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E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
Preparação para Concursos 
 
 
 
 
Apostila 6 de Português 
Pontuação 
 
Material organizado por: 
Prof. Luiz Carlos Melo e equipe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pontuação 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
 
Uso da Vírgula 
01 (2018/Banca: CESPE) 
 
Considerando os aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue o item subsequente. 
A vírgula logo após o termo “máquina” (ℓ .12) poderia ser eliminada sem prejuízo para a 
correção gramatical do período no qual ela aparece. 
Certo 
Errado 
01 resposta: errado 
 
02 (2018/Banca: CESPE) 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
 
Com relação aos sentidos e aos aspectos gramaticais do texto CB1A1BBB, julgue o item 
que se segue. 
Caso se isolasse por vírgulas o trecho “que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e 
suicidou-se em seguida” (ℓ. 1 e 2), seria pertinente inferir que o autor se referisse a um 
rapaz já anteriormente mencionado, ou conhecido do interlocutor. 
Certo 
Errado 
02 Resposta: certo 
 
 
 
03 (2018/Banca: CESPE) 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
Com relação à variação linguística bem como aos sentidos e aos aspectos linguísticos do 
texto 6A1AAA, julgue o próximo item. 
A vírgula empregada logo após “flutuando” (ℓ.33) poderia ser suprimida sem prejuízo das 
informações veiculadas no texto. 
Certo 
Errado 
03 Resposta: certo 
 
04 (2018/Banca: CESPE) 
 
Ainda no que se refere aos aspectos linguísticos do texto 6A1AAA, julgue o item que se 
segue. 
 
Na linha 2, as orações “se não errou” e “se não confundiu” poderiam ser isoladas por 
vírgulas, sem prejuízo da correção gramatical do texto. 
Certo 
Errado 
04 Resposta: certo 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
05 (2018/Banca: CESPE) 
Julgue o próximo item, relativo à estrutura linguística do texto 6A2BBB. 
 
O emprego das vírgulas que isolam o advérbio “aliás” (ℓ.19) é obrigatório, razão por que 
suprimi-las comprometeria a correção gramatical do texto. 
Certo 
Errado 
05 Resposta: certo 
 
06 (2018/Banca: CESPE) 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
 
Julgue o próximo item, relativo à estrutura linguística do texto 6A2BBB. 
A retirada das vírgulas que isolam a expressão “mais ainda” (ℓ.31) não prejudicaria a 
correção gramatical do texto, mas alteraria os seus sentidos originais. 
Parte superior do formulário 
Certo 
Errado 
06 Resposta: certo 
 
07 (2018/Banca: CESPE) 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
 
Considerando as informações e as ideias do texto 6A3BBB, assim como seus aspectos 
linguísticos, julgue o item a seguir. 
O emprego das vírgulas apostas aos termos “No Brasil” (ℓ .15) e “Em outros termos” (ℓ .21) 
justifica-se com base na mesma regra de pontuação. 
Certo 
Errado 
07 Resposta: certo 
08 (2018/Banca: CESPE) 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
 
Acerca dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto 6A4BBB, julgue o item 
subsequente. 
No último período do texto, o emprego da vírgula imediatamente após “detectados” (ℓ .15) é 
opcional, pois a oração “preservando-se o máximo possível do texto original” (ℓ . 15 e 16) 
encontra-se em posição canônica no período, qual seja, após a oração principal. 
Certo 
Errado 
08 Resposta: errado 
 
09 (2018/Banca: COPERVE – UFSC) 
 
Considere os seguintes afirmativas sobre o emprego da vírgula no Texto 3 e assinale a 
alternativa correta. 
I. As vírgulas no trecho “Violinos italianos antigos, como os Stradivarius, são caríssimos e 
considerados os melhores do mundo” (linhas 01 e 02), exercem função de isolar vocativo. 
II. As vírgulas no trecho “Um estudo desenvolvido pelo luthier americano Joseph Curtin e a 
engenheira acústica Claudia Fritz, da Universidade Pierre e Marie Curie, coloca essa 
percepção arraigada à prova” (linhas 04 e 05), exercem função de isolar aposto. 
III. As vírgulas no trecho “Também os ouvintes na plateia – músicos, críticos musicais, 
luthiers e engenheiros acústicos – foram incapazes de distinguir o som produzido pelos 
instrumentos” (linhas 12 e 13), exercem função de separar orações. 
 a)Somente a afirmativa I está correta. 
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 b)Somente a afirmativa III está correta. 
 c)Somente as afirmativas I e III estão corretas. 
 d)Somente a afirmativa II está correta. 
 e)Somente as afirmativas I e II estão corretas. 
09 Resposta: d 
10 (2018/Banca: FUNDATEC) 
 
Avalie as assertivas que seguem a respeito da frase retirada do texto: “O Snapchat tem o 
Snapstreak, que recompensa amigos que trocam snaps todos os dias, encorajando assim o 
comportamento viciante”. 
I. As duas vírgulas poderiam ser retiradas sem causar alteração ao sentido e à sintaxe da 
frase. 
II. Ambas as ocorrências da palavra ‘que’ são pronomes relativos. 
III. A última oração, uma reduzida de gerúndio, poderia assumir a forma conquanto encoraje 
o comportamento viciante, sem provocar qualquer alteração no sentido original do período. 
Quais estão INCORRETAS? 
 a)Apenas I. 
 b)Apenas II. 
 c)Apenas I e II. 
 d)Apenas I e III. 
 e)I, II e III. 
10 Resposta: d 
11 (2018/Banca: FUNDATEC) 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
 
Considere as seguintes assertivas relativamente a propostas de alteração em situações 
textuais: 
I. A substituição de ‘milhares’ (l.05) por muitas. 
II. Inserção de vírgulas antes e após o termo ‘na verdade’ (l.11). 
III. A expressão ‘poços sem fundo’ (linhas 27- 28) poderia ser substituída por ‘poços 
artesianos’. 
Quais das propostas NÃO provoca alteração de sentido ou necessidade de ajustes nas 
frases em que se inserem? 
 a)Apenas I. 
 b)Apenas II. 
 c)Apenas III. 
 d)Apenas I e II. 
 e)Apenas II e III. 
11 Resposta: b 
12 (2018/Banca: FUNDATEC) 
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Professor Luiz Carlos Melo 
 
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Sobre o uso de vírgulas na linha 02, afirma-se que: 
I. Justificam-se pela mesma regra. 
II. A segunda vírgula poderia ser suprimida, visto que seu uso é facultativo. 
III. A inserção de uma vírgula imediatamente após o vocábulo tecnologia não implica 
alteração de sentido à frase. 
Quais estão INCORRETAS? 
 a)Apenas I. 
 b)Apenas II. 
 c)Apenas I e II. 
 d)Apenas II e III. 
 e) I, II e III. 
12 Resposta: e 
 
13 (2018/Banca: COPERVE – UFSC) 
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Disponível em: <http://castelodaalegria.blogspot.com.br/2015/04/blog-post_13.html>. 
[Adaptado]. Acesso em: 2 out. 2017. 
Com base no Texto 3, atribua verdadeiro (V) ou falso (F) às afirmativas abaixo e assinale a 
alternativa que apresenta asequência correta, de cima para baixo. 
( ) As vírgulas (quadrinhos 1, 2 e 3) estão sendo empregadas para isolar vocativos. 
( ) A palavra “pamonha” contém um dígrafo. 
( ) O verbo “foi”, no último quadrinho, está conjugado no pretérito imperfeito. 
( ) As palavras “flor” e “pamonha” são antônimos. 
 a)V – F – V – V 
 b)F – V – F – V 
 c)V – V – F – F 
 d)F – F – V – F 
 e)V – V – V – F 
13 Resposta: c 
 
