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Reflexão Sísmica No ensaio de sísmica de reflexão, as ondas são emitidas por uma fonte e refletidas onde são captadas em geofones colocados em superfície e o sinal sísmico é convertido e transformado em sismograma pelo sismógrafo. A partir do sismograma, é feito o processamento sísmico, que conta com várias etapas até a seção sísmica ficar pronta para ser interpretada, onde serão identificados os vários refletores. → Equipe Sísmica: ✿ Levantamento Terrestre: são realizados levantamento topográfico e perfurações, onde será feito o carregamento. Em seguida, há a denotação e registra-se o retorno das ondas à superfície. ✿ Levantamento Marinho: é necessário um navio equipado de canhões de ar comprimido e hidrofones que vão registrar o retorno das ondas à superfície. Este tipo de levantamento apresenta custo elevado, impacto ambiental e efeito bolha. → Diferenças entre aquisições terrestres e marítimas: ✿ Terrestres: as fontes são dinamites, vibroseis, cordel detonante. Os receptores são os geofones. ✿ Marítimas: as contas são airguns, water guns, vaporhoc, aquapulse. Os receptores são os hidrofones. → Características das fontes sísmicas: A escolha do tipo de fonte e de frequência a utilizar é feita com base na profundidade e nas dimensões do alvo. → Fontes Terrestres: ✿ Martelo Sísmico: método mais barato e simples, mais prático que explosivos. Capaz de registrar reflexões, refrações, ruídos de terreno e ondas aéreas. ✿ Choque Forçado: método em que a queda da massa pode ser acelerada por um sistema hidráulico ou mecânico, há impactos repetidos permitindo empilhamento vertical. É uma fonte de baixa energia relativa, boa para alvos rasos. ✿ Explosivos: possuem a mais alta energia entre as fontes terrestres, consiste no soterramento de dinamites ou nitrato de amônia em pequenos poços. As suas desvantagens consistem em: uso restrito quanto ao manuseio, distância mínima de residências, pontes, dutos, necessária permissão das Forças Armadas, necessária reabilitação do terreno, furos demorados e caros, impossibilidade de repetição do tiro na mesma posição e perigoso. ✿ Rifle Sísmico: dispara balas de calibre 12mm em pequenos furos de cerca de 1 metro de profundidade. Bom para alvos rasos. Possui mais energia e frequências mais altas do que martelo ou choque forçado, não gera onda aérea e tem ruído reduzido. ✿ Vibroseis: caminhões vibradores são utilizados para gerar ondas acústicas. Possuem fonte mecânica de vibração, sendo as vibrações geradas de baixa amplitude com frequência continuamente variável (sweep). Varrem um intervalo de frequências de 10 a 100 Hz com duração de 1 a 10 segundos. São usados na investigação de alvos profundos (>5km) com os vibradores trabalhando em uníssono. Os caminhões são interligados por rádio para sincronizar as vibrações. Suas vantagens consistem em empregabilidade em áreas urbanas, apresentam uma razão sinal/ruído muito boa, grande repetibilidade, duração ajustável de pulso. ✿ Compactadores: podem ser usados no solo como fontes de vibração em trabalhos de investigação rasa. Possuem frequência fixa entre 20 e 600 Hz e podem ser usados em arranjos sincronizados. ✿ Centelhadores: a descarga de 2000 a 10000 Volts em um furo que contém água salgada gera um impulso de baixa energia. São apropriados para investigação rasa, com alvos a menos de 100 m de profundidade. → Tipos de Geofones (terrestres) ✿ Ponteira mais longa: para bom contato com o terreno. ✿ Geofones para pântano: invólucro à prova d'água ✿ Geofones multi-componentes: registram as três componentes (x, y, z) das ondas. ✿ Geofones modernos: não possuem transmissão analógica nem tomadas, sistema pequeno e leve, baixo consumo de energia e três componentes. → Como funciona um geofone Um ímã cilíndrico contém uma bobina suspensa por uma mola muito sensível e calibrada, as vibrações no terreno geram pulsos elétricos na bobina e deslocamentos de 10-8 a 10-10m são detectáveis. ✿ Streamers terrestres: são cabos com geofones conectados que podem ser arrastados por um veículo. ✿ Sismógrafo: instrumento para gravação e display de dados sísmicos, multi-canal, amplificador de sinal, demultiplexador, conversor de sinal analógica/digital, possui memória para gravação de dados e tela display e impressora. → Tipos de Geometria de Aquisição Os tipos mais comuns são: ✿ Split-Spread simétrico ✿ Split-Spread assimétrico Em um arranjo split-spread, o tiro é posicionado no meio, sendo a curvatura hiperbólica mais evidente. Este arranjo fornece informação sobre o mergulho dos refletores. (figura a) ✿ End-on empurrando ✿ End-on puxando A energia é reorganizada por arranjos de curvatura hiperbólica, com o end-on shooting, somente um lado da curva hiperbólica é mostrado. (figura b) ✿ Reflexões primárias: raio retorna para a superfície depois da reflexão em uma simples interface. ✿ Múltiplas: o raio reflete mais de uma vez na interface e