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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA RODRIGO AUGUSTO AMARAL SILVA NITRETAÇÃO IÔNICA EM GAIOLA CATÓDICA DO AÇO RÁPIDO AISI M3:2 TERESINA 2018 RODRIGO AUGUSTO AMARAL SILVA NITRETAÇÃO IÔNICA EM GAIOLA CATÓDICA DO AÇO RÁPIDO AISI M3:2 Trabalho de conclusão de curso apresentado como re- quisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Mecânica, pelo curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Piauí - UFPI. Orientador: Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa teresina - piauí, 19 de dezembro de 2018 FICHA CATALOGRÁFICA Universidade Federal do Piauí Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castello Branco Divisão de Processos Técnicos ‘ S586n Silva, Rodrigo Augusto Amaral. Nitretação iônica em gaiola catódica do aço rápido AISI M3:2. / Rodrigo Augusto Amaral Silva. - 2018. 20 f. TCC (Graduação) – Universidade Federal do Piauí, Bacharelado em Engenharia Mecânica, Teresina, 2018. “Orientação: Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa”. 1. Aço AISI M3:2. 2. Nitretação Iônica. 3. Gaiola catódica. I. Título. CDD: 620.17 Scanned by CamScanner Resumo O aço rápido AISI M3:2 é usado principalmente na fabricação de ferramentas de usina- gem e tem como características elevada dureza e resistência ao desgaste, a aplicação de um tratamento superficial pode aumentar ainda mais essa resistência e consequentemente aumentar a vida útil destas ferramentas. Amostras de aço rápido AISI M3:2 fabricadas por processo convencional foram submetidas à nitretação iônica com gaiola catódica com o objetivo de verificar se é possível obter melhora das propriedades superficiais. As amos- tras foram caracterizadas por ensaio de microdureza Vickers e por microscopia óptica. Os resultados mostram uma elevação da dureza superficial em relação às amostras sem tratamento de até 3,08 vezes e as micrografias evidenciam que o aumento de dureza é devido a formação de uma camada de compostos na superfície. Palavras-chave: nitretação iônica, gaiola catódica, aço AISI M3:2 Abstract AISI M3:2 high speed steel is mainly used in the fabrication of machining tools and has high surface hardness and wear resistance, the application of a superficial treatment can increase even more this resistance and increase the life expectancy of these tools. Samples of AISI M3:2 high speed steel manufactured by conventional process were submitted to ionic nitriding with cathodic cage to verify if it is possible to improve superficial properties. The samples were characterized by Vickers microhardness test and optical microscopy. The results show an elevation in superficial hardness in comparison to the non-treated samples as high as 3,08 times and the micrographs evidence that the hardness increase is due to the formation of a compound layer on the surface. Keywords: ionic nitriding, cathodic cage, AISI M3:2 steel Lista de ilustrações Figura 1 – Esquema básico de um equipamento para nitretação iônica. . . . . . . 5 Figura 2 – Micrografia do aço AISI 420 nitretado, mostrando a zona de compostos e a zona de difusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Figura 3 – Vista em corte de um reator de nitretação iônica, com a adaptação de gaiola catódica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Figura 4 – Gaiola catódica de aço inoxidável. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Figura 5 – Equipamento de nitretação iônica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Figura 6 – Amostra cortada e embutida em baquelite. . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Figura 7 – Camada nitretada da amostra 1, aumento de 800X. . . . . . . . . . . . 14 Figura 8 – Camada nitretada da amostra 2, aumento de 800X. . . . . . . . . . . . 15 Figura 9 – Camada nitretada da amostra 3, aumento de 800X. . . . . . . . . . . . 15 Figura 10 – Camada nitretada da amostra 4, aumento de 800X. . . . . . . . . . . . 16 Figura 11 – Camada nitretada da amostra 5, aumento de 800X. . . . . . . . . . . . 16 Lista de tabelas Tabela 1 – Composição química, em porcentagem de massa, do aço VWM3C, o elemento de balanço é o ferro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Tabela 2 – Condições do pré-sputtering. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Tabela 3 – Condições do tratamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Tabela 4 – Valores de microdureza Vickers das amostras tratadas para uma carga de 50 gf. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Tabela 5 – Espessura das camadas de compostos formadas. . . . . . . . . . . . . . 17 Lista de abreviaturas e siglas AISI American Iron and Steel Institute; UFPI Universidade Federal do Piauí; Lista de símbolos Ar Argônio; ºC Grau Celsius; C Carbono; Cr Cromo; 𝐹𝑒𝑁 Nitreto ferroso; gf Grama-força; 𝐻2 Hidrogênio; h Hora; HV Microdureza Vickers; kgf Kilograma-força; mbar Milibar; mesh Unidade de referência da granulometria; mm Milímetro; Mn Manganês; M Molibdênio; 𝑁2 Nitrogênio; Ni Níquel; P Fósforo; sccm Centímetros cúbicos por minuto; Si Silício; S Enxofre; Torr Unidade de medida de pressão; V Vanádio; V Volt; W Tungstênio; 𝛾′ − 𝐹𝑒4𝑁 Nitreto ferroso da fase 𝛾′; 𝜖− 𝐹𝑒2−3𝑁 Nitreto ferroso da fase 𝜖; 𝜇𝑚 Micrometro; Sumário 1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.2 Objetivos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.1 Aços rápidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.1.1 Aços rápidos ao molibdênio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.1.1.1 Aço AISI M3:2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.2 Tratamentos termoquímicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3.3 Nitretação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3.3.1 Nitretação iônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3.3.1.1 Nitretação iônica em gaiola catódica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3.4 Ensaios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3.4.1 Ensaio de Microdureza Vickers . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3.4.2 Microscopia óptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 4 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 4.1 Amostras e gaiola catódica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 4.2 Nitretação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 4.3 Microdureza superficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 4.4 Microscopia óptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 5.1 Análise de microdureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 5.2 Análise da microscopia óptica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1 1 Introdução Aços rápidos são bastante utilizados pela indústria, empregadosprincipalmente na fabricação de ferramentas de usinagem de materiais de média e alta resistência, lâminas de serra para corte de metais, cilindros para laminação de roscas, fresas, brocas etc. Estes aços possibilitam obter corte à maiores velocidades e avanços em relação a aços ferramenta de baixo carbono, entre os aços rápidos está o AISI M3:2 (SILVA; MEI, 2010; ARAÚJO, 2015). Características importantes dos aços rápidos são a resistência ao desgaste e à abrasão. O desgaste de ferramentas é indesejável porque provoca a redução da vida útil, sendo necessário substituí-las periodicamente. Essa substituição resulta em interrupção da produção e aumento do custo de usinagem (SILVA; MEI, 2010; ARAÚJO, 2015). Tratamentos termoquímicos podem ser utilizados para melhorar características superficiais dos aços, entre eles está a nitretação iônica. Neste tratamento é realizada a difusão de nitrogênio na superfície de um aço, formando uma camada endurecida com alta resistência ao desgaste e à corrosão. No caso de ferramentas de corte, essa melhoria das propriedades superficiais provoca um aumento da vida útil (SOUSA, 2007). A nitretação iônica convencional apresenta algumas limitações, principalmente no tratamento de peças de geometria complexa, como o efeito de bordas, abertura de ar- cos catódicos e aquecimento não uniforme da peça, o uso de uma gaiola catódica é uma alternativa que permite eliminar esses problemas e obter camadas nitretadas mais uni- formes (RIBEIRO, 2007). Neste trabalho será realizada a nitretação iônica com gaiola catódica de amostras do aço AISI M3:2 e será avaliada por meio de ensaio de microdureza e microscopia óptica a formação de uma camada nitretada e o aumento de dureza obtido. 2 2 Objetivos 2.1 Objetivo Geral Investigar se é possível obter o aumento da dureza superficial do aço AISI M3:2 por meio da nitretação iônica com gaiola catódica. 