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2 RELAÇÕES SUL 2 (Salvo Automaticamente)

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UNIVERSIDADE DA AMAZONIA 
 
 
 
 
 
 
ALESSANDRA VIVIANE VASCONCELOS BEZERRA 
 
 
 
 
 
 
 
A COOPERAÇÃO SUL-SUL COMO ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO 
INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE DAS SIMILARIDADES E 
DIVERGÊNCIAS DO BRASIL E ÍNDIA NO SÉCULO XXI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
2016 
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ALESSANDRA VIVIANE VASCONCELOS BEZERRA 
 
 
 
 
 
 
 
A COOPERAÇÃO SUL-SUL COMO ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO 
INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE DAS SIMILARIDADES E 
DIVERGÊNCIAS DO BRASIL E ÍNDIA NO SÉCULO XXI 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de 
Graduação apresentado ao Centro 
de Estudos Sociais e Aplicadas 
(CESA) da Universidade da 
Amazônia como requisito para a 
obtenção do grau de bacharel em 
Relações Internacionais. 
Orientador: Prof. Mayane Bento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM 
2016 
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ALESSANDRA VIVIANE VASCONCELOS BEZERRA 
 
 
 
A COOPERAÇÃO SUL-SUL COMO ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO 
INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE DAS SIMILARIDADES E 
DIVERGÊNCIAS DO BRASIL E ÍNDIA NO SÉCULO XXI 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de 
Graduação apresentado ao Centro de 
Estudos Sociais e Aplicadas Centro de 
Estudos Sociais e Aplicadas (CESA) 
da Universidade da Amazônia como 
requisito para a obtenção do grau de 
Bacharel Relações Internacionais. 
Orientador: Prof. Mayane Bento. 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
_____________________________________________ 
Orientador (a) – Mayane Bento da Silva - UNAMA 
 
_________________________________________ 
 Professor (a) 
UNAMA 
_______________________________________ 
Professor (a) 
 UNAMA 
 
Apresentado em: ____ / ____ / ____. 
 Conceito: _________________ 
 
BELÉM 
2016 
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Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Primeiramente agradeço a Deus a oportunidade me dando 
forças físicas e psicológicas, aos meus pais Antônio Carlos 
Pereira e Maria Helena Vasconcelos Pereira, ao meu esposo João 
Nazareno Bezerra, e ao meu filho João Vitor, por compreenderem 
a minha ausência no decorrer desse trabalho, pelo incentivo por 
sonharem comigo este projeto e por sempre poder contar com eles 
nos momentos mais difíceis desses anos de graduação. 
 
 
5 
 
Agradecimentos 
 
 Agradeço a todos os professores da UNAMA, aos mestres com carinho que 
contribuíram à minha busca por conhecimentos: Mário Tito Almeida, Jane Melo, Viviane 
Dantas, William Monteiro Rocha e Brenda de Castro, em primeiro lugar e em especial 
com muito carinho, a minha orientadora que não mediu esforços para o bom desempenho 
do projeto, Prf.ª MSc. Mayane Bento Silva, aos meus familiares, amigos e a meu único 
amor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
Na atual conjuntura do Sistema Internacional do pós-guerra Fria, houve um 
reordenamento das estruturas de poder e com o enfraquecimento da hegemonia 
estadunidense e o advento do terrorismo, seguido de amplas crises econômicas globais 
surgem os países emergentes como atores no Sistema Internacional, a inserção do Brasil 
e Índia no Sistema Internacional é um fator de mudanças de agendas nessa nova ordem 
multipolar. O presente trabalho descreve a participação do Brasil e Índia e suas estratégias 
de Política Externa, escolhida no modelo de Cooperação Sul-Sul, que tem por diferencial, 
países emergentes que estão dispostos a mudar os entraves sociais internos de suas 
respectivas realidades sócio política e econômica, causados pelos anos de explorações 
coloniais, são países do Sul global, os quais irão fazer acordos e parcerias para o 
Desenvolvimento, quebrando paradigmas de poder onde só faziam acordos e tratados com 
os países do Norte, países esses desenvolvidos, geralmente essas relações são desiguais e 
de subserviência. Brasil e Índia irão atuar nas Relações Sul-Sul, não apenas com trocas 
comerciais como também cooperações técnicas. 
 
Palavras-Chaves: Cooperação; Internacional; Relações Sul-Sul; Brasil; Índia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
ABSTRACT 
 
In the present conjuncture of the post-cold war, there has been a reordering of power 
structures with the decline of U.S hegemony and advent of terrorism, followed by large 
global economic depression, arising emerging countries as actors in the international 
system, the insertion of Brasil and India in the international system is a coefficient of 
agendas changing in this new multipolar order. This article describes the participation of 
Brasil and India in their foreing policy strategies chosen in the South-South cooperation 
model, wich has as a diferential, emerging countries that are inclinable to change the 
international social hindraces of their respective socio-political and economic realities, 
caused by years of colonial exploitations, they are countries of the global south, wich will 
make agreements and partnerships for development, breaking power paradigms and deals 
with north countries, usualy these relations are unequal and subservient. Brasil and India 
will operate in South-South relations, not only with trade but also with technical 
cooperation. 
 
Key-Words: Cooperation; International; South-South; relations; Brasil; India 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 9 
 1.1 Objetivos................................................................................................................ 10 
 1.2 Exposição do Problema........................................................................................ 10 
 1.3 Metodologia........................................................................................................... 10 
 1.4 Divisão do Trabalho.............................................................................................. 11 
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 11 
 2.1 A Cooperação Sul-Sul.......................................................................................... 11 
 2.2 A Cooperação Sul-Sul, o construtivismo e a interdependência complexa........ 15 
 2.3 A Cooperação e o Desenvolvimento nas Relações Sul-Sul................................. 19 
3 BRASIL E ÍNDIA NAS NOVAS RELAÇÕES SUL-SUL..................................... 28 
 3.1 Histórico do Desenvolvimento e inserção do Brasil nas Relações Sul-Sul....... 32 
 3.2 Trajetória do desenvolvimento Indiano e a Cooperação Sul-Sul...................... 50 
4 BRASIL-ÍNDIA:GANHOS E DESAFIOS E INSERÇÃO INTERNACIONAL. 54 
 4.1 Brasil e Índia: Similaridades e Divergencias na Politica interna e externa..... 58 
 4.2 Brasil e Índia e seus ganhos a partir da Cooperação Sul-Sul............................ 67 
 4.3 Brasil e Índia e seus desafios a partir da cooperação Sul-Sul........................... 73 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 77 
 
6 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 81 
 
 
 
9 
 
 1 INTRODUÇÃO
A atual conjuntura das Relações Internacionais se configuram em estruturas 
altamente complexas, com o surgimento de novos atores emergindo, se tem um novo 
cenário pós-Guerra Fria, com a dissolução da União Soviética e o desaparecimento da 
bipolaridade, a qual marcou e redefiniu as Relações Internacionais. Com o 
enfraquecimento da potência estadunidense em questão, com as crises capitalistas 
deixando instabilidades, o sistema internacional se veem com o surgimento de novos 
atores desestabilizando as Relações Internacionais. 
 Em um cenário marcado pela multipolaridade, surgem os emergentes, novas 
abordagens em pauta, novas agendas, nesse cenário surgem os países em 
desenvolvimento, e suas buscas para seus problemas sociais herdados desde sua má 
formação, como coloniais que supriam suas metrópoles. 
 A questão do Desenvolvimento econômico dos países do “terceiro mundo”, como 
foram conhecidos até início da década de 1990, é uma problemática que está em pauta na 
agenda das Organizações Das Nações Unidas, como também um dos desafios do 
Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, ODM, as 191 nações, dentre elas 
destacaremos Brasil e Índia. 
 O Desenvolvimento como veremos passou por um novo conceito, ao compararmos 
o desenvolvimento pela Cooperação Internacional de Desenvolvimento, CID, como o 
Plano Marshall para a reconstrução da Europa após segunda Guerra Mundial, e as 
assistências prestadas a países que estavam em situações de riscos. 
 O encontro dos países emergentes, novas abordagens, novas economias crescendo 
no cenário internacional, tornando-se independentes para articulações com mais 
autonomia, não obstante tal crescimento não é compatível com seus entraves sociais 
internos, e até mesmo “eternos”. 
 As parcerias que os emergentes formaram, para articularem as questões 
domésticas de seus países, como nas relações no modelo de Cooperação Técnica Sul-Sul, 
resultaram nos BRICS, Brasil, Rússia, China, índia e África do Sul, como também o 
Fórum de Diálogo IBAS, Índia, Brasil e África do Sul, parcerias essas que trouxeram 
grandes avanços, com resultados satisfatórios, para melhorias em suas não apenas em 
suas economias domésticas como também seu Desenvolvimento Social, como meta a ser 
alcançada. 
 
