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CURSO DE PENAL PARTE 1

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PARTE I 
 
 
 
 
 
 1 www.QUEBRANDOASBANCAS.com 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
 
 
PARTE I 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
ü Aplicação da lei penal. 
ü Princípios da legalidade e da anterioridade. 
ü A lei penal no tempo e no espaço. 
ü Tempo e lugar do crime. 
ü Lei penal excepcional, especial e temporária. 
ü Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. 
ü Pena cumprida no estrangeiro. 
ü Eficácia da sentença estrangeira. 
ü Contagem de prazo. 
ü Interpretação da lei penal. 
ü Analogia. 
ü Irretroatividade da lei penal. 
ü Conflito aparente de normas penais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 www.QUEBRANDOASBANCAS.com 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
 
COMO MELHOR UTILIZAR O 
MATERIAL? 
Olá, futuro policial! 
Estamos prestes a estudar uma das matérias mais importantes dos editais 
dos concursos policiais: o Direito Penal. Essa matéria fará parte do seu dia a dia 
de policial: sempre que uma pessoa é presa, você deverá expor verbalmente o 
ocorrido para o delegado e também deverá elaborar um relatório policial dos 
fatos. 
Acredite... você vai utilizar muito seus conhecimentos de Direito Penal ao 
longo do concurso, ao longo do curso de formação policial e também durante 
sua atividade de combate à criminalidade enquanto servidor público. 
Para seu melhor desempenho, utilize as dicas abaixo: 
1) Dê uma passada de olhos nas questões antes de ler o conteúdo para 
direcionar o foco de seu cérebro. 
2) Leia o texto marcando ou anotando o que for mais importante. 
3) Faça as questões. 
4) Utilize o quadro de revisão: ele foi elaborado para combater o 
esquecimento, seguindo os estudos de Herman Ebbinghaus. Revise 
tudo o que está abaixo do quadro, até que surja um novo quadro. 
5) Para cada hora de estudo, utilize 10 min na primeira revisão e cerca 
de 3 a 5 min nas revisões seguintes. 
 
Por que seguir a Tabela de revisão? 
Hermann Ebbinghaus demonstrou de 
forma empírica por meio de seus estudos 
que a taxa de retenção de um conteúdo 
estudado cai drasticamente de um dia 
para o outro e, após cerca de trinta dias, 
o conteúdo é praticamente eliminado da 
memória. Criou, então, um método de 
revisão espaçada. 
Adaptamos os estudos de Hermann para 
a nossa apostila, colocando uma tabela 
de revisão de tempo em tempo ao longo da apostila. Sugerimos a realização de 
 
 
 
 
 
 3 www.QUEBRANDOASBANCAS.com 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
quatro revisões após o estudo: 1 dia depois; 7 dias depois; 15 dias depois; e 30 
dias depois. 
 
ESTUDE COM TÉCNICA E VOCÊ IRÁ ACELERAR EM 10X SUA 
APROVAÇÃO. ESTUDE SEM TÉCNICA E JUNTE-SE À FILA DOS 
RETARDATÁRIOS. VOCÊ É O PILOTO DE SUA JORNADA. VOCÊ DECIDE 
SEU CAMINHO. 
 
1. PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA 
ANTERIORIDADE 
QUADRO DE REVISÃO (PARTE I – QUADRO 1) 
(MARQUE UM “X” QUANDO CUMPRIDO) 
 REVISÃO DE UM 
DIA 
REVISÃO DE 
SETE DIAS 
REVISÃO DE 15 
DIAS 
REVISÃO DE 30 
DIAS 
DATA 
 
Os princípios servem como uma orientação ao legislador e ao aplicador 
do Direito, mostrando qual deve ser o Norte a ser seguido. Dentro do Direito 
penal, os princípios podem estar explícitos, como o princípio da legalidade, que 
consta no art. 5º, XXXIX, da CF, ou implícitos, como o princípio da insignificância, 
que não está escrito em lugar algum, mas é tido como uma decorrência do 
ordenamento jurídico como um todo. 
Dentro dos princípios, vamos nos aprofundar agora na Legalidade e 
Anterioridade. 
 
 
 
 
 
1.1 NOÇÃO GERAL 
O princípio da reserva legal surgiu na Inglaterra, em 1215, na Carta-
Magna de João Sem Terra. Trata-se de um direito fundamental de Primeira 
Dimensão (ou Geração). Os direitos de Primeira Dimensão visam proteger o 
Dica: É importante que você saiba que o princípio da legalidade do 
direito penal é também conhecido como princípio da reserva legal ou 
princípio da legalidade estrita. 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
cidadão dos arbítrios estatais, tendo a liberdade como fundamento. São direitos 
individuais com caráter negativo por exigirem diretamente uma abstenção do 
Estado. 
No art. 5º da CF, inciso XXXIX, consta o princípio da legalidade e da 
anterioridade em um mesmo dispositivo: “Não há crime sem lei anterior que o 
defina, nem pena sem prévia cominação legal”. 
Extraindo do dispositivo apenas o princípio da legalidade, temos “não há 
crime sem lei que o defina, nem pena sem cominação legal”. O que sobra é o 
princípio da anterioridade, o qual determina que a lei deve ser anterior ao fato e 
cominação legal da pena deve ser prévia. 
O Código Penal também repete o dispositivo constitucional em seu art. 1º: 
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal”. Portanto, somente a lei pode prever um crime e ninguém poder ser punido 
por uma lei posterior. 
 
Para parte da Doutrina, para o STF e para o CESPE, o princípio da 
reserva legal tem aplicação absoluta em relação ao Direito Penal incriminador, 
ou seja, para criar crimes e penas, deve a lei ser utilizada. Todavia, não se 
tratando de direito penal incriminador, não há necessidade de observar tal 
princípio. O STF admite uma relativização ou flexibilização da reserva legal para 
direito penal não incriminador. Em breve vamos tratar com um pouco mais de 
profundidade desse assunto. 
 
1.2 CLÁUSULA PÉTREA 
Como vimos, o princípio da legalidade está previsto no art. 5º, inciso 
XXXIX, da CF, dentro dos chamados direitos e garantias individuais. Por essa 
razão, nos termos do art. 60, § 4º, ele constitui cláusula pétrea, juntamente com 
todos outros direitos e garantias individuais previstos na CF. 
Mas o que é uma cláusula pétrea? Trata-se de uma cláusula sagrada, ou 
seja, tais direitos e garantias não podem ser suprimidos. 
Importante: embora esteja escrito “crime” e “pena” no texto do 
princípio da legalidade, reconhece a doutrina que o princípio também 
se aplica às contravenções penais (gênero de infração penal mais 
“light), bem como às medidas de segurança (gênero de pena). 
Infração penal = crime (ou delito) + contravenção 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Veja o que diz o texto constitucional: 
Art. 60, § 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Os princípios de legalidade e anterioridade se encaixam no inciso IV. Por 
isso, são cláusulas pétreas. 
 
1.3 RETROATIVIDADE DA LEI PENAL 
Ao fato criminoso, como regra, se aplica a lei em vigor no momento do 
fato. Contudo, em benefício do réu ou acusado, poderá uma lei posterior ser 
aplicada. É o que determina o art. 5º, XL, da CF: “a lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu” (princípio da retroatividade penal benéfica). 
 
1.4 O QUE SE ENTENDE POR LEI, PARA O 
DIREITO PENAL? 
Para responder a essa pergunta, devemos primeiramente entender o que 
é lei em sentido amplo e em sentido estrito. 
Lei em sentido amplo é qualquer espécie normativa prevista no art. 59 
da CF: emendas à Constituição; leis complementares; leis ordinárias; leis 
delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos; e resoluções1. 
Lei em sentido estrito é somente a lei emanada do Congresso Nacional 
com forma de lei, seguindo o rito de lei (sentido formal) e com conteúdo de 
matéria constitucionalmente reservada à lei (sentidomaterial): lei complementar; 
e lei ordinária. 
Quando tratamos do princípio da legalidade, estamos nos referindo a uma 
lei em sentido estrito. Assim, somente podem criar crimes a lei complementar 
 
1 Em Direito Constitucional as espécies normativas são estudadas. Caso queira se aprofundar nas espécies 
normativas, há bons vídeos no youtube. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
e a lei ordinária com origem no Poder Legislativo Federal, conforme art. 22, 
I, da CF2. 
Portanto, lei delegada, medida provisória, decreto-legislativo e resoluções 
não podem criar crimes ou cominar penas. 
Especificamente sobre as medidas provisórias, veja o que afirma a CF: 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-
las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: (...) 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
Portanto, a CF expressamente afirma que medida provisória não pode 
tratar sobre direito penal. Mas cuidado: O STF afirmou que poderá medida 
provisória tratar sobre direito penal em benefício do réu. 
 Assim sendo, devemos ficar com as seguintes ideias na cabeça: 
• Devemos aplicar o princípio da reserva legal sempre que tratarmos 
de Direito Penal incriminador, ou seja, quando estivermos criando 
crimes ou penas, ou agravando a situação do réu. 
• Se não for Direito Penal Incriminador, nem sempre utilizaremos a 
reserva legal, já que poderemos, por exemplo, por meio de uma 
medida provisória beneficiar um acusado (entendimento do STF). 
A regra geral é: se for para incriminar ou de qualquer forma piorar a vida 
de um acusado/réu, só podemos fazer por meio de lei prévia, não podendo ser 
utilizado decreto, medida provisória, analogia, etc. Se for para melhorar a 
situação do réu, então poderemos utilizar outras espécies legais diferentes da lei 
em sentido estrito. 
 