2.2 Objetivos específicos • Realizar a nitretação iônica com gaiola catódica em amostras do aço M3:2 sob diferentes condições de tratamento; • Realizar o ensaio de microdureza Vickers na superfície das amostras tratadas para verificar o aumento da dureza; • Analisar a morfologia das camadas nitretadas formadas e medir a espessura das camadas de compostos por meio de microscopia óptica; • Comparar os resultados obtidos para as diferentes condições de tratamento. 3 3 Referencial Teórico 3.1 Aços rápidos Os aços rápidos são basicamente empregados na fabricação de ferramentas de corte, além de ferramentas de conformação mecânica, são divididos em aços da série T (ao tungstênio) e série M (ao molibdênio). Além desses elementos os aços rápidos podem ter em sua composição cromo, vanádio e cobalto (SILVA; MEI, 2010; SILVA, 2001). Aços rápidos apresentam capacidade de manter alta dureza mesmo quando sub- metidos a elevadas temperaturas causadas pelo corte de metais a altas velocidades, apre- sentam também boa combinação entre resistência ao desgaste, estabilidade térmica e tenacidade, propriedades importantes para eficiência de corte (SILVA, 2001; ARAÚJO, 2015). A elevada resistência ao desgaste dos aços rápidos é devida à combinação de car- bonetos primários e secundários e matriz martensítica de alta dureza, as propriedades mecânicas dos aços rápidos dependem principalmente do tipo, formato, quantidade, di- mensão e distribuição destes carbonetos (LIU et al., 2015; SILVA; MEI, 2010). 3.1.1 Aços rápidos ao molibdênio A escassez da oferta de tungstênio no mercado fez com que o metal fosse gradu- almente substituído pelo molibdênio na produção de aços rápidos, o que levou a uma redução de custo do material. Como o molibdênio tem um peso atômico que corresponde a aproximadamente metade daquele do tungstênio, o mesmo peso de molibdênio e tungs- tênio resulta em aproximadamente duas vezes mais átomos de molibdênio, o que implica em uma maior formação de carbonetos que endurecem o material (SILVA; MEI, 2010; ARAÚJO FILHO, 2006). Os aços rápidos da série M foram utilizados inicialmente como ferramentas de corte e apresentam como principais elementos de liga molibdênio, tungstênio, cromo, vanádio, cobalto e carbono. Em relação aos aços rápidos do grupo T, exibem uma tenacidade melhor para uma mesma dureza, porém as propriedades mecânicas dos dois grupos são similares (ARAÚJO FILHO, 2006). 3.1.1.1 Aço AISI M3:2 O aço AISI M3:2 pode ser produzido por metalurgia do pó ou pelo processo con- vencional, o aço obtido pelo processo convencional de fusão, lingotamento e conformação a quente (laminação) recebe a nomenclatura comercial de VWM3C e sua composição é mostrada na Tabela 1. O aço VWM3C tem alto teor de vanádio e, portanto, elevada resistência ao des- gaste. Apresenta carbonetos finos e boas características de retificabilidade, sua principal aplicação é a fabricação de machos (VILLARES METALS, 2014). 3. Referencial Teórico 4 Tabela 1 – Composição química, em porcentagem de massa, do aço VWM3C, o elemento de balanço é o ferro. C (%) Mn (%) Cr (%) Mo (%) W (%) V (%) 1,17 0,30 4,25 5,00 6,00 2,80 Fonte – Adaptado de VILLARES METALS, 2014. 3.2 Tratamentos termoquímicos Tratamentos termoquímicos são processos que têm como objetivo adicionar, por difusão, elementos químicos na superfície do aço, alguns dos elementos utilizados são o carbono, nitrogênio e boro. A difusão desses elementos é feita aquecendo o aço a temperaturas entre 300 e 1200 ºC em um meio que possa fornecer o elemento químico, podendo este meio pode ser sólido, líquido, gasoso ou plasma (SILVA; MEI, 2010). O objetivo dos tratamentos é normalmente aumentar a dureza e a resistência ao desgaste da superfície enquanto o núcleo do material se mantém dúctil, isso é possível porque a composição química da camada superficial do material é alterada apenas até certa profundidade (SILVA; MEI, 2010; CHIAVERINI, 1986). 3.3 Nitretação Nitretação é o tratamento termoquímico no qual é feita a introdução superficial de nitrogênio no aço para formar uma camada dura de nitretos. O processo permite obter alta dureza superficial, elevada resistência ao desgaste, maior resistência à fadiga, à corrosão (exceto para aços inoxidáveis) e ao calor (SILVA; MEI, 2010; CHIAVERINI, 1986). Os aços empregados na nitretação são basicamente aqueles que contêm elementos formadores de nitretos estáveis à temperatura de nitretação, como alumínio, cromo e vanádio, entre eles estão aços ferramenta endurecíveis ao ar A2, A6, D2, D3 e S7 e os aços rápidos tipo M2 e M4 (SILVA; MEI, 2010). 