14 (2018/Banca: FCC) Conversa ao vivo 
Estão multiplicando-se os bares e os restaurantes que oferecem, como irresistível 
atração, “música ao vivo”. Temo que eles alcancem, mais do que uma hegemonia, uma 
unanimidade. Temo que chegue o dia em que nada mais se converse à mesa, por conta 
desse discutibilíssimo privilégio de se ouvir música alta enquanto se bebe e se come. Para 
uma conversa, sempre restará, é verdade, o recurso da leitura labial – mas não farão falta o 
timbre e a entonação da voz da pessoa amiga? 
Vejo esse hábito de “animar” com muitos decibéis de música imposta os lugares em 
princípio concebidos para o lazer e a sociabilidade como uma dessas extravagâncias que 
acabam se fazendo naturais. Enormes receptores de TV se associam, por vezes, ao show 
de estímulos que nos distraem da nossa companhia, do que temos a pensar, a dizer e a 
ouvir. Uma espécie de confusa obrigação de festa e alegria ruidosa vai-se impondo aos 
passivos frequentadores, que acabam se esquecendo da boa recompensa que pode haver 
numa estimulante “conversa ao vivo”, na qual as palavras mesmas, as nossas e as alheias, 
constituem a música e o sentido de estarmos juntos. 
 (TENÓRIO, Adalberto. inédito) 
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Está plenamente correta a pontuação da seguinte frase: 
a)Espante-se, quem quiser, mas a música alta é proposta como atração irresistível, em 
alguns, desses estabelecimentos modernos. 
b)As boas e saudosas conversas já não podem ter lugar quando, em certos 
estabelecimentos, impera a tal da música ao vivo, ruidosa e invasiva. 
c)Durante uma boa conversa não importa onde se esteja, as palavras são também música, 
a voz é em si mesma, carregada de expressão. 
d)Existe realmente, quem ache um privilégio frequentar os bares, cuja principal atração, é a 
música incrivelmente ruidosa? 
e)Caso alcance mais, do que hegemonia uma unanimidade, essa tendência crescente da 
música ao vivo, ficaremos em casa para poder conversar. 
14 Resposta: b 
 
15 (2018/Banca: FCC) Crônica de gente pouco importante: Manaus, século XIX 
Sei que vocês nunca ouviram falar de Apolinária. Nem poderiam. Ela faz parte de um 
conjunto de pessoas que jamais usufruíram de notoriedade. 
Era junho de 1855 quando Apolinária, 24 anos, cabinda, africana livre, afinal 
desembarcou no porto de Manaus. No início do século XIX, quando o tráfico de escravos se 
tornou ilegal como parte de um conjunto de acordos internacionais, os africanos livres eram 
os indivíduos que compunham a carga dos navios apreendidos no tráfico ilícito. Pela lei de 
1831, se a apreensão ocorresse em águas brasileiras, eles ficavam sob tutela estatal e 
deviam prestar serviços ao Estado ou a particulares por 14 anos até sua emancipação. Com 
isso, os africanos livres chegaram aos quatro cantos do Império, inclusive ao Amazonas. 
Apolinária foi designada para trabalhar na recém-instalada Olaria Provincial. Suas 
crianças foram junto. Ali já estavam outros africanos livres que, além da fabricação de 
telhas, potes e tijolos, também eram responsáveis pela supervisão do trabalho dos índios 
que vinham das aldeias para servir nas obras públicas. Eram cerca de 20 pessoas que 
viviam no mesmo lugar em que trabalhavam e assim foi até 1858, quando a olaria foi 
fechada para se transformar em uma nova escola: os Educandos Artífices. 
A rotina na Olaria era dura e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira 
dos Educandos. Diferente dos outros, não ia precisar se mudar para o outro lado do 
igarapé. Podia continuar ali com os filhos, o marido Gualberto, o cozinheiro Bertoldo e 
Severa, filha de Domingos Mina. O salário não era grande coisa, mas a amizade antiga com 
Bertoldo garantia alimento extra à mesa para todos. A tranquilidade durou pouco. O diretor 
dos Educandos, certamente mal informado pela boataria maledicente, a demitiu do cargo 
alegando que era ladra e dada a bebedeiras. Menos de 3 meses depois, Apolinária já 
estava de volta ao trabalho nas obras públicas, com destino incerto. 
Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque 
ela desapareceu da documentação, mas os fragmentos de sua vida que pude recuperar são 
poderosos para iluminar cenas da vida desta cidade que estavam nas sombras. A presença 
negra no Amazonas é tratada de modo marginal na historiografia local e só muito 
recentemente vemos mudanças neste cenário. Há ainda muitas zonas de silêncio. A história 
de Apolinária nos ajuda a colocar problemas novos, entre eles, o fato de que a trajetória 
dessas pessoas que cruzaram o Atlântico e, depois, o Império permite acessar um mundo 
bem pouco visível na história do Brasil: a diversidade de experiências que uniram índios, 
escravos, libertos e africanos livres no mundo do trabalho no século XIX. 
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Professor Luiz Carlos Melo 
 
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Falar dessa gente pouco importante é buscar dialogar com personagens reais e concretos. 
Suas vidas comuns foram, de fato, extraordinárias, cada uma a seu modo. Seres humanos 
verdadeiros, que fazem a História acontecer todos os dias. 
(Adaptado de: Patrícia Sampaio. Disponível em: http://amazoniareal. com.br. 06.08.2014) 
O acréscimo de uma vírgula mantém a passagem do texto reescrita de acordo com a 
norma-padrão em: 
 a)A história de Apolinária, nos ajuda a colocar problemas novos [...] 
b)Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque, 
ela desapareceu da documentação [...] 
 c)[...] a olaria foi fechada para se transformar, em uma nova escola: os Educandos Artífices. 
 d)Seres humanos verdadeiros, que fazem a História, acontecer todos os dias. 
e)A rotina na Olaria era dura, e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira 
dos Educandos. 
15 Resposta: e 
 
16 (2018/Banca: FCC) As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e 
repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras. Firmam-se no que lhes é conhecido e 
seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado. 
O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou 
reproduzir são propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo 
ser humano e em muitos animais. 
Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, 
imitação e mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais 
exata possível. A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma 
dimensão representativa à imitação. Emgeral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim 
superior, o de reencenar e representar um evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, 
é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a 
mimese, apenas no ser humano. 
A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a 
repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na 
composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de 
aprendizado. Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada 
pelos modelos admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados. 
Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas 
brilhantes, apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer 
descobertas científicas fundamentais? Será que a maioria desses jovens, apesar de seus 
dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes faltam características que 
talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança, 
pensamento independente? 
A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas 
também de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir 
que o subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. 
Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, 
imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu 
aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda 
que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes. 
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Professor Luiz Carlos Melo 
 
E-mail: preparaconcursos10@gmail.com 
 
Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. 
As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da 
linguagem da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, 
ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais. O que está em 
questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o que se faz 
com aquilo que é tomado de empréstimo. 
(Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: 
Cia. das Letras, 2017, ed. digital) 
As vírgulas indicam a elipse de um verbo em: 
 a)e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. 
 b)Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros... 
c)O arremedo [...] é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas 
não humanos; a mimese, apenas no ser humano. 
 d)Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. 
e)O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou 
reproduzir são propensões[...] universais. 
16 Resposta: c 
 
17 (2018/Banca: FCC) A velhice na sociedade industrial 
Durante a velhice deveríamos estar ainda engajados em causas que nos transcendem, 
que não envelhecem, e que dão significado a nossos gestos cotidianos. Talvez seja esse 
um remédio contra os danos do tempo. Mas, pondera Simone de Beauvoir, se o trabalhador 
aposentado se desespera com a falta de sentido da vida presente, é porque em todo o 
tempo o sentido de sua vida lhe foi roubado. Esgotada a sua força de trabalho, sente-se um 
pária, e é comum que o escutemos agradecendo sua aposentadoria como uma esmola. 
A degradação senil começa prematuramente com a degradação da pessoa que 
trabalha. Esta sociedade pragmática não desvaloriza somente o operário, mas todo 
trabalhador: o médico, o professor, o esportista, o ator, o jornalista. 
Como reparar a destruição sistemática que os homens sofrem desde o nascimento, na 
sociedade da competição e do lucro a qualquer preço? Cuidados geriátricos não devolvem a 
saúde física nem mental. A abolição dos asilos e a construção de casas decentes para a 
velhice, não segregadas do mundo ativo, seria um passo à frente. Mas haveria que 
sedimentar uma cultura para os velhos com interesses, trabalhos, responsabilidades que 
tornem digna sua sobrevivência. Como deveria ser uma sociedade para que, na velhice, o 
homem permaneça um homem? A resposta é radical para Simone de Beauvoir: “seria 
preciso que ele sempre tivesse sido tratado como homem”. 
Para que nenhuma forma de humanidade seja excluída da Humanidade é que as 
minorias têm lutado, que os grupos discriminados têm reagido. A mulher, o negro, 
combatem pelos seus direitos, mas o velho não tem armas. Nós é que temos de lutar por 
ele. 
(Adaptado de: BOSI, Ecléa. Lembranças de velhos. S. Paulo: T. A. Queiroz, 1983, p. 38-39) 
A supressão da vírgula altera o sentido da frase: 
a)Tenham toda a nossa admiração os velhos aposentados, aos quais não faltou lutar por 
seus sonhos. 
b)Em seus textos de circulação internacional, Simone de Beauvoir batalhou muito pelos 
direitos das minorias. 
Preparação para Concursos 
Professor Luiz Carlos Melo 
 
