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FERIDAS E-BOOK 2 Fatores de afetam a cicatrização SEITON CURSOS Rua Hipólito da Costa, 171 – Vila Isabel – Rio de Janeiro – RJ 21-2577-2421 – 21- 99225-4408 www.seitoncursos.com.br https://www.facebook.com/seiton.cursos.9/ Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de: • Compreender a importância dos fatores locais e sistêmicos que afetam a cicatrização. • Entender relevância das situações adversas que impedem ou dificultam a cicatrização. Neste e-book vamos estudar os fatores que afetam a cicatrização. São vários do fatores que afetam a cicatrização, dentre os quais temos os fatores sistêmicos, que estão diretamente relacionados ao paciente como um todo, como por exemplo idade, estado nutricional e comorbidades. Temos ainda os fatores locais, estes relacionado a ferida propriamente dita. FERIDA COM NECROSE DE COAGULAÇÃO Vejamos agora quais são os fatores sistêmicos a cicatrização. Seguiremos agora com uma sequência para sua melhor compreensão. Infecção - A infecção sistêmica afeta a cicatrização, na medida em que ela tem quer competir com qualquer infecção pelos glóbulos brancos e nutrientes. A cicatrização pode ocorrer somente depois do corpo ter lidado com a infecção. A infecção sistêmica é normalmente associada com aumento da temperatura, que provoca um aumento do ritmo metabólico e consequentemente o catabolismo ou a desvitalização do tecido. Para que a ferida possa cicatrizar, a infecção deverá ser debelada. Idade – a idade avançada propicia alterações nutricionais, metabólicas, vasculares, imunológicas e doenças crônicas, tornando-se susceptível a infecções e trauma. Ainda diminui a resposta inflamatória, o número de fibroblastos, reduzindo a síntese de colágeno e a epitelização, concomitante a redução do processo de angiogênese e aumento da fragilidade capilar. Agora em relação a condição nutricional (alimentação e hidratação), são fatores fundamentais a saúde, o bem-estar e a cicatrização das feridas. Vários estudos demonstram que pacientes cirúrgicos desnutridos têm uma possibilidade três vezes maior do que os bem nutridos de desenvolver problemas de cicatrização de feridas no pós-operatório. A desidratação prejudica cicatrização uma vez que a água corresponde a 55% do peso corporal e compõe todas as atividades celulares. A seguir iremos descrever os nutrientes necessários para a cicatrização. Proteínas: contribuem para: angiogênese, formação de linfócitos, proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno, remodelagem da ferida, resposta imunológica e fagocitose. Manganês, Cobre e Magnésio: contribui para a síntese do colágeno. Gorduras: contribuem para a formação de novas células. Vitamina C e A: contribuem para a síntese do colágeno, função do neutrófilos, migração dos macrófagos, síntese de complemento e imunoglobina, aumento da epitelização, aumento da velocidade de síntese do colágeno e melhora da ligação cruzada do colágeno. Complexo B: favorece a ligação cruzada de colágeno. Carboidratos: fornecem energia para as atividades dos leucócitos e dos fibroblastos. Zinco: amenta a proliferação das células e a epitelização e permite mais resistência ao colágeno. Suprimento sanguíneo - Um bom fornecimento de sangue e, consequentemente de oxigênio para a ferida são elementos essenciais para uma boa cicatrização. Vários fatores podem afetá-la negativamente, tais como: idade, tabagismo, doenças cardiovasculares. A deficiência na perfusão de oxigênio impede a síntese de colágeno, diminui a proliferação celular e a resistência à infecção. Doenças de base, como por exemplo doenças oncológicas ou crônicas, do tipo insuficiência renal, insuficiência vascular e diabetes, reduzem significativamente a capacidade de síntese de colágeno. Alguns fármacos possuem efeitos adversos ao processo de cicatrização como os corticoides e os AINES (anti-inflamatórios não esteroides), vejamos abaixo como se comportam na cicatrização. Diminuem a força tênsil das feridas; Diminuem a taxa de epitelização e neoangiogênese; Inibem a proliferação de fibroblastos, a contração da ferida, suprimem o sistema imune, aumentando a susceptibilidade à infecção; Quimioterápicos e anticoagulantes que também podem ser citados, pois interferem principalmente na fase inflamatória, devido a toxicidade a células fagocitárias. Tabagismo – promove vasoconstricção, diminuindo a perfusão tecidual, diminui a quantidade