Quem pode legislar sobre Direito Penal: 
Segundo a Constituição Federal, a competência para legislar sobre Direito 
Penal é privativa da União. Todavia, por meio de lei complementar, poderá a 
 
2 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do 
trabalho; (...) 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
União autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas de Direito 
Penal. 
Veja o que diz o texto constitucional: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I- direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho. 
(...) 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Desdobramentos do Princípio da Legalidade: 
Uso da Analogia: a lei deve ser estrita 
Nós ainda vamos ver detalhadamente o que é a analogia. Por enquanto, 
você deve ficar com a seguinte ideia: quando há uma lacuna legal para 
determinado caso, utiliza-se uma regra de um caso semelhante para integrar a 
lacuna, ou seja, preenche-la. 
Pelo princípio da legalidade, a lei deve ser estrita, ou seja, exige-se lei 
em sentido formal. Por isso, é vedada a utilização de analogia in malan partem 
(em prejuízo do réu). Todavia, podemos utilizar a analogia em benefício do réu. 
Uso dos costumes: a lei deve ser escrita 
Pelo princípio da legalidade, a lei deve ser escrita! Desse modo, não 
poderemos utilizar os costumes em Direito Penal, seja para criar um crime ou 
para abolir um crime. 
Consoante o professor Nucci (posição majoritária): "O costume não serve 
para criar ou revogar lei penal, a despeito de servir para o processo de 
interpretação. 
O Superior Tribunal de Justiça já tratou do tema: “A eventual tolerância ou 
a indiferença na repressão criminal, bem assim o pretenso desuso não se 
apresentam, em nosso sistema jurídico-penal, como causa de atipicidade 
(precedentes). A norma incriminadora não pode ser neutralizada ou ser 
considerada revogada em decorrência de, verbi gratia, desvirtuada atuação 
policial (art. 2 , caput, da LICC)- RE 146.360-PR)". 
Crime genérico: a lei deve ser certa 
O princípio da legalidade não significa apenas que um crime só pode 
ser criado por lei. Ele vai além, determinando, também, que o crime criado seja 
preciso, que a lei diga de forma minuciosa qual o crime. A descrição da conduta 
proibida deve ser taxativa. A lei deve ser certa. Assim, é vedada a criação de 
um crime genérico. Ex.: é crime fazer mal a alguém. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Do mesmo modo, a fixação da pena também não pode ser genérica. Deve 
ser exata, com critérios objetivos. 
 
QUESTÕES 
1 (CESPE / CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA / 2014) O princípio da 
reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais incriminadoras, 
excluindo-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras. 
(CERTO/ERRADO) 
 
2 (CESPE / DETRAN-DF / ANALISTA / 2009) O princípio da legalidade veda o 
uso da analogia in malam partem e a criação de crimes e penas pelos costumes. 
(CERTO/ERRADO) 
 
3 (CESPE / TJ-SE / TÉCNICO / 2014) É legítima a criação de tipos penais por 
meio de decreto. 
(CERTO/ERRADO) 
 
4) (CESPE/ PRF / 2014) O princípio da legalidade é parâmetro fixador do 
conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal 
natureza somente podem ser criados por meio de lei em sentido estrito. 
(CERTO/ERRADO) 
 
5 (FCC / MPE-RS / SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS / 2008) Tendo em conta o 
Princípio da Reserva Legal, é correto afirmar que 
a) é lícita a aplicação de pena não prevista em lei se o fato praticado pelo agente 
for definido como crime no tipo penal. 
b) o juiz pode fixar a pena a ser aplicada ao autor do delito acima do máximo 
previsto em lei, aplicando os costumes vigentes na localidade em que ocorreu. 
c) é vedado o uso da analogia para punir o autor de um fato não previsto em lei 
como crime, mesmo sendo semelhante a outro por ela definido. 
d) fica ao arbítrio do juiz determinar a abrangência do preceito primário da norma 
incriminadora se a descrição do fato delituoso na norma penal for vaga e 
indeterminada. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
e) o juiz tem o poder de impor sanção penal ao autor de um fato não descrito 
como crime na lei penal, se esse fato for imoral, antissocial ou danoso à 
sociedade. 
6 (FCC / SIGEP-MA / AUDITOR / 2016) O princípio do direito penal que possui 
claro sentido de garantia fundamental da pessoa, impedindo que alguém possa 
ser punido por fato que, ao tempo do seu cometimento, não constituía delito é 
a) atipicidade. 
b) reserva legal. 
c) punibilidade. 
d) analogia. 
e) territorialidade. 
 
7 (VUNESP/TJ-SP - Adaptado) Pode-se afirmar que o princípio da legalidade 
tem índole constitucional e tem por finalidade proteger o cidadão contra o arbítrio 
do poder punitivo estatal, já que deve haver perfeita correspondência entre a 
conduta praticada e a previsão legal. 
(CERTO/ERRADO) 
 
8 (CESPE/AGU) O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da 
reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de segurança, que 
não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas se 
refere aos crimes e contravenções penais.(CERTO/ERRADO) 
 
9 (CESPE/PF/Escrivão) Uma vez que as medidas de segurança não são 
consideradas penas, possuindo caráter essencialmente preventivo, a elas não 
se aplicam os princípios da reserva legal e da anterioridade. 
(CERTO/ERRADO) 
 
10 (IBEG / PROCURADOR MUNICIPAL - ADAPTADA) O Estado é a única fonte 
de produção do direito penal, já que compete privativamente à União legislar 
sobre normas gerais em matéria penal, ressaltando que, excepcionalmente, lei 
estadual (ou distrital) poderá tratar sobre questões específicas de Direito Penal, 
desde que permitido pela União por meio de lei complementar. 
(CERTO/ERRADO) 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
 
11 (AGENTE PENITENCIÁRIO – MA) Com relação ao princípio da legalidade, 
assinale a afirmativa incorreta. 
a) Tal princípio se aplica às contravenções e medida de segurança. 
b) Tal princípio impede a criação de crimes por meio de medida provisória. 
c) Tal princípio impede incriminação genérica por meio de tipos imprecisos. 
d) Tal princípio impede a aplicação de analogia de qualquer forma no Direito 
Penal. 
e) Tal princípio está previsto no texto constitucional vigente. 
 
12 (PC-SP/DELEGADO) A lei estrita, desdobramento do princípio da legalidade, 
veda o emprego do(a) (os) (as) 
a) analogia 
b) costumes. 
c) princípios gerais do direito. 
d) equidade. 
e) jurisprudência. 
 
13 (FCC/BACEN/ANALISTA) As regras da irretroatividade e da taxatividade das 
normas penais incriminadoras decorrem do princípio da 
a) culpabilidade. 
b) proporcionalidade. 
c) igualdade. 
d) legalidade. 
e) subsidiariedade. 
 
14 (FCC/TCM-RJ/AUDITOR) Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. 
Pena: a ser fixada livremente pelo juiz de acordo com as circunstâncias do fato". 
Para um fato cometido após a sua vigência, é correto afirmar que a referida lei 
a) fere o princípio da legalidade. 
b) fere o princípio da anterioridade. 
c) fere os princípios da legalidade e da anterioridade. 
 
 
 
 
 
 11 www.QUEBRANDOASBANCAS.com 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
d) não fere os princípios da legalidade e da anterioridade. 
e) é uma norma penal em branco. 
 
15 (CESPE/TJ-AC/TÉCNICO) Dado o princípio da legalidade, o Poder Executivo 
não pode majorar as penas cominadas aos crimes cometidos contra a 
administração pública por meio de decreto. 
(CERTO/ERRADO) 
 
GABARITO COMENTADO 
1 (CESPE / CÂMARA DOS DEPUTADOS – ANALISTA / 2014) O princípio da 
reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais incriminadoras, 
excluindo-se de sua incidência as normas penais não incriminadoras. 
CERTO 
Dizer que o princípio da reserva legal se aplica de forma absoluta significa dizer 
que somente por meio de lei podemos tratar de normas penais incriminadoras. 
A afirmação está correta. Todavia, para normas penais não incriminadoras, que 
favoreçam ao réu, por exemplo, a reserva legal é flexibilizada, admitindo-se que 
a medida provisória trate do tema. 
Norma penal incriminadora: apenas lei. 
Norma penal não incriminadora: lei e medida provisória (entendimento da 
doutrina e do STF). 
 
