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ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO VI 20182 Campina Grande/PB TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS MEDIEVAIS (sec X a XII) • A morfologia básica do hospital medieval(LE MANDAT, 1989): A nave, forma polivalente que reflete o avanço das tecnologias estruturais, e característica da arquitetura religiosa. Assim, os primeiros hospitais eram constituídos de naves em abóbadas, semelhantes às das catedrais. Os vãos tornaram-se cada vez maiores e, as condições de iluminação e ventilação dos edifícios melhoraram significativamente. O estudo das formas de abastecimento de água tornou-se mais frequente, como fator de melhoria das condições de higiene. A higiene era feita fora do espaço de internação. TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS MEDIEVAIS (sec X a XII) TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE Surge o hospital-pátio, com suas caracteristicas em cruz, “T”, “L” ou “U”. Contém os elementos básicos das construções hospitalares dos próximos quatro séculos: pórticos, pátios, galerias e corredores, alojamentos lineares organizados “O edifício é dividido em três partes: dois grandes quadriláteros separados por um pátio retangular. Os quadriláteros foram divididos por um edifício em cruz, formando quatro pátios internos”. SILVA (1999, p. 21) HOSPITAIS – IDADE MODERNA (sec XV a XVII) MIQUELIN (1992) ressalta as soluções extremamente refinadas que testemunham a preocupação com aspectos de salubridade e saneamento do edifício: • A cada dois leitos, uma escada dá acesso aos locais de banho, localizados no subsolo; • Há áreas para lavagem de roupas sob os alojamentos, cabines sanitárias junto aos leitos e um sistema de esgotamento dos efluentes para as fossas; • O sistema de esgoto dispõe de um dispositivo de auto-limpeza que aproveita a pressão e o volume das águas pluviais, representando um considerável avanço em relação à estratégia medieval que tinha a implantação do edifício hospitalar sobre um rio ou curso d’água, causando insalubridade e permanente umidade; • foi a primeira vez que apareceu na literatura a configuração de um “sistema de instalações” que, embora primário, envolvia dispositivos e técnicas de engenharia avançadas para a época. TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE MODERNA (sec XV a XVII) TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE MODERNA (sec XV a XVIII) MORFOLOGIA DO HOSPITAL PÁTIO Um dos exemplos mais importantes da arquitetura da saúde é o de Ospedalle Maggiore de Milão, construído em 1456. Com formato no esquema do hospital-cruz No final do Sec XIX: • Há a valorização da ventilação e iluminação natural dominou o planejamento de edifícios na saúde: os planejadores passaram a dar grande atenção aos sistemas de ventilação, à distância entre os edifícios e à localização dos sanitários (SCLIAR, 1998); • Nesta época, foram enfatizadas a adequação da iluminação e ventilação natural, áreas mínimas por leito; • As instalações sanitárias ficavam numa das extremidades, e locais para isolamento de paciente terminal; • Posto de enfermagem, sala de utilidades, copa e depósito, ocupavam o espaço intermediário entre o salão e o corredor de ligação com outros pavilhões; • Foram definidas as funções de internação, cirurgia e diagnósticos, consultórios para atendimento ambulatorial e de casualidades, administração e serviços de apoio em edifícios específicos, apropriados a cada uso. TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE Com morfologia pavilhonar - cada pavilhão possui seis compartimentos para vinte leitos, que apresentavam: • níveis adequados de ventilação e iluminação naturais, favorecidos pela própria forma dos edifícios e do hospital como um todo; • Intercalados com os pavilhões de internação, há quatro pavilhões térreos que abrigam serviços de apoio, cozinha, administração e um isolamento para pacientes com doenças infecto contagiosas; • O planejamento do edifício estabelece um layout ordenado dos elementos da construção, com separações funcionais e um claro padrão de circulação. HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA HOSPITAL PAVILHONAR DA ERA INDUSTRIAL No fim do século XVIII, os Hospitais e Asilos Urbanos atingem proporções gigantescas, com níveis desumanos de mortalidade, insalubridade e promiscuidade; Na busca de soluções para estas questões, os séculos XVIII e XIX foram marcados por um longo período de estudos e discussões sobre as formas hospitalares, dai surgiram os princípios que delinearam a construção do hospitalar da época (MIQUELIN, 1992): • como a redução do número total de leitos hospitalar; • a separação dos pacientes em “pequenos” grupos de 20 pessoas por enfermaria e; • o conceito pavilhonar, que melhoraram as chances de ventilação e iluminação