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 c)Muitos têm lutado com vigor, apesar das adversidades que poderiam desanimá-los. 
d)Como prova mesmo de nossa humanidade, devemos nos engajar nas lutas pelos mais 
desprotegidos. 
e)Não pode haver plena reparação, no caso de uma injustiça ter sido perpetrada por tantos 
e tantos anos. 
17 Resposta: a 
 
18 (2018/Banca: PR-4 UFRJ) 
 
“Desde a transição democrática de meados dos anos 80, o povo brasileiro contempla, entre 
perplexo e cada vez mais desencantado, o espetáculo da mudança sem esperança ou, 
como dizia um crítico de Adorno, ‘a realização das esperanças do passado’. Assim os 
senhores da terra concebem o progresso. As eleições diretas sucumbiram diante do Colégio 
Eleitoral. A nau de Ulysses encalhou nas praias do transformismo e os náufragos do regime 
militar saltaram alegremente para bordo. Na eleição de 1989, o Caçador de Marajás saiu do 
quase anonimato para ser promovido como mercadoria nova, produzida nas retortas dos 
marqueteiros e exposta nas vitrines da mídia de resultados, sob os aplausos e a chuva de 
grana despejada pelo patriciado nativo. 
Em 2017, os senhores da Casa-grande e seus fâmulos1 apostam na reconstrução das 
esperanças do passado: acenam com candidaturas habilitadas a empurrar, outra vez, o 
País para a modernidade dos marqueteiros. Nesse barco navegam os cosmopolitas da 
finança e dos negócios, uma fração majoritária das classes médias – ilustrada, 
semi-ilustrada e deslustrada –, as velhas oligarquias regionais e a cambada da 
tripa-forra2que quer sempre se locupletar3 sem esforço. (...)” 
Fragmento do artigo O PAÍS DA CASA GRANDE, por Luiz Gonzaga Beluzzo, Carta Capital, 
16 de agosto de 2017. 
1 criados, empregado, indivíduo subserviente. 
2 comer à vontade, grande quantidade ou abundância, fartamente, até não poder mais. 
3 enriquecer, encher(-se), abarrotar(-se). 
Sobre a frase “entre perplexo ecada vez mais desencantado”, usada no início do primeiro 
parágrafo, é correto afirmar que: 
a)refere-se à expressão “meados dos anos 80”; tem valor adjetivo; poderia não estar 
isolada entre vírgulas; indica circunstância de modo. 
b)refere-se à expressão “o povo brasileiro”; tem valor adverbial; por essa razão aparece 
entre vírgulas; indica circunstância de modo. 
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c)refere-se à expressão “o povo brasileiro”; tem valor adjetivo; por essa razão aparece 
entre vírgulas; indica circunstância de tempo. 
d)refere-se à expressão “o espetáculo da mudança sem esperança”; tem valor substantivo; 
por essa razão aparece entre vírgulas; indica circunstância de dúvida. 
e)refere-se à expressão “o espetáculo da mudança sem esperança”; tem valor adverbial; 
poderia não estar isolada entre vírgulas; indica circunstância de intensidade. 
18 Resposta: b 
 
19 (2018/Banca: FUNDATEC) 
 
Sobre o uso de pontuação no texto, considere as assertivas que seguem, assinalando V, se 
verdadeiras, ou F, se falsas. 
( ) Os dois-pontos da linha 05 têm a função de introduzir uma oração adjetiva explicativa. 
( ) A segunda vírgula da linha 09 marca a ocorrência de uma oração fragmentada. 
( ) Na linha 11, imediatamente após o vocábulo técnicas, dever-se-ia colocar uma vírgula, 
visto que, naquele contexto, identifica-se a ocorrência de frases siamesas. 
( ) As vírgulas que separam a conjunção portanto (l.28 e 32) justificam-se pela mesma 
regra. 
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 
Parte superior do formulário 
 a)V – V – V – V. 
 b)V – V – V – F. 
 c)F – F – F – V. 
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 d)F – V – F – V. 
 e)V – F – V – F. 
19 Resposta: c 
 
20 (2018/Banca: FUNDATEC) 
Considere as seguintes afirmações sobre a pontuação do texto. 
I. As vírgulas das linhas 01 e 03 separam termos de mesmo valor sintático. 
II. Na linha 13, os dois-pontos introduzem uma citação. 
III. Na linha 18, os dois-pontos antecedem um aposto. 
Quais estão corretas? 
 a)Apenas I. 
 b)Apenas II. 
 c)Apenas I e III. 
 d)Apenas II e III. 
 e)I, II e III. 
20 Resposta: c 
21 (2018/Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) TEXTO I 
O Parque das Águas de Caxambu, principal atração turística da cidade localizada no Sul de 
Minas Gerais, ganha nova gestão a partir do dia 1º de outubro de 2017. A Companhia de 
Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), proprietária do empreendimento, 
assume a administração do espaço, que estava sob gestão da Prefeitura Municipal desde 
1989. O funcionamento do Parque das Águas e o acesso da comunidade e dos turistas 
serão mantidos, permanecendo o valor de R$ 5,00 para os turistas e R$ 2,50 para a 
comunidade caxambuense. O plano da Empresa para o empreendimento, incluindo o 
balneário, prioriza a recuperação dos ativos, por meio de melhorias em calhas, telhado, 
equipamentos (duchas, banheiras, sauna) e instalações (rede de água quente, louças, 
metais, bomba, drenagem), além de limpeza geral e revitalização de pisos e paredes, por 
exemplo. 
Em junho deste ano, o setor de Engenharia da Codemig realizou vistoria no local, para 
avaliação das condições das edificações e dos equipamentos do parque, visando o 
recebimento do patrimônio público estadual que se encontrava sob gestão da Prefeitura 
Municipal. O custo total estimado para colocar em melhores condição de uso foi orçado em 
aproximadamente R$ 11 milhões, incluindo serviços no balneário (caldeira, pinturas, 
equipamentos, pisos, paredes, telhado, calhas, instalações, limpeza geral), na área da 
piscina, nas lojas, na área do pedalinho, nas portarias, nos fontanários e coreto, além de 
redes internas, quadras, brinquedos, pavimentações, cercamento, regularização do AVCB, 
desassoreamento do lago, iluminação e instalações elétricas, entre outros. 
A equipe de trabalho da Codemig assumirá as operações do parque e do balneário a partir 
de outubro, em substituição aos servidores da Prefeitura e os de livre nomeação que até 
então prestam serviços no espaço e estão vinculados à Administração Municipal. 
Em paralelo, a Codemig está preparando licitação para captar um parceiro privado visando 
à formação de uma Sociedade em Conta de Participação para o negócio de águas minerais 
e seus correlatos. Dados apresentados pela Prefeitura Municipal de Caxambu apontaram 
que o resultado financeiro do Parque é historicamente deficitário: o resultado de 2013 a 
2016 teve déficit acumulado de R$ 1.089.695,64 — parte do prejuízo deve-se ao número 
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excessivo de empregados contratados pela Administração Municipal para atuação no 
Parque e à não cobrança dos aluguéis referentes a cessão de espaço. 
Em meio a esse cenário contábil de reiteradas perdas e frente aos desafios que se impõem 
ao alcance e à manutenção da viabilidade econômica em um mercado cada vez mais 
competitivo, a Codemig considerou essencial a construção conjunta de uma solução eficaz 
e efetiva. A Empresa busca potencializar o dinamismo do empreendimento, ampliar o 
público-alvo do local e valorizar a eficiência na prestação dos serviços à população, além de 
contribuir para maior projeção de Caxambu e Minas Gerais no segmento turístico, 
respeitando sempre as comunidades local e regional. 
A Codemig reconhece a importância do Parque das Águas de Caxambu para além das 
esferas local e regional, valorizando o espaço como rico e diversificado patrimônio. Empresa 
pública indutora do desenvolvimento de Minas Gerais, a Codemig atua em prol do 
crescimento econômico sustentável, do bem-estar dos mineiros e da preservação de 
acervos turísticos e históricos do estado. 
[...] 
CODEMIG. Disponível em: <https://goo.gl/VhUow>. Acesso em: 25 set. 2017 [Fragmento 
adaptado]. 
Releia o excerto a seguir. 
“A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), proprietária do 
empreendimento, assume a administração do espaço [...]” 
Em relação ao trecho destacado, assinale a alternativa CORRETA. 
 a)Está isolado por vírgulas por se tratar de aposto explicativo. 
 b)Trata-se de termo integrante da oração deslocado, por isso foi separado por vírgulas. 
 c)Por se tratar de vocativo, deve ser isolado por vírgulas. 
 d)Foi separado por vírgula por ser um termo essencial da oração. 
21 Resposta: a 
 