2 (CESPE / DETRAN-DF / ANALISTA / 2009) O princípio da legalidade veda o 
uso da analogia in malam partem e a criação de crimes e penas pelos costumes. 
CERTO 
O princípio da legalidade apenas aceita a analogia in bonam parte, ou seja, para 
beneficiar ao réu. Não é aceito o uso da analogia in malem partem. Além disso, 
a criação de crimes pelos costumes também é vedada. 
 
3 (CESPE / TJ-SE / TÉCNICO / 2014) É legítima a criação de tipos penais por 
meio de decreto. 
ERRADO 
A afirmação está incorreta, pois somente a lei pode criar tipos penais, ou seja, 
criar crimes ou contravenções. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
 
4) (CESPE/ PRF / 2014) O princípio da legalidade é parâmetro fixador do 
conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal 
natureza somente podem ser criados por meio de lei em sentido estrito. 
CERTO 
A afirmativa está correta. Por lei em sentido estrito devemos entender: lei 
complementar e lei ordinária (Poder Legislativo). Lei em sentido amplo: lei 
ordinária, lei complementar, medida provisória, decreto, etc. 
 
5 (FCC / MPE-RS / SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS / 2008) Tendo em conta o 
Princípio da Reserva Legal, é correto afirmar que 
a) é lícita a aplicação de pena não prevista em lei se o fato praticado pelo agente 
for definido como crime no tipo penal. 
b) o juiz pode fixar a pena a ser aplicada ao autor do delito acima do máximo 
previsto em lei, aplicando os costumes vigentes na localidade em que ocorreu. 
c) é vedado o uso da analogia para punir o autor de um fato não previsto 
em lei como crime, mesmo sendo semelhante a outro por ela definido. 
d) fica ao arbítrio do juiz determinar a abrangência do preceito primário da norma 
incriminadora se a descrição do fato delituoso na norma penal for vaga e 
indeterminada. 
e) o juiz tem o poder de impor sanção penal ao autor de um fato não descrito 
como crime na lei penal, se esse fato for imoral, antissocial ou danoso à 
sociedade. 
RESPOSTA: C 
a) Por força do princípio da legalidade, só é possível a aplicação de penas 
previstas em lei. 
b) O juiz deve se ater ao princípio da legalidade, utilizando os limites da lei. 
c) Alternativa correta. A analogia só pode ser utilizada em benefício do réu. 
d) Jamais poderá ficar ao arbítrio do juiz a fixação do preceito primário de 
um crime, pois isto é função da lei. Exemplo de preceito primário: Art. 121 
do CP – matar alguém. Exemplo de preceito secundário: Pena – reclusão, 
de seis anos a vinte anos. 
e) O juiz só pode fazer o que diz a lei, por força do princípio da legalidade. 
 
6 (FCC / SIGEP-MA / AUDITOR / 2016) O princípio do direito penal que possui 
claro sentido de garantia fundamental da pessoa, impedindo que alguém possa 
ser punido por fato que, ao tempo do seu cometimento, não constituía delito é 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
a) atipicidade. 
b) reserva legal. 
c) punibilidade. 
d) analogia. 
e) territorialidade. 
RESPOSTA: B 
O princípio da reserva legal afirma que “não há crime sem lei anterior que o 
defina”. Logo, é o princípio da reserva legal que impede que uma pessoa seja 
punida por fato que não constituía crime ao tempo de seu cometimento. 
 
7 (VUNESP/TJ-SP - ADAPTADO) Pode-se afirmar que o princípio da legalidade 
tem índole constitucional e tem por finalidade proteger o cidadão contra o arbítrio 
do poder punitivo estatal, já que deve haver perfeita correspondência entre a 
conduta praticada e a previsão legal. 
CERTO 
O princípio da legalidade está previsto na Constituição Federal no art. 5º, XXXIX, 
constituindo, de fato, uma proteção ao indivíduo, já que ninguém poderá ser 
punido em razão de uma decisão arbitrária, mas apenas se o fato praticado 
constituir um crime previsto em lei anterior à prática do ato. 
 
8 (CESPE/AGU) O princípio da legalidade, que é desdobrado nos princípios da 
reserva legal e da anterioridade, não se aplica às medidas de segurança, que 
não possuem natureza de pena, pois a parte geral do Código Penal apenas se 
refere aos crimes e contravenções penais. 
ERRADO 
A pena e a medida de segurança são espécies do gênero da sanção penal e 
devem obedecer ao princípio da legalidade, conforme aponta a doutrina. 
 
9 (CESPE/PF/ESCRIVÃO) Uma vez que as medidas de segurança não são 
consideradas penas, possuindo caráter essencialmente preventivo, a elas não 
se aplicam os princípios da reserva legal e da anterioridade.ERRADO 
A afirmação está incorreta, pois a medida de segurança é espécie de sanção 
penal, devendo obedecer ao princípio da reserva legal e da anterioridade. 
 
 
 
 
 
 
 14 www.QUEBRANDOASBANCAS.com 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
10 (IBEG/PROCURADOR MUNICIAL - ADAPTADA) O Estado é a única fonte 
de produção do direito penal, já que compete privativamente à União legislar 
sobre normas gerais em matéria penal, ressaltando que, excepcionalmente, lei 
estadual (ou distrital) poderá tratar sobre questões específicas de Direito Penal, 
desde que permitido pela União por meio de lei complementar. 
CERTO 
A afirmação está correta e o fundamento está no art. 22 da CF: Compete 
privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, 
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre 
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
 
11 (AGENTE PENITENCIÁRIO – MA) Com relação ao princípio da legalidade, 
assinale a afirmativa incorreta. 
a) Tal princípio se aplica às contravenções e medida de segurança. 
b) Tal princípio impede a criação de crimes por meio de medida provisória. 
c) Tal princípio impede incriminação genérica por meio de tipos imprecisos. 
d) Tal princípio impede a aplicação de analogia de qualquer forma no Direito 
Penal. 
e) Tal princípio está previsto no texto constitucional vigente. 
RESPOSTA: D 
Todas as afirmações estão corretas, à exceção da alternativa D, pois é admitida 
a analogia in bonam partem. 
 
12 (PC-SP/Delegado) A lei estrita, desdobramento do princípio da legalidade, 
veda o emprego do(a) (os) (as) 
a) analogia 
b) costumes. 
c) princípios gerais do direito. 
d) equidade. 
e) jurisprudência. 
RESPOSRTA: A 
São três desdobramentos: 
ü A lei deve ser estrita à veda a analogia in malam partem. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
ü A lei deve ser escrita à veda a utilização dos costumes 
ü A lei deve ser certa à veda o arbítrio, devendo a lei ser taxativa. 
 
13 (FCC/BACEN/ANALISTA) As regras da irretroatividade e da taxatividade das 
normas penais incriminadoras decorrem do princípio da 
a) culpabilidade. 
b) proporcionalidade. 
c) igualdade. 
d) legalidade. 
e) subsidiariedade. 
RESPOSTA: D 
É em razão do princípio da legalidade que existem as regras da irretroatividade 
(os crimes devem ser previstos por leis anteriores) e da taxatividade (a lei penal 
deve prever o crime de forma taxativa, precisa, sem ambiguidade). A 
taxatividade está implícita na legalidade 
 
14 (FCC/TCM-RJ/AUDITOR) Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. 
Pena: a ser fixada livremente pelo juiz de acordo com as circunstâncias do fato". 
Para um fato cometido após a sua vigência, é correto afirmar que a referida lei 
a) fere o princípio da legalidade. 
b) fere o princípio da anterioridade. 
c) fere os princípios da legalidade e da anterioridade. 
d) não fere os princípios da legalidade e da anterioridade. 
e) é uma norma penal em branco. 
RESPOSTA: A 
O princípio da legalidade, por meio da taxatividade, impões que a normal penal 
deve ser certa, precisa. Logo, a viola a legalidade uma pena que seja fixada 
“livremente” pelo juiz. 
 
15 (CESPE/TJ-AC/TÉCNICO) Dado o princípio da legalidade, o Poder Executivo 
não pode majorar as penas cominadas aos crimes cometidos contra a 
administração pública por meio de decreto. 
CERTO 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Só a lei penal, emanada do Poder Legislativo, pode majorar as penas. 
 
2. A LEI PENAL NO TEMPO E NO 
ESPAÇO 
QUADRO DE REVISÃO (PARTE I – QUADRO 2) 
(MARQUE UM “X” QUANDO CUMPRIDO) 
 REVISÃO DE UM 
DIA 
REVISÃO DE 
SETE DIAS 
REVISÃO DE 15 
DIAS 
REVISÃO DE 30 
DIAS 
DATA 
 
A lei penal no tempo é um assunto importante que envolve diversos 
conceitos. Se esse está sendo seu primeiro contato com Direito Penal, talvez 
precise ler mais de uma vez para compreender. 
É importante que você saiba que o princípio que vigora, como regra, é o 
da irretroatividade da lei penal. Ela só irá retroagir em benefício do réu. 
Nós vamos nos aprofundar no assunto da lei penal no tempo e no espaço. 
Por enquanto, leia estes dispositivos do Código Penal: 
Lei penal no tempo 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
Tempo do crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado. 
Lugar do crime 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado. 
 
