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Materiais de Construção Civil

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Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia Farroupilha - Campus Santa Rosa
Eixo Tecnológico Infraestrutura
Curso Técnico em Edificações
Materiais de Construção Civil
Denis Luis da Silva
denis@sr.iffarroupilha.edu.br
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Definição:
Materiais de construção são todos os 
elementos da construção civil aplicados 
isoladamente ou em conjunto e capazes de 
cumprir os requisitos de estabilidade, 
estanqueidade e durabilidade propostos no 
projeto.
• Geralmente um conjunto de critérios devem 
ser atendidos simultaneamente.
• A seleção adequada de materiais irá depender, em geral de:
– A estabilidade estrutural
– A durabilidade
– O custo
– O acabamento de uma obra
• O conhecimento sobre os materiais deve ser 
experimental e tecnológico:
– Experiência
– Ensaios normalizados em laboratórios 
especializados
• Critérios de Seleção
– Considerações Dimensionais
– Considerações de Formas
– Considerações de Peso
– Considerações de Resistência Mecânica
– Resistência ao desgaste
– Facilidade de fabricação ou obtenção
– Requisitos de durabilidade
– Número de unidades
– Disponibilidade
– Custo
– Especificação e códigos 
– Viabilidade de reciclagem / valor da sucata
– Normalização
– Tipo de carregamento
Classificação
Quanto a origem
– Naturais: encontrados na natureza, não exigem 
tratamento industrial para utilização
	Ex: areia lavada de rio, cascalho, argila, etc.
– Artificiais são obtidas por procedimentos 
industriais 
	Ex: tijolos, cerâmicas, pedra britada, rocha 
ornamental, vidro, etc.
– Combinados: Naturais + Artificiais
	Ex: Argamassa, Concreto, etc.
Classificação
Quanto à função
– Materiais de Vedação: sem função estrutural
	Ex: vidros, alvenaria sem função estrutural, painéis de 
gesso, etc.
– Materiais de proteção: servem de proteção a 
outros elementos e acabamento final
	Ex: tintas, vernizes, etc.
– Materiais Aglomerantes: promovem aglutinação 
de materiais inertes, originando materiais com 
resistência mecânica.
	Ex: Cimento, Cal, Gesso, etc.
Materiais Aglomerantes
Os aglomerantes são materiais com propriedades ligantes, em geral pulverulentos (que se apresenta em estado de pó fino) e que misturados com a água formam uma pasta que endurece por processos devido às reações químicas. São utilizados, também, para ligar agregados, formando um corpo sólido e coeso.
Aglomerante: Cimento
Em 1824, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.
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Definição
 Definição de cimento Portland:É um aglomerante hidráulico, resultante da moagem do clinquer, obtido pelo cozimento até a fusão parcial, de mistura de CALCARIO e ARGILA
 
convenientemente dosada e homogeneizada, de tal forma que, após o cozimento não resulte cal livre em proporções prejudiciais
Clinquer: é a base do cimento, originalmente uma mistura de calcário e argila, que é queimado (14000C) e triturado até virar um pó fino. O clínquer possui um diâmetro médio entre 5 a 25 mm.  
 
