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1 Conformação Mecânica UCL Marden Valente de Souza Processo a Quente ou a Frio 6 Processos Industriais Forjamento UCL Marden Valente de Souza 7 O forjamento, um processo de conformação mecânica em que o material é deformado por martelamento ou prensagem, é empregado para a fabricação de produtos acabados ou semi- acabados de alta resistência mecânica, destinados a sofrer grandes esforços e solicitações em sua utilização. Estes esforço de compressão atuam sobre um material dúctil, de tal modo que ele tende a assumir o contorno ou perfil da ferramenta de trabalho. O que é??? 8 Desde antes de Cristo.... •O forjamento é o mais antigo processo de conformar metais, tendo suas origens no trabalho dos ferreiros de muitos séculos antes de Cristo. •A substituição do braço do ferreiro ocorreu nas primeiras etapas da Revolução Industrial. •Atualmente existe um variado maquinário de forjamento, capaz de produzir peças das mais variadas formas e tamanhos , desde alfinetes, pregos, parafusos e porcas até rotores de turbinas e asas de avião. O Processo 10 Os processos convencionais de forjamento são executados tipicamente em diversas etapas, começando com o corte do material, aquecimento, pré-conformação mediante operações de forjamento livre, forjamento em matriz (em uma ou mais etapas) e rebarbação. Martelamento O forjamento por martelamento é feito aplicando-se golpes rápidos e sucessivos no metal. Desse modo, a pressão máxima acontece quando o martelo toca o metal, decrescendo rapidamente de intensidade à medida que a energia do golpe é absorvida na deformação do material. O resultado é que o martelamento produz deformação principalmente nas camadas superficiais da peça, o que dá uma deformação irregular nas fibras do material. No forjamento por martelamento são usados martelos de forja que aplicam golpes rápidos e sucessivos ao metal por meio de uma massa de 200 a 3.000 kg que cai livremente ou é impulsionada de uma certa altura que varia entre 1 e 3,5 m. Na prensagem, o metal fica sujeito à ação da força de compressão em baixa velocidade e a pressão atinge seu valor máximo pouco antes de ser retirada, de modo que as camadas mais profundas da estrutura do material são atingidas no processo de conformação. A deformação resultante é, então, mais regular do que a produzida pela ação dinâmica do martelamento. Prensagem Forjamento por prensagem é realizado por prensas mecânicas ou hidráulicas. As prensas mecânicas, de curso limitado e podem aplicar cargas entre 100 e 8.000 toneladas. As prensas hidráulicas podem ter um grande curso e são acionadas por pistões hidráulicos. Sua capacidade de aplicação de carga fica entre 300 e 50.000 toneladas (bem mais caras que as prensas mecânicas). 15 Ferramentas Na maioria das operações de forjamento emprega-se um ferramental constituído por um par de ferramentas de superfície plana ou côncava, denominadas matrizes ou estampos. As matrizes de forjamento são submetidas a altas tensões de compressão, altas solicitações térmicas e, ainda, a choques mecânicos. Devido a essas condições de trabalho, é necessário que essas matrizes apresentem alta dureza, elevada tenacidade, resistência à fadiga, alta resistência mecânica a quente e alta resistência ao desgaste. Matrizes 17 À quente ou à frio??? A maioria das operações de forjamento é executada a quente; contudo, uma grande variedade de peças pequenas, tais como parafusos, pinos, porcas, engrenagens, pinhões, etc., são produzidas por forjamento a frio. 18 Que tipo de matriz??? 1. Matriz aberta; 2. Matriz fechada 19 O material é conformado entre matrizes planas ou de formato simples, que normalmente não se tocam. Forjamento em matriz aberta É usado geralmente para fabricar peças grandes, com forma relativamente simples (p. ex., eixos de navios e de turbinas, ganchos, correntes, âncoras, alavancas, excêntricos, ferramentas agrícolas, etc.) e em pequeno número; e também para pré-conformar peças que serão submetidas posteriormente a operações de forjamento mais complexas. 21 Conformação entre duas metades de matriz que possuem, gravadas em baixo-relevo, impressões com o formato que se deseja fornecer à peça. Forjamento em matriz fechada A deformação ocorre sob alta pressão em uma cavidade fechada ou semifechada, permitindo assim obter-se peças com tolerâncias dimensionais menores do que no forjamento livre. Uma peça forjada acabada geralmente não é conformada em um só golpe, porque tanto a direção quanto a extensão na qual o metal pode escoar são pequenas. Por isso, para a confecção de uma única peça são necessárias várias matrizes com cavidades correspondentes aos formatos intermediários que o produto vai adquirindo durante o processo de fabricação. 