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Apostila de Micologia e Virologia

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
MICOLOGIA E VIROLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – FUNGOS .......................................................................................... 05 
2.1 Características gerais ........................................................................................ 06 
2.2 Aspectos microbiológicos .................................................................................. 07 
2.3 Citologia dos fungos .......................................................................................... 09 
2.4 Fisiologia e metabolismo ................................................................................... 10 
2.5 Patogenia por fungos ........................................................................................ 11 
2.6 Classificação das micoses humanas ................................................................. 12 
2.7 O gênero Candida ............................................................................................. 13 
2.7.1 Aspectos imunológicos do gênero Candida ................................................... 14 
2.7.2 Diagnóstico laboratorial do gênero Candida ................................................... 14 
2.8 Procedimento para coleta de amostras de fungos ............................................ 20 
2.9 Processamento de amostras ............................................................................. 23 
2.10 Exame microscópico de amostras e interpretação dos aspectos 
morfológicos ............................................................................................................ 25 
 
UNIDADE 3 – VÍRUS .............................................................................................. 28 
3.1 Características gerais ........................................................................................ 29 
3.2 Replicação de vírus ........................................................................................... 32 
3.3 Vírus bacterianos - bacteriófagos ...................................................................... 35 
3.4 Vírus de doenças humanas ............................................................................... 36 
3.4.1 Vírus DNA ...................................................................................................... 36 
3.4.2 Vírus RNA ...................................................................................................... 36 
 
UNIDADE 4 – INFECÇÕES E HEPATITES VIRAIS ............................................... 40 
 
UNIDADE 5 – SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA – AIDS, 
VIROIDES, PRÍONS E ONCOGÊNICOS ................................................................ 45 
5.1 AIDS .................................................................................................................. 45 
5.2 Viroides ............................................................................................................. 49 
5.3 Príons ................................................................................................................ 51 
5.4 Vírus oncogênicos ............................................................................................. 52 
 
UNIDADE 6 – DIAGNÓSTICO LABORATORIAL PARA VÍRUS ........................... 53 
6.1 Coleta de material ............................................................................................. 54 
6.2 Isolamento de vírus ........................................................................................... 55 
6.3 Identificação direta e indireta dos vírus ............................................................. 56 
6.4 Ensaios Moleculares ......................................................................................... 59 
 
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 61 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 62 
 3 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
É verdade que por um tempo os microrganismos foram considerados 
somente objetos de especulação, mas a contribuição, a persistência, o 
comprometimento e os esforços de inúmeros pesquisadores somaram-se para 
percebermos a sua importância (positiva e negativa) na vida dos seres humanos, 
animais e plantas de maneira geral. 
Calcula-se que em cada indivíduo existem 100 trilhões de microrganismos, 
que os fungos estão dispersos no meio ambiente, em vegetais, ar atmosférico, solo 
e água, algo em torno de 200 mil espécies de fungos (menos de 150 descritas pelo 
homem); bactérias estimam-se 10 mil espécies e atualmente já foram identificados 
pelo menos 3600 tipos de vírus. 
É verdade também que as micoses durante anos não foram consideradas 
pela área médica com a atenção necessária, possivelmente pela falta de diagnóstico 
adequado, no entanto, o aumento do número de pacientes suscetíveis aos mais 
variados tipos de infecções tem aumentado, igualmente as infecções fúngicas. 
Pois bem, veremos neste módulo as características gerais de fungos e vírus, 
aspectos microbiológicos, morfologia, citologia, classificação, com foco nas técnicas 
de identificação e diagnóstico laboratorial para algumas espécies ou gêneros de 
maior interesse. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
 
 
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podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 – FUNGOS 
 
Os fungos constituem um grupo deorganismos com cerca de 200.000 
espécies, das quais, aproximadamente 100 são patogênicas e estão agrupadas no 
Reino Fungi. O termo fungo provém do latim fungus e significa cogumelo. 
Segundo Koga-Ito e Jorge (2010), consistem numa forma antiga de vida com 
cerca de 400 milhões de anos. Juntamente com as bactérias, são considerados os 
principais responsáveis pela manutenção da estabilidade geoquímica da biosfera. 
Os fungos são distribuídos amplamente na natureza, seja em ambientes aquáticos 
como em terrestres. Crescem em ambientes com temperaturas elevadas, assim 
como em regiões com temperaturas muito baixas. A maioria das espécies cresce por 
extensão contínua e ramificações de estruturas filiformes denominadas hifas. 
Alguns fungos possuem grande valor comercial graças ao seu importante 
papel na fermentação de bebidas, alimentos e produção industrial de antibióticos. 
Por outro lado, estão também relacionados com muitas patologias em plantas, 
animais e em seres humanos. 
O Reino Fungi engloba organismos com morfologias distintas, uni ou 
multicelulares, e podem ser classificados em: 
a) Leveduras: fungos unicelulares microscópicos, que podem ser 
patogênicos. 
b) Bolores: também denominados fungos filamentosos, são multicelulares, 
constituídos de células microscópicas cilíndricas ligadas nas extremidades, 
formando um filamento denominado hifa. Quando grande quantidade de hifas estão 
agrupadas, estas são visíveis a olho nu e são denominadas de micélio. Podem ser 
patogênicos. 
c) Cogumelos: organismos macroscópicos, não patogênicos. 
Os fungos apresentam semelhanças com organismos do Reino Animal, tais 
como presença de quitina em sua parede celular e o armazenamento de glicogênio. 
Do mesmo modo, compartilham com as bactérias a função de manutenção da 
 
 
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estabilidade geoquímica da biosfera e também a capacidade de causar doenças 
infecciosas, além de terem métodos semelhantes de isolamento e culturas. Por outro 
lado, estes apresentam características próprias e diferenças em relação aos outros 
Reinos, o que permitiu seu agrupamento em um Reino distinto – o Reino Fungi, 
conforme esquema abaixo: 
 
Fonte: KOGA-ITO; JORGE (2010, p. 204). 
A dicariose é uma característica peculiar dos fungos nos quais a fase 
dicariótica é prolongada, com presença de dois núcleos haplóides sexualmente 
opostos, em citoplasma comum. 
 
