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RESPOSTAS DOS ESTUDOS DIRIGIDOS Choque e CID 1. Explique a patogenia do Choque Séptico: Após um trauma ou ação de um agente infeccioso, o organismo libera PAMPs e DAMPs, que iniciarão uma resposta inflamatória. Quando uma grande quantidade de citocinas pró-inflamatórias como TNF-alfa, IL-1, IL-6 e IL-8 são liberadas, inicia-se a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS). Durante a SRIS estes mediadores químicos liberados em grande quantidade tendem a ativar o Sistema Complemento e o endotélio, além da cascata de coagulação sanguínea, com grandes chances de ocorrência de CID. Além disso, estes mediadores químicos levam a vasodilatação periférica sistêmica, iniciando-se a condição clínica do Choque Séptico. Após vasodilatação Periférica há hipotensão e consequente hipoperfusão sanguínea em diversos tecidos, que passam por hipóxia e necessitam entrar em metabolismo anaeróbico para produzir ATP. A respiração anaeróbica produz grandes quantidades de Ácido Lático, ADP e Adenosina, que aumentam ainda mais a vasodilatação periférica. Dessa forma inicia-se um círculo vicioso no qual cada vez mais aumenta-se a vasodilatação periférica, reduzindo-se consequentemente a pressão arterial sistêmica. A hipóxia e acidose tecidual e sistêmica leva a degeneração e necrose dos tecidos e se não revertido o processo procede para falência de múltiplos órgãos. 2. Explique o mecanismo de lesão tecidual que ocorre em todos os tipos de choque: Em todos os tipos de Choque, independentemente da etiologia, há desenvolvimento de Hipotensão e consequentemente de hipoperfusão tecidual. Tecidos com hipoperfusão tecidual não recebem quantidades adequadas de oxigênio (hipóxia) e devido a isso tem de iniciar metabolismo anaeróbico para produção de ATP. A respiração anaeróbica produz grandes quantidades de Ácido Lático, ADP e Adenosina, que levam a vasodilatação periférica, reduzindo ainda mais a pressão arterial. A hipóxia e acidose tecidual e sistêmica leva a degeneração e necrose dos tecidos e se não revertido o processo procede para falência de múltiplos órgãos. 3. Explique os mecanismos compensatórios realizados pelo organismo durante a fase compensatória do choque: Todos os mecanismos compensatórios objetivam aumentar a Pressão Arterial Sistêmica, seja aumentando o débito cardíaco, aumentando a resistência vascular periférica ou aumentando o volume de sangue circulante. Liberação de Catecolaminas: As catecolaminas aumentam a frequência e força de contração cardíaca (aumento do débito cardíaco), e ainda causam vasoconstrição periférica (aumento da resistência vascular periférica). Ativação do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona: Este sistema leva a vasoconstrição periférica pela ação da Angiotensina II (aumento da resistência vascular periférica) e a aldosterona aumenta a absorção de água e sódio nos túbulos renais (aumento do volume sanguíneo). ADH: O Hormônio Anti-Diurético aumenta a absorção de sódio e água nos túbulos renais (aumento do volume sanguíneo). Reabsorção de líquido intersticial: aumento do volume sanguíneo. 4. Explique porque na CID há hemorragia após a coagulação sanguínea: Na CID, durante a fase coagulativa há grande gastos de plaquetas e fatores de coagulação. A depleção acentuada destes fatores leva a hemorragia secundária, situação chamada de coagulopatia de consumo. 5. Explique a patogenia do Choque Anafilático: No choque anafilático, o alérgeno se liga à IgE associada a mastócitos, o que desencadeia a degranulação sistêmica de mastócitos, os quais liberam grandes quantidades de aminas vasoativas, como a histamina, com consequente vasodilatação periférica sistêmica. Após vasodilatação Periférica há hipotensão e consequente hipoperfusão sanguínea em diversos tecidos, que passam por hipóxia e necessitam entrar em metabolismo anaeróbico para produzir ATP. A respiração anaeróbica produz grandes quantidades de Ácido Lático, ADP e Adenosina, que aumentam ainda mais a vasodilatação periférica. Dessa forma inicia-se um círculo vicioso no qual cada vez mais aumenta-se a vasodilatação periférica, reduzindo-se consequentemente a pressão arterial sistêmica. A hipóxia e acidose tecidual e sistêmica leva a degeneração e necrose dos tecidos e se não revertido o processo procede para falência de múltiplos órgãos. Aterosclerose e Hipertensão 1. Explique porque grandes níveis de LDL tendem a acelerar o processo de aterosclerose: O excesso de LDL na corrente sanguínea faz com que a mesma se acumule sem ser captada nos tecidos periféricos. A LDL não captada sofre reação de oxidação e deixa de ser reconhecida pelos tecidos periféricos, mas consegue atravessar o endotélio e se depositar na túnica íntima. Na túnica íntima é reconhecida por receptores scavenger de macrófagos e células musculares lisas que migram da túnica média para íntima. Estas células com grande quantidade de colesterol dentro apresentam-se com citoplasma espumoso e há início de resposta inflamatória no local da placa ateromatosa. 