10 
 
1.1 Objetivo 
1.1.2 Objetivo Geral 
 Analisar comparativamente as estratégias de inserção internacional do Brasil e 
Índia mediante cooperação Sul-Sul no Século XXI. 
1.1.3 Objetivos Específicos 
 1. Analisar a conjuntura da cooperação para o Desenvolvimento Pós-Guerra Fria. 
 2. Descrever a inserção do Brasil e Índia a partir da Cooperação Sul-Sul. 
 3. Avaliar Ganhos e desafios das estratégias de inserção internacional do Brasil e 
Índia no século XXI. 
1.2 Exposição do Problema 
 Quais as similaridades e diferenças De Brasil e Índia no modelo de Cooperação 
Sul-Sul como estratégias de inserção internacional para o Desenvolvimento? 
1.3 Metodologia 
 A pesquisa sempre elucida questões as quais não se veem no primeiro momento, 
mas ao passar minunciosamente por entre os detalhes, há de se descobrir e aprofundar 
esse conhecimento, é necessário que se desenvolva a curiosidade e na busca por apurações 
mais fiéis a realidade, se obtém resultados satisfatórios, é necessário que se indague, se 
questione, não se permita finalizar, daí se conclui que a pesquisa é perene. Como afirmam 
Gehardt e Silveira (2009), “Só se inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida 
para a qual se quer buscar a resposta. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar respostas 
para alguma coisa” 
 Quanto a sua finalidade, se detém a pesquisa aplicada, como afirma Gehardt e 
Silveira (2009), “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução 
de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”. Não obstante, as 
relações Sul-Sul, ela em seu objetivo tem como resoluções de problemas locais, sejam 
eles internos de Brasil e Índia, e um desses objetivos essenciais e primordiais é a 
erradicação da pobreza, dos contrastes sociais que bloqueiam os países em 
Desenvolvimento para um futuro progresso, e resolver tais questões é o objetivo central 
 Para Chizzotti (2001), “A pesquisa investiga o mundo em que o homem vive e o 
próprio homem”. O homem inserido vivenciando fenômenos sociais, é necessário que se 
construa meios de investiga suas trajetórias, para que o homem no próprio meio cumpra 
seu papel de reconstrução desse meio. 
11 
 
 Ao buscar respostas é necessário a pesquisa descritiva, ao passo que será exposto 
como ocorrem as parcerias da Cooperação Sul-Sul entre Brasil e Índia. 
 O trabalho tem por apresenta em seu caráter metodológico, a pesquisa qualitativa, 
através de dados obtidos, iremos buscar como pesquisa bibliográfica, documentos, os 
quais são: MRE (Ministério das Relações Exteriores); ABC (Agência Brasileira de 
Cooperação); FUNAG (Fundação Alexandre de Gusmão) CEBRI (Centro Brasileiro de 
Relações Internacionais); IPEA (Instituto de pesquisa Econômica Aplicada); PNUD 
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento); ONU (Relatório sobre os 
objetivos do Desenvolvimento do Milênio); UNESCO ( Organização das Nações Unidas 
para a Educação, Ciência e Cultura) e a MACROPLAN (Empresa que avalia cenários 
para intuições públicas e privadas) que estejam inseridos a trajetória em que o Brasil e 
Índia, iniciam seus primeiros contatos e se relacionam, especificamente na Cooperação 
Sul-Sul, com o intuito de elucidar quais os ganhos que obtiveram uma vez que 
propuseram possíveis acordos. 
1.4 Divisão do Trabalho 
 O seguinte trabalho propõe o estudo da cooperação para o desenvolvimento, como 
características de suas agendas como Política Externa, precisamente das relações dos 
países emergentes Brasil e Índia, nas relações Sul-Sul como modelo de estratégias de 
Cooperação, irá se expor no primeiro capítulo as teorias que elucidam como de fato se 
dão esse fenômeno, causas e efeitos no próprio Sistema Internacional. 
 No primeiro capítulo, iremos expor a Introdução, os objetivos, geral e específicos 
do trabalho, qual metodologia se empregou e finalizando a presente Divisão do trabalho. 
 No segundo capítulo, com o Referencial Teórico, fez-se a introdução do seguinte 
Tema proposto conceitos e definições, as teorias a serem abordadas, e a finalidade da 
Cooperação Sul-sul que é para o desenvolvimento. 
 No terceiro capitulo, já se inicia com a análise de Brasil e Índia nas Relações Sul-
Sul, foi-se necessário fazer um breve histórico dos países e suas evoluções internas e 
externas e suas estratégias de inserção internacional. 
 No quarto capítulo, analisamos os dois países, faz-se uma descrição do Brasil e 
Índia no cenário Internacional, suas estratégias de Política Externa e política doméstica, 
e quais os ganhos do modelo de Cooperação Sul-Sul no cenário atual, o que já foi feito, 
e o que pode ainda fazer em benefício das economias domesticas dos países. 
 
12 
 
 2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 2.1 A Cooperação Sul-Sul no século XXI 
 Com as mudanças assimétricas que o fim da Guerra Fria trouxe como 
consequências ao cenário Internacional e inúmeras complexidades inseridas nesse 
processo ao longo dos anos aos dias atuais, dentro dessa nova conjuntura das Relações 
Internacionais, elucida e emergem novas questões com as quais não eram debatidas, como 
a exemplo, a questão dos países emergentes, países em Desenvolvimento, com 
crescimento econômico até mesmo acelerado. 
 Explanar tal
momento traz uma visão geral do que foi esse processo o qual não 
segue os padrões que os EUA estavam dispostos a atuar, e até mesmo seguros dentro de 
seu equilíbrio de poder inserido na bipolaridade, 
 É interessante para as Relações Sul-Sul, essa quebra na sequência de poder da 
hegemonia, com seu enfraquecimento, questões como terrorismo ao meio ambiente 
vieram à tona desestabilizar todo essas conquistas que o EUA criou para repercutir seu 
império no Sistema Internacional, “esses processos de globalização e regionalização 
ganharam maior visibilidade e impulso com a quebra dos constrangimentos. Aumentaram 
as interpretações sobre o cenário que apontavam duas tendências tanto opostas quanto 
complementares: a da universalização de princípios e quebra de fronteiras que levariam 
ao desaparecimento da soberania dos Estados e a construção e fortalecimento de blocos 
regionais”, observa Pecequilo (2012, p. 47). “Os emergentes souberam como aproveitar 
essa oportunidade” como afirma: (VIZENTINE; SADER,2004, p.116). 
 Ao se expor Brasil e Índia e sua parceria dentro desse contexto das relações Sul-
Sul, se observa a evolução de países que outrora eram atores coadjuvantes no cenário 
internacional ganhando forças e voz nas estratégias de negociações junto aos órgãos 
econômicos como Fundo Monetário Internacional como afirma Bauman (2010), que 
países como Brasil e Índia, economias as quais eram fechadas, fez-se necessário uma 
gradativa liberalização de legislações cambiais, para de fato abrirem suas economias e 
cooperarem entre si. 
 Segundo Kissinger (2014) realista clássico, ao se falar de ordem mundial ele 
define, ordem mundial e ordem regional que consiste no conceito da distribuição de poder 
aplicável ao mundo, quer seja internacional ou apenas regional. E nessa mudança de 
paradigmas que emergem Brasil e Índia, quando suas influências eram apenas regionais, 
13 
 
eles se veem ineridos no Sistema internacional, interferido nas Relações Internacionais, 
ainda que timidamente, mas suficientes para não serem considerados mais coadjuvantes. 
 Quando se compreende essa mudança na ordem mundial, podemos verificar tal 
transição, uma fase pós hegemônica (VIZENTINE E SADER, 2004) 
Quando se levam em consideração as tendências emergentes e, 
sobretudo, o avanço econômico-tecnológico, o cenário que se desenha 
possui traços de multipolaridade. Essa aparente contradição adquire 
lógica quando que o sistema internacional se encontra em transição, 
numa fase nitidamente pós-hegemônica (VIZENTINE E SADER, 
2004, p 47). 
 Para Grevi (2009) ele vai conceituar essa fase como interpolar, ou seja, um novo 
mundo de multipolaridades, essa tendência trouxe novos atores, um novo cenário, estes 
estão a interagir no Sistema Internacional, promovendo uma nova governança. 
 Para Vaz (2012) a estabilidade que os EUA queriam alcançar pós Guerra Fria, 
foram marcadas pelas crises políticas ocasionadas pelo ataques terroristas a partir de 
2001, dando fim aos objetivos tanto buscados dos EUA, em formar uma ordem 
internacional que estaria assentada em convergências fundamentais quanto aos valores, 
objetivos e interesses esposados pelo Ocidente, ao passo que suas convergências seriam 
negociados e promovidos multilateralmente, conduzindo, assim, a um mundo mais 
pacífico, estável e menos assimétrico. É nesse momento de instabilidade e 
enfraquecimento, já esgotados pelas guerras do Afeganistão e Iraque, que vimos os 
emergentes se destacando, formando parcerias, e prosperando. 
 Em um cenário em transição, onde outros vários elementos paraestatais são 
levados em consideração, as relações internacionais se veem em uma nova realidade, uma 
quebra em estruturas que compunham a antiga conjuntura do Sistema Internacional se 
decompõe, e um novo período se inicia nas RI, para reafirmar esses fenômenos políticos, 
econômicos, históricos e sociais que fazem das RI serem dinâmicas. Onde um momento 
histórico, são influenciados por vários fenômenos que se relacionam entre si. 
 As relações internacionais e a nova conjuntura em que os países estão inseridos se 
diferencia, pela gama de elementos que fazem parte dos processos, os emergentes, são de 
fato levados em consideração, a China intensificou sua presença em vários mercados, 
principalmente na América Latina, Brasil e África, Índia, estão mais próximos, Brasil 
também como líder Regional, não se tem mais tão intensificada antiga relação de 
dependência Norte Americana na América Latina, os EUA, enfraqueceu sua política 
externa, por seus inúmeros conflitos internos, por sucessivas crises que originaram em 
14 
 