22 (2018/Banca: Orhion Consultoria) Considerando o uso da vírgula, associe a primeira 
coluna com a segunda coluna e, a seguir, marque a alternativa CORRETA que completa os 
parênteses de cima para baixo: 
COLUNA 1 
1- Isola um Aposto. 
2- Separa oração coordenada adversativa. 
3- Separa oração coordenada assindética. 
4- Separa orações intercaladas. 
5- Separa adjunto adverbial anteposto. 
COLUNA 2 
( ) Hoje pela manhã, encontrei os servidores reunidos na Prefeitura. 
( ) Machado de Assis, representante do Realismo, escreveu “Dom Casmurro”. 
( ) Chegou, sentou, começou a falar. 
( ) São somente estes, a não ser que existam outros, os documentos que devem ser 
protocolados. 
( ) Ele a escutava, mas não concordava com sua opinião. 
 a)5;4; 3; 1; 2. 
 b)3; 2; 5; 4; 1. 
 c) 3; 2; 4; 5; 1. 
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 d)5; 1; 3; 4; 2. 
22 Resposta: d 
 
23 (2018/Banca: CESPE) 
A pontuação empregada no texto 1A1AAA permaneceria correta se, 
I no primeiro parágrafo, o segundo travessão fosse eliminado. 
II na linha 1, fosse inserida vírgula logo após “2017”. 
III na linha 14, fosse inserida vírgula logo após ‘1997’. 
IV na linha 15, a vírgula logo após ‘persistente’ fosse eliminada. 
Assinale a opção correta. 
Parte superior do formulário 
 a)Nenhum item está certo. 
 b)Apenas o item III está certo. 
 c)Apenas o item IV está certo. 
 d)Apenas os itens I e II estão certos. 
 e)Todos os itens estão certos. 
23 Resposta: b 
 
24 (2018/Banca: CESPE) 
A correção gramatical e os sentidos do texto 1A1BBB seriam mantidos caso se inserisse 
uma vírgula logo após 
 a)“alertas” (ℓ.28). 
 b)“também” (ℓ.3). 
 c)“tempo” (ℓ.10). 
 d)“lista” (ℓ.15). 
 e)“processo” (ℓ.22). 
24 Resposta: d 
25 (2018/Banca: CESPE) 
Seria mantida a correção gramatical do texto 1A1AAA, embora com alteração do sentido 
original, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra 
 a)“grande” (ℓ.19). 
 b)“como” (ℓ.21). 
 c)“arquivos” (ℓ.22). 
 d)“missão” (ℓ.10). 
 e)“inúteis” (ℓ.17). 
25 Resposta: c 
 
26 (2017/Banca: FEPESE) 
Texto 4 
Guignard na parede 
– Este seu Guignard é falso ou verdadeiro? - perguntou-lhe o visitante, coçando o queixo, 
de um modo ainda mais suspeitoso do que a pergunta. 
– Ora essa, por que duvida? 
– Eu não duvido nada, só que existem por aí uns cinquenta quadros falsos de Guignard, e 
então... 
– Então o quê? 
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– Esse também podia ser. Só isso. 
– Pois não é, não senhor. Qualquer um vê logo que se trata de Guignard autêntico, 
Guignard da melhor época. 
– Não ponho em dúvida sua palavra, Deus me livre. Mas nunca se sabe se um quadro é 
autêntico ou não. Nunca. Não há prova irrefutável. 
– Mesmo que se tenha visto o pintor trabalhando nele? 
– Em geral, o pintor não trabalha à vista dos outros. No máximo dá uma pincelada, um 
toque. Até os retratos, não sabia? São feitos em grande parte na ausência dos retratados. 
Todo artista tem um auxiliar, espécie de primo pobre, que imita à perfeição a maneira do 
mestre... 
– Guignard tinha alunos; e daí? Vai me dizer que os alunos pintavam e ele assinava? 
– O senhor é que parece estar insinuando isso. Eu digo apenas que assinatura pode ser 
autêntica num quadro falso. Veja Picasso. Picasso assina falsos Picassos por blague ou 
para ajudar pobres-diabos. Pode parecer maluquice, mas para mim o pintor é o primeiro 
falsificador de sua obra, ele se copia e manda os outros copiarem . 
– Não diga uma besteira dessas. 
[...] 
– Fiquei com medo do senhor ter um falso Guignard, e preveni. Não há razão para se 
queimar. 
– Está bem. 
– Talvez tenha feito mal em alertá-lo. O senhor vai ficar preocupado, cismado. Não desejo 
isso. Vamos fazer uma coisa? Para o senhor não se chatear, eu compro o seu quadro, 
mesmo tendo as maiores dúvidas sobre a autenticidade. Repare bem: a fluidez da pintura é 
demasiado fluida para ser original. Um mestre nunca vai ao extremo de sua potencialidade; 
deixa que os outros exacerbem sua maneira. Este Guignard é tão leve, tão aéreo, que só 
mesmo de alguém muito habilidoso, que procurasse ser mais Guignard do que o próprio 
Guignard. Não há dúvida, para mim não é Guignard. Quanto quer por isto? 
– Quero que o senhor vá para o inferno, sim? 
ANDRADE, C. D. de. 70 historinhas. 13 ed. Rio de Janeiro: Record,2009. p.195-197. 
Considerando o uso da vírgula, numere a coluna 2 de acordo com a coluna 1. 
Coluna 1 Regra 
1. Separa adjunto adverbial anteposto. 
2. Separa oração coordenada adversativa. 
3. Isola um aposto. 
4. Separa elementos que exercem a mesma função sintática na oração. 
Coluna 2 Frase 
( ) Pode parecer maluquice, mas para mim o pintor é o primeiro falsificador de sua obra. 
( ) O senhor vai ficar preocupado, cismado. 
( ) Em geral, o pintor não trabalha à vista dos outros. 
( ) Todo artista tem um auxiliar, espécie de primo pobre, que imita à perfeição a maneira do 
mestre. 
( ) Este Guignard é tão leve, tão aéreo... 
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo 
Parte superior do formulário 
 a)1 • 3 • 4 • 2 • 3 
 b) 2 • 4 • 1 • 3 • 3 
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 c)2 • 4 • 1 • 3 • 4 
 d)2 • 4 • 2 • 3 • 1 
 e) 3 • 2 • 1 • 4 • 4 
26 Resposta: c 
 
27 (2017/Banca: CPCON) Quem escreve deve trabalhar com o máximo possível de 
atenção, adotando todos os cuidados necessários à eficácia da boa redação tanto em 
relação à forma, como em relação à clareza do que se afirma. Neste sentido, atente aos 
enunciados abaixo: 
 
