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P R O P R I E D A D E S M E C Ê M I C A S D O S M A T E R I A I S o Dureza Tipos de Ensaios Dureza de alguns Materiais o Conceitos de tensão e deformação Curvas tensão x deformação Deformação Elástica Deformação Plástica Ensaio de tração o Comportamento Mecânico – Materiais Metálicos Importância o Aplicações onde são necessárias solicitações mecânicas. o Atender as exigências se serviços previstas. Por que estudar? o A determinação e/ou conhecimento das propriedades mecânicas é muito importante para a escolha do material para uma determinação aplicação, bem como para o projeto e fabricação de um determinado componente. o As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeitos a esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir estes esforços aplicados, sem romper e sem se deformar de forma incontrolável (fratura ou falha). Propriedades Mecânicas o Descrevem o comportamento do material sob carregamento mecânico (tração, compressão, flexão e cisalhamento) o Fatores influenciam: natureza da carga aplicada, duração da aplicação, condições ambientais etc. o Pode variar com a temperatura, tempo, nível de solicitação etc. PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS Dureza Resistência à Tração Módulo de Elasticidade Ductilidade Tenacidade Resistência ao Impacto Fluência Fadiga Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às forças aplicadas e/ou de transmiti-las. Como Determinar as Propriedades Mecânicas dos Materiais? o A determinação das propriedades mecânicas é feita através de ensaios mecânicos (tração, compressão, impacto, dureza, fluência etc). o Utilizam-se normalmente corpos de prova (amostra representativa do material) para o ensaio mecânico, já que por razões técnicas e econômicas não é praticável realizar o ensaio na própria peça, que seria o ideal. o Geralmente, usam-se normas técnicas para o procedimento das medidas e confecção do corpo de prova para garantir que os resultados sejam comparativos. ASTM (Americam Society for Testing and Materials) ISO (International Organization for Standardization) ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) D U R E Z A o Resistência de um material à deformação plástica localizada. o As deformações plásticas são permanentes (irreversíveis): permanecem após a tensão aplicada ser retirada. Primeiras medidas: escala de MOHS. Habilidade de um mineral natural riscar a superfície do material. Ensaio: Consiste na aplicação de uma carga conhecida através de um penetrador de geometria conhecida e na medição da área da impressão produzida na superfície do corpo de prova. Ensaio de grande importância tecnológica (controle de qualidade). Dureza NÂO é um parâmetro característico do material (depende da máquina, da carga, do tipo de penetrador etc). Utilização de um identador (penetrador), que é forçado sobre uma superfície sob condições de carregamento controladas. Quanto mais “mole” o material, maior a profundidade de penetração e a área da marca deixada pelo identador. Ensaio de Dureza Rockwell: ensaio de dureza mais comum. A dureza é determinada pela diferença na profundidade de penetração resultante da aplicação de uma carga inicial menor seguida por uma carga principal maior. Tipos de identadores Rockwell: - Esfera de aço - Cone de diamante Rockwell: carga inicial de 10 Kg. Rockwell Superficial: carga inicial de 3 Kg. Exemplos: 80 HRB – Material com Dureza Rockwell. 80 na escala B. 60 HR30W – Material com Dureza Rockwell. Superficial de 60 na escala 30W. Dureza Brinell: carga aplicadas maiores (500 – 3000 Kg). Microdureza Vickers: cargas aplicadas menores (1 – 1000g). Baseada na área da marca de identação. Teste de Dureza dos Materiais Comparação da Dureza de Alguns Materiais T E N S Ã O E D E F O R M A Ç Ã O O comportamento mecânico de um material reflete a relação entre a sua resposta (ou Deformação) a uma carga (ou Tensão) que esteja sendo aplicada sobre um corpo fabricado deste material. As deformações podem ser elásticas ou plásticas. As deformações elásticas não são permanentes: são deformações que desaparecem quando a tensão aplicada é retirada. As deformações elásticas são reversíveis, sendo resultado da ação de forças conservativas. As deformações plásticas são permanentes: permanecem após a tensão aplicada ser retirada. Deformações plásticas são irreversíveis, sendo acompanhadas por deslocamentos atômicos permanentes. As tensões (cargas) podem ser de TRAÇÂO, COMPRESSÂO, CISALHAMENTO ou TORÇÃO. Tração (tensão uniaxial): força aplicada sobre o corpo é perpendicular às suas superfícies. Assumindo que a reação à força de tração se distribui homogeneamente no sólido. Na deformação por tração, normalmente ocorre: Alongamento ao longo do eixo de aplicação da força; Contração ao longo dos dois outros eixos. Compressão: Força compressiva O corpo se contrai na direção da tensão Mesmas equações: valores negativos Cisalhamento: força aplicada sobre o corpo é paralela à suas superfícies. Torção: variação de cisalhamento. P R O P R I E D A D E S E L Á S T I C A S D O S M A T E R I A I S o Quando uma tensão (tração) é imposta tem-se uma elongação elástica e uma deformação correspondente a essa elongação. o Resultado elongação: contração nas direções laterais (x, y) perpendicular à tensão aplicada. o A partir dessas contrações podem-se determinar os