23 É fundamental a precisão na quantidade fornecida de material Forjamento em matriz totalmente fechada • Insuficiência de material implica falta de enchimento da cavidade e falha no volume da peça; • Excesso de material causa sobrecarga no ferramental, com probabilidade de danos ao mesmo e ao maquinário. 24 Dada a dificuldade de dimensionar a quantidade exata fornecida de material, é mais comum empregar um pequeno excesso. Rebarbas no forjamento em matriz totalmente fechada Matrizes são providas de uma zona oca especial para recolher o material excedente ao término do preenchimento da cavidade principal. O material excedente forma uma faixa estreita (rebarba) em torno da peça forjada. A rebarba exige uma operação posterior de corte (rebarbação) para remoção. 25 O que são??? Operações unitárias São operações relativamente simples de conformação por forjamento, empregando matrizes abertas ou ferramentas especiais, podendo ter as finalidades de: - produzir peças acabadas de feitio simples - redistribuir a massa de uma peça bruta para facilitar a obtenção de uma peça de geometria complexa por posterior forjamento em matriz. 26 Compressão direta do material entre um par de ferramentas de face plana ou côncava, visando primariamente reduzir a altura da peça e aumentar a sua secção transversal. Compressão 27 Visa aumentar o comprimento de uma peça às custas da sua espessura . Estiramento 28 Variedade de estiramento em que se reduz a secção de uma porção intermediária da peça, por meio de uma ferramenta ou impressão adequada. Encalcamento (fullering) 29 Operação de distribuição de massa ao longo do comprimento da peça, mantendo- se a secção transversal redonda enquanto a peça é girada em torno do seu próprio eixo Rolamento 30 Aumenta a largura de uma peça reduzindo sua espessura. Alargamento 31 Abertura de um furo em uma peça, geralmente por meio de um punção de formato apropriado. Furação 32 Reduz e modifica a secção transversal de uma barra passando-a entre dois rolos que giram em sentidos opostos, tendo cada rolo um ou mais sulcos de perfil adequado, que se combina com o sulco correspondente do outro rolo. Laminação de forja 33 Visa produzir a soldagem de duas superfícies metálicas limpas, postas em contato, aquecidas e submetidas a compressão. Caldeamento 34 Geralmente realizada a frio, empregando matriz fechada ou aberta, visa produzir uma impressão bem definida na superfície de uma peça, sendo usada para fabricar moedas, medalhas talheres e outras peças pequenas, bem como para gravar detalhes de diversos tipos em peças maiores. Cunhagem 35 Consiste em separar o material, geralmente aquecido, por meio de um mandril de furação provido de gume; depois que a ferramenta foi introduzida até a metade da peça, esta é virada para ser fendilhada do lado oposto. Fendilhamento 36 Visa alargar uma fenda ou furo, fazendo passar através do mesmo uma ferramenta de maiores dimensões ; geralmente se segue ao fendilhamento. Expansão de furo 37 Em que casos são usadas??? Forjamento em matriz fechada Peças de formas complexasou de precisão não podem ser obtidas por técnicas de forjamento livre, exigindo matrizes especialmente preparadas que contenham o negativo (ou contorno) da peça a ser produzida. Tais matrizes são caras, exigindo na maioria das vezes, alta produção para justificar seu custo. 38 Qual é o uso principal ??? Forjamento em matriz fechada A obtenção de um formato complexo normalmente não é possível com uma única etapa de trabalho, exigindo uma ou mais etapas de pré-forjamento. As etapas de pré-forjamento podem ser efetuadas com o auxilio de superfícies especialmente usinadas no próprio bloco das matrizes, ou em equipamento separado, ou mesmo por meio de outros processos como a laminação. 39 Objetivos Forjamento em matriz fechada O objetivo do pré-forjamento é redistribuir o metal para posições mais adequadas ao forjamento subseqüente. A pré-forma assim obtida pode ser conformada para uma configuração mais próxima da final em uma matriz de esboço ("blocker die"), que assegura uma distribuição adequada de metal, mas ainda não na forma final. 