I- Os filhos de seu Francisco, que estudaram, tiveram sucesso na vida. 
II- Os filhos de seu Francisco que estudaram tiveram sucesso na vida. 
III- Vi uma foto sua no ônibus. 
IV- O motorista infligiu a lei, ao estacionar em fila dupla, e foi multado. O guarda lhe infringiu 
uma multa de 270,00 reais. 
V- As questões ligadas à assessoria parlamentar devem ser meticulosamente avaliadas 
afim de que não se cometam injustiças. 
VI- Desculpem-me, mas não dá para fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente 
não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela 
luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na 
secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou 
nervoso. Estou zangado. (CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002) (fragmento). 
Com base nas sentenças acima assinale a alternativa que julgar VERDADEIRA: 
a)Em IV e V, embora tenhamos equívocos na escolha e no uso de algumas palavras, este 
fato em nada compromete a intencionalidade, a clareza e, com efeito, a eficácia do que se 
pretende comunicar conforme os sentidos propostos autorizados nos enunciados. 
b)Em I e II, a presença ou ausência do uso das vírgulas não altera substancialmente o 
efeito final de sentido destes enunciados. 
c)No enunciado III, não se apresenta qualquer registro de ambiguidade que comprometa a 
sua clareza e eficácia comunicacional. 
d)Em IV e V, temos equívocos na escolha e no uso de algumas palavras, fato responsável 
por quebrar a intencionalidade, a clareza e, com efeito, a eficácia do que se pretende 
comunicar, conforme os sentidos propostos autorizados nos enunciados. 
e)Em VI, embora se vislumbrem registros em menor intensidade de outras funções da 
linguagem, a função que predomina é fática. 
27 Resposta: d 
28 (2017/Banca: ESAF) Assinale a opção em que o emprego de vírgula está correto. 
a)A indústria alimentícia brasileira, tem cumprido seu papel de oferecer alimentos de boa 
qualidade, com variedade e a preço acessível. Esse processo teve seu início nos anos 
1990, com a abertura do mercado e a estabilização da economia, inserindo o país na 
globalização. 
b)Um progresso visível se observa, quando o mercado atual é comparado, ao mercado de 
alimentos dos anos 1980, que era limitado, caro e de baixa qualidade. 
c)No bojo da globalizaçãose insere, a política de regulação de mercado através de 
agências, cuja implantação no Brasil vem sendo defendida como ferramenta indispensável 
à defesa dos interesses do livre mercado, e, em última análise, do consumidor. 
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d)O desafio ao poder público com essa mudança é o controle da concorrência e da 
concentração de mercado, usada entre os concorrentes com objetivos diversos, seja no 
sentido saudável da redução de custos, seja no controle do mercado. 
e)Montagem de legislação, fortalecimento de órgãos, criação de canais de cooperação, 
entre entes governamentais, chamamento da sociedade, para o debate e participação são 
alguns dos instrumentos, que o poder público tem lançado mão, no sentido de criar uma 
cultura, de livre mercado e concorrência. 
28 Resposta: d 
 
30 (2017/Banca: FCC) A eletricidade produzida a partir da luz do sol, ou energia 
fotovoltaica, aparece como a grande estrela do relatório “Renováveis 2017 – Análise e 
Previsões para 2022”, da Agência Internacional de Energia (AIE). E a maior responsável por 
isso, mais uma vez, é a China. 
A geração solar foi a que mais cresceu entre as energias renováveis, alcançando quase 
a metade (45%) dos 165 giga-watts de capacidade adicionada em 2016, excluídas fontes de 
origem fóssil (carvão, petróleo e gás natural) e nuclear. 
O Brasil instalou 7,8 GW de renováveis no ano passado – de um total de 9,5 GW no 
país –, repartidos entre usinas hidrelétricas (5,2 GW) e eólicas (2,6 GW). Mantém uma das 
matrizes de geração mais limpas, mas contribui com menos de 5% do crescimento verde 
mundial. 
Já a China responde por 40% da capacidade renovável adicionada em 2016, e a maior 
parte disso provém da energia solar. O governo de Pequim incentiva essa fonte limpa na 
tentativa de minorar a poluição do ar gerada por termelétricas a carvão, grave problema de 
saúde pública e inquietação social. 
Sob esse estímulo, o país asiático já representa 50% da demanda global por painéis 
fotovoltaicos e manufatura 60% desses equipamentos. 
Salta aos olhos a irrelevância do Brasil no que respeita à energia solar fotovoltaica. 
Algumas grandes centrais começam a ser instaladas, mas o investimento nacional na mais 
dinâmica fonte alternativa é desprezível, em termos mundiais. 
O país só se destaca, no relatório da AIE, na seara das fontes renováveis para o setor 
de transporte. Embora o noticiário se concentre na voga dos veículos elétricos, o estudo 
ressalta que os biocombustíveis – como etanol e biodiesel – permanecerão como opções 
mais viáveis. 
Sim, o Brasil conta com a matriz elétrica mais limpa entre nações de grande porte e 
liderança inconteste em álcool combustível. O futuro, no entanto, é solar. 
 (Editorial. Império do sol. Folha de S.Paulo, 10.10.2017. Adaptado) 
Assinale a alternativa em que a vírgula está empregada de acordo com a norma-padrão. 
Parte superior do formulário 
a)A China mais uma vez foi a responsável, por colocar a energia fotovoltaica no papel de 
estrela, conforme mostra o relatório “Renováveis 2017 – Análise e Previsões para 2022”. 
b)A China, mais uma vez, foi a responsável por colocar a energia fotovoltaica no papel de 
estrela, conforme mostra o relatório “Renováveis 2017 – Análise e Previsões para 2022”. 
c)A China, foi a responsável, mais uma vez, por colocar a energia fotovoltaica no papel de 
estrela, conforme mostra o relatório “Renováveis 2017 – Análise e Previsões para 2022”. 
d)Mais uma vez a China foi, a responsável, por colocar a energia fotovoltaica no papel de 
estrela conforme mostra o relatório “Renováveis 2017 – Análise e Previsões para 2022”. 
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e)Mais uma vez, a China, foi a responsável por colocar a energia fotovoltaica no papel de 
estrela conforme mostra o relatório “Renováveis 2017 – Análise e Previsões para 2022”. 
29 Resposta: b 
 
30 (2017/Banca: VUNESP) Avaliar os servidores 
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos corretos. Em se 
tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o esforço, evitando que 
funcionários sucumbam às forças da inércia. 
Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de estímulos 
do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar a atenção dos 
superiores, negativa ou positivamente. 
A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo soviético, 
mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas de bônus por 
produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente bem desenhadas. 
Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista na 
Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou uma lei 
complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a Carta exige. 
Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado projeto que 
cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados e municípios, que 
poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por sucessivas vezes (o número 
exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a 30% da pontuação máxima. 
Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos da 
categoria já se mobilizam contra o texto. 
Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Sistemas de 
avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não passam de um 
jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premiações quase generalizadas. 
As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto se 
apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a experiência 
servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos. 
 (Editorial. Folha de S.Paulo, 29.09.2017. Adaptado) 
De acordo com a norma-padrão, assinale a alternativa correta quanto à pontuação e à 
regência. 
a)Cabe lembrar que, a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores, foi uma das 
razões do fracasso do socialismo real ao longo dos anos. 
b)Cabe lembrar de que uma das razões do fracasso do socialismo real foi ao longo dos 
anos a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. 
c) Cabe lembrar que, ao longo dos anos, uma das razões do fracasso do socialismo real foi 
a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. 
d)Cabe lembrar, que uma das razões do fracasso do socialismo real, ao longo dos anos, foi 
a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. 
e)Cabe lembrar de que ao longo dos anos, uma das razões do fracasso do socialismo real, 
foi a ausência de estímulos do gênero aos trabalhadores. 
30 Resposta: c 
 
31 (2017/Banca: Quadrix) 
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Julgue o item em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos. 
 
