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A situação atual no Oriente Médio pode se transformar em uma guerra de grande escala entre Irã e Israel

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O Brasil perspectivas globais para 2018
O Grande Oriente Médio
Jerusalém está no centro do conflito que já dura mais de 70 anos entre israelenses e palestinos - ambos veem a cidade como sagrada e a reivindicam como capital. Embora de religiões diferentes (israelenses são judeus e entre os palestinos há muçulmanos, cristãos e drusos), o conflito não é religioso, mas territorial. Esse conflito se acirrou no fim do século XX.
A Palestina, também chamada de "Terra Santa", está localizada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo. Até o início da Primeira Guerra Mundial estava sob o domínio do Império Otomano. A área disputada pelos dois grupos passou a ser dominada por judeus a partir do fim da guerra. Ao fim do conflito, os judeus iniciaram uma série de movimentos migratórios em uma tentativa de fuga das perseguições ocorridas na Europa.
Ao término da Segunda Guerra Mundial (1945), os judeus sionistas – integrantes de um movimento surgido da Europa - passaram a pressionar a realização de um antigo pleito, a criação do Estado Judeu. om apoio internacional, principalmente pela ação norte-americana, a região foi dividida em 1948-1949 em três partes: Estado de Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza.
A divisão, programada pela ONU (Organização das Nações Unidas), previa o repasse de 55% do território aos judeus e 44% permaneceria com aos palestinos. Em 14 de maio de 1948, contudo, foi fundado Israel, após a retirada dos ingleses. No dia seguinte, Egito, Síria, Jordânia e Iraque invadem Israel e deflagram a Guerra da Independência, que foi chamada de Nakba ou catástrofe pelos árabes.
A guerra terminou em 1949 e teve como resultado a expulsão de 750 mil palestinos que passaram a viver como refugiados em movimento conhecido como êxodo de Nakba.
Como resultado da expulsão dos palestinos, Israel aumentou o território em 50%. A extensão de terras foi indicada pela ONU e ocupam 78% da área destinada à Palestina.
Em 1964, foi criada a OLP (Organização para a Libertação Palestina), liderada por Yasser Arafat, para lutar pelos direitos perdidos por esse povo na região com os acontecimentos então recentes. O principal grupo político da OLP, também controlado por Arafat, era o Fatah, um grupo moderado ainda hoje existente.
Com a reação dos países árabes circundantes, que eram contrários à criação do Estado de Israel, teve início a Guerra dos Seis Dias em 1967. Em apenas seis dias os israelenses tomaram a Faixa de Gaza e a Península do Sinai do Egito, as Colinas de Golã da Síria, Jerusalém Oriental da Jordânia e a Cisjordânia. Mesmo com a resolução posterior da ONU em que Israel deveria devolver tais territórios, estes continuaram sob domínio israelense por um bom tempo.
Em 1979, Israel decidiu pela devolução da Península de Sinai para o Egito após a mediação dos Estados Unidos no sentido de selar um acordo entre os dois países, chamado de Acordos de Camp David. Com isso, os egípcios tornaram-se os primeiros povos árabes a reconhecer oficialmente o Estado de Israel, gerando profunda revolta entre os demais países da região.
No ano de 1987 chegou ao auge a Primeira Intifada, uma revolta espontânea da população árabe palestina contra o Estado de Israel, quando o povo atacou com paus e pedras os tanques e armamentos de guerra judeus. A reação de Israel foi dura e gerou um dos maiores massacres do conflito, o que desencadeou uma profunda revolta da comunidade internacional em virtude do peso desproporcional do uso da força nas áreas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. No mesmo ano, foi criado o Hamas, que, mais radical, visava à destruição completa do Estado de Israel, ao contrário da OLP, que objetivava apenas a criação da Palestina.
Em meados da década de 1990, a situação aparentava caminhar para o seu fim, quando Yasser Arafat e o então primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin realizaram os Acordos de Oslo, mediados pelo presidente dos EUA à época, Bill Clinton. Com isso, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, responsável por administrar todo o território da Palestina, envolvendo partes da Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
No entanto, em 1995, Yitzhak Rabin foi assassinado por um extremista judeu, e a extrema-direita ganhou força dentro de Israel. Dessa forma, os judeus não cederam mais para a desocupação das áreas onde ainda resistia a população palestina. Por essa razão, os termos de paz dos Acordos de Oslo resultaram em fracasso.
No ano de 2000, teve início a Segunda Intifada, liderada pelo Hamas. Uma ofensiva palestina foi montada contra Israel, que novamente respondeu duramente, além de demolir casas de palestinos e iniciar a construção do Muro da Cisjordânia ou Muro de Israel em 2002. Os conflitos foram sangrentos e milhares de mortes aconteceram em ambos os lados da guerra, que se estendeu até 2004 com a morte do líder do Hamas. Acordos de paz foram realizados e, assim, teve início a desocupação por parte de Israel da Faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia, ações que resultaram no recebimento do Prêmio Nobel pelo primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon.
Em 2006, a vitória do Hamas sobre o Fatah nas eleições da Autoridade Nacional Palestina elevou novamente a tensão na região, o que se intensificou com o não reconhecimento do pleito por parte dos EUA, União Europeia e outros países ocidentais. Os atentados terroristas, sobretudo com carros-bombas, prosseguiram sobre Israel, que buscava várias tentativas de eliminar o Hamas, incluindo a adoção de embargos econômicos sobre Gaza, o que afetava também a população civil.
Em 2008, um acordo de cessar-fogo foi realizado entre o Hamas e Israel através da mediação do Egito. No entanto, seis meses depois, o acordo não foi renovado, pois os judeus recusaram-se a findar o bloqueio econômico então adotado. Assim, continuamente, a região continua a ser alvo de novos ataques e disputas. Em 2014, no entanto, novas ofensivas aconteceram, quando três jovens judeus foram assassinados em um ato atribuído ao Hamas, que negou a autoria. Com isso, um jovem palestino foi assassinado por um extremista judeu, rompendo com a frágil paz da região. Houve ataques dos dois lados, mas Israel, por ter melhores defesas e melhores armamentos, passou a ter vantagens sobre a Palestina. Cerca de 65 soldados israelenses foram mortos, enquanto mais de dois mil palestinos, combatentes e civis foram assassinados no conflito. Por essa razão, muitos países, incluindo o Brasil, passaram a questionar a atuação de Israel na região.
O presidente americano, Donald Trump, reconheceu Israel como um país e celebrou a medida em um pronunciamento. "Israel é uma nação soberana que tem o direito de determinar qual é sua capital, mas nós falhamos por muito tempo em reconhecer o óbvio", declarou Trump. Segundo ele, os Estados Unidos continuam "comprometidos em viabilizar um acordo de paz duradouro". 
A disputa pela cidade, sagrada não só para judeus e muçulmanos, mas também para cristãos, é quase tão antiga quanto a briga por territórios entre israelenses e palestinos - e a decisão tomada pelo presidente Trump foi vista como um risco às negociações de paz na região.
Já na Síria, A Guerra na foi deflagrada quando um grupo de cidadãos se indignou com as denúncias de corrupção reveladas pelo WikiLeaks. Em março de 2011 são realizados protestos ao sul de Derra em favor da democracia. A população revoltou-se contra a prisão de adolescentes que escreveram palavras revolucionárias nas paredes de uma escola. Como resposta ao protesto, o governo ordenou às forças de segurança que abrissem fogo contra os manifestantes causando várias mortes. A população revoltou-se contra a repressão e exigiu a renúncia do presidente Bashar al-Assad.
