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1 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR

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FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
Profa.: Beatriz Regina Fernandes Rodrigues
Coração
Coração
Localização: Mediastino
Conceito: bomba propulsora do sangue para os vasos sanguíneos do corpo. 
Tamanho: aproximadamente a do punho fechado, 12cm de comprimento, 9cm de largura e 6cm de espessura. 
 Estrutura: envolvido por pericárdio, endocárdio e miocárdio. 
LOCALIZAÇÃO 
 PORÇÃO MÉDIA DO TÓRAX, À ESQUERDA DA LINHA MÉDIA (MEDIASTINO MÉDIO INFERIOR) 
ÁPICE DO CORAÇÃO REPOUSA SOBRE A SUPERFÍCIE SUPERIOR DO DIAFRAGMA. 
Tronco Pulmonar (17)
Átrio Direito (18)
Aurícula Direita (5)
Parte Ascendente da Aorta(3)
Aurícula esquerda(4)
Ápice do Coração
Margem inferior do coração
Margem esquerda do coração
FACES DO CORAÇÃO - ANATOMIA EXTERNA 
Esternocostal- esterno/costelas -Ant 
Pulmonares – margem D e E - laterais 
Diafragmática – repousa sobre o diafragma - Inf 
Esternocostal 
Diafragmática 
Pulmonares 
Sistema circulatório
Transporte e suprimento tecidual dos nutrientes e O2 ;
Remoção tecidual dos produtos do metabolismo;
Regulação da temperatura corporal;
Comunicação humoral.
HOMEOSTASE DO ORGANISMO
Anatomia do coração
Circulação sanguínea pulmonar e sistêmica
Átrio D: chega veia cava inferior, veia cava superior e a veia coronária – trazem sangue venoso de todo o organismo. 
Ventrículo D: sai o tronco pulmonar que se bifurca em artéria pulmonar D e artéria pulmonar E – levam sangue venoso para o pulmão. 
Átrio E: chega 2 veias pulmonares D e 2 veias pulmonares E – trazem sangue arterial. 
Ventrículo E: sai a artéria aorta – leva sangue arterial para todo o organismo. 
O átrio direito recebe sangue pouco oxigenado, proveniente do corpo, através das veias cavas superior e inferior e o ventrículo direito o bombeia através do tronco pulmonar para os pulmões (troca gasosa). 
O átrio esquerdo recebe sangue bastante oxigenado, proveniente dos pulmões através das veias pulmonares, e o ventrículo esquerdo o bombeia para a aorta para que ela o distribua para o corpo. 
Células cardíacas
 CÉLULA MIOCÁRDICA 
CONTÉM FILAMENTOS CONTRÁTEIS 
FORMAM AS PAREDES DO MIOCÁRDIO 
CÉLULA ESPECIALIZADA EM CONDUÇÃO ELÉTRICA 
AUTOMATICIDADE - INICIA UM IMPULSO 
EXCITABILIDADE - RESPONDE A UM IMPULSO 
CONDUTIVIDADE - TRANSMITE UM IMPULSO 
CONTRATILIDADE - RESPONDE COM AÇÃO DE BOMBA 
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Diástole (3 fases) 
Fase de enchimento rápido - pressão átrios força abertura valvas A-V, sangue flui ventrículos 
Enchimento lento (diástase) - sangue flui direto para os ventrículos. 
Sístole atrial - átrios se contraem, origina impulso adicional 25% 
Sístole (3 fases) 
Contração isovolumétrica - fecha-se valva A-V, durante 0,03seg, necessário acumular energia, não há ejeção. 
Fase de ejeção - alcançado 8 mmHg VD e 80 no VE, abre semilunares -70% ejeção rápida 30% restantes ejeção lenta 
Relaxamento isovolumétrico - fecha semilunares, por 0,04s. 
Funcionamento dos átrios 
O sangue flui de forma contínua das grandes veias para os átrios. Cerca de 70-75% do sangue fluem diretamente dos átrios para os ventrículos, mesmo antes que os átrios se contraiam. 
O sangue venoso vai se acumulando no átrio. A pressão hidrostática sobre a válvula aumenta e faz com que a válvula se abra passivamente e o ventrículo se encha, antes mesmo na sístole atrial. 
A contração atrial faz com que, ocorra enchimento adicional dos ventrículos de 25-30%. Portanto, os átrios funcionam, como bombas, que aumentam a eficácia do enchimento por até 30%. 
Funcionamento dos ventrículos como bombas 
Período de contração Isovolúmica (Isométrica): após o início da contração ventricular, a pressão ventricular começa a aumentar, fazendo com que as válvulas A-V se fechem. São necessários 0,02 a 0,03s para que o ventrículo gere pressão suficiente para abrir as válvulas semilunares, contra a pressão nas artérias aorta e pulmonar. Durante esse período, está ocorrendo contração ventricular mas sem esvaziamento. 
