Buscar

Aulas de Instalações Hidrossanitárias

Prévia do material em texto

INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS 
 
AULA 5 (1ª PARTE) 
 
 
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO; CONCEITOS 
BÁSICOS; DISPOSITIVOS DE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DE 
EFLUENTES. 
Profº LUÍS FÁBIO 
 
OBJETIVO DA AULA 
 Conhecer os diferentes tipos de efluentes de 
esgoto; 
 Compreender o conceito de DBO; 
 Conhecer os diferentes sistemas de tratamento e 
disposição final do esgoto sanitário; 
 Dimensionar dispositivos de tratamento primário e 
de disposição de esgoto sanitário: Fossa séptica, 
filtro anaeróbico e sumidouro. 
 
 
2 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
Fonte: Manual da Tigre 
3 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 Nos esgotos estão presentes: matéria orgânica 
patogênica, partículas sólidas suspensas, dentre 
outros materiais contaminantes (fósforo, nitrogênio, 
amônia etc.); 
 A concentração de matéria orgânica é medida pela 
sua Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO); 
 DBO é o consumo de oxigênio através de reações 
biológicas e químicas; 
 Quanto mais rico em matéria orgânica for o 
efluente, maior necessidade de oxigênio terão os 
micro-organismos presentes no meio; 
 O oxigênio necessário será retirado da água; 
4 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 Uma bactéria se alimenta de matéria orgânica, seu 
alimento se baseia em substâncias que contêm 
carbono e hidrogênio. A digestão completa dessa 
matéria orgânica se faz no organismo da bactéria, 
através de uma reação bioquímica que necessita 
de um elemento fundamental para ser realizada: o 
oxigênio; 
 Se houver muitos alimentos (esgoto), as bactérias 
se multiplicarão em demasia e disputarão entre si 
todo o oxigênio disponível. O oxigênio tende a 
acabar e as bactérias (e outros seres vivos) a 
morrerem, transformando-se em mais alimento 
disponível; 
 
5 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 Acabado o oxigênio, as águas do rio ou do lago 
serão incapazes de sustentar a vida aeróbia; 
 O esgoto que deságua em corpo d’água é uma 
fonte enorme de matéria orgânica. A DBO desse 
esgoto é alta, ou seja, as águas do esgoto irão 
exigir um alto consumo de oxigênio do corpo 
d’água; 
 O tratamento do esgoto nada mais é que uma 
forma de reduzir (dentre outras substâncias) essa 
DBO, antes que o esgoto atinja o corpo d’água, 
para preservar seu oxigênio e também, em alguns 
casos, eliminar matérias orgânicas vivas 
transmissoras de doenças. 6 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
7 
 Os esgotos prediais são, ou deveriam ser, lançados na 
rede de esgoto da cidade; 
 Infelizmente, nem toda cidade possui rede de 
esgotamento pública com destino final adequado; 
 De acordo com dados do SNIS (Sistema Nacional de 
Informações sobre Saneamento), a situação brasileira, 
no ano de 2010, era a seguinte: 
 53,8% dos domicílios: SEM coleta e SEM tratamento; 
 8,3% dos domicílios: COM coleta e SEM tratamento; 
 37,9% dos domicílios: COM coleta e COM tratamento. 
 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
8 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 A solução para a disposição final do esgoto 
dependerá, portanto, da existência de rede pública 
de coleta; 
 Quando não há coletor público, o tratamento deve 
ser privado (veremos a diante); 
 Quando há coletor público, a disposição final do 
esgoto sanitário pode ser realizada segundo um dos 
seguintes sistemas: 
 SISTEMA UNITÁRIO; 
 SISTEMA SEPARADOR ABSOLUTO; 
 SISTEMA MISTO ou COMBINADO. 
9 
SISTEMA UNITÁRIO 
 as águas pluviais e as águas residuárias são conduzidas 
numa mesma canalização ou galeria; 
 Não aplicado no Brasil, devido a características 
climatológicas. 
10 
SISTEMA SEPARADOR ABSOLUTO 
 Tubulações independentes para águas pluviais e 
esgotos sanitários; 
 A lógica da separação é válida desde as instalações 
hidráulico-sanitárias internas ao domicílio; 
 Águas pluviais coletadas nos logradouros públicos e 
nos domicílios não requerem tratamento, sendo 
lançadas de forma difusa diretamente nos corpos 
d’água; 
 A rede coletora de esgoto é interligada à ETE através 
de estações elevatórias, troncos e interceptores; 
 Os esgotos, após o tratamento devido, são lançados 
em corpos d’água; 
 É considerado o sistema ideal para nossas 
características climáticas. 
 