2.1 Características gerais 
Além da importância ecológica dos fungos como limpadores do solo e 
manutenção da estabilidade química da biosfera, estes também apresentam grande 
importância econômica. 
Os fungos causam imensas perdas econômicas, pois são responsáveis pela 
deterioração de alimentos e materiais, tais como matéria têxtil e madeira. 
 
 
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Além disso, causam doenças em plantas que implicam em grandes perdas 
na agricultura. Muitas doenças no homem e em animais também são causadas por 
fungos. 
Outro efeito maléfico dos fungos é a produção de micotoxinas, dentre elas, a 
aflatoxina produzida pelo Aspergillus flavus pode estar presente no amendoim e 
feijão e causa danos ao homem por toxicidade direta e efeitos carcinogênicos. 
Muitos países, inclusive o Brasil, enfrentam dificuldades para exportação de 
produtos, como grãos e sementes, por estarem contaminados pela aflatoxina, 
causando grandes perdas econômicas. 
Por outro lado, os efeitos benéficos dos fungos também apresentam 
importância econômica. Estes são utilizados como alimento e no processamento de 
alimentos, bebidas e drogas. Os fungos utilizados como alimentos são os cogumelos 
que apresentam alto teor de proteínas e sais minerais, como ferro e fósforo, e 
vitaminas como a niacina, riboflavina e tiamina. Os fungos são mundialmente 
utilizados na fabricação de pães, queijos, cervejas e vinhos. Estão também 
envolvidos na produção industrial de antibióticos, vitaminas e enzimas, 
principalmente com o desenvolvimento cada vez maior da área de biotecnologia 
(KOGA-ITO; JORGE; 2010; COSTA; PEREIRA; JORGE, 2012). 
 
2.2 Aspectos microbiológicos 
Morfologicamente, os fungos podem ser classificados em unicelulares 
(leveduras), multicelulares (bolores) e dimórficos. 
As leveduras são células isoladas, esféricas ou ovais, medindo de 2 a 5 µm 
de diâmetro, por 5 a 30 µm de comprimento. Podem formar cadeias pela união de 
células individuais. A este agrupamento de leveduras denomina-se pseudomicélio. 
Dividem-se por brotamento ou cissiparidade e desenvolvem colônias circulares, 
cremosas, opacas ou brilhantes em ágar Sabouraud. 
Os bolores são fungos filamentosos ou miceliais que têm como principal 
forma vegetativa as hifas (grego: hyphe = teia). As hifas são tubos ramificados 
medindo de 2 a 10 mm de diâmetro, cujo crescimento se dá pela produção de 
ramificações laterais ou por prolongamento. À medida que as hifas crescem, formam 
 
 
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uma rede entrelaçada que recebe o nome de micélio ou talo, cujo crescimento 
permite a formação de colônias. As estruturas do fungo, morfologia dos esporos e 
aparência da colônia em meio de cultura, além da atividade bioquímica, são dados 
importantes para a identificação dos fungos filamentosos. 
O micélio pode ser classificado em: a) micélio vegetativo: hifas que penetram 
no meio de cultura; b) micélio aéreo: hifas que se desenvolvem acima do meio de 
cultura; c) micélio reprodutivo: micélio aéreo que dá origem a células reprodutivas; d) 
haustórios: ramos especiais de hifas que penetram no hospedeiro a fim de conseguir 
alimento. 
A hifa pode apresentar parede transversal, denominada septo, e é chamada 
de hifa septada. Hifas que não apresentam septos são chamadas de cenocíticas. 
Estruturas microscópicas básicas de fungos: a, b, c - filamentosos, d - leveduras 
 
Os fungos dimórficos apresentam-se sob duas formas diferentes em 
condições ambientais diversas. Geralmente, apresentam-se sob a forma de 
leveduras nos tecidos vivos e quando cultivados em profundidade em meios líquidos 
de cultura a 35-37°C. A temperatura ambiente (25-30°C) e na superfície de meios de 
 
 
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cultura sólidos aparecem geralmente na forma micelial, ou seja, apresentando 
micélio. 
Esta característica de alguns fungos parece exercer importante papel para a 
sua virulência. A fase hifal apresenta aderência maior às células e outras estruturas 
(plástico) em relação à fase leveduriforme (Olsen, 1990 apud KOGA-ITO; JORGE; 
2010). A aderência à superfícies é um importante fator de virulência, em particular 
para microrganismos que causam patologias na cavidade bucal, já que esta é 
frequentemente banhada por fluxo salivar. 
Estudos conduzidos por Pugh e Cawson (1977 apud KOGA-ITO; JORGE; 
2010) demonstraram que a produção de fosfolipase é particularmente concentrada 
nas pontas das hifas, o que pode indicarque a transformação da forma 
leveduriforme para a forma hifal facilite a penetração do fungo através da mucosa. 
Tanto a forma leveduriforme quanto a forma hifal são capazes de produzir 
infecção (Ghannoum e Abu-Elteen, 1986 apud KOGA-ITO; JORGE; 2010), porém, 
as hifas parecem conseguir escapar mais facilmente da ação do sistema 
imunológico do hospedeiro. 
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2005), esses conceitos 
fundamentais representam a base para a identificação de um fungo, pois a 
classificação de filamentosos é feita, em regra, pelas características morfológicas, 
tanto macroscópicas (cor, aspecto, textura da colônia, etc.), quanto microscópicas 
(forma e cor da hifa, presença ou não de septos, tipo e arranjo de esporos, etc.), 
além da velocidade de crescimento (lenta, moderada ou rápida). A identificação de 
leveduras, ao contrário, é feita, principalmente, por características fisiológicas, desde 
que, a morfologia destes fungos não é muito variada e não permite distinção entre 
espécies e, em regra, entre gêneros. 
 