Obtenção
Hoje, o cimento Portland é um material rigorosamente definido, e sua fabricação segue princípios bem estabelecidos. A grande versatilidade de emprego e notáveis qualidade de adaptação a novos produtos e métodos construtivos aumentam, a cada dia, sua ampla gama de aplicações.
No Brasil, a primeira tentativa de aplicar os conhecimentos relativos à fabricação do cimento Portland ocorreu aparentemente em 1888, quando o comendador Antônio Proost Rodovalho empenhou-se em instalar uma fábrica em sua fazenda em Santo Antônio, Estado de São Paulo. Posteriormente, várias iniciativas esporádicas de fabricação de cimento foram desenvolvidas. Assim, chegou a funcionar durante três meses em 1892 uma pequena instalação produtora na ilha de Tiriri, na Paraíba. A usina de Rodovalho operou de 1897 a 1904, voltando em 1907 e extinguindo-se definitivamente em 1918. Em Cachoeira do Itapemirim, o governo do Espírito Santo fundou, em 1912, uma fábrica que funcionou até 1924, sendo então paralisada, voltando a funcionar em 1936, após modernização.
Todas essas etapas não passaram de meras tentativas que culminaram, em 1924, com a implantação pela Companhia Brasileira de Cimento Portland de uma fábrica em Perus, Estado de São Paulo, cuja construção pode ser considerada como o marco da implantação da indústria brasileira de cimento.
As primeiras toneladas foram produzidas e colocadas no mercado em 1926. Até então, o consumo de cimento no país dependia exclusivamente do produto importado. A produção nacional foi gradativamente elevada com a implantação de novas fábricas e a participação de produtos importados oscilou durante as décadas seguintes, até praticamente desaparecer nos dias de hoje.
Tipos de Cimento
•CP I – NBR 5732
–Sem adições, adequado para construção em geral
•CP II – NBR 11578
–Gera calor numa velocidade menor do que o Comum. Indicado para maciços de concreto, com pouca capacidade de resfriamento.
•CP III Alto Forno – NBR 5735
–Com escória. Maior impermeabilidade e durabilidade, baixo calor de hidratação, alta resistência a expansão e resistentes a sulfatos. Para aplicação geral e especial para ambientes agressivos.
•CP IV 32 – NBR 5736
–Pozolânico. Especialmente indicado para obras expostas à ação de água corrente e ambiente agressivos.
•CP V ARI – NBR
–Alta resistência inicial
•CP RS – NBR 5733
•Resistente a sulfato presente em redes de esgotos, água servidas ou industriais, água do mar e em alguns tipos de solos.
•BC – NBR 13116
–Todos os demais, quando acrescidos das iniciais BC (baixo calor de hidratação), retarda o desprendimento de calor, evitando o aparecimento de fissuras de origem termica.
•CP B – NBR 12989
–De coloração clara, classificado e dois subtipos:
•Estrutural e Não Estrutural
–Aceita adição de pigmentos.
Hidratação do cimento
Após a adição de água ao cimento Portland os cristais que imediatamente reagem com ela são os de C3A, reação esta que seria quase instantânea não fosse a ação de retardamento provocada pelo gesso. A seguir reagem com a água os cristais de C3S e somente a partir de 7 dias é que se inicia a reação do C2S com a água, tal reação é lenta e ocorre por bem mais de 28 dias.
CUIDADOS NO USO DO CIMENTO PORTLAND
O cimento Portland é um material que se degrada com a umidade exigindo, portanto, cuidados no seu armazenamento.
CUIDADOS NO USO DO CIMENTO PORTLAND
Os estoques de cimento devem ser dimensionados de tal forma que o prazo de validade do cimento não seja ultrapassado.
CUIDADOS NO USO DO CIMENTO PORTLAND
A norma brasileira estipula a validade do cimento em 90 dias, quando embalado em sacos de papel, e em 180 dias, quando embalado em silos ou container. No entanto, a maior parte dos fabricantes adota prazo de validade inferior, respeitando as condições climáticas de cada região, garantindo assim a qualidade do cimento.
CUIDADOS NO USO DO CIMENTO PORTLAND
Na aquisição de cimento deve ser observado se os sacos recebidos não estão úmidos, ou com aparência que já foram molhados (aspecto de papel enrugado) e os sacos não devem estar compactados ou endurecidos.
Contaminação em caminhões que transportam cargas diversas como cereais ou produtos químicos deve ser considerada. Para o uso, deve-se sempre observar se o cimento não está com aspecto, cor, cheiro ou outra característica estranha ao produto.
Não utilize cimento contaminado. Pequenas quantidades deverão ser descartadas. Quando se tratar de grandes quantidades, deverá ser contatada a Assessoria Técnica do fabricante, que indicará as medidas necessárias.
A cor do cimento está relacionadacom a origem de suas matérias primas e adições, não tendo nenhuma influência na qualidade do produto. A cor pode variar de tonalidade mesmo em um mesmo tipo de cimento.
Na estocagem de cimento deve ser observado:
• que as pilhas de cimento devem ter no máximo 10 sacos, evitando assim compactação do cimento no saco;
• não colocar os sacos diretamente no piso, utilizando para isso um estrado de madeira;
• quando o piso for impermeabilizado os sacos poderão ser colocados sobre lona plástica;
• recomenda-se deixar um espaçamento entre as paredes e os sacos de cimento, garantindo assim que os sacos não absorvam a umidade existente na parede;
• deve ser feita em lugares cobertos, protegidos das intempéries, evitando-se lugares abertos, sujeito a empoçamento, goteiras e locais úmidos;
• os sacos de cimento deverão ser dispostos em forma de lotes, de tal maneira que os cimentos mais antigos sejam utilizados antes dos cimentos mais novos;
A Norma Brasileira permite a variação menor ou igual a 2% no peso do saco de cimento, significando que um saco poderá conter no mínimo 49 Kg e no máximo 51 kg. Caso o peso médio de uma pesagem de 30 sacos pertencentes a um lote seja inferior a 50 kg, o lote deverá ser rejeitado. Entende-se por Lote a quantidade máxima de 30 t, referente ao cimento oriundo do mesmo produtor, entregue na mesma data e mantido nas mesmas condições de armazenamento.

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