O emprego da vírgula após “hedonismo” (linha12) justifica-se por isolar termo apositivo. 
Certo 
Errado 
31 Resposta: certo 
 
32 (2017/Banca: Quadrix) 
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Julgue o item em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos. 
Estaria mantida a correção gramatical do texto caso fosse inserida uma vírgula 
imediatamente após o vocábulo “também” (linha 36) para destacá-lo em face do emprego 
da palavra “somente” (linha 35) no período anterior. 
Certo 
Errado 
32 Resposta: errado 
 
33 (2017/Banca: PR-4 UFRJ) 
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O trecho adiante é um fragmento do romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha, 
de Lima Barreto (1881-1922). Leia-o e responda às questões propostas a seguir: 
“(...) De manhã, pus-me a recapitular todos esses episódios; e sobre todos pairava a 
figura inflada, mescla de suíno e de símio, do célebre jornalista Raul Gusmão. O próprio 
Oliveira, tão parvo e tão besta, tinha alguma coisa dele, do seu fingimento de superioridade, 
dos seus gestos fabricados, da sua procura de frases de efeito, de seu galope para o 
espanto e para a surpresa. Era já o genial, com quem viria travar conhecimento mais tarde, 
que me assombrava com o seu maquinismo de pose e me colhia nos alçapões de apanhar 
os simples. E senti também que o espantoso Gusmão e o bobo Oliveira me tinham desviado 
da observação meticulosa a que vinha submetendo o padeiro de Itaporanga. Achava 
extraordinário que um varejista de um vilarejo longínquo cultivasse e mantivesse amizades 
tão fora do seu círculo; não se explicava bem aquele seu norteio para os jornalistas, a 
especial admiração com que os cercava, o carinho com que tratava todos. (...)” 
Em relação à vírgula no trecho “(...) De manhã, pus-me a recapitular todos esses episódios; 
(...)” – considerado o que estabelece a norma culta da língua – pode-se afirmar que seu 
emprego é: 
 a)obrigatório, já que ela isola adjunto adnominal anteposto. 
 b)desnecessário, tendo em vista que ela separa adjunto adverbial intercalado. 
 c)eletivo, porque ela separa locução adjetiva. 
 d)facultativo, uma vez que ela isola adjunto adverbial de pequena extensão anteposto. 
 e)obrigatório, pois ela separa o vocativo deslocado. 
33 Resposta: d 
34 (2017/Banca: PR-4 UFRJ) 
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O texto adiante é um fragmento do artigo Enegrecer o feminismo: a situação da mulher 
negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Sua autora, Sueli Carneiro, 
é filósofa, escritora, ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro, fundadora e 
coordenadora executiva do Geledés – Instituto da Mulher Negra São Paulo SP. 
Leia-o, atentamente, e responda à questão. 
“Insisto em contar a forma pela qual foi assegurada, no registro de nascimento de minha 
filha Luanda, a sua identidade negra. O pai, branco, vai ao cartório, o escrivão preenche o 
registro e, no campo destinado à cor, escreve: branca. O pai diz ao escrivão que a cor está 
errada, porque a mãe da criança é negra. O escrivão, resistente, corrige o erro e planta a 
nova cor: parda. O pai novamente reage e diz que sua filha não é parda. O escrivão irritado 
pergunta, ‘Então qual a cor de sua filha?’. O pai responde, ‘Negra’. O escrivão retruca, ‘Mas 
ela não puxou nem um pouquinho ao senhor?’ É assim que se vão clareando as pessoas no 
Brasil e o Brasil. 
Esse pai, brasileiro naturalizado e de fenótipo ariano, não tem, como branco que de fato 
é, as dúvidas metafísicas que assombram a racialidade no Brasil, um país percebido por ele 
e pela maioria de estrangeiros brancos como de maioria negra. Não fosse a providência e 
insistência paternas, minha filha pagaria eternamente o mico de, com sua vasta carapinha, 
ter o registro de branca, como ocorre com filhos de um famoso jogador de futebol negro.” 
No trecho “O escrivão, resistente, corrige o erro e planta a nova cor: parda.”; as vírgulas 
estão empregadas para separar: 
 a)uma expressão conclusiva. 
 b)o aposto na ordem inversa. 
 c)uma expressão concessiva. 
 d)o predicativo deslocado. 
 e)o vocativo na ordem direta. 
34 Resposta: d 
 
35 (2017/Banca: PR-4 UFRJ) TEXTO 4 
Adiante, o célebre conto Um Apólogo, de Machado de Assis. Leia-o, com atenção, e 
responda às questões propostas a seguir. 
 “UM APÓLOGO 
 Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: 
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale 
alguma cousa neste mundo? 
 — Deixe-me, senhora. 
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— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar 
insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. 
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. 
Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua 
vida e deixe a dos outros. 
 — Mas você é orgulhosa. 
 — Decerto que sou. 
 — Mas por quê? 
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os 
cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem 
os cose sou eu e muito eu? 
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição 
aos babados... 
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que 
vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando... 
 — Também os batedores vão adiante do imperador. 
 — Você é imperador? 
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai 
só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, 
ajunto... 
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que 
isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar 
atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a 
linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, 
que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana 
— para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: 
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta 
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a 
eles, furando abaixo e acima... 
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, 
silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A 
agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo 
silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. 
Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuouainda nessa e 
no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. 
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, 
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto 
compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, 
alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe: 
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte 
do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto 
você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, 
diga lá. 
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor 
experiência, murmurou à pobre agulha: 
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— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da 
vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para 
ninguém. Onde me espetam, fico. 
 Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: 
 — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!” 
No trecho “— Que cabeça, senhora?”, a vírgula é empregada para: 
Parte superior do formulário 
 a)marcar uma pausa respiratória. 
 b)assinalar a separação do aposto “senhora”. 
 c)isolar o vocativo “Que cabeça”. 
 d)isolar o vocativo “senhora”. 
 e)separar o substantivo “senhora” do pronome demonstrativo “Que”. 
35 Resposta: d 
 
36 (2017/Banca: UFSM) 
 
Nas linhas 6 e 7, a explicação sobre a função desempenhada pelo professor Eduardo Mário 
Dias aparece entre vírgulas porque, na organização da frase, essa informação está 
apresentada na forma de um 
 a)aposto. 
 b)vocativo. 
 c)predicativo 
 d)adjunto adverbial. 
 e)adjunto adnominal. 
36 Resposta: a 
 
37 (2017/Banca: PR-4 UFRJ) 
Vou Te Encontrar 
Paulo Miklos 
Compositor: Nando Reis 
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Olha, ainda estou aqui 
Perto, nunca te esqueci 
Forte, com a cabeça no lugar 
Livre, livre para amar 
 
Sofro, como qualquer um 
Rio, quando estou feliz 
Homem, dessa mulher 
Vivo, como você quer 
 
Nas ondas do mar 
Nas pedras do rio 
Nos raios de sol 
Nas noites de frio 
 
No céu, no horizonte 
No inverno, verão 
Nas estrelas que formam 
Uma constelação 
 
Vou te encontrar... 
Vou te encontrar 
 
Olha, eu fiquei aqui 
Perto, está você em mim 
Forte, pra continuar 
Livre, livre para amar 
 
Sofro, como qualquer um 
Rio, porque sou feliz 
Homem, de uma mulher 
Vivo, como você quer 
 