QUESTÕES 
1 (CESPE / PREFEITURA DE IPOJUCA-PE / PROCURADOR MUNICIPAL / 
2009) Em regra, quanto à aplicação da lei penal no tempo, vigora o princípio da 
irretroatividade. 
(CERTO/ERRADO) 
 
2 (CESPE / PC-AL / ESCRIVÃO / 2012) A lei penal pode retroagir para beneficiar 
ou prejudicar o réu. 
(CERTO/ERRADO) 
 
GABARITO COMENTADO 
1 (CESPE / PREFEITURA DE IPOJUCA-PE / PROCURADOR MUNICIPAL / 
2009) Em regra, quanto à aplicação da lei penal no tempo, vigora o princípio da 
irretroatividade. 
CERTO 
Tratando-se de lei penal, vigora a irretroatividade. Fundamento: Constituição 
Federal, Artigo 5°, XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
Tratando-se de lei processual penal, vigora a imediata aplicação. Fundamento: 
Código de Processo Penal, Artigo 2° – A lei processual penal aplicar-se-á desde 
logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
2 (CESPE / PC-AL / ESCRIVÃO / 2012) A lei penal pode retroagir para beneficiar 
ou prejudicar o réu. 
ERRADO 
A lei penal só poderá retroagir para beneficiar o réu. 
 
2.1 LEIS EXCEPCIONAIS, TEMPORÁRIAS E 
ESPECIAIS 
Memorize os conceitos que vamos apresentar a seguir. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Lei excepcional: 
É a lei que vigora durante um período anormal, de exceção, como no 
caso de uma calamidade, por exemplo. Terminando o período de 
excepcionalidade, as leis excepcionais são automaticamente revogadas. 
Lei temporária: 
A lei temporária tem em seu próprio texto o período de vigência. Diz a 
doutrina que são leis com data certa de morte. Atingido o marco final, cessa a 
vigência. Exemplo: Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012), que vigorou até 31 de 
dezembro de 2014. 
Características da lei excepcional e temporária: 
• São também chamadas de intermitentes. 
• São auto revogáveis. 
• São dotadas de ultratividade: ainda que já revogadas, seus efeitos 
atingem os agentes delitivos em momento ulterior à 
revogação. Art. 3º, do CP - A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência.Leis Especiais: 
O edital da PRF e da PF, ao mencionarem as leis temporárias e 
extraordinárias, trazem também as leis especiais. Enquanto as leis temporárias 
e extraordinárias estão relacionadas a regras com prazo da validade, as leis 
especiais estão relacionadas ao conflito aparente de normas. 
Leis especiais são aquelas que contém todos os elementos da lei geral e 
mais alguns específicos. Exemplo: Se uma pessoa comum cometer fraude para 
obter um empréstimo de uma pessoa, responderá pelo Código Penal, por 
estelionato (Lei Geral). Todavia, se uma pessoa cometer fraude para obter 
financiamento de instituição financeira, ela responderá pela Lei 7.492 (Lei 
especial). O elemento especial é a “instituição financeira”. 
Portanto, havendo duas regras para um mesmo fato, prevalecerá a regra 
que for mais especial, ou seja, mais específica. 
Para guardar a ideia, imagine o seguinte exemplo: 
- Se você mata uma pessoa, você responde por homicídio (geral). 
- Se você mata seu filho, logo após o parto, sob influência do estado 
puerperal, você responde por infanticídio (especial). 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Em ambos os casos uma pessoa é morta. Todavia, a depender da 
existência de elementos especializantes ou não, responde-se pela regra geral 
ou especial. 
Corroborando com o que dissemos até aqui sobre lei especial, afirma o 
Código Penal: “art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos 
incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso”. 
QUESTÕES 
1 (CESPE / CAXIA – ADVOGADO / 2006) No que diz respeito à eficácia temporal 
da lei penal, o término da vigência das leis denominadas temporárias e 
excepcionais não depende de revogação por lei posterior. Consumado o lapso 
da lei temporária ou cessadas as circunstâncias determinadoras das 
excepcionais, cessa, então, a vigência dessas leis. 
(CERTO/ERRADO) 
 
2) (FUNIVERSA / SEAP-DF / AGENTE / 2015) As leis temporárias, diversamente 
das leis excepcionas, têm ultra-atividade. 
(CERTO/ERRADO) 
 
3) (CESPE / MPE-RR / OFICIAL DE PROMOTORIA / 2008) A lei temporária, após 
decorrido o período de sua duração, não se aplica mais nem aos fatos praticados 
durante sua vigência nem aos posteriores. 
(CERTO/ERRADO) 
 
4) (CESPE / PCDF / ESCRIVÃO / 2013) A lei penal que, de qualquer modo, beneficia o 
agente tem, em regra, efeito extra-ativo, ou seja, pode retroagir ou avançar no tempo e, 
assim, aplicar-se ao fato praticado antes de sua entrada em vigor, como também seguir 
regulando, embora revogada, o fato praticado no período em que ainda estava vigente. A 
única exceção a essa regra é a lei penal excepcional ou temporária que, sendo favorável 
ao acusado, terá somente efeito retroativo. 
(CERTO/ERRADO) 
 
GABARITO COMENTADO 
1 (CESPE / CAXIA – ADVOGADO / 2006) No que diz respeito à eficácia temporal 
da lei penal, o término da vigência das leis denominadas temporárias e 
excepcionais não depende de revogação por lei posterior. Consumado o lapso 
da lei temporária ou cessadas as circunstâncias determinadoras das 
excepcionais, cessa, então, a vigência dessas leis. 
CERTO 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
A questão está correta. Duas são as características das leis temporários e 
excepcionais: i) revogam-se automaticamente - consideram-se revogadas assim 
que encerrado o prazo fixado (temporária) ou cessada a situação de 
anormalidade (excepcional); ii) são ultrativas – são aplicáveis aos fatos 
praticados durante a sua vigência, ainda que já tenham sido revogadas, mesmo 
em prejuízo do réu. 
 
2) (FUNIVERSA / SEAP-DF / AGENTE / 2015) As leis temporárias, diversamente 
das leis excepcionas, têm ultra-atividade. 
ERRADO 
A afirmação está incorreta, pois ambas possuem ultratividade. 
 
3 (CESPE / MPE-RR / OFICIAL DE PROMOTORIA / 2008) A lei temporária, após 
decorrido o período de sua duração, não se aplica mais nem aos fatos praticados 
durante sua vigência nem aos posteriores. 
ERRADO 
A assertiva está incorreta, pois a lei temporária se aplica aos fatos praticados 
durante a sua vigência, mesmo após decorrido o seu prazo de duração. 
 
4 (CESPE / PCDF / ESCRIVÃO / 2013) A lei penal que, de qualquer modo, 
beneficia o agente tem, em regra, efeito extra-ativo, ou seja, pode retroagir ou 
avançar no tempo e, assim, aplicar-se ao fato praticado antes de sua entrada em 
vigor, como também seguir regulando, embora revogada, o fato praticado no 
período em que ainda estava vigente. A única exceção a essa regra é a lei penal 
excepcional ou temporária que, sendo favorável ao acusado, terá somente efeito 
retroativo. 
ERRADO 
Extratividade é a possibilidade de a lei penal, depois de revogada, continuar a 
regular fatos ocorridos durante a vigência (ultra-atividade) ou retroagir para 
alcançar fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor (retroatividade). A 
questão está errada ao falar que a lei excepcional ou temporária terá apenas 
efeito retroativo, já que o efeito será ultrativo. 
 
2.2 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO 
Quando se considera praticado um crime? 
Temos três teorias: 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
a) Teoria da atividade: o crime é considerado praticado no momento da ação 
ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. 
b) Teoria do resultado: o crime é considerado praticado no momento em que 
se verifica o resultado, pouco importando o momento da ação ou omissão. 
c) Teoria mista ou da ubiquidade: considera-se praticado o crime tanto no 
momento da ação ou omissão quanto no momento do resultado. 
O Código Penal adotou a teoria da atividade: 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado 
Na prática, qual a importância disso? 
Imagine o seguinte caso hipotético: João, um dia antes de seu aniversário 
de 18 anos, dispara com um revólver contra José. Este é socorrido e levado ao 
hospital, vindo a falecer uma semana depois, em razão dos ferimentos do 
disparo da arma de fogo, quando João já tinha 18 anos. Como os menores de 
18 anos não respondem criminalmente, a depender da teoria adotada, João irá 
ser de acordo com o Código Penal ou não. 
Pela teoria da atividade, adotada pelo Código Penal, João não responderá 
criminalmente. Todavia, se fossem adotadas as teorias do resultado ou da 
ubiquidade, João iria responder. 
 