2. Defina os tipos morfológicos das placas de ateroma e possíveis complicações clínicas que podem ocorrer: Placa mole (ateroma típico): São placas com lesão excêntrica na túnica íntima, com grande quantidade de células espumosas e lipídios extracelulares e, portanto, com processo inflamatório ativo. São placas mais instáveis e com maior chance de se complicarem com trombose ou hemorragia. Placa fibrosada ou dura: São placas com grande quantidade de miofibroblastos na região subendotelial, os quais produzem grande quantidade de matriz extracelular (tecido conjuntivo fibroso). São mais estáveis, com menos chances de complicações secundárias. Placa complicada por trombose ou hemorragia: São placas típicas que sofreram erosões e, portanto, se complicaram com hemorragia ou trombose. Placa calcificada: São placas que sofreram calcificação distrófica. São consideradas as mais estáveis pois têm menor chance de sofrerem complicações. 3. Discuta como alterações no Débito Cardíaco ou na Resistência Vascular Periférica podem levar a HAS: Pressão Arterial = Débito Cardíaco X Resistência Vascular Periférica Qualquer alteração que aumente o débito cardíaco, como aumento da frequência cardíaca, aumento do retorno venoso, aumento do volume sanguíneo circulante e aumento da força cardíaca tendem a aumentar a pressão arterial. Qualquer alteração que aumente a resistência vascular periférica como ativação do sistema simpático com liberação de mediadores químicos vasoconstritores, ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, liberação de mediadores vasoconstritores por vasos sanguíneos, e a espessura aumentada da parede das artérias (com redução da luz arterial), tendem a levar a aumento da pressão arterial. 4. Explique por que pode ocorrer trombose em placas ateromatosas instáveis: A placas instáveis normalmente apresentam inflamação ativa, a qual pode desencadear lesões/erosões no endotélio e consequentemente hemorragia e ativação da cascata de coagulação, com possibilidade da ocorrência de trombose. Pigmentação Patológica 1. Explique os diferentes tipos de icterícia e dê um exemplo de condição clínica que pode desencadear cada uma: Icterícia pré-hepática: Há grande produção de bilirrubina, e o fígado não consegue metabolizar o excesso, mesmo estando saudável. Ocorre em doenças hemolíticas, nas quais há grande quantidade de hemoglobina para ser metabolizada. Ex: anemia hemolítica auto-imune, anemia hemolítica parasitária (malária), eritroblastose fetal. Icterícia hepática: Devido à acentuada lesão hepática não há captação e conjugaçãode toda a bilirrubina produzida normalmente pelo organismo. Ex: cirrose hepática, hepatite. Icterícia pós-hepática ou obstrutiva: Após conjugação da bilirrubina e transferência para canalículos biliares, não há liberação da bile, e consequentemente há acúmulo de bilirrubina já conjugada. Isso normalmente ocorre devido a obstruções em ductos biliares intra ou extra-hepáticos. Ex: obstrução biliar por cálculos, parasitas, espessamento ou fibrose do ducto biliar. 2. Explique o mecanismo de hipopigmentação observada em pacientes com vitiligo: No vitiligo há hipopigmentação melanocitopênica, ou seja, há destruição de melanócitos e, portanto, redução da pigmentação da pele. 3. O que é hemossiderina? Como este pigmento se forma? A hemossiderina é uma forma de armazenamento de ferro, sendo um agregado de proteínas com moléculas de ferro (agregados de ferritina). Esta se forma após a quebra do grupo heme da hemoglobina, que libera o ferro para ser armazenado desta forma. 4. Uma pessoa de 60 anos veio a óbito e o exame necroscópico revelou diversos nódulos enegrecidos nos pulmões, fígado, baço, rins e alguns linfonodos. Do que pode se tratar estas lesões? Nódulos enegrecidos em vários órgãos indicam alteração neoplásica. Neste caso, seriam metástases de melanoma.
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