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TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 1 DIREITO PENAL l 1. NOÇÕES GERAIS Código Penal (1940) divide-se duas partes: Parte Geral: Art. 1º ao 120 3 Teorias: Teoria da Norma, Teoria do delito/crime e Teoria da pena. Parte Especial: Art. 121 ao 361 Crimes em espécie. 1.1) TERMOS Imputáveis: Maiores de 18 anos e que não são portadores de doença mental, ou seja, aqueles que são plenamente capazes (sinônimo). Inimputáveis: Menores de 18 anos ou portadores de doença mental, ou seja, aqueles que são incapazes (sinônimo). Crime: Fato Típico + Ilícito (quando não estiver acobertado por excludentes) + Culpável. Sanção: Gênero provido de duas espécies: 1. Pena: Pena é DETERMINADA. 2. Medida de Segurança: Usada somente para inimputáveis portadores de doença mental. Pode ser feita através de uma detenção (tratamento ambulatorial) ou reclusão (internação em um manicômio judicial). A sentença tem natureza ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA. OBS: Os inimputáveis por menoridade penal quando praticarem um ato infracional, sofrerão MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS e MEDIDAS DE PROTEÇÃO. Estes, sendo submetidos ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Semi-inimputáveis: O juiz deverá verificar se ele entenderá o caráter da pena; se positivo, a sanção será uma pena reduzida, se negativo, sofrerá medida de segurança. As sentenças possuem natureza: Condenatória Absolutória Própria Absolutória Imprópria – usada em medidas de segurança. 1.2) PERGUNTAS PARA A INICIAÇÃO DO TEMA 1. Por que Direito Penal e não Direito Criminal? R: Direito Penal foi uma nomenclatura adotada a partir do Código Penal brasileiro e que também foi consagrada após a CF/88. Já o Direito Criminal, advém das antigas leis criminais. Sendo a nomenclatura alterada apenas por conveniência, mesmo que ambas não se diferenciem uma das outras. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 2 2. Dê um conceito de Direito Penal. R: Fernando Capez conceitua dizendo que: “O direito penal é o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos a coletividade (...) e descrevê-los como infrações penais, cominando-lhes, em consequência, as respectivas sanções, além de estabelecer todas as regras (...) necessárias a sua correta e justa aplicação”. Conceito Social – Instrumento de controle social “detém a função de selecionar os comportamentos humanos (...)” Conceito Formal – Leis positivadas “além de estabelecer todas as regras (...) necessárias a sua correta e justa aplicação”. Princípio da legalidade - Não há crime sem lei prévia estabelecida. Conceito Material – Tutela dos Bens Jurídicos Indispensáveis a vida social. Conceito próprio (Gabriel Santos): O Direito penal é um ramo do ordenamento jurídico, que detém a função de controle social, caracterizando de acordo com suas leis positivadas, os comportamentos humanos que atentem ou firam os bens jurídicos indispensáveis a vida, caracterizando-os como infrações penais e estabelecendo suas respectivas sanções. 3. Qual a finalidade do Direito Penal? R: A finalidade básica do direito penal, é a de proteger os bens jurídicos fundamentais/indispensáveis (vida, propriedade, dignidade e etc.) ao indivíduo e a comunidade, proteção esta que não pode ser dada por outro ramo do Direito. Para Gunter Jakobs a finalidade do Direito Penal é primeiramente garantir a eficácia da norma penal. (Minoritária) 4. Quais as principais características do Direito Penal? R: O Direito Penal é: a) Cultural – Ciência do dever ser. b) Valorativo – Pois estabelece uma escala hierárquica dos fatos de acordo com sua gravidade, baseada nos valores sociais. Seleciona os Bens Jurídicos a serem tutelados, valorando-os de modo que eles entrem no rol de tutela do Direito Peal. c) Sancionador – pois protege o bem jurídico com a pena/sanção, acrescentando a tutela aos bens existentes. É o único Direito capaz de impor uma sanção. Repressivo e Preventivo. d) Finalista - pois visa a proteção dos bens tutelados pela lei (bens jurídicos indispensáveis), utilizando da intimidação causada pela pena. e) Normativo – Pois as leis são positivadas. Princípio da Legalidade (Maior de todos os princípios do D. Penal). 5. Diferencie: a) Direito Penal Comum x Direito Penal Especial. Direito Penal Comum/Fundamental: Aplica-se a todas as pessoas e aos delitos em geral (art. 1º ao 361 e Leis penais Especiais). Ou são classificados por outros doutrinadores apenas pela norma, sendo assim, todo o Código Penal. Direito Penal Especial/Complementar: É dirigido à uma classe de indivíduos de acordo com a sua qualidade especial, e a certos atos ilícitos particularizados, como por exemplo, os Militares que respondem pelo Código Penal Militar. Ou são classificados por outros doutrinadores apenas pela TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 3 norma, sendo assim, apenas pelas Leis penais especiais. b) Direito Penal Objetivo x Direito Penal Subjetivo. Direito Penal Objetivo: É o conjunto de normas editadas pelo Estado, definindo os crimes e contravenções, imputando-lhes sanções ou medidas de segurança. Direito Penal Subjetivo: É o direito do Estado de criar e fazer com que as normas sejam cumpridas, executando o que foi proferido pelo poder Judiciário. É o poder de punir, exercido pelo Estado. 6. Fontes do Direito Penal (*) a) Fontes de Reprodução (material): Refere-se ao órgão incumbido de sua elaboração, ou seja, o órgão competente para a criação normativa – Art. 22, I da CF/88. b) Fontes de Conhecimento (formal) – Imediata e Mediata Imediata: Lei – “É a regra escrita feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso o comportamento considerado indesejável e perigoso pela coletividade.” (CAPEZ, Fernando. 2015). – Princípio da Legalidade. Mediatas: Costumes e Princípios Gerais do Direito. Costumes: “Consiste no complexo de regras não escritas, consideradas juridicamente obrigatórias e seguidas de modo reiterado e uniforme pela coletividade.” (CAPEZ, Fernando. 2015). Princípios Gerais do Direito: “ Trata-se de princípios que se fundam em premissas éticas extraídas do material legislativo.” (CAPEZ, Fernando. 