2.3 Citologia dos fungos 
Os fungos assemelham-se às células de plantas superiores e de animais na 
sua complexidade anatômica, pois são eucarióticas e possuem vários cromossomos 
diferentes. Os principais constituintes destas células, além dos constituintes 
essenciais de uma célula eucariótica, são: 
 
 
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 parede celular – constituída de duas ou várias camadas de material fibrilar 
com organização característica – 90% é constituído de hexoses e 
hexosaminas, e 10% de proteínas, carboidratos e lipídeos. Em muitos fungos, 
a molécula estrutural é a quitina, constituída de resíduos de N-acetil-
glicosamina; 
 lomassomos – são agregados de membrana citoplasmática localizados entre 
a parede celular e a membrana; 
 núcleo – de forma irregular e tamanho reduzido. Durante a divisão, ocorre a 
presença do fuso mitótico ou meiótico no interior do núcleo, sem 
desorganização da carioteca; 
 capa nuclear – estrutura conspícua envolvendo parcialmente o núcleo. 
Constitui um intenso aglomerado de ribossomos revestidos por um duplo 
sistema de membranas; 
 organelas – apresentam mitocôndrias, complexo de Golgi, retículos (granular 
e liso), etc. Os fungos patogênicos geralmente não apresentam flagelos ou 
outros órgãos de locomoção. 
 
2.4 Fisiologia e metabolismo 
Os fungos são imóveis em sua maioria. Não possuem clorofila ou qualquer 
outro pigmento fotossintético. Deste modo, dependem de produtos orgânicos de 
outros organismos, sejam estes vivos ou mortos, como fonte de energia. São, 
portanto, heterotróficos. 
A maioria é aeróbio, alguns são anaeróbios facultativos, porém nenhum é 
anaeróbio. Os processos empregados na obtenção de energia são respiração e 
fermentação, sendo o último mais característico das leveduras. Apresentam 
existência saprofítica ou parasitária. Todos são Gram-positivos, corando-se 
intensamente também pelo Ácido Periódico de Schift (PAS). 
A maioria dos fungos têm como necessidades nutricionais, os elementos C, 
O, H, N, P, K, Mg, S, B, Mn, Cu, Mo, Fe e Zn. Muitas espécies não necessitam de 
luz para seu desenvolvimento, já outras necessitam para formar suas estruturas de 
 
 
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reprodução, podendo ser consideradas fototróficas (que buscam a luz) (MORAES; 
PAES; HOLANDA, 2009). 
Os fungos crescem bem em temperatura ambiente (25-30ºC). Os 
patogênicos ao homem se desenvolvem à temperatura de 37°C. Existem fungos que 
crescem à temperatura de 50ºC e outros ao redor de 42°C (KOGA-ITO; JORGE; 
2010). 
 
2.5 Patogenia por fungos 
Os fungos apresentam vários mecanismos de patogenia, podendo causar 
diferentes efeitos sobre os seres humanos, dentre eles as micotoxicoses e 
hipersensibilidade. 
As micotoxicoses são causadas pelos metabólitos tóxicos produzidos pelos 
fungos. Decorrem da ingestão, por vezes acidental, de fungos produtores de toxinas. 
Uma das micotoxicoses mais conhecidas e economicamente importantes é aquela 
relacionada à contaminação de grãos e sementes por Aspergillus flavus e a 
produção de aflatoxina por estes microrganismos. Essa toxina foi relacionada em 
animais à degeneração das células hepáticas, além disso, discute-se também seu 
poder carcinogênico, embora ainda não tenha sido comprovado cientificamente o 
seu papel específico na carcinogênese humana. 
Os fungos, naturalmente presentes no ar, também podem constituir um 
estímulo antigênico e levar a estados de hipersensibilidade em seres humanos. As 
doenças fúngicas mais comumente encontradas no homem são as micoses, que são 
classificadas de acordo com os tecidos do hospedeiro que estão comprometidos 
pela infecção. 
Geralmente as micoses que acometem o indivíduo saudável são leves e 
autolimitadas, porém a incidência de infecções fúngicas graves e oportunistas tem 
aumentado dramaticamente nas últimas décadas devido ao aumento no número de 
pacientes imunodeprimidos, em particular, aqueles infectados pelo vírus da 
imunodeficiência humana, pacientes com câncer sob tratamento quimioterápico e 
transplantados (COLEMAN et aI., 1998 apud KOGA-ITO; JORGE; 2010). 
 
 
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Além disso, estudos multicêntricos, em vários países do mundo, têm 
demonstrado a crescente preocupação com o aumento significativo na prevalência 
de infecções hospitalares causadas por fungos (Raymond e Aujard, 2000 apud 
KOGA-ITO; JORGE; 2010). Um estudo realizado em 8 países europeus, analisando 
as infecções hospitalares em 20 instituições pediátricas, encontraram 9% destas 
causadas por leveduras do gênero Candida. Na Argentina, as espécies mais 
frequentemente relacionadas com infecções hospitalares fúngicas ocorridas em 12 
instituições hospitalares foram Candida albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis, C. 
krusei e C. glabrata (RODERO et aI., 1999 apud KOGA-ITO; JORGE; 2010). 
Outro estudo sobre a epidemiologia das micoses nos Estados Unidos 
concluíram que as espécies do gênero Candida são importantes patógenos 
relacionados com infecções hospitalares na unidade de terapia intensiva neonatal 
(Saiman et aI., 2000 apud KOGA-ITO; JORGE; 2010). No Brasil, estudos realizados 
em hospitais de São Paulo e Rio de Janeiro mostraram que as infecções 
hospitalares fúngicas eram causadas predominantemente por outras espécies de 
Candida que não C. albicans (Colombo et aI., 1999 apud KOGA-ITO; JORGE; 
2010). Os principais fungos atualmente relacionados com infecções hospitalares 
são: Candida ssp., Aspergillus ssp., Pneumocystis carinii, Cryptococcus neoformans, 
Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Fusarium ssp. E Penicillium 
ssp. 
 