3.3.1 Nitretação iônica O processo também conhecido como nitretação em descarga luminosa ou nitretação por plasma utiliza o equipamento mostrado na Figura 1 e é composto basicamente por três componentes: • Sistema de vácuo: Deve ser capaz de atingir uma pressão em torno de 10−2 Torr e possuir válvulas para controlar a vazão dos gases introduzidos para o tratamento; • Fonte de tensão: Possui uma saída em corrente contínua com uma voltagem máxima de aproximadamente 1500 V e potência suficiente para aquecer a amostra até uma temperatura entre 300 e 600 ºC, o polo positivo da fonte é conectada à parede do reator (ânodo) e o polo negativo é conectado ao porta amostra (cátodo); • Reator: É a câmara dentro da qual ocorre o tratamento, no reator devem existir saídas para a medida de pressão e temperatura, entradas para os gases que forma- 3. Referencial Teórico 5 rão a atmosfera nitretante e outros acessórios necessários à nitretação da amostra (ALVES JR, 2001). No início do tratamento um vácuo de aproximadamente 10−2 Torr é produzido no reator, então introduz-se o gás nitretante, normalmente uma mistura de 𝐻2 e 𝑁2 até atingir a pressão de trabalho, entre 1 e 20 Torr. O plasma é criado pela aplicação do campo elétrico, que acelera os íons de nitrogênio em direção à peça (cátodo), o bombardeamento de íons provoca o aquecimento da peça e limpa a superfíciealém de fornecer o nitrogênio ativo que será absorvido pelo aço. Plasma é uma mistura gasosa constituída de íons positivos e negativos além de partículas neutras, embora a carga global da mistura seja neutra (ALVES JR, 2001; SILVA; MEI, 2010). Figura 1 – Esquema básico de um equipamento para nitretação iônica. Fonte – ALVES JR, 2001. A camada nitretada é dividida em duas regiões: a região branca ou camada de compostos e a zona de difusão. A camada de compostos é formada por nitretos de ferro 𝛾′ (𝐹𝑒4𝑁) e/ou 𝜖 (𝐹𝑒2−3𝑁). A fase 𝜖 (𝐹𝑒2−3𝑁) é melhor para aplicações nas quais a resistência ao desgaste e à fadiga é desejada, mas sem impacto. A fase 𝛾′ (𝐹𝑒4𝑁) tem menor dureza e menor resistência ao desgaste, mas tem maior resistência a choques e car- gas severas. A camada de compostos poderá se formar ou não dependendo da composição dos gases. Na zona de difusão parte do nitrogênio é dissolvida nos interstícios da ferrita, o que provoca endurecimento por solução sólida e outra parte forma nitretos de ferro e elementos de liga, provocando o endurecimento por precipitação, a Figura 2 mostra essas zonas (SILVA; MEI, 2010). A nitretação iônica apresenta as seguintes vantagens se comparada a outros tra- tamentos termoquímicos, incluindo a nitretação a gás: • Possibilidade de controle de fases na zona de compostos, é possível formar uma 3. Referencial Teórico 6 camada monofásica de 𝛾′ (𝐹𝑒4𝑁), monofásica de 𝜖 (𝐹𝑒2−3𝑁), bifásica dos dois nitretos ou até mesmo sem nenhuma formação dos dois nitretos; • Menores temperaturas, tão baixas quanto 300 ºC, o que evita a distorção nas peças que ocorre em temperaturas maiores; • Menor consumo de energia; • Tempo de tratamento inferior; • O processo é menos poluente porque evita o uso de amônia (ALVES JR, 2001; SILVA; MEI, 2010). Figura 2 – Micrografia do aço AISI 420 nitretado, mostrando a zona de compostos e a zona de difusão. Fonte – Adaptado de SOUSA, 2007. A nitretação iônica também apresenta as seguintes limitações, especialmente em peças de geometrias complexas: • Efeito em cátodo oco: se a peça possuir pequenos furos ou concavidades há um aumento da densidade do plasma nessas regiões, esse efeito é indesejável porque provoca a um aquecimento maior em partes da peça, causando uma distribuição não uniforme da temperatura; • Efeito da razão A/V: ocorre o superaquecimento da peça em regiões que possuam maior relação entre a área superficial e o volume (A/V), isso ocorre porque a ener- gia para o aquecimento é cedida pelo bombardeamento de íons e espécies neutras energéticas na superfície da peça; • Abertura de arcos catódicos: quando partes de geometria complexa como furos, arestas, pontas e cantos são nitretados, há um confinamento de plasma nessas re- giões, se este confinamento gerar uma densidade de corrente superior à da descarga anômala, há a abertura de arcos, isso causa uma queda de potencial e o plasma se extingue, se o equipamento for de alta potência, ocorre uma fusão localizada, que pode danificar a peça. 3. Referencial Teórico 7 • Efeito de bordas: quando peças de geometria complexa como cilindros são nitreta- dos, aparecem anéis de restrição na região próxima às bordas da peça, esses anéis podem ser vistos como uma coloração não uniforme na camada nitretada e são ca- racterizados por falhas na camada, ensaios mostram que há uma acentuada queda de microdureza nessa região (ALVES JR, 2001; SOUSA, 2007). 