QUESTÕES 
1 (CESPE / CÂMARA DOS DEP/ ANALISTA / 2014) Em relação à aplicação da 
lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se, respectivamente, 
as teorias da atividade e da ubiquidade. 
(CERTO/ERRADO) 
 
2 (CESPE / DPF / AGENTE / 2013) No que diz respeito ao tema lei penal no 
tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a 
exceção é a extra-atividade da lei penal mais benéfica, que comporta duas 
espécies: a retroatividade e a ultra-atividade. 
(CERTO/ERRADO) 
 
3 (CESPE / TRE-RN / ASSESSOR / 2015) Pelo princípio da irretroatividade da 
lei penal, não é possível a aplicação de lei posterior a fato anterior à edição desta. 
É exceção ao referido princípio a possibilidade de retroatividade da lei penal 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
benéfica que atenue a pena ou torne atípico o fato, desde que não haja trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória. 
(CERTO/ERRADO) 
 
 
 
GABARITO COMENTADO 
1 (CESPE / CÂMARA DOS DEP/ ANALISTA / 2014) Em relação à aplicação da 
lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se, respectivamente, 
as teorias da atividadee da ubiquidade. 
CERTO 
A assertiva está correta. Memorize: LUTA 
Lugar do Crime à Ubiquidade 
Tempo do Crime à Atividade 
 
2 (CESPE / DPF / AGENTE / 2013) No que diz respeito ao tema lei penal no 
tempo, a regra é a aplicação da lei apenas durante o seu período de vigência; a 
exceção é a extra-atividade da lei penal mais benéfica, que comporta duas 
espécies: a retroatividade e a ultra-atividade. 
CERTO 
A assertiva está correta. Extratividade é a possibilidade de aplicação de uma lei 
a fatos ocorridos fora do âmbito de sua vigência. Tal fenômeno é gênero que 
comporta duas espécie: retroatividade (aplicação da lei penal benéfica a fato 
acontecido antes do período da sua vigência ) e ultratividade (aplicação da lei 
penal benéfica, já revogada, a fato ocorrido após o período da sua vigência). 
 
3 (CESPE / TRE-RN / ASSESSOR / 2015) Pelo princípio da irretroatividade da 
lei penal, não é possível a aplicação de lei posterior a fato anterior à edição desta. 
É exceção ao referido princípio a possibilidade de retroatividade da lei penal 
benéfica que atenue a pena ou torne atípico o fato, desde que não haja trânsito 
em julgado da sentença penal condenatória. 
ERRADO 
A assertiva está incorreta. O princípio da irretroatividade não impede a aplicação 
de lei posterior benéfica a fato anterior a sua edição, ainda que já tenha ocorrido 
o trânsito em julgado. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Art. 2º. - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
 
2.3 APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO 
O estudo deste tópico está relacionado à resolução de problemas 
internacionais: busca-se saber qual será a lei aplicada. Para resolver tais 
conflitos, alguns princípios devem ser conhecidos. 
Princípios 
a) Princípio da territorialidade: a lei nacional será aplicada aos fatos 
criminosos praticado em território brasileiro. 
b) Princípio da nacionalidade: a lei penal de um país será aplicada ao seu 
cidadão, ainda que fora de seu território. 
c) Princípio da justiça penal universal: o sujeito que tenha praticado uma 
infração penal deverá ser punido pela justiça local onde se encontra, mesmo que 
tenha outra nacionalidade. 
d) Princípio da representação ou da bandeira: o agente deverá ser punido 
pelo país de origem da embarcação ou aeronave privadas por infração praticada 
no estrangeiro, desde que não tenha sido punido no país em que tenha praticado 
a infração penal. 
Como regra, o Código Penal brasileiro adotou o princípio da 
territorialidade, previsto no art. 5º: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de 
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no 
território nacional. Todavia, de maneira excepcional, o Código Penal também 
adotou os demais princípios no art. 7º. 
Território 
Não se preocupe em memorizar os conceitos que vamos apresentar, mas 
é importante que tenha noção. Território é o espaço terrestre, marítimo, aéreo e 
fluvial no qual a soberania nacional será amplamente exercida. O espaço 
terrestre abarca toda a extensão até as fronteiras territoriais, abarcando o solo e 
o sobsolo. Espaço aéreo é a coluna atmosférica acima do espaço terrestre. 
Espaço marítimo é a extensão de mar territorial que corresponde a uma faixa de 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
doze milhas marítimas. Espaço fluvial é o conjunto de rios presentes no território 
nacional. 
Território por equiparação 
Equivalem a território brasileiro (art. 5º, §1º e §2º do CP): 
• Embarcações e aeronaves brasileiras públicas ou a serviço do 
governo brasileiro; 
• Embarcações e aeronaves brasileiras mercantes ou de 
propriedade privada em espaço aéreo correspondente ou alto-mar; 
• Embarcações e aeronaves estrangeiras de propriedade privada, 
pousadas ou em voo no espaço aéreo nacional ou em porto ou mar 
territorial. 
Lugar do crime 
Lugar do crime é aquele considerado como onde ocorreu o delito, para 
efeitos penais. 
Imagine a seguinte situação hipotética: Maria quer matar seu marido, 
João, para ficar com a herança. Embarca em um ônibus em Mato Grosso do Sul 
com destino ao Paraguai, momento em que coloca veneno na comida de João, 
o qual vem a falecer somente no destino final, no Paraguai. 
Será aplicada a lei Penal brasileira ou paraguaia? Devemos considerar 
como local do crime o momento do resultado (morte) ou da ação (colocar veneno 
na comida)? 
Veja o que diz o Código Penal Brasileiro: Art. 6º - Considera-se praticado 
o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Portanto, é considerado o lugar do crime tanto o local da ação ou omissão 
quanto o do resultado. Sendo assim, a teoria adotada para o lugar do crime é a 
da ubiquidade ou mista. 
No exemplo acima, Maria responderá pelas leis brasileiras. 
Atenção! Para Lugar do crime, a teoria adotada é da Ubiquidade. Para 
Tempo do crime, a teoria adotada é da Atividade: LUTA. 
 
Extraterritorialidade 
Há casos em que, mesmo não sendo o crime praticado em território 
brasileiro, será aplicada a lei nacional. Tais casos são regidos pelas hipóteses 
de extraterritorialidade da lei penal brasileira, previstas no art. 7º do CP. Para 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
que o estudo fique mais esquemático, preparamos uma tabela para facilitar a 
memorização. 
 
 
 
 
 Extraterritorialidade 
incondicionada 
Extraterritorialidade 
condicionada 
Condições: Não há qualquer requisito para ser 
aplicada a lei brasileira ao crime praticado 
no exterior, ainda que o agente delituoso 
tenha sido absolvido ou condenado no 
estrangeiro. 
 
- Entrar o agente no território 
nacional; 
- Ser o fato punível também 
no país em que foi praticado; 
- Estar o crime incluído entre 
aqueles pelos quais a lei 
brasileira autoriza a 
extradição; 
- Não ter sido o agente 
absolvido no estrangeiro ou 
não ter lá cumprido a pena; 
- Não ter sido o agente 
perdoado no estrangeiro ou, 
por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
 
Casos: - Crime contra a vida ou a liberdade do 
Presidente da República; 
- Crime contra o patrimônio ou a fé pública 
da União, do DF, do Estado, Território, 
Município, de empresa pública, sociedade 
de economia mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder Público; 
- Crime contra a Administração Pública, 
por quem está a seu serviço; 
- Crime de genocídio, quando o agente for 
brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
 
- Crime que, por tratado ou 
convenção, o Brasil se 
obrigou a reprimir; 
- Crimes praticados por 
brasileiros; 
- Crime praticados em 
aeronaves ou embarcações 
brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando 
em território estrangeiro e aí 
não sejam julgadas. 
- Crime praticado por 
estrangeiro contra brasileiro, 
desde que, além das demais 
condições, haja requisição do 
Ministro da Justiça e não seja 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
pedida ou negada a 
extradição. 
 
