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RESUMO PENAL III CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

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CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
ART. 146, CP.
Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente (irei aplicar multa + detenção) e em dobro (depois de aplicar as duas eu dobro), quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
O delito é subsidiário, ou seja, há crimes em que o constrangimento faz parte do tipo legal (ex:. Roubo). 
Vis corporalis: Violência empreendida diretamente contra o corpo da vítima.
Vis compulsiva: Exercer violência sobre o espírito (ânimo) da vítima, impedindo-a de atuar segundo a sua vontade.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Comum;
Doloso;
Material (consuma com a produção de resultado naturalístico – a vítima não faz o que não era proibido ou faz o que era);
Comissivo ou omissivo impróprio;
Instantâneo;
Subsidiário;
Monossubjetivo;
Plurissubsistente;
De dano;
Transeunte.
BEM JURÍDICO: Liberdade.
OBJETO MATERIAL: A pessoa (suj. passivo).
CONSUMAÇÃO: Quando a vítima não faz o que não era proibido ou faz o que era.
TENTATIVA: Como é um crime plurissubsistente, admite a tentativa.
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo (direto/eventual), inexistindo previsão para a modalidade culposa.
AÇÃO PENAL: Publica incondicionada. 
ART. 147, CP.
Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - SOMENTE SE PROCEDE MEDIANTE REPRESENTAÇÃO.
Classificação doutrinária:
Comum;
Doloso;
Formal;
De forma livre;
Comissivo/ omissivo impróprio;
Instantâneo;
Monossubjetivo;
Unissubsistente, podendo, em certos casos, ser plurissubsistente;
Transeunte, podendo, em certos casos, ser não transeunte.
BEM JURÍDICO TUTELADO: Liberdade pessoal.
OBJETO MATERIAL: A pessoa que recebe à ameaça;
CONSUMAÇÃO: Como é um crime formal (de mera conduta), o suj. passivo não precisa se sentir ameaçado, BASTA QUE A AMEAÇA PROFERIDA SEJA CAPAZ DE CRIAR TEMOR NO HOMEM MÉDIO E QUE ESTA CHEGUE AO CONHECIMENTO DA VÍTIMA.
TENTATIVA: Nos casos em que podemos fracionar o iter criminis (envio de uma carta) admite a tentativa.
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo (direto / eventual). O animus jocandi exclui o dolo. Por inexistir previsão legal à respeito de culpa, não admite a modalidade culposa.
ATENÇÃO: O CRIME DE AMEAÇA DEVE SER ANALISADO COM MUITA CALMA, POIS SE O AGENTE CUMULAR A AMEÇA COM ALGUMA OBRIGAÇÃO (VOU TE MATAR SE VOCÊ FOR NA RUA) DEIXA DE SER AMEAÇA E PASSA A SER CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
ART. 148, CP.
Sequestro e cárcere privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
A liberdade tutelada é no sentido do direito de ir e vir (liberdade física).
SEQUESTRO: Maior liberdade ambulatorial / de locomoção é permitida. Ex:. Manter a pessoa em um sítio, contudo ela não pode deixar as dependências do local.
CÁRCERE PRIVADO: Menor liberdade de locomoção permitida. Ex:. Prender a vítima em um quarto.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Comum, salvo em algumas qualificadoras;
Doloso;
Comissivo e omissivo impróprio;
Permanente;
Material;
De forma livre;
Monossubjetivo;
Plurissubsistente, em regra;
OBJETO MATERIAL: A pessoa privada de sua liberdade.
BEM JURÍDICO TUTELADO: Liberdade pessoal de locomoção/ambulatorial.
CONSUMAÇÃO: Com a efetiva impossibilidade de locomoção da vítima. Como se trata de um crime permanente, enquanto essa situação durar pode ocorrer o flagrante delito. 
TENTATIVA: Trata-se de crime plurissubsistente, portanto, admite a tentativa.
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo direto/eventual. Inexistindo previsão legal para a modalidade culposa.
MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA: O delito em tela pode ser praticado das duas formas:
- Omissivo: Quando, por exemplo, o agente possui a obrigação de abrir a porta de um recinto e, ao ser solicitado, deixa de fazê-lo. Diz que o agente cometeu uma RETENÇÃO.
- Comissivo: Quando o agente tranca certa pessoa em uma sala. Diz que o mesmo cometeu uma DETENÇÃO.
AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada.
Ver súmula 711, STF.
ART. 149, CP.
Redução a condição análoga à de escravo:
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:          
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra criança ou adolescente;       
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Crime próprio (precisa haver relação de trabalho);
Doloso;
Comissivo ou omissivo impróprio;
De forma vinculada (o tipo penal diz os meios pelos quais se reduz alguém à condição análoga a de escravo);
 Permanente;
Material;
Monossubjetivo;
Plurissubsistente.
OBJETO MATERIAL: A pessoa contra qual recai a conduta.
BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida, liberdade, saúde e segurança do trabalhador.