seus sistemas bancários, as consequências, talvez seja a aceitação, dos emergentes, 
atuando, onde anteriormente, só eles tinham influencias, militar, política e acima de tudo 
econômica, sem mencionar, sócio - cultural. 
 Muito embora não seja característico do contexto pós-Guerra Fria o 
fato de questões de ordem doméstica suscitarem importantes 
repercussões internacionais, é nesse período que o mundo experimenta 
formas e graus inéditos de interdependência e de exposição das 
sociedades a injunções externas; e que, concomitantemente, as 
sociedades nacionais procuram, em graus e formas igualmente inéditas, 
possibilidades de realização de necessidades e de aspirações no 
ambiente global (VAZ 2012, p 15). 
 O cenário estaria propício para o crescimento dos emergentes, uma vez com o 
enfraquecimento Estadunidense, como mencionado anteriormente eles aproveitam a 
oportunidade e se inserem no Sistema Internacional. Podemos considerar também “ a esse 
respeito, é importante destacar que a crise comporta três dimensões basicamente: uma 
crise de paradigmas, de transição hegemônica e de legitimidade da ordem internacional 
[...]” (VAZ 2012, p 17). 
 É importante observar que a Guerra Fria, trouxe não somente mudanças nas 
Relações Internacionais como também com ela vieram as crises, crises que beneficiam a 
entrada de novos atores como Brasil e Índia nesse cenário global. Quando Vaz (2012) 
menciona crise, não se fala somente de crises econômicas e sim crises de uma quebra de 
paradigmas, que estaria bem delimitado na Guerra Fria, e que nesse momento surge então 
novas abordagens a se questionar, a se levar em consideração, não mais de natureza 
estatocêntricas. 
 Compreender que com o fim das URSS, e com o enfraquecimento dos EUA, não 
temos então uma questão de natureza apenas econômica como afirma: 
A chave da questão do funcionamento do sistema econômico - e, 
portanto, também do seu desenvolvimento - está na interdependência 
das atividades sociais, e no estudo de como era essa interdependência 
pode favorecer a cooperação e reduzir os possíveis conflitos. Isto é 
fundamental, especialmente se o objetivo for o de direcionar as 
mudanças em uma sociedade e promover o desenvolvimento (FIANE 
2011, p. 83). 
 Compreender as mudanças que favorecem a inserção do emergentes não somente 
Brasil e Índia, mas como também, China, Rússia e África do Sul, no cenário global, deixa 
claro o quanto a importância desses atores para as Relações Internacionais, e não somente 
para as trocas comerciais, e sim com uma agenda ampla e diversificada que marca o 
mundo pós-Guerra Fria se fazem necessárias para o reordenamento global. 
15 
 
 Para Lima (2012, p 26) vai afirmar o seguinte: “Com essa afirmativa, fazemos 
referências a duas séries de eventos: às mudanças internas ocorridas na União Soviética 
sob o governo de Gorbachev, com seu
desdobramento externo, “o novo pensamento”, 
com o qual teve início a desmontagem da política de blocos, e abertura de um processo 
de negociação que estava destinado a mudar radicalmente a arquitetura do sistema 
multilateral de comércio[...]”, Lima(2012) ainda expõe que essa mudança o qual ele 
denomina de “passagem”, que regulava mudanças de bens para outro cujas disciplinas 
tem como objeto políticas domésticas, ou seja, características intrínsecas das Relações 
Sul-Sul. 
 As mudanças ou até mesmo transformações ocorridas na Ordem Mundial, vai 
também beneficiar a Cooperação por uma relação bilateral mais justa, Podemos 
considerar que para Ayllón (2006, p.9) “Para ser um instrumento eficaz para um 
desenvolvimento humano sustentável e para servir ao objetivo de atingir um modelo de 
relação Norte-Sul mais justo, a de cooperação ao desenvolvimento tem de dar respostas 
aos desafios colocados pelo novo cenário internacional do pós-Guerra Fria, dominado 
pelas forças da globalização e pela emergência de novos e complexos problemas 
transnacionais”. 
 Essa nova configuração e reordenamento do Sistema internacional, trouxe 
benefícios aos países em desenvolvimento como afirma Almeida (2012) com certa 
esperança, que eles venham se inserir nessa nova ordem econômica sem que haja camisas 
de forças ideológicas”, como argumenta que no passado tratavam as multinacionais como 
ameaça a sua soberania, e nesse momento de mudanças de paradigmas que podem fazer 
inúmeras conquistas. 
2.2 A Cooperação Sul-Sul, o construtivismo e a interdependência complexa 
 A teoria construtivista está inserida em que os teóricos chamam de Terceiro debate 
entre os racionalistas e construtivistas, Rocha (2002, p.21). Para Castro (, p.387) “O 
paradigma construtivista inaugura a terceira geração de debates nas Relações 
Internacionais, abrindo novos caminhos para as questões prementes da política entre os 
Estados e demais entes do cenário externo”. Para Jackson e Sorensen (2007, p. 341) “ O 
mundo social e o político não formam uma entidade física ou um objeto material exterior 
à consciência humana. O Sistema internacional não é algo que está “lá fora” como sistema 
solar – não existe por conta própria, mas somente com uma consciência intersubjetivas 
entra as pessoas”. 
16 
 
 Contrapondo-se ao modelo do realismo de Waltz, Wendt (1999) vê no 
construtivismo uma teoria social com capacidade de exemplificar os novos conceitos que 
permeiam as RI, novas abordagens emergem, a partir da desintegração das URSS e a 
intensificação da globalização, com as necessidades de se intensificar os acordos entre 
países, acordos esses podem ser bilaterais ou multilaterais, em um mundo onde não mais 
existem duas grandes potências, um dualismo de ideologias. Competindo pela hegemonia 
do Sistema internacional, essas potencias não perderam seu poder, mas tiveram que 
dividir espaço com outras emergentes, equilibrando a balança de poder. Conceitos esses 
como identidade, interesses, cooperação, governança global, entre outros. 
 O construtivismo não é uma teoria per se, é na realidade uma teoria social, afirma 
Adler (1999). A teoria construtivista se faz presente pós-guerra fria, quando realistas, 
neorrealistas e neoliberalistas, comprovou-se um modelo teórico limitado de análise, ou 
seja, não puderam mais satisfazer as interpretações dos fenômenos políticos e sociais, 
surge então o construtivismo, ele responde as principais perguntas, que deixaram os 
realistas e neorrealistas sem questionamentos, sem respostas, a forma como os estados 
procedem no sistema internacional. 
 Para Wendt (1999) se destaca que a separação das questões domésticas da política 
externa de um estado pode produzir falsos entendimentos, ou seja as estruturas 
domésticas estão permeadas de complexidade o que influencia as questões internacionais. 
 Para o construtivismo o modo pelo qual o mundo material forma a, e é formado 
pela ação e intenção humana depende de interpretações normativas epistêmicas dinâmicas 
do mundo material, Adler (1999), ou seja, o mundo está em constante transformação, 
sendo socialmente construídos, estes formados de agentes e estruturas. 
 Os interesses estatais e suas práticas, preferencias, enfim suas relações, as mesmas 
não poderiam existir independente de suas atividades que as governam, nem dos agentes 
nem das suas estruturas, uma de suas premissas básicas, a qual o construtivismo satisfaz 
essa questão, agentes e estruturas são socialmente constituídos, Messari e Nogueira 
(2005), nem agentes sociais nem estruturas viveriam independentes um dos outros. O 
mundo está em constante transformação, pois o mesmo é socialmente construído. As 
estruturas para Wendt (1999), são os conhecimentos, suas culturas, que por vezes podem 
mudar os agentes, seus atores, sofrem influências e são influenciados em sua identidade. 
 Para o construtivismo as Relações Sul-Sul, é exemplificada na premissa do 
construtivismo, vem a ser um elemento ainda em construção no mundo contemporâneo, 
17 
 
um processo ainda em debates, com abordagens sociais, que influenciam as estruturas, 
pois assume um novo papel no século XXI, papel que outrora eram de países apenas 
provedores, exportadores de matérias primas, agora assumem como agentes com um novo 
papel que influenciam com tomadas de decisões, 
 Ao se remeter a um passado colonial, quando se vê países como Brasil e Índia por 
anos vinculados a um passado de subserviência às suas metrópoles, como exportadoras 
de matérias primas, e esses mesmos países que se desvinculam dessa dependência, 
buscando suas autonomias e projeção no Sistema Internacional, se tem um cenário onde 
o construtivismo explica esse fenômeno social, essa construção social, onde está sendo 
socialmente construído uma nova realidade, essa quebra de paradigmas nas antigas 
relações entre colônias e suas metrópoles, hoje estão em um nível de potencias 
emergentes e países desenvolvidos. 
 Para Wendt (1999), o mundo está em constante transformação, e os emergentes 
eles vêm satisfazer uma governança global, pois para o construtivismo, as estruturas são 
mudadas pelas agentes, estes estão socialmente construídos, agentes e estruturas, uma 
depende da outra. Se observa aqui uma quebra no Sistema Anárquico do realismo de 
Walts, quando se existia uma hegemonia dominante nas Relações Internacionais, e a 
quebra nesse processo hegemônico, é o que o construtivismo responde, as RSS estão 
sendo socialmente construídas, não mais se tem um sistema polar ou bipolar, mas sim 
multipolar, equilibrando e interagindo uns com outros. 
 Quando se menciona países do Norte e países do Sul, coloca-se que as RI, são 
guiadas pelos países Desenvolvidos, países que no passado foram impérios e que hoje são 
países que obtém tecnologia de ponta e ditam os rumos dos capitalismos que avançam 
seus comércios para seus quintais, os países do Sul, países esses periféricos, em 
desenvolvimentos que foram colônias, e exportadoras de matérias primas, países esses 
que serviam e sustentavam suas metrópoles, o que se mudam são as estruturas, são as 
ideias no campo do conhecimento. Há a modificação uma vez que os emergentes querem 
voz e projeção nas articulações políticas e econômicas do Sistema Internacional. 
 A ideia de cooperação nas Relações Internacionais, vai de encontro as antigas 
práticas de filantropia dos países desenvolvidos, uma filantropia que se fazia pela 
dependência, a cooperação para o construtivismo muda a antiga visão de “ricos ajudando 
pobres”, novamente um novo mundo sendo socialmente
construído, pois os emergentes, 
países com problemas semelhantes irão cooperar entre si para diminuir desigualdades 
18 
 
