Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução as técnicas de laboratório Professor Mestre Emerson Silva Segurança • O laboratório é um local de trabalho onde o cuidado e a atenção são requisitos fundamentais para evitar acidentes. O laboratório está equipado com chuveiro, lava-olhos, capela e saída de emergência. Cuidados pessoais • Utilize sempre guarda-pó, óculos de segurança e calçado fechado. • O guarda-pó deve ser de algodão e de manga comprida (os tecidos sintéticos podem aderir à pele, quando inflamados). • O uso de bermudas, saias, sandálias ou chinelos não é permitido no laboratório. • Cabelos compridos deverão ser presos. • Não coma nem beba no laboratório. • Faça apenas as experiências indicadas. Caso tenha interesse em outras experiências, consulte o professor. EXPERIÊNCIAS NÃO AUTORIZADAS SÃO PROIBIDAS. • Comunique seu professor sobre qualquer acidente, por menor que seja. • Tenha cuidado com os materiais inflamáveis. • Use a capela para trabalhar com materiais tóxicos, explosivos e reações perigosas. Cuidados pessoais Cuidados gerais • Nunca jogue produtos ou soluções na pia ou no lixo sem prévio consentimento do professor. Descarte os resíduos conforme os procedimentos indicados pelo professor. • Leia com atenção o rótulo de qualquer frasco antes de usá- lo. Anote no Caderno de Laboratório os dados constantes nos rótulos dos reagentes. • Nunca use as espátulas de um frasco em outro para evitar contaminações. • Não toque com os dedos os produtos químicos, não tente sentir o odor da substância nem prove qualquer droga ou solução. • Aguarde qualquer equipamento aquecido esfriar para manuseá-lo. A aparência do vidro quente é a mesma do vidro frio! • Nunca jogue uma base forte sobre um ácido forte para neutralizar o ácido. Cuidados gerais Caderno de laboratório • Em um laboratório acadêmico, o registro dos procedimentos adotados e dos reagentes utilizados no caderno de laboratório economiza tempo e evita a repetição de experimentos. O objetivo do caderno é registrar o trabalho científico de uma forma compreensível para que o procedimento possa ser repetido obtendo- se os mesmos resultados descritos. • O caderno deve ser como um livro ata, isto é, suas folhas não podem ser facilmente removidas e as folhas devem ser numeradas. • O caderno é individual e deve conter os comentários, as discussões e as conclusões de cada um. Manuseio e Cuidados com Frasco de Reagentes • Leia cuidadosamente o rótulo do frasco antes de utilizá-lo, habitue-se a lê-lo, mais uma vez, ao pegá-lo, e novamente antes de usá-lo. • Ao utilizar uma substância sólida ou líquida dos frascos de reagentes, pegue-o de modo que sua mão proteja o rótulo e incline-o de modo que o fluxo escoe do lado oposto ao rótulo. Segurança Química • Muito cuidado com as tampas dos frascos, não permita que ele seja contaminada ou contamine-se. Se necessário use o auxílio de vidros de relógio, placas de Petri, etc. para evitar que isso aconteça. • Ao acondicionar um reagente, certifique-se antes da compatibilidade com o frasco, por exemplo, substâncias sensíveis à luz, não podem ser acondicionadas em embalagens translúcidas. Segurança Química Segurança Química • Não cheire diretamente frascos de nenhum produto químico, aprenda esta técnica e passe a utilizá-la de início, mesmo que o frasco contenha perfume. • Os cuidados com o descarte de frascos vazios de reagentes não devem ser menores que os cuidados com o descarte de soluções que eles dão origem. • Cuidados com Aparelhagem, Equipamentos e Vidrarias Laboratoriais: Antes de iniciar a montagem, inspecione a aparelhagem, certifique-se de que ela esteja completa, intacta e em condições de uso. Segurança Química • Não utilize material de vidro trincado, quebrado ou com arestas cortantes. • Não seque equipamentos volumétricos utilizando estufas aquecidas ou ar comprimido. • Não utilize tubos de vidro ou termômetros em rolha, sem antes lubrificá-los com vaselina e proteger as mãos com luvas apropriadas ou toalha de pano. Segurança Química ACIDENTES MAIS COMUNS EM LABORATÓRIOS E PRIMEIROS SOCORROS 1) Queimaduras: a) Queimaduras causadas por calor seco (chamas e objetos aquecidos): - No caso de