seminário comercialização do esporte

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A transformação do Futebol:
da diversão à hegemonia do mercado
Autoria: Cristina Amélia Pereira de 
Carvalho, Julio César de Santana 
Gonçalves, Bruno César Santos de 
Alcântara
Objetivo:
Analisar o processo de transformação da 
organização do futebol, demonstrando sua 
evolução do seu contexto de referência, a 
mudança em sua lógica de ação e a 
adequação das organizações esportivas a 
categoria, o que antes era exclusiva apenas 
do mundo do trabalho, como 
profissionalização, mercadoria, clientela e 
resultados.(p.01)
...Analisar no plano qualitativo as 
organizações desportivas dos clubes de 
futebol de Pernambuco e o cenário de 
relações institucionais que os rodeiam.
(p.01)
Diagnóstico:
Demonstra-se que o futebol está servindo 
cada vez menos para proporcionar alívio 
das tensões do trabalho, pelo contrário ele 
também incorporou essas tensões e as 
mesmas exigências de resultados, eficiência 
e concorrência.(p.01)
Sua prática se popularizou, deixou de ser 
prerrogativa de heróicas elites. Técnicas de 
preparação de atletas, tecnologias 
sofisticadas para melhorar performances 
foram criadas e recordes passam a ser 
constantemente batidos desafiando os 
limites humanos.(p.01)
O contexto do futebol profissional
Weber (2001) tipificou a racionalidade 
humana em quatro tipos:
1° Racionalidade afetiva
2° Racionalidade tradicional
3° Racionalidade substantiva
4° Racionalidade instrumental
A Hegemonia da Lógica de Mercado
"O jogador antes vinculado por valores afetivos ao clube e, depois 
por contratos de trabalho com salários na média nacional, está hoje 
vinculado ao clube por sofisticados contratos (que incluem às 
vezes blindagem) e salários exorbitantes. [...] O torcedor, antes 
visto como um igual, é hoje considerado um cliente-consumidor. O 
jogo, outrora visto como diversão cede lugar a uma oportunidade 
de negócio. Os clubes que nasciam da interação social e da 
vontade das comunidades objetivam atualmente (em uns revelado 
e em outros apenas dissumulado), a formação e venda de jogadores 
(e eventualmente outros produtos e serviços), sua principal fonte 
de renda e, efetivamente, o produto que realizam com maior taxa 
de lucro."
Os 5 jogadores mais bem pagos em 2015 (fonte Forbes-Brasil)
5º) Neymar Jr.
País: Brasil
Time: Barcelona (Espanha)
Ganho total: US$ 31 milhões
Salário/Pagamento: US$ 14 milhões
Patrocínio: US$ 17 milhões
Principais patrocinadores: Nike, Beats by Dre, Red Bull, Panasonic e Unilever
Colocação geral: 23º
Os 5 jogadores mais bem pagos em 2015 (fonte Forbes-Brasil)
4º) Gareth Bale
País: País de Gales
Time: Real Madrid (Espanha)
Ganho total: US$ 35 milhões
Salário/Pagamento: US$ 25,5 milhões
Patrocínio: US$ 9,5 milhões
Principais patrocinadores: Adidas, EA Games e Sony
Colocação geral: 18º
Os 5 jogadores mais bem pagos em 2015 (fonte Forbes-Brasil)
3º) Zlatan Ibrahimovic
País: Suécia
Time: Paris Saint-German (França)
Ganho total: US$ 39,1 milhões
Salário/Pagamento: US$ 33,1 milhões
Patrocínio: US$ 6 milhões
Principais patrocinadores: Nike e Volvo
Colocação geral: 14º
Os 5 jogadores mais bem pagos em 2015 (fonte Forbes-Brasil)
2º) Lionel Messi
País: Argentina
Time: Barcelona (Espanha)
Ganho total: US$ 73,8 milhões
Salário/Pagamento: US$ 51,8 milhões
Patrocínio: US$ 22 milhões
Principais patrocinadores: Turkish Airlines, Audemars Piget, Adidas, EA Games, Gillette e Pepsi
Colocação geral: 4º
Os 5 jogadores mais bem pagos em 2015 (fonte Forbes-Brasil)
1º) Cristiano Ronaldo
País: Portugal
Time: Real Madrid (Espanha)
Ganho total: US$ 79,6 milhões
Salário/Pagamento: US$ 52,6 milhões
Patrocínio: US$ 27 milhões
Principais patrocinadores: Samsung, TAG Heuer, Herbalife e Nike
Colocação geral: 3º
Os três contextos do futebol numa visão comparativa
INDICADORES FUTEBOL LÚDICO
(1894 - 1930)
FUTEBOL 
PROFISSIONAL
(1931 - 1970)
FUTEBOL NEGÓCIO
(Após 1970)
Lógica de Ação Amadorismo Profissionalismo Modernização
Valores Recreação e convívio Confronto de clubes em 
busca de vitórias.
Oportunidade de 
negócio
Ambiente Torcedor como 
participante
Torcedor como 
espectador
Torcedor como 
consumidor/cliente
Vinculação dos 
membros
Amor e sonho de ser 
convocado para a 
seleção local
Amor ao clube, 
vinculado por contrato 
de trabalho
Vinculados por 
contratos sofisticados 
(blindados)
Formalização Relações pessoais e de 
parentesco
Relações adquirem 
impessoalidade
Relações impessoais e 
comerciais
Objetivos 
organizacionais
Integrar a comunidade, 
diversão
Formar craques que 
atraiam torcedores
Formar e negociar 
jogadores, rentabilidade
Espaço Campos de várzea sem 
infra-estrutura para o 
público
Estádios grandes, sem 
preocupação com 
conforto
Estádios confortáveis, 
arenas de entreterimento
Contexto de referência Local Nacional Global 
Considerações finais
Do diagnóstico realizado fica patente que 
o desporto, e o futebol em particular, cada 
vez menos serve para proporcionar o alívio 
das tensões do trabalho. Ao contrário, ele 
incorporou essas tensões, as mesmas 
exigências angustiantes de resultados, 
eficiência, concorrência, tempo, etc..(p.12)
... O futebol Já não funciona como um 
contrapeso para o trabalho, pelo contrário, 
reforça na esfera recreativa, a ética do 
trabalho duro, a necessidade do êxito a 
qualquer preço, e a lealdade do grupo 
necessária para o funcionamento de uma 
sociedade industrial avançada.(p.12)
... Tudo se torna negociável: jogadores, 
torcedores, clubes do coração. Enfim, os 
símbolos perdem seu valor e tornam-se 
parte de um jogo de imagem sem qualquer 
relação com o que outrora representaram.
(p.12)
É montada uma estratégia de negócios 
em que os símbolos, as tradições, os rituais 
são submetidos a um aggiornamento 
valorativo e estético. Estas atividades estão 
abandonando o caráter original de seus 
objetivos: perde-se o lúdico e o livre, o que 
não é construído sobre cálculos de retorno, 
o que não tinha obrigatoriamente um fim e 
um resultado final.(p.12)
O quê vai absorver as paixões e as 
frustrações das massas? (p.12)
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