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apostila de Hematologia

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Prévia do material em texto

MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
HEMATOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
www.ucamprominas.com.br 
 
 
Site: www.ucamprominas.com.br 
e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – COLETA DE MATERIAL ................................................................. 05 
 
UNIDADE 3 – ESTUDO DOS ELEMENTOS DO SANGUE.................................... 15 
3.1 Elementos do sangue ........................................................................................ 15 
3.2 Formação do sangue ........................................................................................ 21 
3.3 Hemostasia ....................................................................................................... 25 
 
UNIDADE 4 – INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS ........................................... 30 
4.1 Hemograma ....................................................................................................... 30 
4.2 Eritrograma ........................................................................................................ 35 
4.3 Leucograma ...................................................................................................... 38 
4.4 Plaquetograma .................................................................................................. 40 
 
UNIDADE 5 – NEUTROFILIA E NEUTROPENIA ................................................... 44 
 
UNIDADE 6 – LINFOCITOSE E LINFOCITOPENIA .............................................. 49 
 
UNIDADE 7 – ANEMIAS......................................................................................... 52 
7.1 Conceito e classificação .................................................................................... 52 
7.2 Hemolíticas ........................................................................................................ 57 
7.3 Hemorrágicas .................................................................................................... 58 
7.4 Hemoglobinopatias ............................................................................................ 59 
 
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 62 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 64 
 3 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
O campo da Hematologia – ramo da biologia que estuda o sangue – é vasto, 
complexo e não menos instigante. 
Para introduzirmos os conteúdos que compõem o curso de especialização 
em Hematologia, seguiremos a seguinte lógica, ou seja, começaremos pelo estudo 
dos elementos do sangue, mais precisamente pela Hematopoese, Hematopoiese ou 
ainda Hemopoese, como queiram – local de formação do sangue. 
Como de praxe, não deixamos em branco a questão das boas práticas, tanto 
para segurança dos laboratoristas quanto para que os resultados sejam confiáveis. 
Aqui a coleta de material será nosso foco na unidade 1. 
A Hematologia estuda os elementos figurados do sangue: hemácias 
(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Estuda, também, a 
produção desses elementos e os órgãos onde eles são produzidos (órgãos 
hematopoiéticos): medula óssea, bem como fazem parte da rotina dos profissionais 
laboratoristas, realizar os mais variados exames envolvendo elementos do sangue. 
Hematopoese, tópico que pertence à unidade 2, é o processo de formação 
do sangue em nível de medula óssea. Falar de hematopoese é falar de fenômenos 
relacionados com a origem, com a multiplicação e a maturação das células 
primordiais, ou seja, as células que dão origem às células sanguíneas maduras. 
O Hemograma, eritrograma, leucograma e plaquetograma que chamamos 
de investigação hematológica será visto na unidade 3. 
Também veremos em detalhes neste módulo: a eritropoiese; 
plaquetogênese; granulogênese; linfocitogênese; neutrofilia e neutropenia; 
linfocitose e linfocitopenia e algumas anemias. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
 
 
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incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
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UNIDADE 2 – COLETA DE MATERIAL 
 
Embora seja no laboratório que encontramos respostas para muitas doenças 
e de onde saem diagnósticos por vezes desanimadores e outros aliviadores, ele é 
considerado um ambiente hostil porque convivem pessoas, equipamentos, 
reagentes, microrganismos, papéis, etc., portanto, seguir as regras de 
biossegurança é primordial para pessoas e resultados, além é claro, de ser ético, 
disciplinado e respeitar as normas e legislações. 
Qualquer que seja a origem do material a ser colhido para um exame 
hematológico, devemos sempre levar em consideração as seguintes normas: 
1 - O paciente deve estar bem acomodado e psiquicamente preparado. 
2 – Utilizar sempre material descartável (lancetas, agulhas, seringas). 
3 - A escolha do local para se retirar sangue deve ser feita em função da 
qualidade necessária e (X) calibre do vaso a ser puncionado. 
4 - O local a ser puncionado deve ser limpo com solução antisséptica (álcool 
a 70% em água). 
5 - O garroteamento para a estase venosa não deve ultrapassar de um 
minuto, evitando-se congestão local e hemoconcentração. 
6 - O sangue deve fluir facilmente do local da punção. 
7 - Após a retirada do material deve-se fazer a distribuição do mesmo para 
os tubos receptores, depois de retirar a agulha da seringa. 
8 - Os esfregaços em lâminas devem ser feitos logo após a colheita, 
evitando-se a coagulação do material ou a ação dos anticoagulantes sobre as 
células. 
9 - Quando o material é colhido com anticoagulante, a homogeneização do 
mesmo deve ser delicada, evitando-se a lise das células. 
10 - Quando se deseja grande quantidadede material, deve-se usar tubos 
com vácuo que permitem colheita mais rápida, bem como fácil troca dos tubos sem 
manipular muito a veia do paciente. 
 
 
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11 - Após a punção deve-se fazer uma hemostasia compressiva no local 
(MOURA et al., 2008). 
Quanto ao local da retirada do sangue este pode ser: 
A) Sangue venoso 
Em geral, usa-se o sangue venoso para a maioria dos exames 
hematológicos. A sua obtenção é feita pela punção das veias mais acessíveis. As 
que são mais facilmente puncionadas localizam-se nas regiões do antebraço, do 
pescoço e inguinais. Na criança, também se utiliza a região da fontanela frontal. 
a) Veia cubital – é a preferida nos exames rotineiros, pois apresenta 
frequentemente bom calibre e sua punção é pouco dolorosa. Antes da punção, 
deve-se avaliar a orientação do vaso pela visualização ou pela palpação digital e 
fazer a agulha penetrar e aprofundar nessa direção. 
As veias do dorso da mão apresentam inconvenientes, sendo por vezes 
mais calibrosas do que as cubitais: são móveis e a pele da região é mais sensível. 
Em pacientes obesos, entretanto, pode ser mais fácil o seu acesso do que as da 
prega do cotovelo. 
Após a punção, quando esta se verifica no dorso da mão, deve-se fazer uma 
hemostasia mais demorada. 
b) Veias jugulares - quando as veias das regiões dos antebraços e mãos 
forem inatingíveis, principalmente em crianças, recorre-se à punção das jugulares. 
c) Veia jugular externa - consegue-se colher sangue da veia jugular externa 
imobilizando-se bem o paciente, principalmente crianças (enfaixando-as com um 
lençol) e colocando sua cabeça em nível pouco inferior ao do tronco. 
A cabeça deve rodar para o lado oposto ao da punção, permitindo boa 
visualização da veia. O paciente deverá fazer esforço respiratório, assoprando com 
boca e nariz fechados (no adulto) ou, com choro provocado (na criança), para 
aumentar a estase venosa. A agulha deve penetrar diretamente sobre a veia, que 
nessa região é bem superficial. Após a punção, com o paciente sentado, deve-se 
fazer uma compressão mais demorada. 
 
 
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d) Veia jugular interna - a veia jugular interna é puncionada quando não 
conseguimos colher sangue da veia jugular externa. Após a imobilização do paciente 
e colocando-a na mesma posição do caso anterior, deve-se tomar como ponto de 
referência o músculo esternoclidomastóideo. A agulha deve penetrar no ponto que 
coincide com a metade da distância entre a origem e a inserção do músculo, ao 
nível da sua margem posterior. A direção da agulha, após a penetração da pele, 
deve ser com a ponta voltada para a fúrcuIa esternal mantendo-se quase paralela à 
pele e aprofundando-se pouco mais de 0,5 cm. Se não fluir sangue, retira-se a 
agulha, lentamente, até se obter o material. A posição deverá ser então mantida até 
se completar a quantidade de sangue necessária. Após a colheita, deve-se fazer a 
compressão local por alguns minutos. 
e) Veia femural - também é usada quando não se consegue as veias mais 
superficiais. O paciente deve ficar em decúbito dorsal horizontal, com o membro 
inferior (do mesmo lado da punção semifletido, devendo o joelho ficar ao nível da 
cama), quando for uma criança, esta deve ser imobilizada, na posição mencionada, 
por um auxiliar. Palpa-se ao nível de prega inguinal o pulso da femural e punciona-
se logo abaixo do ligamento inguinal, para dentro da artéria pulsátil. A agulha deve 
penetrar na direção vertical até tocar a parte óssea. Lentamente, deve ser retirada 
fazendo-se pressão negativa ou seringa até se observar o fluxo sanguíneo. A 
posição da agulha deve então ser mantida até a colheita completa do material. Após 
a punção, deve-se comprimir o local por alguns minutos. 
f) Seio longitudinal: é usado em crianças que ainda apresentam a fontanela 
anterior aberta. A punção deve ser feita ao nível do ângulo posterior da fontanela. A 
agulha deverá entrar fazendo um ângulo de 30 a 90º. A penetração da agulha deve 
ser de aproximadamente 3 mm, com o cuidado de não alcançar o espaço 
subaracnóideo. Após a colheita, a compressão deve ser delicada, porém eficiente 
até a parada do sangramento. 
 