valores das deformações compressivas. o Se a tensão for uniaxial e o material isotrópico: x = y. Considerando-se que o volume é aproximadamente constante, havendo uma variação de tamanho na direção axial, esta deverá ser compensada na direção transversa. Deformações compressivas (x e y) podem ser expressas através do: Coeficiente de Poisson (v): razão entre lateral e axial. Coeficiente de Poisson: descreve a relação entre a diminuição da área da seção transversal e o aumento no comprimento do material em um teste de tração. Para materiais isotrópicos, módulos de cisalhamento (G) e de elasticidade (E) são relacionados: E = 2G(1+v) Para muitos metais: G ~0,4E P R O P R I E D A D E S D E T R A Ç Ã O Tração: ensaio mecânico de TENSÃO vs DEFORMAÇÃO mais comum. Ensaio destrutivo. Corpo de Prova: diferentes formas e dimensões. As medidas de tensão são feitas com uma célula de carga. Sistema básico: Sistema de aplicação de carga (uniaxialmente). Dispositivo para prender o corpo de prova. Sensores que permitem medir a tensão aplicada e a deformação promovida (extensômetro) é uma taxa (ou velocidade) de deformação constante. Curva típica de Tensão vs Deformação – METAL (Comportamento representativo da curva TENSÃO em função da DEFORMAÇÃO obtida num ENSAIO DE TRAÇÃO de um metal) O ponto P corresponde ao LIMITE DE PROPORCIONALIDADE (LP); a deformação a partir doponto P é plástica, e antes do ponto P é elástica. Em uma escala atômica, a DEFORMAÇÃO ELÁSTICA é manifestada como pequenas alterações no espaçamento interatômica e na extensão das ligações interatômicas. M Ó D U L O D E E L A S T I C I D A D E Alguns materiais (ferro fundido, concreto, alguns polímeros etc) apresentam curvas de tensão-deformação em que a parte elástica NÃO é linear. Neste caso, o módulo elástico (em um nível de tensão específico) pode ser determinado pelo Módulo Tangente ou Módulo Secante. Comparação entre valores do Módulo de Elasticidade em diferentes Materiais Valores do módulo de elasticidade para diferentes materiais D E F O R M A Ç Ã O P L Á S T I C A Quando as deformações ultrapassam o limite de proporcionalidade, a relação entre a tensão e a deformação deixa de ser linear (Lei de Hooke), produzindo-se uma deformação permanente, chamada DEFORMAÇÃO PLÁSTICA. Na prática, muitas vezes, é difícil definir a posição do ponto P (deformação elástica -> plástica) com precisão. Como consequência, geralmente se define uma TENSÃO LIMITE DE ESCOAMENTO (LE) como sendo a tensão necessária para se produzir uma pequena quantidade de deformação plástica. Por exemplo, o ponto Eє corresponde a uma deformação plástica de є = 0,002=0,2% (metais). Quando o fenômeno de escoamento não é nítido, a tensão de escoamento é definida como aquela necessária para promover uma deformação permanente de x%. Na maioria dos projetos de engenharia é importante trabalhar na região elástica, portanto é preciso definir um limite de tensão que o material irá resistir antes de se deformar plasticamente. Alguns materiais (exemplo: maioria dos metais) mostram ponto de escoamento bastante nítido. Não é necessário utilizar método descrito anteriormente; o ponto de escoamento pode ser determinado diretamente do gráfico. Propriedades de Tração de Alguns Materiais Relação entre Dureza e Limite de Resistência a Tração Ambos são indicadores da resistência de um material à deformação plástica. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS – METAL Ductilidade: medida do grau de deformação plástica que um material pode sofrer até o rompimento. Materiais que suportam pouca deformação plástica são chamados FRÁGEIS. Materiais que suportam muita deformação plástica são chamados DÚCTEIS. Comportamento frágil e dúctil de materiais em ensaios de tração Existem duas formas de se expressar a ductilidade: Porcentagem de elongação: Porcentagem de redução em área (coeficiente percentual de estricção): Comportamento Mecânico dos Materiais Materiais Dúcteis e Frágeis Tenacidade: medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar. Para um material apresentar características tenazes, ele deve apresentar tanto resistência quanto ductilidade; Frequentemente materiais dúcteis são mais tenazes do que materiais frágeis (como demonstrado nas áreas representadas ela figura abaixo); Assim sendo, embora os materiais frágeis tenham maior limite de escoamento e maior limite de resistência a tração, eles possuem menos tenacidade do que o material dúctil. Podemos perceber que as cerâmicas, por exemplo, são extremamente resistentes mecanicamente, porém tem uma tenacidade muito baixa e chega a ruptura com qualquer impacta de baixa intensidade. Já as borrachas têm uma elevadíssima tenacidade e uma baixa resistência mecânica, absorvendo muito energia antes de se romper. Resiliência: Corresponde à capacidade do material de absorver energia quando ele é deformado elasticamente. Materiais resilientes são aqueles que têm alto limite de elasticidade (como os materiais utilizados para molas). Curva Tensão x Deformação LE, LRT e E representam habilidade do material de suportar cargas em diferentes condições. ЄLE, ЄE, ЄLR, a resiliência e a tenacidade quantificam a habilidade do material em se deformar. Deformação de Engenharia e Deformação Real Considerando uma amostra cilíndrica homogênea sujeita a uma tensão uniaxial ao longo do eixo do cilindro. A área inicial da seção transversal