A região do Oriente Médio e Norte da África era sacudida por uma onda de protestos contra o governo que ficaram conhecidas como Primavera Árabe. Em alguns casos, como o da Líbia, o dirigente máximo do país foi afastado. Entretanto, o presidente sírio respondeu com violência e usou o Exército para se reprimir os manifestantes.
Por sua vez, a oposição começa a se armar
e lutar contra as forças de segurança. Brigadas formadas por rebeldes começam a controlar cidades, o campo e as vilas, apoiados por países ocidentais como Estados Unidos, França, Canadá, etc. 
Os dois lados do conflito começam a impor o bloqueio de alimentos aos civis. Também é interrompido ou limitado o acesso à água. Por diversas vezes, as forças humanitárias são impedidas de entrar na zona de conflito. Além disso, o Estado Islâmico aproveita a fragilidade do país e se lança a conquistar cidades importantes em território sírio. Sobreviventes relatam que são impostos duros castigos para quem não aceita suas regras. Entre eles estão espancamentos, estupros coletivos, execuções públicas e mutilações. 
A retórica da divisão atende aos interesses da Arábia Saudita e do Irã no Oriente Médio, mas o sectarismo não é a raiz do conflito entre os dois países muçulmanos. O relacionamento tenso gira mais em torno do poder e da influência, seja na Síria, no Iraque, no Iêmen, no Bahrein, no Líbano ou dentro de casa. Com o apoio dos Estados Unidos, Riad e Teerã tentaram melhorar os laços durante a década de 1960, o rei Faisal, da Arábia Saudita, e o xá Mohammad Reza Pahlavi realizaram visitas oficiais de Estado aos respectivos países.
A revolução de 1979 no Irã, liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, levou à derrota do xá e mudou fundamentalmente as relações entre o que se tornaria uma república islâmica dominada pelos xiitas e o reino de maioria sunita. Após violentos confrontos em 1987 entre peregrinos xiitas e forças de segurança sauditas em Meca, que deixaram mais de 400 mortos, Khomeini criticou a liderança do reino como "wahabistas vis e ímpios", uma referência ao movimento islâmico ultraconservador promovido e exportado pelo governo em Riad. O incidente provocou protestos em Teerã, que resultaram no ataque à embaixada da Arábia Saudita, o que, por sua vez, levou Riad a cortar os laços diplomáticos com Teerã.
Após o fim da guerra entre Iraque e Irã, os dois países iniciaram uma redução cautelosa das hostilidades. A reaproximação durante a década seguinte culminou com a visita oficial do então presidente iraniano, Mohammad Khatami, a Riad em 1999 e após a Revolução Islâmica, o Irã começou a ser visto pelo Ocidente como uma ameaça em potencial para a segurança regional e global, com foco especial em suas ambições de energia nuclear. A tensão contínua provocou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em 2006, que determinou sanções ao Irã, porque o país se recusava a suspender imediatamente seu programa de enriquecimento de urânio.
No entanto, o acordo nuclear de 2015, negociado pela Alemanha, China, França, Rússia, Reino Unido e EUA, marcou outra reviravolta. Sob o acordo, o Irã reduziria o seu programa nuclear em troca do relaxamento das sanções econômicas. Para a Arábia Saudita, o acordo ameaça minar seu domínio regional, já que a comunidade internacional acolheu de bom grado o Irã como uma fonte de petróleo e de novas oportunidades de negócios, efetivamente fornecendo ao país uma nova forma de legitimidade internacional. 
Após o acordo, a Arábia Saudita lançou várias operações que ameaçam os interesses iranianos em toda a região. No Iêmen, Riad continuou a lutar contra rebeldes apoiados pelo Irã e, na Síria, apoia grupos islâmicos antigovernamentais. A execução de vários membros da comunidade xiita da Arábia Saudita, incluindo o prominente clérigo Nimr al-Nimr em janeiro de 2016, desencadeou manifestações violentas em Teerã, com manifestantes incendiando a embaixada da Arábia Saudita. Riad respondeu cortando todos os laços com o Irã – e é esta a situação atual.
EUA e a Coreia do Norte
Durante toda a Guerra Fria e mesmo depois dela, nunca um dos presidentes dos EUA se encontrou pessoalmente com um mandatário norte-coreano, o que dá um ineditismo histórico à reunião, ainda que ela não traga muitos resultados efetivos.
Em 1945, a ocupação japonesa da Península da Coreia termina com sua derrota na Segunda Guerra Mundial. A Coreia é dividida pelo paralelo 38 entre o Norte, governado por Kim Il-Sung com o apoio soviético, e o Sul, protegido pelos Estados Unidos. Em junho de 1950, a Coreia do Norte invade o Sul com o apoio da China e da União Soviética. Uma coalizão liderada pelos Estados Unidos retoma Seul. Em julho de 1953 é firmado um armistício que jamais se converteu em um acordo de paz, e Washington adota sanções contra a Coreia do Norte.
Em janeiro de 1968, a Coreia do Norte captura o USS Pueblo, um "navio espião" americano. Seus 83 tripulantes são libertados após 11 meses de detenção. Segundo Pyongyang, o navio violou suas águas territoriais, algo que os Estados Unidos nega. Em 1969, a Coreia do Norte derruba um avião de reconhecimento americano.
Em junho de 1994, o ex-presidente americano Jimmy Carter realiza uma inédita viagem à Coreia do Norte, com a autorização do então presidente, Bill Clinton. Em 1998, a Coreia do Norte realiza um tiro de míssil balístico de longo alcance, mas um ano depois Kim Jong-Il decreta uma moratória de seus testes de mísseis e Washington alivia as sanções.
Em janeiro de 2002, o presidente americano George W. Bush situa Coreia do Norte, Iraque e Irã no que chama de "Eixo do mal". Em agosto de 2004, Pyongyang declara que é "impossível" participar de novas negociações com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear, qualificando Bush de "tirano" pior que Hitler e "imbecil político". Em 2006, a Coreia do Norte realiza seu primeiro teste nuclear. Em outubro de 2008, Washington retira Pyongyang da lista negra de países que apoiam o terrorismo, na qual figurava desde 1988 por seu suposto envolvimento na destruição, em 1987, de um avião comercial sul-coreano (com 115 pessoas a bordo), em troca do controle de "todas as instalações nucleares" do regime comunista.
Em 2017, a Coreia do Norte testou sua arma nuclear mais poderosa e lançou três misseis balísticos intercontinentais que seriam, supostamente, capazes de alcançar o continente americano. E desde a chegada de Trump à presidência, a relação entre os dois países se degradou e a retórica de ataque mútuo aumentou muito.
Os sul-coreanos, que estão intermediando a aproximação entre os dois países, diz que Kim busca salvar a economia norte-coreana, maltratada pelas sanções impostas pelos Estados Unidos e pelo Conselho de Segurança da ONU. Já a decisão de Trump de se reunir com Kim pode estar ligada à liderança forte que ele tenta projetar como presidente.
Entre as possibilidades estão uma troca de compromissos verbais sobre o abandono do programa nuclear da Coreia do Norte e até mesmo um tratado de paz entre os países. Uma grande questão será se Trump pode aceitar um congelamento do programa nuclear da Coreia do Norte, no lugar de sua total eliminação.