2.6 Classificação das micoses humanas 
As micoses são classificadas de acordo com os tecidos do hospedeiro que 
estão sendo acometidos pela infecção. Didaticamente temos: 
 micoses superficiais – limitadas às camadas mais externas da pele e pelos 
(Pitiríase versicolor; Piedra branca; Piedra negra); 
 micoses cutâneas – estendem-se pela epiderme, incluem doenças invasivas 
dos pelose unhas (Dermatofitoses; Candidíase); 
 micoses subcutâneas – afetam a derme, tecido subcutâneo, músculo e 
fáscias (Cromomicose; Esporotricose; Micetoma – eumicetoma e 
 
 
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actinomicetoma –; Zigomicose; Rinosporidiose; Doença de Jorge Lobo; Feo-
hifomicose; Hialo-hifomicose); 
 micoses sistêmicas – podem disseminar-se por muitos sistemas do organismo 
(Paracoccidioidomicose; Histoplasmose); 
 micoses oportunistas – infecções fúngicas causadas por fungo de virulência 
intrínseca baixa ou originalmente comensais e que pode produzir infecções 
subcutâneas e disseminadas em indivíduos debilitados (Criptococose; 
Aspergilose) (ALMEIDA, 2000; MORAES; PAES; HOLANDA, 2009; KOGA-
ITO; JORGE; 2010). 
 
2.7 O gênero Candida 
O gênero Candida compreende aproximadamente duzentas espécies de 
leveduras não produtoras de endosporos. Devido à inabilidade do gênero em 
apresentar formas sexuadas, são classificados como fungos imperfeitos da classe 
Deuteromycetes. A espécie de maior importância médica é C. albicans seguida por 
C. tropicalis e C. glabrata, que perfazem cerca de 80% do isolamento em 
candidoses. C. parapsilosis, C. stellatoidea, C. guilliermondii, C. krusei e C. kefyr são 
também isoladas de diferentes patologias médicas. C. stellatoidea é diferenciada da 
C. albicans por não assimilar sacarose. Devido à identidade entre as bases de DNA 
dessas duas espécies, C. stellatoidea tem sido considerada atualmente como uma 
variante sacarose negativa de C. albicans. C. dubliniensis apresenta muitas 
semelhanças fenotípicas com C. albicans. Técnicas de biologia molecular permitiram 
a diferenciação genética e a descrição dessa nova espécie. 
As espécies de Candida são distinguidas entre os demais Deuteromycetes 
pela habilidade em formar pseudo-hifas, sendo C. glabrata a única exceção. 
As demais espécies do gênero podem ser identificadas através de 
morfologia colonial e pela capacidade de assimilação e fermentação de carboidratos. 
As leveduras do gênero Candida encontram-se amplamente espalhadas na 
Natureza, sendo que algumas espécies vivem como saprófitas ou parasitas no 
homem e em outras espécies animais. C. albicans, associada obrigatoriamente a 
seres humanos ou outros animais homotermos, vive normalmente na orofaringe, na 
 
 
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boca, nas dobras da pele, na secreção brônquica, na vagina, urina e fezes de 
humanos. Sua ocorrência na água e no solo é relativamente rara e está ligada à 
contaminação desses elementos da Natureza pelos seres humanos e animais. 
 
2.7.1 Aspectos imunológicos do gênero Candida 
A imunidade das infecções por Candida spp. em humano é bastante 
complexa devido aos diferentes tipos de candidose e à inter-relação entre os 
sistemas imunes sistêmico e secretório. 
Considerando-se que leveduras do gênero Candida estão presentes como 
comensais na cavidade bucal em aproximadamente 40% dos indivíduos saudáveis, 
pode-se inferir que em pacientes sadios imunocompetentes, os mecanismos locais 
de defesa do hospedeiro são suficientes para prevenir infecções por Candida. Por 
outro lado, quando as defesas locais ou sistêmicas estão diminuídas, Candida tem a 
capacidade de invadir os tecidos e causar doença, sendo, portanto, sua virulência 
determinada mais pelo hospedeiro do que pelo fungo. 
Infecção por C. albicans caracteriza-se no principal achado em pacientes 
com imunodeficiência celular severa, não sendo, entretanto, de importância em 
pacientes que apresentam deficiências apenas de linfócitos B. Pacientes com AIDS 
apresentam acentuada ocorrência de candidose (KOGA-ITO; MARTINS; JORGE, 
2010). 
 