B) Sangue arterial 
O sangue arterial não é usado em testes hematológicos de rotina. Em 
estudos especiais do sangue arterial, pode-se obter o material da artéria femural, 
 
 
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sendo que na punção, procura-se alcançar a mesma, fazendo-se a agulha penetrar 
na sua direção, orientada pela palpação do pulso da artéria radial. 
 
C) Sangue capilar 
É frequentemente usado em crianças quando se empregam micrométodos 
ou em adultos para alguns exames como estudo de plaquetas, citologia e 
citoquímica celular. 
A colheita se faz após punção da polpa digital dos dedos ou do grande 
artelho, na criança. Pode-se ainda utilizar a região do calcanhar, nos recém 
nascidos. 
A profundidade e a extensão do corte devem ser feitas de modo a permitir 
um sangramento fácil, sendo contra indicado a compressão dos tecidos após a 
punção, para melhorar a irrigação local. 
Após a punção, deve-se desprezar a primeira gota de sangue, absorvendo-a 
com algodão seco, evitando-se que a amostra seja contaminada com o antisséptico 
usado. 
 
D) Medula óssea 
É importante, em doenças hematológicas, o estudo do órgão hemopoiético – 
a medula óssea. Deve-se procurar obter material adequado para um bom exame. O 
estudo da medula óssea pode ser feito com o material obtido por biopsia do osso ou 
por aspiração do “sangue medular” com agulhas mais simples. A punção com 
agulhas, apesar da desvantagem de fornecer uma pequena amostra do material, 
apresenta muitas vantagens sobre a retirada de um fragmento ósseo. É mais fácil de 
ser realizada, exigindo pequena anestesia local (por vezes até desnecessária) e 
emprego de agulhas de menor calibre, porém sempre com mandril, para evitar a 
obstrução por fragmento ósseo. Fornece resultados mais rápidos e, na maioria dos 
casos, informações suficientes para o diagnóstico. 
 
 
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Na biópsia óssea, usa-se a retirada cirúrgica do fragmento com agulhas 
especiais (trefinas), mais calibrosas do que as agulhas comuns usadas para 
aspiração. Os tipos dessas trefinas variam com o idealizador e o fabricante, sendo 
encontradas no comércio com nomes diversos. 
A punção aspirativa é feita com agulhas mais simples, com calibre pouco 
maior do que o das agulhas de punção sanguínea (9-10-12), podendo ter dispositivo 
que fixa a profundidade de penetração das mesmas. 
Usa-se agulha com calibre de 9 a 10 (de bisel pequeno) e comprimento de 
25 mm. A profundidade de penetração da agulha variará de acordo com o osso 
escolhido (esterno, tíbia, ilíaco, apófises espinhosas), a espessura da pele e do 
tecido subcutâneo do paciente. 
Ao se atingir a resistência do osso, controla-se o aprofundamento da agulha 
por 1 a 2 mm. Retira-se o mandril e insere-se uma seringa de capacidade de 10 a 20 
ml. Faz-seaspiração contínua até se obter cerca de 0,1 a 0,2 ml de material. A 
aspiração forte pode fornecer mais material, porém contaminado com sangue 
periférico, o que altera a apreciação da celular idade medular. 
Antes da introdução da agulha, deve-se escolher o local da punção, fazer 
assepsia e anestesia da pele, do subcutâneo e do periósteo. Para a assepsia, usa-
se solução de mertiolato ou um antisséptico equivalente. Para a anestesia usa-se 
0,5 a 1mL da solução de novocaína ou xilocaína a 1%, fazendo uma infiltração da 
pele, do subcutâneo e do periósteo. Com a anestesia local, temos obtido melhor 
colheita. 
O material após a colheita deve ser colocado sobre lâminas ou lamínulas 
para se fazer o esfregaço. Pode ainda ser colocado sobre uma lâmina ou vidro de 
relógio e dele ser escolhido os “grumos” ou “fragmentos de medula” que são 
colocados em solução fixadora (tipo Zenker ou Bouin) e encaminhados para inclusão 
em parafina e cortes. Este material não nos dará a arquitetura óssea como nos 
preparados feitos de fragmento ósseo obtido pela trefina ou biopsia direta do osso. A 
biópsia é indicada nos casos em que não conseguimos material pela punção 
aspiradora e é realizada ao nível da crista ou apófise espinhosa posterior do ilíaco. 
Estes casos são pouco frequentes, como, por exemplo, as escleroses ou fibroses 
 
 
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ósseas, cuja biópsia do osso constitui um dos únicos meios de diagnóstico. Para 
obtermos boas amostras para culturas medulares, devemos retirar cerca de 1 a 2 mL 
de material. 
a) Osso esterno – o esterno é o local preferido para o estudo da medula 
óssea no adulto. Apresenta vantagens por ser superficial, conter grande quantidade 
de medula e fornecer bom material celular. Com o paciente na posição deitada e em 
decúbito dorsal, pode-se escolher no esterno dois locais para a posição: manúbrio e 
corpo. 
Após assepsia e anestesia locais, introduz-se a agulha até se alcançar a 
resistência óssea. Coloca-se a agulha em posição vertical ao osso, introduzindo-a 
com movimento giratório até se sentir passar a tábua externa e chegar à medula. 
Esta profundidade é de alguns milímetros (2 a 5 mm) e varia com a idade do 
paciente (é menor na criança). Uma vez atingida a medula, retira-se o mandril, 
aspira-se o material (0,1 a 0,2 mL) e faz-se a distribuição, em lâminas ou lamínulas 
para a extensão das células antes que o sangue coagule. 
Em relação às crianças, deve-se ter o cuidado na pressão da agulha, pois a 
tábua óssea é mais delgada e, às vezes, cartilaginosa, correndo-se o risco de 
transfixar todo o osso, atingindo os vasos da base do coração. 
b) Tíbia – é o local recomendado para a obtenção de medula óssea em 
crianças até 2-3 anos de idade. Depois disso, a ossificação dificulta a entrada da 
agulha. Introduz-se a agulha na face medial da perna, ao nível da cabeça da tíbia, 
logo abaixo da tuberosidade tibial. 
A técnica é a mesma daí por diante. No recém nascido, não se faz anestesia 
local, sendo a punção mais fácil e rápida. 
c) Ilíaco – pode ser puncionado em vários locais: espinhas e crista. 
Pode-se introduzir a agulha imediatamente abaixo da espinha ântero-
superior e aprofundar até sentir atravessar a tábua óssea externa. Retira-se o 
mandril da agulha e aspira-se. O material é menos celular do que o obtido no 
esterno e a pressão sobre a agulha para se alcançar a medula deve ser maior do 
que a empregada nos exames anteriores. 
 
 
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Os pontos ideais na crista ilíaca para se colher medula óssea ficam 2 cm 
para trás e para baixo da direção da espinha ilíaca ântero-superior, na própria crista 
ou na espinha posterior. Essas punções são feitas com o paciente em decúbito 
lateral ou sentado. Com anestesia local e não percebendo a manipulação da agulha, 
o paciente permite melhor esta colheita do que a do esterno. 
No mesmo local da punção, da crista e após anestesia da pele e pequena 
incisão com bisturi, introduz-se a agulha de biópsia e aprofunda-se até o osso. 
Retira-se o mandril, aprofunda-se mais 2 a 3 mm e então retira-se de vez a agulha 
que trará no seu interior um pedaço da medula o qual será colocado no líquido 
fixador e enviado para exame histológico. 
d) Apófises espinhosas 
Como a punção do ilíaco, a punção das apófises espinhosas apresenta a 
vantagem de ser melhor tolerada pelos pacientes, pois a manipulação é feita na 
posição sentada, sobre as apófises espinhosas das vértebras de D10 a L4. A agulha 
é introduzida perpendicularmente ao osso, em direção à apófise espinhosa. Deve-se 
ter os mesmos cuidados na assepsia, na anestesia, na aspiração e na distribuição 
do material, como já foi assinalado. 
e) Gânglios 
A punção de um gânglio superficial aumentado é feita com agulha de punção 
venosa com comprimento de 25 a 30 mm e de calibre 9 a 12. A técnica da punção 
requer rigorosa assepsia da pele e fixação do gânglio, o que na maioria das vezes é 
feito pelo próprio operador. 
Após a introdução da agulha na pele, o operador fixa o gânglio com uma das 
mãos e com a outra introduz a agulha (atravessando a pele, o subcutâneo e a 
cápsula do gânglio) até atingir sua parte central. Alguns movimentos giratórios da 
agulha fazem a liberação do tecido ganglionar. Aspira-se com pequena pressão 
negativa na seringa e distribui-se o material obtido em lâminas ou em tubos 
coletores. O material que se obtém pode ser abundante em casos supurativos ou 
necróticos e escasso em processos inflamatórios não supurativos ou necróticos ou 
nos tumores em geral. Quando se obtém muito material purulento ou necrótico, 
 