da amostra é A0 e seu comprimento é l0. Devido à aplicação da tensão, o comprimento da amostra varia de l0 a ln e a área do A0 a An. A deformação de engenharia є vale. Suponha agora, que a variação do comprimento da amostra é feita em N passos de tal forma que: Para N grande, podemos substituir a somatória por uma integral. E єR é a denominada DEFORMAÇÃO REAL e a sua correlação com є é apresentada na equação acima. A deformação de engenharia coincide com a deformação real APENAS para deformações suficientemente pequenas. Tensão de Engenharia e Tensão Real Curva Tensão Real – Deformação Real Comportamento Mecânico dos Materiais Tensão e deformação de engenharia NÃO levam em consideração a redução da área na região do empescoçamento (estricção). Podem também ser definidas em termos de seção transversal instantânea (Ai): o Comportamento Mecânico – Materiais Poliméricos Mecanismo de deformação em materiais poliméricos Fatores que influenciam as propriedades mecânicas dos polímeros o Comportamento Mecânico – Materiais Cerâmicos o Mecanismos de deformação em Materiais amorfos: comportamento elástico, viscoelástico e viscoplástico. P R O P R I E D A D E S M E C Â N I C A S D O S P O L Í M E R O S A) Polímero frágil B) Polímero dúctil e tenaz C) Elastômero dúctil Deformação em elastômeros Vulcanização: reação química de formação de ligações cruzadas em polímeros (normalmente enxofre). M E C A N I S M O D E D E F O R M A Ç Ã O E L Á S T I C A E M M A T E R I A I S P O L I M É R I C O S Ensaio de tração: deformação elástica e deformação plástica dos polímeros. Deformação elástica nos polímeros ocorre em níveis de tensão relativamente baixos. Polímeros Semicristalinos: mudança nas regiões amorfas e cristalinas. Atribuída ao alongamento das cadeias amorfas na direção da tensão aplicada. Estágios da deformação elástica em polímeros semicristalinos: - 2 lamelas adjacentes com cadeias dobradas e material amorfo antes da deformação. - Alongamento das cadeias amorfas durante o 1º estágio de deformação. - Aumento na espessura do cristalino devido a dobra e estiramento das cadeias. M E C A N I S M O D E D E F O R M A Ç Ã O P L Á S T I C A E M M A T E R I A I S P O L I M É R I C O S Estágios de deformação plástica em polímeros semicristalinos: a) Lamelas (cristalitos) após a deformação elástica. b) Inclinação das lamelas (sentido da força aplicada). c) Separação de segmentos de blocos cristalinos. d) Orientação dos segmentos e das cadeias com o eixo de tração no estágio final da deformação plástica Resulta em uma estrutura altamente orientada. Processo denominado estiramento: pode proporcionar melhoria nas propriedades mecânicas e de barreira de filmes poliméricos (Exemplo: BOPP).Deformação em polímeros semicristalinos (fenômenos de empescoçamento ou estricção) O limite de escoamento superior (a) corresponde ao início da formação do empescoçamento (estricção). A tensão cai até o limite inferior de escoamento (b) devido à diminuição da secção resistente. Na região do empescoçamento, as cadeias moleculares se orientam, o que leva a um aumento localizado de resistência (c-d). Em consequência, a deformação plástica prossegue em uma região vizinha à da estricção (de menor resistência), resultando em um aumento do comprimento da amostra. A tensão de escoamento aumenta devido ao aumento da resistência do polímero (alinhamento de cadeias). As propriedades mecânicas de polímeros são altamente dependentes de vários fatores: - Temperatura de uso dos materiais - Temperatura de ensaio - Velocidade de ensaio - Condições atmosféricas (exemplo: umidade) - História térmica do material (processamento) 1) Efeito da temperatura: faixa de uso dos materiais. 2) Temperatura do ensaio Um mesmo polímero pode ser frágil ou dúctil, dependendo da temperatura ou da velocidade do ensaio. 3) Velocidade do ensaio 4) Condições atmosféricas 5) Condições de processamento anterior No geral, quanto maior a cristalinidade maior o módulo elástico, maior a resistência ao escoamento e maior a dureza. 6) Cristalinidade 7) Orientação Direção Paralela: os polímeros apresentam alto módulo e evada resistência à tração – ligações primárias. Direção Perpendicular: baixa resistência – ligações secundárias. Para polímeros dúcteis, o alongamento na ruptura é maior para polímeros orientados perpendicularmente que paralelamente. Isto porque, no estiramento de polímeros previamente orientados na direção perpendicular, as moléculas primeiro se desorientam e então se reorientam na direção da força aplicada. No caso de polímeros frágeis, estes quebram antes do processo de reorientação. 