2015) 7. Conceitue: a) Ciência Penal – “A ciência penal (...) tem por escopo explicar a razão, a essência e o alcance das normas jurídicas (...) estabelecendo critérios objetivos para a sua imposição (...). Mais ainda, busca a justiça igualitária (...) adequando os dispositivos legais aos princípios constitucionais” (CAPEZ, Fernando. 2015). b) Criminologia – Segundo o Prof. Cristiano Menezes: “A Criminologia é um conjunto de conhecimentos que estudam o fenômeno e as causas da criminalidade, a personalidade do delinquente e sua conduta delituosa e a maneira de ressocializá-lo.” c) Política Criminal - Dotti conceitua Política Criminal de forma adequada e clara. Segundo suas lições, a política criminal é o conjunto sistemático de princípios e regras através dos quais o Estado promove a luta de prevenção e repressão das infrações penais. Analisam e criticam a lei penal e a modificando. d) Medicina Legal – “É o conjunto de conhecimentos médicos destinados a servir o Direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e elaborando na execução dos dispositivos legais” (Hélio Gomes). e) Criminalística - “Conjunto de conhecimentos que, reunindo as contribuições das várias ciências, indica os meios para descobrircrimes, identificar os seus autores e encontrá‐los, utilizando‐se de subsídios da química, da antropologia, da psicologia, da medicina legal, da psiquiatria, da datiloscopia, etc., que são consideradas ciências auxiliares do Direito penal”. (ENCICLOPÉDIA SARAIVA DE DIREITO, v. 21, 1997:486). TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 4 f) Psicologia Jurídica – A psicologia jurídica, é uma vertente de estudo da Psicologia, consistente na aplicação dos conhecimentos psicológicos aos assuntos relacionados ao Direito, principalmente quanto à saúde mental, quanto aos estudos sócio jurídicos dos crimes e quanto a personalidade da Pessoa Natural e seus embates subjetivos. Por esta razão, a Psicologia Forense tem se dividido em outros ramos de estudo, de acordo com as matérias a que se referirem. 8. Qual a relação do Direito Penal com os outros ramos do Direito? Direito Constitucional - em face do princípio da supremacia da constituição, o Direito Penal deve nela se espelhar. Deve-se também levar em consideração que, segundo o Profº Mirabete, como o crime é um conflito entre os direitos do indivíduo e da sociedade, é na Constituição que se encontram as normas específicas para resolvê-lo. Sendo assim, é inegável que a Constituição exerce grande influência nas normas punitivas, sendo que, temos por bem que se atente, agora, à alguns dos incisos do artigo 5º que se relacionam mais intimamente com o Direito Penal. Direito Administrativo - se levarmos em consideração que a função de punir não é apenas jurisdicional, mas também “administrativa”, evidente ficará a relação do Direito Penal com este ramo do ordenamento jurídico. Não podemos, também, nos esquecer que a lei penal é aplicada através de agentes administrativos (juízes, delegados, promotores). Direito Processual Penal - é através deste ramo do direito, também conhecido como Direito Penal Adjetivo, que irá se efetivar a aplicação da lei penal. O processo penal é o instrumento hábil para que se realizem, na prática, os preceitos contidos no estatuto repressivo. O Direito Penal não se realiza sem o Direito Penal. Direito Civil - também não há que se duvidar da relação do Direito Penal com este ramo do Direito. Em princípio porque um mesmo fato pode constituir um ilícito penal, e obrigar, ao mesmo tempo, à uma reparação civil, que será arbitrada de acordo com critérios inseridos no Lei Civil. Direito Comercial - por mais incrível que possa parecer, o Direito Penal também se relaciona com este ramo, uma vez que o Código Penal tutela institutos como o cheque e a duplicata, os quais, como bem se sabe, são institutos regulados pelo Direito Comercial. Para elucidar nossa explanação, cumpre expor que, ainda, que o artigo 178 do Código Penal, por exemplo, incrimina a conduta de emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal. Direito do Trabalho - o Direito Penal com este se relaciona em dois aspectos: em primeiro lugar porque tipifica os crimes contra a organização do trabalho (arts. 197 à 207), e segundo, porque a sentença penal pode conter alguns efeitos de ordem trabalhista, que estão incluídos no rol dos denominados “efeitos secundários da sentença penal condenatória”. 9. Qual a posição enciclopédica do Direito Penal? R: O Direito Penal pertence ao ramo do Direito Público, uma vez que o Estado sempre está em um polo da ação. Sendo assim, as normas são cogentes/obrigatórias. Relação vertical e não horizontal. 10. Como ocorre a seleção dos bens jurídicos a serem tutelados pelo Estado? TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 5 R: O Legislador é o responsável por esta seleção de bens, usando os princípios constitucionais e direitos fundamentais (art. 5º CF) como critério de escolha. 11. O Direito Penal tem algum limite? R: A própria Constituição traça esses limites através de seus princípios (Dignidade da Pessoa Humana, Legalidade e etc.). 2) PRINCÍPIOS PENAIS DE GARANTIA 2.1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Princípio da Legalidade: Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege. Tem sua base constitucional no art. 5º, XXXIX que diz: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia comunicação legal” (Pode também ser encontrado o mesmo texto no art. 1º do CP). O crime aqui descrito, quer dizer infração penal. A palavra pena, quer dizer sanção, pois engloba: pena, medidas de segurança e todas as sanções penais. Constitui cláusulas pétreas. Para a maioria dos doutrinadores, Princípio da Legalidade é sinônimo de Reserva Legal, afirmando assim que ambas expressões são equivalentes, como podemos ver claramente na frase de Alberto Silva Franco, em seu livro Código Penal e sua interpretação jurisprudencial: “o princípio da legalidade, em matéria penal, equivale, antes de mais nada, à reserva legal”. Porém, ao aprofundarmos mais sobre o tema, encontramos uma definição de Fernando Capez, que diz o seguinte: “Princípio da legalidade é gênero que compreende duas espécies: reserva legal e anterioridade da lei penal (...) o da reserva legal, reservando para o estrito campo da lei a existência do crime e sua correspondente pena, (...) e o da anterioridade, exigindo que a lei esteja em vigor no momento da prática da infração penal (Lei anterior e prévia cominação).” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 54) O princípio da legalidade possui fundamentos/aspectos Políticos e Jurídicos. Vejamos primeiramente o aspecto político: “o princípio da legalidade, no campo penal, corresponde a uma aspiração básica e fundamental do homem, qual seja, a de ter uma proteção contra qualquer forma de tirania e arbítrio dos detentores do exercício do poder, capaz de lhe garantir a convivência em sociedade, sem o risco de ter sua liberdade cerceada pelo Estado, a não ser nas hipóteses previamente estabelecidas em regras gerais, abstratas e impessoais”. (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 55). Sendo assim, concluímos que o aspecto político evita o arbítrio estatal. Já o aspecto jurídico nos mostra que somente haverá crime quando existir perfeita correspondência entre a conduta praticada e a previsão legal. Ou seja, dá—nos uma segurança jurídica. “Somente haverá crime quando existir perfeita correspondência ente a conduta praticada e a previsão legal. (...) as normas penais incriminadoras não são proibitivas, mas descritivas; portanto, quem pratica um crime não age contra a lei, mas de acordo com esta, pois os delitos encontram-se pormenorizadamente descritos em modelos legais, chamados de tipos. Cabe TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 6 portanto, à lei a tarefa de definir e não proibir o crime.” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 56). É a tipificação da norma e a conduta, ou seja, a conduta/caso concreto deve se adequar de modo perfeito com a norma. A conduta deve servir de modo perfeito a lei penal. Sendo assim, nosso direito penal é tipológico. “Sapato de Cinderela”. Em relação ao princípio da legalidade, encontramos nele algumas características/subprincípios que devem ser observadas e que são de alta expressão em relação a tal princípio. a) Reserva absoluta da lei/reserva legal – “Princípio da reserva legal: somente lei, em seu sentido mais estrito, pode definir crimes e cominar penalidades, pois a matéria penal deve ser expressamente disciplinada por uma manifestação de vontade daquele poderestatal a que, por força da Constituição, compete a faculdade de legislar, isto é, o poder legislativo” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 55) “Nenhuma outra fonte subalterna pode gerar a norma penal, uma vez que a reserva de lei proposta pela Constituição é absoluta, e não meramente relativa (...) somente a lei (...) emanada e aprovada pelo Poder Legislativo (...) pode criar tipos e impor penas.” (CAPEZ, Fernando. 2015, p. 57). Sendo assim, é reservado apenas para a lei penal, exalada do Poder Legislativo, o poder de definir sanções e infrações penais. OBS: Medida provisória não é lei – Tem força de lei mas não emana do Poder Legislativo. b) Taxatividade – “O princípio da legalidade ao instruir que não há crime sem lei que o defina, exigiu que a lei definisse (descrevesse) a conduta delituosa em todos os seus elementos e circunstâncias, a fim de que somente no caso de integral correspondência pudesse o agente ser punido” (CAPEZ, Fernando. 2015, p. 59). A lei penal deve ser clara e objetiva sem lacuna alguma, sendo assim, taxativa para facilitar a perfeita correspondência entre a norma e a infração (sapato de Cinderela). c) Vedação ao emprego da analogia - A analogia é uma forma de integração do ordenamento jurídico, porém no Direito Penal, não será utilizada se for para aumentar o rol de infrações penais e sanções, in malam partem, desfavorecendo o direito à liberdade. Porém a analogia poderá o benefício do réu, in bonam partem, favorecendo o direito de liberdade. Seguindo o mesmo caminho, arremata Cernicchiaro: “Por esta razão, o princípio da reserva legal veda por completo o emprego da analogia em matéria de norma penal incriminadora, encontrando-se esta delimitada pelo tipo legal a que corresponde. Em consequência, até por imperativo lógico, do princípio da reserva legal, resulta a proibição da analogia. Evidentemente, a analogia in malam partem, que por semelhança, amplia o rol das infrações penais e das penas. Não alcança, por isso, a analogia in bonam partem. Ao contrário da anterior, favorece o direito de liberdade, seja com a exclusão da criminalidade, seja pelo tratamento mais favorável ao réu” (Código Penal, cit., p. 23) d) Anterioridade da lei – Deve haver lei anterior, pois não há legalidade sem a anterioridade da lei. Ou seja, aplica-se a lei em vigor na data da prática do fato (tempus regit actum). Um dos efeitos da anterioridade da lei é a irretroatividade, sendo assim, a lei penal somente será editada para o futuro e não para o passado, como estabelece o art. 2º do CP caput: TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 7 “Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.” Porém, a própria lei em seu parágrafo único traz uma peculiaridade: “Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.” Sendo assim, a lei não pode retroagir, salvo para beneficiar o acusado. Esta regra, restringe-se somente ao Direito Penal. 2.1.2) GARANTIAS a) Criminal e Penal: Criminal: Em relação ao crime/ato infracional, ou seja, só haverá crime se antes estiver previsto em lei definindo. Penal: Só haverá pena/sanção se houver prévia cominação legal. b) Jurisdicional e penitenciária ou de execução: Jurisdicional: Deve haver primeiramente o transito em julgado da sentença penal condenatória, para que somente depois, o réu seja culpado. Penitenciária ou de Execução: A execução penal também deverá observar a lei anterior (LEP – Lei de Execução Penal) para ser cumprida. OBS: Medidas de segurança: O princípio da legalidade deve ser observado nas medidas de segurança. 