3.3.1.1 Nitretação iônica em gaiola catódica A nitretação iônica em gaiola catódica é uma técnica de nitretação em plasma - depósito de patente PI0603213-3 - que utiliza o efeito de cátodo oco para aumentar a eficiência do processo de nitretação. O equipamento usado é o mesmo da nitretação con- vencional, a diferença é que neste processo a amostra é coberta por uma gaiola catódica, que é uma tela metálica formada por chapas furadas com diâmetro e distância entre furos bem definidos, além disso, a peça é colocada sobre um material isolante, portanto, a gaiola é que funciona como cátodo, enquanto a amostra permanece em potencial flutuante (RI- BEIRO, 2007; SOUSA, 2007; SOUSA et al., 2008), um esquema deste arranjo é mostrado na Figura 3: Figura 3 – Vista em corte de um reator de nitretação iônica, com a adaptação de gaiola catódica Fonte – Adaptado de SOUSA et al, 2008 Neste processo os átomos de ferro são arrancados da parede dos furos da gaiola e se combinam com o nitrogênio da atmosfera nitretante, formando o composto 𝐹𝑒𝑁 , que se condensa na superfície das amostras e, por ser instável nessas condições, se decompõe nas formas mais estáveis 𝜖 (𝐹𝑒3𝑁) e 𝛾′ (𝐹𝑒4𝑁). Dessa decomposição há um excesso de nitrogênio que é difundido para o interior das amostras, formando a zona de difusão (SOUSA, 2007). A nitretação em gaiola catódica produz camadas nitretadas com as mesmas propri- edades (espessura, fases presentes e dureza superficial) que a nitretação iônica convencio- nal, porém elimina os problemas associados ao processo, especialmente o efeito de bordas, o que proporciona a formação de camadas uniformes (SOUSA et al., 2009; SOUSA et al., 2008; RIBEIRO, 2007). 3. Referencial Teórico 8 3.4 Ensaios 3.4.1 Ensaio de Microdureza Vickers A dureza é uma propriedade mecânica amplamente utilizada na especificação de materiais, existem diferentes conceitos de dureza para cada área de estudo, para a enge- nharia mecânica dureza é definida como a resistência à penetração de um material em outro. No ensaio de dureza Vickers, um penetrador de diamante em formato de pirâmide é colocado sobre a amostra analisada e é aplicada uma carga sobre a mesma, deixando uma impressão de forma quadrada na superfície e, pela média das diagonais da impressão e pela carga aplicada, é calculado o valor de dureza na escala Vickers. O ensaio de microdureza Vickers é feito da mesma forma porém são utilizadas cargas menores que 1 kgf e a impressão deixada na peça é microscópica, dessa maneira, em amostras submetidas a tratamentos de endurecimento superficial como a nitretação é possível medir apenas a dureza da camada endurecida formada (SOUZA, 1982). 3.4.2 Microscopia óptica A microscopia óptica é uma técnica comum de observação da microestrutura dos aços e ferros fundidos. Emprega-se uma luz visível que incide sobre a amostra e é refletida ao observador. Essa técnica permite determinar os constituintes de uma amostra e sua textura e as imagens obtidas são chamadas de micrografias. As etapas para a preparação de uma amostra para a microscopia são: 1. Escolher uma seção a ser estudada; 2. Obter uma superfície plana e polida no local escolhido para o estudo, isso pode ser conseguido com o lixamento em papéis de lixa com posterior polimento em disco de feltro sobre o qual é aplicada uma leve camada de abrasivo; 3. Ataque da superfície com um reagente químico adequado, o reagente é colocado em contato com a superfície polida e causa a corrosão da mesma. O reagente ataca regiões distintas da amostra com intensidades diferentes, o que faz com que a luz seja refletida de maneira diferenciada, sendo possível identificar os contornos de grão e as fases constituintes; 4. Exame ao microscópio para a observação da microestrutura; 5. Registro do aspecto observado (fotografia); A microscopia óptica permite obter imagens com aumento de até 1400X, depen- dendo do microscópio utilizado (COLPAERT, 2008). 