do solo e das águas. Como se não 
bastasse a destruição ambiental, o descarte 
oriundo e o desperdício desses resíduos 
ocasionando a perda da qualidade ambiental 
nos espaços urbanos gerando grandes despesas 
ao poder público. 
O sector da construção civil é uma das 
atividades que mais consomem recursos 
naturais e causam maiores impactos ao 
ambiente e esta é responsável por cerca de 40% 
de todo o resíduo no mundo, alteram o meio 
ambiente, em todas as suas fases, desde a 
extração de matérias-primas, até o final da vida 
útil da edificação, para além da ocupação de 
áreas ecologicamente sensíveis. 
 
Conciderações sobre o Mangal da 
Costa do Sol 
É evidente que este mangal está a ser 
massacrado pela construção civil, e que a culpa 
não é directamente deles e sim das autoridades 
que permitem de modo ilegal a construção de 
mais infraestruturas a volta do mangal. A 
natureza é perfeita, molda-se, traça os seus 
caminhos e não há pedra que a pode travar 
definitivamente, e quando interrompemos o 
curso natural dela sem dar outra possibilidade 
de continuação, ela lentamente irá 
reestabelecer tarde ou cedo os seus traços. 
Digo isso porque os moradores próximos ao 
mangal já tem testemunhado que as águas vinda 
do mangal têm escalado suas paredes e os mais 
espertos já começam a abandonar aquele local. 
O mangal actualmente também é depositado 
lixo, lixo dos próprios moradores de classe alta 
daquele bairro, mas pode ser que sejam os 
empregados os culpados, creio que não porque 
o lixo é visto já de longe e se o patrão não se 
pronuncia é culpado ao olho da lei, viu e calou 
como se não fosse de responsabilidade dele. 
 
 
Pág. 16 de 21 
 
O arquitecto, o construtor civil, o mestre de 
obras, todos querem dinheiro, e quando a 
ambição financeira é maior que a preocupação 
ambiental acontece aquilo que já se sabe, a 
aceitação de um projecto em um local de risco 
e sobretudo ilegal. Em parte estes também são 
culpados porque eles estão cientes disso e 
mesmo assim o fazem, degradando a natureza e 
pondo em risco a vida das pessoas que lá 
vivem. 
“Se eu não o fizer, alguém o fará”, este foi o 
comentário que uma professora aqui na 
faculdade fez ainda esta semana quando 
discutíamos sobre os projectos que o Arq. 
Forjaz fez em áreas de risco e ambientalmente 
protegidas, falo do mercado do peixe, do 
condomínio em escadarias junto a costa da 
praia miramar. Em defesa da reputação do 
Arq. Forjaz, a professora fez este comentário 
para justificar, pode ser que seja verdade, mas 
aos olhos da lei não se justifica tal acto com 
esse comentário: “se eu não o fizer, alguém o 
fará”, então que seja, se fosse no meu caso 
negaria e ficava com o nome limpo e a 
consciência limpa, de que não fiz nenhum mal. 
 
 
 
Algumas imagens da zona do mangal da costa 
do sol 
 
Pág. 17 de 21 
 
 
 
 
 
