Buscar

Colônia Sécs XVI, XVII e XVIII

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
DIREITO PORTUGUÊS NA COLÔNIA BRASIL - Semana 2
O Direito e a Organização Judiciária nas Capitanias Hereditárias e no Governo Geral – Séc. XVI e XVII. O Direito nas Minas Geraes - Séc. XVIII. 
*
*
 Quando iniciou a colonização do Brasil, não foi criado aqui na colônia um novo ordenamento jurídico. Aplicou-se o modelo jurídico já estruturado e completo de Portugal.
No período das capitanias hereditárias, a administração da justiça era tarefa dos capitães donatários que exerciam as funções de administradores, chefes militares e juízes.
O Governo Geral, criado em 1548, cria um aparato jurídico sofisticado e abrangente consolidando a instalação do poder judiciário na colônia e diminuindo o poder jurídico dos donatários e trazendo a figura do Ouvidor-Geral.
Com a vinda da família real ao Brasil em 1808, a Relação do Rio de Janeiro foi transformada em Casa da Suplicação para todo o Reino, com 23 desembargadores (Alvará de 10 de maio de 1808), criando-se, então, as Relações do Maranhão, em 1812, e de Pernambuco, em 1821.
Fundiu-se os dois principais Tribunais portgueses, o Desembargo do Paço, e da Consciencência e Ordem, surge, então, a Meza do Desembargo do Paço, da Consciência e Ordem. Composto de um presidente e de desembargadores nomeados por D. João (depois rei) e de deputados da Meza da Consciência que se reuniam todas as manhãs no Rio de Janeiro.
*
*
*
Estutura do Judiciário na Colônia
Ouvidor Geral – Em 1549, Tomé de Sousa nomeou o primeiro Ouvidor-Geral do Brasil, Pero Borges. Todavia, sua função era de representar a administração da justiça real portuguesa, atuando como o juiz de hoje em nome do rei. 
Juiz Ordinário - Bacharel em direito indicado pelo Rei. Era o indivíduo anualmente eleito entre os “homens bons” nas Câmaras Municipais e tinham competência para causas cíveis, criminais, além de competência subsidiária para as causas atinentes ao juiz de órfãos
Corregedor – O título corregedor deriva de regedor, ou seja, aquele que auxilia, dá assistência ao regedor. Tinha a atribuição de ingressar e fazer justiça em todas as capitanias
Ouvidor da Comarca –Joaquim Manoel de Macedo, em suas “Memórias da Rua do Ouvidor”, registra: “Um ouvidor de comarca era, naquele tempo (século XVIII), muito mais que um simples mortal, era uma potestade que o povorespeitava mais do que hoje respeita ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, e não havia quem deixasse de por-se de chapéu na mão quando ele passava.”
Juiz de Fora - O juiz de fora era um magistrado nomeado pelo rei de Portugual para atuar em comarcas onde era necessária a intervenção de um juiz isento e imparcial.
*
*
Brasil Império
 Título VI da Constituição de 1824
 A Constituição Imperial de 1824 elevou a Justiça Brasileira a um dos Poderes do Estado (Poder Judicial – Título VI) -assim estruturada: a) juízes municipais e de órfãos - nomeados entre bacharéis com um mínimo de um ano de prática forense para períodos de quatro anos. Podiam ser promovidos a juiz de direito, ou renomeados, ou abandonar a carreira, não tinham estabilidade. b) juízes de direito - eram estáveis e só perdiam o cargo por processo legal, embora pudessem ser removidos de um lugar para outro. c) desembargadores - no final do Império eram onze, e que operavam nas capitais provinciais. d) O degrau mais alto da carreira era o Superior Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro, cujos membros tinham honras de ministro.
Supremo Tribunal de Justiça - Para revista de determinadas causas e solução dos conflitos de jurisdição entre Relações Provinciais. Foi criado pela Lei de 18 de setembro de 1828, compondo-se de 17 Ministros - ao mesmo tempo em que foi extinta a Casa da Suplicação, o Desembargo do Paço e a Mesa da Consciência e Ordens.
 A via da conciliação estava disciplinada no artigo 159 e seguintes da Carta Constitucional. A conciliação era tentada por Juízes de Paz, eleitos pela população da cidade ou vila, para mandato de 4 anos.
*
*
 