tanto no SI, quanto em suas economias domésticas. São ideias estratégicas no Sistema 
Internacional, uma mudança de paradigmas que há pouco menos de 15 anos, essa nova 
abordagem era construída e estabelecida. Para (JUNIOR; AYERBE,2015) 
A noção de cooperação Sul-Sul apresenta relação com a dimensão da 
ação estatal. Assim, os Estados são agentes importantes para 
impulsionar e manter as instituições criadas para esse diálogo. Apesar 
disso, há hoje análises que, a partir da ideia de “Sul Global” redefinem 
o foco do âmbito interestatal para o transnacional. (JUNIUOIR E 
AYERBE, 2015, p.17) 
 A teoria social construtivista dá ampla visão ao olharmos para as relações Sul-Sul 
e seu papel como agentes modificadores das estruturas, as antigas formas das relações 
comerciais, e a presença da hegemonia americana, imposta no final da Segunda Guerra 
Mundial. 
Seu significado é socialmente construído e produto da 
experimentação de ações específicas do Estados e de outros atores 
internacionais em interação. A cooperação Sul-Sul enquanto ideia 
que orienta a inserção internacional do Brasil busca reforçar 
elementos formadores de uma identidade coletiva. (JUNIOR E 
AYERBE.2015, p.15) 
 Ao passo que as mudanças são dinâmicas nas relações o construtivismo faz essa 
ponte que atravessam tais mudanças, que estão ainda em construção caminhando para a 
identidade dos elementos, que uma vez que agentes e estruturas são co-constituídos, daí 
se vê uma constante transformação social, ambos se influenciando, e equilibrando ou por 
definitivamente desequilibrando a antiga ordem bipolar. 
 O construtivismo vai exemplificar o fenômeno da inserção internacional dos 
emergentes, e a construção de uma nova realidade no SI, e a mudança que ocorrem nas 
RI, quando eles deixam de ser apenas coadjuvantes e passam a articular no comércio 
internacional, e para exemplificar a dependência ou interdependência entre esses países 
que irão se juntar e cooperar entre si, aplica-se a teoria econômica neoliberal da 
Interdependência Complexa de Nye (2009), para exemplificar esses fenômenos 
econômicos e sociais que permeiam as RI. É uma teoria que surge nesse contexto social 
pós-Guerra Fria, em meio aos mercados globalizados, surge a necessidade dos países 
fazer seus acordos e trocas comerciais. 
 A interdependência complexa está ligada ao conceito da teoria econômica, uma 
vez que os países irão fazer parcerias, acordos e tratados. Para Fiane (2012), tais 
mudanças que surgem da interdependência, tem como objetivo desenvolvimento social, 
para que se venha reduzir possíveis conflitos e favorecer a cooperação, a qual é 
fundamental para promover o desenvolvimento. 
19 
 
 É necessário que se compreenda as vertentes teóricas, as quais conceituam a 
interdependência complexa de Nye (2009). O Neoliberalismo ou Liberalismo 
institucional 
 No mundo pós-Guerra Fria, coma os regimes democráticos, a construção de um 
mundo salvo das guerras estava implantada nos ideais das Nações Unidas, ONU, e 
inserido nesse cenário vem o que Nye (2009) vai afirmar de um certo acordos entre as 
nações para que se evite os conflitos aramados, pois aos países precisam uns dos outros 
ainda que essa dependência seja ou não iguais entre eles. 
 A interdependência pode originar-se em fenômenos materiais (naturais) ou sociais 
(econômicos, políticos ou perceptivos). Normalmente, os dois estão presentes ao mesmo 
tempo. A distinção ajuda a esclarecer o grau de escolha em situações de dependência 
recíproca ou mútua (NYE, 2009, p. 251) 
 Nye (2009) vai afirmar que tal dependência econômica, que está enraizada nos 
países em desenvolvimento, não vai diferenciar da interdependência militar, pois ambas 
revelam um alto grau de origem social, especialmente perceptiva, sendo que a econômica 
envolve políticas sobre valores e custos. Para Nye (2009), essa dependência poderá ser 
zero e diferente de zero, isso exemplifica logo o tipo e a intensidade de tal dependência, 
quem ganha mais e quem é mais dependente. Sob a ótica dos emergentes, essa 
dependência trouxe sim muitos ganhos aos países, anteriormente colonizados e 
posteriormente exportadores de commoditties. No entanto os emergentes, buscam voz, 
assim como Brasil, não querem mais essas relações que só beneficiam a hegemonia, e o 
Brasil em especial, tentando se desprender de quintal da América do Norte. 
2.3 A Cooperação e o Desenvolvimento nas Relações Sul-Sul 
 A Cooperação para o desenvolvimento evoluiu muito ao longo de sua 
implementação como foram discutidas nos capítulos anteriores, já a RSS, está relacionada 
a Cooperação entre os países periféricos, denominados do Sul, pois os países do Norte 
são os países desenvolvidos, que conceituam a nova conjuntura internacional, 
diferentemente dos antigos conceitos de 1º, 2º e 3º mundos ou países subdesenvolvidos. 
 A Cooperação Sul-Sul vem a ser um conceito que foi usado para regionalizar os 
países periféricos, emergentes, para formarem acordos e parcerias com a finalidade não 
só de inserção internacional como também objetivando diminuir os contrates sociais 
internos, restaurando assim em forma de cooperação política econômica e social, trocas 
que beneficiem os mesmos, e para competirem em um mercado global. 
20 
 
 A cooperação Sul-Sul, vem com uma nova abordagem no governo Luiz Inácio 
Lula da Silva (2003-2007), com o desejo de se afirmar e de alterar as relações de forças, 
uma nova geografia internacional, a qual os países, fujam da dependência dos países 
desenvolvidos, afirma (ALMEIDA,2012). 
Há quem classifique o grupo como um novo centro de influência em 
uma estrutura multipolar de poder que passaria a reger a ordem 
internacional no século XXI; há quem se indague, nessa ordem de 
ideias, a que lugar aspirariam esses países nessa nova estrutura de 
poder; há quem defenda que eles mudaram a perspectiva pela qual 
vemos o mundo (REIS, 2012, p.32). 
 As mudanças foram inevitáveis ao passo que a economia crescia, o paradoxo do 
desenvolvimento não a acompanhava em seu processo, segundo Sousa (2012), essa 
deficiência estava atrelada ao fato dos países colonizados, eram responsáveis pela 
economia das potências europeias, ou seja, eles supriam a colônia, no entanto, 
continuavam dependentes e explorados. Mais precisamente no pacto colonial encontrava-
se a raiz do subdesenvolvimento. 
 A conjuntura atual se demonstra complexa com uma nova estrutura como uma 
herança pós colonialistas, não deixam de serem consequências herdadas pelos antigos 
impérios e atuais potencias hegemônicas às suas colônias e ex-colônias, uma cultura 
idealizada, imposta pelos europeus as Américas, o explorado novo mundo, se viu 
arraigada a esses conceitos. 
 Para Quijano (2005) essa forma de poder padronizou que o Europeu implementou 
nas Américas, é o que deixa marcas profundas enraizadas nas estruturas dessas relações, 
o qual veem as colônias, como sendo inferiores dentro deste cenário, em um processo de 
serem provedores e até mesmo os que sustentavam ou sustentam os impérios. Daí vem a 
raiz da dependência, da exploração dos recursos naturais, das matérias primas exportadas, 
em uma relação desigual, conquistadores e conquistados, entre Senhores e escravos, deixa 
características tão presentes na relação atual entre os países em desenvolvimento e países 
desenvolvidos. Ao compreendermos que a origem da globalização está na descoberta das 
Américas. 
O significado da cooperação
Sul-Sul é controverso, tanto do ponto de 
vista político, quanto do ponto de vista acadêmico. O seu objetivo, a 
periodização histórica do seu surgimento, a sua funcionalidade e os 
atores constitutivos são questões que se apresentam no debate. Mesmo 
assim é razoavelmente consensual a percepção que a noção de Sul não 
se restringe a uma posição geográfica ou hemisférica. O termo envolve 
a caracterização, a cooperação ou a relação entre países que têm 
desafios sociais, políticos e econômicos mais ou menos similares, além 
de trajetórias históricas de passados coloniais e de exploração. A noção 
21 
 
é utilizada de modo relacional, a fim de diferenciar os países em 
desenvolvimento, do Sul, dos países desenvolvidos do Norte. 
(JUNIOR; AYERBE,2015, p.16) 
 