40 Rebarbas !!! Forjamento em matriz fechada Diante da dificuldade para se distribuir precisamente o material nas etapas de operações unitárias, utiliza- se na maioria dos casos um certo excesso de material, que já na etapa de esboçamento se permite escapar por entre as duas matrizes, formando uma rebarba que por vezes é removida (cortada) antes do forjamento final nas matrizes de acabamento ("finishing dies") . 41 Acabamento Forjamento em matriz fechada Na etapa de acabamento o excesso de material também forma rebarba, que tem de ser fina para assegurar o preenchimento total da matriz e tolerâncias rigorosas. Isto porque uma rebarba fina, em presença de atrito, gera alta pressão de conformação. 42 Para evitar um aumento excessivo desta pressão as matrizes são usualmente projetadas de tal modo que a rebarba fica reduzida à sua espessura mínima somente em uma largura pequena (garganta ou costura - “flash land”) sendo permitido ao restante escoar livremente dentro da calha ou bacia ("flash gutter"). Alívio de pressão e presença de calhas nas matrizes 43 1. Atuar como "válvula de segurança" para o excesso de metal na cavidade das matrizes; 2. Regular o escapamento do metal, aumentando a resistência ao escoamento do sistema de modo que a pressão cresça até valores elevados, assegurando que o metal preencherá todos os recessos da cavidade. Funções das rebarbas 44 Recalque: redução da altura inicial com escoamento de metal perpendicularmente à direção do movimento das matrizes; alargamento quando ocorre uma grande movimentação transversal de material sob atrito. Operações de forjamento 45 As operações de obtenção das formas intermediárias de uma peça constituem a conformação intermediária, que se compõe normalmente de três etapas: (i) distribuição de massas; (ii) dobramento (se for o caso); (iii) formação da seção transversal. Métodos de fabricação 46 Extrusão: escoamento de material numa direção paralela ao do movimento das matrizes. Quando o sentido do movimento do material é contrário ao do trabalho, tem-se a extrusão inversa ou ascensão, que geralmente aumenta a altura da peça e envolve um grande deslocamento de material sob atrito; neste caso são requeridas tensões elevadas na garganta da rebarba, para possibilitar a ascensão completa do material na matriz. Outras operações de forjamento Defeitos dos produtos forjados • Falta de redução - caracteriza-se pela penetração incompleta do metal na cavidade da ferramenta. Isso altera o formato da peça e acontece quando são usados golpes rápidos e leves do martelo. • Trincas superficiais - causadas por trabalho excessivo na periferia da peça em temperatura baixa, ou por alguma fragilidade a quente. • Trincas nas rebarbas - causadas pela presença de impurezas nos metais ou porque as rebarbas são pequenas. Elas se iniciam nas rebarbas e podem penetrar na peça durante a operação de rebarbação. Defeitos dos produtos forjados • Trincas internas - originam-se no interior da peça, como consequência de tensões originadas por grandes deformações. • Gotas frias - são descontinuidades originadas pela dobra de superfícies, sem a ocorrência de soldagem. Elas são causadas por fluxos anormais de material quente dentro das matrizes, incrustações de rebarbas, colocação inadequada do material na matriz. • Incrustações de óxidos - causadas pela camada de óxidos que se formam durante o aquecimento. Essas incrustações normalmente se desprendem mas, ocasionalmente, podem ficar presas nas peças. Defeitos dos produtos forjados • Descarbonetação - caracteriza-se pela perda de carbono na superfície do aço, causada pelo aquecimento do metal. • Queima - gases oxidantes penetram nos limites dos contornos dos grãos, formando películas de óxidos. Ela é causada pelo aquecimento próximo ao ponto de fusão. • Mais resistentes • Possuem microestrutura mais refinada • Mais confiáveis (menos defeitos) • Mais baratos para grandes lotes • Suas plantas de produção são mais adaptáveis a diferentes produtos FORJADOS X FUNDIDOS 51 Uma fábrica com muitos clientes na indústria automobilística. http://www.forjas.com.br/ 52 http://www.forjas.com.br/ 53 http://www.forjas.com.br/ 54 http://www.forjas.com.br/ 55 http://www.forjas.com.br/ 56 57 Alguns produtos do forjamento 58 59 60 61 62 63 64 Próxima vez que passa por um ônibus, caminhão, etc., observe como a potência do motor é transmitida às rodas e você verá uma cruzeta.
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