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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS UNIDADE ACADÊMICA DE FRUTAL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – DCH COMUNICAÇÃO SOCIAL TÓPICOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS: SOCIOLOGIA ***** QUADRO SINÓPTICO - CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA & MODERNIDADE OBS.: continuação dos quadros que começamos a fazer em sala de aula, na última 4ª feira, 1 de abril de 2015. Quadros já feitos: Concepções dos primeiros pensadores (Sociedade e Sociologia) e o Conhecimento sociológico da realidade (Sociedade e Sociologia) Alguns conceitos básicos da Sociologia Auguste COMTE [1798-1857] Émile DURKHEIM [1858-1917] Max WEBER [1864-1920] Karl MARX [1818-1883] Ordem Social; Estágios Teológico, Metafísico e Positivo ou Científico da evolução da humanidade. Fatos Sociais; Consciência Coletiva; Representações Sociais; Coesão Social; Solidariedade (mecânica e orgânica); Integração Social; Instituição Social. Ação Social; Relação Social; Dominação (tipologia clássica); Burocracia; Capitalismo Ocidental; Racionalização; Desencantamento do Mundo. Modo de Produção; Capital; Trabalho; Práxis; Contradição Social; Classes Sociais; Luta de Classes; Conflito; Alienação; Mais-valia; Relações de Produção. Métodos de investigação da realidade social nos autores clássicos DURKHEIM WEBER MARX Comparativo Compreensivo Dialético Como os fenômenos sociais são sui generis, é preciso investigá-los utilizando os mesmos princípios de investigação das ciências naturais. Deve-se buscar as ligações causais por meio de investigação metódica e sistemática. Propõe regras para a observação dos fatos sociais: - Considerar os fatos como coisas (características: coercitividade, exterioridade e generalidade). - É preciso afastar sistematicamente as prenoções (neutralidade axiológica). - Nunca tomar por objeto de pesquisa senão um grupo de fenômenos, previamente definidos por certos caracteres exteriores que lhe são comuns. Cabe à Sociologia interpretar o sentido da ação social. Esta compreensão ocorre por meio da razão, a partir dos significados e valores de quem investiga. Dessa forma, os valores devem ser incorporados e fazer parte da investigação social. Não há recomendação para suprimir toda prenoção e juízos de valor, e sim integrá-los de modo consciente na pesquisa. O método é comparativo, porque busca na história valores e culturas explicativos das ações sociais. É também um método compreensivo, por permitir a apreensão interpretativa do significado ou da conexão de sentido da ação social. É concebido como método de apreensão que permite ir à raiz da realidade. Ao mesmo tempo em que procura entendê-la, o método procede a transformação da realidade social. A compreensão da realidade passa pelas condições matérias da vida da época analisada. O seu pressuposto é que o modo de produção da vida material (infraestrutura) condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral (superestrutura). Busca na história, enquanto processo de fatos concatenados, a chave para o desvelamento das relações sociais, sua relação recíproca e a interação existente entre os fatos, as estruturas e os acontecimentos. Sua análise propõe partir de noções simples e ampliá-las para categorias mais gerais. Noções simples como trabalho, divisão do trabalho, valor de troca se elevam a categorias como Estado, trocas internacionais, mercado mundial. Fonte: DURKHEIM, E. As regras do método sociológico; WEBER, M. A objetividade do conhecimento nas ciências e na política sociais; MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. O que é modernidade? A modernidade foi definida pelo filósofo alemão Karl Marx com a frase “tudo o que é sólido se desmancha no ar” (Marx e Engels. Manifesto do Partido Comunista). A expressão faz referência às intensas transformações das revoluções econômicas, política e do conhecimento, nos séculos XVIII e XIX, e que romperam com as condições históricas anteriores representadas pela tradição. Por exemplo, no processo da Revolução Industrial, quando populações rurais se dirigiam para as cidades, passaram a enfrentar uma nova ordem social, em detrimento das condições sociais a que estavam habituadas. O termo moderno foi usado pela primeira vez no século V para distinguir a Roma cristã da antiga Roma pagã. Já a ideia de “modernidade” pode ser relacionada ao filósofo racionalista francês René Descartes (1596-1650) e, posteriormente, ao positivismo (século XIX), que defendiam a crença na razão, nas possibilidades do progresso linear (ascendente e evolutivo) e na formação de uma nova sensibilidade racional diante da realidade. No século XX, sob o impacto de transformações sociais cada vez mais aceleradas, a modernidade passa a se relacionar com a ideia de efêmero, do fragmentado, da transição, da racionalidade, da cultura de massa, da padronização do conhecimento e da produção, do planejamento racional, da tecnologia. Na concepção atualizada de “modernidade” está embutido o sentido de tudo o que é recente, faz parte do hoje e é passageiro. (ARAÚJO, Silvia M.; BRIDI, Maria Ap.; MOTIM, Benilde L. Sociologia. 1ª. ed., São Paulo: Saraiva, 2013, p. 45) O que é um moderno? A modernidade possui tantos sentidos quantos forem os pensadores ou jornalistas. Ainda assim, todas as definições apontam, de uma forma ou de outra, para a passagem do tempo. Através de um adjetivo moderno, assinalamos um novo regime, uma aceleração, uma ruptura, uma revolução do tempo. Quando as palavras “moderno”, “modernização” e “modernidade” aparecem, definimos, por contraste, um passado arcaico e estável. Além disso, a palavra encontra-se sempre colocada em meio a uma polêmica, em uma briga onde há ganhadores e perdedores, os Antigos e os Modernos. “Moderno”, portanto, é duas vezes assimétrico: assinala uma ruptura na passagem regular do tempo; assinala um combate no qual há vencedores e vencidos. Se há hoje tantos contemporâneos que hesitam em empregar este adjetivo, se o qualificamos através de preposições, é porque nos sentimos menos seguros ao manter esta dupla assimetria: não podemos mais assinalar a flecha irreversível do tempo, nem atribuir um prêmio aos vencedores. Nas inúmeras discussões entre os Antigos e os Modernos, ambos têm hoje igual número de vitórias, e nada mais nos permite dizer se as revoluções dão cabo do antigos regimes ou os aperfeiçoam. (LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. 1ª. ed., São Paulo: Editora 34, 1994, p. 15) Para você refletir: ao longo das aulas e das leituras dos textos até indicados (Carlos B. Martins e Cristina Costa), você tem a oportunidade de conhecer diferentes visões sobre os tempos modernos. Você também está a ler, neste momento, Um Toque de Clássicos, de Quintaneiro e outros, especialmente sobre a sociologia de Durkheim. Espero que reflita e procure desenvolver uma opinião a respeito do que vem a ser “modernidade” e suas diversas interpretações a partir de tudo que lemos e falamos até agora. Bons estudos! Prof. Rodrigo Furtado Costa http://sociusnonsense.wordpress.com
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