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resumo 652545 gustavo scatolino 41492835 direito administrativo carreira delegado aula 68 improbidade administrativa iii

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Improbidade Administrativa III
DIREITO ADMINISTRATIVO
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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA III
OObs.:� é importante lembrar que o verbo frustrar ocorre em duas situações: 
FRUSTAR licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente, 
art. 10, VIII; FRUSTAR licitude de concurso público, art. 11, V.
Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos 
ou material, art. 9º, IV; permitir que se utilize, art. 10, XIII.
Não se admite princípio da insignificância na ação de improbidade – 
RESP 799511; RESP 769317 e 892818 STJ.
O princípio da insignificância (ou bagatela) significa que, quando alguém 
comete um crime sem violência ou grave ameaça, o juiz poderá deixar de apli-
car a sanção penal, pois não se justifica movimentar todo um processo penal 
para punir, por exemplo, alguém que furtou um objeto como um shampoo, sem 
nenhum tipo de violência ou grave ameaça.
Já no caso da ação de improbidade, de acordo com o STJ, não se aplica 
o princípio da insignificância, uma vez que envolve um ato imoral qualificado. 
Assim, aquele que roubou mil reais não é diferente do que roubou cem milhões 
de reais, ou seja, não existe “meia moralidade”, mas sim a violação ou não da 
moralidade. No entanto, o STJ ressalta que o juiz, ao aplicar a sanção, deve 
levar em conta a razoabilidade. Se não ocorreram maiores danos, deve-se apli-
car a sanção menos gravosa.
Outro ponto importante diz respeito à situação em que a pessoa pratica mais 
de um ato de improbidade ao mesmo tempo. Nesse caso, conforme entendi-
mento do STJ, o juiz punirá o agente pela sanção mais grave.
Na tabela abaixo, são citados os prazos e as consequências que devem ser 
memorizados pelo candidato para a prova de concurso:
ATOS DE 
IMPROBIDADE
Arts 12
SUSPENSÃO 
DOS DIREITOS 
POLÍTICOS
MULTA CIVIL
PROIBIÇÃO 
DE 
CONTRATAR 
COM A ADMs 
OU RECEBER 
BENEFÍCIO
EXIGE 
DANO?
ELEMENTO 
SUBJETIVO
ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO – art. 9º 8 a 10 anos
Até 3x valor do 
enriquecimento 10 anos Lei = não DOLO
LESÃO AO ERÁRIO 
art. 10º 5 a 8 anos
Até 2x o valor 
do prejuízo/
lesão
5 anos Lei = nãoSTJ = sim DOLO/CULPA
ATENTA CONTRA 
PRINCÍPIO ADM 
art. 11º
3 a 5 anos
Até 100x valor 
da remuneração 
do servidor
3 anos Lei = não DOLO
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OObs.:� de acordo com a Lei n. 8.429/1992, os atos de improbidade não exigem que 
haja dano. Entretanto, conforme entendimento do STJ, nos casos previstos 
no art. 10 (lesão ao erário), só se configura a improbidade se efetivamen-
te ocorrer um dano econômico ao erário. É preciso ter cuidado em prova, 
pois se uma questão versar “conforme a lei”, deve-se considerar que os 
atos de improbidade não exigem dano ao erário. Porém, se a questão for 
mais específica e versar “com relação ao entendimento da jurisprudência 
do STJ”, então deve-se considerar que há a necessidade da efetiva lesão.
A forma culposa na improbidade administrativa é admitida somente nos casos 
previstos no art. 10. Já nos demais artigos deve haver a intenção, ou seja, a von-
tade livre e consciente de praticar a conduta descrita na lei.
OObs.:� o art. 21 determina que as sanções podem ser aplicadas mesmo que não 
ocorra dano ao patrimônio (patrimônio econômico) e da aprovação ou 
rejeição do TC competente.
Arts 10-As Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão 
para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao 
que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de 31 de 
julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016)
Pontos importantes:
• Suspensão dos direitos políticos – prazo: cinco a oito anob;
• Multa civil de até três vezes o valor do benefício financeiro ou tributário 
concedido;
• NÃO exige dano;
• Proibição de contratar: a lei não mencionou;
• Somente DOLO.
Direto do concurso
1. (2017/IBADE/PC-AC/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) Segundo a jurispru-
dência do Superior Tribunal de Justiça, nos casos de dispensa ilegal de pro-
cedimento licitatório mediante fracionamento indevido do objeto licitado em 
que o Poder Público deixa de contratar a melhor proposta, veda-se peremp-
toriamente a pena de ressarcimento ao erário porque sua admissão impli-
caria prejuízo ao erário in re ipsa, o que, para aquela Corte, é um caso não 
admitido de responsabilização objetiva por improbidade administrativa.
Comentário
O STJ admite o dano presumido (in re ipsa). Esse é um conceito do direito civil 
que também tem aplicação no direito administrativo. Assim, ocorrendo o dano 
presumido, caberá a responsabilização, inclusive por improbidade.
DISPENSA INDEVIDA DE PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. ART. 10, VIII, DA LEI 
N. 8.429/1992. DANO IN RE IPSA. SOCIEDADE EMPRESÁRIA CONTRATADA 
CUJO RECURSO NÃO FOI CONHECIDO NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE ORI-
GEM. RECURSO NA QUALIDADE DE TERCEIRA PREJUDICADA. POSSIBILIDA-
DE, POR FORÇA DOS ARTIGOS 3º E 5º DA LEI N. 8.429/1992 E DO ART. 499, § 
1º DO CPC.DISPOSITIVOS LEGAIS NÃO PREQUESTIONADOS. SÚMULA N. 211 
DO STJ.