2.7.2 Diagnóstico laboratorial do gênero Candida 
Segundo Koga-Ito; Martins e Jorge (2010), as amostras podem ser colhidas 
da saliva, de lavabos bucais e da mucosa: 
 saliva – coletar aproximadamente 2 mL de saliva, sem estimulação, em 
coletor universal descartável. Fazer diluições em solução fisiológica (NaCl 
0,85%) esterilizada (1:10 e 1:100); 
 lavados bucais – colocar 10 mL de solução fisiológica tamponada (PBS, 0,1 
M, pH 7,4) esterilizada na cavidade bucal, bochechar por sessenta segundos 
e verter o conteúdo em coletor universal descartável. Diluir 1:10 e 1:100 em 
 
 
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solução fisiológica (NaCl 0,85%) esterilizada e semear em placas contendo 
meio de cultura apropriado; 
 mucosa – coletar com swab esterilizado, esfregando o mesmo sobre a 
mucosa, ou no caso de lesões, sobre as mesmas. Colocar o swab em tubo de 
ensaio contendo salina (10 ml), agitar, fazer diluições (1:10) e semear em 
placas contendo meio de cultura apropriado. 
O meio mais utilizado para a cultura é o ágar Sabouraud Dextrose. Para 
coleta de amostras de cavidade bucal, adiciona-se cloranfenicol para proporcionar 
seletividade ao meio. Incubação por 24/48 horas até uma semana a 37°C ou a 
temperatura ambiente. 
Semear 0,1 mL das diluições e do material puro na superfície do ágar, 
espalhar com alça de Drigalski. Após período de incubação, observar crescimento 
de colônias características: esféricas, branco-foscas, com aparência de porcelana, 
de 4 a 8 mm de diâmetro, bordos lisos e odor característico. 
Uma alternativa para o isolamento de leveduras do gênero Candida é o uso 
de CHROMagar Candida, que é um meio seletivo utilizado também para identificar 
culturas mistas. Preparar o meio de cultura de acordo com as instruções do 
fabricante. Após incubação a 30°C por 48 horas, as colônias de C. albicans 
apresentam coloração verde-clara; C. dubliniensis, verde-escura; C. tropicalis, azul-
acinzentada; C. krusei, C. glabrata, C. kefyr, C. guilliermondii, rosa e C. parapsilosis 
e C. lipolytica, creme. 
A partir das colônias características, fazer esfregaço e coloração de Gram 
para confirmação microscópica. As colônias que em microscopia apresentarem 
células ovalares, grandes, Gram-positivas, com ou sem brotamentos, semear em 
tubos contendo ágar Sabouraud, para posterior identificação. 
Os mesmos autores sugerem o seguinte roteiro para identificação das 
amostras e suas provas: 
a) Formação de tubo germinativo 
Em tubo de ensaio (13 x 17 mm) contendo 0,5 mL de soro estéril de coelho, 
adicionar uma alçada da cultura de 24 horas da levedura, colocar em banho-maria a 
 
 
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37°C, por até três horas. A formação de tubo germinativo é observada em 
microscopia de luz, colocando-se uma gota da suspensão entre lâmina e lamínula, 
no período de duas até três horas da incubação. 
b) Produção de pseudo-hifas e clamidoconídeos (microcultivo) 
Para se verificar a produção de clamidoconídeos, utiliza-se o meio ágar fubá 
tween 80 ou ágar-corn meal acrescido de 1% de Tween 80. Cada amostra de 
levedura a ser testada é semeada em estria única na superfície do meio e coloca-se 
uma lamínula no centro da lâmina. Incubar por48 a 72 horas em temperatura 
ambiente. Fazer a leitura em microscopia de luz, observando-se a presença de 
pseudo-hifas e clamidoconídeos (clamidósporos). 
c) Fermentação de açúcares (Zimograma) 
Utiliza-se caldo vermelho de fenol distribuído em tubos de ensaio, com tubos 
de Duhran em seu interior e autoclavados a 120°C por quinze minutos. 
Cada açúcar (glicose, maltose, sacarose, galactose e lactose), esterilizado 
por filtração, é adicionado de forma a obter concentração de 1%. Os tubos são 
semeados a partir de uma cultura pura de 24 horas da levedura em ágar Sabouraud 
dextrose. A leitura é feita após 48 horas e uma semana de incubação a 37°C, 
considerando-se a produção de ácido evidenciada pela viragem da coloração do 
meio de cultura de vermelho para amarelo e a produção de gás no interior dos tubos 
de Durhan. 
d) Assimilação de açúcares (Auxonograma) 
Para verificação da assimilação de carboidratos pelas amostras de Candida, 
utiliza-se meio mínimo, quimicamente definido, sem fontes de carbono. Para cada 
amostra a ser testada, obtém-se uma suspensão da levedura com turvação 
equivalente ao tubo número 10 da escala de MacFarlane, a qual é semeada em pour 
plate. A seguir, colocam-se discos de papel de filtro embebidos numa solução a 1% 
dos seguintes açúcares: glicose, galactose, lactose, maltose e sacarose na 
superfície do meio. O crescimento da amostra nas proximidades do açúcar significa 
que o microrganismo assimila aquele açúcar como fonte de carbono. 
e) Interpretação das provas bioquímicas 
 
 
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As amostras são caracterizadas em espécies de acordo com as 
características de produção de tubo germinativo em soro estéril de coelho, produção 
de pseudo-hifas e clarnidoconídeos em ágar-fubá tween 80, fermentação e 
assimilação de carboidratos, baseando-se em Sandvén (1990 apud KOGA-ITO; 
MARTINS; JORGE, 2010). 
O quadro abaixo apresenta características culturais, assimilação e 
fermentação de carboidratos pelas amostras de Candida. 
 
(+) Prova positiva. 
(-) Prova negativa. 
(A) Produção de ácido. 
(G) Produção de gás. 
Baseado em Sandvén e Silverman Jr. et al. (1990). 
 
f) Crescimento a temperatura de 42°C 
Para identificação presuntiva das amostras de C. dubliniensis, as amostras 
devem ser semeadas em ágar Sabouraud dextrose (Difco) e incubadas a 42°C por 
48 horas. Ao contrário de C. albicans, C. dubliniensis não se desenvolve ou cresce 
escassamente a essa temperatura. 
 
