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Direito Civil 3 fichamento do livro Negócio Jurídico - Antônio Junqueira

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Fichamento sobre o livro “Negócio Jurídico” do autor Antônio Junqueira de Azevedo
Aluna: Maria Eduarda Frazão Monteiro
Matrícula: 161620171172
Período: 4º
Disciplina: Direito Civil III
Professora: Renata Andrade
Recife, 22 de novembro de 2018.
De início, o autor começa seu livro definindo o que é negócio jurídico como a doutrina majoritária classifica que é como um “ato de manifestação de vontade” com a finalidade de produzir efeitos jurídicos. Logo, pode-se estabelecer uma relação entre ato jurídico e ato de vontade visto que “o ato jurídico é fundamentalmente um ato de vontade visando a um fim”. Dessa forma, o negócio jurídico é um ato ou pluralidade de atos, relacionados entre si, que tem a finalidade de produzir efeitos jurídicos ou modificações nas relações jurídicas do Direito Privado. Ou seja, de acordo com a concepção voluntarista, a vontade de ambas as partes de gerar efeitos (práticos e jurídicos) que caracteriza o negócio jurídico.
No entanto, pode-se criticar a concepção voluntarista, pois, existem atos de vontade lícitos que visam produzir efeitos que não são um negócio jurídico. Como por exemplo, a conversão substancial na qual o negócio que dela resulta não era o desejado pelas partes. Com isso, se contradiz com a definição de negócio jurídico como vontade das partes para produção de efeitos. 
Por outro lado, surgiu também a teoria da perspectiva psicológica sobre o negócio jurídico – a qual dizia que a vontade era elemento necessário para a existência do negócio.
De uma forma mais objetiva, dois autores (Brinz e Thon) começaram a defender a predominância da declaração objetiva sobre a vontade subjetiva no negócio jurídico. Vale salientar que ambos diziam que o negócio jurídico deveria deixar de ser considerado um ato de vontade – em oposição da concepção voluntarista.
Ademais, surge a teoria preceptiva que afirma que o negócio jurídico é uma forma de concretizar o ordenamento jurídico, reconhecendo, assim, eficácia vinculante. Em suma, o negócio é considerado como ato de autonomia com o qual o particular regula os próprios interesses nas relações com outrem: de fato, o assim chamado regulamento teria lugar por meio de relações jurídicas.
Por fim, é possível concluir que as duas concepções de negócio jurídico são insuficientes, logo, é necessária uma terceira teoria que forneça uma visão completa do negócio jurídico.
Essa terceira teoria diz a respeito que o conceito de negócio jurídico deve ser formulado a partir de uma ótica estrutural. Dessa forma, se preocupará apenas como o negócio jurídico é, trazendo em pauta a declaração de vontade, o fato jurídico e a ciência do direito. 
negócio j urídico é todo fato j urídico cons istente 
Negócio jurídico é todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ele incide. Ademais, o negócio jurídico consiste na manifestação da vontade cercada das circunstâncias as quais o cercam, por isso, caso um negócio jurídico seja firmado sob coação, não será considerado válido. Exemplo: colocar a arma na cabeça de alguém obrigando a pessoa a assinar contrato de compra e venda.
Vale salientar que as partes devem estar em correspondência com os efeitos jurídicos e os efeitos manifestados por cada um. E, além disso, ele procura produzir efeitos na sociedade. Caso algo seja desrespeitado, confere a uma das partes o direito de ação judicial para a defesa dos direitos correspondentes. 
O negócio jurídico, em geral, também é um ato lícito. No entanto, vale destacar que também existem negócios jurídicos ilícitos como, por exemplo, o segundo casamento do bígamo (Art. 235 do Código Penal Brasileiro), o registro de nascimento existente (Art. 241 do CPB) etc. Esses negócios são atos ilícitos e, apesar de serem ilícitos, ainda assim, são negócios – vale salientar que esses negócios jurídicos são nulos, no entanto, por serem nulos, comprova-se que são negócios jurídicos. 
Conclui-se, portanto, que o negócio jurídico é um ato que socialmente é visto como ato de vontade destinado a produzir efeitos jurídicos. Tais efeitos são relações jurídicas que o ordenamento jurídico atribui ao negócio, em correspondência com os efeitos manifestados.