 
Embora tenhamos deixado o assunto de uma forma mais didática na 
tabela acima, é válida a leitura dos dispositivos legais: 
 Lugar do crime 
Art. 6º - Considera-se praticadoo crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-
se o resultado. 
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda 
que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso 
das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo 
anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
QUESTÕES 
1 (CESPE / TJ-DF / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2008) Aplica-se a lei penal 
brasileira ao crime praticado a bordo de aeronave estrangeira de propriedade 
privada, em voo no espaço aéreo brasileiro. 
(CERTO/ERRADO) 
 
2 (CESPE / PC-BA / INVESTIADOR / 2013) A extraterritorialidade da lei penal 
condicionada e a da incondicionada têm como elemento comum a necessidade 
de ingresso do agente no território nacional. 
(CERTO/ERRADO) 
 
3 (CESPE / TCE-RN / ASSESSOR / 2015) O crime contra a fé pública de 
autarquia estadual brasileira cometido no território da República Argentina fica 
sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele país. 
(CERTO/ERRADO) 
 
4 (CESPE / TCE-RN / AUDITOR / 2015) Situação hipotética: João, brasileiro, 
residente em Portugal, cometeu crime de corrupção e de lavagem de dinheiro 
no território português, condutas essas tipificadas tanto no Brasil quanto em 
Portugal. Antes do fim das investigações, João fugiu e retornou ao território 
brasileiro. Assertiva: Nessa situação, a lei brasileira pode ser aplicada ao crime 
praticado por João em Portugal. 
(CERTO/ERRADO) 
 
5 (CESPE / PC-CE / INSPETOR / 2012) Se o presidente do STF, em viagem 
oficial à Itália, for agredido por manifestante contrário à sua presença naquele 
país, resultando-lhe ferimentos graves, a essa hipótese aplicar-se-á a lei penal 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
brasileira de forma incondicionada, com base no princípio da universalidade, ou 
da justiça universal. 
(CERTO/ERRADO) 
 
6 (CESPE / TRE-RJ / ANALISTA / 2012) Considere que Paul, cidadão britânico 
domiciliado no Brasil, em visita à Argentina, tenha praticado o delito de genocídio 
contra vítimas de nacionalidade daquele país e fugido, logo em seguida, para o 
Brasil. Nesse caso, será possível a aplicação da lei penal brasileira. 
(CERTO/ERRADO) 
 
7 (FUNICERSA / SEAP-DF / AGENTE / 2015) Consoante o princípio da 
nacionalidade ou da personalidade, os crimes contra a vida ou a liberdade do 
presidente da República, ainda que cometidos no estrangeiro, sujeitam-se à lei 
brasileira. 
(CERTO/ERRADO) 
 
8 (CESPE / PF / AGENTE / 2012) Será submetido ao Código Penal brasileiro o 
agente, brasileiro ou não, que cometer, ainda que no estrangeiro, crime contra 
administração pública, estando a seu serviço, ou cometer crime contra o 
patrimônio ou a fé pública da União, de empresa pública ou de sociedade de 
economia mista. A circunstância de a conduta ser lícita no país onde foi praticada 
ou de se encontrar extinta a punibilidade será irrelevante para a 
responsabilização penal do agente no Brasil. 
(CERTO/ERRADO) 
 
GABARITO COMENTADO 
1 (CESPE / TJ-DF / ANALISTA JUDICIÁRIO / 2008) Aplica-se a lei penal 
brasileira ao crime praticado a bordo de aeronave estrangeira de propriedade 
privada, em voo no espaço aéreo brasileiro. 
CERTO 
Segundo a ideia da territorialidade (art. 5º, § 2º, do CP) - É também aplicável a 
lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações 
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território 
nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
2 (CESPE / PC-BA / INVESTIADOR / 2013) A extraterritorialidade da lei penal 
condicionada e a da incondicionada têm como elemento comum a necessidade 
de ingresso do agente no território nacional. 
ERRADO 
Como o próprio nome diz, a extraterritorialidade incondicionada não está sujeita 
a nenhuma condição. A mera prática do crime em território estrangeiro autoriza 
a incidência da lei penal brasileira, independentemente de qualquer outro 
requisito. Macete para a prova: normalmente quando a banca compara uma 
coisa com a outra dizendo que tem algo em comum, é porque está incorreto. 
 
3 (CESPE / TCE-RN / ASSESSOR / 2015) O crime contra a fé pública de 
autarquia estadual brasileira cometido no território da República Argentina fica 
sujeito à lei do Brasil, ainda que o agente seja absolvido naquele país. 
CERTO 
Trata-se do Princípio da Defesa ou da Proteção, o qual visa garantir a aplicação 
da lei penal brasileira aos crimes cometidos em qualquer lugar e por qualquer 
agente, mas que ofendam bens jurídicos nacionais. Está previsto no art. 7°, I, “a, 
b e c”: 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 
4 (CESPE / TCE-RN / AUDITOR / 2015) Situação hipotética: João, brasileiro, 
residente em Portugal, cometeu crime de corrupção e de lavagem de dinheiro 
no território português, condutas essas tipificadas tanto no Brasil quanto em 
Portugal. Antes do fim das investigações, João fugiu e retornou ao território 
brasileiro. Assertiva: Nessa situação, a lei brasileira pode ser aplicada ao crime 
praticado por João em Portugal. 
CERTO 
É hipótese de extraterritorialidade Condicionada 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro 
II - os crimes 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso 
das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável 
 
5 (CESPE / PC-CE / INSPETOR / 2012) Se o presidente do STF, em viagem 
oficial à Itália, for agredido por manifestante contrário à sua presença naquele 
país, resultando-lhe ferimentos graves, a essa hipótese aplicar-se-á a lei penal 
brasileira de forma incondicionada, com base no princípio da universalidade, ou 
da justiça universal. 
ERRADO 
A afirmativa está errada. Seria de forma incondicionada se fosse contra o 
Presidente da República, nos termos do art. 7 º, I. 
 
6 (CESPE / TRE-RJ / ANALISTA / 2012) Considere que Paul, cidadão britânico 
domiciliado no Brasil, em visita à Argentina, tenha praticado o delito de genocídio 
contra vítimas de nacionalidade daquele país e fugido, logo em seguida, para o 
Brasil. Nesse caso, será possível a aplicação da lei penal brasileira. 
CERTO 
A afirmativa está correto, nos termos do art. 7°: Ficam sujeitos à lei brasileira, 
embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: d) de genocídio, quando o 
agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 
 
7 (FUNICERSA / SEAP-DF / AGENTE / 2015) Consoante o princípio da 
nacionalidade ou da personalidade, os crimes contra a vida ou a liberdade do 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
presidente da República, ainda que cometidos no estrangeiro, sujeitam-se à lei 
brasileira. 
ERRADO 
A afirmativa está errada ao consignar que se trata do princípio da nacionalidade 
ou da personalidade. Na verdade, trata-se da extraterroterritorialidade 
incondicionada. Inc. I, Art. 7º, CP ( Princípio da Defesa/Real/Proteção). 
O princípio da nacionalidade ou da personalidade determina que os cidadãos de 
um determinado país devem obediência a suas leis, onde quer que se 
encontrem. 
 
8 (CESPE / PF / AGENTE / 2012) Será submetido ao Código Penal brasileiro o 
agente, brasileiro ou não, que cometer, ainda que no estrangeiro, crime contra 
administração pública, estando a seu serviço, ou cometer crime contra o 
patrimônio ou a fé pública da União, de empresa pública ou de sociedade de 
economia mista. A circunstância de a conduta ser lícita no país onde foi praticada 
ou de se encontrar extinta a punibilidade será irrelevante para a 
responsabilização penal do agente no Brasil. 
CERTO 
Trata-se do princípio da extraterritorialidade condicionada. Extraterritorialidade 
incondicionada, com previsão legal no art. 7°, inciso I do CP. 
 
2.4 PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO 
Pode acontecer de uma pessoa ser processada no estrangeiro e no Brasil 
por um mesmo fato, nos casos de extraterritorialidade incondicionada. O Código 
Penal, no art. 8º, criou duas regras para tal situação: 
a) Penas diversas: a pena cumprida no estrangeiro irá atenuar a pena 
imposto no Brasil pelo mesmo crime. Ex.: João é condena em Portugal 
coma uma pena restritiva de direitos e no Brasil com uma pena 
restritiva de liberdade. 
b) Penas iguais: a pena cumprida no estrangeiro será computada na 
pena imposta no Brasil. Ex.: João é condenado em Portugal e no Brasil 
a uma pena restritiva de liberdade. Nesse caso, o tempo que ele 
esteve preso em Portugal será compensado no Brasil. 
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
 
2.5 EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
A sentença penal condenatória estrangeira deve ser homologada no 
Brasil pelo STJ para produzir alguns efeitos, conforme art. 9º do Código Penal: 
a) para permitir que aqui no Brasil se busque as obrigações civis 
decorrentes da sentença penal condenatória, como a reparação do 
dano, as restituições e outros efeitos civis; 
- Nesse caso, deve haver pedido da parte interessada. 
 
b) para obrigar o agente a no Brasil cumprir medida de segurança. 
- Deve haver tratado de extradição com o país de cuja autoridade 
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, deverá haver 
requisição do Ministro da Justiça. 
 
2.5 CONTAGEM DE PRAZO 
“Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os 
dias, os meses e os anos pelo calendário comum. ” 
Embora o artigo acima do Código Penal não explique muito sobre prazos 
penais, trazemos da doutrina os seguintes apontamentos, os quais podem 
aparecer na sua prova: 
• O prazo penal computa o dia do início e exclui o dia do fim. 
• O prazo penal não se prorroga: se o prazo se esgotar num sábado, 
não irá se prorrogar para o próximo dia útil. 
Importante que você saiba que o prazo penal difere do prazo processual 
penal. Veja: 
• O prazo processual segue a regra do art. 798, §1º, do CPP, não 
computando o dia do início, e computando o dia do fim. Exemplo: 
você é intimado no dia primeiro; o prazo só começa a contar no 
seguinte. 
• O prazo processual é prorrogável: se terminar no domingo, 
prorroga-se até segunda-feira. 
Qual o motivo para as diferenças entre os prazos processuais penais e 
penais? Os prazos penais buscam favorecer ao réu, sendo, na prática, mais 
curtos. 
 
