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Forjamento Professor Eng◦ Valdanês Paludo CONCEITOS INICIAIS Forjamento é o processo de conformação por meio do qual se obtém a forma desejada da peça por martelamento ou aplicação gradativa de uma pressão. A maioria das operações de forjamento e efetuada a quente, embora certos metais possam ser forjados a frio. Equipamentos de forjamento Existem duas classes principais de equipamentos de forjamento: Os martelos e as prensas; Os martelos provocam deformação do metal por impacto e as prensas submetem o metal a uma força de compressão em baixa velocidade. O processo de forjamento subdivide-se em duas categorias: Forjamento livre, ou em matriz aberta, E forjamento em matriz fechada, conhecido apenas como forjamento em matriz. Processo de forjamento No processo de forjamento livre o material é deformado entre ferramentas planas ou de formato simples. O processo de deformação e efetuado por compressão direta e o material escoa no sentido perpendicular a direção de aplicação da forca. Esse processo é usado geralmente para grandes peças, ou quando o número a ser produzido é pequeno não compensando a confecção de matrizes caras. Frequentemente o forjamento livre é usado para pré-conformar a peça para forjamento em matriz. Forjamento O material é deformado entre duas metades de matrizes, que fornecem a forma desejada a peça. A deformação ocorre sob alta pressão em uma cavidade fechada e, assim, se obtém peças forjadas com tolerâncias dimensionais mais estreitas. É necessário um grande volume de produção de peças para justificar as matrizes de elevado custo. É importante, nesse processo, utilizar material em quantidade suficiente de modo que a cavidade da matriz seja completamente preenchida. Como é difícil determinar exatamente essa quantidade, costuma-se trabalhar com um ligeiro excesso. Ao final do processo de forjamento, o excesso de material sai da cavidade da matriz. Forjamento convencional Um processo convencional de forjamento é composto por uma serie de passos típicos: Corte, Aquecimento, Forjamento livre E forjamento em matriz (em uma única etapa ou em mais), Rebarbação e tratamento térmico. O forjamento pode dar a forma desejada a peça e melhorar as propriedades mecânicas do metal. Materiais forjados Diversos metais e ligas metálicas podem ser forjados, tais como: aços- carbono, aços-liga, aços para ferramentas, aços inoxidáveis, ligas de alumínio, ligas de cobre e ligas de titânio. As principais formas iniciais para o forjamento são o metal fundido e o metal laminado. O metal laminado é mais indicado do que o fundido, pois possui estrutura mais homogênea. MÁQUINAS DE FORJAMENTO Martelos e prensas de forjamento: Nos martelos, a força é provocada por um peso cadente, ou martelo. O impacto provoca deformação do metal a uma alta velocidade e essa deformação ocorre primeiramente nas camadas superficiais da peca. Essas maquinas são energeticamente limitadas, pois a deformação resulta da dissipação da energia cinética do martelo. Existem três tipos de martelos de forjamento: • martelo de queda livre; • martelo de dupla-ação; • martelo de contra-golpe. Peças produzidas Com o martelo de forjamento, podem ser forjadas grandes variedades de formas e tamanhos de peça. E possível girar a peça entre golpes sucessivos, coloca-la em diferentes cavidades e cortar a forma final com pequenas perdas de material. Normalmente uma peça é forjada com varias pancadas repetidas. Um martelo de forjamento, dependendo de seu tamanho e capacidade, pode aplicar de 60 a 150 pancadas por minuto. As prensas de forjamento Submetem o metal a uma forca de compressão a baixa velocidade. A pressão aumenta quando o material esta sendo deformado e isso provoca uma penetração maior da zona deformada na peca. São três tipos de prensas usadas em forjamento Prensas hidráulicas; Prensas mecânicas (excêntricas e de fricção); E prensas recalcadoras. Martelo de queda livre Este equipamento consiste de uma base que suporta colunas, nas quais são inseridos as guias do suporte da ferramenta e o sistema para a elevação da massa cadente até a altura desejada. O mecanismo de elevação e geralmente acionado por um pedal, de maneira a deixar livres as mãos do operador para a manipulação da peça. A massa cadente e elevada mediante a pressão exercida por ar comprimido em um pistão; O processo oferece a vantagem de maior velocidade e maior rendimento. Martelo de dupla ação Diferenciam-se dos martelos de queda livre pelo sistema de levantamento e queda da massa cadente. Neste caso a energia é fornecida não somente pelo peso da massa, causada por um acionamento pneumático ou hidráulico. Os martelos de