Trump, Rússia e China
Em maio de 2016, surgiram os primeiros relatos de ataques de hackers contra o Partido Democrata. Nos dois meses seguintes, começaram a pipocar relatos de que agências americanas de inteligência tinham rastreado os ataques até chegarem a hackers russos.
Em julho, na véspera da Convenção Nacional Democrática, o site Wikileaks, especializado no vazamento de documentos sigilosos, publicou 20 mil e-mails internos roubados pelos hackers. Agentes da inteligência dos EUA disseram acreditar que a Rússia estava por trás da operação, mas a campanha de Trump se recusou publicamente a aceitar que isso fosse verdade.
Na mesma época em que o escândalo de hackers começava a vir à tona, Paul Manafort, o então gerente da campanha eleitoral de Trump, foi acusado de aceitar milhões de dólares para representar interesses russos na Ucrânia e nos EUA, incluindo negociações de um oligarca próximo ao presidente russo, Vladimir Putin.
Em outubro, a agência americana de inteligência divulgou uma declaração acusando formalmente a Rússia de orquestrar o hacking do Comitê Nacional Democrático. Trump continuou se recusando a aceitar essa versão, chegando a dizer, em um debate presidencial, que "poderia ser a Rússia, mas também poderia ser a China, também
poderia ser muitas outras pessoas. Também poderia ser alguém sentado em sua cama que pesa 400 kg".
O relatório do FBI e do Departamento de Segurança Interna dos EUA sobre as descobertas das agências de inteligência ligando a Rússia aos hackers foi divulgado em dezembro.
Em resposta, o presidente Barack Obama expulsou 35 diplomatas russos e aplicou novas sanções à Rússia. Mas, quando muitos esperavam uma resposta dura por parte do presidente russo, Putin declarou que não retaliaria. Trump, já eleito, tomou partido do presidente russo, tuitando: "Grande movimento com atraso (por V. Putin) - Eu sempre soube que ele era muito inteligente!"
A decisão de Putin surpreendeu alguns, mas, à época, muitos já achavam que, sob Trump, as relações com a Rússia poderiam mudar e que Putin poderia ter razões para achar que as sanções viriam a ser relaxadas ou até mesmo eliminadas. Trump não esconde seu respeito por Putin nem o desejo de estabelecer laços mais estreitos com a Rússia. Mas a questão mais complicada, da qual o presidente simplesmente não consegue se livrar, é o quanto e há quanto tempo que esses laços já vinham se estreitando.
Já a China, passou a ser vista como inimiga por Trump. No início de 2016, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicaram um estudo em que analisaram as relações comerciais entre Estados Unidos e China, fortalecidas nos anos 90 e consolidadas por um acordo junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001.
Os autores de O Choque da China concluíram que essa relação "afetou dramaticamente um grande número de indústrias que empregavam muita mão de obra nos Estados Unidos". Trump prometeu durante a campanha que puniria empresas americanas que transferissem postos de trabalho para a China.
Na campanha eleitoral, Trump disse que a China era responsável pelo "maior roubo da história mundial". Acusou o país asiático de "violentar" os Estados Unidos com suas exportações baratas. Outra acusação de Trump é que a China desvaloriza deliberadamente sua moeda, o yuan, para derrubar os preços globais das exportações. Os ataques de Trump à China são motivados pelo argumento de que o comércio entre os dois países desfavorece os Estados Unidos.
Reino Unido e Catalunha 
O Reino Unido apresentou o seu primeiro pedido de adesão à Comunidade Econômica Europeia em 1961, mas a França vetou a entrada do Reino Unido duas vezes, em 1963 e em 1967. Porém, após a saída do então presidente francês Charles De Gaulle, as negociações foram reabertas e surgiu a nova oportunidade de entrada na Comunidade.
O Reino Unido aderiu à Comunidade Europeia da maneira em que esta se encontrava, em 1 de Janeiro de 1973. Isso não foi bem aceito por parte da população à época. O “casamento” do Reino Unido com a União Europeia sofreu criticas ao longo dos anos, incluindo problemas econômicos de países considerados menos influentes e crises imigratórias.
Em fevereiro de 2016, o então Primeiro Ministro David Cameron anunciou que em 23 de junho de 2016 haveria um segundo plebiscito para que fosse possível saber qual a vontade atual da maioria da população britânica; permanecer ou sair da União Europeia. Cameron particularmente defendia a permanência do Reino Unido no bloco.
O Reino Unido ficou dividido entre sair ou permanecer na União Europeia e a população tinha sentimentos, pensamentos e opiniões divergentes sobre o assunto. Ninguém sabia exatamente o que estava por vir, pois as pesquisas demonstravam números muito próximos da metade para ambos os lados. Um misto de medo e esperança tomava conta das discussões.
O mundo teve a sua atenção voltada para o Reino Unido na data de votação e o resultado foi visto como uma desagradável surpresa: 52% dos eleitores britânicos haviam votado pela saída do bloco econômico. Esta realidade chocou o cenário internacional.
Os termos “Brimain” (British Remain) e “Brexit” (British Exit) se referiam às possibilidades de permanência e saída do Reino Unido da União Europeia, respectivamente. A saída do Reino Unido deixa a União Europeia em uma situação preocupante. Por ser uma das maiores economias do mundo, muitos dos outros países do bloco dependiam do Reino Unido. A União Europeia poderá ficar, de certa forma, menos atraente para investimentos.
Entre as consequências imediatas da decisão popular do “Brexit”, está também a queda brusca do valor da libra esterlina, que afetou os mercados nacionais e internacionais. Além deste fato, cabe também afirmar que tal decisão causou grande preocupação na população britânica que vive em outros países da União Europeia, assim como na população europeia que vive no Reino Unido. Incertezas e dúvidas surgiram e muitos ainda não sabem exatamente como agir diante de tal situação.
As consequências atuais e futuras do “Brexit” no que tange a saída dos imigrantes europeus do Reino Unido têm confundido muitos. Não e raro ver e ouvir determinadas informações sobre o “Brexit” que não condizem exatamente com o que ocorre no momento.
Na Catalunha, o governo espanhol acionou pela primeira vez desde 1975, um mecanismo para intervir na Catalunha, uma de suas regiões autônomas. A forte medida ocorre depois que a região manteve a decisão de se separar da Espanha. O primeiro-ministro da Espanha disse que vai remover os atuais líderes catalães do poder, mas não pretende dissolver o parlamento. O anúncio foi feito após uma reunião de emergência neste sábado.
A ideia do governo é chamar por eleições regionais o mais rápido possível - no máximo em seis meses. As medidas ainda precisam ser votadas pelo senado. Já o presidente catalão, Carles Puigdemont, disse que não vai aceitar a decisão do governo espanhol. 
A "independência" catalã foi aprovada em um controverso referendo em 1º de outubro, que teve participação de menos da metade do eleitorado da região –com a maioria dos que votaram pedindo pela separação. A votação não foi reconhecida pelo governo espanhol. Semanas atrás, Puigdemont chegou declarar a independência e depois suspendeu seus efeitos para negociar com o governo.