 Segundo Souza (2012), ao passo que o Capitalismo avança, inicia-se várias 
sucessões de crises econômicas, sendo uma propulsora para a origem do desenvolvimento 
econômico mundial, uma vez que os Estados se viam endividados e praticamente 
quebrados com déficits em seus balanços comerciais. Ao passo que essa hegemonia entra 
em crise, e sua economia é tão dependente de suas colônias, exportadoras de 
commodities, esses emergentes se veem, no momento de ter voz em meio ao clima 
favorável de instabilidade econômica. 
 Para Souza (2014) a Cooperação Sul-Sul, vai para além da Cooperação 
Internacional de Desenvolvimento, CID, pois ao longo dos anos toma características mais 
conceitual, no entanto, a Cooperação não tem caráter de assistência, nos países 
subdesenvolvidos, e sim de uma parceria entre ambos para o Desenvolvimento, nesse 
momento se criam os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e IBAS (Índia, 
Brasil e África do Sul), com o intuito de cooperarem entre si, mesmo não sendo 
geograficamente alinhados mas tendo a mesmas características similares em relação ao 
poder hegemônico e suas realidades internas. 
 O Desenvolvimento nos modelos anteriores revelava caráter assistencialista, não 
um plano a longo prazo, para que os países caminhassem sozinhos, embora muitas vezes, 
doações e projetos de países desenvolvidos, cumprissem com seus acordos de melhorias 
naquele momento em questão. Essa transformação traz uma espécie de evolução nas 
relações diplomáticas dos países envolvidos. 
 Quando se avalia o Desenvolvimento Pós-Guerra Fria, e atualmente se falando de 
Cooperação para o desenvolvimento, principalmente nas Relações Sul-Sul, há de se 
destacar seu caráter de reconstrução econômica, desenvolvimento econômico, e não mais 
apenas crescimento, quando Souza (2012) afirma que crescimento econômico e 
desenvolvimento econômico, não são proporcionais, o Produto Interno Bruto, PIB, não é 
um indicador de desenvolvimento econômico político e social de um Estado, temos um 
entrave social, e essa questão que a Cooperação Sul-Sul vem com o objetivo de 
reconstrução desses conceitos controversos. 
 Pois indicadores da renda não são suficientes para se avaliar Desenvolvimento 
Econômico, é necessário que Índices de Desenvolvimento Humano, IDH, cubra essa 
lacuna deixada pelos processos anteriores, e a partir de então formular projetos que 
22 
 
combatam a pobreza e miséria nos países de terceiro mundo. Para que de fato se alcance 
resultados concretos. 
 Ao se avaliar os financiamentos que os EUA, fez com o plano Marshall, 
Cooperação de Assistência ao Desenvolvimento (CAD), da Organização para 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujas origens remontam à CID na 
forma do Plano Marshall, passaram a ser conhecidos como doadores tradicionais, já os 
países do terceiro mundo eram os recipiendários, e ao se observar a Cooperação para o 
Desenvolvimento Internacional hoje ela é mais facetada, com novos atores daqueles no 
período da Segunda Guerra. (SOUZA,2014, p.11). 
 Parte da dificuldade em conceituar a CID decorre da maior 
complexidade e das transformações no conceito de desenvolvimento 
nacional. A utilização das expressões doadores emergentes ou 
economias emergentes para designar países como Índia, China e Brasil 
obscurece o fato de que, em valores absolutos, a maior parte da 
população pobre mundial se encontra nestes países. Ademais, muitas 
das regiões mais pobres destes países emergentes, incluindo o oeste da 
China, diversos estados indianos e o Nordeste brasileiro, apresentam 
indicadores socioeconômicos similares aos dos países menos 
desenvolvidos (SOUZA,2014, p.14) 
 Souza (2014) afirma que a Cooperação Sul-Sul, vai muito mais aprofundar seu 
caráter de ajuda mútua, do que a antiga Cooperação dos países do Norte que faziam 
filantropias. Nesse processo se destaca os países do Sul, pois estão unidos com objetivos 
similares, ao passo que também tem entraves sociais similares, como Brasil e Índia. 
 Similarmente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD) entende a CSS como “um amplo sistema para a colaboração 
entre países do Sul nos domínios econômico, social, cultural, ambiental 
e técnico” (UNDP, 2007). Por fim, estudo efetuado para a ECOSOC 
concebe a CSS como sendo mais ampla que os conceitos de ajuda do 
Norte. (SOUZA,2014, p 13) 
 Notam-se que os conceitos se reformulam nesse cenário, agentes e estruturas são 
co-constituídos, Wendt (1999), eles se redefiniram para uma possível evolução dos 
Estados em desenvolvimentos e que foram prejudicados no período colonial, por 
imposição dos países que o subjugaram, no entanto, houve uma significativa mudança 
nesse cenário internacional, que só vem a beneficia-los, embora os desafios ainda são 
cheios de obstáculos. 
 Para Pino (2013) era necessária a mudança da Cooperação Internacional do 
Desenvolvimento CID, dentro de um novo cenário, as mudanças das redistribuições de 
poder, mas precisamente com a crise de 2008, que atinge os países desenvolvidos, a crise 
dos alimentos, a crise energética e de mudança climática e a crise financeira, muda-se o 
23 
 
ambiente, e nesse momento que os emergentes surgem não mais como colônias, mas com 
mais autonomia, contribuindo no processo de crise global. 
 A Cooperação Sul-Sul, nasce da parceria dos emergentes em contribuírem para o 
crescimento dos seus determinados Estados e problemas internos, ao passo de se sentirem 
prejudicados, ante as Organizações Econômicas como OCDE, Cooperação de Assistência 
ao Desenvolvimento CAD, Organização Mundial do comércio OMC e Fundo Monetário 
Internacional, FMI, com isso irão buscar mais autonomia através da ajuda mútua, trocas 
de experiências entre si. 
O G-77 organizou várias conferências de alto nível, respaldando e 
promovendo iniciativas de CSS. A primeira das chamadas cúpulas do 
Sul foi realizada em Havana (2000) e a segunda, em Doha (2005). A 
declaração final da Cúpula de Havana enfatizou a importância da CSS 
no novo milênio, e particularmente do compartilhamento de tecnologia 
e conhecimento entre os países em desenvolvimento (SOUZA,2014, 
p.16) 
 O termo “Sul Global” faz referências aos países em desenvolvimentos, sejam eles 
africanos, asiáticos ou latinos americanos, esse termo ganhou essas características no 
mundo pós-guerra fia, para designarem países do hemisfério sul. Ou seja, nações ainda 
que apresentavam entraves econômicos e um amplo contraste social em sua economia 
interna, desigualdades sociais, com a presença até mesmo de extrema pobreza. 
(SOUZA,2012). 
 Nesse novo cenário, novas atores interagindo e surgindo nos Sistema 
Internacional, modicando as dinâmicas das relações internacionais, e suas relações de 
poder, econômicas, políticas e sociais,
novas formas de crises também reestruturam essas 
dinâmicas, e nesse contexto de mudanças é necessário que se repensem um mundo com 
uma governança para além do que o capitalismo havia trazido com seu crescimento 
econômico e suas rendas exorbitantes, e o contraste desse fenômeno que não acrescentava 
aos países que faziam parte dessa globalização, no entanto não fazia parte dessa mudança 
em seu desenvolvimento interno, e qualidade de vida as suas populações, as quais ficavam 
a margem dessa crescente economia. 
 Então qual o conceito em que está inserido a Cooperação Sul-Sul no que tange 
principalmente a diminuição dos contrastes sociais de suas populações? Certamente a 
mudanças nos processos de ajuda mutua, formando parcerias, trocando experiências entre 
si, e de se elevar o nível da qualidade de vida desses cidadãos. 
A cooperação Sul-Sul, enquanto ideia que orienta a inserção 
internacional do Brasil busca reforçar elementos formadores de uma 
identidade coletiva que possam: a) promover valores, como o direito ao 
24 
 
desenvolvimento com justiça social ou a necessidade de resistir às 
pressões dos países desenvolvidos; b) resgatar o passado de 
dificuldades impostas pelo sistema internacional aos Estados menos 
desenvolvidos e as consequentes limitações para diminuição da pobreza 
e melhoria da qualidade de vida de suas populações; c) influenciar na 
definição de normas internacionais que indiquem melhores condições 
para participação dos Estados menos poderosos; d) aumentar a 
capacidade de negociação e promoção dos interesses dos países do Sul 
em relação aos do Norte por intermédio de estratégias variadas de 
cooperação(JUNIOR;AYERBE, 2015,p.15 ) 
 
 Da Cooperação Sul-Sul se entende, que é para o Desenvolvimento, para de fato 
frear os contrastes, marcados pela competitividade capitalista, segundo Sousa (2012), 
então se projetam ainda que conceitualmente tais formulações para que se legitimem, as 
ações dessa parceria com objetivos pré-estabelecidos. 
 É de grande importância, esclarecer tais valores buscados para se implementar no 
processo de Cooperação, foram esclarecidos, não subjetivos ou dúbios, mas que partiram 
do princípio prático, pois é na prática que de fato se reconhecem tais mudanças 
alcançadas, objetivos e metas avançadas. Na essência dos objetivos da Cooperação Sul-
Sul, vimos sua principal e grande finalidade que é a erradicação da extrema pobreza 
(JUNIOR E AYERBE,2015) (SOUZA,2014). 
 Desde sua implementação, existem grandes desafios a se considerar, com a 
parceria dos Estados em desenvolvimento, os chamados emergentes, com a criação dos 
BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e ainda o IBAS, Índia, Brasil e África 
do Sul, a de considerar, a evolução dessas parcerias ao longo de sua união, com avanços 
significativos, mas especificamente, o surgimento de uma nova classe média, que tem o 
poder de consumo, e ainda muitos desafios a enfrentar para se manter como classe média, 
ante as crises posteriores. 
 Segundo Junior e Ayerbe (2015), essa cooperação tem fenômenos e instituições 
distintas como as formas de cooperação para o desenvolvimento Sul-Sul, a cooperação 
no âmbito da saúde infantil representada pelo programa brasileiro de Bancos de Leite 
Materno, o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), o Fundo de 
Desenvolvimento China-África, a atuação da Petrocaribe, a formação do Banco de 
Desenvolvimento dos BRICS e a constituição do Arranjo Contingente de Reservas, 
podem ser pensados nessa perspectiva, são exemplos de projetos que se implementam, a 
partir da Cooperação entre países do hemisfério sul. 
25 
 