de hemoglobina funcional no sangue reduzindo também a oxigenação tecidual, diminui a síntese de colágeno, a atividade dos macrófagos, a epitelização e contração epitelial. Observa-se nos fumantes uma propensão maior de alterações vasculares, desenvolvendo úlceras periféricas arteriais e um risco aumentado de desencadeamento de necrose. Estresse e Ansiedade - A internação no hospital quer ela tenha sido planejada ou não pode ser uma experiência muito estressante. O estresse tem um efeito psicológico. Na realidade o estresse reprime o sistema imunológico, diminuindo a resposta inflamatória. Já foi demonstrado que há um risco maior de infecção de ferida num paciente muito ansioso. Dor - A dor e a ansiedade estão intimamente relacionadas porque a primeira pode aumentar a segunda e vice-versa. O medo da dor pode provocar muita ansiedade nos pacientes, isso porque descobriu-se que o mecanismo de resposta nervosa à dor e à ansiedade são os mesmos. Alguns autores demonstraram que informações pré-operatórias para reduzir a ansiedade tinham como resultado menos dor no pós- operatório. Precisamos entender a dor como uma experiência exclusiva de cada paciente. Consequentemente deduz-se que somente o paciente pode descrever a sua presença e a sua gravidade. Quanto ao padrão de sono, alguns estudos apontam que um déficit na qualidade de padrão de sono e repouso pode ser fator interveniente do processo de reparação uma vez que durante o sono, há secreção e liberação de hormônio de crescimento que estimula a síntese de proteínas, proliferação de fibroblastos e células endoteliais. Abordando agora sobre os fatores locais, veremos adiante os principais. Baixos padrões de higiene pessoal podem afetar a cicatrização de feridas devido ao aumento do risco de infecção das mesmas. Essa situação pode estar ligada a fatores socioeconômicos. Higiene Pessoal Prolonga a fase inflamatória, inibe a fagocitose, atua como meio de cultura e aumenta o crescimento bacteriano, proporcionando infecção, além de atuar como barreira física, impedindo a granulação e epitelização. Necrose O excesso de líquido intersticial cria condições locais desfavoráveis à proliferação celular e síntese proteica. O edema diminui o fluxo sanguíneo e o metabolismo local, favorecendo a formação de necrose e crescimento bacteriano. Além de comprimir terminações nervosas provocando dor. O hematoma, constitui meio de cultura ao mesmo tempo que sua reabsorção prolongada retardam a cicatrização. Edema e hematoma Um pouco mais sobre fatores locais que interferem na cicatrização. Através da ferida há perda da temperatura ideal para atividade celular, que se recupera 40 minutos após sua oclusão e a atividade mitótica se reestabelece em até 3 horas após, logo, o resfriamento da lesão retarda a cicatrização. Resfriamento As feridas ressecadas perdem o fluido rico em fatores de crescimento que estimulam a angiogênese e a epitelização. A migração de células epiteliais dá-se através da superfície da ferida, favorecida pela umidade. A umidade local propicia a epitelização da ferida 50% mais rápida quandocomparadas as feridas com o leito ressecado. Ressecamento Sabões / sabonetes removem o sebo da pele, que constitui quesito de proteção contra proliferação de microrganismos, consequentemente alteram o pH. Os antissépticos são citotóxicos a fibroblastos e queratinócitos, consequentemente prejudicam a síntese de colágeno e taxas de epitelização, além de promoverem diminuição da mobilidade leucocitária, não devendo ser usados para tratamento de feridas. Agentes tópicos As forças mecânicas externas, levam a pressão que promove diminuição do fluxo sanguíneo tecidual levando a isquemia local. No cisalhamento, o tecido subcutâneo se move em sentido contrário à proeminência óssea causando acotovelamento capilar e consequente isquemia local. A fricção, criada através da força de duas superfícies deslizando uma sobre a outra ou força de atrito, é manifestada por abrasão. Cisalhamento Fricção Neste E-book você viu quantos podem ser os fatores que interferem na cicatrização. E que estes podem ser locais e sistêmicos. Vimos a importância de cada um deles no processo de cicatrização e ainda como podemos remediar estes fatores para facilitar a cicatrização. Importante entender que a ferida pode sofrer interferência destes fatores e que o curativo por si só não cicatriza a ferida.
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