O artigo 155 foi incluído na Constituição espanhola em 1975 como uma espécie de proteção de emergência para o caso de alguma das 17 regiões autônomas que formam o país "não cumprirem as obrigações impostas pela Constituição e outras leis, ou atuarem de forma a atentar gravemente contra o interesse geral da Espanha". O mecanismo dá poder ao governo central para adotar "as medidas necessárias" para forçar as regiões autônomas a cumprirem suas obrigações constitucionais.
Eleições na América Latinha
Este 2018 será, além disso, um ano crucial na arena política de vários países da região. Com eleições no Brasil, México, Colômbia e Costa Rica, entre outros, o investimento sofrerá pressões para baixo até que seja conhecido o desenlace, especialmente no Brasil e México.
o Brasil (maior economia da região) e a Argentina (a terceira maior) lutam para superar seus desequilíbrios e recuperar o brio econômico, e o México se esforça para manter a pose num momento de máxima incerteza, em plena renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLC), do qual dependem 85% de suas exportações, e tendo que enfrentar a volatilidade causada por um presidente como Donald Trump em seu maior sócio comercial. Por outro, Peru e Colômbia continuam crescendo num bom ritmo, sem grandes obstáculos econômicos no horizonte.
Desde 2002 que o período de eleição presidencial costuma ser sinônimo de volatilidade aos mercados. Nessa época, houve uma desconfiança muito grande sobre o que seria um governo de esquerda e, à medida que Lula subia nas pesquisas, a bolsa caia e o dólar subia. Para quem não lembra, o dólar chegou a ser cotado muito próximo de R$ 4,00, isso a 16 anos atrás!
Fato inverso acabou acontecendo em 2014, época da reeleição de Dilma. No início do ano o mercado dava como certa sua reeleição e os preços já precificavam isso, mas ao longo do ano candidaturas de oposição foram ganhando força e com isso, bolsa subiu e dólar caiu. Claro, não foi um período calmo
e a volatilidade imperou – como quando a candidatura de Marina Silva ultrapassou os 20% de intenções de voto ou quando Aécio Neves teve uma votação no primeiro turno muito mais expressiva do que estimavam as pesquisas.
Com isso, já era de se esperar que houvesse volatilidade nesse ano de 2018. A agonia agora não é por conta do risco de um candidato ou plataforma específicos, e sim, pela falta disso! Já estamos chegando perto das eleições e, apesar de podermos contabilizar perto de 15 nomes com algum potencial, não há ainda a definição de alianças e de um nome forte. E isso, associado a um governo desgastado e acuado, acabam gerando um quadro de completa estagnação. A praticamente dois anos tivemos uma verdadeira “virada de chave” na condução da economia, que estabilizou a inflação e permitiu a queda dos juros num processo muito bem consistente e que, ao que tudo indica, terá vida longa. Isso animou investidores que costumam se antecipar aos fatos e seguir as probabilidades. Muito dinheiro entrou no país e com isso, mais uma vez, bolsa subiu e dólar caiu.
De fato, a economia brasileira melhorou, mas ainda a muito para ser feito por aqui. Os projetos de longo prazo (infraestrutura, concessões, investimentos em empresas) ainda não saíram do papel. Imagine que você fosse um estrangeiro pensando em expandir seus negócios no Brasil investindo com perspectiva de 20 anos ou mais. Você faria isso agora ou esperaria a definição do próximo governo?
É justamente isso que está acontecendo. Além da falta de governabilidade do presidente e do congresso alheio ao mundo real, a economia está em compasso de espera para o que pode vir a acontecer – ou melhor – como o próximo governo conduzirá a economia.
É provável que nos próximos meses comecem a se desenhar as alianças partidárias e, com isso, comecem a se definir os possíveis cenários. De qualquer forma, ainda é esperada uma boa dose de volatilidade para os mercados até o fim do ano. 
Na Venezuela, entre 2004 e 2015, o país com as maiores reservas de petróleo recebeu cerca de 750 bilhões de dólares, em sua mais longa bonança em um século de exploração petroleira. Enquanto a dependência da commodity - fonte de 96% de suas receitas - crescia, o governo de Hugo Chávez (1999-2013) aproveitava o boom para se financiar a baixo custo.
Ele emitiu cerca de 62 bilhões de dólares em títulos soberanos e da petroleira PDVSA, segundo a consultoria Ecoanalítica, e recebeu empréstimos da China e da Rússia. A dívida externa aumentou cinco vezes, a 150 bilhões de dólares. As reservas internacionais atingiram 42,3 bilhões em 2008. Hoje são um quarto disso. Os gastos públicos também dispararam e, em 2012, houve um déficit de 15,6% do PIB, apesar do fato de o barril de petróleo ter atingido uma média recorde de 103,42 dólares.
O governo socialista nacionalizou setores como o cimento e o aço e expropriou centenas de empresas. Desde 2003, monopoliza as divisas e impõe um controle de preços, que, com as expropriações e importações subsidiadas, minou a indústria. O controle cambial resultou em corrupção, com importações fantasmas, superfaturamento e desvio de dólares para o mercado negro, onde as cotações multiplicaram por 12 o oficial.
As estatizações fizeram várias empresas diminuírem e levaram a litígios - como é o caso da petroleira americana ConocoPhillips, que tomou ativos da Venezuela no Caribe para cobrar 2 bilhões de dólares. O caminho para o colapso já estava traçado quando o preço do petróleo despencou de 98,98 dólares o barril, em julho de 2014, a 47,05 no fim do ano. Em 2016, o preço médio foi de 35,16.
As receitas caíram de 121 bilhões de dólares em 2016 a 48 bilhões em 2016. A produção PDVSA foi de 3,2 milhões de barris diários em 2008 a 1,5 milhão em abril passado, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Assim, o impacto da recuperação dos preços é limitado. Como ajuste, o governo reduziu importações e a entrega de divisas, ampliando a escassez de alimentos e medicamentos. As importações, de 66 bilhões de dólares em 2012, serão de 9,2 bilhões em 2018, estima a Ecoanalítica. Venezuela e PDVSA foram declaradas em moratória parcial em 2017 devido a atrasos no pagamento da dívida. Nos próximos quatro anos, os compromissos chegam a 10 bilhões de dólares anuais.
Maduro, que se diz vítima de "uma guerra econômica", anunciou uma renegociação, mas desde agosto Washington proíbe os americanos de negociarem novas dívidas venezuelanas. Um embargo seria iminente, alerta Alejandro Grisanti, da Ecoanalítica, que prevê que a produção de petróleo cairia a 1,2 milhão de barris diários no fim de 2018. Os Estados Unidos apontam para um embargo petroleiro, um cenário catastrófico, pois um terço da produção se destina ao país e representa 75% do fluxo de caixa. A crise venezuelana é uma "das maiores" do mundo em 50 anos, alerta o FMI. E ainda não chegou ao fundo.
Na Venezuela, há cinco anos morria o ex-presidente Hugo Chávez, um nome populista que promoveu melhorias na qualidade de vida dos venezuelanos, principalmente para as classes mais pobres. Quem assumiu o poder desde então foi Nicolás Maduro, que tentou aplicar em seu governo a mesma política de Chávez. As condições que o atual presidente encontrou, no entanto, eram bem diferentes das de quando Hugo assumiu: o preço do barril de petróleo, base da economia da Venezuela, baixou. Medidas de controle estatal próprias do chavismo, modelo de socialismo inspirado pelo bolivarianismo, se mostraram insustentáveis dentro de um contexto de crise política e econômica. 