 
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deve-se realizar outros exames como bacterioscópico, bacteriológico, micológico, 
inoculações etc., além do citológico. 
f) Baço 
O exame citológico do baço pode ser feito por punção aspirativa do órgão ou 
após a esplenectomia (punção ou impressão da superfície de corte). A punção 
aspirativa do baço é feita usando-se agulhas com mandril, de calibre 8 a 10 e 
comprimento de 40 a 50 mm. 
A punção do baço deve ser feita com habilidade e rapidez, pois o 
traumatismo do órgão pode ser acompanhado de sangramento incontrolável, 
tornando necessária a esplenectomia de urgência. Essa punção é assim 
contraindicada nos casos nos quais há alterações na hemostasia ou quando o órgão 
é de difícil acesso. 
O paciente é colocado em decúbito dorsal semilateral e, após rigorosa 
assepsia local, introduz-se a agulha, atravessando a pele. Com o paciente 
imobilizado e com o abdome insuflado (durante uma parada expiratória), introduz-se 
rapidamente a agulha no baço, retira-se o mandril e aspira-se levemente com a 
seringa. Retira-se em seguida a agulha com movimento rápido. Faz-se boa 
compressão local, imobiliza-se a região com atadura ou esparadrapo largo, durante 
24 a 48 horas. O paciente deve permanecer em repouso no leito e a pressão arterial 
deve ser controlada a cada 2 horas, por 24 horas. O material colhido é distribuído 
em lâminas para o estudo citológico ou em tubos especiais, como os de cultura. 
O exame do baço após a esplenectomia não oferece dificuldade. O órgão 
pode sofrer cortes seriados para exames macro e microscópico. O exame citológico 
pode ser feito porpunção aspiradora do órgão retirado, ou por impressão da 
superfície de corte sobre lâminas ou lamínulas. 
g) Tumores 
Os tumores superficiais, no sentido genérico do termo, podem ser 
examinados citologicamente e, neste caso, podem ser analisados pelo 
hematologista. A obtenção do material deve ser feita direta – anestesia e aspiração 
são os mesmos descritos para as outras punções. 
 
 
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O material colhido, de aspecto sanguinolento, supurativo, necrótico ou 
celular, deve ser distribuído em lâminas, lamínulas, tubos de ensaio, conforme a 
natureza do exame a se realizar – citológico, bacteriológico, micológico ou 
oncológico. 
Após a retirada cirúrgica dos tumores profundos, pode-se colher o material 
por punção aspirativa direta ou imprimindo a superfície de corte sob lâminas ou 
lamínulas. 
a) Anticoagulantes: o sangue colhido e transferido para tubos de vidro ou 
de plástico sem qualquer substância no seu interior irá coagular. Após um período 
de 1 a 3 horas e em temperatura de 37ºC, deixará separar da parte coagulada 
(gelificada) um líquido - o soro. 
Podemos acelerar a coagulação colocando o sangue em frasco de 
Erlenmeyer com pérolas de vidro ou com um bastão de vidro giratório e fazendo 
agitação leve durante uns 5 a 10 minutos. No final desse tempo, teremos a fibrina do 
coágulo presa nas pérolas (que param o barulho do atrito no vidro) ou no bastão de 
vidro, ficando o soro, as hemácias e os leucócitos livres. O sangue assim obtido é 
chamado desfibrinado, isto é, livre de fibrina. Este sangue é incoagulável e é 
indicado como fonte de glóbulos (vermelhos e brancos) e de soro. É importante 
sabermos exatamente a que temperatura, depois da colheita, o sangue coagulou. 
Em imunologia, há exames especiais que requerem coagulação em 
temperatura indicada e material de colheita (seringas, tubos, etc.) também em 
temperatura adequada. Esses exames são relacionados com anticorpos frios e 
quentes, objeto de estudo profundo da Imunologia. 
A maioria dos exames hematológicos requer, entretanto, que o sangue seja 
total e fluido. Usamos, para isso, substâncias chamadas anticoagulantes que, 
retirando o cálcio ou inibindo outros fatores da coagulação, conseguem manter o 
sangue fluido. Esses anticoagulantes, geralmente, não interferem na composição do 
sangue, de modo que não prejudicam o resultado final do exame. 
São conhecidos numerosos anticoagulantes, porém somente alguns são 
usados na rotina dos exames hematológicos. 
 
 
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h) Oxalatos 
Podem ser usados alguns de seus sais, isoladamente, ou em misturas. 
Agem sobre o cálcio do sangue, formando um composto insolúvel – o oxalato de 
cálcio. Apresentam, porém, ação sobre os Ieucócitos, sendo contraindicados quando 
se faz o estudo morfocitoquímico dos glóbulos brancos. 
Usam-se os sais de sódio, amônio e potássio separados ou em mistura, 
sendo que estes apresentam menor ação degenerativa sobre os leucócitos. Assim 
mesmo, os esfregaços de sangue para o estudo citológico não devem ser feitos de 
sangue oxalatado. 
Para estudo de fatores de coagulação, usam-se oxalatos de sódio ou de 
potássio, separadamente (são agentes descalcificantes de ação reversível), na 
proporção de 1:9. 
Esperamos que essas regras, detalhes e a experiência de Moura et al. 
(2008) ajudem a fazer a diferença quanto à colheita de material para exames 
hematológicos. 
 
 
 
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UNIDADE 3 – ESTUDO DOS ELEMENTOS DO SANGUE 
 
A lógica nos diria para começarmos os estudos dos elementos do sangue 
pela formação do mesmo, mas por uma questão didática, optamos por começar 
conhecendo seus elementos e depois explicar a sua evolução e formação, sem 
prejuízo de entendimento para ambos. 
 
3.1 Elementos do sangue 
 
O sangue é um tecido conjuntivo especializado que circula em um sistema 
fechado de canais, representado pelo coração, artérias, vasos capilares e veias. 
São características e/ou qualidades funcionais do sangue: 
 transportar nutrientes a todas as células e retirar os produtos tóxicos 
resultantes do metabolismo; 
 conduzir de um órgão para o outro, hormônios e outras substâncias 
reguladoras da atividade celular; 
 atuar nos processos de defesa, carregando anticorpos e células que destroem 
agentes invasores e ajudar na cicatrização e recuperação de tecidos 
lesionados; 
 distribuir calor, mantendo constante a temperatura do corpo; 
 auxiliar na manutenção do equilíbrio ácido/básico e osmótico dos fluidos 
corporais. 
No homem, o sangue consiste de um fluido viscoso, de cor vermelha e 
tonalidade variável. Possui um pH levemente alcalino (7,4) e é responsável por 
aproximadamente 7% do peso corporal (+/- 5,5 L num indivíduo adulto). 
Os componentes do sangue podem ser separados por centrifugação, desde 
que seja coletado com uso de anticoagulantes. Dessa forma, podem-se obter todos 
que estão no quadro a seguir e explicados posteriormente: 
 
 
 
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Elementos do sangue 
 
Glóbulos 
vermelhos Hematócritos 
Glóbulos 
brancos 
Granulócitos 
Neutrófilos 
Eosinófilos 
Basófilos 
Agranulócitos 
Monócitos 
Linfócitos B 
Linfócitos T 
Linfócito T ‘helper’ ou auxiliar 
Linfócito T supressor 
Linfócito T citotóxico 
 Linfócitos NK 
Plaquetas 
Plasma 
sanguíneo 
Albumina 
Globulina 
Fibrinogênio 
 
A) glóbulos vermelhos (hemácias): representam de 42% a 47% do volume total de 
sangue (hematócrito). 
Nos vertebrados não humanos, os glóbulos vermelhos são também 
chamados de eritrócitos (do grego erythros = vermelho). Porém, em humanos, esses 
elementos, por não possuírem núcleo, são chamados hemácias. As hemácias são 
estruturas altamente diferenciadas, encarregadas de manter em estado funcional o 
pigmento respiratório, a hemoglobina. 
As hemácias possuem a forma de um disco bicôncavo de 6,5 a 8,5 mm de 
diâmetro e 2 mm de espessura na região mais larga, sendo flexíveis, sem organelas 
e anucleadas somente em mamíferos. Aves, peixes e répteis, por exemplo, possuem 
hemácias nucleadas. 
A concentração normal de hemácias é de +/- 4,5 e 5,5 milhões por mm3 de 
sangue, na mulher e no homem, respectivamente. 
B) glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas: vão formar a ‘papa leucocitária’, 
designação conferida à camada delgada e translúcida, que representa apenas 1% 
do volume total de sangue. 
 
