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resumo 652545 gustavo scatolino 38955330 direito administrativo carreira delegado aula 27 organizacao administrativa iii

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Organização Administrativa – III
DIREITO ADMINISTRATIVO
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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – III
Relembrando!
Há três formas de descentralização:
• Descentralização técnica, por serviço, funcional ou por outorga: 
ocorre por lei e gera a instituição de entidades descentralizadas, entida-
des de Administração indireta do Estado (autarquias, fundações, empre-
sas públicas e sociedade de economia mista) às quais é atribuída a titu-
laridade e a execução;
• Descentralização por colaboração ou delegação: ocorre por meio de 
ato ou contrato administrativo dando origem, através da licitação, a con-
trato de concessão de serviço público, de permissão ou de autorização (a 
única por ato administrativo). Por exemplo, concessionários de transporte 
coletivo. É atribuída apenas a execução. 
• Descentralização territorial ou geográfica: não aparece muito em ques-
tões de provas e ocorre quando é criado um território equiparando-o a uma 
autarquia territorial (autonomia financeira e administrativa). Um território 
criado no Brasil é uma porção do território nacional que prestará serviços 
públicos para quem reside naquela região. 
3. ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA (ÓRGÃOS) 
3.1 Teorias dos Órgãos
O Estado é uma pessoa jurídica que presta atividades para a sociedade, pos-
suindo seus órgãos e agentes.
As teorias buscam explicar a relação que existe entre o Estado e o órgão 
público e o órgão e o agente público: 
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1ª Teoria do mandato – baseada no Direito Civil, o Estado agia com as suas 
repartições e agentes, pois a eles tinha conferido mandatos. Como se o Estado 
outorgasse uma procuração às repartições e aos agentes;
2ª Teoria da representação – também com base no Direito Civil, o Estado era 
representado pelos seus órgãos e agentes. No mundo jurídico, quem é repre-
sentado é aquele que não tem capacidade própria. 
Ambas as teorias fracassaram quando tentaram explicar como o Estado se 
responsabilizaria sobre o que seus órgãos e agentes fizessem.
O professor alemão Otto Gierke lançou uma teoria, que foi adotada: 
IMPUTAÇÃO VOLITIVA ou TEORIA DO ÓRGÃO
A relação existente entre Estado e seus órgãos é uma relação de imputação. 
O órgão não atua em nome do Estado nem pelo Estado. Ele é o Estado atuando. 
O órgão integra, está dentro da instituição jurídica, e o agente público, a partir do 
seu ingresso no serviço público, não atua em nome próprio (princípio da impes-
soalidade), mas em nome do Estado. 
Tudo o que o órgão ou o agente fizerem é imputado à vontade, à imputação 
volitiva. E a responsabilidade é atribuída ao Estado. 
A Constituição Federal (CF) adotou a teoria a imputação volitiva no artigo 37, 
§ 6º: 
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao se-
guinte:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa.
3.2. Criação e extinção de orgãos
Os órgãos são criados e extintos mediante leis ordinárias ou medidas provi-
sórias. O artigo 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição Federal estabelece que: 
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Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar au-
mento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
Para a organização interna e melhor funcionamento da Administração Fede-
ral, o Presidente da República pode dispor mediante decreto. 
3.3. Características
Os órgãos não possuem: 
• Personalidade jurídica própria;
Os órgãos possuem CNPJ meramente para fins fiscais, o que não lhes atribui 
personalidade jurídica própria, titular de direitos e obrigações. 
• Patrimônio próprio;
Todo o patrimônio do órgão pertence à União. 
• Capacidade processual. 
Não se entra com uma ação contra determinado órgão, nem um órgão entra 
com ação contra ninguém. Não pode estar no polo ativo ou passivo de uma ação. 
Atenção!
Os órgãos independentes e autônomos podem ter capacidade processual para 
defender suas prerrogativas institucionais. 
Súmula n. 525: “A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, 
apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defen
der os seus direitos institucionais.” STJ. 1ª Seção. Aprovada em 22/04/2015, DJe 
27/4/2015.
Capacidade processual é o mesmo que personalidade judiciária.
��������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.

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