No beijo da moça 
No alto e no chão 
Nos dentes da boca 
Nos dedos da mão 
 
No brilho dos olhos 
Na luz da visão 
No peito dos homens 
No meu coração 
 
Vou te encontrar... 
Vou te encontrar 
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Assinale a alternativa em que a vírgula foi utilizada pelo mesmo motivo que no verso “Rio, 
quando estou feliz”. 
 a)Perto, nunca te esqueci. 
 b)Sofro, como qualquer um. 
 c)Livre, livre para amar. 
 d)Olha, eu fiquei aqui. 
 e)Homem, de uma mulher. 
37 Resposta: b 
38 (2017/Banca: VUNESP) Mal aproveitado no Brasil, telhado de casas pode gerar energia 
e captar água 
Tente imaginar as cidades brasileiras vistas de cima. Agora repare no desperdício que é 
a soma dos telhados de todas as edificações. O modelo construtivo convencional banalizou 
a função dessa parte de casas, prédios, escolas, ginásios, estádios etc. Ainda hoje, 
ensina-se em muitos cursos de engenharia e arquitetura que o telhado é apenas um 
telhado. Um reles arremate que cobre o que está embaixo. Não seria exagero chamar isso 
de crime de lesa-cidade. No século 21, essas áreas ganham progressivamente importância 
e prestígio na promoção da qualidade de vida de seus donos com múltiplos usos 
inteligentes. Quem mora em São Paulo aprendeu isso na raça. No auge da crise hídrica, 
muita gente adaptou às pressas o telhado para captar água de chuva. 
Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), uma casa com 100 m2 de área de 
telhado no centro da capital paulista pode captar água suficiente para abastecer uma família 
de quatro pessoas em suas necessidades de limpeza e descarga do vaso sanitário, por 
exemplo. Dependendo da localização, o telhado pode ser uma miniusina solar. Um kit 
completo, incluindo inversores e outros acessórios, custa cerca de R$ 15 mil e é capaz de 
reduzir em até 80% a conta de luz, com o retorno do capital investido em, no máximo, 12 
anos. É caro, mas o valor vem caindo 5% ao ano. O telhado verde, com o plantio de certas 
espécies mais indicadas para esse fim, promove o isolamento térmico e acústico e, se 
desejar, captação de água de chuva. Tudo isso sem falar no ar caprichoso da casa, que fica 
parecendo ter saído de um conto de fada dos irmãos Grimm. 
Quer experimentar algo mais simples e barato? Pinte todo o telhado com tinta branca 
reflexiva e reduza em até 70% a temperatura no interior da construção, além de refletir os 
raios solares que agravam o efeito estufa. Um projeto simples, de eficácia indiscutível e que 
assegura bem-estar pessoal e munição extra contra o aquecimento global. 
 (André Trigueiro. www.folha.uol.com.br. 24.07.2016. Adaptado) 
Assinale a alternativa em que a pontuação se mantém em conformidade com a 
norma-padrão da língua após a rescrita da frase. 
 a)Mal aproveitado no Brasil, telhado de casas pode gerar energia e captar água. 
Telhado de casas mal aproveitado no Brasil, pode gerar energia e captar água. 
 b)Tente imaginar as cidades brasileiras vistas de cima. 
Tente imaginar vistas de cima, as cidades brasileiras. 
 c)Não seria exagero chamar isso de crime de lesa-cidade. 
Chamar isso de crime de lesa-cidade, não seria exagero. 
 d)Dependendo da localização, o telhado pode ser uma miniusina solar. 
O telhado, dependendo da localização, pode ser uma miniusina solar. 
 e)É caro, mas o valor vem caindo 5% ao ano. 
É caro, mas o valor ao ano, vem caindo 5%. 
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38 Resposta: d 
 
39 (2017/Banca: IBADE) 
 A mulher que ia navegar 
O anúncio luminoso de um edifício em frente, acendendo e apagando, dava banhos 
intermitentes de sangue na pele de seu braço repousado, e de sua face. Ela estava sentada 
junto à janela e havia luar; e nos intervalos desse banho vermelho ela era toda pálida e 
suave. 
Na roda havia um homem muito inteligente que falava muito; havia seu marido, todo 
bovino; um pintor louro e nervoso; uma senhora morena de riso fácil e engraçado; um físico, 
uma senhora recentemente desquitada, e eu. Para que recensear a roda que falava de 
política e de pintura? Ela não dava atenção a ninguém. Quieta, às vezes sorrindo quando 
alguém lhe dirigia a palavra, ela apenas mirava o próprio braço, atenta à mudança da cor. 
Senti que ela fruía nisso um prazer silencioso e longo. “Muito!”, disse quando alguém lheperguntou se gostara de um certo quadro - e disse mais algumas palavras; mas mudou um 
pouco a posição do braço e continuou a se mirar, interessada em si mesma, com um ar 
sonhador. 
Quando começou a discussão sobre pintura figurativa, abstrata e concreta, houve um 
momento em que seu marido classificou certo pintor com uma palavra forte e vulgar; ela 
ergueu os olhos para ele, com um ar de censura; mas nesse olhar havia menos zanga do 
que tédio. Então senti que ela se preparava para o enganar. 
Ela se preparava devagar, mas sem dúvida e sem hesitação íntima nenhuma; devagar, 
como um rito. Talvez nem tivesse pensado ainda que homem escolheria, talvez mesmo isso 
no fundo pouco lhe importasse, ou seria, pelo menos, secundário. Não tinha pressa. O 
primeiro ato de sua preparação era aquele olhar para si mesma, para seu belo braço que 
lambia devagar com os olhos, como uma gata se lambe no corpo; era uma lenta 
preparação. Antes de se entregar a outro homem, ela se entregaria longamente ao espelho, 
olhando e meditando seu corpo de 30 anos com uma certa satisfação e uma certa 
melancolia, vendo as marcas do maiô e da maternidade e se sorrindo vagamente, como 
quem diz: eis um belo barco prestes a se fazer ao mar; é tempo. 
Talvez tenha pensado isso naquele momento mesmo; olhou-me, quase surpreendendo o 
olhar com que eu estudava; não sei; em todo caso, me sorriu e disse alguma coisa, mas 
senti que eu não era o navegador que ela buscava. Então, como se estivesse despertando, 
passou a olhar uma a uma as pessoas da roda; quando se sentiu olhado, o homem 
inteligente que falava muito continuou a falar encarando-a, a dizer coisas inteligentes sobre 
homem e mulher; ela ia voltar os olhos para outro lado, mas ele dizia logo outra coisa 
inteligente, como quem joga depressa mais quirera de milho a uma pomba. Ela sorria, mas 
acabou se cansando daquele fluxo de palavras, e o abandonou no meio de uma frase. Seus 
olhos passaram pelo marido e pelo pequeno pintor louro e então senti que pousavam no 
físico. Ele dizia alguma coisa à mulher recentemente desquitada, alguma coisa sobre um 
filme do festival. Era um homem moreno e seco, falava devagar e com critério sobre arte e 
sexo. Falava sem pose, sério; senti que ela o contemplava com uma vaga surpresa e com 
agrado. Estava gostando de ouvir o que ele dizia à outra. O homem inteligente que falava 
muito tentou chamar-lhe a atenção com uma coisa engraçada, e ela lhe sorriu; mas logo 
seus olhos se voltaram para o físico. E então ele sentiu esse olhar e o interesse com que 
ela o ouvia, e disse com polidez: 
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 - A senhora viu o filme? 
Ela fez que sim com a cabeça, lentamente, e demorou dois segundos para responder 
apenas: vi. Mas senti que seu olhar já estudava aquele homem com uma severa e fascinada 
atenção, como se procurasse na sua cara morena os sulcos do vento do mar e, no ombro 
largo, a secreta insígnia do piloto de longo, longo curso. 
Aborrecido e inquieto, o marido bocejou - era um boi esquecido, mugindo, numa ilha 
distante e abandonada para sempre. É estranho: não dava pena. 
 Ela ia navegar. 
 
BRAGA, Rubem. A mulher que ia navegar. In: Rubem Braga. Recado da primavera. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Record, 1991. p.80- 82. 
A inclusão de vírgula(s) alterará o sentido da(s) seguinte(s)frase(s): 
I. “Na roda, havia um homem muito inteligente que falava muito.” 
II. “Mas, senti que seu olhar já estudava aquele homem com uma severa e fascinada 
atenção.” 
III. “O homem inteligente, que falava muito, tentou chamar-lhe a atenção com uma coisa 
engraçada.” 
Está(ão) correta(s) apenas a(s): 
 a)l e ll. 
 b)ll. 
 c)l. 
 d)l e lll. 
 e)lll. 
39 Resposta: e 
40 (2017/Banca: IBADE) 
Texto 2 
O nascimento da crônica 
Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que 
desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou 
simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, 
fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, 
manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica. 
Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam 
de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes 
mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era 
mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas 
razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia 
sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo 
que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do 
primeiro homem. 
Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa 
degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; 
vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze 
meses do ano. 
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ASSIS, Machado. “Crônicas Escolhidas", Editora Ática - São Paulo, 1994, pág. 13, e 
extraído do livro “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 
2007, pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos. 
Em “A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, 
ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe.", a correção gramatical do segmento seria 
preservada, sem haver alteração semântica, linguística ou de coerência, caso: 
1. fosse colocada uma vírgula após “A primeira. 
2. fosse substituída a palavra SEQUER por NEM MESMO. 
3. houvesse troca do pronome OS, em havendo-os, por LHES. 
4. a forma verbal HAVIA fosse flexionada no plural. 
Estão corretas apenas: 
 a)2 e 4. 
 b)1 e 2. 
 c)1, 2 e 3. 
 d)1, 3 e 4. 
 e)2, 3 e 4. 
40 Resposta: b 
 
41 (2017/Banca: Quadrix) 
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No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item subsequente. 
Na linha 3, o emprego das vírgulas após “contemporânea” e “pós-modernidade” justifica-se 
por separar termos de uma enumeração. 
Certo 
Errado 
41 Resposta: errado 
 