(…)
7. O STJ tem externado que, em casos como o ora analisado, "o prejuízo ao erá-
rio, na espécie (fracionamento de objeto licitado, com ilegalidade da dispensa de 
procedimento licitatório), que geraria a lesividade apta a ensejar a nulidade e o 
ressarcimento ao erário, é in re ipsa, na medida em que o Poder Público deixa de, 
por condutas de administradores, contratar a melhor proposta (no caso, em razão 
do fracionamento e consequente não-realização da licitação, houve verdadeiro di-
recionamento da contratação)" (REsp 1280321/MG, Rel. Ministro MAURO CAMP-
BELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/03/2012, DJe 09/03/2012).
Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido.
(REsp 1376524/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 02/09/2014, DJe 09/09/2014)
Direto do concurso
2. (2017/IBADE/PC-AC/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) Segundo a jurispru-
dência do Superior Tribunal de Justiça, a tortura de preso custodiado em 
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cedimento licitatório mediante fracionamento indevido do objeto licitado em 
que o Poder Público deixa de contratar a melhor proposta, veda-se peremp-
toriamente a pena de ressarcimento ao erário porque sua admissão impli-
caria prejuízo ao erário in re ipsa, o que, para aquela Corte, é um caso não 
admitido de responsabilização objetiva por improbidade administrativa.
Comentário
O STJ admite o dano presumido (in re ipsa). Esse é um conceito do direito civil 
que também tem aplicação no direito administrativo. Assim, ocorrendo o dano 
presumido, caberá a responsabilização, inclusive por improbidade.
DISPENSA INDEVIDA DE PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. ART. 10, VIII, DA LEI 
N. 8.429/1992. DANO IN RE IPSA. SOCIEDADE EMPRESÁRIA CONTRATADA 
CUJO RECURSO NÃO FOI CONHECIDO NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE ORI-
GEM. RECURSO NA QUALIDADE DE TERCEIRA PREJUDICADA. POSSIBILIDA-
DE, POR FORÇA DOS ARTIGOS 3º E 5º DA LEI N. 8.429/1992 E DO ART. 499, § 
1º DO CPC.DISPOSITIVOS LEGAIS NÃO PREQUESTIONADOS. SÚMULA N. 211 
DO STJ.
(…)
7. O STJ tem externado que, em casos como o ora analisado, "o prejuízo ao erá-
rio, na espécie (fracionamento de objeto licitado, com ilegalidade da dispensa de 
procedimento licitatório), que geraria a lesividade apta a ensejar a nulidade e o 
ressarcimento ao erário, é in re ipsa, na medida em que o Poder Público deixa de, 
por condutas de administradores, contratar a melhor proposta (no caso, em razão 
do fracionamento e consequente não-realização da licitação,houve verdadeiro di-
recionamento da contratação)" (REsp 1280321/MG, Rel. Ministro MAURO CAMP-
BELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/03/2012, DJe 09/03/2012).
Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido.
(REsp 1376524/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 02/09/2014, DJe 09/09/2014)
Direto do concurso
2. (2017/IBADE/PC-AC/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL) Segundo a jurispru-
dência do Superior Tribunal de Justiça, a tortura de preso custodiado em 
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delegacia praticada por policial não constitui ato de improbidade administra-
tiva que atenta contra os princípios da Administração Pública, mas sim uma 
questão a ser resolvida exclusivamente na esfera penal.
Comentário
O STJ entendeu, no julgado abaixo, que a tortura de preso custodiado em 
delegacia, além de configurar um crime, configura ato de improbidade e haverá 
a responsabilização civil.
A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato 
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração 
pública. STJ. 1ª Seção. REsp 1.177.910-SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, 
julgado em 26/08/2015 (Info 577).
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
OObs.:� sendo a ação de improbidade uma ação civil, não há o foro por prerroga-
tiva de função. O STF julgou a ADI 2797 e entendeu que seria inconbti-
tucional criar, por meio do Código de Processo Penal, foro especial por 
prerrogativa de função para a ação de improbidade.
Isso ocorreu quando o Congresso criou esse foro por prerrogativa de função 
para a ação de improbidade e inseriu no CP, em seu art. 84, a disposição de que 
aquele que responde no foro especial, ao cometer um crime, terá o mesmo foro 
especial quando cometer ato de improbidade e tramitar a ação civil.
Assim, é importante lembrar que, segundo o Supremo, somente a Constitui-
ção Federal poderá criar foro por prerrogativa de função.
1s Reprebentação (Lei ns 8s429/1992).:
Arts 14s Qualquer pebboa poderá representar à autoridade administrativa compe-
tente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de 
improbidade.
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§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá 
a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a 
indicação das provas de que tenha conhecimento.
OObs.:� não é admitido que uma pessoa que deseja denunciar alguém por ato de 
improbidade o faça anonimamente. Isso ocorre, pois, conforme a Lei de 
Improbidade, comete crime aquele que fizer uma representação sabendo 
da inocência do representado.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamenta-
do, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição 
não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
Arts 19s Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente pú-
blico ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Direto do concurso
3. (2017/CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) Substituto Se uma pessoa, 
maior e capaz, representar contra um delegado de polícia por ato de impro-
bidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá ser considerada, 
conforme o disposto na Lei n. 8.429/1992,
a. crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa
b. ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c. contravenção penal.
d. crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e. crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa
Comentário
Atenção ao disposto no art. 19.
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GABARITO
1s E
2s E
3s a
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.

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