8) Massa Molar O LRT aumenta em função do aumento da massa molar. C O M P O R T AM E N T O M E C ÂN I C O – M AT E R I AI S C E R ÂM I C O S A característica típica de cerâmica é romper com baixa absorção de energia (fratura frágil). A temperatura ambiente a maioria dos materiais cerâmicos sobre fratura antes do surgimento de uma deformação plástica. Cerâmicas Cristalinas: O deslocamento de discordância é muito difícil – íons com mesma carga elétrica são colocados próximos uns dos outros – Repulsão. No caso de cerâmicas onde a ligação covalente predomina o escorregamento também é difícil – Ligação Forte. Cerâmicas Amorfas: Não há uma estrutura cristalina regular – Não Há Discordâncias. Materiais se deformam por Escoamento Viscoso. A resistência à deformação em um material não-cristalino é medida por intermédio de sua viscosidade. Movimentação de discordância em cunha em sólidos com ligações covalentes. Movimentação de discordância em cunha em sólidos cristalinos com ligações com ligações iônicas. P R O P R I E D A D E S M E C Â N I C A S E M C E R Â M I C A S Curva de Tração de Materiais Frágeis (Materiais Cerâmicos) Influência da porosidade Processamento ou fabricação: compactação das partículas (pó) e tratamento térmico (sinterização) – eliminar porosidade. Qualquer porosidade residual terá influência negativa nas propriedades mecânicas dos materiais cerâmicas. MECAMISMOS DE DEFORMAÇ ÃO EM MATERI AS AMORFOS ( P O L Í M E R O S O U C E R Â M I C A S ) Deformação Amorfa Material amorfo pode se comportar como um sólido vítreo (baixas T), com um sólido viscoso (T intermediárias) e como um líquido viscoso (aumento T). - Baixas T (e baixas deformações): comportamento elástico; - Altas T: comportamento viscoso; - T intermediária: viscoelástico. Comportamento elástico: a deformação elástica é instantânea, ou seja, independente do tempo. - Processo REVERSÍVEL: deformação total ocorre no instante em que a tensão é aplicada ou liberada. Comportamento viscoso: a deformação não é instantânea, ou seja, em resposta à aplicação de uma tensão, a deformação é dependente do tempo. - Deformação não é REVERSÍVEL: não é completamente recuperado após a liberação da tensão. Comportamento viscoelástico: deformação elástica (instantânea) + deformação viscosa (dependente do tempo). Exemplo: Polímero de silicone: enrolado como bola e jogado contra a parede = pula e repica elasticamente (taxa de deformação rápida); quando tracionado (tensão gradual e crescente) material se alonga e escoa (líquido viscoso). Deformação Elástica Processo REVERSÍVEL - Deformação total ocorre no instante em que a tensão é aplicada ou liberada. - deformação é instantânea, ou seja, independente do tempo. - não dissipa energia Fluxo Viscoso Processo IRREVERSÍVEL - a resposta à tensão aplicada não é instantânea, ou seja, deformação é dependente do tempo. - deformação não é completamente recuperada após a liberação da tensão. - dissipa energia. C O M P O R T A M E N T O V I S C O E L Á S T I C O Deformação elástica instantânea seguida de um fluxo viscoso dependente do tempo. Considere um corpo de prova de comprimento inicial L0, que é submetido a um esforço Ϭ no instante t0. Inicialmente ele sofre uma deformação instantânea, puramente elástica (єel), que obedece à lei de Hooke. Se o esforço é mantido constante (não varia com o tempo), uma deformação viscoelástica (єvel) aparece ao longo do tempo, e se estabiliza num tempo ta. A deformação total єt é igual à soma das duas deformações. Essa deformação permanece constante, até que o esforço seja eliminado no instante tf. Nesse instante, o corpo de prova sofre uma contração elástica praticamente instantânea, de valor absoluto igual a єel. Para que o corpo de prova volte às suas dimensões iniciais (ou seja, para que haja uma contração adicional em valor absoluto igual à deformação viscoelástica) é necessário um intervalo de tempo igual à dt. Nesse instante, o corpo de prova sofre uma contração elástica praticamente instantânea, de valor absoluto igual a єel. Para que o corpo de prova volte às suas dimensões iniciais (ou seja, para que haja uma contração adicional em valor absoluto igual à deformação viscoelástica) é necessário um intervalo de tempo igual à dt. No tempo t=tf+dt o corpo de prova readquire suas dimensões iniciais, não existindo nenhuma deformação plástica residual. O comportamento viscoelástico é reversível, mas dissipa parte da energia envolvida nas deformações. MECANISMO DE DEFORMAÇÃO EM MATERIAIS AMORFOS C O M P O R T A M E N T O V I S C O P L Á S T I C O Quando a deformação não é mais proporcional a tensão aplicada, ocorrendo então uma deformação não recuperável e permanente. Considere um corpo de prova de comprimento inicial L0, que é submetido a um esforço Ϭ no instante t0. Inicialmente ele sofre uma deformação instantânea, puramente elástica (єel), que obedece à lei de Hooke. Se o esforço é mantido constante (não varia com o tempo), deformação viscoelástica (єvel) e viscoplástica (єvpl) aparecem ao longo do tempo. A deformação viscoelástica se estabiliza de certo tempo, o que não ocorre com a deformação viscoplástica: ela cresce continuamente com o tempo. A deformação total єT é igualà soma das deformações єel, єvel, єvpl. A deformação cresce continuamente com o tempo, até que o esforço Ϭ seja eliminado no instante tf. Nesse instante, o corpo de prova sofre uma contração elástica praticamente instantânea, de valor absoluto igual a єel. A contração referente à deformação viscoelástica ocorre num intervalo de tempo dt. No tempo t=tf+dt o corpo de prova não readquire suas dimensões iniciais, apresentando uma deformação permanente Δlvpl (deformação viscoplástica). O comportamento viscoplástico é irreversível, ocorrendo dissipação de energia no processo de deformação. o Mecanismos de Deformação Plástica em Metais Mecanismos de deformação plástica em metais e ligas. Mecanismos de endurecimento em metais e ligas. Recuperação, Recristalização e Crescimento de Grão. o Falha nos Materiais Fratura Fadiga Fluência O mecanismo de deformação plástica é diferente para materiais cristalinos e materiais amorfos. Nos MATERIAIS CRISTALINOS (metais e cerâmicas cristalinas) o principal mecanismo de deformação plástica consiste no escorregamento de planos atômicos através da MOVIMENTAÇÃO DE DISCORDÂNICIA. Nos MATERIAIS AMORFOS (cerâmicas amorfas e polímeros em geral) o principal mecanismo de deformação plástica geralmente consiste no ESCOAMENTO VISCOSO (deformação viscoelástica e viscoplástica). Tipos de discordância: aresta, espiral e mista. A movimentação de discordância é o principal fator envolvido na deformação plástica de metais e ligas. A mobilidade de discordância pode ser alterada por diversos fatores (composição, processamento etc) e também pelo controle das propriedades mecânicas do material. As discordâncias não se movem com a mesma facilidade em todos os planos cristalinos e em todas as direções cristalográficas. A movimentação das discordâncias se dá preferencialmente através de planos específicos e, dentro desses planos, em direções específicas, ambos com a MAIOR DENSIDADE ATÔMICA em um dado reticulo cristalino. Essa combinação de um plano e uma direção é chamada de SISTEMA DE ESCORREGAMENTO (“slip system”). ESCORREGAMENTO: processo no qual uma deformação plástica é produzida pelo movimento de uma discordância. Um sistema de escorregamento é definido por um PLANO e por uma DIREÇÃO de escorregamento, ambos com a maior densidade atômica em um dado retículo cristalino. DE FO RM AÇ ÃO P L ÁS T I C A E M ME T AI S MO NO CRIST AL I NO S Escorregamento de discordância em monocristais: discordâncias se movem em resposta a uma tensão aplicada ao longo de um plano e direção de escorregamento. Monocristal: escorregamento ocorre ao longo de diversos planos e direções equivalentes que estão orientados de maneira mais favorável, em várias posições ao longo do comprimento da amostra. Pequenos degraus sobre a superfície do monocristal. Cada degrau resulta do movimento de um grande número de discordância ao longo do mesmo plano de escorregamento. D E F O R M AÇ ÃO P L ÁS T I C A E M M E T AI S P O L I C R I S T AL I N O S Materiais policristalinos: extrapolação dos mecanismos dos monocristais. Devido as orientações cristalográficas diferentes de cada grão, a direção de escorregamento varia de um grão para outro. Para cada grão, o movimento de discordâncias ocorre ao longo do sistema de escorregamento mais favorável. Direções de escorregamento preferencial para cada cristal. Materiais policristalinos são mais resistentes à deformação plástica que os monocristais devido às restrições à deformação de cada cristal gerada pelos cristais adjacentes. Alteração da microestrutura de um metal policristalino em consequência da deformação plástica. MECANISMOS DE AUMENTO DA RESISTÊNCI A E M METAIS Balanço entre: aumento de resistência, ductilidade e tenacidade. Restringir ou dificultar a movimentação das discordâncias torna os metais mais resistentes à deformação plástica, ou seja, mais duros e menos dúcteis. Isso pode ser obtido formas diferentes: o Endurecimento por deformação plástica (ENCRUAMENTO) (“strain hardening” ou “work hardening”); o Endurecimento por diminuição (REFINO) do tamanho de grão (“strengthening by grain size reduction”); o Endurecimento por SOLUÇÃO SÓLIDA (“solid solution strengthening”); o Endurecimento por PRECIPITAÇÃO ou DISPERSÃO. E N C R U A M E N T O É o mais antigo e provavelmente o mais utilizado dentre os mecanismos de endurecimento de metais. O encruamento é o mecanismo pelo qual um material dúctil se torna mais duro e resistente depois de ter sido submetido a uma deformação plástica. Durante a deformação plástica, as discordâncias movimentam-se, multiplicam-se e interagem entre si. Para que ocorra a deformação plástica novamente (movimentação das discordâncias), passa a existir a necessidade de tensões maiores (aumento da resistência. O material com limite de escoamento Ϭyo é tracionado até D. Após descarregamento sofre RECUPERAÇÃO ELÁSTICA. Quando recarregado, por ter sofrido ENCRUAMENTO, apresenta limite de escoamento maior Ϭyi. Durante a deformação plástica, as discordâncias movimentam-se e multiplicam-se. Para que a movimentação das discordâncias ocorra, é necessário tensões crescentes. O encruamento também é denominado de trabalho a frio ou endurecimento por trabalho. R E F I N O D E G R Ã O Endurecimento por redução de tamanho de grão. O tamanho ou o diâmetro médio dos grãos em um material policristalino têm grande influência nas propriedades mecânicas. Durante a deformação plástica, o escorregamento deve ocorrer através do contorno de grão (grão A para o grão B, na Figura). Contorno de grão atua como barreira ao movimento das discordâncias (barreira à deformação plástica). O material com granulação fina é mais duro e resistente, pois possui uma área total maior de contornos de grão para impedir o movimento das discordâncias (impedir a deformação plástica). Em muitos materiais, a tensão limite de escoamento (Ϭy) varia de acordo com o tamanho médio do grão (d) pela relação: Material com granulação fina é mais duro e resistente pois possui uma área total maior de contornos de grão para impedir o movimento das discordâncias. S O L U Ç Ã O S Ó L I D A Os campos de tensão gerados pelos átomos de soluto interagem com os campos de tensão das discordâncias, dificultando a movimentação das discordâncias e, consequentemente, promovendo endurecimento. Átomos de soluto tendem a se segregar ao