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Funcionamento dos ventrículos como bombas 
Período de Ejeção: quando a pressão ventricular esquerda se eleva pouco acima de 80 mmHg, essa pressão ventricular força a abertura das válvulas semilunares. Imediatamente, o sangue começa a sair dos ventrículos.
 Ejeção: RÁPIDA E LENTA 
Ejeção RÁPIDA: A aorta se dilata pela pressão do sangue;
Ejeção LENTA: A aorta (elástica) volta ao estado normal  EXERCENDO MAIOR PRESSÃO  Fator que tende a fazer o refluxo do sangue 
DIÁSTOLE VENTRICULAR 
Período de relaxamento Isovolúmico: ao término da sístole, começa subitamente o relaxamento ventricular, permitindo que as pressões intraventriculares diminuam com grande rapidez. 
Relaxamento Isovolúmico: 
1- Mantém Volume ventricular 
2- As válvulas AV e aórtica estão fechadas 
3- PV, chegando ao mínimo 
A contração atrial, no final da diástole - quarta bulha (B4) anormal pode ser ouvida como consequência da dificuldade de esvaziamento atrial como ocorre na insuficiência cardíaca congestiva; insuficiência coronariana, embolia pulmonar maciça, miocardiopatias, etc.
A contração isovolumétrica - A pressão intraventricular sobe então rapidamente determinando o fechamento das valvas atrioventriculares sem alteração do seu volume. Isto propicia a ausculta ou inscrição da primeira bulha (B1).
A ejeção ventricular rápida determina o rápido esvaziamento de cerca de 60% do volume ventricular sendo sua velocidade maior que a da saída de sangue dos capilares para as vênulas - Durante esta fase nenhum som é audível à ausculta, pois a abertura das valvas semilunares normais é silenciosa. 
O período diastólico ventricular se inicia com a segunda bulha (B2) cardíaca e termina com a primeira (B1). 
Na fase de relaxamento isovolumétrico - observa o contínuo relaxamento ventricular com decréscimo da pressão Isto determina um gradiente reverso de pressão que leva ao fechamento abrupto das valvas semilunares aórtica e pulmonar e a audição da segunda bulha cardíaca (B2);
Fase de enchimento ventricular rápido - ocorre quando a pressão nos ventrículo cai, determinando a abertura das valvas A-V e o início do enchimento ventricular. Quando as valvas A-V são normais nenhum som é audível nesta fase. Quando uma terceira bulha (B3) é audível pode representar tensão nas cordoalhas tendíneas e anel valvar atrioventricular durante enchimento e relaxamento ventricular. A terceira bulha pode ser normal em adolescentes, mas frequentemente é anormal em adultos e causada por dilatação ventricular.
Conceitos e nomenclatura
FC: número de ciclos por minuto (60 à 100 bpm) 
VDF: volume de sangue no ventrículo no final diástole (110 à 120 ml) 
VS: volume sangue ejetado em cada batimento (70 ml) 
VSF: volume sangue fica ventrículo pós-sístole (40 à 50 ml) 
FE: fração do VDF que é ejetado (60 à 70%) 
D.C.: volume sangue ejetado por minuto (5 à 6 l/min) 
DC = VS x FC 
P.A.: pressão exercida pelo sangue parede arterial (120/80) 
PA = DC x RVP 
Pré-carga: pressão exercida no ventrículo pelo sangue, estirando as fibras na diástole. 
Pós-carga: força ventrículo precisa exercer p/ejetar volume 
REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO 
VOLUME DIASTÓLICO FINAL (V.D.F.) Durante a diástole, o volume de cada ventrículo aumenta para 110 a 120 ml. 
VOLUME SISTÓLICO FINAL (V.S.F.) 40 a 50 ml remanescentes em cada ventrículo 
Circulação sanguínea
O fluxo de líquido por um tubo depende do gradiente de pressão
VELOCIDADE DO SANGUE
Definição
Razão entre o deslocamento de uma partícula sanguínea e o intervalo de tempo (cm/s)
Área de secção transversal
O sistema circulatório consiste em uma rede de vasos que se ramificam de modo a apresentarem uma área de secção transversal maior do que aquela do vaso de origem.
VELOCIDADE DO SANGUE
É inversamente proporcional à área de secção transversa do território onde o fluxo está ocorrendo.
A velocidade do fluxo sanguíneo depende da área de secção transversal;
Arteríolas
Possuem menor quantidade de fibraselásticas e maior quantidade de músculo liso.
Menor diâmetro -local onde ocorre maior queda da velocidade do fluxo sanguíneo
Maior área de secção transversa do que a aorta –queda da PA.
Capilares sanguíneos: ramificações das arteríolas que se unem para formar uma vênula
Capilares sanguíneos
Valvas venosas
Comparação entre veias e artérias
Veias são compostas por poucas fibras musculares, mas bastante distensíveis devido à presença das fibras elásticas (vasos de capacitância).