queimaduras leves, aplicar vaselina líquida; - No caso de queimaduras graves, cobri-las com gaze esterilizada umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio a 5%. - Procurar um médico imediatamente. Segurança Química b) Queimaduras por ácidos: - Lave o local imediatamente com água em abundância, durante cerca de cinco minutos. A seguir, lave com solução saturada de bicarbonato de sódio e novamente com água. c) Queimaduras por álcalis (bases): - - Lave, imediatamente, o local atingindo com bastante água durante cinco minutos. Trate com solução de ácido acético a 1% e lave novamente com água. Segurança Química 2) Ácido nos olhos: - Nos laboratórios existem lavadores de olhos acoplados aos chuveiros de emergência. A lavagem deve ser feita por quinze minutos, após a qual se aplica solução de bicarbonato de sódio a 1%. - Álcali nos olhos: - Proceder como no item anterior, substituindo a solução de bicarbonato de sódio por uma de ácido bórico a 1%. Segurança Química 3) Intoxicações por gases: - Remova a vítima para um ambiente arejado deixando-o descansar. 4) Ingestão de substâncias tóxicas: - Deve-se administrar uma colher de sopa de “antídoto universal”, que é constituído de: duas partes de carvão ativo, uma de óxido de magnésio e uma de ácido tônico (vitamina do complexo B). • A classificação destas substâncias ou os símbolos de periculosidade são uma forma clara e rápida de identificar o perigo que elas representam. As substâncias são agrupadas em nove classes de risco especificadas a seguir: Classificação dos Produtos Químicos Substâncias que podem explodir sob efeito de calor, choque ou fricção. Ponto de Ignição ou Ponto de Fulgor (flash point): temperatura acima da qual uma substância desprende suficiente vapor para produzir fogo quando em contato com o ar e uma fonte de ignição (centelha, chama aberta). Ponto de Autoignição: temperatura acima da qual uma substância desprende vapor suficiente para produzir fogo espontaneamente quando em contato com o ar. Definições importantes: - Agente tóxico: substância que cause dano grave ou morte, através de uma interação físico-química com o tecido vivo. - Toxicidade: é a capacidade que uma substância tem de produzir dano a um organismo vivo, quando entra em contato com o mesmo. - DL50: é a dose única de uma substância química que causa a morte de 50% dos animais de uma dada população de organismos expostos, em condições experimentais definidas. Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório Equipamentos Básicos de Laboratório TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO Transferência de sólidos: não utilizar a mesma espátula para transferir amostras de substâncias diferentes. Este procedimento pode contaminar os reagentes. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO Transferência de líquidos: pode-se usar conta-gotas, bastão de vidro, funil de vidro e pipetas. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO Leitura do nível de um líquido - menisco: para ler corretamente o nível de um líquido, é importante olhar pela linha tangente ao menisco, que é côncavo, no caso de líquidos que aderem ao vidro, e convexo, no caso de líquidos que não aderem ao vidro (mercúrio). O menisco consiste nainterface entre o ar e o liquido a ser medido. O seu ajuste deve ser feito de modo que o seu ponto inferior fique horizontalmente tangente ao plano superior da linha de referência ou traço de graduação, mantendo o plano de visão coincidente com esse mesmo plano. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO • Papel de filtro dobrado liso: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais lenta e o líquido é o que mais interessa no processo. • Papel de filtro pregueado: é utilizado quando se deseja produzir uma filtração mais rápida e o sólido é o que mais interessa no processo. • Filtração simples e a vácuo: a filtração simples é o processo usado para a separação de uma mistura heterogênea sólido-líquido. Na filtração à vácuo de uma mistura sólido-líquido usa-se um funil chamado de funil de Buchner, cujo fundo é perfurado e sobre o qual se coloca o papel de filtro. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO Pesagem A pesagem é uma das técnicas mais importantes e comuns que se pode realizar num laboratório de química. Serve para determinar de maneira precisa a massa das substâncias que se vai trabalhar. Para isso utilizam-se balanças que, em geral, possuem grande precisão. A cada dia, as balanças estão se modernizando, tornando-se mais exatas e de manejo mais simplificado. Atualmente, as balanças eletrônicas têm escala digital, fornecendo o peso instantaneamente, sem necessidade de se manipularem botões. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO Cuidados gerais com balanças de laboratórios O manejo de qualquer balança requer cuidados especiais por ser um instrumento de alto custo e de grande sensibilidade. a) Não remova os pratos, nem os troque com os de outra balança. Não mova a balança. Mantenha-a no seu lugar. b) Não coloque na balança nenhuma substância que não esteja à temperatura ambiente. c) Mantenha a balança em local onde a vibração, mudanças bruscas de temperatura ou de umidade e movimento do ar sejam mínimos. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO d) Conserve a balança sempre limpa, retirando qualquer respingo, partícula ou poeira de seus pratos com uma escova especial. e) Não coloque nada diretamente sobre a balança. Líquidos e sólidos em pó ou granulados devem ser mantidos em algum recipiente seco, previamente pesado (tarado) e à temperatura ambiente. Se, durante a pesagem, o material for passível de interagir com a atmosfera (evaporação, oxidação, absorção de umidade), o frasco deve ser fechado. Para sólidos que não requerem proteção da atmosfera e que sejam inertes, a pesagem é feita colocando-se sobre os pratos, uma folha de papel adequado. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO f) Faça toda transferência de substância e/ou de pesos somente quando os pratos estivem travados. g) Execute todas as operações com movimentos suaves e cuidadosos. h) Use pinças e espátulas. Nunca use os dedos para manusear os objetos e substâncias que estão sendo pesados. i) Ao terminar o trabalho, remova todos os pesos e objetos da balança. Mantenha-a coberta ou fechada. No caso de balanças elétricas, tenha a certeza de que ela esteja desligada. • PIPETA VOLUMÉTRICA – utilizada para medir líquidos, é feita de vidro e possui um volume fixo, ou seja, se você precisar aspirar 4 mL de um líquido e tiver uma pipeta volumétrica de 5 mL, não poderá utilizá-la. • Apresenta alta exatidão em medidas feitas a temperatura de 20°C - temperatura padrão de calibração do equipamento. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO • PIPETA GRADUADA – utilizada para transferir volumes variados, consistindo de um tubo de vidro estreito graduado em mililitros. • Curiosidade: Na extremidade superior, o primeiro número mostra o volume total da pipeta e os dois números seguintes referem-se à escala, por exemplo: 5 in 1/10 significa que o volume total da pipeta é de 5 mL e sua escala é de 0,1 mL. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO SUBTIPOS: • Pipeta graduada de escoamento parcial (Mohr) – essas pipetas são calibradas para que nem todo o volume seja escoado. Apresenta na extremidade superior duas linhas. • Pipeta graduada de escoamento total (sorológica) – são calibradas para que todo o conteúdo escoe da pipeta. É graduada até a extremidade inferior e apresenta na extremidade superior uma linha. TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO MANUSEIO DO MATERIAL DE VIDRO Lavagem: • Todo material de vidro, que tenha sido usado, deve ser lavado imediatamente. Nunca reaproveitar um recipiente sem antes lavá-lo, mesmo que ele venha a conter a mesma substância. Vidro Quebrado: • Um dos problemas mais sérios no laboratório é a quebra do material vítreo e, como resultado, possíveis cortes. O material é caro e, em vários casos, sua substituição depende de importação. Não há meio de impedir que o material se quebre, mas devem-se tomar providências para que o fato seja reduzido, MANUSEIO DO MATERIAL DE VIDRO AQUECIMENTO DE MATERIAL DE VIDRO • Apesar de a maior parte dos materiais de vidro de laboratório serem resistentes ao calor, é necessário um cuidado especial do laboratorista no que se