Antônio Junqueira inicia o segundo capítulo de seu livro trazendo a definição de “fato jurídico” como o nome que se dá a todo acontecimento do mundo real sobre o qual incide norma jurídica. A incidência do fato na norma determina sua entrada no mundo jurídico. O fato jurídico entra no mundo jurídico para que produza efeitos jurídicos, daí a sua eficácia jurídica. 
O negócio jurídico é uma espécie de fato jurídico que, no entanto, o plano da validade se intercala entre o plano da existência e o plano da eficácia. Se o negócio jurídico tiver esses três planos, ele é possível de obter plena realização. 
Dessa forma, é preciso, em primeiro lugar, estabelecer, com clareza, quando um negócio jurídico existe, quando, uma vez existente, vale, e quando, uma vez existente e válido, ele passa a produzir efeitos. 
Por outro lado, o negócio jurídico deve possuir o plano da existência, ele existir e ser capaz de produzir efeitos jurídicos.
Exemplos que não teriam existência: fazer um testamento para o cachorro (não se tem o agente); contrato de compra e venda da Torre Eiffel (o objeto não pode ser “vendido”); um contrato de casamento realizado em casa (a forma está errada visto que precisa ser feito em cartório). 
Portanto, possuindo os elementos de existência jurídica, o fato passará a ter relevância para o Direito. Somente quando o fato possui existência jurídica é que é possível fazer uma análise jurídica deles nos planos da validade e da eficácia.
Os elementos constitutivos do negócio jurídico são os: essenciais, naturais e acidentais.
Os primeiros são os elementos que são a essência do ato, compõe a estrutura do ato. 
Os segundos são as consequências decorrentes do ato.
Os terceiros, por fim, são cláusulas que facultativamente adicionam-se aos atos para modificar alguma de suas consequências naturais. 
Outra classificação são os elementos gerais – que são aqueles indispensáveis à existência de todo e qualquer negócio jurídico. São eles: a forma (de qual maneira a declaração toma); o objeto (ou seja, o conteúdo do negócio jurídico) e as circunstâncias negociais (a manifestação da vontade.
O agente (este, deve ser uma pessoa, com personalidade e/ou capacidade civil) entra como um requisito extrínseco junto com o lugar e o tempo do negócio.
Por outro lado, os elementos categoriais são aqueles que caracterizam a natureza jurídica de cada negócio jurídico. Exemplos de categorias de negócios: compra e venda, locação, doação, casamento etc. Estes elementos não resultam da vontade das partes e sim, da ordem jurídica. 
Os elementos categoriais subdividem em “elementos categoriais essenciais ou inderrogáveis” OU “elementos categoriais naturais ou derrogáveis”.
O primeiro grupo caracteriza a sua essência, servem para definir cada categoria de negócio. Exemplos: o consenso sobre coisa e preço na compra e venda; o acordo sobre a transmissão de bens ou vantagens na doação; o consenso sobre entrega e guarda de objeto móvel, no depósito etc. São inderrogáveis, pois, se forem derrogados, não terá mais aquele negócio jurídico.
No segundo grupo, tem-se como exemplo a responsabilidade pela evicção, na compra e venda e nos contratos onerosos de disposição de bens; a responsabilidade pelos vícios redibitórios, nos contratos comutativos etc. São derrogáveis, pois, mesmo sendo repelido pelas partes, seu regime jurídico continuará o mesmo.
Quanto aos elementos particulares são tais: a condição, o termo e o encargo. O estudo dos elementos particulares é de fundamental importância para saber se o caso comporta nulidade parcial, ineficácia etc.
Já o plano da validade é o único, dentre os fatos jurídicos,
que consiste em declaração de vontade. É em virtude da validade que o negócio jurídico encontra plena justificação teórica. Logo, a validade é a qualidade que o negócio deve ter ao entrar no mundo jurídico, consistente em estar de acordo com as regras jurídicas. 
Um fato jurídico pode ser visto como contrário ao Direito e, logo, será inválido, apesar de existir no âmbito jurídico.
Os negócios jurídicos que não apresentam os elementos de validade são nulos, no entanto há a possibilidade do negócio ser anulável, nas hipóteses de nulidade relativa, como ocorre quando o ato é praticado por agente relativamente incapaz.
Exemplos de negócios jurídicos que não têm validade: agente incapaz (assinado por um menor de 16 anos); objeto impossível (contrato de prestação de serviços de um pintor que morreu antes de pintar o quadro demandado); manifestação da vontade não é livre (contrato assinado porque uma pessoa está com uma arma apontada na sua cabeça). Sendo assim, se o negócio jurídico NÃO é válido, ele não está de acordo com a norma. 