redor das discordâncias de maneira a reduzir a energia global da deformação. Movimentação das discordâncias é restringida (endurecimento). P R E C I P I T A Ç Ã O O U D I S P E R S Ã O Os precipitados também dificultam o movimento das discordâncias. PRECIPITADOS INCOERENTES: não existe continuidade entre os planos cristalinos do precipitado e os da matriz, e as discordâncias terão que se curvar entre os precipitados. Dificultam mais o movimento das discordâncias. PRECIPITADOS COERENTES: Dificultam menos o movimento das discordâncias. Quando os precipitados forem coerentes, as discordâncias em movimento poderão cortá-los ou cisalhá-los dificultando menos o movimento das discordâncias.RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO A deformação plástica de uma amostra metálica policristalina tem T menores que a T fusão (trabalho a frio) produz alterações microestruturais e de propriedades, que incluem: o Alteração na forma do grão; o Endurecimento por encruamento; o Aumento na densidade das discordâncias. Essas propriedades ES estruturas podem ser revertidas aos seus estados anteriores ao trabalho a frio mediante um tratamento térmico apropriado (recozimento ou “annealling”). Essa restauração resulta em 2 processos diferentes que ocorrem a T elevadas: recuperação e recristalização, que podem ser seguidos por crescimento do grão. Uma parte da energia de deformação interna que se encontra armazenada é liberada devido ao movimento das discordâncias, como resultado de um aumento da difusão atômica em T elevadas. Existe uma redução no número de discordância e são produzidas configurações de discordâncias que possuem baixas energias de deformação. Além disso, propriedades (condutividade elétrica e térmica) são recuperadas aos seus estados anteriores ao processo de trabalho a frio. R E C R I S T A L I Z A Ç Ã O Formação de um novo conjunto de grãos com dimensões aproximadamente iguais e livres de deformação, que têm baixa densidade de discordância e que são característicos das condições anteriores ao processo de trabalho a frio. Novos grãos se formam como núcleos muito pequenos e crescem até que consumam por completo seu material de origem em processos de difusão de curto alcance. Assim o metal se torna menos resistente e mais deformável (mais dúctil). C R E S C I M E N T O D O G R Ã O Após a conclusão da recristalização, os grãos livres de deformação continuarão a crescer se a amostra do metal for deixada a uma T elevada (crescimento do grão). O crescimento do grão não precisa ser precedido por recuperação e recristalização. Pode ocorrer em todos os materiais policristalinos (metais ou cerâmicas). O crescimento do grão ocorre pela migração de contornos de grão: Ocorre por difusão atômica de curta distância. As propriedades mecânicas à T ambiente de um metal com granulação fina são, em geral, superiores (maior resistência) às dos metais com grãos maiores. R E C R I S T A L I Z A Ç Ã O E C R E S C I M E N T O D O G R Ã O RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO A influência da temperatura de recozimento sobre o limite de resistência à tração e ductilidade de uma liga de latão. Tamanho de grão como uma função da temperatura de recozimento é indicada. Estrutura de grão durante os estágios de recuperação, recristalização e crescimento de grão é mostrada esquematicamente. F A L H A N O S M A T E R I A I S A FALHA de materiais de engenharia é quase sempre um evento indesejável por várias razões; estas incluem vidas humanas que são postas em risco, perdas econômicas e a interferência com a disponibilidade de produtos e serviços. Mesmo embora as causas de falhas e o comportamento de materiais possam ser conhecidos, a prevenção de falhas é difícil de garantir. As causas usuais das falhas são a seleção e processamento inadequados de materiais e erros de projeto do componente ou seu mau uso. Materiais de Engenharia: fratura dúctil ou frágil (baseada na capacidade de um material apresentar ou não deformação plástica). Fratura Dúctil: deformação plástica substancial, com uma grande absorção de energia antes da fratura. Fratura Frágil: pouca ou nenhuma deformação plástica, com uma baixa absorção de energia antes da fratura. Processo de fratura: 2 etapas (criação e propagação de trincas em resposta à imposição de uma tensão). Fratura dúctil: extensa deformação plástica na vizinhança de uma trinca que está avançando (trinca estável); Fratura frágil: trincas podem se propagar de uma maneira extremamente rápida, acompanhadas de pouca deformação plástica (trinca instável). Fratura dúctil SEMPRE preferível; Sob tensão de tração aplicada: ligas metálicas (dúcteis), cerâmicas (frágeis) e polímeros (ambos tipos de fratura). Ensaio de fratura: Resistência ao Impacto Representa a tenacidade do material (energia absorvida até a fratura). Determina as características de fratura dos materiais (frágil ou dúctil). Ensaio de tração convencional: taxa de deformação є aproximadamente 10-5 a 10-1 (s-1). Solicitações de impacto: є aproximadamente 102 a 103 (s-1) (taxa de deformação elevada). Ensaios Charpy e Izod: medem energia de impacto ou tenacidade ao entalhe. Ensaio de impacto (Pêndulo) O entalhe no corpo de prova atua concentrando as tensões, ou seja, é um ponto de fragilidade, permitindo a iniciação da trinca e facilitando a sua propagação. O entalhe é padronizado por norma e caracterizado