Cinco anos depois, venezuelanos enfrentam uma situação complicada. Nos mercados, faltam alimentos, produtos de higiene e remédios. A inflação se encontra acima de 800% ao ano, aumentando o preço de insumos básicos, quando esses conseguem ser encontrados. As ruas se enchem de uma oposição cada vez mais radical, que encontra uma resposta igualmente radical por parte do governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), já há 18 anos no poder.
 A situação caótica provocou uma forte onda migratória de venezuelanos miseráveis para os países vizinhos da América Latina, principalmente o Brasil. Cerca de 50 mil venezuelanos entraram aqui após o agravamento da crise político-econômica na nação bolivarianista. 
“A crise tem a ver com o aprofundamento do modelo bolivariano, com equívocos da oposição e com o isolamento internacional da Venezuela”, explica o professor de Ciência Política e Relações Internacionais do Ibmec/MG, Oswaldo Dehon. Segundo ele, o estopim de uma situação de crise que já se espreitava foi a transição de Chávez para Maduro. “Maduro não tem a mesma liderança nem a capacidade de unir forças”, resume.
A economia na Venezuela é pouco diversificada e dependente. A base dessa, aproximadamente 96% da renda, está no petróleo, produto abundante no país, mas de valor que sofre oscilações. Itens de necessidade não são produzidos no país, dependendo da importação de países próximos, entre eles, o Brasil. O preço do barril de petróleo, de 120 dólares em 2008, caiu para menos de 50 dólares a partir de 2014. Além de perder a capacidade de importar, o país não pôde manter os investimentos sociais, um dos pontos mais positivos do governo de Chávez.
O controle nos preços, uma medida tomada por Hugo Chávez para evitar inflação, desestimulou investimentos de iniciativa privada dentro do país. Em alguns casos, a venda era desvantajosa para empresas privadas devido aos impostos, o que ajudou a fazer com que os produtos sumissem das prateleiras. A dependência do Estado na economia prejudica o país, quando esse não consegue, sozinho, suprir as demandas da população.
Outra medida de combate à inflação no governo de Chávez também mostra resultado agora, em tempos de crise. O controle do câmbio, adotado desde 2003 com o objetivo inicial de impedir a fuga de dólares do país, deu espaço para uma corrupção interna por parte dos militares e membros do governo. O desvio ilegal provoca escassez da moeda estrangeira dentro do país, o que agrava o problema
de abastecimento.
A escassez de alimentos e a crise econômica no contexto atual da Venezuela têm aumentado a violência na região. Em 2017, o país registrou os índices de homicídio mais altos da América Latina. Um levantamento do Observatório Venezuelano de Violência (OVV) mostra que, no ano passado, 26.616 pessoas foram assassinadas. Segundo o relatório, as causas das 73 mortes por dia foram a queda vertiginosa da qualidade de vida dos venezuelanos, a dissolução sistemática do estado de direito no país e o aumento da violência e da repressão por parte do Estado. A Venezuela se encontra politicamente dividida. De um lado, estão os que defendem as políticas socialistas do ex-presidente Hugo Chávez. Do outro, os opositores, que esperam há 18 anos o fim do poder de um mesmo partido. Oswaldo Dehon relaciona a crise ao grau de desconfiança em um “ambiente profundamente ideológico”. Protestos de rua afloram questões políticas de uma democracia considerada por alguns como questionável. 
As crises econômica e política se unem quando uma dá forças para a outra. Enquanto o governo prioriza a manutenção do poder, a oposição se faz valer da recessão para obter ganhos políticos. Maduro acusa os líderes oposicionistas de cooptar empresários para reter os seus produtos e agravar o desabastecimento dos supermercados.
Fatores internacionais também influenciam na crise. A pressão vinda do capitalismo, por meio dos Estados Unidos, acirra tensões contra o chavismo. Está prevista uma eleição presidencial para a segunda quinzena de maio – anteriormente, ela ocorreria no dia 22 de abril. O presidente Maduro apresenta-se a um segundo mandato para permanecer no poder até 2025, e tem como opositores Henri Falcón, um dissidente do ‘chavismo’, e quatro outros candidatos.
EUA, México, Canadá e o Nafta
As sucessivas rodadas de negociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, sigla em inglês) permitiram perceber o abismo entre as posições, de um lado, do governo dos Estados Unidos capitaneado por Donald Trump e, de outro, dos governos do Canadá e do México. Em um primeiro momento, as diversas e “pouco convencionais” propostas dos Estados Unidos foram recebidas com incredulidade e preocupação por parte de seus parceiros comerciais, levando-os a buscar soluções que fossem politicamente viáveis para todos. No entanto, a diferença latente entre as expectativas de uns e de outros frente ao conteúdo final do Tratado demonstram a dificuldade de dialogar sobre pontos em comum, quando esses são escassos. Por outro lado, além das dificuldades na negociação próprias de qualquer tratado de livre comércio, nesse caso particular, as possibilidades de êxito serão determinadas pelos processos eleitorais que se realizarão tanto nos Estados Unidos quanto no México ao longo de 2018. Levando em conta esses aspectos, este artigo se propõe a refletir sobre o modo com que a política doméstica desses países (ou seja, os fatores locais) se relaciona com suas negociações comerciais internacionais (os fatores globais).
Ainda que as mudanças na economia internacional tenham um impacto sobre a política doméstica, os processos eleitorais são menos suscetíveis às negociações comerciais que transcorrem a portas fechadas do que às declarações que os líderes políticos fazem sobre elas e sobre si mesmos[1]. Assim, os dois processos eleitorais que se realizarão em 2018 – a campanha presidencial mexicana e as eleições legislativas nos Estados Unidos – serão muito influenciadas por este último fator. No caso do México, o candidato que atualmente lidera as pesquisas presidenciais, Andrés Manuel López Obrador (também conhecido pelo acrônimo “AMLO”), privilegiou, em suas campanhas anteriores, uma comunicação direta com os eleitores. No caso dos Estados Unidos, a política externa mudou de forma acentuada durante o atual governo, o que pode implicar que a renovação de uma parte do Congresso gire em torno da atuação do presidente Trump na política internacional.
Toda política é local. A frase – comumente atribuída a Thomas P. O’Neill, legislador de Massachusetts – significa que as lutas políticas estão sempre ancoradas nos fenômenos estritamente locais, considerando que os políticos são eleitos em um distrito em particular, por habitantes com um conjunto de preferências localmente definidas. A negociação do NAFTA não é indiferente a esse fenômeno: os habitantes do Canadá, dos Estados Unidos ou do México votarão por seus representantes não tanto em função de uma análise das implicações globais do acordo, mas principalmente em função dos impactos locais que as mudanças no Tratado podem trazer. As prioridades dos mexicanos na hora de votar estarão centradas em seus desejos de mudança depois de um governo atormentado por diversos problemas[2]. Nas eleições para o Congresso dos Estados Unidos, esse aspecto é ainda mais relevante: várias coalizões sociais mobilizaram-se para apoiar o NAFTA, exercendo pressão política e destacando que acabar com o acordo teria custos políticos consideráveis. Essa pressão começa a dar frutos, já que o governo Trump parece estar pouco a pouco demonstrando a disposição de se manter no NAFTA. Mas isso não significa, vale a pena esclarecer, que o que ainda resta a negociar seja fácil, sobretudo pela pouca margem de manobra com a qual contam os negociadores. 