 
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Os glóbulos brancos, células também chamadas de leucócitos, são incolores 
e esféricas quando no sangue. São originadas na medula óssea e só permanecem 
na circulação sanguínea enquanto são transportadas até os locais onde atuam. Ao 
chegar nesses locais, orientadas pela liberação de substâncias quimiotáticas, os 
leucócitosatravessam a parede dos vasos, por um processo chamado diapedese, e, 
só então, ao atingirem os tecidos, é que vão desempenhar suas funções específicas. 
Em um indivíduo adulto normal há entre 6.500 e 10 mil leucócitos por mm3. 
Quando esse número está alterado, pode ser classificado como leucocitose (número 
aumentado) e leucopenia (número reduzido) (detalhes em tópico mais adiante). 
De acordo com a presença de grânulos citoplasmáticos, os leucócitos são 
classificados em dois grupos, os granulócitos e os agranulócitos: 
1) Granulócitos – que possuem grânulos primários (lisossomos) e grânulos 
específicos como os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 
1.1 - Neutrófilos 
Os neutrófilos são células esféricas também chamadas de leucócitos 
polimorfonucleares, sendo os mais numerosos, equivalendo a aproximadamente 
65% da população total dos leucócitos circulantes, e possuem grânulos azurofílicos. 
Os neutrófilos não fagocitam quando transitam no sangue circulante, mas 
tornam-se ameboides e fagocitários ao atingir os tecidos,onde são muito móveis, 
com a função primordial de ingerir e destruir microrganismos encontrados neles. 
Exerce papel principal nos estágios iniciais da resposta bacteriana aguda, em lesões 
teciduais, e é o principal constituinte do pus. 
1.2 - Eosinófilos 
Os eosinófilos representam de 2% a 4% do total de leucócitos e têm o 
mesmo tamanho dos neutrófilos. Seu núcleo é bilobado e os grânulos 
citoplasmáticos, altamente eosinofílicos, são ovoides e maiores do que os grânulos 
dos neutrófilos. 
Representam a primeira linha de defesa contra parasitas, pois são 
especializados na digestão de complexos antígeno-anticorpo, característicos dos 
processos alérgicos. 
 
 
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1.3 - Basófilos 
São os leucócitos menos frequentes no sangue, representando menos de 
1% do seu total. Seu núcleo é volumoso, em forma de S retorcido e irregular. 
Possuem grânulos citoplasmáticos grandes, basófilos e metacromáticos, que 
frequentemente recobrem o núcleo. Ao deixar a circulação e penetrar no tecido 
conjuntivo, adquirem aparência semelhante ao mastócito. 
Ao entrar em contato com algum alérgeno, os basófilos exocitam seus 
grânulos e provocam uma reação de hipersensibilidade imediata (anafilaxia), que é, 
de fato, uma reação exagerada do organismo no combate ao alérgeno. 
2) Agranulócitos: possuem apenas grânulos primários e são os monócitos 
e os linfócitos. 
2.1 - Monócitos 
Os monócitos são as maiores células do sangue circulante e representam de 
3% a 8% da população leucocitária. 
Os monócitos são constituintes da unidade funcional denominada sistema 
mononuclear fagocitário. Esse sistema se origina da célula mononuclear fagocitária, 
presente na medula óssea. A célula precursora atinge o sangue circulante, o qual 
permanece alguns dias completando sua maturação e se torna um monócito. 
Enquanto circulante, essa célula continua um monócito; porém, quando realiza a 
diapedese e penetra no tecido conjuntivo, transforma-se num macrófago. 
Dependendo do órgão no qual se encontre, esse macrófago recebe diferentes 
designações: células de Kupffer, no fígado; macrófagos alveolares, nos pulmões; 
células de Langerhans, na pele; microglia, no sistema nervoso central; dentre outros. 
2.2 - Linfócitos 
De uma forma geral, os linfócitos são células pequenas (de 9 a 12 mm) com 
núcleos centrais, ovoides ou reniformes, e cromatina condensada; o citoplasma é 
levemente basófilo e se apresenta normalmente como um anel delgado ao redor do 
núcleo. De 20% a 25% dos leucócitos circulantes são células desprovidas de 
capacidade fagocitária e podem ser divididos em dois grupos, os linfócitos B e T: 
2.2.1 - Linfócitos B 
 
 
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Os linfócitos B se originam e amadurecem na medula óssea. Durante seu 
amadurecimento, essas células produzem milhares de imunoglobulinas (anticorpos) 
que são inseridas na sua membrana plasmática, permanecendo com seus sítios de 
ligação expostos na superfície externa da célula. Quando esses anticorpos 
membranares entram em contato com os seus antígenos, o linfócito B é ‘ativado’, 
sofrendo mitoses e dando origem a dois tipos celulares: os plasmócitos e as células 
de memória (linfócito B de memória). 
2.2.2 - Linfócitos T 
Os linfócitos T são produzidos na medula óssea, mas terminam seu 
processo de amadurecimento no timo, daí a origem de seu nome: linfócitos T. 
Quando estas células concluem seu amadurecimento no timo, elas se diferenciam 
em três tipos celulares: 
2.2.2.1 - linfócito T ‘helper’ (auxiliar): essas células secretam fatores que 
estimulam a ação de outros linfócitos T e B. 
2.2.2.2 - linfócito T ‘supressor’: libera substâncias que reduzem a ação de 
linfócitos T e B. Desempenha papel fundamental na supressão da resposta aos 
antígenos do próprio indivíduo (doenças autoimunológicas). 
2.2.2.3 linfócito T ‘citotóxico’: essa célula age diretamente sobre células 
estranhas, como, por exemplo, células transplantadas, e sobre células infectadas 
por vírus. Atuam de duas formas: secretando proteínas chamadas perforinas, que 
formam orifícios na membrana das células atacadas, provocando sua lise; ou 
liberando substâncias que induzem as células-alvo à apoptose1. 
Alguns autores relatam ainda a existência de um terceiro grupo de linfócitos, 
os linfócitos NK (natural killers) ou “assassinos naturais”. Esses linfócitos 
representam aproximadamente 10% dos linfócitos circulantes, e recebem o nome de 
NK porque atacam células cancerígenas e infectadas por vírus sem a necessidade 
 
1 A apoptose é um tipo de morte celular que possui importante papel durante o processo de 
diferenciação, crescimento e desenvolvimento dos tecidos adultos normais e patológicos. 
Fisiologicamente, a apoptose é um dos participantes ativos da homeostase, controlando o equilíbrio 
entre a proliferação e a degeneração celular, ajudando na manutenção do tamanho dos tecidos e 
órgãos. É erroneamente conhecida como ‘morte celular programada’, uma vez que a definição correta 
é ‘morte celular não seguida de autólise’. 
 
 
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de um estímulo prévio. Em uma distensão sanguínea, não é possível distinguir 
essas células. 
2.3 - Plaquetas 
São fragmentos citoplasmáticos pequenos (2 a 4 mm) e anucleados, 
derivados dos megacariócitos residentes da medula óssea e desempenham um 
importante papel na hemostasia2, promovendo a coagulação do sangue e ajudando 
na reparação de danos na parede dos vasos, evitando processos hemorrágicos. 
c) plasma sanguíneo: componente líquido do sangue, no qual os outros 
componentes estão diluídos e que representa aproximadamente 55% do volume do 
sangue. 
O plasma sanguíneo é a parte líquida do sangue, que transporta substâncias 
solúveis em água. É constituído por água, proteínas, glicose, sais minerais e outros 
nutrientes, materiais de excreção, hormônios e anticorpos. 
Dentre as proteínas presentes no plasma, destacam-se: 
c.1) as albuminas: encarregadas de regular a pressão osmótica do sangue. 
c.2) as globulinas: representam os anticorpos que atuam na defesa do 
organismo. 
c.3) o fibrinogênio: atua nos processosde coagulação sanguínea. 
Na ausência de anticoagulantes, o fibrinogênio, juntamente com os outros 
elementos celulares do sangue, forma um coágulo. Esse processo de coagulação 
permite a obtenção do soro sanguíneo, que é, essencialmente, o plasma sanguíneo 
sem o fibrinogênio (SOUZA; MEDRADO; GITIRANA, 2010). 
d) Tecido Hematopoiético 
O tecido hematopoiético é uma variedade do tecido conjuntivo relacionado à 
produção dos elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas), tecido 
delicado e gelatinoso, rico em vasos sanguíneos e composto por uma delicada rede 
 
2 Hemostasia é um conjunto de mecanismos que o organismo emprega para coibir hemorragias, 
dizendo respeito às rotinas de coagulação sanguínea e reparação de vasos. 
 