naturais, influenciariam todo o design das formas hospitalares do século XIX e início do século XX. • O sistema de ventilação, bastante refinado, e em função do generoso pé direito, as enfermarias dispunham de 56 m3 de ar por paciente, um recorde para a época. Atualmente, dentro da maioria das normas e recomendações, num quarto com dois leitos há uma previsão de 24 m3 de ar por paciente. TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA ANATOMIA DO HOSPITALTIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA • A morfologia pavilhonar esteve presente até o começo do século XX, quando passaria a conviver com um número cada vez maior de edifícios monoblocos verticais de origem norte-americana. • Do final do séc. XIX até meados do século XX, a evolução das ciências médicas e da técnica acarretaram uma transformação radical no conceito de hospital, marcando o começo do racionalismo hospitalar, sob influência dos médicos e da higiene. (VISCONTI, 1999). • No Brasil, o edifício da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, foi o primeiro exemplar significativo da arquitetura hospitalar brasileira, que passou a absorver e acompanhar os avanços da arquitetura hospitalar mundial (MELLO, 1979). TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA No Brasil, o edifício da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, foi o primeiro exemplar significativo da arquitetura hospitalar brasileira, que passou a absorver e acompanhar os avanços da arquitetura hospitalar mundial (MELLO, 1979). TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA INÍCIO DO SECULO XX • INÍCIO DO SECULO XX • O domínio da tecnologia trouxeram a possibilidade de soluções verticais mais compactas para os edifícios hospitalares; • A escassez de mão-de-obra na área de enfermagem também apontava a verticalização como uma saída para reduzir percursos; • A organização vertical distribuía as funções hospitalares em quatro setores básicos: no subsolo localizavam-se os setores de apoio – lavanderia, cozinha, etc.; no térreo localizavam-se os consultórios médicos e os serviços administrativos; no primeiro andar, havia o laboratório e as áreas de eletromedicina ou raios X; nos pavimentos intermediários ficavam as áreas de internação e, no último pavimento, o Bloco Operatório; o sótão era usualmente ocupado pelos residentes médicos e de enfermagem TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA NA DECADA DE 1930 • APÓS A 2ª GERRA MUNDIAL (LE MANDAT, 1989). • Surge o Hospital Memorial França-Estados Unidos que tinha como preocupação as questões relacionadasà eficácia e qualidade dos serviços prestados. • Sua anatomia é um desdobramento do monobloco vertical: anatomia torre-bloco; • O edifício vertical que abriga as unidades de internação e o bloco cirúrgico, no último andar, apoiado sobre um bloco horizontal que contém os serviços de apoio e de diagnóstico; • Toda a filosofia de concepção do projeto baseou-se na possibilidade de diminuição dos tempos de hospitalização, através da maior eficácia do pessoal e da qualidade dos meios de diagnóstico e tratamento; • Os pavimentos de internação, foram superpostos ao bloco de serviços logísticos e médicos. A circulação vertical localiza-se na intersecção das unidades de internação TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE APÓS A 2ª GUERRA MUNDIAL TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – IDADE CONTEMPORÂNEA TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE HOSPITAIS – NAS ÚLTIMAS DECADAS • As anatomias de EAS passaram a ser revistas, e iniciou-se um período de multiplicidade, onde coexistem várias anatomias, que tendem para a verticalização, a horizontalidade, em função de diferentes exigências e necessidades projetuais; • A valorização das anatomias horizontais; só possíveis em grandes terrenos; são apontadas como as melhores soluções em termos de integração entre setores estreitamente relacionados, conforto ambiental, além de demandarem menores investimentos com equipamentos mecânicos de circulação e condicionamento de ar; • Os EAS os grandes centros urbanos, continuam desenvolvendo as anatomias verticais, que associam um edifício vertical, predominantemente destinado às áreas de internação, a um bloco horizontal - de projeção maior que atorre - que contém os serviços de apoio e diagnóstico. Estas anatomias verticais, tão criticadas ao longo da história pela dificuldade de crescimento e expansão. NAS ÚLTIMAS DÉCADAS – HOSPITAIS HORIZONTAIs TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE NAS ÚLTIMAS DECADAS – HOSPITAIS VERTICAIS TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE NAS ÚLTIMAS DECADAS – HOSPITAIS VERTICAIS TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE COMPLEXOS HOSPITALARES TIPOLOGIA E ANATOMIA DO EDIFÍCIO DA SAÚDE
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