 Para Saraiva (2007), esta união entre os países com características distintas, e 
problemas similares, veio em busca de um reordenamento dentro do sistema. 
Semelhanças como as “dimensões continentais”, “reconhecida 
importância regional ”, “população”, “produto interno bruto”, 
“recursos naturais”, “regime democrático”. (Exemplos da Índia e da 
África do Sul). Neste caso, a formação de “parcerias estratégicas” 
entre o Brasil e estes Estados passou a ser uma opção relevante 
(SARAIVA,2007, p.53.) 
 Com essas características, de se unir e resolver os problemas que estão enraizados 
em suas políticas domésticas, tal cooperação vai insistir em melhorias que tomem suas 
formas práticas de projetos eficazes para que ambos cooperem. 
 O Brasil desde o primeiro mandado do Presidente Lula (2003-2007), vem tomando 
medidas em busca dessa aproximação com países do Hemisfério Sul, não somente o 
Mercado Comum do Sul, MERCOSUL e sim Asiáticos, africanos entre outros, há de se 
considerar tal relevância a essas relações com ganhos para ambos em inúmeras áreas, e 
não mais apenas comercial, já se tem dito, que o crescimento econômico não é 
proporcional ao Desenvolvimento de uma nação, segundo Sousa(2012), nota-se o 
engajamento político nesse novo processo de cooperação. O Brasil diversificou seus 
parceiros de cooperação, para além das linhas geográficas, países que não estão 
geograficamente alinhados, no entanto, suas particularidades os fazem terem afinidades 
em comum. 
 Como parte integrante da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag). E, sob os 
auspícios de um único ministério, criou o Ministério das Relações Exteriores, 
possibilitando a construção de uma agência especializada em cooperação internacional, 
fundindo funções técnicas à política externa 
Com efeito, a partir de 1984, surgiu a necessidade da revisão do Sistema 
de Cooperação Técnica Internacional vigente, para que houvesse um 
gerenciamento mais eficiente das demandas de oferecimento e 
recebimento de cooperação internacional. Para esse fim, foi instituído 
o Decreto nº 94.973, de 1987, que criou a Agência Brasileira de 
Cooperação (ABC) (MACIEL, 2010, p.63) 
 
 A postura da Política Externa Brasileira, nas Relações Sul-sul, mais precisamente 
no governo De Luís Inácio Lula da Silva, ganhou uma nova conotação diferenciada ao 
buscar uma nova leitura, tanto na participação nacional como no Brasil nessa nova ordem, 
segundo Leite (2011). Até mesmo mais engajada, quando falamos de parcerias, ajuda 
mútua e compromissos acordados. 
Um de seus traços é a maior importância atribuída aos temas de direitos 
humanos, segurança, meio ambiente e livre comércio na agenda 
26 
 
internacional. Na vacância do teor ideológico, desde então a 
legitimidade internacional repousa na maneira como cada país lida com 
essas questões, o que levou à mudança na atuação da política externa. 
(LEITE,2011, p.163). 
 Segundo Junior e Ayerbe (2014), desde a década de 60, o Brasil tem prestado 
cooperação com outros países do Sul geopolíticos por meios de implementações de 
projetos e programas, principalmente da cooperação técnica, ou seja, já se tem um longo 
histórico em lidar com a cooperação Sul-Sul, com uma vasta experiência, Junior e Ayerbe 
(2014), novamente firma: 
Com o descongelamento das relações Leste-Oeste e o final da Guerra 
Fria, a ordem mundial foi-se livrando de velhas amarras bipolares da 
segurança e a política passou a contemplar novos atores (novos Estados, 
mas sobretudo agentes não estatais), mas igualmente distintos palcos de 
ação (do regional ao global) para as chamadas “potências emergentes”, 
entre elas o Brasil. Na transição para o século XXI, moveram-se as 
placas tectônicas da ordem econômica e política mundial, crescendo 
paulatinamente a importância de países semiperiféricos nos processos 
de globalização da economia (JUNIOR E AYERBE, 2014, p.53). 
 
 A atuação da Política externa brasileira, vai direcionar
os objetivos do Brasil e sua 
atuação para uma diplomacia liberal, para novos mercados, o que o proporcionará um 
país capaz de fazer parcerias, de fazer acordos, não mais regionais e sim globais, 
estendendo sua dinâmica nas Relações Internacionais, pois nesse momento de 
estabilidade política se vê como um líder regional, e até mesmo tomando um certo lugar 
no reordenamento do Sistema Internacional. 
 
 Em relação ao liberalismo econômico, no caso brasileiro a 
concorrência global por mercados e investimentos colocou para o país 
a necessidade de uma reinserção competitiva na economia 
internacional. Embora o modelo de desenvolvimento baseado na 
substituição de importações tenha sido superado, o êxito do crescimento 
econômico havia proporcionado a organização de setores 
desenvolvimentistas e protecionistas fortes e estáveis assim como 
gerado uma estrutura industrial diversificada. (SARAIVA,20, p.43). 
 
 
 
 O que diferencia a Cooperação Sul-Sul da Cooperação Norte-Sul é o grau de 
dependência e subserviência, as relações que o Brasil possuía com os Estados Unidos e 
países desenvolvidos, essas relações, não se permitiam desenvolvimento de fato, e sim 
dependência, ao passo que o Brasil precisa exporta commoditties, importa tecnologia, 
relações desiguais sem ganhos equilibrados, de certo que as Relações Sul-Sul, irão 
27 
 
diferentemente não exterminar essas desvantagens, Brasil Índia irão diminuir tal 
desvantagens consideravelmente. 
 O desenvolvimento nos países periféricos, sempre ficaram em segundo plano, 
mesmo de seus governos internos, falta de políticas públicas efetivas, implementação 
desses trabalhos, no entanto a reconfiguração do Sistema internacional forçou esses países 
a saírem de suas zonas de receptores, e a protagonizarem em suas regiões e logo mais no 
cenário internacional, garantido assim suas inserções. 
 
“Sul global”, expressão cunhada no final da Guerra Fria para fazer 
referência aos países e às sociedades em desenvolvimento do 
hemisfério Sul, bem como a outros localizados no hemisfério Norte, 
que possuem indicadores de desenvolvimento médios e baixos. Estes 
países são na maioria jovens nações africanas e asiáticas, mas também 
Estados latino-americanos independentes há mais de dois séculos. No 
total, uns 150 Estados soberanos (SOUZA, 2014, p.57). 
 
 Para Souza (2014, p. 57) “O rótulo tem substituído e atualizado progressivamente 
a qualificação de “terceiro mundo”, na qual foram catalogados muitos países em 
desenvolvimento ao conquistar sua independência e inaugurar uma ordem internacional 
pós-colonial”. O desenvolvimento ganha novos contornos, pois tais países já estão com 
mais autonomia, e estão como pioneiros de commoditties, onde muitos países 
desenvolvidos são dependentes dessas matérias primas. 
 As relações econômicas em que se inserem as Relações Sul-Sul que compõem 
Brasil e Índia, irão definir um modelo assimétrico, levando-se em consideração sua 
inserção no Sistema Internacional, não são levados em consideração sua localização 
geográfica e sim suas similaridades como emergentes e países em desenvolvimento que 
os aproxima a formar acordos e parcerias econômicas, de certo que as divergências 
também irão moldar essa relação, e até mesmo amadurece-la. 
Embora não haja convergência entre os especialistas sobre qual foi o 
grau de mudança da política externa brasileira, ocorrida com o início do 
governo Lula, e depois continuada pelo governo Dilma, ainda assim não 
há como negar que a cooperação Sul-Sul foi uma marca de destaque e 
a aproximação com os países em desenvolvimento e emergentes ocupou 
lugar de relevo no discurso da diplomacia desde então (JUNIOR; 
AYERBY,2015, p 113) 
 Para além das críticas, o desenvolvimento que trouxe esse modelo, estão bem 
nítidos nas relações comerciais, essas relações vão para além de trocas comerciais de 
produtos, elas se estendem para outras inúmeras áreas em que atuam segundo a Agencia 
Brasileira de Cooperação como afirma Maciel (2010) e já mencionado anteriormente, 
28 
 