Conciderações finais 
 
 
Pág. 18 de 21 
 
Em todo o mundo, as grandes cidades são 
construídas junto a costa pelo conforto 
climático que o mar proporciona, pela atracção 
que o homemtem com a paisagem do mar 
também. Por esses motivos, os terrenos mais 
próximos a praia são os mais procurados pela 
classe alta devido ao preço do precioso espaço. 
Políticos, empresários e outros afortunados são 
os que mais se fixam junto a costa em grandes 
mansões para ostentar o seu poder económico 
aos que não tem. Esta classe social de 
capitalistas é responsável pela destruição de um 
bem muito sensível que a natureza tem, o 
Mangal. O Mangal é um dos maiores 
ecossistemas existentes em toda a terra pela 
grande biodiversidade que este tem e pela 
múltipla importância ecológica que 
desempenha. As degradação do mangal pode 
dar o fim a vida de boa parte de animais 
marinhos, como o peixe que dele se 
alimentamos e o caranguejo. E não é por falta 
de conhecimento que estes capitalistas, com 
diplomas de licenciados e doutoramento 
constroem junto aos mangais, é mesmo por 
ignorância, fingem não saber e erguem suas 
mansões com vista ao mar e põem seguranças 
no portão para afugentar o perigo dos ladrões 
cansados de ver e não ter, quando na verdade a 
real ameaça está por baixo das fundações, a 
fúria das águas que lentamente coroem o aço e 
as pedras dos elementos estruturais. 
Em países em desenvolvimento, as questões 
ambientais não são levadas muita a sério pela 
maioria, existem questões muito básicas ainda 
por resolver como saneamento básico e 
abastecimeto de água potável. Mas não creio 
que esse seja o motivo para não se começar a 
educar as pessoas sobre a importância do 
Mangal e do ambiente em geral, uma vez que é 
até melhor começar a educação ainda cedo 
antes que oas mangais todos sejam degradados 
para depois pensar em se repor. Não nego que 
o país tem ainda preocupações pontuais, mas 
apelo que não deixemos de lado esta questão 
ambiental porque podemos olhar para o dito 
“primeiro mundo”, e vermos os impactos 
ambientais que eles tiveram antes e depois da 
sensibilização ambiental. É até uma vantagem 
para nós em comparação a eles porque naquela 
época não tinham nenhuma referência e 
diferente de nós hoje, que estamos a passar por 
tudo aquilo que eles já passaram. Não vamos 
destruir tudo para construir com betão e depois 
se preocupar em repor as árvores, essa não é a 
atitude correcta de um ser que se diz racional, 
devemos usar a nossa racionalidade para não 
prejudicar o ambiente. 
Pequenas acções que não exigem muitos gastos 
podem começar com a comunidade, como o 
plantio das árvores nos mangais, convidar os 
alunos do ensino primário a plantarem uma 
árvore cada um deles, e a introdução da 
educação ambiental nas escolas, por mais que 
seja através de palestras semestrais. 
Grandes mudanças começam com pequenos 
actos. 
 
 
Pág. 19 de 21 
 
Como foi visto no Capítulo II deste trabalho, 
Moçambique tem sim o quadro legal que zela 
pelos Mangais, que protege e conserva o 
património ecológico, o problema não é por 
falta de leis, é a falta de fiscalização séria destas 
leis. Uma lei que está apenas plasmada 
teoricamente e não é aplicada na prática não 
nos é muito útil para proteger os mangais, mas 
quando se trata de punir por a ter 
desobedecido, ela é consultada e recitada em 
voz alta nos tribunais. 
O mais agravante é que a classe de renda baixa 
é que sofre maiores penalizações, perdem o 
seu espaço, são tiradas do seu habitat para dar 
lugar aos agentes mais ameaçadores da natureza 
e que por ironia do destino são eles que 
conhecem as leis melhor que ninguém. 
Quando o homem continuar a dar maior 
importância ao dinheiro do que tudo, mais 
actos bárbaros como a ocupação do solo do 
mangal com casarões, vão continuar. 
Os animais não existem por acaso, por mais 
que não notemos logo de partida eles 
desempenham um papel importante no 
equilíbrio da natureza, e se matamos o seu 
habitat eles procuram por outros para se 
adaptar, mas quando não encontram eles são 
extintos, eles simplesmente desaparecem e 
ficam para a história. 
Contudo, a insensatez humana não se rebate 
apenas na sua própria raça, quando cria 
armamento bélico para tirar a vida do outro, a 
insensatez humana é virada contra a própria 
natureza agora. 
No censo comum se entende que o homem 
sem a lei é um animal, isto é, o homem sem 
uma lei que o rege pode viver como um 
animal, fazer e desfazer como ele bem 
entender, também partilho da mesma opinião, 
mas o problema é que a lei existe e mesmo 
assim o homem vive fazendo e desfazendo das 
suas vontades porque o dinheiro está acima da 
lei aqui em Moçambique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por Jacinto Nhantumbo
 
Referência Bibliográfica 
 
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http://estrelamirelles.blogspot.com/2015/08/degradacaodemangaisemmocambique 
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- Município de Maputo destrói casas luxuosas construıdas ilegalmente. [internet] Disponível em 
http://opais.sapo.mz/index.php/sociedade/45sociedade/12290municipiodemaputodestroicasasluxuosasconstruidasilegalmente.
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http://www.verdade.co.mz/ambiente/21017comunidadenaoeculpadapeladestruicaodomangaldefendevereadora 
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http://www.zonascosteiras.gov.mz/article.php3?id_article=13 
- O ecossistema manguezal e a sua importância ambiental. [internet] Disponível em 
http://www.pensamentoverde.com.br/meioambiente/ecossistemamanguezalimportanciaambiental/ 
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- A destruição dos manguezais e suas consequências. [internet] Disponível em 
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CONSERVAÇÃO (Dezembro de 2014) - PDF [internet] 
 
 
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Fotografia tirada na praia da costa do sol com a 
turma de Direiro do III Ano com o professor 
no dia da aula prática que foi uma visita no 
mangal da costa do sol 
dia 08 de Abril de 2016

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