COMPLACÊNCIA ou CAPACITÂNCIA
Complacência ou capacitância de um vaso sanguíneo é o volume de sangue que um vaso pode conter sob determinada pressão.
Complacência está relacionada com distensibilidade;
FLUXO NOS VASOS SANGUÍNEOS: LAMINAR
No Fluxo laminar o sangue flui em lâminas, com maior velocidade no centro do vaso, e sem gerar vibrações com consequente ruído.
Quanto maior a diferença de pressão, maior o fluxo, até que uma velocidade crítica seja atingida e o fluxo passa a ser Fluxo turbulento
REGULAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO CORAÇÃO E DOS VASOS SANGUÍNEOS
Sistema nervoso autônomo;
Fatores humorais;
Substâncias químicas locais;
Sistema de condução do coração
As contrações rítmicas e coordenadas das câmaras cardíacas são ativadas por impulsos elétricos gerados espontaneamente por células marca-passo.
Potencial de ação
A origem e propagação de impulsos elétricos pelas células cardíacas dependem da existência de gradientes iônicos na membrana plasmática e de mudanças transitórias na permeabilidade seletiva da membrana a íons.
O potencial de repouso (cerca de-80mV) das células miocárdicas é determinado por:
1-Gradientes de [íons] através da membrana;
2-Alta permeabilidade ao K+;
Potencial de ação
Potencial de ação cardíaco
Potencial de ação cardíaco
CLASSIFICAÇÃO DOS
POTENCIAIS DE AÇÃO CARDÍACOS
RÁPIDO–Nas células miocárdicas atriais e ventriculares e nas células do sistema de condução His-Purkinje.
LENTO– Células nodais do nodo sinoatrial (NSA) e nodo atrioventricular(NAV);
POTENCIAL DE AÇÃO DO TIPO RÁPIDO
Fase0–despolarização rápida até atingir o pico do potencial de ação.
Fase1–Repolarização breve que segue o pico do potencial de ação
Fase2–Platô de longa duração, que mantém o potencial de membrana em torno de 0mV 
Fase3–Repolarização final
Fase4-Potencial de repouso ou diastólico;
POTENCIAL DE AÇÃO DO TIPO LENTO
Associado à automaticidade das células marca passo do NSA e à baixa velocidade de propagação do impulso elétrico nas células do NAV. Estas células não apresentam potencial de repouso estável.
Fase4-Despolarização diastólica lenta e gradual (potencial marca-passo)
Fase0–Despolarização rápida até atingir o pico do potencial de ação.
Fase3–Repolarização final desloca o potencial de membrana para o potencial diastólico máximo.
Marca-passo cardíaco
Marca-passo são células que possuem a capacidade de iniciar um potencial de ação na ausência de qualquer estímulo externo (AUTOMATISMO)
Células do NSA possuem fase 4 mais inclinada por isso são os marca-passos dominantes 
Músculo cardíaco :Sincício funcional
Junções comunicantes são necessárias para a propagação do PA
ECG - Eletrocardiograma
É o registro dos fenômenos elétricos durante a atividade cardíaca por meio de um eletrocardiógrafo;
Eletrocardiograma normal
Onda P: reflete a despolarização dos átrios. A altura da onda P normal é de 2,5 à 3mm. A repolarização dos átrios não é observada porque ela é mascarada pela despolarização dos ventrículos. 
Complexo QRS: reflete a despolarização dos ventrículos. É maior que a onda P. A largura do complexo QRS é cerca de 3mm. O complexo é constituído por várias ondas distintas: 
Q: deflexão negativa inicial (para baixo); 
R: deflexão positiva (para cima); 
S: deflexão negativa final (para baixo); 
Nem todos os complexos QRS apresentam os 3 componentes. Mesmo assim é denominado de complexo QRS, independente de sua exata composição. 
Onda T: repolarização dos ventrículos 
Dois segmentos importantes: intervalo PR e segmento ST 
Intervalo PR: 
–Se refere à distância (tempo) entre o início da despolarização atrial e o início da despolarização ventricular; 
–Representa o tempo no qual o impulso começa no NSA e se move através dos átrios até o NAV; 
–Não deve ser > que 0,2 segundos. Intervalos maiores indicam bloqueio (sério defeito no sistema de condução). 
Dois segmentos importantes: intervalo PR e segmento ST 
Segmento ST: 
Se refere à distância (tempo) entre o final da despolarização ventricular até o início da repolarização ventricular; 
É um segmento isoelétrico, sendo visto como uma linha plana ao nível da linha basal neutra; 
Anormalidades patológicas do miocárdio alteram este segmento.
Interpretação do ECG
A interpretação do eletrocardiograma sempre é feita por um cardiologista

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