SUJEITOS: Deve existir uma relação de trabalho.
- Ativo: Aquele que se utiliza de mão de obra escrava;
-Passivo: O trabalhador que se encontra numa condição análoga à de escravo.
CONSUMAÇÃO: O delito está consumado quando a vítima é privada de sua liberdade nas formas do art. 149, CP, ou com sua sujeição a situações degradantes de trabalho.
TENTATIVA: Trata-se de um delito plurissubsistente, portanto, admite-se tentativa.
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo (direito / eventual), por ausência de prévia e expressa tipificação da modalidade culposa, esta não é aceita.
AÇÃO PENAL: Pública incondicionada.
ART. 149 – A, CP.
Tráfico de Pessoas
Art. 149-A.  Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV - adoção ilegal; ou               
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou
a pretexto de exercê-las; 
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; 
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou 
V - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.               
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização criminosa.              
 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Crime comum;
Doloso;
Formal: 
Comissivo omissivo impróprio;
De forma livre;
Instantâneo (quanto às condutas de: agenciar, aliciar, recrutar, transferir e comprar);
Permanente (quanto às condutas de: transportar, alojar e acolher);
Monossubjetivo:
Plurissubsistente;
Transeunte (regra).
BEM JURÍDICO: Vida, integridade física e liberdade.
OBJETIVO MATERIAL: A pessoa contra qual é dirigida a conduta.
CONSUMAÇÃO: Trata-se de um crime formal, não havendo necessidade de que a vítima seja traficada, BASTA QUE O AGENTE ATUE COM UMA DAS FINALIDADES EXIGIDAS PELO ART. 149-A, INCISOS I ATÉ V.
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, não havendo previsão da modalidade culposa.
-OBS: O DELITO PREVÊ O ESPECIAL FIM DE AGIR, LOGO, A CONDUTA PRATICADA PELO AGENTE NESCESSITA TER COMO FINALIDADE OS FINS DOS INCISOS I ATÉ V.
CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO – ART. 150, CP.
Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Crime comum;
Doloso;
De mera conduta;
De forma livre;
Comissivo (entrar);
Omissivo (permanecer = não sair);
Instantâneo (entrar);
Permanente (permanecer);
Monossubjetivo;
Plurissubsistente;
De conteúdo variado;
BEM JURÍDICO TUTELADO: A tranquilidade doméstica.
OBJETO MATERIAL: A casa ou suas dependências.
CONSUMAÇÃO: Quando o agente entra na casa da vítima ou nas suas dependências, ou no momento em que se recusa a sair (quando havia ingressado licitamente).
TENTATIVA: Apesar de muito discutido na doutrina, é admitido em alguns casos.
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, inexistindo previsão de modalidade culposa.
EXCLUSÃO DO CRIME: A CF/88 ampliou as hipóteses previstas no §3º do art. 150, CP:
Art. 5º, XI – A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, DURANTE O DIA, por determinação judicial; 
AÇÃO PENAL: Pública incondicionada.
[PROFESSOR DEU UM PULO]
ART. 154 – A
Invasão de dispositivo informático 
 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
 § 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.        
§ 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.        
§ 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.   
§ 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.        
§ 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:        
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; 
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;   
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou 
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
Ação penal       
 
Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.     
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comum;
Doloso;
Formal (a simples violação com intenção de conseguir as informações já consuma o crime);
De dano;
De forma vinculada;
Instantâneo;
Monossubjetivo
Plurissubsistente;
Transeunte ou não transeunte.
OBJETO MATERIAL: O dispositivo informático alheio.
BEM JURÍDICO: Liberdade pessoal e intimidade.
CONSUMAÇÃO: Trata-se de um crime formal, logo, no momento em que o agente consegue efetivamente invadir dispositivo informático alheio com fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidade para obter vantagem ilícita.
Destaca-se que se o agente alcançar sua finalidade é mero exaurimento do crime.
TENTATIVA: É um crime plurissubsistente, logo, admite tentativa.
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo (com especial fim de agir), não havendo previsão para a modalidade culposa.
AÇÃO PENAL: Em regra pública condicionada à representação.
Salvo se cometido contra a ADM pública direta/indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, DF ou municípios, ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.

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