órgão criado a conduzir essas questões que necessitam de desenvolvimento, que é a 
essência das Relações Sul-Sul, o que possibilitaria uma maior autonomia nas Relações 
Internacionais e sua inserção na nova ordem global como parte de sua política externa 
tanto de Brasil como Índia. 
3 BRASIL E ÍNDIA NAS NOVAS RELAÇÕES SUL-SUL 
 O Brasil enquanto líder regional, irá atuar com novos parceiros, para além de sua 
região, parcerias como a Índia, com a junção a partir do BRICS e do IBAS, tal acordos 
entre Brasil e Índia, estão promovendo o Desenvolvimento inseridos no processo da 
Cooperação Sul-Sul, que visam melhorias para ambos, tanto no setor comercial, quanto 
político e principalmente social. 
 No que se refere a Índia traz consigo uma história milenar, não muito distante, uma 
ex-colônia, a qual se projeta nesse novo cenário internacional, nessa nova estrutura, para 
Wendt (1999) são os conhecimentos, suas culturas, que por vezes podem mudar os 
agentes, seus atores, sofrem influências e são influenciados em sua identidade. Afirma 
(PECEQUILO,2012) 
O estabelecimento do espaço indiano em meio aos vizinhos asiáticos 
foi dificultado pela reorganização mundial do pós-Guerra Fria. Dentre 
as principais dificuldades observadas ao fim do conflito Leste-Oeste 
estão o desenlace das ligações antes estabelecidas com a União 
Soviética; a diminuição do envolvimento indiano com o Reino Unido – 
sua metrópole colonizadora – em virtude da União Europeia; e a 
interrupção das grandes parcerias comerciais dos países do Oriente 
Médio com a Índia. Além disso, a ascensão asiática após a Revolução 
Científico Tecnológica tornou inevitável uma virada indiana à região, 
ampliando e estreitando relações com os países de seu próprio 
continente. (PECEQUILO, 2012, p.150) 
 A Índia é um dos integrantes dos parceiros BRICS e IBAS, que tem grandes 
similaridades com o Brasil apesar das divergências e do caráter geopolítico, esses dois 
parceiros estão limitados, ainda assim essa junção de forças e ajuda mútua traz benefícios 
que ultrapassam as divergências. Sendo considerada uma potência emergente ela se 
assemelha ao Brasil por fazer parte desse novo reordenamento internacional. 
Nessa percepção, a unipolaridade não consegue se legitimar, pois a 
tentação imperial é permanente o que, simultaneamente, estimula o 
investimento das demais potências em um esforço contra-hegemônico. 
Em um contexto mundial com vetores multipolares, o exercício 
multilateral, em particular nos fóruns políticos, torna-se crucial para 
atenuar a primazia norte-americana e conter seus impulsos unilaterais, 
que se tornariam inevitáveis em uma ordem internacional sem 
competidores ou opositores. (LIMA,2005, p.13) 
 
29 
 
 A Índia, um novo ator emergente teve um crescimento altamente relevante ao 
reordenamento do Sistema Internacional, sendo de uma liderança regional considerável, 
com um regime sólido democrático desde a década de 1946. (PECEQUILO,2012) 
 
Semelhanças como as “dimensões continentais”, “reconhecida 
importância regional ”, “população”, “produto interno bruto”, “recursos 
naturais”, “regime democrático”. (Exemplos da Índia e da África do 
Sul).2 Neste caso, a formação de “parcerias estratégicas” entre o Brasil 
e estes Estados passou a ser uma opção relevante. (SARAIVA, 2007, 
p.54) 
 
 Há de se considerar o crescimento indiano não apenas econômico, mas sim 
político, social com ganhos para sua democracia. É dentro dessa evolução, que se vê um 
país emergir com grandes forças, e buscar seu lugar, criando
parcerias, não só com os 
BRICS, e também com a EU. Se firmando, se estruturando, se fazendo conhecer no 
Sistema Internacional. Sua participação na Cooperação Sul-Sul fez um diferencial em 
suas tomadas de decisão, em sua atuação, para com sua política doméstica e sua política 
externa principalmente. 
 Para Leite (2011) A Índia tem papel primordial, nesse novo cenário, estabelecendo 
acordos em seu comércio agrícola e sua tecnologia, ou seja, áreas essenciais para o 
crescimento do país, no que se refere as suas exportações, e são setores que a Índia tem 
se projetado dentro do BRICS e no comércio internacional. 
 Para Nassif (2008) em sua trajetória política econômica a Índia, busca se inserir se 
estruturar, abrir sua economia, coordenando política macroeconômica, monetária e 
cambial, com suas demais políticas, que se configurava o Sistema Nacional Indiano. 
 Sabe-se que devido o enfraquecimento do EUA, os emergentes ganham força no 
SI, no entanto, é necessário que se façam parcerias, para que, continuem a se afirmar no 
cenário mundial, não apenas no comércio, mas no que tange a governança global. 
 A aproximação entre Brasil e Índia remontam a década de 50, no entanto vimos 
relevantes parecerias no governo de Luís Inácio Lula da Silva, em 25-27 de janeiro de 
2004, o Presidente Lula visita à Índia, como convidado especial do Governo indiano 
para o Dia da República. A visita inclui passagens por Nova Délhi, Agra e Mumbai. É 
celebrado Acordo básico de preferências comerciais entre o Mercosul e a Índia. 
(MRE,2007). 
 Entretanto, o que os dados nos mostram é que houve diversificação das 
exportações no comércio Brasil-Índia. As exportações brasileiras para a 
Índia em 2000 estavam totalmente concentradas em 100 produtos (99%). 
30 
 
Em 2013, os 100 produtos mais exportados representaram 97% do total. 
O mesmo ocorreu com as exportações indianas para o Brasil (de 92% do 
total em 2000 para 87% em 2013). Num período no qual houve 
concentração das exportações totais, a pequena desconcentração 
observada no comércio Brasil-Índia é bastante relevante (JUNIOR; 
AYERBE,2015, p.115) 
 
 Ao passo que as relações Brasil-Índia, irão se intensificar, essas relações 
comerciais irão se diversificar, não só no âmbito comercial e econômico, e sim mais 
amplo no que de fato envolve a Cooperação para o Desenvolvimento, dentro da ideologia 
Cooperação Sul-Sul, e são esses diferenciais que fazem da Cooperação Sul-Sul, uma 
cooperação de ajuda mútua entre parceiros, assim também com a formação dos BRICS 
e IBAS, e suas parcerias com os demais blocos econômicos, faz desses relações 
multilaterais, relevantes no SI, e de altos impactos nas RI. 
 Segundo Vigevane e Cepaluni (2007) Com a Índia o Brasil intensificou esse 
acordo através do IBAS, esse G-3 que vai ter grande relevância, e ganhos para ambos. 
Para Leite (2011) essas ações partiram da necessidade da cooperação de obter resultados 
ótimos que isoladamente não iriam conseguir, ou seja é fundamental a parceria desses 
Estados, no que tange suas participações na Cooperação Sul-Sul. 
 Brasil e Índia, intensificaram acordos, em inúmeros setores, desde o setor da 
educação aos agronegócios em outros como as exportações e importações ficaram 
limitadas dada sua distancias geográficas e o custo logístico, com os transportes. Sobre 
ambos, o crescimento tem demostrado altos índices, e mudanças significativas tem 
ocorrido. 
 O fato de as exportações intra-Ibas (especialmente Brasil e Índia) nesse 
período não apresentarem o mesmo padrão de concentração das 
exportações totais sugere que esses são destinos que oferecem um 
potencial de aumento da diversidade das exportações que pode, ao 
mesmo tempo, reduzir a dependência em poucos produtos e em poucos 
destinos. Além disso, a diversificação das exportações pode significar 
a diversificação da produção doméstica na direção de produtos com 
maior produtividade e, em alguns casos, na desconcentração setorial e 
espacial da produção nacional (MRE,2007, p.118) 
 
 
 Embora países com inúmeras similaridades, existem as divergências, eles são 
culturalmente distintos, no entanto apresentam suas similaridades quanto ao seu 
desenvolvimento econômico e sua Inserção Internacional, Brasil-Índia buscaram sua 
entrada com o neoliberalismo econômico, internacionalização de suas empresas, e até 
31 
 
mesmo a abertura econômica, para então serem inseridos como emergentes. O 
organograma abaixo define essa cooperação. 
 
 É necessário, que esses laços ao passo da maturidade venham se fortalecer ainda 
fortemente, com as experiências obtidas desde sua iniciação, de fato como se tem 
analisado, foram relações intensificadas como nos períodos que se seguiram essa 
fortificação de acordos e diversificação dos mesmos. 
 As Relações bilaterais entre Brasil e Índia evoluíram ao longo dos anos, não 
deixando de se considerar as inúmeras dificuldades e desafios e a timidez com que se dá 
tal parceria, o que não foram motivos para que rompesse essa relação, que tem caminhado 
para uma cooperação com o objetivo para o Desenvolvimento destes países e o 
fortalecimento de suas democracias, o qual estará bem caracterizado na Índia essa luta 
por direitos e participação popular tem dado um diferencial nessa fase de ambos países 
que lutam por mais melhorias em suas políticas econômicas domésticas, embora os 
entraves ainda dificultam o objetivo central dessa parceria, a continuação e a renovação 
da mesma legitima a importância paras os Estados. 
A cooperação prestada pelo Brasil é organizada pela Agência Brasileira 
de Cooperação (ABC), órgão vinculado ao Ministério das Relações 
Exteriores (MRE), especializada em Cooperação Técnica Internacional. 
Para dar conta de suas atribuições, a ABC divide-se em sete frentes de 
atuação (ULLRICH E CURRION, 2012, p.18,19) 
COOPERAÇÃO PRESTADA PELO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
MRE 
 
