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Livro-Crianças-Obedientes-Não-Ficam-Quietas

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Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
1 
 
 
 
Em 2017 estive no maior encontro de educação 
montessoriana do mundo. Lá, foi lançado um 
livro maravilhoso: 
Maria Montessori Speaks to Parents.1 
A leitura desse livro me levou a alguns dos 
melhores textos do Lar Montessori. Vários 
deles estão reunidos neste livro. 
O objetivo do livro é o mesmo objetivo de quase 
todo o meu trabalho: ajudar você a viver 
bem com suas crianças, e ajudar suas 
crianças a serem mais livres. 
Espero que a leitura seja tão prazerosa para 
você quanto foi para as milhares de famílias 
que passaram a viver com mais tranquilidade e 
alegria quando tiveram acesso às ideias de 
Montessori para famílias. 
Se você quiser conhecer mais sobre 
Montessori em casa, visite: 
LarMontessori.com 
Um abraço, 
Gabriel Salomão 
 
1 Maria Montessori fala para Famílias, sem edição em 
português 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
3 
 
Conteúdo: 
 
Crianças Obedientes não Ficam 
Quietas ................................................... 4 
 
Quando Nossos Filhos Sabem Mais 
do que Nós .......................................... 10 
 
Como Transformei Gritos em 
Sorrisos ............................................... 14 
 
As Crianças Obedecem Quem Elas 
Admiram ............................................... 21 
 
Vamos Esquecer os Limites .......... 26 
 
Cinco Coisas Boas (ou Como Amar 
as Crianças Quando é Difícil) ......... 31 
 
 
Crianças 
Obedientes Não 
Ficam Quietas 
 
Há duas formas de ensinar obediência. Na forma 
antiga e equivocada, pede-se às crianças que façam 
isso e aquilo, e acabou. Se não fazem, são punidas 
pela desobediência. E há a outra forma... Peça à 
criança somente o que ela pode te dar. Quer dizer, 
peça por obediência de uma maneira que a criança 
dê com alegria... 
Essas são palavras de Maria Montessori 
dirigidas a famílias de crianças. Palavras como 
essas me lembram sempre do rei do Pequeno 
Príncipe: 
"Se eu ordenasse que um general voasse de 
flor em flor como uma borboleta, ou que 
escrevesse uma peça de teatro, ou que se 
tornasse uma gaivota, e se o general não 
executasse a ordem que recebeu, qual de nós 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
5 
 
estaria errado? - O rei perguntou - O general ou 
eu? 
- Você - respondeu o pequeno príncipe, com 
firmeza. 
- Exatamente. Só se deve exigir o que as 
pessoas podem cumprir - O rei continuou - A 
autoridade que é aceita apoia-se, antes de tudo, 
na razão. Se você ordenasse a seu povo que se 
jogasse no mar, eles se levantariam em 
revolução. Eu tenho o direito de exigir 
obediência porque minhas ordens são 
razoáveis." 
Montessori nos explica, de novo e de novo, que 
movimento é vida. Quando eu peço a 
imobilidade a uma criança que tem como 
imperativo da vida que se mova 
incessantemente, o que peço é equivalente ao 
rei louco, pedindo ao seu povo que se atire ao 
mar. Eu peço a morte. E a criança não pode me 
obedecer, porque acima de minha autoridade 
está a autoridade da vida. Mas há caminhos. Há 
formas de saber as ordens da vida, e pedir à 
criança coisas menores, que não se oponham à 
vida, mas que acompanhem seu curso de forma 
especial e adequada à situação. Por um 
momento, vamos voltar a Montessori. 
 
É claro que há momentos em que é necessário que 
a criança não se mova demais. Você acabou de 
vestir sua criança para sair, por exemplo, e não dá 
para ela correr para o jardim e fazer tortinhas de 
barro. Mas bom, há uma alternativa que não é 
sentá-la e dizer simplesmente que fique parada até 
você estar proto(a). 
Você tem a observado bem? Qual é, então, seu 
interesse mais recente em atividades mais quietas? 
Talvez meia hora atrás ela tenha colocado a chave 
na porta e girado a tranca. Se você tiver uma 
caixinha com uma fechadura e uma chave, dê a ela... 
O que Montessori via na criança, de novo e de 
novo, era a natureza se manifestando. Não 
podemos ordenar a uma árvore que não 
cresça. A única forma de fazer isso é cortar 
suas raízes. Fazer dela um bonsai. Retorcer 
seu desenvolvimento. Desviá-la de seu 
caminho. Impedir sua verdadeira vida. Obstruir 
o curso que levaria ao cumprimento de seu 
papel no universo. A obediência não pode ser 
tal que impeça a vida. 
Mas há outro caminho. 
Quando vemos a criança, ela obedece com 
alegria. Porque a um só tempo aprende a 
adaptar-se às condições de seu ambiente - 
aspecto fundamental do desenvolvimento - e 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
7 
 
pode seguir a Lei Máxima da Vida. Pedir a um 
filho que saia já do banho pode ser demais, se 
ele acabou de descobrir que as bolhas na 
parede do box se movem, muito lentamente, 
quando a gente sopra de leve, mas estouram se 
sopramos forte demais. E que é necessário ter 
paciência. Mesmo nu. Mesmo tarde. É 
necessário ter paciência, ou as bolhas 
estouram. As do box. As da vida. E então nós 
talvez possamos escovar os nossos dentes, e 
dizer que daqui a pouquinho, acabando de 
escovar os nossos dentes, viremos chamar a 
criança, e aí vamos mesmo dormir. Amanhã 
poderemos brincar de novo. Sim? 
Provavelmente sim. 
Será, pergunto-me às vezes, que parece 
inseguro para a criança trocar a história que 
ela já escutou várias vezes por uma história 
nova? Será que parece arriscado? E será que é 
por isso que a fascinante nova história, 
imposta, leva ao choro? Será que por duas, ou 
três, noites, duas histórias são possíveis? 
Talvez sejam. Talvez. 
A obediência que não se opõe à vida é bem 
vinda pela criança. E devia ser bem vinda por 
nós. A vida, afinal, deve ser superior aos 
 
nossos desejos. Mas entender a vida é, 
necessariamente, prestar atenção. É 
necessário olhar a vida para compreender 
suas leis. Elas não vêm num livro. Nem mesmo 
os da Montessori darão conta de tudo. Será 
necessário olhar a criança que existe. A criança 
que está lá. É ela, e só ela, que pode nos 
mostrar para onde aponta a trilha da vida. 
A atividade que ela acabou de fazer com algum 
interesse, aquela a que ela tem retornado de 
vez em quando ao longo dos últimos dias, a 
outra que a absorveu completamente antes de 
ontem. Todas essas são plaquinhas, à beira da 
estrada, indicando as regras da vida. Qualquer 
coisa que pedirmos, dissermos, exigirmos, terá 
de estar em consonância com as regras da 
vida, ou, por motivo de força maior, não 
seremos obedecidos (ainda bem!). 
Quando Montessori falava da obediência, falava 
de uma criança que obedecia com alegria e 
rapidez, profundamente disciplinada e senhora 
de si. Essa criança só é assim porque está na 
trilha da vida. Porque não se perdeu dela. 
Porque não está desesperada para voltar, ou 
para permanecer, no curso correto de seu 
desenvolvimento. Aí, muito mais que a 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
9 
 
obediência, brota a autodisciplina. A 
capacidade de seguir, sobretudo, aquilo que 
sabemos ser correto. 
Montessori anunciou a paz vindoura já em 1907, 
com sua primeira escola. E ainda hoje, 
podemos repetir, olhando a criança que 
conhece a vida, e o adulto que respeita esse 
conhecimento profundo: "uma nova 
humanidade para um novo mundo nasce já!". 
-- 
Os trechos de Montessori neste texto vieram do 
livro recém publicado “Maria Montessori 
Speaks to Parents: A Selection of Articles”. 
 
 
Quando Nossos 
Filhos Sabem Mais 
do que NósNós sabemos cortar pão. Talvez nossos filhos 
não saibam. Sabemos cozinhar. Talvez nossos 
filhos não saibam. Sabemos ler e escrever. 
Talvez nossos filhos não saibam. Se 
pensarmos por um momento em tudo o que 
sabemos e que nossos filhos não sabem, 
pensaremos em quase todas as ações da 
humanidade. A humanidade sabe construir 
castelos e submarinos. Nossos filhos não 
sabem. Impérios, curas, tecnologia. Eles não 
sabem. 
Desde o início dos tempos, nós temos 
dominado o mundo. Conhecemos nosso 
ambiente hoje desde as menores partículas, 
muito menores que os átomos, e os maiores 
conjuntos de galáxias. As crianças não 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
11 
 
conhecem. Como é possível que alguém nos 
diga que nossos filhos sabem mais que nós? 
Para Maria Montessori, há dois tipos muito 
importantes de trabalho no mundo. Um deles é 
exercido pelo adulto, o outro pela criança. 
 O trabalho do adulto envolve a construção do 
mundo. As descobertas sobre o universo, a 
matéria, a energia, a vida e a arte... todas elas 
são tarefas do adulto, que a criança não 
consegue fazer. Ou não faz com tanta 
competência. Mas ela faz outra coisa. 
Nossos filhos colocam e tiram as calças. Eles 
abrem e fecham gavetas. E eles lavam as mãos. 
Mas depois, fazem isso de novo. Colocam as 
calças outra vez. Abrem as gavetas outra vez. 
Sujam as mãos para lavar de novo. O que é que 
há? Será que elas não entenderam o propósito 
das coisas? Será que não entenderam que 
depois de colocar a calça está tudo bem, e ela 
pode ficar lá? 
Se elas entenderam ou não, não importa, 
porque elas sabem que as calças também não 
importam. O foco da criança não está, nem pode 
estar, no mundo. O foco dela está nela mesma. 
 
 
Colocar e tirar as calças não é importante pelas 
calças. É importante pelo colocar e tirar. Pelo 
fato de que colocando e tirando alguma coisa se 
constrói na criança, que vai além da habilidade 
sofisticada de colocar e tirar calças. Quando a 
criança faz isso repetidamente, constrói 
concentração, persistência, habilidade de lidar 
com frustração e percebe a si mesma 
conforme existe no mundo por meio de suas 
ações. 
Montessori sugere de novo e de novo: Nunca 
ajude uma criança em alguma coisa que ela 
acha que pode fazer sozinha. Repare: o foco 
dessa frase não está no pode fazer sozinha, 
mas no acha. Se ela acredita em si, nós 
respeitamos essa confiança, e é porque nós 
respeitamos e não ajudamos que essa 
confiança pode se construir e ganhar firmeza, 
ajudar a superar obstáculos e adotar novos 
desafios. 
É sobre isso, sobre esse misterioso trabalho 
interior, que a criança sabe muito mais do que 
nós. 
Se nós permitirmos, por um par de horas, por 
um dia, que a criança aja sem nossa 
interferência, a não ser em momentos de 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
13 
 
necessidade absoluta, veremos como eles são 
capazes de muito mais do que imaginávamos. 
Veremos que nunca soubemos de sua potência. 
Que nunca soubemos de seu poder. Que nós, 
adultos, nunca soubemos de sua natureza. E 
que de fato, sobre si mesmos, nossos filhos 
sabem mais do que nós. 
_________ 
O título deste texto vem de um capítulo do livro 
“Maria Montessori Speaks to Parents”, que 
também é referência para parte do conteúdo do 
texto. 
 
 
Como Transformei 
Gritos em Sorrisos 
 
Eu gritava bastante com crianças. Não grito 
mais, faz tempo, mas houve um caminho longo 
para que isso acontecesse. Um caminho que 
me ensinou a sorrir. 
Trabalhei por três anos com cinquenta crianças 
e adolescentes em uma escola montessoriana. 
Nos primeiros seis meses, eu percebia que 
gritava, e percebia que não era uma boa ideia, 
sabia que estava errado. Mas não sabia o que 
fazer. "Segurar" os gritos claramente não 
funcionava e os conselhos que recebia também 
não. Então, aconteceram duas coisas. 
Eu li um livro e uma frase transformadores, e 
participei de uma sessão de autoconhecimento 
em uma formação de professores 
montessorianos. 
Primeiro, fiz o curso. Na sessão de 
autoconhecimento, precisávamos construir um 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
15 
 
mapa mental com um comportamento nosso 
que queríamos mudar, e era necessário 
entender o motivo do comportamento. Para 
encurtar uma história longa, depois de muito 
mapa, eu descobri porque gritava. 
Eu gritava porque queria que as minhas 
crianças fossem perfeitas como as dos livros. 
Queria que minha sala fosse a sala dos livros e 
dos vídeos. E eu gritava porque queria controle. 
Quando descobri isso, passei pelo que Brené 
Brown chama de "uma crise emocional que 
também é um despertar espiritual". Mas 
falando assim parece agradável, e não foi. Era 
um pântano. Por semanas, eu estava em um 
pântano de vergonha, humilhação e 
desorientação total. Nesse período, li um livro. 
Em uma visita a um sebo, encontrei A Arte da 
Felicidade, do Dalai Lama. Entre outras coisas 
importantes, ele dizia que todos nós estamos 
tentando encontrar a felicidade, e todos nós 
estamos tentando evitar o sofrimento. Isso 
incluia minhas crianças, e isso me incluia. E ele 
ensinava que um dos caminhos mais 
interessantes para a felicidade é buscar 
diminuir o sofrimento... dos outros. E talvez, só 
 
talvez, funcionasse se eu olhasse assim para 
as minhas crianças, e eu decidi tentar. 
Claramente, funcionava. É fácil perceber que 
uma criança se comporta mal quando está 
sofrendo. É óbvio o suficiente: ela sente dor, 
então provoca dor. Mas uma coisa é entender 
isso intelectualmente. O cérebro dava conta do 
recado. Outra coisa é o coração. Ele demora. O 
coração age por hábitos, e meu desafio era 
mudar o hábito. 
Na busca por maneiras de mudar o hábito, 
esbarrei no Zen Habits. E lá dentro, em um texto 
que começava com uma frase que mudaria 
minha vida: 
Respire, sorria e vá devagar. 
A frase é do monge vietnamita Thich Nhat Hanh. 
E eu tomei aquilo como a bússula de minhas 
ações. Decidi que por um semestre seguiria 
essa orientação em tudo, o tempo todo. E 
comecei a respirar, a sorrir, a ir devagar. Até 
que a primeira criança se comportou diferente 
do que eu gostaria. 
Respirar uma vez é fácil. Mas eu queria 
respirar, sorrir e ir devagar todas as vezes. 
Encurtando outra história longa, eu me via em 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
17 
 
pé, frente à janela da sala, respirando, com 
algumas lágrimas no rosto, até que o sorriso 
pudesse surgir, e eu pudesse ir devagar de 
novo. Isso me ensinou uma coisa preciosa, que 
depois de anos eu descobri ser uma habilidade 
fundamental do ser humano. 
Parar diante de uma situação, e esperar um 
instante, nos ajuda a enxergar melhor, e a agir 
com uma chance maior de sucesso. Parar nos 
ajuda a ver. 
E eu via. Porque parava, porque me dava a 
chance de esperar um instante e de atravessar 
a impressão de que as coisas são urgentes, 
porque eu desrespeitava a urgência das coisas 
em nome da calma, comecei a ver. Comecei a 
ver o sofrimento de minhas crianças, onde 
estava seu desespero, de onde partia seu 
desequilíbrio e qual era sua angústia. Era 
impossível gritar quando eu via que a pessoa 
que provocava meu grito não era um vilão, mas 
uma vítima. E nem sempre uma vítima minha. 
Mas do mundo e de sua própria vida. E eu podia 
ser a pessoa que a ajudaria a ter força de novo, 
esperança de novo. 
Foram seis meses compridos. Duraram cada 
um dos trinta dias que tinham para durar. Não 
 
ficoufácil rápido, e nem foi livre de angústia e 
dúvida - eu duvidei de mim e quem estava ao 
meu redor também duvidou. Mas era uma 
decisão: eu nunca mais gritaria com uma 
criança. Infelizmente, não tive 100% de sucesso. 
Mas conto nas mãos quantas vezes gritei com 
uma criança depois daquele ano, e eu sorri 
muito mais. Aquele foi o primeiro passo de um 
processo de transformação que continua até 
hoje, mas já me fez muito mais feliz, muito mais 
livre e muito melhor com crianças e com 
adultos. 
Então, quero dar a você um passo a passo para 
transformar gritos em sorrisos, e mais que 
isso, desespero em esperança. 
1. Análise 
• Analise o que faz você perder a calma; 
• Analise qual é a emoção que você sente 
logo antes de explodir; 
• O que mais em sua vida causa essa 
emoção? Por que isso faz você se sentir 
assim? 
• Finalmente, tente descobrir por que 
você perde a calma. 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
19 
 
2. Estudo 
• Leia, assista e converse sobre 
desenvolvimento infantil; 
• Leia, assista e converse sobre emoções 
humanas; 
• Leia, assista e converse sobre 
sofrimento e felicidade. 
3. Adote uma atitude 
• Não tente mudar tudo de uma vez; 
• Respire, sorria e vá devagar; 
• Separe dois ou três minutos por dia só 
para respirar, sem fazer nada; 
• Quando não estiver irritada(o), observe 
sua criança em paz; 
• Tenha um local de refúgio - pode ser 
uma janela, um cômodo, até o banheiro. 
Um lugar para respirar. 
• Atropele o que é urgente - não se deixe 
iludir, poucas coisas são urgentes de 
verdade, e quase nenhuma é mais 
importante que a sua felicidade e a de 
seus filhos, e a paz em sua casa. 
 
Se você também tem uma história sobre 
transformar gritos em sorrisos, eu quero saber 
qual é. Conte nos comentários. Se você ainda 
está nos gritos, ou se está no pântano, você não 
está sozinha(o), tem milhares de pessoas bem 
intencionadas no mesmo pântano que você. 
Vamos atravessar juntos, porque só assim vale 
a pena. 
Se você gostou deste texto, eu sugiro que você 
procure por: 
• A Arte da Felicidade, do Dalai Lama; 
• Livros e vídeos do Thich Nhat Hanh; 
• A Coragem de Ser Imperfeito, da Brené 
Brown; 
• Práticas de gratidão de 
David Standahast; 
• e leia os quatro ou cinco capítulos finais 
do livro Mente Absorvente, de Maria 
Montessori. 
 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
21 
 
As Crianças 
Obedecem Quem 
Elas Admiram 
 
Todas as famílias já se perguntaram em algum 
momento: por que meu filho não me obedece? 
Às vezes, a criança obedece a professora, mas 
não aos pais, às vezes, só a um dos pais e não 
ao outro, e em alguns casos as crianças 
obedecem de vez em quando, mas não sempre. 
Existe uma explicação para isso, e um jeito de 
mudar. Maria Montessori respondeu essas 
perguntas e explicou como o adulto pode se 
tornar digno da obediência da criança, em seu 
melhor livro, Mente Absorvente. 
No livro, Montessori explica que a obediência 
se desenvolve em três níveis, e que só no 
terceiro a criança consegue obedecer de 
verdade. Vamos conhecer os três níveis agora, 
e entender como ajudar a criança em cada um 
deles. 
 
1. Primeiro Nível da Obediência 
As crianças que estão no primeiro nível da 
obediência obedecem de vez em quando, mas 
não obedecem sempre. A obediência exige que 
a criança abra mão do que ela gostaria de fazer, 
para executar o que outra pessoa pediu. No 
primeiro nível, a criança obedece quando a sua 
vontade e a da pessoa que pediu são iguais, ou, 
mais raramente, quando tem sucesso em 
suplantar a sua vontade pela do outro. 
É muito fácil para um adulto se incomodar com 
a falta de constância na obediência da criança. 
"Se ela consegue me obedecer de vez em 
quando, por que não sempre? Ela só faz as 
coisas quando quer!", é o que pensa o adulto. E 
ele não sabe que está correto, mas que sua 
raiva está mal colocada. Por enquanto, a 
criança ainda não amadureceu o suficiente 
para abrir mão de sua vontade pela vontade do 
outro. Nesse período, precisamos ter paciência 
e continuar a oferecer para ela um excelente 
ambiente, um comportamento adulto paciente 
e útil, e escolhas. 
2. Segundo Nível da Obediência 
O segundo nível da obediência me parece ser o 
mais crítico de todos. Nele, a criança tem muito 
mais sucesso em suprimir a sua vontade e 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
23 
 
executar a vontade do outro. Ela está 
suficientemente desenvolvida para obedecer 
com muita frequência. Mesmo assim, de vez em 
quando falha, porque afinal de contas ela tem 
vontades, e por vezes vai se opor à nossa 
vontade. 
Nesse período, quase todos os adultos param, 
e vivem uma disputa eterna com as crianças, 
que pode durar muitos anos. Como sabem que 
a criança é capaz de obedecer, os adultos usam 
todas as ferramentas que têm para chegar à 
obediência. Castigos e prêmios surgem com 
força aqui, e não desaparecem mais. 
Recompensas, chantagens, barganhas, tudo 
aparece nesse período, para conquistar a 
obediência da criança. Geralmente não 
funciona. Mas mesmo quando funciona, tudo o 
que essas ferramentas fazem é impedir a 
criança de chegar ao terceiro nível. 
3. Terceiro Nível da Obediência 
No terceiro nível da obediência acontece a 
mágica de Montessori. A criança deixa de 
obedecer porque é capaz, e passa a obedecer 
porque deseja e sente prazer. No terceiro nível, 
a criança se mostra quase ansiosa para 
receber orientações e seguí-las com o máximo 
de perfeição. Mas não são todos os adultos que 
 
chegam a esse ponto com suas crianças. Existe 
um adulto que a criança gosta de obedecer. 
A criança obedece com prazer os adultos que 
ela admira. A obediência que a maioria dos 
adultos conseguem vem da opressão, do medo, 
da recompensa, ou da troca. Mas a obediência 
que traz felicidade à criança não é essa. Ela 
obedece feliz quando obedece porque admira. 
Quem a criança admira? 
O Adulto Admirável 
O adulto que consegue compreender as 
necessidades da criança, organizar para ela 
um excelente ambiente, ter com ela um 
comportamento elegante, cuidadoso, amoroso 
e firme, que a ajuda a conquistar a própria 
independência e que respeita sua necessidade 
de trabalhar sozinha sem ser interrompida... 
Esse é o adulto admirável. A criança olha para 
esse adulto e pensa: "Ele é sábio. Ele me vê por 
dentro. Se eu seguir o que ele pede, posso me 
tornar alguém assim", e a criança obedece não 
porque ela é menor e nós maiores, mas porque 
nós somos fascinantes e ela deseja se 
transformar em um adulto fascinante também. 
Parar no segundo nível da obediência, como 
quase todo mundo faz, leva a um mundo de 
pessoas obedientes em excesso, que 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
25 
 
questionam pouco as regras absurdas de 
nosso mundo, e estão dispostas até mesmo a 
matar e morrer por obediência cega a líderes 
ruins. Pela felicidade de nossos filhos e pelo 
bem da humanidade, devemos saltar para o 
terceiro nível da obediência, em que a criança 
escolhe obedecer as pessoas que ela admira, 
quando as ordens são razoáveis. 
Nem toda ordem deve ser obedecida. Nem todo 
adulto merece obediência, e a criança sabe 
disso. Se abrirmos mão dos castigos e dos 
prêmios, descobriremos de novo nossas 
crianças, e então, nos tornando adultos 
admiráveis, conquistaremos sua confiança, 
admiração e, se for bom para todos, sua 
obediência feliz. 
Em Montessori não defendemos crianças 
disciplinadas,mas autodisciplinadas, não as 
que obedecem cegamente, mas as que podem 
escolher obedecer quando a vontade do outro é 
melhor que a sua, e vale a pena abrir mão da 
sua para seguir uma que é melhor e, sobretudo, 
admirável. 
 
 
Vamos Esquecer os 
Limites 
 
Há duas coisas que nós, adultos, chamamos de 
“limites” em nossa convivência com a criança. 
Uma é aquilo que não deixamos acontecer 
porque é um perigo, para ela, para outros, para 
o ambiente. Outra é aquilo que não deixamos 
acontecer porque nos incomoda. Montessori 
diz: 
Dizemos que corrigimos a criança para seu 
próprio bem, e na maior parte do tempo 
acreditamos mesmo nisso. Mas é estranho 
como frequentemente aquilo que percebemos 
como o bem da criança coincide com nosso 
próprio conforto. 
Por isso, vamos esquecer os limites, todos os 
que conhecemos. 
Imagine-se em um ambiente precário e 
desconhecido. Você acorda num lugar que não 
conhece, com objetos que não conhece, e 
coisas fora do seu alcance. Sem referências. 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
27 
 
Qual a atitude lógica, do ponto de vista da 
sobrevivência? Provavelmente você respondeu 
“levantar, e descobrir onde estou, como esse 
lugar funciona”... talvez você tenha pensado em 
encontrar comida e água. Tudo isso exigiria, 
sem sombra de dúvidas, mexer no ambiente. 
Levantar coisas, abrir e fechar coisas, subir em 
coisas para acessar o que está alto demais. 
Talvez nos frustrássemos, ficássemos com 
raiva, confusos, tristes e ansiosos, inclusive. 
Precisamente como nossos filhos se 
comportam. 
Mas dê à criança, diz Montessori, um ambiente 
adequado e o efeito dele sobre sua mente será 
semelhante ao efeito que se dá na saúde 
quando lhe oferecemos uma dieta equilibrada. 
[...] podemos garantir que o ambiente no qual a 
criança passe a maior parte do seu tempo não 
seja um ambiente de “nãos” – quer dizer, de 
coisas frágeis demais, coisas que estragam... – 
e nem um ambiente lotado de brinquedos. As 
duas coisas são indesejáveis. // Quando a 
criança mostrar interesse em qualquer coisa 
da casa, permita que ela fique com o objeto, se 
for possível, e talvez isso lhe mantenha 
ocupada por horas; e aí, quando o interesse 
acabar, é bem possível que ela não peça pelo 
objeto de novo. 
 
Algumas coisas não podem ser permitidas, é 
claro. Não entregamos um facão a um bebê, 
ainda que seu interesse seja enorme. Não 
podemos permitir que nossas crianças puxem 
as orelhas de um bicho de estimação, ainda que 
isso pareça divertido, ou que belisquem a perna 
de um colega, por mais frustrado que estejam. 
Não se pode permitir que, intencionalmente, a 
criança jogue copos e copos de vidro ao chão. 
Mas à parte dessas poucas coisas que fazem 
mal à criança, a outro ser vivo, ou ao ambiente, 
não há muito que não possa ser permitido. 
Por vezes, atitudes de nosso filhos nos 
assustam. Algumas coisas que eles fazem 
parecem tão inadequadas que precisam ser 
impedidas. Pode ser vestir várias camisetas 
uma sobre a outra, pode ser trocar de roupa 
várias vezes seguidas, talvez seja abrir todas 
as gavetas de um dos móveis da casa – ou de 
um cômodo! – ou tirar todas as frutas da 
fruteira. Fomos acostumados à interpretação 
de que essas ações são impróprias, devem ser 
interrompidas. Mas e se interpretássemos de 
outra maneira? 
E se, em lugar de impedir, nós observássemos. 
Se, talvez, ensinássemos a fazer a mesma 
coisa com um grau de refinamento maior, ou, 
que, sabe, ensinássemos a criança a terminar 
Crianças Obedientes Não Ficam Quietas – Lar Montessori 
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aquilo que ela começou, e a deixássemos livre 
para repetir? Quanto de nossos mundos, 
nossas vidas, nossas relações com a criança, 
não se transformaria só porque nossa 
interpretação mudou? 
Vamos considerar, junto com Montessori, uma 
criança que adore deixar as torneiras abertas 
por muito tempo. 
Você já lhe disse várias vezes para não abrir as 
torneiras. Em vez disso, permita que ele abra, 
mostre você mesmo(a) como mais e mais água 
flui pela torneira conforme você abre mais e 
como o fluxo diminui quando você fecha. Então, 
deixe que sua criança faça. // Assista-a se você 
quiser, mas esteja certa(o) de que você não 
pode ser vista(o). Você se surpreenderá com o 
cuidado com que seu filho vai abrir e fechar a 
torneira como se estivesse resolvendo um 
problema difícil depois, quando tiver dominado 
o problema das torneiras, provavelmente 
perderá todo o interesse naquilo que antes era 
um mau comportamento, vai usar as torneiras 
somente para sua função apropriada. 
A criança não sente só prazer quando pode agir 
no mundo. O que ela sente é a própria vida a 
fazer sentido pelo movimento das suas mãos. 
Nasce daí a concentração, o propósito, a 
 
autodisciplina, a perseverança... todas as 
bases para o desenvolvimento da 
personalidade e do caráter são lançadas pela 
ação, pelo movimento e pela conquista da 
independência. 
Por isso, vale a pena que façamos o exercício 
constante de esquecer os limites. 
Principalmente os que se formaram dentro de 
nós, e que não nos permitem ver a ação da 
criança pelo que ela realmente é. Assim, pelo 
esquecimento dos limites, abrimos uma nova 
trilha para nossas crianças, desempenhando 
um papel que se transforma também. Se antes 
nós interrompíamos e ensinávamos, agora nos 
tornamos companheiros e ajudantes da vida. 
____ 
Este texto foi baseado no texto Your Child 
Learns from His Sorroundings, do livro “Maria 
Montessori Speaks to Parents”, de Maria 
Montessori. 
 
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Cinco Coisas Boas 
(ou Como Amar as 
Crianças Quando é 
Difícil) 
 
Às vezes, amar é difícil. Este texto não vai fazer 
ficar fácil de repente. Mas ele vai dar para você 
um exercício simples, que vai ajudar a tornar o 
amor possível. Um exercício que desenvolvi 
enquanto estudava com meus formadores em 
Montessori, e vivia com crianças, em casa e na 
escola. 
Quando eu comecei a conviver com crianças e 
adolescentes, às vezes me via olhando e agindo 
com ira e tristeza. Para mudar isso precisei de 
mais de um exercício. Mas houve um que 
mudou minha vida, minha família, meu trabalho 
e minha forma de ver pessoas. Eu o chamo de 
Cinco Coisas Boas. 
 
Geralmente, não sentimos raiva de repente. 
Quase sempre, são gotas de incômodo, que se 
acumulam, uma a uma, até tudo transbordar e 
despejarmos nosso excesso de sentimentos 
nos outros, fazendo com que eles também 
venham a transbordar no futuro. 
A chave de tudo o que este texto ensina é parar 
nas primeiras gotas. 
Quando você perceber que há uma gota caindo, 
pare bem aí. Deixe ela cair, se for o caso, mas 
pare bem aí. Um copo d'água, uma respiração 
profunda, uma caminhada e uma parada na 
janela ou na varanda. Dê-se trinta segundos 
(dois minutos, se alguém puder olhar as 
crianças), mas nesses trinta segundos, sinta o 
ar nas suas narinas, a água na sua garganta ou 
o vento no seu rosto. Então, pegue um papel e 
uma caneta. 
No papel, enumere uma lista em branco, assim: 
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
Em seguida, pense em uma coisa boa sobre seu 
filho. Qualquer coisa. Anote na lista: 
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1. Um olhar cheio de amor. 
A essa altura pode ser que você precise parar o 
exercício, porque a vida entra no caminho. Tudo 
bem. Retorne, dê-se mais 30 segundos, e 
complete o segundo item: 
1. Um olhar cheio de amor. 
2. Desenha com cuidado. 
De agora emdiante, o exercício não vai mudar. 
Duas coisas são importantes: A cada coisa boa, 
pense só em uma, encontre só mais uma. 
Encontrar cinco é difícil, encontrar uma é mais 
fácil. E a cada coisa boa, pare, respire, caminhe, 
beba água, por trinta segundos faça um 
intervalo. Só aí retome. 
A minha lista ficou assim: 
1. Um olhar cheio de amor. 
2. Desenha com cuidado. 
3. Faz carinho e protege o cachorro. 
4. Tem um abraço gostoso. 
5. Tenta entender as conversas dos adultos. 
Depois de terminar a sua, fique mais dois 
minutos respirando. Permita que essas cinco 
gotas façam parte de você também. Não só a 
raiva. Não só a tristeza. Também a alegria, 
também o contentamento. 
 
É só isso. É simples assim, mesmo. O desafio 
não é o exercício. O desafio é fazer. Parar nas 
primeiras gotas, trinta segundos, enumerar a 
lista, trinta segundos, e uma coisa boa de cada 
vez. Respirar. Permitir as novas cinco gotas 
boas. 
Este exercício é o mais simples que conheço 
para transformação de relações, e funciona 
para nos relacionarmos com crianças ou com 
adultos. O desafio é fazer. Quando está muito 
difícil e eu demoro para achar cinco coisas, 
aumento o número. Em um dia muito difícil, 
cheguei a dezoito. Em dezoito gotas boas, eu 
estava bem, e podia ficar em paz de novo. 
A raiva não vai sumir da sua vida, nem a 
decepção, a vergonha ou a tristeza. Mas se você 
puder perceber nas primeiras gotas, e lembrar 
de Cinco Coisas Boas, então haverá mais cinco 
suportes para você ficar em pé de novo, sorrir 
de novo, amar de novo. E esse amor não vai ser 
só uma ideia. O amor vai ficar com você, nas 
suas ações, mesmo quando não estiver tudo 
bem. 
Se você usou este exercício e foi útil para você, 
por favor, leve adiante, divida com amigos, 
parentes, até com seus filhos se eles já tiverem 
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idade para entender. Vamos criar um mundo 
em que gostas boas importem de verdade.