 
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de fibras reticulares, que proporciona um microambiente tissular propício a esse 
processo, o qual está alojado na medula óssea. 
As células mais importantes do tecido hematopoiético são as células-tronco 
pluripotentes, capazes de originar todas as células sanguíneas. 
As células-tronco pluripotentes têm a importante característica de se 
autorrenovar. Ao se dividirem, essas células dão origem a duas células-filhas, sendo 
que somente uma delas vai continuar se desenvolvendo, permanecendo a outra 
célula-filha como uma célula-tronco de reserva, tornando seu estoque praticamente 
inesgotável. 
Ao contrário do que se acreditava inicialmente, as células-tronco da medula 
óssea têm uma capacidade de diferenciação celular que não se restringe às células 
sanguíneas. Inicialmente, as pesquisas se restringiam à utilização de células-tronco 
embrionárias, mas os estudos revelam a obtenção de células-tronco de um indivíduo 
adulto. 
Depois de retiradas da medula óssea, as células-tronco são mantidas em um 
meio de cultura no qual têm sua diferenciação direcionada, havendo a produção de 
células especializadas de um tecido específico que se deseje transplantar. Essas 
células são, então, utilizadas para substituir células afetadas por processos 
patológicos. Embora o tema ainda seja controverso e impregnado de problemas de 
caráter ético, já há experiências bem-sucedidas na reparação de tecidos nervosos e 
cardíacos, dentre outros (SOUZA; MEDRADO; GITIRANA, 2010). 
 
3.2 Formação do sangue 
São vários os pesquisadores e estudiosos das ciências da saúde, e mais 
precisamente da área hematológica, que discorrem com propriedade sobre a 
formação do sangue. Aqui fazemos um aporte sobre a questão das referências 
bibliográficas. Embora grande parte delas seja em língua estrangeira, temos no 
Brasil uma literatura, se não de pesquisa, mas de revisão de literatura bem extensa. 
Várias estão disponibilizadas ao final do módulo, e lançamos mão de autores 
didáticos para melhor compreensão dos conteúdos relacionados. 
 
 
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Pois bem, vamos à formação do sangue, fenômeno também chamado de 
hematopoese e outras variantes que tem origem na célula primitiva do sistema 
retículo-endotelial também conhecido como stem cell que, sob estímulos especiais, 
sofre um processo evolutivo de maturação ganhando caracteres e funções definidas 
quando então é lançada no sangue periférico. 
A) Hematopoese 
A célula reticular primitiva dá origem a uma célula totipotente, o 
hemocitoblasto, capaz de dar origem a todas as linhagens sanguíneas passando ou 
não por uma célula intermediária denominada hemoistioblasto, capaz de originar as 
células de estroma medular como fibroblastos, células endoteliais e osteoblastos, a 
hemocitoblasto segue sua evolução, dando origem a elementos diferenciados, 
capazes de evoluir para uma única linhagem: eritroblástica, granulocítica, 
megacariocítica, linfoblástica, monoblástica (MOURA et al., 2008). 
Definição: formação e desenvolvimento das células sanguíneas. Ocorre a 
partir de um precursor comum pluripotente (UFC – unidade formadora de colônia; 
stem-cell ou célula-tronco). 
 
Diagrama mostrando a célula-tronco multipotente da medula óssea e as linhagens 
celulares que dela se originam 
 
 
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Fonte: Holffbrand e Moss (2013, p. 3). 
Locais: a hematopoese começa por volta da 3ª semana de gestação e altera 
os seus sítios de produção de acordo com a idade humana. Os principais períodos 
são classificados em: 
- mesoblástico – ocorre no saco vitelínico desde o 19º dia até o 6º mês de 
gestação; 
- hepático – inicia precocemente, por volta do 1º mês, e torna-se 
predominante na hematopoese entre o 3º e o 6º mês gestacional; 
- medular – a partir do 6º ao 8º mês de gestação. Até os cinco anos de idade 
a medula de todos os ossos do corpo participam do processo. À medida que os anos 
avançam, ocorre uma substituição gordurosa na medula dos ossos longos. Na vida 
adulta, somente os ossos da pelve, esterno, ossos do crânio, úmero, fêmur e 
costelas serão capazes de gerar células sanguíneas. 
Obs.: Há uma pequena produção esplênica (início - 3º mês) e linfática (início 
– 5º mês) durante a gestação, que perdura pouco tempo após o nascimento. 
 
 
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Medula óssea: a medula óssea com atividade hematopoiética é conhecida 
como medula vermelha, enquanto o restante dos ossos possui medula óssea 
amarela, preenchida com tecido gorduroso. Essa substituição da medula por gordura 
é um processo reversível. 
É interessante notar a potencial repopulação de cavidades medulares onde 
a hematopoese havia cessado. Isso ocorre na talassemia e outras doenças 
hemolíticas crônicas. Pode haver aumento da circunferência craniana em 
consequência da eritropoiese aumentada. Hepatoesplenomegalia pode significar 
hematopoiese extramedular nesses pacientes. 
A medula óssea é o principal órgão de armazenamento de neutrófilos 
maduros e contém cerca de 2,5 a 5 vezes o pool intravascular dessas células. Essa 
reserva é responsável pelo aumento rápido da contagem de neutrófilos, durante 
infecções. Esta é a teoria monofilética de Maximow, ilustrada abaixo: 
Hematopoese 
Célula reticular primitiva 
 
Hemoistioblasto 
 
Hemocitoblasto 
 
Pro-eritrobasto Mieloblasto Megacarioblasto Linfoblasto Monoblasto 
 
Eritrócito Granulócitos Plaquetas Linfócitos Monócitos 
 N 
 E Plasmoblastos 
 B 
 Plasmócitos 
B) Eritropoiese 
O período de tempo calculado para se formar uma célula vermelha madura a 
partir da primeira célula já diferenciada, o pró-eritroblasto, é de 72 horas. Durante 
 
 
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esse tempo ocorrem 4 mitoses sucessivas de modo que um pró-eritroblasto dá 
origem a 16 células maduras, passando por 4 fases distintas: eritroblasto basófilo, 
eritroblasto policromatófilo, eritroblasto ortocromáticoe reticulócito. 
C) Plaquetogênese 
As plaquetas se originam dos megacariócitos da medula óssea que por sua 
vez são células oriundas dos megacarioblastos. 
D) Granulopoiese 
O mieloblasto originado do hemocitoblasto é a célula que se diferenciará nas 
demais células granulocíticas da linhagem neutrófila, eosinófila e basófila, passando 
pelas fases de maturação denominadas de: pró-mielócito, mielócito, metamielócito, 
bastonete e segmentado ou polimorfonuclear. Em relação à linhagem basófila é 
importante notar que as formas intermediárias de metamielócito e bastonete não são 
evidenciadas. 
E) Linfocitogênese 
Os linfócitos são formados na medula óssea, baço, gânglios linfáticos, no 
timo, nos agrupamentos linfóides do trato digestivo e trato respiratório dos 
mamíferos. Do ponto de vista morfológico, bioquímico e funcional, as células 
linfoides não são todas iguais. 
A célula linfoide jovem (linfoblasto) pode ter origem em dois compartimentos 
diferentes: 1) órgãos linfoides centrais ou primários que são o timo e o equivalente 
da bursa (bursa de Fabricius das aves); e, 2) órgãos linfoides periféricos como o 
baço e gânglios linfáticos. 
 
3.3 Hemostasia 
São várias as situações em que se necessita, popularmente falando, 
estancar uma hemorragia e, atualmente, é significativo o número de pacientes que 
apresentam transtornos de coagulação, seja por patologias que alterem os fatores 
de coagulação, por uso de anticoagulantes ou por iatrogenias que provoquem 
sangramento trans e pós-operatório abundante. Em alguns casos, a simples 
compressão da área hemorrágica será suficiente para obter hemostasia; em outros 
 
 
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casos, procedimentos que consomem maior tempo e manobras cirúrgicas podem ser 
necessários (PETERSEN et al., 1984; ALEXANDER; RABINOWITS, 1978; 
ALPASLAN et al., 1997 apud GABRIELLI, 2009). 
O uso de agentes hemostáticos é popular, especialmente aqueles 
absorvíveis, os quais podem ser acomodados e deixados para posterior absorção 
dentro de alvéolos cirúrgicos, defeitos ósseos ou tecidos moles (PETERSEN et al., 
1984 apud GABRIELLI, 2009). As características que fazem com que um agente 
hemostático seja considerado melhor dependem de várias considerações: da fácil 
aplicação e remoção, do potencial de reabsorção, da antigenicidade, da área em 
que estará sendo empregado e do efeito da reação tecidual. 
A função primária dos agentes hemostáticos é iniciar a agregação de 
plaquetas, permitindo a coagulação sanguínea. Diferentes materiais têm sido 
utilizados para essa finalidade e a maioria dos achados literários mostra algum grau 
de reação inflamatória durante as primeiras quatro semanas, porém com total 
reabsorção ou degradação destes na área implantada (CARVALHO; OKAMOTO, 
1987). 
Vieira, Oliveira e Sá (2007) também explicam que o adequado 
funcionamento do sistema circulatório depende de uma série de mecanismos que 
regulam a manutenção do sangue no estado fluido dentro do compartimento 
vascular, permitindo a perfusão adequada a todos os territórios do organismo. Os 
componentes do sistema hemostático incluem as plaquetas, os vasos sanguíneos, o 
fator de von Willebrand, os fatores da coagulação, os anticoagulantes naturais e o 
sistema fibrinolítico. Na vigência de qualquer lesão vascular, esses componentes 
são ativados, visando à manutenção da integridade do endotélio e evitando a perda 
excessiva de sangue. 
A ativação dos fatores da coagulação, de acordo com um modelo 
didaticamente apresentado como “cascata”, culmina com a formação de um tampão 
hemostático, constituído de plaquetas e fibrina, no local da lesão vascular. A 
formação do tampão de plaqueta e fibrina deve-se manter restrita ao sítio de lesão 
endotelial, de forma a prevenir a coagulação disseminada e a doença 
tromboembólica. Os anticoagulantes naturais, cujos principais representantes são a 
 