9 4 Materiais e métodos 4.1 Amostras e gaiola catódica Foram utilizadas cinco amostras do aço VWM3C, cortadas por um disco de corte, com geometria cilíndrica e dimensões de 18 mm de diâmetro por 5 mm de altura. As amostras foram lixadas com lixas de granulometria de 220, 360, 600 e 1200 mesh, então foram limpas em equipamento de limpeza por ultrassom por 10 minutos em meio líquido de álcool etílico e secadas por jato de ar quente. A gaiola utilizada foi confeccionadaa partir de uma chapa de 1 mm de espessura e tem geometria cilíndrica e tampa circular, suas dimensões são 40 mm de diâmetro, 20 mm de altura e os furos na parede e na tampa têm 8 mm de diâmetro, a gaiola é mostrada na Figura 4. O material da gaiola é o aço AISI 304 (aço inoxidável austenítico) com composição química em peso de 0,08% C, 2% Mn, 1% Si, 0,45% P, 0,03% S, 18% Cr, 8% Ni e 70,44% Fe. A gaiola foi lixada com lixa de granulometria 220 mesh, lavada em água corrente, imersa em álcool etílico e colocada no equipamento de limpeza por ultrassom por 10 minutos, em seguida foi secada por jato de ar quente. Durante o tratamento as amostras são colocadas sobre um disco isolante de alumina com 20 mm de diâmetro e 3 mm de altura, a gaiola envolve ambos, como mostrado na Figura 3, antes do tratamento o disco de alumina foi lixado em lixa de granulometria 220 mesh e limpa com um algodão molhado por álcool etílico. Figura 4 – Gaiola catódica de aço inoxidável. Fonte – AUTOR, 2018. 4. Materiais e métodos 10 4.2 Nitretação O equipamento utilizado na nitretação fica localizado no Laboratório Interdisci- plinar de Materiais Avançado da UFPI e é mostrado na Figura 5: Figura 5 – Equipamento de nitretação iônica. Fonte – AUTOR, 2018. O tratamento é iniciado com um pré-sputtering, um pré-tratamento de uma hora de duração para remover sujeiras e possíveis óxidos remanescentes nas superfícies, as condições no reator durante o pré-sputtering para as amostras são exibidas na Tabela 2, a numeração das amostras usada na tabela será empregada em todo o trabalho. Tabela 2 – Condições do pré-sputtering. Nº da Amostra Temperatura (ºC) Pressão (mbar) Duração (h) Fluxo de gases(sccm) 1 350 1,5 1 100 (𝐴𝑟) 2 350 1,5 1 20/20 (𝐻2/𝐴𝑟) 3 350 2,5 1 50/50 (𝐻2/𝐴𝑟) 4 350 1,5 1 100 (𝐴𝑟) 5 350 1,5 1 100 (𝐴𝑟) Fonte – AUTOR, 2018. Ao fim do pré-sputtering são alteradas as condições no reator para dar início ao tratamento, as condições de tratamento são mostradas na Tabela 3: 4. Materiais e métodos 11 Tabela 3 – Condições do tratamento. Nº da Amostra Temperatura (ºC) Pressão (mbar) Duração (h) Fluxo de gases(sccm) 1 450 3,0 4 10/40/10(𝐻2/𝑁2/𝐴𝑟) 2 450 3,0 4 10/40/10(𝐻2/𝑁2/𝐴𝑟) 3 450 3,0 4 10/40/10(𝐻2/𝑁2/𝐴𝑟) 4 450 3,5 4 18/30/12(𝐻2/𝑁2/𝐴𝑟) 5 450 3,0 4 12/30/18(𝐻2/𝑁2/𝐴𝑟) Fonte – AUTOR, 2018. As condições de pré-sputtering e de tratamento são uma investigação inicial para avaliar quais os melhores parâmetros, foram realizados outros tratamentos sob diferentes condições que não geraram aumento de microdureza e foram, portanto, descartados do estudo. 4.3 Microdureza superficial Após o tratamento foi realizada a medição da microdureza Vickers da superfície nitretada utilizando um microdurômetro de bancada, modelo HMV 2000 da marca SHI- MADZU, localizado no Laboratório de Metalografia e Ensaios Mecânicos da UFPI. Foram realizadas 21 medições com carga de 50 gf, partindo do centro da peça em direção à borda, posteriormente foi calculada a média. Foi realizada também a medição da microdureza da superfície do aço sem tratamento para comparação posterior. 4.4 Microscopia óptica Para a micrografia as amostras foram cortadas ao meio por um disco de corte em um plano paralelo à altura e então embutidas a quente em baquelite. A superfície de corte foi lixada em lixas de granulometria 220, 360, 600 e 1200 mesh e polida em um disco de feltro sobre o qual foi aplicada uma leve camada de alumina até que a superfície ficasse com um aspecto espelhado e livre de riscos, então foi feito um ataque por imersão em Nital a 4%, Nital é uma solução de álcool etílico e ácido nítrico. A Figura 6 mostra uma amostra embutida após o lixamento. As amostras foram analisadas em um microscópio óptico da marca BEL modelo MTM - 1 A, com aumento de 800 vezes para localizar a camada de compostos. As imagens foram feitas com a câmera digital ISM - D300B da marca INSIZE e com auxílio do software ScopeImage 9.00. 