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Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. A C Ó R D Ã O (SDC) GMMCP/rss/rom RECURSO ORDINÁRIO – DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA – AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO A redação do art. 114, § 2º, da Constituição da República elenca o comum acordo entre as partes como pressuposto à instauração de Dissídio Coletivo de Natureza Econômica, não havendo violação a normas constitucionais. No caso, a Suscitada alegou a preliminar em negociação prévia e na contestação, o que impõe a manutenção do acórdão que extinguiu o processo sem resolução do mérito. Precedentes da C. SDC. Recurso Ordinário conhecido e desprovido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário n° TST-RO-145-15.2016.5.13.0000, em que é Recorrente SINDICATO NACIONAL DOS TRABALHADORES DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO AGROPECUARIO e Recorrida EMPRESA ESTADUAL DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DA PARAÍBA S.A.. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário ajuizou Dissídio Coletivo de Natureza Econômica contra a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S.A. O Eg. Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, em acórdão de fls. 297/303, extinguiu o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, IV, do CPC de 2015, por ausência de comum acordo. O Suscitante interpõe Recurso Ordinário, às fls. 305/312. Despacho de admissibilidade, à fl. 335. Contrarrazões, às fls. 341/350. E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A . Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.2 PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. O D. Ministério Público do Trabalho opinou pela fixação de condições de trabalho, às fls. 279/283. É o relatório. V O T O I – CONHECIMENTO Presentes os requisitos extrínsecos de admissibilidade – tempestividade, regularidade de representação (fls. 305 e 13) e preparo (fls. 301, 313 e 314) -, conheço do Recurso. II – MÉRITO AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO O Eg. TRT extinguiu o processo sem resolução do mérito, nestes termos: - AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO - EXTINÇÃO DO FEITO POR AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO (...) Com efeito, exige o §2º do art. 114, da CF/88, o comum acordo entres as partes para o ajuizamento de dissídio coletivo. Trata-se de pressuposto processual, sem o qual, de fato, não há que se falar em constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. In casu, a discordância se deu de forma expressa, antes da propositura da ação e também nesta, mediante contestação. Assim, não resta dúvida que a extinção do feito sem resolução do mérito, é medida que se impõe. Nesse sentido, este Regional e também o E. TST, por sua SDC, senão vejamos: (...) Por outro lado, é verdade que tramitam no STF algumas ADIs propostas por sindicatos de trabalhadores nas quais sustentam, em síntese, que o referido dispositivo, alterado pela EC 45/2004, violaria o art. 5º, XXXV da CF, que consagra o princípio da inafastabilidade do acesso ao Judiciário. Todavia, este não é o entendimento que vem prevalecendo, nem na doutrina, nem na jurisprudência. (...) E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A . Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.3 PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. Assim, considerando o acima exposto referente a ausência do comum acordo para instauração do presente dissídio coletivo, acolho a preliminar de extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, IV do NCPC. (fls. 298/301 – destaquei) O Suscitante alega o exaurimento das negociações para o acordo coletivo 2016. Afirma que a exigência viola o princípio da inafastabilidade da jurisdição, pois o Poder Judiciário exerce função jurisdicional em Dissídios Coletivos. Assinala doutrina para sustentar sua tese. Assevera haver violação ao princípio da boa-fé, em face da recusa injustificada à negociação e à instauração do Dissídio. Aponta violação ao princípio da liberdade sindical, porquanto seria vedado exigir ao sindicato autorização para exercer suas atividades. Assevera a tramitação de ações diretas de inconstitucionalidade sobre o tema. Aponta violação aos arts. 5º, XXXV, 8º e 60, § 4º, da Constituição da República e 129 do Código Civil. Requer a rejeição da preliminar e o retorno dos autos à Corte de origem para julgamento do mérito do Dissídio. A redação do art. 114, § 2º, da Constituição da República elenca o comum acordo entre as partes como requisito à instauração de Dissídio Coletivo de Natureza Econômica: § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (destaquei) Essa disposição constitucional incentiva a autocomposição dos conflitos e a realização das negociações coletivas, fortalecendo os sujeitos na busca pela solução de suas divergências, não havendo conflito com outras normas constitucionais, prejuízos às condições de trabalho ou fragilização dos instrumentos coletivos autônomos. O incentivo à autocomposição busca contemplar justamente a liberdade sindical, porquanto prioriza a atuação dos sujeitos coletivos – incluindo os entes sindicais – na resolução dos conflitos trabalhistas. E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A . Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.4 PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. A C. SDC pacificou o entendimento de não haver violação ao art. 5º, XXXV, da Constituição da República, por inexistir lesão ou ameaça a direito, já quea prestação jurisdicional pretendida consiste na criação de normas que regularão as condições de trabalho de certa categoria. Nesse sentido, cito o seguinte julgado: RECURSOS ORDINÁRIOS INTERPOSTOS PELOS SUSCITADOS FIERGS, SINDIGRAF-RS, SIPARGS, SINDITABACO, SINBORSUL E SIÓLEO. DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA. AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO. PRESSUPOSTO PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO. É pacífico o entendimento desta Corte Superior, segundo o qual, em face do disposto no § 2º do art. 114 da Constituição da República, introduzido pela Emenda Constitucional nº 45/04, o requisito do "comum acordo" constitui pressuposto de constituição e de desenvolvimento válido e regular do dissídio coletivo de natureza econômica. Por conseguinte, a exigência de comum acordo não viola o inciso XXXV do art. 5º da Constituição da República, haja vista que, em dissídio coletivo de natureza econômica, não se examina a ocorrência de lesão ou ameaça a direito, mas profere-se decisão normativa que deverá traduzir a justa composição do conflito de interesses das partes. Preliminar acolhida. Processo extinto, sem resolução de mérito. Recursos ordinários aos quais se dá provimento. (...) (RO-20482-84.2010.5.04.0000, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT 12/6/2015 - destaquei) A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que o comum acordo é indispensável à instauração de Dissídio Coletivo de Natureza Econômica. Eis alguns julgados: RECURSO ORDINÁRIO - DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA - AUSÊNCIA DE COMUM ACORDO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO A redação do art. 114, § 2º, da Constituição da República elenca o comum acordo entre as partes como pressuposto à instauração de Dissídio Coletivo de Natureza Econômica. No caso, a Suscitada alegou a preliminar em contestação (fl. 233) e nas razões do Recurso Ordinário (fls. 439/441), o que impõe a extinção do processo sem resolução do mérito, com base no art. 485, IV, do CPC de 2015 (267, IV, do CPC de 1973). Recurso ordinário conhecido e provido. (RO-20540-48.2014.5.04.0000, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, SDC, DEJT 19/12/2016 - destaquei) A) RECURSOS ORDINÁRIOS EM DISSÍDIO COLETIVO INTERPOSTOS POR SINDICATO DAS ENTIDADES MANTENEDORAS DE ESTABELECIMENTO DE ENSINO SUPERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO - SEMESP; SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - SESI; E SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI. FALTA DE E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A . Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.5 PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. COMUM ACORDO NO AJUIZAMENTO DO DISSÍDIO COLETIVO. ART. 114, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. O entendimento pacífico nesta Corte é o de que o comum acordo, exigência trazida pelo art. 114, § 2º, da Constituição Federal para o ajuizamento do dissídio coletivo de natureza econômica, é pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo e que, embora idealmente devesse ser materializado na forma de petição conjunta da representação, é interpretado de maneira mais flexível, no sentido de se admitir a concordância tácita na instauração da instância, desde que não haja a oposição expressa do suscitado, na contestação. No caso em tela, os suscitados, SEMESP, SESI E SENAI, na defesa, expressamente afirmaram não concordar com a instauração da instância do dissídio coletivo e apontaram a falta do comum acordo como causa extintiva do processo, reiterando, nas razões do recurso ordinário, os argumentos anteriormente apresentados. Reforma-se, pois, a decisão regional, para, em relação aos recorrentes, julgar extinto o processo, sem resolução de mérito, a teor dos arts. 114, § 2º, da CF e 485, IV, do CPC/2015 (267, IV, do CPC/1973), ficando ressalvadas, contudo, as situações fáticas já constituídas, nos termos do art. 6º, § 3º, da Lei nº 4.725/1965. Processo extinto sem resolução de mérito, pela falta de comum acordo, em relação ao SEMESP, SESI E SENAI. (...) (RO-7424-97.2012.5.02.0000, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, SDC, DEJT 19/12/2016 - destaquei) RECURSO ORDINÁRIO. DISSÍDIO COLETIVO. FALTA DO MÚTUO ACORDO. ARTIGO 114, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. O entendimento que prevalece nesta Corte é de que a recusa expressa para a instauração do dissídio coletivo, manifestada na contestação, acarreta o não preenchimento do requisito do comum acordo, estabelecido no art. 114, § 2º, da CF/88, que é instransponível para o ajuizamento do dissídio coletivo. Por consequência, resulta na extinção do processo, sem resolução do mérito, ante a falta de pressuposto de desenvolvimento válido e regular do processo. No caso, deve ser reformada a decisão da Corte regional que, embora tenha acolhido a preliminar de falta do mútuo consenso, não decretou a extinção do feito e prosseguiu no julgamento, subvertendo os ditames da lei processual. Recurso ordinário provido, para decretar a extinção do processo, sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, IV, do CPC/2015 (art. 267, IV, do CPC/73), diante do acolhimento da preliminar de recusa para o ajuizamento da representação coletiva suscitada no momento oportuno. (RO-1000846-96.2015.5.02.0000, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda, SDC, DEJT 19/12/2016 - destaquei) O amplo reconhecimento da exigência do comum acordo indica que esta Corte entende pela sua constitucionalidade e impossibilidade de suprir judicialmente o consentimento do empregador. O ajuizamento de Ação Direta perante o E. Supremo Tribunal Federal buscando a declaração de inconstitucionalidade da Emenda Constitucional nº 45/2004, que alterou a redação do art. 114, § E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A . Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.6 PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. 2º da Constituição, não vincula a posição desta Corte em face da ausência de julgamento de mérito. Saliente-se que houve aplicação adequada da preliminar, porquanto a análise dos autos demonstra que o processo deve ser extinto sem resolução do mérito pela ausência do pressuposto processual do comum acordo entre as partes. No caso, a Suscitada alegou a preliminar em negociação prévia (fl. 146, 147 e 149) e na contestação (fls. 183/189). Esta Seção entende ser concordância tácita com a instauração do Dissídio apenas a não alegação da preliminar na contestação (RO-20541-67.2013.5.04.0000, Relatora Ministra Maria de Assis Calsing, DEJT 22/3/2016; RO-10292-14.2013.5.02.0000, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 26/2/2016;RO-21500-38.2013.5.04.0000, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 12/2/2016), o que não se configurou no presente Dissídio. A simples participação da Suscitada na audiência de conciliação (fls. 274/275) não caracteriza concordância tácita, mas apenas a colaboração com a prestação jurisdicional e a abertura para a solução do conflito, sobretudo diante da recusa expressa em momento processual oportuno. Não há elementos suficientes nos autos que permitam concluir que a Suscitada se recusou a realizar a negociação ou adotou conduta que tornou indispensável o ajuizamento do Dissídio. A negociação coletiva é desenvolvida por um conjunto de atos complexos, de modo que uma ata de mediação (fl. 148) registrando o não comparecimento da empresa é insuficiente para caracterizar recusa absoluta em negociar. Após receber a pauta de reivindicações dos trabalhadores, a Empresa determinou o agendamento de reunião com o sindicato para tratar do acordo coletivo (fl. 136). Na primeira reunião (fls. 141/146), o Presidente da Suscitada esclareceu a impossibilidade de conceder reajuste nos termos pretendidos pelo sindicato, por proibição expressa do Poder Executivo Estadual: E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A . Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.7 PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. (...) Ao se iniciar a discussão sobre o teor das CLÁUSULAS PRIMEIRA: VIGÊNCIA E DATA-BASE; E TRIGÉSIMA PRIMEIRA – REAJUSTE SALARIAL, o Presidente da EMEPA-PB se mostrou impossibilitado de continuar a negociação ao apresentar o conteúdo da MEDIDA PROVISÓRIA n.º 242, de 25/01/2016, decretada pelo Governador do Estado, que suspendeu o reajuste das remunerações e subsídios dos servidores ativos civis e militares da administração direta e indireta do Poder Executivo Estadual bem como dos proventos dos servidores inativos e pensionistas, não concordando com o ajuizamento do Dissídio Coletivo. (fls. 145/146 - destaquei) Saliente-se que, na oportunidade, a Suscitada alegou a não concordância com a fixação de condições de trabalho via Dissídio Coletivo. Ainda antes da instauração da instância judicial, as partes acordaram quanto a várias cláusulas reivindicadas pela categoria em negociações desenvolvidas no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego (fls. 147 e 149). Também neste estágio negocial a Suscitada alegou a ausência de comum acordo: “(...) com relação à anuência por parte da EMEPA/PB para instauração de Dissídio Coletivo de Trabalho, disse a empresa que deixa de anuir em razão dos termos da Lei Estadual nº 10.660/2016” (fl. 149). O Dissídio foi ajuizado com o objetivo de fixar reajuste salarial via poder normativo (fls. 10/11), o que não é possível em face da ausência de comum acordo arguida pela Suscitada em contestação (fls. 183/189). Sob a ótica da empresa estatal, a impossibilidade de negociar os reajustes nos termos pretendidos pela categoria se dá por expressa vedação em lei estadual. Em contrarrazões, a Suscitada explica essa circunstância, que influenciou diretamente as tratativas: Inicialmente, informamos que a ausência de comum acordo decorre da determinação imposta pela Medida Provisória Estadual n.º 242/2016, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 26/01/2016 e convertida em Lei Estadual n.º 10.660/2016, publicado no Diário Oficial do Estado no dia 29/03/2016, que determina o suspensão dos reajustes das remunerações, até que as transferências de recursos federais e a arrecadação fiscal estadual sejam normalizadas e possibilitem ao Estado da Paraíba revisar as remunerações e subsídios dos servidores ativos da administração indireta, conforme o seu inteiro teor (...) (fl. 344) E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A . Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho fls.8 PROCESSO Nº TST-RO-145-15.2016.5.13.0000 Firmado por assinatura digital em 14/03/2017 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. Nesse contexto, não há falar (i) em recusa injustificada à negociação; (ii) em suprir judicialmente a anuência da empresa estatal ou (iii) na aplicação do art. 129 do Código Civil. É importante destacar a inexistência de documento em que a Suscitada concorde com o ajuizamento do Dissídio, assim como de ato incompatível com a alegação da preliminar. Ante o exposto, nego provimento. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Seção Especializada em Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do Recurso Ordinário e, no mérito, negar-lhe provimento. Brasília, 13 de março de 2017. Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001) MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI Ministra Relatora E s t e do cu me nt o po de s er a ce ss ad o no e nd er eç o el et rô ni co h tt p: // ww w. ts t. ju s. br /v al id ad or s ob c ód ig o 10 01 60 8B C4 A9 48 B8 5A .
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