 
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antitrombina e as proteínas C e S, atuam principalmente por meio da degradação de 
fatores da coagulação. Já o sistema fibrinolítico atua sobre a fibrina formada no local 
da lesão vascular, degradando-a e estabilizando o coágulo. Desta forma, em 
condições normais, os mecanismos anticoagulantes prevalecem sobre os pró-
coagulantes, conforme ilustração abaixo: 
 
(A) hemostasia normal (B) hemostasia alterada: mecanismo da trombose. 
 
Carvalho et al. (2013) ressaltam que mecanismo de ação dos agentes 
hemostáticos pode ser mecânico ou causar o aumento da cascata de coagulação. O 
adesivo tecidual age por juntar e fechar as bordas da ferida, vedando-a e impedindo 
o sangramento. 
Os agentes hemostáticos e os adesivos teciduais têm entrado na prática 
clínica porque agem no sentido de diminuir a perda sanguínea, o tempo do ato 
cirúrgico, reduzir ou evitar transfusão de sangue, diminuir drenagem pós-operatória 
e diminuir tempo de internação. Os tipos de agentes tópicos estão dispostos na 
tabela abaixo: 
 
 
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Hemostáticos tópicos Adesivos teciduais e vedantes Novos produtos 
Colágeno 
Celulose 
Gelatina 
Trombina 
Combinação de produtos 
Hidrogel de etileno glicol 
Gelatina com resorcinol e 
formaldeído 
Albumina com glutaraldeído 
Trombina com matriz de gelatina 
Fibrina 
cianoacrilato 
Polissacarídeos 
Mineral zeolita 
Mineral esmectita 
Fonte: Carvalho et al (2013, p. 67) 
Vale a pena conferir a pesquisa realizada pelos autores acima, com o 
objetivo de identificar os trabalhos mais relevantes sobre agentes hemostáticos e 
adesivos teciduais e discutir as características de cada um desses agentes para 
facilitar a decisão do cirurgião na escolha do produto mais adequado para cada tipo 
de sangramento e natureza da hemorragia. 
Para a proposta do módulo, pontuamos um excerto das discussões que 
foram as seguintes: 
 Há uma variedade de diferentes agentes hemostáticos e de adesivos 
cirúrgicos, mas é necessário conhecer a característica de cada um deles para 
escolher o mais adequado para cada caso. 
 A natureza da hemorragia é a chave determinante na escolha do agente 
hemostático. Hemorragias traumáticas, particularmente no atendimento pré-
hospitalar, são mais apropriadamente tratadas com polissacarídeos. 
 Os vedantes de fibrina seriam pouco adequados a esse tipo de aplicação 
porque necessitam de campo seco (SEYEDNEJAD, 2008 apud CARVALHO 
et al., 2013). 
 Para hemostasia de modo geral, a escolha vai depender da gravidade, 
localização e tipo de sangramento. Sangramento arterial traz o desafio do 
fluxo de alta pressão. O estado de coagulação do paciente também é 
importante e os agentes de colágeno, celulose ou gelatina sem associação 
com outros produtos devem ser reservados para pacientes com mecanismo 
de coagulação intacto, pois eles são muito pouco efetivos em pacientes com 
coagulopatia (SEYEDNEJAD, 2008; ACHNECK et al., 2010 apud CARVALHO 
 
 
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et al., 2013). Entretanto, a adição de trombina a alguns desses agentesmelhora a eficácia deles. 
 Outros agentes hemostáticos como os vedantes de fibrina são independentes 
dos mecanismos de coagulação (SEYEDNEJAD, 2008 apud CARVALHO et 
al., 2013). Hemostáticos de gelatina não devem ser usados próximos a 
nervos ou em espaços confinados. Nestas situações pode-se usar celulose 
oxidada em associação com trombina (ACHNECK et al., 2010; PERALTA et 
al., 2012 apud CARVALHO et al., 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – INVESTIGAÇÕES HEMATOLÓGICAS 
 
 
Cinco motivos básicos e essenciais que justificam o estudo do hemograma 
em: 
1) O hemograma é o exame que avalia quantitativa e qualitativamente os 
elementos celulares do sangue. 
2) O hemograma é o exame complementar mais requerido nas consultas, 
fazendo parte de todas as revisões de saúde. 
3) O hemograma é fundamental na triagem de saúde. 
4) O hemograma é indispensável no diagnóstico e controle evolutivo das 
doenças infecciosas, das doenças crônicas, das emergências médicas, 
cirúrgicas, traumatológicas. 
5) O hemograma é a Hematologia. 
 
4.1 Hemograma 
Numa hipótese de situação “ideal” ou como dizem em algumas áreas 
“condição de ótimo”, imaginemos chegar ao consultório médico e antes mesmo de 
conversar com o médico, fazer um exame de sangue que em minutos fica pronto! 
Como diz Failace (2009), em muitos casos pode-se fazer o diagnóstico pelo 
resultado do hemograma antes de questionar e examinar o paciente. Outros exames 
se necessários, são escolhidos dentre os exatamente apropriados ao caso e 
geralmente feitos com sangue já coletado. Não há perda de tempo nem despesas 
inúteis. O paciente passa uma hora no consultório e já da primeira consulta, tendo 
gasto apenas com exames específicos para o caso, retorna para casa com o 
diagnóstico e o tratamento. O autor vai além e afirma que ao se tratar de uma 
homeopatia séria, sai, no ato, com pedido de internação no hospital escolhido; 
quando as alterações hematológicas causais da consulta confirmarem-se 
decorrentes de doença de outra especialidade, é devolvido com um laudo ao colega 
que o enviou ou aos especialistas apropriados. 
 
 
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Essa prática simplista de hemograma no ato, tão gratificante, econômica é 
difícil de se igualar em outras especialidades, pois em nenhuma a biópsia é tão 
pouco invasiva e o exame tão rápido, deve ser feita com especial atenção, já que o 
hemograma varia com a hora e com as condições da coleta. 
Como dito inicialmente, é apenas uma hipótese positivas, a mais ideal, mas 
apenas hipótese. Praticamente, o hemograma corresponde a um conjunto de testes 
laboratoriais que estabelece os aspectos quantitativos e qualitativos dos eritrócitos 
(eritrograma), dos leucócitos (leucograma) e das plaquetas (plaquetograma) no 
sangue. 
Atualmente, temos os contadores eletrônicos que aspiram o sangue e fazem 
automaticamente todas as determinações em múltiplos canais, de todo modo, o 
hemograma depende da qualidade do equipamento, do grau de especialização do 
pessoal técnico, da filosofia de trabalho do laboratório e das tradições locais. 
Os contadores eletrônicos fornecem um hemograma com todas (ou várias 
dentre todas) as determinações feitas diretamente e os parâmetros deles derivados 
por cálculo, pelo computador, conforme as tabelas abaixo: 
Componentes do hemograma 
Determinações feitas diretamente pelos contadores eletrônicos 
Eritrograma 
Contagem de eritrócitos (E) em milhões (M)/µL. 
Dosagem de hemoglobina (Hgb) em g/dL. 
Medida do volume dos eritrócitos em fL (médio = VCM). 
Medida da concentraçõo hemoglobínica individual dos eritrócitos (linha Advia). 
Contagem de reticulócitos (Retics) em % e /µL (vários modelos top of fine). 
Índices reticulocíticos: maturidade (pelo cargo de RNA), volume, concentração 
hemoglobínica (idem). 
Contagem de eritroblastos /100 leucócitos e I/µL (idem). 
 
Leucograma 
Contagem de leucócitos /µL. 
Fórmula leucocitária % e /µL. 
Por volumetria (3 tipos celulares, em contadores de pequeno porte). 
Por volumetria e citometria em fluxo (5-9 tipos celulares e flags ou 
estimativas paro células anormais, em contadores de grande porte). 
Determinação da fração leucocitária viável (WVF) (top of line da linha 
Cell-Dyn). 
Imunofenotipagem restrito (software especial em alguns modelos top of line). 
 
