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REGISTRO EMPRESARIAL - AULA 5[1]

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REGISTRO EMPRESARIAL
Patrícia Brandão
-2010-
INTRODUÇÃO
As atividades empresárias de acordo com o CC podem ser exercidas por empresários individuais ou por sociedades empresárias que devem ser devidamente registradas na junta comercial.
Só adquiri personalidade jurídica após o registro dos seus atos constitutivos (ver art. 967 CC).
Entre os artigos societários existentes o único que não pode ser registrado: sociedade em conta de participação.
Devem ser registrados na Junta Comercial do Estado: o empresário, as cinco sociedades empresárias (nome coletivo, comandita simples, limitada, anônima, comandita por ações) e a sociedade cooperativa (art. 32 da lei 8934/94).
INTRODUÇÃO
O registro das empresas é regulado pelo CC e pela lei8934/94 ( Lei do Registro Empresarial).
Art. 36, lei 8934/94 dispõe sobre a obrigação de todos os empresários inscreverem seus atos constitutivos.
Atribuições do Registro de Empresas (arquivamento, registro, autenticação) devem limitar-se ao exame das formalidades legais, bem como verificar se nos documentos figuram cláusulas adversas à ordem pública e aos bons costumes.
A sociedade simples se submete ao Cartório de Registro de Pessoa Jurídica de sua sede (pode haver a conversão).
A sociedade de advogados é registrada na OAB (art. 15 § 1º da lei 8906/94).
I. ÓRGÃOS DE REGISTROS
No brasil, os serviços de registro de empresas e atividades afins são exercidos pelo Sistema Nacional de Empresas Mercantis (SIREM) que é formado pelo DNRC e pelas juntas comerciais:
DNRC – Departamento Nacional de Registro de Comércio: É uma autarquia federal vinculada ao ministério da indústria e comércio, com sede em Brasília, que coordena, fiscaliza, auxilia, estabelece normas procedimentais e corrige o registro empresarial. Tal órgão não executa nenhum registro.
Juntas Comerciais: São órgãos da administração pública estadual com autonomia administrativa que executam o registro empresarial, apenas subordinada tecnicamente ao DNRC (art. 8º da lei 8934/94).
Art. 8º: As juntas comerciais incubem:
Executar os serviços previstos no art. 32 desta lei;
Elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes;
Processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais;
Elaborar os respectivos regimentos internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais;
Expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e atividades afins;
O assentamento dos usos e práticas mercantis.
II. COMPOSIÇÃO DA JUNTA COMERCIAL
A estrutura básica de uma junta comercial é integrada pelos seguintes órgãos:
Presidência (órgão diretivo e representativo);
Plenário (órgão deliberativo superior);
Turmas (órgão deliberativo inferior);
Secretaria-geral (órgão administrativo);
Procuradoria (órgão de fiscalização e de consulta)
O plenário é composto de vogais e respectivos suplentes (mínimo de 11 e máximo de 23/ hoje na JUCEPE já são 31) nomeados no Distrito Federal pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento, indústria e comércio exterior e nos estados pelos governos dessas circunscrições entre brasileiros que:
Estejam em pleno gozo dos direitos civis e políticos;
Não estejam condenados por crime cuja pena vede o acesso a cargo, emprego e funções públicas, ou por crime de prevaricação, falimentar, corrupção, concussão, peculato, contra a propriedade, a fé pública e a economia popular;
II. COMPOSIÇÃO DA JUNTA COMERCIAL
Sejam ou tenham sido, por mais de cinco anos titulares de firma individual, sócios ou administradores de sociedade;
Estejam quites com o serviço militar e o serviço eleitoral.
Art. 12 – Os vogais e respectivos suplentes serão escolhidos da seguinte forma:
A metade do número de vogais e suplentes será designada mediante indicação de nomes, em listas tríplices, pelas entidades patronais de grau superior e pelas ações comerciais, com sede na jurisdição da junta;
Um vogal e respectivo suplente, representando a União, por nomeação do ministro do estado do desenvolvimento , indústria e comércio exterior;
Quatro vogais e respectivos suplentes representando a classe dos advogados, a dos economistas, a dos contadores e a dos administradores, todos mediante indicação, em lista tríplice, do conselho seccional ou regional do órgão coorporativo dessas categorias profissionais;
Os demais vogais e suplentes serão designados, no Distrito Federal, por livre escolha do ministro do estado de indústria, do comércio e do turismo, e, nos estados, pelos respectivos governadores.
§ 1º Os vogais e respectivos suplentes de que tratam os incisos II e III deste artigo ficam dispensados da prova do requisito previsto no inciso III do art. 11, mas exigir-se-á a prova de mais 5 anos do efetivo exercício da profissão em relação aos vogais e suplentes de que trata o inciso III.
§ 2º As listas referidas neste artigo devem ser remetidas até 60 dias antes do término do mandato, caso contrário será considerada, com relação a cada entidade que se omitir na remessa, a última lista que não inclua pessoa que exerça ou tenha exercido mandato de vogal.
III. ATRIBUIÇÕES DA JUNTA COMERCIAL
A lei 8934/94, simplificando a sistemática anterior, reduziu para três os atos de registros de empresa:
A matrícula;
O arquivamento;
A autenticação.
A) A MATRÍCULA (e o seu cancelamento)
É o nome do ato de inscrição dos tradutores públicos, intérpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais.
Obs.: os tradutores e intérpretes além de matriculados são também habilitados e nomeados pela junta comercial. 
Leiloeiro é aquele que realiza leilões de bens móveis ou imóveis;
Tradutores que são aqueles que traduzem com fé pública, documentos e textos;
Intérpretes são intermediários que fazem compreender pessoas que falam línguas diferentes;
Trapicheiros são profissionais titulares de estabelecimentos que guardam mercadorias importadas ou a serem exportadas (costumam se estabelecer em zonas portuárias);
Armazéns-gerais são estabelecimentos que guardam e conservam produtos agropecuários.
III. ATRIBUIÇÕES DA JUNTA COMERCIAL
B) O ARQUIVAMENTO
Dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas individuais, sociedades empresárias e cooperativas;
Dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedades por ações;
Dos atos concernentes às empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil;
Das declarações de microempresas e empresas de pequeno porte.
III. ATRIBUIÇÕES DA JUNTA COMERCIAL
C) A AUTENTIFICAÇÃO
Está ligada aos denominados instrumentos de escrituração, que são os livros comerciais e as fichas escriturais. Nesse caso, a autenticação é condição de regularidade do documento, já que configura requisito extrínseco de validade da escrituração mercantil.
IV. PROCESSO DECISÓRIO DO REGISTRO DA EMPRESA
 PLENÀRIO - Todos os vogais
DECISÃO COLEGADA
 TURMAS – 3 membros cada
Realiza arquivamento de atos relacionados com a sociedade anônima, tais como os estatutos, os atos de assembléias gerais, do conselho de administração, etc... Também o arquivamento da transformação , incorporação, fusão e cisão de sociedade empresária de qualquer tipo, além dos relacionados a consórcio de empresas ou grupo de sociedade.
REGIMES DE EXECUÇÃO DO REGISTRO DE EMPRESA
DECISÃO COLEGADA
 DECISÃO SINGULAR
IV. PROCESSO DECISÓRIO DO REGISTRO DA EMPRESA
DECISÃO SINGULAR (por funcionário público do órgão)
 