Outro exemplo: um contrato de compra e venda feita por uma pessoa incapaz ou uma venda de órgãos humanos. Nestes casos os negócios existirão, no entanto, serão inválidos.
Para se ter a validade, é necessária que a declaração de vontade seja resultante de um processo de valoração, desejada com plena consciência da realidade, escolhida com liberdade e deliberada sem má-fé. Se não for assim, o negócio poderá ser nulo.
O objeto do negócio jurídico deverá ser lícito, possível e determinado ou determinável. E a forma, por fim, deverá ser livre ou deverá ser conforme a prescrição legal.
Quanto aos elementos gerais extrínsecos: o agente deverá ser capaz (legitimado para o negócio), o tempo e o lugar.
De acordo com os elementos categoriais inderrogáveis, quando as partes escolherem o negócio jurídico a ser celebrado, deverão ter em mente que o negócio jurídico escolhido deverá seguir determinado regime jurídico.
Vale salientar que não é possível o objeto que possua indeterminação absoluta como, por exemplo, “pagarás o que quiseres”. Logo, não é possível que a determinação seja deixada a critério exclusivo de apenas uma das partes.
Por fim, o último plano para se compor o negócio jurídico é o plano da eficácia, isto é, a eficácia referente aos efeitos manifestados como queridos.
Vale salientar duas situações excepcionais se tratando da eficácia: a eficácia do nulo e a ineficácia do válido.
Pode ocorrer que um negócio nulo produza efeitos jurídicos (são os chamados EFEITOS DO NULO) como, por exemplo, o casamento putativo que tem “eficácia civil”, em relação ao cônjuge de boa-fé e em relação aos filhos. Um casamento nulo, mesmo já reconhecido nulo por sentença, produz o efeito jurídico de impedir que a mulher se case legalmente no prazo de dez meses.
Muitos negócios jurídicos, para produzir seus efeitos, precisam de fatores de eficácia. São casos de negócios jurídicos que necessitam de fatores de eficácia os atos de condição suspensiva. Enquanto não ocorre o advento do evento, o negócio – se tiver preenchido todos os requisitos – será válido, mas não estará produzindo efeitos. 
Percebe-se que os fatores podem ser classificados em:
Os fatores de atribuição da eficácia em geral: são aqueles sem os quais o ato praticamente nenhum efeito produz;
Os fatores de atribuição da eficácia diretamente visada: são aqueles indispensáveis para que um negócio venha a produzir exatamente os efeitos por ele visados;
Os fatores de atribuição de eficácia mais extensa: são aqueles indispensáveis para que um negócio – já com plena eficácia – inclusive produzindo exatamente os efeitos visados, dilate seu campo de atuação, tornando-se oponível a terceiros e até mesmo erga omnes. Exemplo: cessão de crédito notificada ao devedor e registrada.
O preenchimento dos fatores de eficácia levará o fato jurídico a produzir efeitos jurídicos. Os fatores que podem impedir o fato jurídico de produzir seus efeitos são diversos. Pode-se citar como exemplo um testamento. Enquanto o agente não falecer o negócio está impossibilitado de produzir efeitos. Assim, somente com o preenchimento dos fatores de eficácia, o fato será capaz de produzir efeitos juridicamente protegidos.
Se, no plano da existência, faltar um dos elementos próprios a todos os negócios jurídicos (elementos gerais), não há negócio jurídico; poderá haver um ato jurídico em sentido restrito ou um fato jurídico, e é a isso que se chama "negócio inexistente". Se houver os elementos, mas, passando ao plano da validade, faltar um requisito neles exigido, o negócio existe, mas não é válido. Finalmente, se houver os elementos e se os requisitos estiverem preenchidos, mas faltar um fator de eficácia, o negócio existe, é válido, mas ineficaz (ineficácia em sentido restrito).
Se obedecer a lei, é válido e por isto será também eficaz. Se não obedece a lei, é invalido e não gera efeitos, por isto, é ineficaz. 
Para o negócio jurídico ser válido, deve estar presentes os requisitos legais, caso contrário ele será inválido. Ele sendo inválido, pode ser nulo ou anulável.
Adotar-se-á a técnica a qual Antônio Junqueira faz a qual é denominada de técnica de eliminação progressiva. 
Primeiramente, deve-se observar o negócio jurídico a partir do plano da EXISTÊNCIA. Ou o negócio jurídico existe e pode-se passar para o outro plano ou ele não existe e estamos diante de um “ato inexistente”.
Após essa diferenciação, irá analisar o negócio jurídico a partir do plano da VALIDADE. Nesse plano, teremos somente os negócios jurídicos que forem existentes. Aqui, cabe a distinção da seguinte forma: os negócios existentes serão válidos ou inválidos. Se forem inválidos, eles ficam “estagnados” nessa fase, ficando, somente, no âmbito da validade. 
Por último, o negócio jurídico será visto a partir do plano da EFICÁCIA. Sendo assim, os negócios jurídicos que são existentes e válidos, serão classificados em eficazes ou ineficazes (ineficácia em sentido restrito).
Vale salientar duas classificações: a dos negócios NULOS que podem produzir efeitos jurídicos – estes negócios são classificados como existentes, válidos e observados a partir da EFICÁCIA, quando, na verdade, deveriam ser classificados como existentes e analisados do plano da VALIDADE.
E, a outra classificação, é sobre os negócios ANULÁVEIS que, também, são analisados apenas no plano da EFICÁCIA, logo, tais negócios existem e são válidos.
Diante de cada relação entre os planos, temos o princípio fundamental que domina toda a matéria de inexistência, invalidade e ineficácia que é o Princípio da Conservação. O princípio da conservação consiste, pois, em se procurar salvar tudo que é possível num negócio jurídico concreto, tanto no plano da existência, quanto da validade, quanto da eficácia.
No terceiro capítulo do livro, Antônio Junqueira inicia uma análise mais aprofundada acerca do negócio jurídico no plano da existência.
De acordo com o autor, a vontade não é elemento do negócio jurídico; o negócio é somente a declaração de vontade. Assim sendo, a existência do negócio jurídico está condicionada à declaração. A vontade, por outro lado, poderá até influenciar a validade do negócio e até mesmo a eficácia, mas, ela não faz parte existencialmente do negócio jurídico. Logo, a vontade é um elemento para que ocorra a declaração. O que acontece é que a declaração deve resultar de um processo de vontade, sob pena de não valer ou de não produzir efeitos (afetando, assim, os planos da validade e da eficácia, respectivamente). 
Antônio Junqueira classifica a declaração de vontade como a manifestação de vontade que, pelas circunstancias (circunstâncias negociais)  é vista socialmente como destinada a produção de efeitos jurídicos.
Dessa forma, é possível concluir que a vontade NÃO é um elemento do negócio jurídico, afinal, quando temos um contrato sem vontade, o negócio existe, no entanto, ele poderá ser um negócio nulo, anulável ou não produzir efeitos. Assim, determinada a declaração
de vontade como elemento intrínseco do negócio jurídico, pode-se falar que esses três elementos compõem a declaração: circunstâncias negociais, forma e objeto.
Vale salientar que a vontade tem extrema importância e influência em dois casos especiais são eles: interpretação e erro.
Jamais se pode dizer que a vontade pode ser pesquisada independentemente da declaração. Afinal, parte-se da declaração para descobrir a intenção. Portanto, no mais subjetivo dos sistemas, a interpretação parte da declaração.
A jurisprudência, por outro lado, coloca a intenção das partes como predominante sobre a letra do negócio jurídico. Vale salientar que tal jurisprudência era aplicada de acordo com o Art. 85 do Código Civil de 1916.
Finalmente, a posição do direito brasileiro a respeito das influências da vontade sobre a declaração é, em seu conjunto, uma posição equilibrada. Por vezes, a legislação investiga de forma mais minuciosa a vontade interna e em outras situações restringe mais. 
Agora, vamos falar sobre os elementos constitutivos do negócio jurídico: circunstâncias negociais, forma e objeto.
Primeiramente, as circunstancias negociais seriam o “quê da questão”, que faz com que uma manifestação de vontade seja vista socialmente como destinada à produção de efeitos jurídicos. É o que resta da declaração de vontade, destituída da forma e objeto.
Para que tenha uma declaração de vontade é essencial que estejam presentes as circunstâncias negociais. Assim, pode-se dizer que as circunstâncias negociais são o elemento definidor da declaração de vontade.