Plaquetograma 
Contagem de plaquetas (Ploq.) /µL. 
Medido do volume plaquetário (médio = VPM) em fL. 
Contagem imunofenotípica das plaquetas (top of fine da linha Cell-Dyn). 
Contagem de plaquetas reticuladas (top of fine da linha Sysmex). 
 
 
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Parâmetros derivados pelo computador 
Hematócrito (Hct): VCM x E. 
Hemoglobina corpuscular média (HCM): Hgb / E. 
Concentração hemoglobínica corpuscular médio (CHCM): 
HCM / VCM (ou Hgb / Hct). 
Médio (CHCM) e desvio-padrão (HDW) das concentrações hemoglobínicas corpusculares 
individuais (linha Advia). 
Conteúdo hemoglobínico dos reticulócitos (HCr) (linho Advia). 
Histogramas: curvas de frequência do volume corpuscular (dos eritrócitos) e de diversos outros 
parâmetros. 
Amplitude de distribuição do volume corpuscular (RDW). 
Scatterplots da distribuição de leucócitos. 
Amplitude de distribuição do volume plaquetário (PDW). 
Plaquetócrito (Pct): VPM x Plaq (geralmente deletado). 
Alarmes ou avisos (flags) relativos às três séries. 
Fonte: Failace et al. (2009, p. 23-4) 
Para a avaliação quantitativa dos glóbulos vermelhos, dos glóbulos brancos 
e das plaquetas na corrente sanguínea, usamos o método visual ou direto ou o 
método de contagem automática. O princípio deste último se baseia na contagem 
automática pela projeção das células ou pela contagem de impulsos eletrônicos por 
mudança de voltagem (MOURA et al., 2008), lembrando que esses métodos 
manuais estão praticamente extintos com o advento da automação, no entanto, é 
indispensável para plaquetonias graves (< 40.000 plaq/mm3) como forma de liberar 
resultados confiáveis em contagens nas quais há discrepâncias entre o resultado 
automatizado e a estimativa excessiva de plaquetas gigantes à análise morfológica 
nas microcitoses extremas, na presença de fragmentos de eritrócitos e em 
leucêmicos em tratamento (pode haver quantidade excessiva de debris celulares no 
sangue que podem falsear a contagem de plaquetas) (OLIVEIRA, 2007). 
Existem aparelhos cujas as imagens das células são projetadas em um tubo 
fotomultiplicador, outros as células são iluminadas e os feixes de luz são convertidos 
em impulsos eletrônicos para um tubo fotomultiplicador, outros ainda cuja a 
suspensão de células passa por uma corrente de diluentes, sendo a imagem das 
células iluminada e projetada em um fotomultiplicador e, finalmente, outros que 
contam as células que passam por orifícios muito pequenos, produzindo a cada 
passagem um impulso eletrônico. Todos os aparelhos apresentam um manual 
instruindo sobre o seu funcionamento, os líquidos diluentes que devem ser usados e 
a diluição que deve ser obedecida. Os modelos mais aperfeiçoados apresentam 
vantagens, inclusive de ordem econômica, e estão substituindoas contagens 
 
 
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visuais. A reprodutibilidade, a facilidade e a rapidez na realização dos exames são 
as maiores vantagens do método. 
A contagem visual em câmara ainda é um método muito usado. A câmara de 
contagem pode ser a mesma para qualquer tipo de célula. Há, entretanto, pequenas 
variações quanto ao tipo da câmara preferida. Vamos descrever alguns tipos 
encontrados à venda. 
a) Câmaras de contagem - são também conhecidas como hemocitômetros. 
Constam de uma peça de vidro espesso contendo um rebaixamento na parte central 
que é separado das partes laterais por duas pequenas valetas. As melhores 
câmaras apresentam a parte central espelhada. Nessa parte está gravado o retículo. 
As câmaras podem ter de um a quatro retículos, todos separados por valetas para 
impedir que as suspensões de células se misturem. O desnível da parte central 
corresponde à altura da câmara, que vem gravada ao lado, em cada peça. O retículo 
varia com a fabricação. Os tipos mais encontrados são: 
 Retículo de Neubauer – é formado por 9 quadrados de 1 mm2 de área e, 
portanto, tem 9 mm2 de superfície. A profundidade da câmara é de 0,1 mm. O 
volume total da câmara é de 0,9 mm2. 
Cada um dos 9 quadrados é subdividido. Os quatro quadrados chamados externos 
(A, B, C, D) são divididos em 16 pequenos quadrados, medindo cada um 1/16 do 
mm2. O quadrado central (E) é dividido em 25 pequenos quadrados medindo cada 
um 1/25 do mm2. Cada um destes, por sua vez, é dividido em outros 16 
quadradinhos medindo 1/400 do mm2. (Modelo abaixo). 
 
 
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Retículo de Neubauer 
 
Fonte: Moura et al. (2008, p. 354). 
 Retículo de Burker – apresenta 9 quadrados, de 1 mm2, sendo cada um 
dividido em 16 quadrados menores, medindo 1/16 do mm2. A profundidade da 
câmara é de 0,05 mm, a área total é de 9 mm2 e o volume total é de 0,45 mm3. 
 Retículo de Fuchs-Rosenthal – apresenta 16 quadrados de 1 mm2. A 
profundidade da câmara é de 0,2 mm. A área total da câmara é de 16 mm2 e o 
volume total é de 3,2 mm3. 
A fórmula geral para a contagem de células em qualquer tipo de câmara é a 
seguinte: células / mm3 = células por mm2 X profundidade de câmara X diluição. 
Na rotina, a câmara mais usada é a do tipo Neubauer. 
A tabela a seguir apresenta os valores de referência do Hemograma 
 
 
 
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Valores de referência do Hemograma 
 
PLAQUETOGRAMA: Plaquetas, até 6 meses 140.000 a 380.000/ mm3; acima de 6 meses 140.000 a 
400.000 mm3 
VPM:6,2 a 11,8fL. 
Fonte: Oliveira (2007, p. 32). 
 
 
4.2 Eritrograma 
Eritrograma é a seção do hemograma que avalia o eritrônio, órgão difuso 
que engloba os 25 a 30 trilhões de eritrócitos circulantes e o tecido eritroblástico da 
medula óssea que lhes dá origem. 
Como a função do eritrônio (transporte de oxigênio pulmão  tecidos) é 
exercida pelo conteúdo hemoglobínico da massa eritróide, a sua patologia é 
essencialmente quantitativa. Assim, a insuficiência funcional do eritrônio – anemia – 
é definida como diminuição da hemoglobina sanguínea. A diminuição da 
hemoglobina costuma acompanhar-se, mas não necessariamente, nem de modo 
paralelo, de eritrocitopenia, ou seja, baixa da contagem de eritrócitos (FAILACE 
2009). 
 
 
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Excepcionalmente, pode haver insuficiência funcional do eritrônio sem baixa 
da hemoglobina: a intoxicação pelo monóxido de carbono torna a hemoglobina 
incapaz de carrear oxigênio; a transfusão após uma hemorragia repõe a 
hemoglobina, mas esta tem a afinidade ao oxigênio afetada pela falta de 2-3-
difosfoglicerato no sangue estocado e, somente horas depois, corrige a hipoxemia. 
O termo anemia não se aplica a esses casos. 
A expansão da massa eritróide/hemoglobínica – alteração para mais do 
eritrônio – denomina-se poliglobulia; costuma ser decorrente de aumento da 
eritropoese mediado por produção excessiva, apropriada ou inapropriada, de 
eritropoetina. O termo policitemia era usado como sinônimo de poliglobulia; a 
tendência atual é utilizá-lo apenas para designar a policitemia vera, neoplasia 
mieloproliferativa crônica em que há proliferação autônoma do tecido eritróide. 
Eritrocitose refere-se ao aumento da contagem de eritrócitos, nem sempre 
acompanhado de aumento da massa eritróide/hemoglobínica. 
O eritrograma, portanto, destina-se a fazer notar, quantificar e ajudar no 
diagnóstico causal das anemias e poliglobulias. Alterações notadas no eritrograma 
fornecido pelo contador eletrônico exigem microscopia complementar. 
 A contagem de eritrócitos manual em Hemocitômetro consiste na 
determinação do número de eritrócitos por mm3 (ou µL) de sangue, em uma câmara 
de contagem específica, após diluição da amostra de sangue total com solução 
isotônica, que evita lise dos eritrócitos. Essa contagem manual e trabalhosa e 
imprecisa, tanto que resultados satisfatórios exigem bastante tempo, controle rígido 
no uso do aparelho e contagens repetidas para a mesma amostra. Veja o roteiro a 
seguir: 
 
 
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Diagrama de fases para rotina de eritrogramas manuais 
 
 
 
Fonte: Oliveira (2007, p. 212). 
 