 
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g) Prova da atividade de beta-glucosidase intracelular 
Para identificação da atividade de beta-glucosidase intracelular, a amostra a 
ser testada deve ser ressuspendida em acetato de sódio contendo 1mg de 
metilumbeliferil-b-glucosidase. Após reação, observar em transiluminador sob luz 
ultravioleta. Amostras de C. dubliniensis são positivas para esse teste e apresentam 
fluorescência. 
Fluxograma para identificação das espécies de leveduras do gênero Candida 
 
Fonte: KOGA-ITO; MARTINS; JORGE (2010, p. 234). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esquema simplificado para identificação de alguns gêneros de leveduras 
 
 
 
Fonte: ANVISA (2005, p. 16). 
 
Quanto às toxinas Killer, a sua biotipagem de sensibilidade é realizada de 
acordo com Polonelli et al. (1983 apud KOGA-ITO; MARTINS; JORGE, 2010). Cada 
amostra é semeada em pour plate e, a seguir, as leveduras produtoras de toxinas 
killer são inoculadas na superfície do meio de cultura. As placas são incubadas por 
72 horas em temperatura ambiente. Para leitura do teste são consideradas sensíveis 
as amostras que produzem halo de inibição de crescimento ao redor das cepas 
padrão e resistentes àquelas que apresentam crescimento em torno das mesmas. 
Após a leitura do teste para verificação do fator killer, os resultados são 
 
 
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apresentados de acordo com esquema proposto por Polonelli et al. (1993), 
composto por três dígitos. 
Os dois quadros abaixo representam as cepas padrão utilizadas para a 
verificação do fator killer e os modelos de biótipo killer. 
Cepas padrão e sua procedência, utilizadas para verificação do fator killer 
 
Modelo de biótipo killer segundo Polonelli et al. (1983). Cada código é 
constituído por três dígitos 
 
Fonte: KOGA-ITO; MARTINS; JORGE (2010, p. 235). 
 
2.8 Procedimento para coleta de amostras 
No Manual de ‘Detecção e Identificação dos Fungos de Importância Médica’, 
elaborado pela ANVISA (2005), estes são os procedimentos para coleta de amostras 
de fungos: 
 
 
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 Escarro – recolher, de preferência, a primeira expectoração da manhã, após 
gargarejo com água limpa ou fervida, em frasco de boca larga, esterilizado. 
Não deve conter saliva; 
 aspirado gástrico – aspirar cerca de 5 a 10 ml de suco gástrico, através de 
sonda nasogástrica, pela manhã, em jejum; 
 aspirado traqueal e secreção obtida por broncoscopia – procedimento 
realizado por médico treinado. O material colhido deve ser colocado em 
recipiente estéril; 
 sangue e aspirado de medula óssea – fazer assepsia rigorosa no local da 
punção e coletar cerca de 5 a 6 ml de sangue venoso, que deverá ser 
injetado diretamente, em frasco contendo meio de cultura. A última gota de 
material deve ser distendida em uma lâmina de microscopia, para coloração 
de Giemsa; 
 líquor – fazer assepsia rigorosa no local da punção. Coletar 2 ml ou mais, 
para exame microscópico e cultura para fungos. Os tubos na rotina hospitalar, 
devem ser usados na seguinte sequência: 1º exame bioquímico; 2º exame de 
celularidade; 3º microbiológico, reduzindo assim a possibilidade de isolamento 
de contaminantes da pele. Entretanto, a coleta da amostra em tubos 
específicos para cada um desses exames, aumenta a sensibilidade do exame 
micológico e, por isso, deve ser recomendada; 
 tecido obtido por biópsia, necropsia e peças operatórias – colher 
assepticamente, utilizando instrumentos estéreis e colocar o material em 
recipiente estéril, com salina. Não adicionar nenhum líquido fixador; 
 urina – a amostra biológica mais apropriada para o diagnóstico de micose do 
trato urinário é obtida por sondagem ou citoscopia. Quando não for possível, 
e para evitar contaminação com microrganismos presentes nas áreas 
vizinhas, fazer limpeza prévia da região perineal com água e sabão, 
desprezar o primeiro jato de urina da manhã, e colher 3 a 5 ml de urina em 
tubo de ensaio estéril. Coleções de 24 horas, não têm valor para diagnóstico 
micológico; 
 
 
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 fezes – fazer lavagem prévia da região anal com água e sabão, coletar 
porções de fezes em recipiente estéril com tampa ou “swab” anal, mergulhar o 
“swab” em salina estéril e enviar o tubo ao laboratório; 
 secreção ou pele de conduto auditivo externo – colher material por curetagem 
da lesão ou com swab estéril. Mergulhar o swab umedecido em salina estéril 
e enviar o tubo ao laboratório; 
 material de micose ocular – o melhor método para recuperação de fungos, 
requer raspado de córnea, aspiração de líquido intraocular ou biópsia. A 
coleta com auxílio de swab não é indicada em local de drenagem; 
 lesão de nariz e seios paranasais – coletar secreção, material necrótico ou 
tecido obtido por biópsia em recipiente estéril; 
 mucosa oral e orofaringe – coletar com swab estéril o material de lesão de 
mucosa jugal, papilas linguais ou região tonsilar. Mergulhar o swab 
umedecido em salina estéril e enviar o tubo ao laboratório; 
 secreção vaginal – com auxílio de espéculo, coletar material da lesão ou do 
fundo de saco vaginal com swab estéril. Mergulhar o swab umedecido em 
salina estéril e enviar o tubo ao laboratório; 
 líquidos corporais (pleural, ascítico, pericárdico, sinovial) – fazer assepsia 
rigorosa no local da punção. Coletar cerca de 5 a 10ml de líquido em tubo de 
ensaio estéril; 
 pus e material de abscesso – devem ser colhidos de preferência, por 
aspiração de abscessos fechados, com seringa e agulha estéril. Se a lesão 
for aberta, limpar o local com gaze esterilizada embebida em salina estéril, 
para eliminar os exsudatos superficiais que são altamente contaminados com 
bactérias. A seguir, colher o material com swab. Mergulhar o swab umedecido 
em salina estéril e enviar o tubo ao laboratório; 
 pele e pelos – se possível, descontaminar a pele com álcool 70% antes da 
coleta. Raspar com lâmina de bisturi as escamas cutâneas da borda das 
lesões. Pode-se utilizar também, uma lâmina de microscopia. Colocar o 
material entre duas lâminas limpas, de preferência esterilizadas, vedando-se 
 