Frações não computáveis da Pena 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
“Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas 
restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de 
cruzeiro.” 
Na prática, extraímos do dispositivo acima que: 
a) Ninguém será condenado a um dia e meio, por exemplo. 
b) Na multa, de igual modo, também desprezam-se os centavos. Assim, 
ninguém será condenado a, por exemplo, R$ 250,40 - valor deve ser 
cheio (R$ 250). 
*Embora o texto da lei fale em “cruzeiro”, devemos entender como “real”. 
 
QUESTÕES 
1 (FUNVERSA / SEAP-DF / AGENTE / 2015) Em atenção ao princípio ne bis in 
idem, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar a pena imposta no Brasil 
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, quando idênticas. 
(CERTO/ERRADO) 
2 (CESPE / PC-DF / ESCRIVÃO / 2013) Na contagem dos prazos de prescrição 
e decadência, e assim também na contagem do prazo de cumprimento da pena 
privativa de liberdade, deve-se incluir o dia do começo. 
(CERTO/ERRADO) 
 
GABARITO COMENTADO 
1 (FUNVERSA / SEAP-DF / AGENTE / 2015) Em atenção ao princípio ne bis in 
idem, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar a pena imposta no Brasil 
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, quando idênticas. 
CERTO 
A questão trata do ne bis in idem, princípio que busca evitar o duplo cumprimento 
da pena. Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no 
Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas. 
 
2 (CESPE / PC-DF / ESCRIVÃO / 2013) Na contagem dos prazos de prescrição 
e decadência, e assim também na contagem do prazo de cumprimento da pena 
privativa de liberdade, deve-se incluir o dia do começo. 
CERTO 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Dispõe o CP: Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-
se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Tanto os prazos 
referente a prescrição e decadência, como o prazode cumprimento de pena 
privativa de liberdade, referem-se a prazos penais. Logo, inclui-se o dia do início 
e exclui-se o dia do vencimento. Já nos prazos processuais: exclui-se o dia do 
início. 
2.6 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
QUADRO DE REVISÃO (PARTE I – QUADRO 3) 
(MARQUE UM “X” QUANDO CUMPRIDO) 
 REVISÃO DE UM 
DIA 
REVISÃO DE 
SETE DIAS 
REVISÃO DE 15 
DIAS 
REVISÃO DE 30 
DIAS 
DATA 
 
Interpretar a lei é o passo anterior a sua aplicação e tem como objetivo 
alcançar a finalidade da lei. Vamos, agora, estudar alguns aspectos da 
interpretação. 
Finalidades da interpretação 
a) Teoria subjetiva ou da vontade 
Para entender a finalidade de uma lei, o que importa é o conteúdo da 
vontade de quem fez a lei. Só sabendo sua intenção é que entenderemos 
completamente a lei. A razão do nome “subjetiva” é porque tem a ver com o 
sujeito que criou a regra. É a chamada “mens legislatoris” (não é necessário 
memorizar �). 
Na prática, como se pode buscar a vontade do legislador? Um bom 
caminho é estudando a “exposição de motivos” da lei, como Decreto-Lei nº 
3.689, que traz a exposição de motivos do código de processo penal. Ali o 
legislador justifica diversas regras trazidas (é uma boa dica de leitura para quem 
está com tempo sobrando). 
b) Teoria objetivista 
Quando uma regra é criada, leva-se em conta o contexto de sua época. 
Todavia, ocorre que o contexto é modificado e a norma pode ficar desatualizada. 
Por isso, a interpretação não deve buscar a vontade do legislador, a qual se volta 
ao contexto de sua criação, mas sim a vontade da norma para o contexto atual, 
levando-se em conta as transformações sociais. Parte-se da ideia de que a lei 
tem “vida própria” e por isso se transforma com o tempo. É a chamada “mens 
legis”. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Espécies de interpretação 
Em relação ao sujeito, temos três interpretações: 
a) Autêntica 
Interpretação autêntica é aquela que ocorre por meio da própria lei, ou 
seja, tem força vinculante. Vamos supor que determinada regra conste o termo 
“casa”. Buscando a interpretação autêntica, ou seja, da própria lei, encontramos 
no art. 150, §4º do Código Penal: 
§ 4º - A expressão "casa" compreende: 
I - qualquer compartimento habitado; 
II - aposento ocupado de habitação coletiva; 
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão 
ou atividade. 
b) Jurisprudencial 
A interpretação jurisprudencial é aquela que ocorre por meio das 
reiteradas decisões judiciais e, ao contrário da interpretação autêntica, não 
possui força vinculante, como regra. Todavia, cuidado para a exceção: para a 
interpretação jurisprudencial ter força vinculante, ela deverá ser feita por meio 
de súmula vinculante. 
c) Doutrinária 
É a interpretação realizada pelos autores, doutrinadores. Não possui força 
vinculante, podendo apenas auxiliar na interpretação. É a chamada communis 
opinio doctorum. 
 
Forma 
Agora, estudaremos o meio empregado para realizar a interpretação. A 
interpretação pode ser gramatical ou teleológica. 
a) Gramatical: 
É a interpretação realizada com base no texto da lei, no sentido literal, ou 
seja, um sentido conforme o “dicionário”. 
b) Teleológica: 
Busca-se a finalidade da norma, por meio de um processo lógico. 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Quanto ao resultado 
O processo de interpretação de uma regra pode apresentar três 
resultados, quais sejam: 
a) Declarativa: 
Diz-se que o resultado da interpretação é declarativo quando se verifica 
uma equivalência entre os sentidos e a vontade presente na lei, ou seja, a o 
legislador utilizou de forma adequada todas as palavras contidas na lei. Por isso, 
o resultado é apenas "declarar" aquilo que está presente na regra. 
b) Restritiva: 
Na interpretação restritiva, a lei contém palavras que vão além de sua 
vontade. Assim, o resultado da interpretação é restringir a lei. 
c) Extensiva: 
Na extensiva, a lei disse menos do que deveria. Desse modo, o resultado 
será ampliar o alcance da regra. A interpretação extensiva pode ser utilizada 
mesmo que em prejuízo do réu, desde que não se realize um desvirtuamento da 
vontade da lei: deve-se dar o real dimensionamento a regra, mas jamais criar 
regra nova. 
Exemplo: O art. 235 do CP prevê como crime a bigamia. E como fica a 
poligamia? Obviamente também deverá ser enquadrada como crime, pois a lei 
disse menos do que deveria. 
 
2.7 ANALOGIA 
A analogia não é forma de interpretação da lei penal, mas sim de 
integração. Mas na prática, o que significa? 
Imagine que para um determinado caso a lei simplesmente foi omissa, 
deixando uma lacuna que precisa ser preenchida. Para preencher essa lacuna, 
usamos da analogia, para integrar (preencher) a brecha deixada na legislação. 
Assim, o aplicador do Direito utiliza uma norma incidente em um caso 
semelhante. 
Exemplo hipotético: Suco de limão deve obter o benefício de 10 % de 
subsídio do governo. E para as laranjas? Bem, para as laranjas a lei foi omissa. 
Mas, por analogia, aplica-se a regra dos limões, já que se trata de um caso 
semelhante. 
Quer um exemplo jurídico? Tomemos o caso dos servidores públicos em 
relação ao direito de greve. Não há lei regulamentando o direito de greve dos 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
servidores públicos. A solução foi utilizar as regras dos trabalhadores privados, 
por analogia. 
Em Direito Penal, a analogia só pode ser utilizada em benefício do réu. 
Além de saber o que é analogia, é importante saber o que não é analogia. 
Leia com a calma a tabela a seguir. 
 