4. Materiais e métodos 12 Figura 6 – Amostra cortada e embutida em baquelite. Fonte – AUTOR, 2018 13 5 Resultados e discussões 5.1 Análise de microdureza Os valores de microdureza Vickers obtidos para a superfície tratada das amostras, comparados ao valor da microdureza do aço anterior ao tratamento, são mostrados na Tabela 4: Tabela 4 – Valores de microdureza Vickers das amostras tratadas para uma carga de 50 gf. Nº da Amostra MicrodurezaSuperficial Microdureza do Aço Aumento da Microdureza 1 928,78 HV 303,31 HV 3,06 vezes 2 481,15 HV 303,31 HV 1,59 vezes 3 821,37 HV 303,31 HV 2,71 vezes 4 799,10 HV 303,31 HV 2,63 vezes 5 935,04 HV 303,31 HV 3,08 vezes Fonte – AUTOR, 2018. Os resultados comprovam que por meio da nitretação foi possível obter um au- mento da dureza superficial das amostras. As amostras 1 e 2 apresentam diferença sig- nificativa nos valores de microdureza, a diferença na nitretação das duas amostras foi a atmosfera no reator durante o pré-sputtering, enquanto que para a amostra 1 a atmosfera utilizada foi de 100 sccm de argônio, para a amostra 2 a atmosfera foi de 20 sccm de argônio e 20 sccm de hidrogênio. Foi observado em Reis e Neidert (2011) que o argônio é mais eficiente que o hidrogênio como agente de bombardeamento iônico, o argônio tem peso atômico maior que o hidrogênio, por isso as colisões durante o bombardeamento são mais efetivas na ejeção de átomos da superfície e provocam uma maior limpeza de óxidos que poderiam consistir uma barreira à entrada de nitrogênio, por isso a difusão tem início mais cedo, proporcionando, ao fim da nitretação, camadas nitretadas mais espessas. A amostra 3 também apresenta condições de tratamento iguais às amostras 1 e 2, diferenciando-se das mesmas pelas condições de pré-sputtering, a pressão é de 2,5 mbar enquanto que em 1 e 2 é de 1,5 mbar e a atmosfera apresenta 50 sccm de argônio e 50 sccm de hidrogênio, ou seja, há uma quantidade de argônio intermediária em relação às amostras 1 e 2 e o valor de microdureza da superfície também está entre os valores de microdureza 1 e 2, este fenômeno evidencia que as condições de pré-sputtering afetam significativamente os resultados obtidos pelo tratamento. Para as amostras 4 e 5 a situação é o contrário, as condições de pré-sputtering são iguais enquanto as condições do tratamento são diferentes, ambos os tratamentos têm atmosferas com 50% de nitrogênio na atmosfera, para a amostra 4 há 30% de hidrogênio enquanto na amostra 5 há 20% de hidrogênio , sendo os percentuais restantes de argônio, há também uma diferença na pressão, de 3,5 mbar para a amostra 4 e 3,0 mbar para a amostra 5. Em Sousa (2007) foi verificado que na nitretação iônica com gaiola catódica a 5. Resultados e discussões 14 dureza varia inversamente com a pressão, esta inversão pode ser explicada assumindo que tanto a deposição por sputtering como a vida média das espécies ativas produzidas na gaiola e transferidas para a superfície da amostra influenciam fortemente o processo. Com uma menor pressão, há maior taxa de sputtering na gaiola com o aumento do livre caminho médio das partículas formadas na gaiola, o que permite maior eficiência de deposição na superfície da amostra. 5.2 Análise da microscopia óptica As micrografias das seções transversais das amostras nitretadas após polimento e ataque químico com nital a 4% são mostradas a seguir: Figura 7 – Camada nitretada da amostra 1, aumento de 800X. Fonte – AUTOR, 2018. 5. Resultados e discussões 15 Figura 8 – Camada nitretada da amostra 2, aumento de 800X. Fonte – AUTOR, 2018. Figura 9 – Camada nitretada da amostra 3, aumento de 800X. Fonte – AUTOR, 2018. 5. Resultados e discussões 16 Figura 10 – Camada nitretada da amostra 4, aumento de 800X. Fonte – AUTOR, 2018. Figura 11 – Camada nitretada da amostra 5, aumento de 800X. Fonte – AUTOR, 2018 Os valoresmédios das espessuras das camadas de compostos formadas são mos- trados na Tabela 5: 5. Resultados e discussões 17 Tabela 5 – Espessura das camadas de compostos formadas. Nº da Amostra 1 2 3 4 5 Espessura (𝜇𝑚) 4,573 5,063 3,575 5,672 2,640 Fonte – AUTOR, 2018 É importante notar que as amostras com maiores espessuras de camada não neces- sariamente apresentaram os maiores valores de microdureza superficial. Este efeito pode estar relacionado com formação de diferentes fases ou diferentes balanços dos nitretos 𝐹𝑒2−3𝑁 e 𝐹𝑒4𝑁 . A partir das micrografias é possível observar