Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sismoestratigrafia: conceitos básicos e evolução dos conhecimentos Definição Sismoestratigrafia, ou estratigrafia sísmica, é o estudo de sucessões estratigráficas através dos métodos sísmicos de prospecção. Compreende a interpretação de refletores sísmicos e conjuntos de refletores sísmicos em seções ou blocos tridimensionais. Principais objetivos da Sismoestratigrafia o estabelecimento de modelos de prospecção de petróleo em áreas pouco estudadas (sismoestratigrafia de exploração) e o estabelecimento de modelos detalhados, através da correlação de poços e integração de diversas fontes de dados, em áreas de produção (sismoestratigrafia de desenvolvimento). Objetivos do curso: Familiarização com os conceitos e procedimentos utilizados na sismoestratigrafia e com os princípios da interpretação. Apresentação e discussão dos elementos das várias áreas da geologia e da geofísica envolvidas na interpretação de seções e modelos tridimensionais sismoestratigráficos. Áreas relacionadas à Sismoestratigrafia: Geofísica aplicada à aquisição e ao processamento de dados sísmicos, e a integração de outras fontes de dados, sendo uma das principais os perfis petrofísicos de poços. Geologia geologia estrutural; estratigrafia de seqüências; origem e evolução de bacias sedimentares; estudos de diagênese; porosidade e permeabilidade de rochas sedimentares; conceitos e modelos de sistemas deposicionais e geologia do petróleo. Histórico 1. Fase da interpretação estrutural Primeiros usos localização das baterias inimigas na I Guerra Mundial. Técnicos pensaram em transpor o método para a exploração em subsuperfície e realizaram a primeira prospecção sísmica por volta de 1920. As primeiras aplicações para exploração de petróleo – identificação de anticlinais. Com o passar dos anos desenvolveuse a tendência de interpretação litológica dos refletores e sua utilização para correlações entre poços, porém até hoje o reconhecimento e interpretação de estruturas tectônicas estão entre os principais objetivos da sísmica de reflexão. 2. Surgimento da sismoestratigrafia Surgimento no início dos anos setenta em empresas de petróleo, em especial a Exxon. Publicação dos resultados no fim dos anos setenta. Grande interesse econômico e acadêmico pelo tema intenso debate e divulgação das técnicas e das implicações do novo método. Principal implicação foi o surgimento da estratigrafia de seqüências. 3. A revolução da estratigrafia de seqüências Antes – preocupação com designações formais e com a aplicação dos códigos de nomenclatura. Grande contraste entre os rápidos avanços da sedimentologia e do entendimento sobre a origem de bacias (tectônica de placas) e a ausência de modelos estratigráficos na escala de preenchimento de bacia. “Estratigrafia de camadas de bolo”. Implicações dessa defasagem na geologia do petróleo: o modelo de camadas horizontais era insatisfatório em muitos casos, problemas de correlação. Depois Com as evidências das seções sísmicas o problema foi revelado com clareza. Os padrões dos refletores mostravam geometrias e arranjos de camadas que eram relacionados aos sistemas deposicionais (interpretados a partir de dados de poços) e também padrões de grande escala resultantes de eventos de progradação, agradação ou retrogradação. Criaramse, então, modelos para explicar os padrões observados. Demonstrouse que a sobreposição de sucessões depositadas em diferentes ambientes pode ser explicada pela ação conjunta de fatores externos, como taxa de subsidência, aporte sedimentar e eustasia. 4. Sísmica 3D A partir dos anos de 1970, avanços na capacidade de armazenamento e processamento de dados sísmicos permitiram o desenvolvimento da sísmica 3d. Arranjos de geo/hidrofones que recebem a resposta de refletores em uma faixa com largura determinada, e não apenas de uma seção bidimensional. Esse técnica permite a interpretação de corpos tridimensionais de rochas, e possibilita a representação de seções em qualquer direção desejada, incluindo cortes horizontais (mapas sísmicos), além de mapas de contorno de superfícies específicas. Bloco sísmico 3D de diferentes atributos: amplitude (esquerda) e fase (direita). Águas profundas na costa brasileira. Exemplo de corte horizontal de bloco sísmico 3D mostrando canal. Introdução aos métodos de prospecção sísmica Métodos sísmicos de exploração – baseados criação de ondas sísmicas que se propagam em subsuperfície e na