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Resolução Exercício 7 (Hicks e Minsky) PEC IV prof. Javier

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Universidade Federal Fluminense
Graduação em Ciências Econômicas 
Pensamento Econômico IV 
Exercício 7: 
Uma comparação da leitura feita por Minsky e a feita por Hicks da Teoria Geral de Keynes leva às seguintes conclusões: 
Inicialmente, quanto ao objeto de estudo da economia, cabe destacar que para Hicks um dos objetos de estudo da economia são as flutuações econômicas. Já Minsky afirma que: “O problema econômico é identificado de acordo com Keynes como o "desenvolvimento do capital da economia", ao invés da atribuição Knightiana que o identifica como a “alocação dos recursos dados entre os empregos alternativos." O foco é a economia de acumulação capitalista que se move ao longo do tempo calendário real.”[1: “The changing progressing, fluctuating economy has to be studied on its own, and cannot usefully be referred to the norm of a static state.” (Hicks, 1936, p. 85)][2: MINSKY, H. The Financial Instability Hypothesis.Working Paper No. 74, maio 1992. (Handbook of Radical Political Economy: Aldershot, 1993) (P. 2)]
No que diz respeito à natureza da moeda, Hicks entende que Keynes propõe que a demanda de moeda se dá tanto pelo motivo “transação” quanto pelo “motivo transação” entendendo que a moeda para Keynes apresenta também natureza especulativa. Da mesma forma, Minsky propõe que o “véu de Keynes implica que o dinheiro está ligado ao financiamento ao longo do tempo”.	[3: HICKS, J. O Sr. Keynes e os “Clássicos”: uma sugestão de interpretação. In: Clássicos de literatura econômica : textos selecionados demacroeconomia.- 3. ed.- Brasília : Ipea, 2010. P. 109: “À semelhança de Lavington e do prof. pigou, o sr. Keynes não acredita, no fundo, que a demanda de moeda possa ser determinada apenas por uma variável – nem mesmo sendo a taxa de juros. ele lhe dá mais destaque do que eles, mas nem eles nem o próprio sr. Keynes pode considerá-la como a única variável a ser levada em conta. A dependên- cia da demanda de moeda da taxa de juros nada mais faz, no fundo, do que quali car a consagrada dependência da renda. entretanto, por maior ênfase que dermos ao “motivo especulação”, o motivo “transação” tem sempre que aparecer também.” ][4: MINSKY , H. The Financial Instability Hypothesis. Working Paper No. 74, maio 1992. (Handbook of Radical Political Economy, edited by Philip Arestis and Malcolm Sawyer, Edward Elgar: Aldershot, 1993) ]
Já no que diz respeito à dinâmica econômica em termos de investimento, produção e emprego temos que Hicks estabelece que a renda total depende diretamente da quantidade de moeda. Dessa forma, o emprego total não é necessariamente determinado imediatamente a partir da renda porque dependerá também da proporção de renda poupada e da maneira como a produção é dividida entre os setores de investimentos e de bens de consumo. se acontecesse de as elasticidades da oferta serem as mesmas em cada um destes setores. Para o autor, um aumento nos incentivos para investir tenderá a elevar a taxa de juros, afetando consequentemente as poupanças. Se ocorrer um aumento nas poupanças o mesmo poderá ser observado na quantidade de investimentos. Nesse cenário, a mão de obra será empregada mais nos setores de investimentos e menos nos de bens de consumo, o que aumentará o número total de empregos se a elasticidade da oferta nos setores de investimentos for maior do que nos de bens de consumo, se ela for menor, este número será reduzido. Minsky por sua vez defende que o “véu de dinheiro” proposto por Keynes ocasiona um cenário no qual o fluxo de dinheiro para as empresas é uma resposta às expectativas de lucro no futuro. Assim, a dinâmica econômica de uma economia capitalista é dada pela interligação entre passado, presente e futuro em termos de bens de capital, relações de trabalho e relações financeiras. [5: HICKS, J. O Sr. Keynes e os “Clássicos”: uma sugestão de interpretação. In: Clássicos de literatura econômica : textos selecionados demacroeconomia.- 3. ed.- Brasília : Ipea, 2010. P. 106][6: MINSKY , H. The Financial Instability Hypothesis. Working Paper No. 74, maio 1992. (Handbook of Radical Political Economy, edited by Philip Arestis and Malcolm Sawyer, Edward Elgar: Aldershot, 1993) ]
Ao tratar do equilíbrio econômico temos que Hicks aponta que é possível que este se de abaixo do nível de emprego uma vez que considera as expectativas como variáveis exógenas o que o levou a uma adaptação do equilíbrio em Walras para as condições não estacionárias, dada a devida importância para a moeda no processo. Minsky por outro lado apresenta dados empíricos para corroborar seu entendimento de que a economia nem sempre está em conformidade com a proposta clássica de Smith e Walras de um sistema que está constantemente buscando e sustentando o equilíbrio. Dessa forma, Minsky defende a existência de múltiplos equilíbrios isso porque o sistema capitalista não seria globalmente estável, sendo necessário contemplar vários equilíbrios estáveis.[7: MINSKY, 1972]
	Por fim, no que se refere à estabilidade do sistema econômico, temos que Hicks adereça o trata o problema da estabilidade em um mercado competitivo múltiplo em sentido restrito, tratando apenas da estabilidade local. Assim, o autor não se propõe a explicar que qualquer que seja o estado inicial da economia prevalecem as condições estáticas. Minsky por outro lado, aborda a questão da estabilidade por meio das três relações de renda-débito para as unidades econômicas: finanças hedge, especulativas e Ponzi. Dessa forma, se o Hedge for predominante, a economia pode muito bem ser um sistema que tende ao equilíbrio e a sua manutenção. Por outro lado, quanto maior o peso das finanças especulativas e Ponzi, maior a probabilidade da economia ser um sistema amplificador de desvios. Assim, o autor propõe que “o primeiro teorema da hipótese da instabilidade financeira é que a economia tem regimes de financiamento que a tornam estável, e os regimes de financiamento que a tornam instável. O segundo teorema da hipótese de instabilidade financeira é que, ao longo de períodos de prosperidade prolongada, a economia transita das relações financeiras que contribuem para um sistema estável para relações financeiras que contribuem para um sistema instável.”[8: MINSKY , H. The Financial Instability Hypothesis. Working Paper No. 74, maio 1992. (Handbook of Radical Political Economy, edited by Philip Arestis and Malcolm Sawyer, Edward Elgar: Aldershot, 1993) (p. 5) ]

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