42 (2017/Banca: CESPE) 
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A correção gramatical e o sentido original do texto CG2A1BBB seriam preservados caso 
fosse substituída por travessão a vírgula empregada imediatamente após 
 a)“ancestral” (ℓ.31). 
 b)“guerreiros” (ℓ.5). 
 c)“aristocracia” (ℓ.12). 
 d)“teoricamente” (ℓ.18). 
 e)“Francesa” (ℓ.24). 
42 Resposta: b 
 
43 (2017/Banca: FCC) [Em torno da memória] 
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Na maior partedas vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com 
imagens e ideias de hoje, as experiências do passado. A memória não é sonho, é trabalho. 
Se assim é, deve-se duvidar da sobrevivência do passado “tal como foi", e que se daria no 
inconsciente de cada sujeito. A lembrança é uma imagem construída pelos materiais que 
estão, agora, à nossa disposição, no conjunto de representações que povoam nossa 
consciência atual. Por mais nítida que nos pareça a lembrança de um fato antigo, ela não é 
a mesma imagem que experimentamos na infância, porque nós não somos os mesmos de 
então e porque nossa percepção alterou-se. 
O simples fato de lembrar o passado, no presente, exclui a identidade entre as imagens 
de um e de outro, e propõe a sua diferença em termos de ponto de vista. 
 (Adaptado de Ecléa Bosi. Lembranças de velhos. S. Paulo: T. A. Queiroz, 1979, p. 17) 
A exclusão da vírgula altera o sentido da frase: 
 a)Certamente, imagem não é sonho porque requer muito trabalho da nossa imaginação. 
 b)As imagens mais ricas do passado estão nos artistas, que são mais imaginosos. 
 c)Quando alguém se põe a recordar, os fatos presentes adulteram o passado. 
 d)Num tempo difícil como o nosso, muitas imagens do passado são ainda mais gratas. 
 e)Não convém rememorar muito, se queremos atentar para as forças do presente. 
43 Resposta: b 
 
44 (2017/Banca: FCC) O filósofo Theodor Adorno (1903-1969) afirma que, no capitalismo 
tardio, “a tradicional dicotomia entre trabalho e lazer tende a se tornar cada vez mais 
reduzida e as ‘atividades de lazer’ tomam cada vez mais do tempo livre do indivíduo”. 
Paradoxalmente, a revolução cibernética de hoje diminuiu ainda mais o tempo livre. 
Nossa época dispõe de uma tecnologia que, além de acelerar a comunicação entre as 
pessoas e os processos de aquisição, processamento e produção de informação, permite 
automatizar grande parte das tarefas. Contudo, quase todo mundo se queixa de não ter 
tempo. O tempo livre parece ter encolhido. Se não temos mais tempo livre, é porque 
praticamente todo o nosso tempo está preso. Preso a quê? Ao princípio do trabalho, ou 
melhor, do desempenho, inclusive nos joguinhos eletrônicos, que alguns supõem substituir 
“velharias”, como a poesia. 
T.S. Eliot, um dos grandes poetas do século XX, afirma que “um poeta deve estudar 
tanto quanto não prejudique sua necessária receptividade e necessária preguiça”. E Paul 
Valéry fala sobre uma ausência sem preço durante a qual os elementos mais delicados da 
vida se renovam e, de algum modo, o ser se lava das obrigações pendentes, das 
expectativas à espreita… Uma espécie de vacuidade benéfica que devolve ao espírito sua 
liberdade própria. 
Isso me remete à minha experiência pessoal. Se eu quiser escrever um ensaio, basta 
que me aplique e o texto ficará pronto, cedo ou tarde. Não é assim com a poesia. Sendo 
produto do trabalho e da preguiça, não há tempo de trabalho normal para a feitura de um 
poema, como há para a produção de uma mercadoria. Bandeira conta, por exemplo, que 
demorou anos para terminar o poema “Vou-me embora pra Pasárgada”. 
Evidentemente, isso não significa que o poeta não faça coisa nenhuma. Mas o trabalho 
do poeta é muitas vezes invisível para quem o observa de fora. E tanto pode resultar num 
poema quanto em nada. 
Assim, numa época em que “tempo é dinheiro”, a poesia se compraz em esbanjar o 
tempo do poeta, que navega ao sabor do poema. Mas o poema em que a poesia esbanjou o 
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tempo do poeta é aquele que também dissipará o tempo do leitor, que se deleita ao flanar 
por linhas que mereçam uma leitura por um lado vagarosa, por outro, ligeira; por um lado 
reflexiva, por outro, intuitiva. É por essa temporalidade concreta, que se manifesta como 
uma preguiça fecunda, que se mede a grandeza de um poema. 
(Adaptado de: CÍCERO, Antonio. A poesia e a crítica: Ensaios. Companhia das Letras, 
2017, edição digital) 
Mantendo-se a correção, a supressão da vírgula altera o sentido do segmento que está em: 
 a)Evidentemente, isso não significa que o poeta não faça coisa nenhuma. (5° parágrafo) 
 b)Se eu quiser escrever um ensaio, basta que me aplique... (4° parágrafo) 
 c)... esbanjar o tempo do poeta, que navega ao sabor do poema. (último parágrafo) 
 d)... numa época em que “tempo é dinheiro”, a poesia se compraz... (último parágrafo) 
e)Paradoxalmente, a revolução cibernética de hoje diminuiu ainda mais o tempo livre. (1° 
parágrafo) 
44 Resposta: c 
 
45 (2017/Banca: UFSCAR) Leia o excerto e assinale a alternativa que indica como corrigir 
os erros de pontuação e ortografia: 
 TRECHO DO(A) ______ DA 346ª REUNIÃO, DA COMISSÃO DE GRADUAÇÃO 
3. Recuperação de aprendizado para alunos de intercâmbio: 
Em sessão extraordinária, a comissão de graduação reuniu-se aos quatorze dias do 
mês de janeiro de dois mil e quatorze e tomou a seguinte decisão. 
Decisão da 346ª reunião da comissão de graduação, de 14 de janeiro de 2014: o aluno 
que estiver participando de qualquer programa de intercâmbio ou mobilidade terá direito a 
recuperação do aprendizado, desde que o período da ausência não ultrapasse 40 dias 
corridos a partir do início (ou término) do semestre letivo. 
a)Em ‘dois mil e quatorze e tomou’, deveria haver uma vírgula após a palavra ‘quatorze’. A 
segunda palavra no trecho “Em sessão extraordinária” deveria ser escrita como “cessão”. 
b)O trecho ‘Decisão da 346ª reunião da comissão de graduação’ deveria apresentar vírgula 
após a palavra ‘reunião’. Em ‘programa de intercâmbio’, há um erro de ortografia na palavra 
intercambio. 
c) Em ‘início (ou término)’, não deveria haver a presença dos parênteses e sim colchetes. A 
segunda palavra no trecho “Em sessão extraordinária” deveria ser escrita como “seção”. 
d)O trecho ‘...mobilidade terá direito...’ deveria apresentar vírgula ‘...mobilidade, terá 
direito...’. A terceira palavra no trecho “Em sessão extraordinária” deveria ser escrita como 
“extra-ordinária”. 
e)Em ‘346ª Reunião, da comissão’, não há vírgula. Em ‘terá direito a recuperação’, esse ‘a’ 
deveria ser craseado. 
45 Resposta: e 
 
46 (2017/Banca: UFSCAR) Assinale a alternativa que traz a sentença corretamente 
pontuada: 
a) De acordo com o Regimento do Conselho, eleições para membros titulares e suplentes, 
ocorrem a cada dois anos. 
b)Nas redes sociais: a comunidade acadêmica, discorre sobre vários assuntos relativos à 
universidade. 
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c)Atualmente, a universidade conta com um eficiente sistema WiFi aberto à comunidade 
acadêmica. 
d)Ainda de acordo, com o regimento, membros dos conselhos devem comparecer às 
reuniões. 
e)A comunidade externa, também participa ativamente de muitas atividades acadêmicas – 
que ocorrem na universidade. 
46 Resposta: c 
47 (2017/Banca: CESPE) 
 
No que se refere aos aspectos linguísticos do texto CB1A2AAA, julgue o item seguinte. 
Caso fosse inserida vírgula após “poder público” (ℓ.3), a correção gramatical do texto seria

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