A contagem automatizada é feita simultaneamente e no mesmo canal 
destinado à contagem de plaquetas. A diferenciação entre ambas é feita pelo 
volume e índice de refração associados ou por meio de fluorocromos. É uma 
contagem bem mais precisa e exata que a manual; desta forma, os índices 
 
 
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hematimétricos dela derivados passaram a ser confiáveis e mais valorizados na 
interpretação. 
Os valores de referência são: Homens: 4.400.000 a 6.000.000/mm3 
 
 Mulheres: 3.900.000 a 5.400.000/mm3 
 
A contagem de eritrócitos guarda uma correlação inversa com o volume 
corpuscular médio, isto é, pessoas com eritrócitos pequenos têm contagem mais alta 
que pessoas com eritrócitos grandes. 
A diferença entre os sexos é de causa hormonal. Os andrógenos aumentam 
a sensibilidade do tecido eritroblástico à eritropoetina; a castração masculina causa 
anemia. Os estrógenos desestimulam a eritropoese; após a menopausa, há 
elevação da contagem a níveis masculinos. 
A partir dos 65 anos, há uma progressiva, mas muito variável, diminuição da 
contagem de eritrócitos em ambos os sexos. É difícil precisar, em casos particulares, 
se uma leve eritropenia em idoso(a) é puramente dependente da velhice ou se tem 
causas orgânicas, não percebidas; só a avaliação prospectiva, com sequência de 
exames e busca de sinais de algumadoença crônica causal, pode ser 
esclarecedora. 
A contagem de eritrócitos deve ser interpretada no contexto do eritrograma 
completo. Nunca usá-la como parâmetro de anemia (FAILACE et al., 2009). 
 
4.3 Leucograma 
Leucograma é a seção do hemograma que inclui a contagem de leucócitos e 
a fórmula diferencial com quantificação e avaliação morfológica dos diversos tipos, 
ou seja, quantifica os leucócitos no sangue circulante. 
É uma seção de considerável importância clínica, uma vez que alterações 
em seus números, na proporção entre seus diferentes subtipos celulares ou em suas 
estruturas morfológicas são valorosos indicadores de mudanças patológicas no 
organismo (OLIVEIRA, 2007). 
 
 
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A contagem eletrônica do número global de leucócitos, mesmo em 
contadores de grande porte de última geração, tem um coeficiente de variação 
significativo:± 3-5% para contagens acima de 2.000/µL, 5-10% para contagens entre 
1.000 e 2.000/µL, 10-50% para contagens < 1.000/µL. Contadores de grande porte 
fornecem contagens satisfatórias mesmo em grandes leucocitoses (até 450.000/µL); 
contadores de pequeno porte geralmente exigem diluição extra do sangue para 
contagens acima de 80.000/µL. Esse erro sistemático indesejável, entretanto, só é 
relevante para a interpretação em casos de leucopenia extrema, em pacientes sob 
quimioterapia, onde o número absoluto de neutrófilos é crítico. Para contagens mais 
altas, não é clinicamente significativo. 
Segundo Failace et al. (2009), além dos erros pré-analíticos a que está 
sujeita a contagem de leucócitos, é preciso considerar: 
a) Aglutinação de neutrófilos: é relativamente rara; em sangue coletado em 
EDTA, talvez entre 1/10.000 e 1/30.000 amostras; é ainda muito mais raro persistir a 
agregação ao coletar-se nova amostra em citrato. O fenômeno é relevante: pode 
causar acentuada leucopenia espúria. Formam-se grandes conglomerados, 
facilmente identificados na cauda da distensão à microscopia com pequeno 
aumento. Nunca aceitar leucopenias sem causas óbvias sem pesquisá-la. 
b) Aglutinação de linfócitos: é vista em alguns casos de leucemia linfocítica e 
linfoma leucêmico. 
c) Presença de agregados plaquetários: Podem ser contados como 
leucócitos, mas o posicionamento no scatter plot da fórmula gera flag. 
d) Crioglobulinas, criofibrinogênio e lipídios: crioproteínas, precipitando ao 
resfriamento do sangue, causam elevação espúria da contagem de leucócitos. 
Precipitados podem ser (ou não) visíveis à microscopia. Excesso alimentar oral 
recente de lipídios, raramente, interfere tecnicamente com as contagens; já em 
amostras de sangue coletado após alimentação parenteral, com droplets lipídicos 
facilmente visíveis à microscopia, a contagem pode ser inviável; troca isovolumétrica 
do plasma pelo solvente do contador, após centrifugação suficiente para 
depositarem-se os leucócitos, geralmente permite resultados fidedignos. 
 
 
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e) Presença de eritroblastos: em contadores de pequeno porte e modelos 
antiquados de grande porte, são contados como leucócitos; nesses últimos, 
geralmente geram flag. Há que descontá-los contando-os à microscopia. Contadores 
de grande porte recentes identificam e contam eritroblastos separadamente. 
f) Eritrócitos resistentes à lise pelo solvente: eritrócitos contendo 
hemoglobina C, mesmo heterozigóticos, são resistentes e contados como leucócitos. 
A anormalidade não é notada em contadores de pequeno porte; as máquinas 
maiores recentes emitem flag. Algumas notam discrepância entre a contagem de 
núcleos nus e a contagem global de leucócitos. 
g) Contaminação in vitro da amostra: crescimento bacteriano ou fúngico no 
sangue conservado pode causar leucocitose espúria. É mais comum causarem 
trombocitose pelos limiares do tamanho. 
Ressalte-se que para interpretar as alterações na proporção entre os 
diferentes tipos de leucócitos pelo leucograma diferencial, deve-se relacionar a 
função específica de cada tipos de leucócito e quais as prováveis causas de seus 
aumentos ou diminuições específicos. 
 
4.4 Plaquetograma 
Como os contadores eletrônicos contam e medem sistematicamente as 
plaquetas no conjunto do hemograma, justifica-se criar o termo plaquetograma (ou 
trombocitograma) em analogia a eritrograma e leucograma. 
A contagem feita em hemocitômetro, ao microscópio, está abandonada, 
salvo em casos excepcionais. Exigia técnico de grande experiência, microscópio de 
excelente qualidade, de preferência com contraste de fases, e demandava um 
tempo de trabalho incompatível com as condições atuais. Atualmente, utiliza-se a 
contagem automatizada. 
A maioria dos contadores eletrônicos conta e mede as plaquetas pelo 
princípio Coulter, no mesmo canal de contagem dos eritrócitos, diferenciando-as 
destes por limiares de volume, geralmente plaquetas < 20 fl., eritrócitos > 30 fl. A 
presença de macroplaquetas, que em certas trombocitopatias genéticas podem 
 
 
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chegar a 35-40 fl., às vezes exige retorno à tecnologia manual primitiva (FAILACE et 
al., 2009). 
Instrumentos top of line oferecem inovações. O Sysmex XE-2100 fornece, 
mediante comando, uma contagem com identificação das plaquetas por 
fluorescência, que é considerada mais segura em casos de trombocitopenia. Os 
instrumentos Cell-Dyn (4000 e Sapphire) fazem uma contagem em canal óptico 
(POC) e referem discordâncias com a contagem por impedância (PIC), se houver. 
Oferecem eletivamente, também, o método de referência: contagem após marcação 
imunofluorescente das plaquetas com anticorpo monoclonal anti-CD61. Esses 
métodos inovadores, entretanto, em comparações feitas em mais de um laboratório 
com a tecnologia de impedância atual oferecida pelo Coulter LH750, que foi 
melhorada em seus detalhes técnicos, não demonstraram vantagem significativa na 
exatidão das contagens. A marcação imunofluorescente é particularmente útil 
quando há restos celulares (p. ex., budding citoplasmático desprendido de células 
leucêmicas) que possam causar identificação errada em canais de impedância. 
A exatidão nos instrumentos atuais, ressalvados esses modelos top of line, 
ainda deixa a desejar. É satisfatória, com coeficiente de variação < 10% em 
contagens entre 20.000 e 500.000/µL, mas insatisfatória nas contagens mais baixas: 
coeficiente de variação ± 30% entre 10.000 e 20.000/µL e ± 100% quando abaixo de 
10.000/µL. A variação de aparelho para aparelho é significativa em todos os níveis 
de contagem e considerável nos extremos. Ao pedir contagem de plaquetas, o 
médico deve saber que não receberá números exatos e, menos ainda, concordantes 
entre laboratórios diferentes; mesmo porque a contagem de plaquetas é algo 
flutuante, com variações > 10% na sequência dos dias. Receberá números 
aceitáveis para a interpretação clínica (FAILACE et al., 2009). 
Essa indesejável inexatidão analítica é, ainda assim, apenas a etapa final de 
um problema maior: a frequência e seriedade dos erros pré-analíticos. Quando há 
dificuldade na coleta, com aspiração lenta do sangue, ou quando a agulha custa a 
adentrar a veia (e se enche de tromboplastina tecidual), as plaquetas sofrem 
agregação, degranulação e lise,

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