Como foi mencionado anteriormente, o principal motivo de mobilização dos eleitores mexicanos neste ciclo eleitoral é o desejo de mudança. O candidato que mais se identifica com essas aspirações é AMLO, quem, depois de ter participado de duas eleições presidenciais, parece ter aprendido aquilo que o beneficia em relação a seus oponentes. Além disso, o ambiente institucional mudou desde sua primeira campanha, em 2006, por causa de uma reforma eleitoral que buscou precisamente acabar com essas práticas. Uma campanha relativamente curta (de cerca de três meses) e com uma população ansiosa por mudanças parece dar, até o momento, uma significativa vantagem a AMLO sobre seus adversários políticos, em especial se considerarmos que ele é um candidato experiente e que evita a polarização.
No entanto, é notável a ausência de argumentos de campanha ligados tanto ao desempenho da economia em geral como à negociação do NAFTA em particular. De fato, embora o NAFTA tenha sido um importante pilar institucional da economia mexicana dos últimos 25 anos – junto com a independência do Banco do México e a Lei Federal de Orçamento e Responsabilidade Fiscal –, o eleitorado mexicano se interessa apenas parcialmente pelas questões econômicas. Isso implica que as negociações comerciais per se não mobilizam o eleitorado suficientemente no momento de votar. Mais ainda, à margem dos argumentos abstratos a favor de um pacto vantajoso para o México, não há incentivos para que os candidatos se declarem firmemente a favor ou contra o acordo, já que todas as coalizões eleitorais são influenciadas por interesses poderosos como os do setor agropecuário ou das indústrias “maquiladoras”.
O conjunto desses fatores – uma campanha mais curta, a ampla vantagem relativa de AMLO nas pesquisas (cerca de dez pontos percentuais) e uma intenção deliberada de sua parte em moderar suas críticas aos adversários – nos faz pensar que essa campanha será diferente das anteriores. Se a isso juntarmos uma renovada confiança nos outros pilares institucionais da economia mexicana já mencionados, é pouco provável que uma eventual vitória de AMLO seja marcada pelas negociações do NAFTA.
Analisando o caso dos Estados Unidos, observamos uma crescente mobilização de grupos de interesse a favor de um “NAFTA melhorado”. Isso é em parte previsível por causa do impacto que teria o fim do acordo em setores como o agrícola, que vê com desconfiança a possibilidade de perder parte dos mercados ganhos nos últimos 25 anos. Além disso, os políticos, sob o lema “toda política é local”, também estão se mobilizando a favor de manter e levar a bom termo as negociações. Dada a polarização que hoje caracteriza os Estados Unidos e a forma com
que se alinham os temas em torno da posição dos líderes partidários (seja no Executivo ou no Legislativo) o NAFTA representa um ponto de crucial interesse neste ano de eleições. A pressão sobre o governo Trump aumentou e os sinais de êxito dessa pressão podem ser percebidos nas recentes declarações de seus altos funcionários. Eles destacam que existem avanços importantes nas negociações e que o resultado final será um novo acordo – e não o fim dele. Além disso, diante dos pronunciamentos erráticos do governo Trump, os funcionários canadenses e mexicanos não perdem a chance de defender o acordo e lembrar que todos perderiam se ele chegasse ao fim[3]. Nesse sentido, a recente assinatura por parte desses países do Tratado Integral e Progressista de Associação Transpacífica (CPTPP, sigla em inglês) não significa que estejam dispostos a abrir mão dos fluxos de comércio que possuem com os Estados Unidos.
Em poucas palavras, ao longo das negociações, foi consolidada uma coalizão de atores domésticos estadunidenses que busca impedir que o governo Trump se retire do NAFTA. Apesar das divisões partidárias, muitos desses atores pertencem ao Partido Republicano e a regiões dominadas por esse partido, enfraquecendo os argumentos partidaristas que a Casa Branca frequentemente adota. Por outro lado, os membros do governo Trump já mostraram, em certas ocasiões, que suas posturas pouco convencionais são apenas uma estratégia de negociação que busca obter concessões dos outros membros. No entanto, o simples fato de que a administração Trump se veja obrigada a explicar suas posições a diferentes atores domésticos mostra até que ponto são importantes as questões locais na definição de uma política pública cujo âmbito principal de influência se encontra na arena internacional.
Com a chegada do mês de março de 2018, e depois de várias rodadas de negociação que se prolongaram além do prazo inicial proposto, ainda restam várias coisas a resolver. No entanto, a dúvida substancial que prevalecia há alguns meses sobre a possibilidade de uma eventual saída dos Estados Unidos do NAFTA desapareceu quase que completamente. Além do argumento sobre a tática de negociação, é provável que o governo Trump tenha considerado que o custo político de sair do acordo seja alto demais – custo significativo para um governo que tem tido dificuldades em “deixar sua própria marca”, mostrando resultados legislativos e ações concretas. Nesse sentido, observamos um cenário de otimismo cauteloso no que tange às possibilidades de conseguir um acordo vantajoso.
Parte da importância das negociações para o setor automotivo está em seus efeitos sobre o desemprego nas regiões industriais que se encontram em decadência econômica. Assim, as manobras na negociação buscam mostrar uma administração que luta pelos setores deixados de lado pelas mudanças da economia global, sem perceber que a mudança tecnológica teve um papel notável. Assim, o pedido do governo Trump de aumentar o conteúdo estadunidense na produção automotiva da região só terá um impacto moderado. O que realmente contará será sua retórica protecionista, independentemente dos resultados concretos. Como consequência, ainda que, neste momento, a probabilidade de uma saída abrupta dos Estados Unidos tenha sido consideravelmente reduzida, isso não descarta que novas dificuldades possam surgir mais à frente. A cautela e firmeza por parte dos negociadores permitiram que hoje se fale com segurança de um novo pacto, e não de um acordo que não existe mais.
Novos bancos, Transpacífica, mega acordos e o Mercosul
A escassez de recursos para financiar o desenvolvimento e os surtos recorrentes de instabilidade nos mercados internacionais, com efeitos mais intensos nas economias emergentes, conferem importância crucial à criação de mecanismos de autodefesa e financiamento. As instituições multilaterais sediadas em Washington – o FMI e o Banco Mundial – mostram grande dificuldade de evoluir e se adaptar à nova realidade internacional, marcada pelo peso crescente das economias emergentes. O G20 está semiparalisado desde 2011. Diante disso, os emergentes vêm tomando, há algum tempo, as suas próprias providências em âmbito nacional e reforçando alianças entre si.
Os Brics – Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul – têm se destacado nesse campo. Desde 2012, esses países vêm negociando cuidadosamente, passo a passo, o estabelecimento de mecanismos independentes de financiamento e estabilização. Refiro-me ao Arranjo Contingente de Reservas (Contingent Reserve Arrangement – CRA) e ao Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank – NDB). O primeiro será um fundo de estabilização entre os cinco países; o segundo, um banco para financiamento de projetos de investimento nos Brics e outros países em desenvolvimento.