11 
SISTEMA SEPARADOR ABSOLUTO 
12 
 Inexiste a rede coletora de esgoto e, por 
conseguinte, as estações elevatórias, coletores 
troco e a própria ETE; 
 Somente existe a galeria de águas pluviais (GAP); 
 A legislação ambiental e urbana admite a 
interligação de esgoto na GAP, desde que 
previamente tratado no próprio domicílio, 
empregando-se desde fossas sépticas até ETEs 
compactas; 
 O tratamento localizado do esgoto é, em geral, 
ineficiente, fazendo com que a GAP receba esgoto 
praticamente em estado bruto. 
SISTEMA MISTO 
13 
SISTEMA MISTO 
14 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
 Formas de disposição dos efluentes de esgoto sanitário: 
15 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
LOCAIS DESPROVIDOS DE REDE COLETORA 
 As condições e padrões de lançamento de esgoto 
diretamente em corpos d’água ou na GAP são 
regulamentadas por legislação: 
 Resolução CONAMA 430/2011; 
 NT-INEA 202 (norma técnica); 
 DZ-INEA 215 (diretriz). 
 A companhia concessionária deve informar a existência 
de rede ou, na inexistência desta, informar a eficiência 
do dispositivo de tratamento privado; 
 Será emitida uma Declaração de Possibilidade de 
Esgotamento – DPE (CEDAE ou RIOÁGUAS, no Rio 
de Janeiro); 
 
16 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
LOCAIS DESPROVIDOS DE REDE COLETORA 
 De acordo com a contribuição diária de carga orgânica, 
poderá ser exigido: 
 Fossa séptica (ou tanque séptico), apenas (eficiência de 
remoção da DBO de cerca de 30%); 
 Fossa séptica + filtro anaeróbio (eficiência de remoção da 
DBO de cerca de 65%); 
 Fossa séptica + ETE compacta (eficiência de remoção da 
DBO de cerca de 80%). 
 
 O tratamento conferido por fossas sépticas e filtros 
anaeróbios são considerados PRIMÁRIOS, tendo em vista 
sua baixa eficiência; 
 As ETEs compactas devem ser projetadas por 
profissionais habilitados (Eng.º Ambiental, Eng.º 
Sanitarista, Eng.º Químico, p.e.). Devido à elevada 
eficiência, conferem tratamento de nível SECUNDÁRIO ou 
TERCIÁRIO. 
 
17 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
FOSSA SÉPTICA 
18 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
FOSSA SÉPTICA - DIMENSIONAMENTO 
 Existem vários tipos de fossa séptica. Trataremos 
aqui das do tipo câmara única. 
 Deve receber todos os efluentes do esgoto 
doméstico (lavanderia, cozinha, chuveiro, lavatório, 
bacia sanitária, banheira, mictório, ralo de piso 
etc.); 
 Os despejos de pia de cozinha deve passar antes 
pela caixa de gordura (será estudada adiante); 
 Águas pluviais não devem passar pela fossa 
séptica. 
19 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
FOSSA SÉPTICA - DIMENSIONAMENTO 
 Equação para cálculo do volume útil: 
VFOSSA = N x (C x T + 100 Lf) 
 Onde: 
 V – volume útil em litros; 
 N – número de contribuintes (não inferior a 5); 
 C – Contribuição de despejo em litros x habitantes/dia (Tabela 1 
da norma); 
 T – Tempo de detenção hidráulica em dias (Tabela 2 da norma); 
 Lf - Contribuição de lodo fresco (Tabela 1 da norma). 
 
OBS: O valor 100 da fórmula se refere à taxa de acumulação do lodo 
fresco, para fossas limpas a cada 2 anos e situadas em local com 
temperatura superior a 20°C (Tabela 3 da NBR 7229/93). 
 
 
 
20 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
FOSSA SÉPTICA - DIMENSIONAMENTO 
 Volume útil mínimo deve ser de 1.250 litros; 
 Pode ter seção transversal circular ou retangular; 
 Se circular, diâmetro interno mínimo = 1,10m. Se 
retangular, largura interna mínima = 0,80m; Altura mínima do líquido = 1,20m (ver Tabela 4 da 
NBR 7229/93); 
 O mais próxima possível do banheiro; 
 Distante, no mínimo, 15m de poços e cisternas; 
 Possui capacidade de armazenamento do lodo 
pelo período mínimo de 10 meses ou 300 dias. 
21 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
FOSSA SÉPTICA - DIMENSIONAMENTO 
Fonte: NBR 7229/1993 
22 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
FOSSA SÉPTICA - DIMENSIONAMENTO 
Fonte: NBR 7229/1993 
23 
ESGOTAMENTO SANITÁRIO 
FOSSA SÉPTICA - EXERCÍCIO 
 Dimensionar uma fossa séptica de câmara única 
cilíndrica para um edifício residencial (padrão 
médio) com três pavimento, com dois apartamento 
por pavimento, cada apartamento com 3 quartos 
sociais. Adotar profundidade útil de 1,50m. 
24

Continue navegando