observação, em superfície, das ondas refletidas por feições geológicas ou refratadas ao longo de certas interfaces. As ondas que propagam em subsuperfície são refletidas em limites entre camadas ou corpos de rocha com propriedades distintas e então retornam à superfície, onde são detectadas . As ondas transmitidas podem também propagar horizontalmente em uma interface por uma certa distância e então retornar à superfície este é o princípio da sísmica de refração. Profundidade de alcance do método (reflexão) até 10 km, e resolução melhor que a de outros métodos geofísicos. Custos são também maiores. O método de reflexão De forma análoga ao radar e o sonar, o método de reflexão mede o tempo decorrido entre a emissão de um pulso e seu retorno até o receptor após a reflexão. As ondas sísmicas emitidas migram através de meios heterogêneos, sujeitos a reflexão a cada horizonte de contraste de características físicas das rochas. O objetivo do método é localizar e interpretar refletores, ou seja, estabelecer a posição de pontos de reflexão abaixo da superfície e delimitar, pelo deslocamento do conjunto de fonte e receptores, a extensão bidimencional ou tridimencional das feições geológicas responsáveis pela reflexão. Sistemas de aquisição de dados: tipos de fontes e receptores Um sistemas de aquisição de dados é composto por uma ou mais fontes, um arranjo de receptores e um sistema de armazenamento e préprocessamento. Fontes são caracterizadas como sistemas de geração de ondas sísmicas pela aplicação repentina de energia na água do mar ou diretamente na rocha. Devido às particularidades de cada um dos meios, existem grandes diferenças entre os sistemas de aquisição de dados sísmicos em terra e no mar. Modelo esquemático do sistema de aquisição de dados sísmicos em regiões submersas. A cada pulso emitido pela fonte (source), diferentes hidrofones captam sinal relativo a um ponto diferente do refletor, equidistante da fonte e do hidrofone. (Fonte: Waters, 1987) Modelo esquemático de aquisição marinha. Sistema de aquisição marinha 3D. Modelo esquemático do sistema de aquisição de dados sísmicos em regiões emersas. (Fonte: Waters, 1987) Modelo esquemático do sistema de aquisição de dados sísmicos em águas rasas e zonas de transição. Fontes 1 Sistemas terrestres A.) Fontes explosivas Cargas explosivas de 0,05 a 100 kg (geralmente TNT) colocadas em furos de 10 a 15 cm de diâmetro, abaixo da camada de alteração intempérica superficial. Sistema muito usado porém com o inconveniente de ter baixa mobilidade e custo elevado. B.) Fontes superficiais impulsivas Queda de grandes massas e sistema de explosão controlada em câmara com parede móvel sobre o solo Dinoseis®. Grande mobilidade e baixo custo, porém com os problemas resultantes da interferência da camada intempérica – geração de ondas superficiais, predomínio de ondas S e de baixas freqüências. C.) Sistema Vibroseis® Vibração controlada de caminhões, a energia total emitida é proporcionalao tempo de emissão pois é calculada como a soma das respostas da energia de cada compressão. É o método mais usado em exploração terrestre. 2 Sistemas marinhos A.) Aquapulse Mistura de propanooxigênio detonada em uma câmara ciclíndrica de borracha suportada por uma malha metálica – reduz o efeito bolha pois o retorno à forma inicial é relativamente lento. B.) Airgun Liberação rápida de ar comprimido na água, gerando uma bolha e uma onda sísmica. Para minimizar o efeito da inércia da bolha (que continua pulsando após o evento inicial), utilizamse câmaras de diferentes volumes detonadas simultaneamente, pois para cada volume a pulsação da bolha terá um período diferente, reduzindo o efeito por interferência destrutiva. C.) Watergun O ar comprimido empurra uma coluna de água para fora da câmara, gerando vazios, pela inércia, que são preenchidos por uma colapso brusco. Receptores 1 Sistemas terrestres Geofones baseados na oscilação vertical de uma carga elétrica em um campo magnético, gerando uma correntes proporcional à velocidade de deslocamento. Sensibilidade de 108 cm a 2mm 2 Sistemas marinhos Hidrofones Tubo plástico flexível contendo querosene ou silicone líquido (todo o conjunto com a mesma impedância acústica da água do mar) no qual um dispositivo cerâmico piezoelétrico é posicionado. O dispositivo produz uma voltagem de saída proporcional à pressão hidrostática adicional causada pela onda sísmica. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19
Compartilhar