dupla-ação são preferidos aos martelos de queda livre quando se trata do forjamento em matriz. Processos de funcionamento Neste equipamento, a massa cadente e conectada a um pistão contido em um cilindro no topo do martelo. O pistão e acionado geralmente por vapor ou ar comprimido. O sistema de válvulas do cilindro pode ser controlado de modo a acelerar ou desacelerar a massa cadente na proporção desejada e, portanto, e possível variar a intensidade de cada golpe. A forca exercida pelo pistão pode chegar a vinte vezes o peso da massa cadente. Martelo de contragolpe Caracteriza-se por duas massas que se chocam no meio do percurso com a mesma velocidade, sendo que a massa superior é acionada por um sistema pistão-cilindro. A massa inferior, ligeiramente menor que a superior (cerca de 5%) é acoplada normalmente a superior por meio de cabos. Os martelos de contragolpe apresentam algumas vantagens em relação aos outros Maior rendimento, pois o trabalho é absorvido entre duas massas que se chocam e muito pouco dele é transmitido as fundações; Resultando em menor vibração transmitida ao solo e a própria peça; E maior velocidade de acionamento, do que a correspondente de um martelo de queda livre de mesma capacidade. Os martelos de contragolpe apresentam algumas desvantagens em relação aos outros Maior desalinhamento entre as partes superior e inferior da matriz; Necessidade da forca de forjamento estar localizada no meio da matriz para evitar grandes atritos entre as massas e as guias; Impossibilidade de manipulação da peca durante o movimento, pois, ao contrário do martelamento simples, onde o operador pode virar a peça durante os vários golpes do martelo, aqui ambas (massas e guias) encontram-se em movimento; E maiores despesas de manutenção. Prensas para forjamento Para forjar peças grandes, as prensas hidráulicas verticais com um cilindro na parte superior são especialmente adequadas. É o único tipo de prensa que aplica uma pressão uniforme com uma velocidade de deformação quase constante. Esse equipamento é de força restrita: sua capacidade de executar uma operação de forjamento é limitada pela sua máxima capacidade de carga. As prensas mecânicas excêntricas São muito usadas para forjar peças de tamanhos médios e pequenos, devido a facilidade de manuseio e ao baixo custo de operação. A aplicação de força sobre o material e comandada por um excêntrico, sendo, por isso, essa maquina conhecida como de curso limitado. As prensas de fricção Possuem dois pratos de fricção unidos axialmente a uma arvore. O sentido de rotação da arvore pode ser invertido de modo que a rosca sem-fim possa subir e descer. A descida da massa giratória desenvolve uma notável energia cinética quee usada para executar o trabalho de conformação. Essas maquinas são indicadas para cunhar moedas, medalhas e objetos similares, em aço ou em metais duros. Velocidades mais comuns em maquinas de forjamento Materiais forjados Os materiais mais utilizados para matrizes de forjamento são aços-liga e metal duro. Para conformação de metais não ferrosos leves (alumínio e suas ligas), os aços cromo-níquel e cromo-níquel-molibdenio são preferidos pela sua alta tenacidade. Para a conformação do aço, os aços ligados ao tungstênio são os mais utilizados devido a sua elevada resistência a quente. Forjamento em matriz aberta É o processo em que o material sofre conformação por compressão em matrizes planas, ou geometricamente simples, e escoa na direção das superfícies. Esse processo e comumente aplicado a barras limitadas totalmente aquecidas ou aquecidas somente na extremidade. As operações básicas do forjamento livre são Recalque, estiramento e alargamento. No recalque o material escoa no sentido transversal da peça. Na operação de estiramento, devido as pancadas sucessivas, o material escoa na direção do eixo da peça, alongando-a. Ocorre, contudo, simultaneamente, uma expansão perpendicular ao eixo, ou seja, um alargamento. Um exemplo típico de estiramento e a transformação de uma barra de secção redonda em barra de seção hexagonal ou quadrada. Operações de forjamento livre são Furacão, dobramento, fendilhamento, ampliação, corte e rebaixamento. No fendilhamento; o material aquecido é separado por meio de um mandril de furacão. Depois que a ferramenta é impelida até a metade da peça, esta é virada para ser fendilhada ao lado oposto. A expansão é uma operação usada geralmente após o fendilhamento, servindo para alargar a fenda. A operação de corte é usada para remover o material excedente por cisalhamento. Operações de forjamento em matriz aberta: (a) fendilhamento, (b) expansão e (c) corte.
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