*
ORDENAÇÕES FILIPINAS - 1603
ORDENAÇÕES FILIPINAS LIVRO V – DIREITO PENAL
As penas eram severas e com requintes de crueldades, como a pena de morte que poderia ser na forca (morte natural), antecedida de torturas (morte natural cruelmente) ou mesmo a denominada morte para sempre, onde o corpo do condenado ficava suspenso, putrefando-se, até que a confraria o recolhesse, além de várias outras.
As leis criminais eram autoritárias e cheias de beatice. Apontavam os valores da época histórico. Os grandes institutos do direito penal ainda não tinham os seus contornos acabados, como as excludentes de ilicitude, as causas de extinção da punibilidade, o crime impossível e a tentativa de crime. A pena de morte era a regra.
O sistema punitivo das Ordenações Filipinas se alicerçava na estratificação social para capitular os crimes e dispor sobre as punições, sancionando os infratores de acordo com a sua posição na pirâmide social.
É
É exemplar a sentença de Tiradentes, único inconfidente executado dentre os 12 condenados por crime de lesa-magestade, à morte para sempre.
*
A legislação vigente e o tratamento dado aos crimes de lesa majestade
 O Direito nas Minas Geraes - Séc. XVIII 
Três eram os tipos de tributos: as derramas (independente do rendimento do contribuinte), as fintas (obedeciam a uma proporção com a rendado contribuinte, a rigor, uma derrama paroquial) e as contribuições (na realidade donativos, dos mais variados).Desde logo, adiante-se, que no século XVIII, como, aliás, bastante sabido, a derrama significou a cobrança de quintos do ouro em atraso.
Daí resultou, bela página da história, em que se destacou o protomártir da independência, o alferes Tiradentes.
Na realidade, de par com outros aspectos, a conjura mineira, significou um capítulo da história da resistência tributária.
Talvez seja ainda oportuno recordar-se que tão impopular eram os quintos, que fizeram originar a expressão “quintos do inferno”.
*
CONDENAÇÃO DE TIRADENTES
INCONFIDÊNCIA MINEIRA
A Inconfidência Mineira foi um movimento rebelde e foi organizado pelos homens ricos e cultos de Minas Gerais. Ricos que não queriam pagar os impostos abusivos cobrados pela Metrópole. Cultos que tinham estudado na Europa e voltavam ao Brasil com influências do pensamento liberal dos filósofos franceses (Rousseau, Montesquieu, Voltaire e Diderot). Gente que se inspirava nas idéias do Iluminismo, que estavam em alta na Europa e impulsionaram a independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789). 
Tiradentes sempre negou a existência de um movimento de conspiração, porém, após vários depoimentos que o incriminava, na Quarta audiência, no início de 1790, admitiu não só a existência do movimento, como sua posição de líder .
A devassa promoveu a acusação de 34 pessoas, com sentenças em 19 de abril de 1792, onze dos acusados condenados a morte.Desses, apenas Tiradentes foi executado, os demais a pena comutada para degredo perpétuo por D. Maria I. O Alferes foi executado em 21 de abril de 1792 no Rio de Janeiro, esquartejado, sendo as partes de seu corpo foram expostas em Minas como advertência a novas tentativas de rebelião.
*
REFERÊNCIAS
LOPES, José Reinaldo de Lima. O Regime Colonial e o Antigo Regime, in: O Direito na História. São Paulo: Max Lemonad, 2002, pp. 235-253.
CASTRO, Flávia Lages. A legislação específica para a região das Minas, in: História do Direito, Geral e Brasil. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006, pp. 314-317. 
PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em História. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006, pp. 286-289. 
Documento Histórico: A sentença de Tiradentes – Disponível no site: 
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=612
*
*
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando