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18/04/2013 1 Genética bacteriana Professor: Dr.Benedito R da Silva Neto INTRODUÇÃO � Genética: estudo das semelhanças (herança) e diferenças (variabilidade) entre os seres e seus descendentes. � A informação genética de qualquer ser vivo está contida em seu material genético Fluxo de informação genética: DNA RNA ptns Genoma (DNA) Gene (informação genética) RNAm transcrição tradução Proteína (função) www.cib.org.br Célula eucariótica Material genético envolto por membrana formando um núcleo Célula procariótica Material genético disperso no citoplasma (não há núcleo - nucleóide) 18/04/2013 2 Como é constituído o genoma bacteriano? Cromossomo Plasmídio Elementos transponíveis Vírus bacteriano (bacteriófago) Genética bacteriana � Cromossomo (580 – 5000Kb) � DNA de fita dupla (complementares), circular, desnudo. Informação genética da célula (seqüência de bases do DNA). • Exceções: • ∗∗∗∗ Há algumas espécies com dois cromossomos • ∗∗∗∗ Há algumas espécies com cromossomo linear •Genoma haplóide Cromossomo (cont.) -Varia em tamanho: ~ 750 kb em Mycoplasma ~ 5.000 kb em Escherichia coli ~ 10.000 kb em Streptomyces (~1.000 a 10.000 genes) ~1mm de comprimento (~1.000x maior que o Ø bacteriano): enovelado, compactado Tortora, Funke and Case, 1996 cromossomo http://129.109.136.65/microbook/ch002.htm 18/04/2013 3 - Molécula de DNA de fita dupla, circular e super-enovelada Exceções: em poucas espécies, são lineares ou de fita simples. -Replicação autônoma (independente do cromossomo)-replicons Plasmídios - Tamanho variável (~1 a 200kb) - No. variável em uma mesma bactéria: Pode não conter plasmídios, ou pode conter vários tipos de plasmídios, simultaneamente. - No. de cópias de cada molécula é controlado: plasm. pequenos (5-10 kb) 50-100 cópias/célula plasm. grandes (50-200 kb) 1-10 cópias/célula Plasmídio (cont.) Plasmídios (cont.) -Exemplos: •resistência a drogas e outros agentes antimicrobianos •produção de fatores de virulência (toxinas, adesinas) •degradação de substâncias inusitadas (ex. petróleo) •alguns conferem mecanismos adicionais de transferência genética (conjugação) > plasmídios conjugativos Funções: -Estrutura não essencial, mas que pode conferir vantagens seletivas -Importantes ferramentas em Engenharia Genética Plasmídios conjugativos Podem carrear genes para conjugação e vários outros (no ex., genes de resistência) 18/04/2013 4 Plasmídio de resistência Tortora, Funke & Case, 1996 Plasmídios bacterianos http://www.csu.edu.au/faculty/health/biomed/subjects/molbol/DNA%20technology.htm http://www.biomed.cas.cz/mbu/plasmid2000/plasmid.htm DNA de uma célula de E. coli lisada. (setas indicam plasmídeos) Genética bacteriana � Seqüências de inserção/Transposons � Segmentos de DNA lineares, móveis de tamanho variável (~700 a 40.000 pb) � Capazes de se inserirem em diversas regiões do genoma � Não são auto-replicativos � Ativam/Inativam genes Transposons Seqüências de Inserção 18/04/2013 5 Seqüências de inserção e Transposons • Função: Embora não essenciais, podem ser vantajosos – ex. genes de resistência, produção de toxinas Genética bacteriana � Bacteriófagos/Fagos � Vírus associados à bactérias Vírus bacterianos (Bacteriófagos ou fagos) Fago temperado: genoma insere-se no cromossomo bacteriano, mantendo-se de modo estável> (estado de profago) Bactérias contendo profagos são denominadas lisogeneizadas Fago virulento (ou lítico): lisa bactérias infectadas Vírus bacterianos (cont.) Conversão fágica (ou conversão lisogênica): Fenômeno onde uma propriedade bacteriana é codificada pelo profago Ex.Corynebacterium diphtheriae (difteria) Genes que codificam toxina diftérica são do vírus ⇒⇒⇒⇒ somente as bactérias lisogeneizadas da espécie são virulentas 18/04/2013 6 Genética Bacteriana � Genótipo: potencial hereditário da célula contido no DNA (cromossômico e plasmidial); � Fenótipo: parte do potencial genético que está sendo expresso. a. fenotípica: -ocorre devido à influência de um fator externo (adaptações das bactérias ao ambiente) -reversível b. genotípica: -ocorre devido a uma alteração do código genético -mantida na progênie Variabilidade Bacteriana VARIABILIDADE GENÉTICA NOS MICRORGANISMOS MUTAÇÃO RECOMBINAÇÃO GENÉTICA -Transformação -Conjugação -Transdução 18/04/2013 7 MUTAÇÃO � Alteração na seqüência nucleotídica de um gene Origem: Espontânea (ocorre naturalmente em ~ 1 x 10-6 a 1 x 10-9 por divisão celular, provavelmente devida a uma baixa taxa de mutagênicos naturais, normalmente presentes no ambiente) •Induzida (causada por agentes mutagênicos, substâncias que aumentam a taxa de mutação) Mutações • Tipos: -Mutações pontuais: microinserções, microdeleções, duplicação e substituição -Translocação -Macroinserções e Macrodeleçõs -Inversões -Transições -Transversões Mutação A G (puricas) C T (pirimidicas) TRANSIÇÕES TRANSVERSÕES MUTAÇÃO � Pode ser: � Neutra - codifica o mesmo aa. � Errônea - codifica um aa. diferente � Sem sentido - códon de terminação 18/04/2013 8 MUTAÇÃO DESLOCAMENTO DO QUADRO DE LEITURA � Inserção � Deleção � Podem ser: � Espontâneas - 10-7 a 10-11 � Induzidas - agentes mutagênicos (físicos e químicos) AGENTES MUTAGÊNICOS � Físicos: � Radiações: Luz UV, raios X, raios gama, etc. �Químicos: � Óxido nitroso, Brometo de etídio, etc. � Transformação – aquisição de material genético do meio; � Transdução – transferência de DNA mediada por fagos; � Conjugação – transferência de material genético entre duas células (plasmídeos) RECOMBINAÇÃO GENÉTICA 18/04/2013 9 Ciclo Lítico ou Lisogênico • Ciclo lisogênico – DNA do fago se integra ao cromossomo bacteriano por um processo de recombinação • Ciclo lítico – Novas partículas virais são formadas com a maquinária da célula bacteriana e, em seguida ocorre lise da célula Ciclo Lítico Ciclo lisogênico - Captação de DNA livre por uma bactéria em estado fisiológico apropriado (estado de competência) 1. Transformação: Mecanismos de transferência genética em bactérias 18/04/2013 10 Experimentos de Griffith Transformação em Pneumococos ·Natural: células competentes durante todo o crescimento celular -apenas algumas espécies bacterianas apresentam competência naturalmente (ex.Neisseria gonorrhoeae e Haemophilus influenzae) ·Artificial: induzida no laboratório Transformação (cont.): Competência: alterações celulares que favorecem a captação de DNA livre Transformação-1 A bactéria doadora morre e é degradada Transformação-2 Um fragmento de DNA da bactéria morta liga-se a proteínas específicas na parede celular de uma bactéria receptora, viva e competente. 18/04/2013 11 Transformação-3 A proteína RecA promove troca genética entre o fragmento de DNA da bactéria doadora e o DNA da bactéria receptora Transformação-4 A troca é completada Transformação bacteriana pode ser feita no laboratório 1 2 2. Transdução: - Transferência de DNA via bacteriófago - Tipos: • Transdução generalizada • Transdução especializada • Transdução abortiva Bacteriófago Mecanismos de recombinação genética em bactérias 18/04/2013 12 Transdução Generalizada por Bacteriófago lítico-1 Bacteriófago lítico adsorve-se a uma bactéria susceptível Transdução Generalizada por Bacteriófago lítico-2 O genoma do bacteriófago entra na bactériae direciona o maquinário metabólico bacteriano para confeccionar componentes e enzimas virais Transdução Generalizada por Bacteriófago lítico-3 Ocasionalmente, uma cabeça ou capsídeo do bacteriófago incorpora, por engano, um fragmento do genoma ou um plasmídeo da bactéria hospedeira (doadora), ao invés do genoma do fago. Transdução Generalizada por Bacteriófago lítico-4 Bacteriófagos são liberados. 18/04/2013 13 Transdução Generalizada por Bacteriófago lítico-5 O bacteriófago portador do DNA da hospedeira anterior (doadora) adsorve-se a uma nova bactéria (receptora) Transdução Generalizada por Bacteriófago lítico-6 O bacteriófago insere o DNA da bactéria doadora que carrega em uma bactéria receptora Transdução Generalizada por Bacteriófago lítico-7 O DNA da bactéria doadora é trocado com o DNA homólogo da bactéria receptora. Transdução Especializada por Bacteriófago Temperado-1 Um bacteriófago temperado adsorve-se a uma bactéria susceptível e injeta seu genoma. 18/04/2013 14 Transdução Especializada por Bacteriófago Temperado-2 O bacteriófago insere seu genoma no cromossomo bacteriano e torna-se um profago>>>Conversão fágica Transdução Especializada por Bacteriófago Temperado-3 Ocasionalmente, durante uma indução espontânea, um pequeno pedaço do cromossomo bacteriano é captado erroneamente, como parte do genoma do profago, e parte do DNA viral permanece no cromossomo bacteriano. Transdução Especializada por Bacteriófago Temperado-4 Enquanto o bacteriófago se replica, o segmento de DNA bacteriano replica-se como parte do genoma do fago. Cada fago agora carrega aquele segmento de DNA bacteriano. Transdução Especializada por Bacteriófago Temperado-5 O bacteriófago adsorve-se a uma bactéria receptora e injeta seu genoma 18/04/2013 15 Transdução Especializada por Bacteriófago Temperado-6 O genoma do bacteriófago portador do DNA da bactéria doadora insere-se no cromossomo da bactéria receptora Colônias de fagos (placas em lise) 3. Conjugação -Transferência requer contato direto bactéria- bactéria Gram negativos: contato via pilus sexual Gram positivos: contato via substância adesiva de superfície Mecanismos de recombinação genética em bactérias Conjugação bacteriana via pilus sexual http://plantbio.berkeley.edu/~courses/pmb148/ http://www.denniskunkel.com/ 18/04/2013 16 Conjugação-1 A bactéria doadora tem um plasmídio que codifica um pilus sexual Conjugação-2 O pilus sexual adere a uma bactéria (fêmea) (F-) que atua como receptora. Uma fita do plasmídio é quebrada e transferida. Conjugação-3 O pilus sexual retrai-se e é criada uma ponte entre as duas bactérias. Uma fita do plasmídio entra na bactéria receptora. Conjugação-4 Ambas fazem uma fita complementar do plasmídio (portanto, são F+). Não ocorre transferência de DNA cromossômico nessas condições, mas outros plasmídios podem ser transferidos simultaneamente. 18/04/2013 17 Dúvidas??!!!
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