Interpretação 
extensiva 
Analogia Interpretação análoga 
É forma de interpretação 
da lei. 
É forma de integração 
da lei. 
É forma de interpretação 
da lei. 
Amplia-se a aplicação 
da norma para alcançar 
seu real significado, 
desde que não desvirtue 
a vontade da lei. 
Havendo lacuna na lei, 
por meio da analogia 
vale-se de um caso 
semelhante, criando-se 
assim uma regra para 
integrar a lacuna. 
O legislador apresenta 
uma fórmula casuística 
que serve de parâmetro 
para a interpretação. 
Pode ser utilizada em 
benefício ou prejuízo do 
réu. 
Pode ser utilizada em 
benefício do réu. 
Pode ser utilizada em 
benefício ou em prejuízo 
do réu. 
Exemplo: 
Bigamia – art. 235 - 
Contrair alguém, sendo 
casado, novo 
casamento: 
Pela interpretação 
extensiva, a poligamia 
também é crime. 
Exemplo: 
Aplicação das normas 
de greve dos 
trabalhadores privados 
para os servidores 
públicos. 
Exemplo: 
Homicídio qualificado 
– § 2° Se o homicídio é 
cometido: I - mediante 
paga ou promessa de 
recompensa, ou por 
outro motivo torpe; 
 
QUESTÕES 
1 (CESPE / STF / ANALISTA / 2008) A exposição de motivos do CP é típico 
exemplo de interpretação autêntica contextual. 
(CERTO/ERRADO) 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
2 (CESPE / STF / ANALISTA / 2008) Se o presidente do STF, em palestra 
proferida em seminário para magistrados de todo o Brasil, interpreta uma lei 
penal recém-publicada, essa interpretação é considerada interpretação judicial. 
(CERTO/ERRADO) 
 
3 (CESPE / TJ-DFT / ANALISTA / 2015) No Código Penal, a exposição de 
motivos é exemplo de interpretação autêntica, pois é realizada no próprio texto 
legal. 
(CERTO/ERRADO) 
 
4 (CESPE / DETRAN-DF / ANALISTA / 2009) A lei penal admite interpretação 
analógica, recurso que permite a ampliação do conteúdo da lei penal,através da 
indicação de fórmula genérica pelo legislador. 
(CERTO/ERRADO) 
 
 
5 (CESPE / TJ-DF / ANALISTA / 2013) Pela analogia, meio de interpretação 
extensiva, busca-se alcançar o sentido exato do texto de lei obscura ou incerta, 
admitindo-se, em matéria penal, apenas a analogia in bonam partem. 
(CERTO/ERRADO) 
 
6 (CESPE / CÂMARA DOS DEPUTADOS / ANALISTA / 2014) O tipo penal do 
crime de redução a condição análoga à de escravo precisa ser integrado por 
meio de interpretação analógica, haja vista que o conceito de escravo não é 
definido pela legislação penal. 
(CERTO/ERRADO) 
 
7 (CESPE / CÂMARA DOS DEPUTADOS / ANALISTA / 2014) De acordo com a 
jurisprudência do STJ, a conduta do empresário que emite duplicata mercantil 
sem que esta corresponda à venda de mercadoria ou serviço prestado constitui 
fato atípico, pois a utilização da interpretação analógica in malam partem é 
vedada em direito penal. 
(CERTO/ERRADO) 
 
GABARITO COMENTADO 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
1 (CESPE / STF / ANALISTA / 2008) A exposição de motivos do CP é típico 
exemplo de interpretação autêntica contextual. 
ERRADO 
Interpretação autêntica é a que vem da lei. A exposição de motivos não é 
considerada lei, mas uma espécie de doutrina (interpretação doutrinária). 
 
2 (CESPE / STF / ANALISTA / 2008) Se o presidente do STF, em palestra 
proferida em seminário para magistrados de todo o Brasil, interpreta uma lei 
penal recém-publicada, essa interpretação é considerada interpretação judicial. 
ERRADO 
Interpretação judicial aquela efetuada pelos membros do Poder Judiciário, 
através das decisões que proferem nos processos que lhe são submetidos. No 
caso da assertiva, a interpretação não se deu em um julgamento, mas em um 
estudo (interpretação doutrinária). 
 
3 (CESPE / TJ-DFT / ANALISTA / 2015) No Código Penal, a exposição de 
motivos é exemplo de interpretação autêntica, pois é realizada no próprio texto 
legal. 
ERRADO 
Perceba como as questões se repetem. Afirmativa incorreta, pois a exposição 
de motivos é doutrinária. 
 
4 (CESPE / DETRAN-DF / ANALISTA / 2009) A lei penal admite interpretação 
analógica, recurso que permite a ampliação do conteúdo da lei penal, através da 
indicação de fórmula genérica pelo legislador. 
CERTO 
A afirmativa está correta. Na interpretação analógica, o legislador apresenta uma 
fórmula casuística que serve de parâmetro para a interpretação. Pode ser 
utilizada em benefício ou em prejuízo do réu. 
5 (CESPE / TJ-DF / ANALISTA / 2013) Pela analogia, meio de interpretação 
extensiva, busca-se alcançar o sentido exato do texto de lei obscura ou incerta, 
admitindo-se, em matéria penal, apenas a analogia in bonam partem. 
ERRADO 
A analogia não é forma de interpretação extensiva, mas de integração da lei. 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
6 (CESPE / CÂMARA DOS DEPUTADOS / ANALISTA / 2014) O tipo penal do 
crime de redução a condição análoga à de escravo precisa ser integrado por 
meio de interpretação analógica, haja vista que o conceito de escravo não é 
definido pela legislação penal. 
ERRADO 
Quem realiza a integração de determinada norma não é a interpretação 
analógica, mas a analogia. 
 
7 (CESPE / CÂMARA DOS DEPUTADOS / ANALISTA / 2014) De acordo com a 
jurisprudência do STJ, a conduta do empresário que emite duplicata mercantil 
sem que esta corresponda à venda de mercadoria ou serviço prestado constitui 
fato atípico, pois a utilização da interpretação analógica in malam partem é 
vedada em direito penal. 
ERRADO 
A interpretação analógica é permitida, mesmo in malam partem (em prejuízo do 
réu). 
 
2.8 IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL 
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, conforme determina 
a CF (art. 5º, XL). Mas cuidado: as leis processuais, conforme art. 2º do CPP, 
aplicam-se desde logo, ficando preservados os atos processuais praticados até 
então, pouco importando se são benéficas ou prejudiciais ao réu (tempus regit 
actum). 
Vamos agora analisar alguns conceitos acerca de leis penais no tempo: 
a) Abolitio criminis: também chamada de lei posterior supressiva de 
incriminação. Significa que uma lei posterior deixou de considerar 
determinado fato como crime. Tal lei retroage em qualquer fase 
processual. 
Ex.: Você foi condenado pelo crime hipotético de matar crustáceos. 
Posteriormente vem uma lei que deixa de considerar tal fato como criminoso. Tal 
lei irá retroagir, e se você estiver preso será solto. 
b) Novatio legis in mellius: trata-se de uma lei posterior que é mais 
benéfica, mas mantém a incriminação. Tal lei retroagirá em qualquer 
fase. 
Ex.: A lei posterior mantém a incriminação, mas reduz a pena. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
c) Novatio legis in pejus: é a lei posterior que é prejudicial ao réu, além 
de manter a situação incriminadora. Tal lei é irretroativa. 
Ex.: Lei posterior agrava a pena de um crime já existente. 
d) Novatio legis incriminadora: é a lei que passa a considerar 
determinado fato como criminoso. Não retroage. 
Ex.: Determinado fato, antes não criminoso, passa a ser enquadrado 
como crime. 
 
2.9 Conflito aparente de normas penais. 
Pode ocorrer que para ume determinada situação fática, de forma 
“aparente”, pareça que mais de uma lei ou regra deva ser aplicada, gerando um 
conflito aparente. Para solucionar tais conflitos aparente, devemos estudar os 
princípios: 
a) Princípio da Especialidade 
Quando tiver uma lei ou uma regra geral em conflito com uma regra 
específica, terá “prioridade” a específica. A lei específica é aquela que contém 
todos os elementos constantes na geral, além de outros elementos 
especializantes. 
Exemplo: Joana, sob influência do estado puerperal, mata o próprio filho, 
logo após o parto. Em uma análise descuidada, seguindo a regra geral, diríamos 
que Joana responderia por homicídio (art. 121 do Código Penal). Todavia, há 
uma regra mais específica para o caso: Art. 123 - Matar, sob a influência do 
estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após (...). 
De igual modo, se determinada pessoa matar o Presidente do Senado 
Federal por razões políticas, não responderá pelo art. 121 do CP, mas pelo art. 
29 da Lei de Segurança Nacional (lei específica). 
b) Princípio da Subsidiariedade 
Imagine a situação em que você tenha HIV e que, sabendo dessa 
condição, venha a ter relações sexuais com determinada pessoa com o objetivo 
de a infectar. Nesse caso, você responderia pelo crime do art. 130: Expor 
alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de 
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: (...). 
Agora imagine que a pessoa que você infectou morra. Nesse caso, você 
poderá responder por homicídio, se o juiz entender que você assumiu o risco de 
matá-la. Desse modo, a norma subsidiária (art. 130) será afastada e você 
responderá pela regra primária (art. 121 – homicídio). 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL PARA CARREIRAS POLICIAIS 
Algumas vezes, a aplicação do princípio da subsidiariedade vem expressa 
na lei, como ocorre no art. 132 do Código Penal: 
 
Imagine a situação em que você tenha HIV e que, sabendo dessa 
condição, venha a ter relações sexuais com determinada pessoa com o objetivo 
de a infectar. Nesse caso, você responderia pelo crime do art. 131, conforme 
entende o STF (STJ entende que seria o crime lesão corporal gravíssima): Art. 
131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está 
contaminado,

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