segundo seu ângulo e profundidade. Ensaio de Resistência ao Impacto Queda de Peso (Drop-Weight Test) Um peso é lançado de uma altura pré-estabelecida em queda livre sobre a amostra. O resultado é qualitativo – quebra ou não quebra (alternativamente, deforma ou não deforma, trinca ou não trinca,...) Permite determinar a TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO PARA DUCTILIDADE NULA (NDT nil ductility transitionn temperature) – interessante em projeto de engenharia para aplicações em temperatura subambientes. Transição Dúctil-Frágil Ensaio Charpy e Izod: determinar se um material apresenta ou não a transição Dúctil-Frágil. Relacionada à dependências da absorção da energia de impacto medida em relação à T. Transição abrupta de um comportamento frágil em baixa T para um comportamento dúctil em alta T. Depende fortemente da geometria da amostra e do critério para sua definição – cuidado no projeto para que um material não sofra essa transição em operação. Permite comparar, entretanto, a fragilidade ou ductilidade relativa em solicitações de impacto através de um ensaio padronizado. Pode ser observados em metais CCC e HC, polímeros e em cerâmicas (em temperaturas elevadas). Energia de impacto vs. Temperatura 1 – elevadas energias de impacto (dúcteis) e não apresentam transição dúctil/frágil. 2 – apresentam transição dúctil/frágil. 3 – baixas energias de impacto (frágeis) e não apresentam transição dúctil/frágil. Transição Dúctil-Frágil Não se deve construir estruturas utilizando materiais que apresentam o comportamento de transição dúctil-frágil caso haja utilização em temperaturas abaixo da temperatura de transição Tc, para evitar fraturas frágeis e catastróficas. Ruptura de uma ponte metálica no Canadá, acontecida em 1951. A estrutura rompeu de forma frágil numa noite de inverno (-30ºC), num momento em que a ponte não estava sequer submetida a uma grande solicitação. Resistência ao Impacto – Polímeros A resistência ao impacto é uma das propriedades mais importantes na avaliação do desempenho mecânico dos polímeros. Isso porque, muitas vezes, durante o tempo de vida útil, pode ocorrer uma solicitação mecânica de curtíssima duração de forma brusca e repentina. Dois fatores determinam o comportamento do polímero quando submetido ao ensaio de impacto: o Energia necessária para iniciar a trinca o Energia requerida para propagar a trinca Fatores que influenciam a resistência ao impacto Temperatura - Resistência ao impacto apresenta uma forte dependência com a temperatura. - Normalmente quanto maior a temperatura maior a RI. - Dependência coma Tg: Cristalinidade - Um aumento de cristalinidade faz com que ocorra uma redução na RI. - Geralmente polímeros que apresentam baixa cristalinidade apresentam elevadas RI. Aditivos - Plastificantes- reduzem a Tg e, portanto aumentam a resistência ao impacto de um polímero se a Tg está próxima à temperatura ambiente. - Cargas rígidas – em um polímero rígido reduz a RI. Resfriamento - Taxas de resfriamento lentas produzem grandes esferulitos, conduzindo a uma maior fragilidade. - Taxas de resfriamento mais rápidas ou agentes nucleantes, reduzem o tamanho dos esferulitos e a fragilização. Orientação Verificar o TIPO de ligação que será rompida com a propagação da trinca. F A D I G A Nas aplicações de engenharia frequentemente encontram-se solicitações cíclicas (exemplo: eixos, molas, asas de avião etc), que implicam em FADIGA. FADIGA: forma de falha que ocorre normalmente após um longo período de aplicações de tensões repetitivas ou ciclos de deformação. Sob estas circunstâncias é possível que ocorra a falha num nível de tensão consideravelmente inferior ao limite de resistência à tração ou ao limite de escoamento para uma carga estática. Ou seja, a fadiga ocorre mesmo quando um componente é submetido a solicitações dentro do regime elástico (isto é, para tensões inferiores ao limite de escoamento) -> o fenômeno deve ser levado em conta em projetos de engenharia. A fadiga ocorre em todas as classes de materiais (metálicos, cerâmicos, poliméricos e compósitos). Representa aproximadamente 90% das falhas em metais. Falhas de fadiga são do tipo frágil mesmo em metais normalmente dúcteis, uma vez que existe muito pouca, se é que existe alguma, deformação plástica bruta associada com a falha. O processo ocorre pela iniciação e propagação de trincas e a superfície de fratura é perpendicular à direção de uma tensão de tração aplicada. Tensões Cíclicas – Esforços (cargas) que se repetem com regularidade. -A tensão cíclica é definida por uma função senoidal, onde os valores de tensão são representados no eixo das ordenadas e o número de ciclos no eixo das abscissas. -Tensões de tração são representadas como positivas e de compressão como negativas. Variação da tensão ao longo do tempo, que é responsável por falhas por fadiga. a) Ciclo de tensões alternadas: tensão alterna entre uma tensão de tração máxima (+) e uma de compressão máxima (-) de igual magnitude. b) Ciclo de tensão repetitivas, no qual a tensão máxima e mínima são assimétricas (Ϭm=tensão média). c) Ciclo de tensões aleatórias. ENSAIO O ensaio de fadiga é um método utilizado para especificar os limites de tensão e de tempo de uso de um produto, peça ou elemento de máquina. É utilizado para definir aplicações de materiais. Determina o comportamento de materiais submetidos a