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resumo 652545 gustavo scatolino 39538260 direito administrativo carreira delegado aula 54 responsabilidade civil do estado vi

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Responsabilidade Civil do Estado VI
DIREITO ADMINISTRATIVO
www.grancursosonline.com.br
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO VI
Caso fortuito e força maior – divergências doutrinárias:
• Para José Dos Santos Carvalho Filho, caso fortuito e força maior são a 
mesma coisa e estão no campo da imprevisibilidade (podem ocorrer de 
ação humana ou ação da natureza);
• Para Hely Lopes Meirelles, caso fortuito é evento da natureza e força 
maior é evento humano;
• Para Celso Antônio Bandeira de Mello e Maria Sylvia Zanella di Pietro, 
caso fortuito decorre de fato humano ou de falha da administração (ex.: pneu 
de carro que furou). Já a força maior é um evento imprevisível e inevitável. 
Para ambos, somente a força maior afasta a responsabilidade do Estado.
Direto do concurso
1. (CESPE/TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2010) A força maior, como acon-
tecimento imprevisível e inevitável, estranho à vontade das partes, não gera 
a responsabilidade civil do Estado.
Comentário
Tanto o caso fortuito, quanto a força maior, via de regra, afastam a 
responsabilidade do Estado.
2. (CESPE/FUB/2015) A responsabilidade civil do Estado deve ser excluída em 
situações inevitáveis, isto é, em caso fortuito ou em evento de força maior 
cujos efeitos não possam ser minorados.
3. (CESPE/TJ-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2004) Em caso de fato danoso a par-
ticular por força maior e culpa da vítima, pode haver exclusão da responsabi-
lidade do Estado, todavia o mesmo não ocorre na hipótese de caso fortuito.
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Comentário 
A questão foi elaborada com base na distinção feita na doutrina de Maria Sylvia 
Di Pietro.
FORTUITO INTERNO E EXTERNO
Fortuito interno é decorrente da execução do serviço administrativo, não 
eximindo a responsabilidade civil. Ex.: pneu do carro da polícia fura, agente de 
polícia perde o controle e atropela um particular.
Já o fortuito externo afasta a responsabilidade civil, pois é imprevisível, não 
estando no risco da atividade. Decorre de atos de terceiros, desde que imprevi-
síveis, eventos da natureza etc.
Direto do concurso
4. (CESPE/TRE-MT/2016/TÉCNICO ADM) A clássica diferenciação entre fortui-
to externo e interno perde relevância para a teoria do risco administrativo, já 
que não configuram excludentes de responsabilidade.
Comentário
 Para parcela da doutrina, não se perde a relevância na diferenciação.
A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados por 
seus agentes, ainda que estes estejam amparados por causa excludente de 
ilicitude penal. Precedentes: REsp 1266517/PR, Rel. Ministro MAURO CAMP-
BELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/12/2012, DJe 10/12/2012.
AÇÃO REGRESSIVA
É a ação do Estado em face do agente.
OOss:� para o STF (teoria da dupla garantia), o caminho sempre será: vítima 
entra com ação contra o Estado que, uma vez condenado, entra com uma 
ação contra o seu agente.
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É possível que a vítima entre com uma ação diretamente contra o agente? Con-
forme decisão do STF não, pois é necessário entrar com ação contra o Estado. Porém, 
para o STJ é possível que o particular entre com ação de forma direta contra o agente. 
É preciso ter cuidado com essa divergência no caso de questões de concurso.
É possível que a vítima entre com ação contra o Estado e contra o agente ao 
mesmo tempo no chamado litisconsórcio? Para o STF não é possível devido a 
teoria da dupla garantia – o agente tem o benefício de ser demandado somente 
perante o Estado. A doutrina até admite essa situação como uma exceção, com 
vistas no que é mais benéfico em relação à vítima.
É possível haver denunciação a lide do servidor? Para o STF e para a dou-
trina, ainda tendo como base a teoria da dupla garantia, não é permitido. Para o 
STJ a denunciação a lide do servidor não é obrigatória nas ações de responsa-
bilidade civil do Estado. Esse posicionamento se deu pelo fato dessa previsão 
constar no antigo CPC de 1973.
OOss:� o novo Código de Processo Civil não possui nenhum caso em que a 
denunciação a lide seja obrigatória.
O Estado não precisa entrar sempre com ação contra o agente, mas pode 
resolver a situação no âmbito administrativo. O mesmo também vale na rela-
ção vítima/Estado.
O prazo para que a vítima possa cobrar a reparação de danos ao Estado, 
conforme Decreto n. 20.910/1932, é de cinco anos. Após esse prazo, ocor-
rerá a prescrição.
Atenção!
O STJ entende não se sujeita a prescrição a ação que solicita danos morais 
por atos de tortura praticados na ditadura.
A Lei n. 9.494/1997 estendeu o prazo de cinco anos para as prestadoras de 
serviços públicos. 
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Prazo de prescrição do Estado contra o agente (cuidado): até 2016 o Supremo 
entendia que essa ação era imprescritível em razão do art. 37, § 5º da Constitui-
ção. Atualmente a posição do Supremo é de que a Fazenda Pública está sujeita 
a prazo de prescrição a ser fixado em lei para ações de ressarcimento ao erário. 
(RE 669.069), salvo se decorrente de atos de improOidades
A relação da vítima contra o estado, via de regra, é uma responsabilidade 
objetiva. Já a ação do Estado contra o agente é uma responsabilidade subjetiva. 
O agente sempre responderá na forma subjetiva, ou seja, o Estado, uma vez 
condenado, deve provar a culpa ou dolo do agente para que possa cobrar dele 
uma indenização.
OOss:� o juiz só responde nos termos da lei (Código de Processo Civil): dolo, 
fraude ou má-fé. O juiz não responde por culpa.
O STJ entende que é imprescritível a pretensão de recebimento de indeni-
zação por dano moral decorrente de atos de tortura ocorridos durante o regime 
militar (Informativo n. 523).
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de 
ilícito civil, salvo se decorrente de ato de improbidade. (RE n. 669.069)
GABARITO
1s C
2s C
3s C
4s E
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.

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