que há a formação de uma camada de compostos na superfície de todas as cinco amostras. O foco do microscópio foi ajustado para obter uma melhor visualização da superfície mas o resto da imagem aparece desfocado, isso ocorre porque a ampliação empregada (800X) é a maior possível no microscópio utilizado e quanto maior a ampliação menor a qualidade das imagens, por esse motivo não é possível observar bem ou medir a zona de difusão formada. Em algumas das amostras houve dificuldade de obter imagens da camada de com- postos e foi necessário embutir as duas metades em baquelite para conseguir visualizar a camada, em especial para a amostra 4. É possível ver na Figura 10 que sua micrografia tem aspecto diferente das outras amostras, se apresentando mais irregular. O disco de corte utilizado no trabalho não é um equipamento específico para amostras metalográfi- cas e pode ter ocorrido a degradação das camadas no momento do corte, no entanto, as micrografias obtidas juntamente ao aumento da microdureza superficial evidenciam que a nitretação foi eficaz na alteração das propriedades superficiais das amostras. 18 6 Conclusão Foi realizada a nitretação iônica de todas as cinco amostras do aço rápido AISI M3:2, o ensaio de microdureza Vickers mostrou que foi possível obter uma superfície com dureza até 3,08 vezes maior do que o aço antes do tratamento. Uma maior dureza implica em uma melhor resistência ao desgaste em aplicações práticas. As imagens obtidas por microscopia óptica confirmam a formação de uma camada de compostos na superfície das amostras, sendo esta formação responsável em parte pelo aumento de dureza superficial observado. Os parâmetros de tratamento que geraram maior microdureza superficial foram: pré-sputtering a 350 ºC, pressão de 1 mbar, duração de 1 hora, atmosfera com 100% de argônio e tratamento a 450 ºC, pressão de 3 mbar, duração de 4 horas, atmosfera com 20% de hidrogênio, 50% de nitrogênio e 30% de argônio. 19 Referências ALVES JR, C. Nitretação a plasma: Fundamentos e aplicações. Natal: EDFRN, 2001 ARAÚJO, A. G. F. Influência da temperatura na nitretação iônica aplicada a ferramentas de corte de aço AISI M2. 2015. 93 p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Materiais) — Universidade Federal do Piauí. ARAÚJO FILHO, O. O. Estudo comparativo de aços rápidos AISI M3:2 produzidos por diferentes processos de fabricação. 2006. 174 p. Tese (Doutorado em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Materiais) — Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Universidade de São Paulo. CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1986. v. 3 COLPAERT, H. 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Dissertação (Mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais) — Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. SOUSA, R. R. M. Nitretação em plasma com gaiola catódica: Investigação do mecanismo e estudo comparativo com a nitretação em plasma de tensão contínua. 2007. 164 p. Tese (Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais) — Universidade Federal do Rio Grande do Norte. SOUSA, R. R. M. et al. Nitretação iônica em gaiola catódica do aço ferramenta tipo AISI D2 para o trabalho a frio. Revista Matéria, v. 14, n. 2, p. 861 – 868, 2009. SOUSA, R. R. M. de et al. Nitretação iônica em gaiola catódica do aço inoxidável martensítico AISI 420. Revista Matéria, v. 13, n. 1, p. 104 – 109, 2008. SOUZA, S. A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos: Fundamentos teóricos e 7. Referências 20 práticos. 5. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1982. VILLARES METALS. Aços para ferramentas. Sumaré, 2014. Disponível em: http://www.villaresmetals.com.br/villares/pt/Produtos/Acos-Ferramenta, acesso em 21 de novembro de 2018. Lista de figuras Lista de Tabelas Lista de abreviaturas e siglas Lista de abreviaturas e siglas (1) Lista de símbolos Lista de símbolos (1) Sumário Introdução Objetivos Objetivo Geral Objetivos específicos Referencial Teórico Aços rápidos Aços rápidos ao molibdênio Aço AISI M3:2 Tratamentos termoquímicos Nitretação Nitretação iônica Nitretação iônica em gaiola catódica Ensaios Ensaio de Microdureza Vickers Microscopia óptica Materiais e métodos Amostras e gaiola catódica Nitretação Microdureza superficial Microscopia óptica Resultados e discussões Análise de microdureza Análise da microscopia óptica Conclusão