 
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as bordas das lâminas com fita adesiva para evitar perda do material. Os 
pelos tonsurados devem ser retirados com pinça estéril e acondicionados 
entre lâminas ou em potes, de preferência esterilizados; 
 unhas – fazer limpeza prévia das unhas, escovando com água e sabão. 
Cortar com tesoura e desprezar a parte descolada da unha e, com lâmina de 
bisturi, raspar as áreas mais profundas e pulverulentas. Colocar este material 
entre lâminas e vedá-las com fita adesiva. 
 
2.9 Processamento de amostras 
O sucesso na visualização e isolamento do agente etiológico depende, além 
da coleta e transporte adequados e volume suficiente da amostra, de seu 
processamento correto antes do exame micológico. 
As seguintes recomendações devem ser cuidadosamente, seguidas para 
boa resolução diagnóstica: 
 pelos, cabelos, escamas de unha e pele – devem ser aliquotadas para 
exame microscópico e cultura, pois, para exame, são clarificadas com solução 
aquosa de KOH a 20% e, para cultura, não podem sofrer nenhum tratamento 
prévio, sendo por isso, inoculadas diretamente na superfície do meio de 
cultura; 
 líquor, secreções e fluídos corporais – (líquido pleural, ascítico, sinovial, 
pericárdico, aspirado transtraqueal, lavado gástrico e broncoalveolar [BAL]) 
devem ser concentrados por centrifugação (1500 a 2000 rpm por 10 minutos). 
Os materiais coletados com swabs devem ser eluídos em solução salina e 
também devem ser centrifugados. O sedimento obtido é o material adequado 
para o exame microscópico e semeadura em meios de cultura; 
 para urina – é recomendável que uma alíquota (alça calibrada) seja 
semeada, por esgotamento, sobre o meio de cultura distribuído em placa de 
Petri, para exame quantitativo, pela contagem de unidades formadoras de 
colônias (UFC). A outra alíquota deve ser centrifugada (1500 a 2000 rpm por 
10 minutos) e o sedimento será utilizado para exame microscópico e nova 
semeadura em tubo (cultura qualitativa); 
 
 
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 escarro – pode ser digerido com enzima (v/v) N-acetil-L-cisteina (250 mg de 
enzima dissolvidas em 1 L de solução-tampão citrato ou solução fisiológica), 
que fluidifica e facilita a manipulação da amostra e formação de sedimento 
após centrifugação. Porém, não foi comprovado que esse tratamento melhore 
a recuperação de fungos da amostra sendo, portanto, opcional. Pode-se 
utilizar, como alternativa, para digestão da amostra, solução de KOH 20%. A 
porção purulenta da amostra é preferível e porções liquefeitas não são 
adequadas para isolamento do agente. A porção da amostra tratada com 
KOH, porém, só pode ser usada para exame microscópico, pois a potassa 
destrói, após algumas horas, as estruturas do fungo, inviabilizando seu 
isolamento em meio de cultura. Neste caso, outra porção da amostra deve ser 
centrifugada e o sedimento usado para cultura; 
 tecidos obtidos por biópsia – requerem fragmentação, com o auxílio de um 
bisturi estéril ou maceração (gânglio) com pistilo em almofariz; pode ser feito 
dentro de uma placa de Petri estéril. Esse procedimento visa aumentar a área 
de superfície e expor o microrganismo ligado ao tecido, ao maior contato com 
o meio de cultura; 
 sangue e aspirado de medula óssea – não necessitam preparação, sendo 
que o exame microscópico tem baixa sensibilidade e, portanto a cultura é 
importante para identificação do agente. Para cultura, as amostras são 
semeadas imediatamente, após a coleta, em frascos contendo meio de 
cultura. O meio pode ser bifásico (15 ml de ágar inclinado sob 50 ml de caldo) 
composto de infusão de cérebro-coração (meio BHI) ou Sabouraud. Meios 
contendo saponina para lise e posterior centrifugação da amostra são 
indicados. Na prática, frascos para hemocultura bacteriológica (simples ou 
automatizada), proporcionam isolamento adequado de fungos, desde que 
respeitado os períodos necessários ao seu desenvolvimento. Para fungos 
dimórficos, de crescimento lento (>15 d), muitos autores consideram o 
método de lise-centrifugação o mais sensível. O sangue e medula óssea não 
devem ser coletados em seringas contendo EDTA, pois esta substância se 
combina com elementos da parede dos fungos, diminuindo a sensibilidade do 
exame. Um dos procedimentos recomendados para é a inoculação de 5 a 6 
 
 
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ml da amostra no frasco com meio bifásico sendo, uma parte para 10 partes 
do meio líquido, que deve ser então, incubado à temperatura de 30°C. 
 