Segundo a definição de Antônio Junqueira, circunstância negociais seriam o conjunto de circunstâncias que formam uma espécie de esquema que integra o negócio, visando assim, fazer parte do negócio e faz com que a declaração seja vista socialmente como dirigida à criação de efeitos jurídicos. É um modelo cultural de atitude que em um momento, em determinada sociedade, faz com que certos atos sejam vistos como dirigidos à produção de efeitos jurídicos.
Se tratando agora da forma, a forma do negócio jurídico é o meio através do qual o agente expressa a sua vontade. A forma pode ser oral, escrita, mímica, consistir no próprio silêncio ou em atos dos quais se deduz a declaração de vontade.
Não há negócio jurídico sem forma. Se não possuir forma, não existe negócio jurídico (plano da existência).
A forma pode ser expressa ou tácita; entende-se por “expressa” os negócios que são feitos por palavras, escrito ou outro meio direto de manifestação de vontade. E, entende-se por “tácita” quando a declaração se deduz de fatos e atos que a revelam.
A forma também pode ser classificada como ativa ou omissiva; negócios com forma ativa são aqueles em que o agente modifica o mundo exterior. Por outro lado, negócios com forma omissiva são aqueles em que não há alteração do mundo exterior.
 Por sua vez, o problema do silêncio é que este implica fatos ou atos que presumem a declaração. O silêncio sempre é tácito e omissivo – podendo ser proposital ou não.
A teoria do negócio jurídico foi desenvolvida para assegurar e não violentar a vontade das partes. O princípio da autonomia privada confere às partes não apenas o poder de determinar os efeitos decorrentes do negócio, mas também estabelecer a forma que deve ser empregada para que o contrato seja válido ou, eventualmente, venha a existir.
E, por fim, o último elemento constitutivo do negócio jurídico: o objeto. O objeto do negócio jurídico é o conteúdo do contrato (exemplo: cláusulas e fim manifestado). Além disso, o objeto deverá ser lícito, possível e determinado ou determinável e a forma, por sua vez, deverá ser livre ou conforme previsto em lei. Tal objeto pode ser formado inteiramente pelas partes ou resultar de outras fontes (lei).
No objeto do negócio jurídico, temos: um conteúdo expresso, um conteúdo implícito e um conteúdo incompletamente expresso.
Conteúdo expresso = é o que está mencionado completamente no negócio jurídico.
Conteúdo implícito = são os elementos categoriais derrogáveis (elementos naturais) que o ordenamento jurídico inclui no negócio, dessa forma, as partes não tiveram nem sequer consciência.
Conteúdo incompletamente expresso = é o que nele se contém por referência incompleta. Exemplo: os direitos e obrigações decorrentes do próprio tipo de negócio jurídico escolhido.
 Nos negócios abstratos, o elemento categorial inderrogável é formal, enquanto nos negócios causais, o elemento categorial inderrogável é objetivo.
 A partir disso, pode-se dizer que o negócio abstrato é aquele cujos efeitos jurídicos se produzem independentemente de causa; ele tem, portanto, causa, mas sua causa é juridicamente irrelevante para a validade ou a eficácia; ele se caracteriza pela forma, e não pelo objeto; tem forma típica.
for ma tí pica.
 Por outro lado, temos os negócios casuais que se caracterizam por ter elemento categorial inderrogável objetivo (logo, o objeto é típico); este pode ser uma causa pressuposta ou uma causa final. 
Exemplos de negócios com causa pressuposta: o depósito, o comodato, a confissão de dívida e a dação em pagamento.
Exemplos de negócios com causa final: a troca, o mandato, a compra e venda e, inclusive, o casamento.
A partir do elemento categorial e da causa que se fixa o tipo de negócio jurídico.
O elemento inderrogável objetivo é integrante da estrutura do negócio, e a causa não. O elemento categorial objetivo consiste numa REFERÊNCIA à causa – que é extrínseca do negócio.
Logo, conclui-se que é o elemento categorial e não a causa que fixa o regime jurídico a ser obedecido pelo negócio.
No entanto, se um negócio jurídico não possuir causa, poderá acarretar em nulidade por falta de causa (hipótese de causa pressuposta) e, ineficácia superveniente (hipótese de causa final). O papel da causa é de proteção à parte. Atualmente, se utiliza o termo “causa” como representante da função prático-social ou econômico-social do negócio.

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