2.2) PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL E SUA EXCEÇÃO CP - “Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixar de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo Único: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.” Art. 2º, caput: “Abolitio Criminis” – a partir de então cessa-se a pena. Sendo assim, não há mais os efeitos penais. “É como se fosse uma borracha e o agente, a partir de então, “nunca” cometeu nenhuma infração penal”. Torna-se fato atípico. A doutrina entende que: “Trata-se de lei posterior que revoga o tipo penal incriminador, passando o fato a ser considerado atípico. Como o comportamento deixou de constituir infração penal, o Estado perde a pretensão de impor ao agente qualquer pena, razão pela qual se opera a extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, III, do Código Penal (...) Consequências da abolitio criminis: o inquérito policial ou o processo são imediatamente trancados e extintos (...); se já houve sentença condenatória, cessam imediatamente a sua execução e todos os seus efeitos penais, principais e secundários” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 71) Parágrafo único: “Novatio legis in mellius”: É a lei nova que, independentemente do modo, traz um benefício para o agente no caso concreto (in mellius) TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 8 “Tanto na hipótese da abolitio criminis quanto na da alteração in mellius, a norma penal retroage e aplica-se imediatamente aos processos em julgamento, aos crimes cuja perseguição ainda não se iniciou e, também, aos casos já encerrados por decisão transitada em julgado”. (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 73) A lex mitior (lei melhor) é a lei mais benéfica, seja anterior ou posterior ao fato, e é ela que será aplicada ao agente no caso concreto. Consagra-se aqui a irretroatividade da lei penal (a lei é aplicada posteriormente a sua criação – princípio da legalidade), ressalvada a retroatividade benéfica, ou seja, quando trouxer algum benefício para o agente (criminoso) no caso concreto. A retroatividade benéfica não se estende às normas de caráter estritamente processual – art. 2º do CPP. Normas híbridas ou mistas não retroagirão, salvo para beneficiar o réu. “Trata-se de regras processuais dotadas também de conteúdo penal e, portanto, capazes de afetar o direito substancial do acusado. Deve ser considerada híbrida toda regra processual restritiva do direito de liberdade, como a que torna infração inafiançável” (GOMES, Luiz Flávio) 2.3) PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE OU DA DETERMINAÇÃO. Busca evitar o arbítrio judicial, diz respeito a técnica de elaboração penal que deve ser suficientemente clara e precisa para que exista segurança jurídica. Veta clausulas gerais, conceitos indeterminados ou vagos. 2.4) PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE Não há pena sem culpabilidade “nulla poena sine culpa”. A responsabilidade no Direito Penal é subjetiva, pois há a necessidade de comprovação de culpa ou dolo do agente, ou seja, provar a sua culpabilidade. Tal princípio ele está implícito na garantia de dignidade da pessoa humana. A culpabilidade deve ser entendida como o limite e fundamento de toda a pena, este princípio diz respeito ao caráter inviolável da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III CF c/c art. 5º, caput e art. 4º, II ambos da CF). Consequências deste princípio: 1. Proibição da responsabilidade penal OBJETIVA – Direito administrativo– somente o Estado possui a responsabilidade objetiva. Sendo assim, o Direito Penal é subjetivo. 2. Proibição da imposição da pena sem os elementos da culpabilidade (Imputabilidade + consciência potencial da ilicitude do fato + exigibilidade de conduta diversa) 3. Graduação da pena segundo o nível de censurabilidade do fato praticado – a pena será imposta de maneira proporcional ao crime. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 9 2.5) PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS Não há crime sem que haja lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico determinado. Este princípio está implícito com o princípio da Dignidade Humana. As funções desempenhadas pelos bens jurídicos são: a) Função de garantia – Garante a liberdade a todos que venham lesionar bem jurídico que não seja tutelado pelo Direito Penal. Ou seja, se houver lesão aos bens dispensáveis, não haverá pela parte do Estado o cerceamento da liberdade. b) Função teleológica – Garante a fácil interpretação, pelo aplicador do direito, do bem jurídico que foi lesionado pelo agente. c) Função Individualizadora – Quando houver lesão ou perigo de lesão ao BJ, individualiza-se a conduta do agente em relação a este BJ. d) Função sistemática – O legislador, na parte especial do Código, sistematizou os delitos levando em consideração o bem jurídico lesionado. Diferença entre BJ (Objetividade Jurídica) e Objeto Material. Objeto Material é a coisa sobre a qual recai a conduta delituosa. (Ex.: A matou B, sendo assim o cadáver de B é o Objeto Jurídico, uma vez que a conduta delituosa de A recaiu sobre B). Objetividade Jurídica é igual a BJ. (Ex.: Vida, Honra, Patrimônio, Dignidade Sexual e etc.). Exceção – Nos crimes contra a honra o objeto material e o BJ serão os mesmos, no caso, a honra. 2.6) PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA e PRINCÍPIO DA FRAGMENTALIDADE O Princípio da Intervenção Mínima ou da Subsidiariedade declara que o Direito Penal só deve intervir na defesa dos Bens Jurídicos mais valiosos, quando for absolutamente necessário, como “última ratio” (última alternativa). O Princípio da Fragmentalidade se dá do seguinte modo: “Em um vasto oceano de ilicitude, os crimes são como pequenas ilhas que, de maneira fragmentária e descontinua despontam dentre os atos proibidos” 2.7) PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE/PERSONALIDADE, INDIVIDUALIZAÇÃO e da PROPORCIONALIDADE DA PENA Princípio da Pessoalidade/Personalidade da Pena – A pena não pode passar do agente que praticou o delito. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens, nos termos da lei, ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas até o limite do valor do patrimônio transferido. Princípio da Individualização – Acontece em três momentos: 1. Legislador – Quando a norma penal incriminadora é criada, abstratamente a pena é individualizada para que cometeu o delito. 2. Juiz da sentença – Quando houver a sentença, o Juiz aplicará a pena obedecendo o sistema trifásico (1. art. 59 CP – Circunstâncias judiciais; 2. Circunstâncias atenuantes e agravantes; TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 10 3. Causas de aumento e diminuição da pena), sendo assim, na aplicação da pena é que haverá a individualização da pena (Inconcreto). 3. Juiz da Execução (VEP) – Através das características do sujeito, o juiz individualizara para que a sanção penal seja executada. Proporcionalidade da Pena – Por esse princípio deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio entre a gravidade do fato e a pena imposta. Pergunta de prova – Dê um exemplo onde o legislador penal não observou o princípio da proporcionalidade da pena. (2 crimes). 