refere à forma de aquecimento. • Sempre deverá haver um material intermediário entre o recipiente de vidro e a chama, a não ser em casos especiais, como tubos de ensaio e tubos de vidro. Este material é normalmente a tela de amianto. • Ao aquecer um recipiente, procure segurá-lo por meio de uma pinça de madeira ou metal para evitar ser queimado ou atingido por respingos do material que está sendo aquecido. A boca do tubo deverá estar sempre voltada para o lado oposto ao do manipulador, Aquecimento • Em laboratório de química, antes do aquecimento de qualquer tipo de substância, é necessário conhecer suas principais características. Diversos acidentes graves ocorrem e podem até mesmo provocar cegueira, deformações da pele, etc., simplesmente por não observar essa regra básica. • Água e éter, por exemplo, são substâncias líquidas com propriedades diferentes e, por isso, elas devem ser aquecidas utilizando-se de metodologias diferentes. Aquecimento • No laboratório químico, o aquecimento pode ser feito com aquecedores elétricos (chapas, fornos, mantas elétricas), bico de gás, vapor d´água ou banho (de óleo, de água, de areia, etc.), lâmpadas incandescentes que emitem raios infravermelhos ou outros tipos. • O bico de gás é um dos aparelhos mais usados em laboratórios para aquecimento. Permite que se alcancem temperaturas da ordem de 1500ºC. Seu uso restringe-se apenas ao aquecimento de sólidos e líquidos não inflamáveis em condições extremas de segurança. É proibido, por medidas de segurança, aquecer líquidos inflamáveis sobre bico de gás. Bico de gás • O bico de gás é usado somente para aquecimento de porcelana, materiais resistentes e para evaporação de soluções aquosas. Quando se vai aquecer um líquido à ebulição, recomenda-se a colocação de algumas esferas de vidro, pedaços de algum material poroso (cerâmica, porcelana, carborundum, etc.), a fim de se evitar uma ebulição violenta, provocada pelo superaquecimento. Deve- se fazer isso antes de iniciar o aquecimento. Aquecimento Banho-maria • Utilizado para aquecimento de substâncias inflamáveis e de baixo ponto de ebulição (inferior a 100ºC). Os mais sofisticados banhos- maria são aquecidos eletricamente e permitem a estabilização de temperaturas através de termostatos. A forma mais simples de um banho-maria (banho de água) consiste num béquer com água aquecido através de uma chama. Esse processo pode ser usado somente para líquidos não inflamáveis. Para líquidos inflamáveis, deve-se usar um banho de água eletricamente aquecido, juntamente com um dispositivo para manter o nível de água. AquecimentoAquecimento Banhos líquidos de alta temperatura • São usados para aquecer substâncias de ponto de ebulição superior ao da água. • Os líquidos mais comumente empregados são a glicerina (ponto de ebulição de 220ºC) e os óleos minerais (ponto de ebulição variando entre 250 e 300ºC). • Os banhos de óleo são usados quando o aquecimento é feito até cerca de 220ºC. A máxima temperatura alcançada para tais banhos irá depender do tipo de óleo usado. A parafina medicinal pode ser empregada para temperaturas de até 220ºC. Aquecimento • Para temperaturas até cerca de 250ºC recomenda-se o óleo de semente de algodão que é claro e não é viscoso. Os fluidos de silicone são provavelmente os melhores líquidos para banhos de óleo, pois podem ser aquecidos até 250ºC sem perda e escurecimento apreciáveis; são, no entanto, atualmente, muito caros para o uso geral. Os banhos de óleo devem, sempre que possível, ser realizados em capela. Deve-se colocar sempre um termômetro no banho para evitar aquecimento excessivo. Os banhos de óleo são aquecidos geralmente por um bico de gás ou uma resistência elétrica. Aquecimento • É importante salientar mais uma vez que o aquecimento de qualquer líquido acima de seu ponto de ebulição pode provocar superaquecimento e até explosão. Isso pode ser evitado adicionando-se ao líquido, pérolas de vidro (carboneto de silício ou carborundum), pedaços de porcelana ou de vidro poroso. Sob aquecimento, esses materiais perdem uma pequena quantidade de ar na forma de bolhas assegurando uma ebulição uniforme. Devem-se ser colocados em líquido ainda frio.
Compartilhar