depois retorna a superfície. Shot gather: coleção de traços associados com a locação do single shot → Cobertura Simples Técnica convencional, 100% cobertura, registro analógico, bidirecional. Tem-se que garantir as hipérboles, caso contrário efetua-se o mesmo tiro. É um método caro e de baixa produção. → CDP (common Depth point) Técnica unidirecional, 600 a 12000% de cobertura digital. Sua vantagem é eliminar os múltiplos do fundo mar e apresentar baixo custo. Dados refletidos são coletados usando duas aproximações principais: ✿ Common midpoint method (CMP): multi-channel, a redundância aumenta a qualidade do sinal em relação ao ruído ✿ Common offset method (COM): single channel Sísmica em Furos de Sondagem Os ensaios sísmicos em furos de sondagem possibilitam a determinação precisa das velocidades das ondas de compressão (P) e cisalhantes (S) e, assim, o cálculo dos parâmetros dinâmicos dos solos. Esses ensaios são denominados cross-hole, down-hole e up-hole em função da posição da fonte no furo. São ensaios não destrutivos, de rápida execução, abrangendo grandes volumes de maciço. Down-hole e up-hole são realizados em apenas um furo e emprega uma sonda com um geofone ou acelerômetro, localizada no interior desse furo. ✿ Cross-hole: mais eficazes para determinação dos parâmetros dinâmicos dos solos e consiste na colocação de uma fonte mecânica geradora de ondas elásticas num furo e no mínimo dois geofones em outros dois furos alinhados como o primeiro, todos no mesmo nível. A fonte mecânica irá produzir ondas P e ondas S. (figura a) ✿ Down-hole: a fonte geradora de ondas sísmicas fica localizada na superfície do terreno. Na fonte há um dispositivo de contato, que envia um sinal para o sismógrafo no instante do golpe. Nesse instante, o sismógrafo começa a registrar as ondas captadas pelos geofones. (figura b) ✿ Up-hole: a fonte fica dentro do furo e o receptor na superfície do terreno. A interpretação dos resultados desse ensaio é semelhante àquela realizada pela técnica down-hole. É mais difícil gerar ondas do tipo desejado. (figura c) → Tomografia Sísmica Fornece uma descrição detalhada ou uma interpretação mais acurada das variações nas propriedades e heterogeneidades do reservatório. Consiste em um levantamento sísmico no qual fontes sísmicas são detonadas dentro dos poços, enquanto os receptores são colocados dentro de outro poço. As trajetórias das ondas recobrem o reservatório proporcionando uma redundância de informações. → Os dois registros, ondas ascendentes e ondas descendentes, quando agrupadas as suas informações, obtém-se uma resposta de alta qualidade das reflexões próximas ao poço, que permite: ✿ Amarrar as seções sísmicas com dados do poço ✿ Avaliar o efeito da absorção de energia sísmica ✿ Posicionar o fundo do poço com relação às rochas subjacentes ✿ Verificar o mergulho dos refletores na vizinhança Aplicações mais específicas são obtidas quando os tiros na superfície são detonados em posições mais distantes da boca do poço. Neste caso, denomina-se VSP com afastamento ou walkaway VSP que permite rastrear zonas de interesse com precisão em posições afastadas do poço. →Sísmica de alta resolução Posicionamento e assentamento de equipamentos de perfuração e produção. Os vários métodos de sísmica rasa, fonte de alta frequência, fornecem as seguintes informações sobre o fundo do mar: ✿ Mapas batimétricos de precisão ✿ Estratigrafia dos sedimentos do fundo ✿ Falhamentos ✿ Presença de gás nos sedimentos ✿ Exsudação de gás Tais informações são fundamentais para a segurança no posicionamento de plataformas de perfuração e para o planejamento (assentamento dos equipamentos de produção) Sistema de Controle da Fonte → Detonação dos airguns do arranjo comandada pela navegação → Controle do sincronismo dos canhões dos arranjos → Controle da alimentação de ar dos canhões → Registro do tempo do tiro (fornecido pelos transducers dos canhões) A aquisição de dados sísmicos marítimos para melhorar a eficiência, reduzir os custos e obter dados melhores faz uso do CLO, que aproveita o tempo de percurso longo em áreas de águas profundas. ✿ Navio sísmico: fonte, streamer e registro ✿ Navio fonte: somente fonte, localizado a 1 comprimento do streamer a frente do navio sísmico Processamento de Dados Sísmicos Processamento → Interpretação Processamento sísmico é o conjunto de tratamentos aplicados aos dados coletados pela aquisição, com o objetivo de gerar a imagem das estruturas geológicas de subsuperfície. Em termos gerais, o fluxo dos módulos têm a finalidade de minimizar efeitos que degradam os dados e amplificar a resposta das estruturas subterrâneas. → Ruídos ✿ Coerentes: onda Rayleigh, reflexões de alto ângulo de incidência ✿ Ondas aéreas: ruído da explosão ✿ Muito incoerente: sem alinhamento (aleatórios: tráfego) ✿ Reverberações: pequeno período com ressonância → Critérios para Atenuação de Ruídos O tempo de propagação: grava-se o sinal e