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resenha Diário de um hospício cemitério dos vivos

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O livro em questão descreve a vida de Lima Barreto(escritor), homem que por múltiplas causas como: o pai falecer, o filho com problemas mentais e analfabeto, a esposa que ele só vem a dar o devido valor após a morte da mesma, leva-o ao alcoolismo e como consequência causando delírios e internações em hospícios. O é a junção de duas obras de Lima Barreto, 'Diário do Hospício' e o romance inacabado 'O cemitério dos vivos'. O primeiro é um documento da época em que o escritor havia sido internado em um hospício, entre o natal de 1919 e fevereiro de 1920, no Hospício Nacional dos Alienados, no Rio de Janeiro. O segundo de modo inacabado conta de forma ficcional as experiências vividas pelo autor no tempo de internação no hospício narrada no primeiro.
Neste diário íntimo, Lima Barreto descreve a sua “loucura” e a loucura dos outros em diferentes manifestações, revoltas, imitações, cigarros e conversas. É um livro/diário curioso que conta sobre um mundo interior muito exposto. Quando se começa a ler as primeiras linhas de O Diário do Hospício, se nota a lucidez de Lima Barreto, que tem certeza que não é louco e que só está ali pelo fato do álcool (na época eram como tratavam as pessoas que sofriam pelo alcoolismo). 
 Lima Barreto relata sobre os pacientes, médicos e pessoas que ali trabalham sempre de forma sincera e direta. Relata sua relação com os médicos (aqueles que tratam-no com “ternura paternal” ou os que “pouco sabem ler da natureza humana”), com os enfermeiros, com a polícia, com os outros pacientes (exóticos, estrangeiros, roceiros, trabalhadores braçais), com os guardas e com as pouquíssimas visitas que recebeu. Descreve também os espaços desse lugar e seus usos pelos que ali estavam internados (a biblioteca, a sala de comer, a sala de bilhar, os quartos) a vida dentro de onde era a sua moradia no momento e a qual acreditava que seria a última (ou penúltima) internação, o que realmente tornou-se realidade. 
Em o Cemitério dos vivos um quase diário nos revela as desventuras de Vicente Mascarenhas, funcionário do estado, escritor e amante de grandes obras literárias, sobretudo um homem cheio de dúvidas, traumas e frustrações com a morte da esposa, uma sogra descrita por ele como uma louca e um filho fatalmente analfabeto, uma vida infeliz sem esperança que o conduz à depressão, ao alcoolismo e, finalmente, ao internamento. Foi internado duas vezes no manicômio, em ambas por alcoolismo crônico, com delírios e alucinações. Na primeira vez foi levado pela polícia, onde ele descreve que todo louco é tratado como furioso e que necessita ser contido através da força e ser levado em carro blindado. E na segunda vez quando viu que estava afundado em uma situação de incomodo aos próximos, ele mesmo se encarregou de ser internado.
Na segunda parte da obra não há uma divisão clara entre os dois títulos, pois as declarações descritas se convergem. Sendo difícil ficar claro o que é a ficção e o que é o diário da vida do escritor. Algumas das palavras usadas pelo escritor são claras, sendo necçessária a pesquisa dos significados das mesmas. As descrições dos locais e das ações vivenciadas foram muito bem explicadas sendo possível a imaginação da cena descrita. É nítido de que o escritor mesmo após os seus delírios, e mesmo estando internado em um hospício, sabia que a sua “loucura” não podia ser a mesma dos outros internos, sabia que o seu problema era o alcoolismo devido as suas muitas frustações não resolvidas ou não bem aceitas.

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