 O Brasil tem atribuído, desde o governo Lula, grande importância à atuação no âmbito dos Brics. No governo Dilma, a atuação conjunta com os demais Brics tornou-se uma das principais vertentes da política externa brasileira. Isso se tornou mais claro na cúpula dos Brics em Fortaleza, em julho de 2014, quando foram assinados os acordos que estabelecem o CRA e o NDB. Esses dois mecanismos são complementares às instituições multilaterais de Washington e podem inclusive cooperar com elas. Mas foram concebidos para serem autoadministrados e atuar de forma independente. Enquanto diretor executivo do Brasil no FMI, participei dessas negociações desde o início, em 2012. Este artigo é um breve depoimento sobre o que foi alcançado nesses anos e a tarefa pendente de implementação do fundo e do banco dos Brics.
E entra em cena o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) é uma instituição financeira internacional proposta pela China para fornecer financiamento para projetos de infraestrutura na Ásia. Começando sua atuação em 2015.
O líder chinês Xi Jinping propôs pela primeira vez um banco asiático de infraestrutura em uma cúpula da APEC em Bali em 2013. Muitos observadores interpretaram o projeto como um desafio para os organismos internacionais de empréstimo que são vistos como refletindo interesses da política externa americana, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento. Que a China possa controlar metade das ações com direito a voto do banco contribui para a percepção de que o AIIB será um braço do poder brando chinês. Os EUA questionaram os padrões de governança do banco e suas salvaguardas sociais e ambientais, talvez pressionando os aliados a não solicitarem a adesão. No entanto, apesar das objeções americanas, cerca de metade da OTAN assinou, assim como quase todos os grandes países asiáticos, com exceção do Japão. O resultado é amplamente visto como um sinal da crescente influência internacional da China à custa dos EUA.
E a TPP é um grande acordo comercial multinacional, que o agora vice-presidente Mike Pence apoiava quando era governador do Estado de Indiana, dizendo que "comércio significa empregos, mas também segurança". Antes da saída dos EUA, o TPP reunia 40% da economia mundial, um mercado de 800 milhões de consumidores. Japão, Austrália, Canadá, México, Peru, Chile, Malásia, Vietnã, Nova Zelândia, Cingapura e Brunei continuam no pacto.
A grande ausente entre as potências econômicas do Pacífico é a China, que não tem demonstrado intenção de integrar-se a ele. O acordo - que era uma peça importante da estratégia comercial e geopolítica do ex-presidente Barack Obama - estabelece a base para um grande bloco econômico que, se não sofresse mudanças, reduziria as barreiras comerciais entre os países participantes.
Também unifica a legislação em temas como acesso a internet, proteção a investidores, à propriedade intelectual em áreas como as indústrias farmacêutica e digital, assim como normas de proteção ao meio ambiente. Foram cinco anos de negociação até o acordo ser firmado no ano passado, em Atlanta, nos EUA.
O TPP também é peça chave nos planos econômicos de México, Peru e Chile, as três nações latino-americanas
que fazem parte do acordo. O Chile foi o pioneiro da região ao buscar parcerias comerciais diferentes das tradicionais voltadas para os EUA e Europa. O país foi um dos quatro fundadores do acordo precursor do TPP, ao lado de Brunei, Nova Zelândia e Cingapura. México e Peru também querem aumentar suas exportações e atrair investimentos dos países asiáticos.
O TPP afeta a maioria dos bens e serviços comercializados entre os países, mas nem todos os impostos de importação serão eliminados. Estão em jogo 18 mil impostos, só que alguns serão eliminados antes que outros. Por exemplo, os signatários do pacto prometem eliminar ou reduzir os impostos e outras barreiras dos produtos agrícolas e industriais.
A oposição ao TPP não é apenas do governo americano. Críticos da iniciativa afirmam que o acordo foi negociado em segredo e que beneficia principalmente as multinacionais. Também alertam que pode abrir caminho para que empresas cobrem de governos mudanças nas políticas de áreas como saúde e educação. A rodada final do acordo demorou a ser concluída devido a disputas envolvendo a proteção da propriedade intelectual de medicamentos de última geração.
Como costuma ocorrer em todas as discussões em torno de tratados de livre comércio, os diferentes países lutam por interesses que podem ser fortalecidos ou não pelo TPP. Exportadores de diversos países estão animados com a promessa de expansão comercial prometida pelo acordo, que lhes dará acesso a novos mercados.
Em compensação, nos EUA, vários sindicatos argumentavam que o tratado ajudaria a transferir mais empregos industriais bem remunerados para regiões onde a mão de obra é mais barata, como o sudeste asiático. E este é um assunto chave para o objetivo do governo Trump: evitar a perda de empregos do país.
Resta ver agora se, com a saída dos EUA, o acordo vai entrar em vigor e de que forma, já que os demais países integrantes do bloco perdem um dos seus principais incentivos: o maior acesso ao mercado americano. Alguns países como a Nova Zelândia sugeriram uma espécie de acordo alternativo para que o TPP se sustente sem os EUA. Mas o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, já disse que um TPP sem os EUA - e seu mercado de 250 milhões de consumidores - "não teria sentido". Alguns analistas acreditam que os integrantes do TPP vão acabar firmando acordos bilaterais entre si.
 
Já os mega acordos firmados entre a UE, Canadá e o Japão, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, consideraram que o acordo envia "um sinal claro ao mundo" do compromisso de ambas as partes para que a economia mundial funcione com mercados "abertos, livres e justos" e "lutando contra a tentação do protecionismo".
"A finalização das negociações demonstra a poderosa vontade política da UE e do Japão para continuar levantando a bandeira do livre comércio", apontaram os líderes em um comunicado conjunto.
O acordo, que une dois parceiros que movimentam 40% do comércio e possuem 30% do PIB mundial, é o maior pacto comercial negociado pela UE e confirma, segundo a comissária, o compromisso conjunto de ambos sobre comércio justo e desenvolvimento sustentado. Quando entrar em vigor, o tratado permitirá liberalizar 91% das importações da UE para o Japão e até a 99% quando for aplicado na sua totalidade.
Atualmente, estas importações movimentam 86 bilhões de euros e geram 600 mil empregos nos países da UE, segundo a Comissão Europeia. O acordo inclui, além disso, padrões "elevados" em matéria de desenvolvimento sustentado que, segundo Cecilia, vão além dos contemplados pelo Ceta com o Canadá, pois fazem uma "referência clara" ao Acordo do Clima de Paris.
A Comissão realizará agora a revisão legal do texto e o traduzirá do inglês para os idiomas oficiais da UE, para posteriormente enviá-lo à Eurocâmara e ao Conselho para a sua ratificação. O Executivo do bloco espera que o acordo possa entrar em vigor antes do fim da atual legislatura, no primeiro semestre de 2019.
Mercosul e União Europeia (UE) não chegaram a um entendimento sobre os itens mais polêmicos da negociação para um acordo de livre comércio entre os dois blocos, que vem sendo discutido há quase 20 anos. Em reunião realizada nesta semana, em Bruxelas (Bélgica), os europeus evitaram acenar com propostas mais atraentes, por exemplo, para carne bovina, açúcar e etanol. Ao mesmo tempo, reforçaram as pressões para que as tarifas de importação de automóveis produzidos pelos países do Mercosul, hoje tributados em 35%, caiam em um prazo mais rápido do que os 15 anos propostos anteriormente na oferta sul-americana. Também não houve consenso até mesmo sobre quando será a próxima reunião.