desliga-se durante o ruído. Já a direção de propagação: filtros especiais e de velocidade. Durante o processamento, a meta é remover os ruídos e reforçar o sinal. Sequência Convencional de Processamento de Dados Sísmicos → Pré-processamento ✿ Edição: geração dos gráficos distância x tempo da reflexão para obtenção da velocidade dos meios e o sinal sísmico (amplitude) para determinar o traço sísmico ✿ Correção primária: correções das distorções do equipamento (receptores e gravação) ✿ Correções estatísticas: correção de anomalias superficiais e topográficas em relação a referência (nível do mar) → Deconvolução Aumento da resolução → Atenuação de múltiplos ✿ Filtro matemático: remove as reverberações (reflexões internas das rochas e múltiplas no fundo do mar) ✿ Algoritmos: construídos pelos geofísicos para analisar os traços sísmicos com parâmetros já definidos. São responsáveis pela construção de operadores matemáticos de filtragem. ✿ Balanceamento: após a deconvolução para recuperação da energia que foi perdida pelo sinal sísmico (assinatura da fonte) durante a propagação. Essa perda de energia provoca um decréscimo exponencial na amplitude do registro em função da profundidade → Reagrupamento ✿ Ordenação das famílias CDP: agrupamento dos pontos em comum em famílias de uma mesma característica geológica. Após os agrupamentos, os traços de uma mesma família são somados. ✿ Análises de velocidade: para interpretação e correções dinâmicas → Correções Dinâmicas: consistem em corrigir a posição do tempo em relação à distância dos receptores. Após isso, colocam-se todos os traços sísmicos de um sismograma com offset igual a zero, isto é, com afastamento entre a fonte e o receptor nulo. ✿ Empilhamento: somatória dos traços sísmicos ✿ Somatório horizontal dos traços ✿ Seção bruta: após o somatório e o empilhamento, é obtida sem as correções das inclinações dos refletores em sub-superfície. → Filtragem ✿ Após, são aplicados filtros especiais para melhorar a imagem das seções. → Trajetória das Ondas ✿ Ondas diretas O raio aproxima-se de uma reta. O aumento linear do offset causa um aumento praticamente linear do tempo de ida e volta da onda. ✿ Ondas Refratadas O raio percorre um trecho paralelo ao refletor. O aumento linear do offset causa um aumento praticamente linear do tempo de ida e volta da onda. ✿ Ondas Refletidas O raio percorre uma trajetória em ângulos mais abertos em função do aumento do offset. O aumento linear do offset causa um aumento progressivamente menor no tempo de ida e volta da onda. → Processamento A primeira etapa do processamento convencional é o reagrupamento das famílias de tiro em famílias CDP. ✿ Famílias CDP: a aquisição dos dados é realizada através de um arranjo de receptores, normalmente alinhados, e que se deslocam paralelamente a este alinhamento, com o deslocamento e a repetição da emissão do pulso, um mesmo ponto reflete o pulso várias vezes, e é recebido por receptores a diferentes distâncias da fonte (offset). Portanto, família CDP é o conjunto de informações derivadas de um mesmo ponto por diferentes refletores. ✿ Correção NMO: segunda etapa do processamento, consiste no cálculo para cada sinal, a resposta correspondente a uma onda perpendicular ao refletor, ou seja, cuja trajetória de ida e volta coincidem. ✿ Análise de velocidades: a correção NMO depende do conhecimento da velocidade de cada trecho entre refletores. ✿ Empilhamento: soma de todos os sinais de uma família CDP. Gera a seção sísmica bruta. O número de traços somados varia com a profundidade devido ao mute. ✿ Correção estática: corrige a topografia em levantamentos terrestres, evitando distorções (exemplo de levantamento em vale resultando em falso anticlinal). São, portanto, correções dos efeitos da topografia e da camada de intemperismo, ou seja, da camada de baixa velocidade. Mas como se calcula o deslocamento estático? Mapeando-se a Zona de Baixa Velocidade, obtendo sua velocidade (vo em m/s), calculando sua espessura e estimando a velocidade da rocha fresca V1. → Migração Por fim, após a obtenção da seção sísmica bruta, há uma última correção a ser feita. Como os CDPs são os pontos em que a onda vai e volta na mesma trajetória, camadas inclinadas são posicionadas, na seção bruta, deslocadas em relação a sua posição real. Pode-se fazer migração pré-empilhamento e migração em profundidade. As camadas não são planas, gerando artefatos na seção sísmica. Migração é o processo que migra as reflexões para os lugares corretos. Há vários tipos de migração com diferentes graus de dificuldade (tempo de processamento) e resultados. ✿ Colapso de hipérboles ✿ Sorrisos Quando existem eventos geológicos como falhas, dobras, inclinação de camadas e etc. faz-se necessário um processamento especial. A migração em tempo tem finalidade de deslocar a reflexão da onda para locais ajustados a profundidades do terreno.
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