COOPERAÇÃO TECNICA INTERNACIONAL 
PAISES EM 
DESENVOLVIMENTO 
 RECEBIDA 
BILATERAL 
RECEBIDA 
MULTILATERAL 
AGROPECUARIA 
ENERGIA BIOCOMBUSTIVEIS E 
MEIO AMBIENTE 
TECNOLOGIA DA 
INFORMAÇÃO 
 
DEFESA CIVIL URBANISMO TRANSPORTES 
ABC 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Retirado de “A atuação do Brasil na Cooperação Internacional do Desenvolvimento” 
3.1 Histórico do Desenvolvimento e inserção do Brasil nas Relações Sul-Sul 
 O Brasil ao longo do seu desenvolvimento, após sua abertura política e 
posteriormente econômica, vem buscando em meios a intempéries das crises globais que 
acabam por sufocar sua economia, a sua autonomia, no que tange aos mercados 
internacionais, logo também aos seus inúmeros planos econômicos, para que se venha 
gerar estabilidade em sua economia doméstica, e de sua moeda brasileira. 
 Embora ainda com um amplo mercado de exportação de commodities, diante dos 
seus parceiros dos BRICS, MERCOSUL, o Brasil se viu em meio a estabilidade com seu 
plano econômico, o Real, a ampla abertura de crédito, o que beneficiou as classes mais 
baixas para terem acesso a esse mercado e poder de compra, o que o tornou uma potência 
regional na América Latina. 
 A participação do Brasil nas Relações Sul-Sul, só veio se intensificando e se 
reorganizando, e tornando-se estratégia principal da agenda de Política Externa do Brasil. 
 No Brasil, esta estratégia de universalização pragmática das relações 
exteriores foi incluída desde o princípio na PEI. Repetiu-se a proposta 
do
governo Geisel (1969-1974), tendo sido, posteriormente, reeditada 
no governo Itamar Franco (1992-1993) e, mais recentemente, surge 
como projeto principal da política externa do governo Lula da Silva 
iniciado em 2003(NOGUEIRA,2008, p.1). 
 
GOVERNANÇA 
ELETRONICA 
SAUDE 
DESENVOLVIMENTO 
SOCIAL 
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO 
PROFISSIONAL 
ACOMPANHAMENTO 
DE PROJETOS 
PLANEJAMENTO 
ADMINISTRATIVO 
33 
 
 O governo brasileiro usou as estratégias como PEB (Política Externa Brasileira) 
para formar parcerias e até mesmo privilegiando essa forma de relação, também uma 
forma de diminuir sua dependência com os países Desenvolvidos afirma Nogueira (2008), 
principalmente EUA, Nogueira (2008) afirma quanto maior a interseção dos países menor 
serão suas vulnerabilidades sistêmicas. 
 Dessa forma o Brasil vai ampliando sua relação e formando parcerias priorizando 
o eixo Sul, fortificando esses laços, que trouxeram ganhos e até mesmo lhe deram 
autonomias dentro do Sistemas internacional, quando se forma pareceria na relação Sul-
Sul, se reafirma também sua grande liderança regional, reconhecendo suas falhas para 
que se venha a diminuir suas carências e ampliar suas vantagens. 
 O governo do Presidente Lula da Silva, privilegia as relações com o 
eixo do Sul sob dois aspectos. Primeiro para multiplicar os parceiros 
comerciais do país, diversificando as possibilidades de cooperação e 
ganhos econômicos e comerciais. O segundo aspecto está relacionado 
ao fato de que estas alianças possibilitam alterações no contexto 
decisório do sistema internacional, ou seja, a partir da união política dos 
países com interesses comuns, resultados mais favoráveis a todos 
poderão ser obtidos (NOGUEIRA, 2008, P. 2) 
 
 Suas parcerias irão fortalece-lo como potência emergente, até mesmo dentro da 
América Latina, não deixando de mencionar os países árabes, que no governo Lula da 
Silva se intensificaram, partindo desse ponto, as parcerias tornam o Brasil mais forte e 
mais autônomo com acordos como BRICS, IBAS, ASPAS (América Latina e Países 
Árabes) MERCOSUL. 
No período de março de 1974 a março de 1979, a cooperação do Brasil 
com os demais países em desenvolvimento respondeu à necessidade de 
“renegociação da dependência” brasileira em relação aos países 
industrializados no contexto de um mundo em transformação. Diante 
da conjuntura externa de ascendente multipolaridade econômica, de 
consolidação da détente, de crise de balança de pagamentos, somada a 
uma percepção interna de potência emergente, o país rompeu a aliança 
especial com os EUA e os limites ideológicos na sua atuação externa, 
multiplicando suas relações com Estados do Sul (LEITE, 2011, p. 153). 
 
 A sua participação nas Relações Sul-Sul só reforça sua forca política e sua 
autonomia no SI, ante as negociações, atende seu objetivo junto aos países 
Desenvolvidos, e fortifica participação regional junto aos seus parceiros. Tendo como 
consequência de suas parcerias regionais, mas principalmente as Relações Sul-Sul, as 
medidas adotas no FMI, e no BM, desconsiderando sua força junto aos órgãos mundiais, 
se utiliza das estratégias dos emergentes como a criação do NBD dos BRICS, para Peres 
(2015) BM e FMI perdem-se sua legitimidade para os emergentes. 
34 
 
 
 A criação do NBD do BRICS teve o propósito de superar o atraso 
existente na gestão administrativa das duas principais instituições 
financeiras - o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco 
Mundial, constituídas em 1944, na conferência mundial de Bretton 
Woods, realizada no Estado americano de New Hampshire, para 
estabelecer as novas bases e a segurança do sistema econômico e 
monetário internacional, do pós-guerra (PERES, 2015, p. 289). 
 
 Discutir sua inserção no SI, e reaver seus interesses econômicos, será sua 
conquista, o Brasil tem como consequências ganhos e muitos desafios a superar, em se 
tratando da necessidade de fortalecer suas parcerias e ainda se manter com autonomia no 
SI, tem como o intuito muito maior a finalidade que será a cooperação para o 
Desenvolvimento dos países, que uma vez já conquistados essa independência, busca 
agora resolver seus problemas internos, gerados ao longos dos anos de dependência como 
colônias, e apenas provedores de commodities, sem muitas articulações com os países 
Desenvolvidos, e sim uma relação de cima para baixo, de subserviência, portanto vai se 
aproveitar do momento de fragilidades dos EUA, e se projetar nas RI. 
 Quando se inicia essas negociações o Brasil se vê, articulando com parceiros no 
SI, e reafirma acordos com a Ásia, assim como com a Índia, como afirma Leite (2011, p. 
190) “Em junho de 2003, o Brasil recebeu a visita do Ministro das Relações Exteriores 
da Índia, Yashwant Sinha, a primeira de um chanceler indiano ao país. Em outubro 
daquele ano, o chanceler Amorim retribuiu o gesto. Em janeiro de 2004, o Presidente 
Lula visitou a Índia, como convidado especial do Governo indiano para o Dia da 
República” 
 Observa-se um certo amadurecimento econômico brasileiro, já no século XXI 
apesar dos inúmeros pacotes econômicos e moedas, que o Brasil utilizou ao longo do 
século XX, seria suas heranças herdadas? Ou administrações malsucedidas dos gestores 
e seus chefes de Estados? Fato é que houve atrasos, com grandes chances de reformas, 
quando se fala de Governo brasileiro e política econômica, estamos em um terreno 
complexo e delicado, passamos pelo processo de desenvolvimentismo em que o Brasil 
acreditou no seu desenvolvimento. 
 Ao se remeter ao passado histórico dos governos no Brasil para exemplificarmos 
sua história atual na política internacional, observa-se os vários posicionamentos e 
alinhamentos em sua PE, um avanço de suas políticas econômicas para um 
desenvolvimento do país ainda agrário, tornando-se industrializado, rompendo com um 
35 
 
paradigma de ex-colônia, procurando embarcar no liberalismo econômico e na 
globalização em que as potencias estavam envolvidas é um grande passo que se inicia no 
governo de Getúlio Vargas (1930-1945), com grandes ganhos internos, sem levar em 
consideração seu caráter ditatorial, o então presidente fez evoluções internas, com os 
ganhos nas leis trabalhistas, instituiu a indústria, criou a Petrobrás, o que caracteriza seu 
governo nacionalista, já na sua agenda externa manteve o alinhamento com os EUA. 
É dentro desse clima de insatisfação que Vargas reassume o governo 
brasileiro com a promessa de promoção mais efetiva dos interesses 
brasileiros sob a premissa de que as relações econômicas internacionais 
deveriam impulsionar o desenvolvimento econômico e na expectativa 
de retomada de maior cooperação econômica com os Estados Unidos. 
É evidente que, nesse quadro, havia uma consciência da necessidade de 
manutenção de um alinhamento com os Estados Unidos, porém sem ser 
uma política de subserviência (OLIVEIRA, 2005, p. 67). 
 
 As características do governo Vargas (1934-1945), além de ter caráter nacionalista 
demonstra um grande desenvolvimento no país, até mesmo uma autonomia do Brasil em 
barganhar com os EUA, o que muitos autores classificam como barganhar, para Oliveira 
(2015, p 67). “Esteve marcada pela tentativa de implementação da estratégia da 
"barganha" que ele tinha utilizado em sua gestão anterior”. Seu governo se impôs aos 
EUA, uma resposta as liberalizações do BM, ao governo brasileiro, houve avanços 
consideráveis de um país agrário passando a um país globalizado, buscando alinhamento, 
ainda que ainda dependente, procurando autonomia. 
Nos

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