O encerramento das negociações do acordo entre Mercosul e União Européia (UE) é um dos principais objetivos traçados pelo governo do presidente argentino, Mauricio Macri, para este ano. A Casa Rosada considera essencial selar o entendimento como sinal para investidores estrangeiros, que ainda não estão injetando dinheiro na economia argentina como esperava Macri quando foi eleito, em dezembro de 2015. Existe até um cero desespero entre os argentinos e a sensação entre negociadores de que o chefe de Estado quer fechar o acordo a qualquer preço. 
A realidade é que, longe do que anunciaram autoridades dos dois países durante a reunião anual da Organização Mundial de Comércio (OMC), em dezembro, na capital argentina, o esperado acordo político, que seria uma primeira vitória, antes do anúncio do entendimento completo, corre sério risco de não sair em 2018. 
Mudança climática, Ciência e Tecnologia 
s pesquisadores analisaram as pequenas mudanças registradas na velocidade da rotação terrestre desde 1900 e o aumento considerável de fortes terremotos nos períodos em que essa velocidade era menor. Eles descobriram cinco períodos nos quais ocorreram quase 30 terremotos de grande magnitude, sendo a média anual de 15 sismos aproximadamente.
Roger Bilham, um dos líderes da pesquisa, adverte: “No próximo ano, veremos um aumento significativo no número de fortes terremotos. Este ano foi tranquilo. Até o momento, houve apenas seis grandes terremotos. Poderemos ter facilmente uns 20 no início de 2018”. Esses períodos de alta atividade sísmica durariam aproximadamente cinco anos e seriam causados por grandes descargas de energia telúrica, que afetam o fluxo dos metais líquidos da litosfera.
E para o âmbito dos avanços científicos e tecnológicos, podemos destacar, a impressão 3D, que já existe há décadas, mas ainda é mais usada como hobby ou para a produção de protótipos. E imprimir qualquer coisa que não fosse plástico – especialmente metal – era caro e demorado. Agora, contudo, o preço está caindo e a impressão está se tornando tão mais fácil que pode ser usada de forma mais prática na produção de itens. Se for amplamente adotada, isso pode mudar o modelo de produção industrial. No curto prazo, diz o MIT, as indústrias não precisarão mais manter grandes estoques. No longo prazo, grandes fábricas que produzem em massa uma quantidade limitada de peças podem ser substituídas por plantas menores com maior variedade de produtos e que possam se adaptar às necessidades dos consumidores.
E em um avanço que redefine a forma como a vida é criada, embriologistas da Universidade de Cambridge conseguiram criar embriões de ratos usando apenas células-tronco de outro embrião, sem óvulo ou espermatozoide algum. Os pesquisadores colocaram as células em um molde tridimensional e elas começaram a se comunicar e a se alinhar, tomando a forma de um embrião de vários dias. “Nós sabemos que o potencial das células-tronco é mágico. Mas não sabíamos que elas podem se organizar de forma tão bonita e tão perfeita”, afirmou Magdelena Zernicka-Goetz, líder do time de pesquisa. Ela afirma que os embriões sintéticos provavelmente não poderiam se tornar um rato no futuro, mas o feito dá uma dimensão de que pode ser possível criar mamíferos dessa forma. O próximo passo é criar um embrião usando células-tronco humanas, em um processo
de pesquisa que já foi iniciado nas universidades do Michigan e de Rockefeller. Isso vai ajudar os cientistas a entenderem o processo de diferenciação das células.
Vários projetos de cidades inteligentes estão atrasados, reduziram os seus objetivos ambiciosos ou excluíram todos que não são ricos. Mas um projeto em Toronto, chamado Quayside, pretende mudar esse histórico de fracassos nas tentativas de repensar o urbanismo. O Sidewalk Labs, da Alphabet, está colaborando com o governo canadense no projeto. Um dos objetivos dele é basear as decisões sobre design, política e tecnologia em dados de uma extensa rede de sensores, que recolheram informações sobre a qualidade do ar, o nível de ruídos e as atividades das pessoas. O projeto prevê que todos os veículos serão autônomos e compartilhados. Robôs irão caminhar no subsolo para fazer coisas como entregar cartas. E todos os softwares e sistemas serão abertos, para que as pessoas possam criar outras soluções em cima da ferramenta.
A inteligência artificial por enquanto foi usada principalmente por grandes empresas de tecnologia ou startups. Mas, para a maioria das empresas, a inteligência artificial ainda é muito cara e difícil de ser implementada. Hoje, no entanto, ferramentas de aprendizado de máquinas baseadas na nuvem estão levando a IA a um número cada vez maior de pessoas e empresas. Não está claro qual será a companhia líder nesse segmento, mas Amazon, Google e Microsoft estão trabalhando para assumir a dianteira. Afinal, há grandes oportunidades. O aprendizado de máquina será essencial para a revolução da inteligência artificial e sua disseminação em diferentes áreas. A tecnologia no futuro poderá trazer mais eficiência para setores como medicina, indústria e energia.
Pode até parecer ficção científica, mas o Google criou um fone que traduz quase em tempo real, o Pixel Buds. Uma pessoa usa o fone e fala em sua própria língua, enquanto outra segura um celular, que reproduz o que foi falado no idioma escolhido. A pessoa sem o fone responde, e o tradutor repete na língua escolhida diretamente no fone. Alguns aplicativos já faziam coisas similares, no entanto, dependendo do nível de ruído ambiente, tinham dificuldade de entender o que foi dito ou quando a pessoa parou de falar e é hora de fazer a tradução. Mas o Pixel Buds não tem esse problema, porque o usuário pressiona um botão quando está falando. Outro benefício é que é possível olhar nos olhos da outra pessoa. Ainda há problemas com o dispositivo, mas que podem ser corrigidos.
O mundo ainda depende do gás natural como uma das principais fontes para se produzir eletricidade, e isso não deve mudar no futuro próximo. Barato e disponível, o combustível é a origem de 22% da geração de energia do mundo. Mas as emissões de carbono são preocupantes. Uma usina nos EUA está testando uma tecnologia que poderia tornar o gás natural uma energia limpa, capturando todo o dióxido de carbono gerado.
A usina coloca o gás carbônico produzido na queima do gás natural em uma câmara de alta pressão e alta temperatura. O fluido que resulta desse processo é usado para movimentar uma turbina. Dessa forma, a maior parte do dióxido de carbono poderia ser reciclada continuamente.
Uma ferramenta de privacidade vai permitir que o usuário prove que tem mais de 18 anos sem revelar sua data de nascimento, ou que tem dinheiro o suficiente para fazer uma transação financeira sem precisar compartilhar detalhes de sua conta bancária. Isso limita o risco de roubo de identidade. Trata-se de um protocolo criptografado conhecido como prova de conhecimento zero.
Apesar de vários pesquisadores trabalharem em uma tecnologia similar há anos, a prova de conhecimento zero foi criada com o Zcash, uma moeda digital lançada no final de 2016. Seus desenvolvedores desenvolveram um método conhecido como zk-SNARK para que os usuários da moeda pudessem fazer transações anonimamente. Isso não é possível no caso da maioria das criptomoedas, como o bitcoin, porque nelas as transações são visíveis a todos – ainda que teoricamente sejam anônimas, é possível chegar à identidade de um usuário cruzando os dados da rede.
Para os bancos, essa tecnologia pode ser uma forma de usar o blockchain em sistemas de pagamentos sem sacrificar a privacidade dos clientes, por exemplo.

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