Compreende a matrícula, a autenticação e todos os demais
arquivamentos (ex.: contrato social de uma sociedade limitada, qual alteração contratual e a inscrição do empresário).
V. INATIVIDADE DA EMPRESA
Art. 60 da lei 8934/94 – “O empresário individual e a sociedade empresária que não procederem a qualquer arquivamento no período de dez anos devem comunicar à junta comercial que ainda se encontram em atividade”.
Conseqüências:
A reativação deverá obedecer aos mesmos procedimentos relacionados com a constituição de uma nova empresa (inclusive a busca do nome).
Perda de proteção do nome empresarial
 Exercício irregular da atividade 
 empresarial
VI. EMPRESÁRIO IRREGULAR
O empresário que não é registrado não pode usufruir dos benefícios que o direito comercial libera em seu favor.
Restrições: 
Não tem legitimidade ativa para o pedido de falência do seu devedor (art. 97, § 1º da LF), mas pode ter sua própria falência requerida e decretada e pode requerer a própria falência (autofalência);
Não tem legitimidade ativa para requerer a recuperação judicial (art. 51, V, LF);
Não pode ter seus livros autenticados no registro de empresa (art. 1181 CC);
Impossibilidade de participar de licitações;
Impossibilidade de inscrição em cadastros fiscais (CNPJ, CCM, e outros);
Ausência de matrícula junto ao INSS. 
VII. PROIBIDO ARQUIVAR
A lei 8934/94 obsta o arquivamentos dos documentos que contiverem matéria contrária aos bons costumes ou à ordem públicas, bem como os que colidirem com o respectivo estatuto ou contrato não modificado anteriormente.
Atos constitutivos de empresas que não designarem o respectivo capital e a declaração precisa do seu objeto;
Prorrogação do contrato social depois de findo o prazo nele fixado;
Alteração contratual por deliberação majoritária do capital social se houver cláusula restritiva;
VII. PROIBIDO ARQUIVAR
Contratos sociais (e suas alterações) em que haja incorporação de imóveis a sociedade, quando o instrumento não constar os dados identificadores;
Atos constitutivos e/ou alterações de sociedades empresárias dependentes de autorização governamental, ainda não autorizadas;
IMPORTANTE: Os documentos pertinentes às empresas deverão ser apresentados a arquivamento na junta comercial, dentro de 30 dias contados de sua assinatura, cuja data terá eficácia a partir do despacho que o conceder.
VIII. CONTROLE DE AUTENTIFICAÇÃO
Para comprovar o arquivamento de documentos de firma individual, sociedade empresária, cooperativa, consórcio e grupo de sociedades. Deve ser nítido, inviolável e seguro. É feito por termo e contém no mínimo o seguinte:
Identificação da junta comercial;
Data do deferimento;
Número do registro; e 
Assinatura do secretário-geral.
IX. PUBLICIDADE DOS ATOS
A prova da publicidade de atos societários, quando exigida em lei, será feita mediante anotações nos registros da junta comercial à vista da apresentação da folha do Diário Oficial, ou do jornal onde foi feita a publicação (art. 54, lei 8934/94);
A certidão dos atos de constituição e de alteração de sociedades empresárias passadas pelas juntas comerciais em que forem arquivadas, pode ser usado para transferências dos bens com que o subscritor tiver contribuído para a formação ou aumento de capital social;
O conteúdo do Registro Público de Empresas Mercantis pode ser consultado por qualquer pessoa, sem necessidade de comprovar interesse (art. 2º, lei 8934/94).

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