cargas fluentes (cíclicas); Aplicações de cargas alternadas e o número de ciclos necessários para produzir a ruptura (numa peça ou corpo de prova). Os aparelhos de ensaio de fadiga são constituídos por um sistema de aplicações de cargas, que permite simular esforços das condições reais de trabalho, e por um contador de número de ciclos. O ensaio é realizado de acordo com o tipo de solicitação: torção, tração- compressão, flexão, flexão rotativa. Flexão Rotativa – Um motor gira um corpo de prova C. Os rolamentos externos são fixos em apoios e os internos recebem uma carga P, produzindo um esforço de flexão alternado devida à rotação do corpo de prova. Um ciclo completo de flexão alternada é aplicado a cada volta do eixo e o número de voltas é registrado pelo contador A. Quando o corpo se parte por fadiga, o contador deixa de ser acionado e sua indicação é o número de ciclos que o corpo suportou com a carga P. Supondo que, para uma solicitação de tensão S1 o corpo de prova se rompa em certo número de ciclos N1, e para uma solicitação S2 se rompa em N2, e assim por diante, pode-se construir o diagrama S-N. A medida que se diminui a tensão aplicada, o corpo de prova resiste a um maior número de ciclos. Diminuindo a tensão a partir de certo nível – em que a curva se torna horizontal – o número de ciclos para o rompimento do corpo de prova torna-se praticamente infinito. Esta tensão máxima, que praticamente não provoca mais a fratura por fadiga, chama-se limite de fadiga ou resistência à fadiga. Limite de fadiga – corresponde a uma tensão (flutuação-variação) abaixo do qual o material suporta um número de ciclos infinitos, sem romper. Curva de tensão vs. Nº de ciclos até a falha por fadiga Faz-se o gráfico do número médio de ciclos necessários para a ruptura do material Define-se o limite de resistência à fadiga (ϬL, endurance limit) como sendo o nível de amplitude de tensão abaixo do qual não se observa a ruptura por fadiga. Para ligas ferrosas e de titânio há um limite de fadiga bem definido, para os demais materiais convenciona-se um número de 107 ciclos para a definição do limite de fadiga. Para a maioria dos materiais, especialmente os metais não ferrosos como o alumínio, a curva obtida no diagrama S-N é decrescente. Portanto, é necessário definir um número de ciclos para obter a correspondente resistência à fadiga. Para alumínio, cobre, magnésio e suas ligas, deve-se levar o ensaio a até 50 milhões de ciclos e, em alguns casos, a até 500 milhões de ciclos, para neste número definir a resistência à fadiga. Fatores que afetam a vida em fadiga, ou seja, medidas que podem ser tomadas para estender a vida em fadiga dos materiais: 1. Redução no nível de tensão média; 2. Eliminação de descontinuidades superficiais bruscas; 3. Melhoria do acabamento da superfície por polimento; 4. Imposição de tensões residuais de compressão na superfície (jateamento); 5. Endurecimento da camada superficial; 6. Redução de tensões térmicas que podem ser induzidas em componentes que estão expostos a flutuações elevadas de T, quando a expansão e/ou contração térmica é restringida. 7. Ambientes quimicamente ativos também podem levar a redução da vida em fadiga devido à fadiga associada à corrosão. F L U Ê N C I A Materiais são colocados em serviço a temperaturas elevadas e ficam expostos a tensões mecânicas estáticas (rotores de turbina). A deformação sob tais circunstâncias é conhecida como fluência. FLUÊNCIA: Deformação permanente e dependente do tempo dos materiais quando submetidos a uma tensão ou carga constante à T elevadas. Determina a vida útil de uma peça. Fluência é observada em todos os tipos de materiais; para metais ela só se torna importante para temperaturas maiores do que cerca de 0,4 Tm (Tm = temperatura de fusão). Polímeros amorfos, que incluem plásticos e borrachas, são especialmente sensíveis à deformação por fluência. Ensaio típico: corpo de prova submetido a uma carga ou tensão constante à temperatura constante; a deformação é medida em função do tempo. Curva de Fluência Estágio I ou Transiente: taxa de deformação decrescente (inclinação curva diminui com o tempo); aumenta a resistência à fluência (encruamento). Estágio II ou Estacionário: taxa de fluência é constante; balanço entre encruamento e recuperação (material se torna dúctil e retém habilidade de sofrer deformação). dє/dt = taxa de fluência no regime estacionário (parâmetro mais importante) para aplicações de longo prazo. Estágio III ou Terciário: taxa de deformação crescente; desenvolvimentode cavidades (cavitação); leva à ruptura do material. Tempo de ruptura é importante para aplicações de curta duração (palhetas de turbina de aviões). Efeito da Temperatura e da Tensão sobre a FLUÊNCIA Ϭ ou T vs. Fluência 1) Deformação elástica instantânea aumenta; 2) Taxa de fluência no regime estacionário aumenta; 3) Tempo de vida útil diminui. (a) Palheta de turbina policristalina produzida por técnica convencional de fundição. A resistência à fluência em altas T é melhorada como resultado de uma estrutura de grãos orientada em colunas. (b) Produzida por solicitação direcional. A resistência à fluência é ainda melhor quando são usadas palhetas monocristalinas (c). Slides das Aulas da Disciplina Materiais e Suas Propriedades da Universidade Federal do ABC – 1º Quadrimestre de 2015
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