2.8) PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS (art. 5º, XLVII) “Art. 5º, XLVII – Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis” Sendo assim à toda pessoa humana deve haver a dignidade, ou seja, toda pena deve estar pautada neste princípio, humanizando assim, as penas. 2.9) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL E DA INSIGNIFICÂNCIA. 2.9.1) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL (Hanz Welzel) Significa que apesar de uma conduta se subsumir (adequar perfeitamente) ao modelo legal, não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. Ex.: Luta de MMA – lesão corporal, mas é adequada a sociedade, tornando-se uma conduta atípica (EFEITO). 2.9.2) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (Claus Roxin) Devem ser consideradas atípicas as ações ou omissões que afetam muito infimamente (pequeno) um bem jurídico, deve-se excluir a tipicidade em caso de dano de pouca importância. O STF entende que há alguns vetores a serem analisados para aplicar-se o princípio da insignificância: a) Ausência de periculosidade social. b) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. c) Mínima ofensividade da conduta. d) Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 2.10) PRINCÍPIO DA ALTERIDADE (Claus Roxin) Altero = Outro. Proíbe-se a incriminação de atitude meramente subjetiva, que não ofenda/alcance nenhum Bem Jurídico alheio. O direito penal só pode incriminar comportamentos que produzem lesões a TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 11 bens jurídicos alheios. Ou seja, apenas será objeto de tutela penal a conduta que extrapolar o âmbito interno do agente. Auto lesão não é crime. OBS: “Inter Criminis” é o caminho que o crime percorre. Ocorre apenas nos crimes dolosos – premeditados. Suas fases são: a) “Cogitatio” – pensar em praticar o ato ilícito. Isolado, não é punível, por ser subjetivo. b) Preparação – Em regra não é punível, a exceção dá-se apenas quando o legislador prevê. c) Execução – A partir de então, o sujeito passa a ser punível. d) Consumação. 2.11) PRINCÍPIO DA CONFIANÇA Consiste na realização da conduta de uma determinada forma, na confiança de que outro agente atuará de um modo já esperado, isto é, normal. Baseia-se na confiança de que o comportamento das outras pessoas dar-se a de acordo com o que normalmente acontece. Aplica-se aos crimes culposos. Não se pode alegar o princípio da confiança quando o resultado for previsível. 2.12) PRINCÍPIO DO “NE BIS IN IDEM” O agente não pode ser punido duas vezes pelo mesmo crime. Cuida-se da proibição da dupla condenação por fato único. 2.13) PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO REU” Voltado para a apreciação probatória. No caso de dúvida em relação a aplicação da norma na fase probatória, utiliza-se a prova que melhor beneficiará o réu. “É melhor libertar um culpado à condenar um inocente”. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 12 3) TEORIA DA NORMA PENAL 3.1) DIFERENÇA ENTRE LEI E NORMA SEGUNDO BINDING NORMA – É o mandamento de comportamento normal, reiterado do senso comum de justiça de um povo (“Não matar.”). É regra proibitiva, não escrita. LEI – É a regra escrita feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso o que a norma proíbe. É o veículo por meio do qual a norma aparece e torna cogente sua observância. A lei é descritiva. OBS: O legislador optou pela lei, por ela trazer o comportamento escrito, facilitando assim a adequação da norma e o caso concreto. Fenômeno da tipicidade.3.2) ESTRUTURA LÓGICA DA NORMA JURÍDICO-PENAL a) NORMA PENAL NÃO INCRIMINADORA (corresponde a parte geral do Código) a.1) Explicativas ou Complementares – Representam um imperativo. Esclarecem o conteúdo de outras leis. Ex.: art. 327, art.; art. 63; art. 150, §4º. a.2) Permissivas – São as que não consideram como ilícitos ou isentam de penas. Ex. arts. 23 ao 25; art. 128 CP. b) NORMA PENAL INCRIMINADORA – Chamadas de normas penais em sentido estrito ou completas (corresponde a parte especial do Código) 1ª parte Legislador descreve o comportamento proibido. Pode ser chamado de: Hipótese legal, previsão fática, antecedente, tipo legal, modelo de conduta, comando principal ou preceito primário. 2ª parte Sanção. Pode ser chamado de: Consequência jurídica, efeito, sanção penal, estatuição, secundário. 3.3) CARACTERÍSTICAS DA NORMA PENAL IMPERATIVA - São imperativas pois, sua violação acarreta uma sanção. GERAL – Destinado a todos. IMPESSOAL – Não refere-se a pessoas determinadas. EXCLUSIVA – Somente a norma penal poderá criar delitos e impor sanção. APLICA-SE SOMENTE A FATOS FUTUROS – A norma penal é irretroativa, salvo em benefício do réu. 3.4) NORMA PENAL EM BRANCO 3.4.1) CONCEITO Expressão “em branco” deve-se a Biding: “São os corpos errantes a procura de alma”. Algumas matérias exigem uma atividade normativa constante e variável, por isso há a utilização da Norma Penal em Branco. Ex.: art. 28 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) – a palavra “drogas”, mas quais drogas são proibidas? Elas não estão descritas aqui, mas encontram-se em norma inferior (Portaria do Ministério da Saúde). Ex.: meio ambiente, economia popular, saúde pública, ordem tributária, relações de consumo e etc. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 13 Conceito: A norma penal em branco é aquela em que a descrição da conduta punível se mostra incompleta ou lacunosa, necessitando de outro dispositivo legal para a sua integração ou complementação. Hipótese legal (preceito primário) é formulada de maneira genérica, devendo ser preenchida por ato normativo (Legislativo ou administrativo) em regra de cunho extrapenal, que fica pertencendo, para todos os efeitos, a lei penal. “São as normas nas quais o preceito secundário (cominação da pena) está completo, permanecendo indeterminado o seu conteúdo. Trata-se, portanto, de uma norma cuja descrição da conduta está incompleta, necessitando de complementação por outra disposição legal ou regulamentar” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 47) Utiliza-se o procedimento denominado REMISSÃO ou REENVIO a outra espécie normativa. É o procedimento que é necessário para complementar a Norma Penal em Branco, ou seja, busca em uma outra norma de hierarquia superior, inferior ou de mesma hierarquia para sanar a lacuna da norma em branco. Não lhe falta o preceito, ele é apenas formulado de maneira genérica. Deve estar fixado os limites – deve conter a descrição do NÚCLEO ESSENCIAL da ação proibida (verbo). Se este núcleo se mantem perfeito, não há violação do princípio da legalidade, sendo assim, tal norma não é nula. 3.4.2) ESPÉCIES: Segundo Mezger temos: a) PRÓPRIAS ou HETEROGÊNEAS = leis penais em branco em sentido ESTRITO. São aquelas em que o complemento se acha contido em outro ato normativo emanado de outra instância legislativa (grau inferior em regra). Ou seja, a fonte que emanou a lei que esta complementando for hierarquicamente diferente. Ex.: art. 28 e 33 da Lei 11.343/06. b) IMPRÓPRIAS ou HOMOGÊNEAS – Normas penais em branco em sentido AMPLO/LATO. São aquelas onde o complemento se acha contido na mesma lei (questão de pura técnica legislativa), ou em outra emanada da mesma instância legislativa. Ou seja, são as normas hierarquicamente iguais. A norma penal homogênea, ainda divide-se em HOMOVITELINA e HETEROVITELINA. b.1) HOMOVITELINA – O complemento veio na mesma legislação. Ex.: Lei penal em Branco encontra seu complemento na própria lei penal. b.2) HETEROVITELINA – O complemento veio em legislação diferente. Ex.: Lei penal em Branco encontra seu complemento no Código Civil. 3.5) LEI PENAL INCOMPLETA OU IMPERFEITA (SECUNDÁRIAMENTE REMETIDAS) Norma Penal em Branco ao INVERSO ou ao AVESSO São aquelas que, embora o preceito primário esteja completo, e o conteúdo perfeitamente delimitado, o preceito secundário, isto é, a cominação da pena, fica a cargo de uma norma complementar. Ou seja, a lacuna está na sanção (preceito secundário). Ex.: art. 304 do CP. Lei 2.889/56 (Genocídio). TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 14 4) INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA NORMA PENAL Diferença entre interpretar e integrar a Norma Penal: 4.1) INTERPRETAÇÃO 4.1.1) CONCEITO Interpretar é estabelecer o seu sentido e conteúdo. É a atividade através da qual se indaga e se descobre a vontade da lei, aplicando um conjunto de regras e princípios. 4.1.2) OBJETO O objeto da interpretação é a norma penal. 4.1.3) ESPÉCIES: Quanto ao Sujeito que elabora: AUTÊNTICA – É a que se realiza pelo legislador através de outra disposição legislativa, contextual (própria lei) ou posterior a lei interpretada. É retroativa. (Ex.: art. 150, §4º). JUDICIAL – É a realizada pelos tribunais nos julgamentos que proferem, constituem o que se chama jurisprudência. DOUTRINÁRIA (CIENTÍFICA) – É a que fazem autores e jurisconsultos em seus trabalhos de Doutrina. OBS: Exposição de motivos é interpretação doutrinária e não autêntica, uma vez que não é lei. Quanto aos meios empregados: GRAMATICAL, LITERAL OU SINTÁTICA – Na interpretação utiliza-se a própria letra da lei, ou seja, leva-se em conta o sentido literal das palavras. LÓGICA OU TELEOLÓGICA – Busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins e à sua posição dentro do ordenamento jurídico. É a finalidade da lei. SISTEMÁTICO – É necessário considerar o sistema onde a norma encontra-se. Interpretar a norma de modo contextualizado. A disposição a ser interpretada deve ser posta em correlação com as outras partes do sistema. A ordem jurídica é um todo unitário. Quanto ao resultado: DECLARATIVA – Há a perfeita correspondência entre a palavra da lei e a sua vontade. RESTRITIVA – Quando a letra escrita da lei foi além da sua vontade (a lei disse mais do que queria, e, por isso, a interpretação vai restringir o seu significado). (Ex.: art. 332 c/c 357) EXTENSIVA – A letra escrita da lei ficou aquém da sua vontade (a lei disse menos do que queria, e, por isso, a interpretação vai ampliar o seu significado). (Ex.: art. 235) Interpretação progressiva, adaptativa ou evolutiva - É a adaptação da lei escrita aos tempos de hoje. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 15 4.2) INTEGRAÇÃO 4.2.1) CONCEITO ANALOGIA ou raciocínio analógico – É o instrumento de colmatar as lacunas, sendo um verdadeiro procedimento supletivo. É um raciocínio que permite transmitir a solução prevista para determinado caso a outro não regulado expressamente pelo ordenamento jurídico, mas que comparte com o primeiro, certos caracteres essenciais. A analogia consiste na exigência de tratamento igual para casos similares. 4.2.2) NORMAS PENAIS NÃO INCRIMINADORAS A doutrina é unânime em relação a utilização da analogia nas normas penais não incriminadoras (parte geral do CP) – É possível a utilização desta apenas in bonam partem. 4.2.3)NORMA PENAL INCRIMINADORA Não é possível a utilização de analogia em nenhum tipo de norma penal incriminadora, uma vez que independentemente se for in malam partem ou in bonam partem, lesionaria o princípio da reserva legal. “A analogia in bonam patem, em princípio, seria impossível, pois jamais será benéfica ao acusado a incriminação de um fato atípico” (CAPEZ, 2015. p. 53) In malam partem – art. 282 CP. Por ser uma norma penal incriminadora, não poderá utilizar a analogia. In bonam partem – art. 156, §2º CP. Por ser uma norma penal não incriminadora, pode-se utilizar a analogia in bonam partem. PERDÃO JUDICIAL CP – art. 121, §5º. CNT – Não há na CNT o perdão judicial no caso de homicídio culposo com veículo automotor, porém, pode-se utilizar a analogia LEGAL e haver o perdão judicial. OBS: Analogia Legal – O caso é regido por norma reguladora de hipótese semelhante. OBS: Diferença entre: ANALOGIA – É forma de integração e não interpretação; INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA – Não falta a vontade da lei, o interprete deverá ampliar o seu significado além do que está expresso. É uma forma de esclarecimento; INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA – Após uma sequência casuística, segue-se uma formulação genérica, que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriormente elencados. É uma espécie de interpretação extensiva, mas a diferença é que o próprio legislador fala para estender a norma. Art. 121, §2º, III e IV. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 16 5) CONFLITO APARENTE DE NORMAS – pág. 84 5.1) CONCEITO “É o conflito que se estabelece entre duas ou mais normas aparentemente aplicáveis ao mesmo fato. Há o conflito porque mais de uma pretende regular o fato, mas é aparente, porque, com efeito, apenas uma delas acaba sendo aplicada à hipótese” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 85) Primeira tarefa do interprete é verificar se entre as leis concorrentes há sucessão temporal. Ou seja, há uma lei nova que trate do mesmo assunto para que seja revogada tacitamente (somente lei revoga lei). O assunto não se confunde com concurso de crimes (material ou formal). OBS: CONCURSO DE CRIMES MATERIAL (cumulo material) – Sujeito, mediante de mais de uma ação, pratica mais de um crime. (art. 69 CP) – as penas serão somadas. FORMAL – Sujeito, mediante a uma ação apenas, pratica mais de um crime (art. 70 CP, 1ª parte). Pega a pena maior e procede um acréscimo ao tempo da pena. CRIME CONTINUADO – O agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, os quais, pelas semelhantes condições de tempo, lugar, modo de execução e outras, podem ser tidos uns como continuação dos outros. 5.2) PRESSUPOSTOS 1ª) UNIDADE DE FATO – Há somente uma infração penal. 2ª) PLURALIDADE DE NORMAS identificando o mesmo fato como delituoso – Duas ou mais normas pretendendo regulá-lo. 3ª) APARENTE APLICAÇÃO DE TODAS AS NORMAS – A incidência de todas é apenas aparente. 4ª) EFETIVA APLICAÇÃO DE APENAS UMA DELAS – Somente uma é aplicável, razão pela qual o conflito é aparente. 5.3) PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES DO CONFLITO 5.3.1) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE “Lex speciales derogat generali” Especial é a norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns, denominados especializantes, que trazem um minus (menor) ou um plus (maior) de severidade. Aplicara o princípio da especialidade para não ofender o princípio de ne bis in idem. Ex.: art. 121 (infanticídio) e 121 caput 5.3.2) PRINÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE “Lex primaria derrogat legi subsidiariae” Segundo Honig, há subsidiariedade quando diferentes normas protegem o mesmo Bem Jurídico em diversas fases, etapas ou grau de agressão. Nesta hipótese o legislador, ao punir a conduta da fase anterior fá-lo com a condição de que o agente não incorra na punição da fase posterior, mais grave, hipótese em que apenas esta última prevalece. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 17 EXPRESSA OU EXPLÍCITA – Quando a norma em seu próprio texto subordina a sua aplicação à não aplicação de outra de maior gravidade punitiva. Ex.: art. 132, 238, 239, 307 e 249 . TÁSSITA OU IMPLÍCITA – A norma nada diz, mas, diante do caso concreto, verifica-se sua subsidiariedade. Ex.: art. 146 (constrangimento ilegal – mais grave) e art. 147 (ameaça – menos grave) 5.3.3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO “Lex consumens derogat consumptae” CONCEITO: É o princípio segundo o qual um fato mais amplo e mais grave absorve, outros fatos menos amplos e graves, que estes servem como passagem para o crime maior. Ex.: Ao furtar uma casa, o agente primeiro deve invadir (crime: invasão de domicílio) para depois furtar. O princípio do “non bis in idem” impede a dupla punição pelo mesmo fato. Aplica-se esse princípio (da consunção) por exclusão – se não for nenhum dos outros princípios, será este. Aqui a comparação é feita entre fatos e não entre normas, FATO mais grave absorve os demais fazendo com que só reste uma norma. HIPÓTESES EM QUE SE APLICA O PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO: 1) CRIME PROGRESSIVO: Ocorre quando o agente, desejando, desde o início, produzir o resultado mais grave, mediante diversos atos sucessivos e crescentes violações ao BJ. Nesta hipótese, o crime menos grave fica absorvido pelo de maior gravidade. Elementos: Unidade de elemento SUBJETIVO (desejo) – Há uma única vontade desde o início. Unidade de elemento FATO – Há só um crime, comandado por uma única vontade. Pluralidade de atos – São vários atos, por que se houvesse um único ato, não haveria que se falar de absorção. Crescentes violação aos Bens Jurídicos – Os atos violam de forma cada vez mais intensa o bem jurídico, ficando os anteriores absorvidos pelo mais grave. 2) PRORROGAÇÃO CRIMINOSA Subdivide-se em: a) Progressão criminosa em sentido estrito – O agente deseja inicialmente produzir um resultado e, após atingi-lo, pratica um novo fato, produzindo um resultado mais grave. Requisitos: Pluralidade de elementos subjetivos – O agente inicialmente deseja praticar um crime e, após cometê-lo, resolve praticar outro de maior gravidade, o que demonstra existirem duas ou mais vontades. Pluralidade de elementos fatos – Ao contrário do crime progressivo em que há um único fato Crescentes violação aos Bens Jurídicos – O primeiro crime, isto é, a primeira sequência b) Fato anterior (Ante factum) impunível – Sempre que um fato anterior menos grave for praticado como meio necessário para a realização de outro mais grave, ficará por este absorvido. O crime anterior integra a fase de execução do crime posterior e por isso não é punível. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 18 c) Fato posterior (Post factum) não punível – É o fato menos grave praticado contra o mesmo BJ da mesma vítima, após a consumação de um delito mais grave, ficando portanto o crime de menor gravidade posterior absorvido. Ex.: A furta a bicicleta de B para usufruir dela posteriormente. Ao andar na bicicleta, esta desmonta e com raiva, A destrói a bicicleta furtada (crime: dano). Respondendo apenas por furto. 3) CRIME COMPLEXO: É o que resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstâncias no tipo complexo. “Fusão de dois ou mais delitos, formando um delito”. Ex.: art. 157, §3º, in fine - Roubo seguido de morte (Latrocínio) 5.3.4) PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADEHá críticas quanto à inclusão deste princípio. Na verdade, nestes casos, não há propriamente um conflito aparente de normas, mas um conflito dentro da mesma norma. “Ocorre quando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, em que a realização de uma ou de todas configura um único crime. São chamados tipos mistos alternativos, os quais descrevem crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado (...). Não há propriamente conflito entre normas, mas conflito interno na própria norma.” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 95) Só é aplicado nos TIPOS MISTOS ALTERNATIVOS. Contexto único Crime único. Contexto diferente Concurso de Crimes. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 19 2º BIMESTRE 6) LEI PENAL NO TEMPO Embora a lei penal exista desde a promulgação, só será obrigatória com a publicação oficial. “Vacatio Legis” art. 1º LINDB – Salvo em disposição contraria, a lei passará a vigorar 45 dias após a data da sua aplicação. E em território estrangeiro, 3 meses. Revogação (art. 2º LINDB): Total – ab-rogação. Parcial – Derrogação. 6.1) CONFLITO DE LEIS NO TEMPO Ocorre quando duas ou mais leis penais, que tratam do mesmo assunto de modo distinto se sucedem. QUESTÕES DE DIREITO INTERTEMPORAL Regra geral: “Tempus regit factum” – “O ato é regido pela lei de seu tempo”. Atividade – É o fenômeno pelo qual uma lei se aplica a fatos ocorridos durante a sua vigência. Extratividade – Possibilidade da lei penal ser aplicada a fatos antes de sua vigência ou após o término de sua vigência. Retroatividade: Lei posterior ao fato é mais benéfica, sendo assim, retroage. Ultratividade: Se o fato foi praticado na sua vigência e a lei foi sucedida por uma lei mais grave, aplicará a lei mais benéfica (mesmo que esta foi revogada). Assim, ultragindo a lei. Conclusão: 1- A lei penal, de regra, somente se aplica a fatos praticados durante a sua vigência (atividade). 2- A lei penal benéfica (lex mitior) retroagirá atingindo fatos anteriores a sua entrada em vigor (Extratividade - Retroatividade). Divide-se em: (art. 2º) NOVATIO LEGIS IN MELLIUS ABOLITIO CRIMINIS (art. 107, III CP – Causas extintivas da punibilidade) 3- A lei penal revogada deverá aplicar-se depois de sua revogação, se o fato foi praticado sob sua égide, se foi sucedida por lei mais gravosa (lex gravor). Lei gravosa se divide em: NOVATIO LEGIS IN PEJUS – Lei nova em prejuízo do réu. NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA – Lei nova que cria um delito. 6.2) DÚVIDA A RESPEITO DA LEI MAIS BENÉFICA Quando houver dúvida a respeito de duas normas benéficas mas incompatíveis, chama-se o réu para que ele decida qual sanção ele gostaria de receber. Ex.: Lei que diminui a pena e outra Lei que diz que o regime é aberto. Não são compatíveis e gera dúvida ao aplicador do direito, sendo assim, o Juiz chamará o réu e explicará os fatos, deixando a escolha do réu. TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 20 6.3) COMBINAÇÃO DE LEIS Quando lei nova favorece o agente num aspecto e prejudica em outro. Ex.: Lei 11.343/2006 É possível a combinação? 1- Se o juiz pode aplicar o todo, pode aplicar parte da lei, sobretudo por que buscaria a solução mais justa. (STF) 2- Juiz não é legislador. “Estaria criando uma nova lei”. (STJ) “Ao dividir a norma para aplicar somente a parte mais benéfica estar-se-ia criando uma terceira regra. Nélson Hungria, Aníbal Bruno e Heleno Cláudio Fragoso também entendem não ser possível a combinação de lei anterior e posterior para efeito de extrair de cada uma delas as partes mais benignas ao agente, por que, nesse caso, o juiz estaria legislando” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 76) STJ – Súm. 501 É VEDADA a combinação de leis. STF – Voto empate Para o STF, como novo entendimento, também é vedada. 6.4) MEDIDAS DE SEGURANÇA Aplicará todas estas regras para as normas que regulem as medidas de segurança. 6.5) COMPETÊNCIA PARA APLICAR A LEI PENAL BENÉFICA 1- FASE INVESTIGATÓRIA Será o MP quando propor a denúncia. 2- PROCESSO EM ANDAMENTO “A competência para aplicar a lei penal mais benéfica será do juiz de primeiro grau encarregado de prolatar a sentença” (CAPEZ, Fernando) 3- GRAU RECURSAL “Recairá sobre o tribunal incumbido de julgar o recurso” 4- APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA Será de responsabilidade do Juiz da Vara de Execuções Penais (VEP). Súmula 611 do STF. 6.6) CRIME PERMANENTE E CRIME CONTINUADO – pág. 78 CRIME CONTINUADO (art. 71 CP) O agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, os quais, pelas semelhantes condições de tempo, lugar, modo de execução e outras, podem ser tidos uns como continuação dos outros. Pena: Pega a maior pena e aumenta de 1/6 a 2/3. CRIME PERMANENTE Nestes, a consumação se PROLONGA no tempo. A qualquer instante, durante esta permanência, o sujeito está em flagrante. Súmula 711 do STF – “ A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência” EX.: Uma pessoa recebeu drogas em julho de 2006 (quando estava em vigor a Lei 6.368/76) e guarda em depósito com o objetivo de comercializa-la até janeiro de 2007 (quando já estava em vigor a lei 11.343/2006) TEXTO BASEADO NAS AULAS DE DIREITO PENAL I - UNICESUMAR GABRIEL DOS SANTOS FREDERICO 21 6.7) LEIS INTERMITENTES (art. 3º CP) São as leis que possuem um período determinado. “Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessados as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência. “ a) LEI EXCEPCIONAL – Durante uma situação emergencial, cria-se uma norma abrangendo os fatos que ocorrerem somente nesse período de emergência. “É feita para vigorar em períodos anormais, como guerra, calamidades, etc. Sua duração coincide com a do período (dura enquanto durar a guerra, calamidade, etc.).” (CAPEZ, Fernando). b) LEI TEMPORÁRIA – O legislador determina um tempo de vigência da lei. “É feita para vigorar em um período de tempo previamente fixado pelo legislador. Traz em seu bojo a data da cessação de sua vigência.” (CAPEZ, Fernando) SÃO ULTRATIVAS É a possibilidade de uma lei aplicar-se a um fato cometido durante a sua vigência, mesmo após a sua revogação. “No caso das leis de vigência temporária (...) a Ultratividade (...) ocorre sempre, ainda que prejudique o réu. Assim, um fato praticado sob a vigência de uma lei temporária ou excepcional continuará sendo por ela regulado, mesmo após a sua autorrevogação e ainda que prejudique o agente. ” (CAPEZ, Fernando – Curso de Direito Penal, v. 1, 19ª ed., São Paulo: Saraiva 2015, p. 81) Nilo Batista, Zaffaroni e Greco INCONSTITUCIONALIDADE do art. 3º do CP 6.8) TEMPO DO CRIME Art. 4º CP – “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” LUTA – Lugar do crime – Adota-se a teoria da Ubiquidade. Tempo do crime – Adota-se a teoria da Ação. Exceto quanto à prescrição. Tempus Delicti TA TR TU
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