 
2.10 Exame microscópico de amostra e interpretação dos aspectos 
morfológicos 
A observação de um fungo na amostra biológica tem grande valor 
diagnóstico, pois demonstra a invasão do fungo no tecido e permite uma informação 
imediata ao médico, a qual pode ser crucial para determinar a terapia apropriada ao 
paciente. No entanto, se a quantidade daamostra biológica for insuficiente para o 
exame microscópico e cultura do material, a cultura, na maioria das amostras, tem 
prioridade sobre o exame microscópico, desde que é método mais específico e em 
muitos casos, mais sensível. O exame microscópico da amostra é realizado por 
várias técnicas, dependendo do tipo da amostra e suspeita clínica (ANVISA, 2005). 
a) Exame microscópico direto com hidróxido de potássio (KOH) a 20% 
É usado para exame de pelos, pele, unha, tecido obtido por biópsia, 
exsudatos espessos e outros materiais densos. Colocar uma gota de KOH (aquoso 
a 20%) em uma lâmina de microscopia e sobre esta, uma porção da amostra a ser 
examinada. Cobrir a preparação com uma lamínula e, para intensificar a clarificação, 
aquecer ligeiramente, sobre a chama de um bico de Bunsen, sem deixar ferver a 
mistura. Examinar a preparação após 20 minutos, em microscópio óptico comum, 
inicialmente, com objetiva de 10x, seguida de 40x. 
b) Exame microscópico direto com tinta nanquim (tinta da china) 
Utilizada em amostras de líquor, urina, secreções ou exsudatos, para 
visualização de leveduras capsuladas do gênero Cryptococcus, que se tornam mais 
evidentes contra o fundo negro proporcionado pela tinta. 
Colocar uma gota de tinta nanquim e uma gota do sedimento da amostra 
centrifugada, sobre uma lâmina. Cobrir a preparação com lamínula e observar ao 
microscópio óptico (objetivas de 10x e 40 x). 
 
 
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Nesta técnica, um erro bastante frequente é confundir linfócitos com células 
de leveduras. A diferenciação é feita pela refringência da parede celular e das 
inclusões no citoplasma das leveduras, além da presença de brotamentos. 
c) Exame microscópico com coloração pelo método de gram 
Todos os fungos são Gram-positivos, assim a utilização da coloração não 
visa a diferenciação dos microrganismos, mas possibilita discriminar elementos 
fúngicos de artefatos existentes em urina, secreções e fezes. A amostra é espalhada 
de modo homogêneo, em movimentos circulares, em uma lâmina de microscopia, 
fixada com calor e submetida à coloração. 
d) Exame microscópico com coloração panótica (giemsa, leishman ou wright) 
Essas colorações são usadas para pesquisa de Histoplasma capsulatum em 
diversas amostras biológicas: medula óssea, sangue, aspirados e secreção cutânea. 
Nesses casos, faz-se um esfregaço semelhante ao usado para coloração de Gram. 
Fixa-se com metanol e cora-se segundo o método escolhido. Podem ser usadas 
ainda para corar imprints de tecidos obtidos por biópsia. 
A seguir estão esquematizados os principais aspectos morfológicos 
observados ao exame microscópico e os possíveis agentes etiológicos de acordo 
com a amostra biológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Interpretação de aspectos morfológicos encontrados em exames 
microscópicos de amostras biológicas 
 
(1) Exame microscópico com KOH. 
(2) Exame microscópico com tinta nanquim. 
(3) Exame microscópico com coloração de Gram. 
(4) Exame microscópico com coloração de Giemsa ou panótica. 
(5) São fungos saprófitas que podem se tornar oportunistas, por ex. Aspergillus, Fusarium, 
Acremonium, cuja identificação só é possível pela cultura. 
(6) No sangue, leveduras do gênero Candida não formam pseudohifas e a identificação de gênero e 
espécie é possível, somente, após isolamento em meio de cultura. 
 
Fonte: ANVISA (2005, p. 11). 
 
 
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UNIDADE 3 – VÍRUS 
 
Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios cujo genoma é constituído por 
um só tipo de ácido nucléico DNA ou RNA e que utiliza os sistemas enzimáticos 
celulares para síntese de elementos que fazem parte de sua estrutura. 
Vírus, do latim virus, significa veneno ou fluido venenoso. A palavra vírus foi 
usada desde a antiguidade até o final do século passado para designar vários tipos 
de agentes nocivos ou venenosos. A partir de 1850, cientistas observaram que 
algumas doenças apresentavam várias características de doenças infecciosas, 
porém sem o isolamento de microrganismos, o que os levou a pesquisar a existência 
de agentes nocivos diferentes dos já conhecidos. 
A partir de 1881, Pasteur colocou a raiva entre os parâmetros da teoria 
microbiana das doenças, tornando possível seu estudo experimental e controle 
através de inoculação em cérebro de cães e coelhos (JORGE, 2010). 
A primeira descrição parcial de vírus foi feita pelo cientista russo Dmitrii 
Ivanowski, em 1892, que relatou que o agente da doença vegetal mosaico do tabaco 
poderia passar livremente por filtros bacteriológicos. Loefler e Frosch, em 1898, 
comprovaram a filtrabilidade dos vírus com experimentos com o agente etiológico da 
febre aftosa. Esses filtrados, apesar de reproduzirem a doença, não cresciam em 
meios artificiais como bactérias e fungos. 
Após esses achados, iniciou-se nova fase na microbiologia: o estudo de 
agentes infecciosos invisíveis, mesmo com os mais potentes microscópios da época. 
Inicialmente, os pesquisadores demonstraram existência de vírus animais e 
vegetais, e, posteriormente, vírus com capacidade de infectar as bactérias; os 
bacteriófagos. 
Roehe (2008) sintetiza que vírus são microrganismos que se replicam 
sempre dentro de células vivas; utilizam (em maior ou menor grau) o sistema de 
síntese das células e induzem a síntese de proteínas capazes de transferir o 
genoma viral para outras células. 
 
 
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Os vírus, apesar de possuírem a capacidade de, a partir de uma unidade, 
originarem outras (mesmo que dentro de células), diferem dos demais seres vivos 
nas seguintes características: a) não apresentam a célula como unidade estrutural 
básica/como os demais seres vivos; b) apresentam apenas um tipo de ácido 
nucléico: DNA ou RNA; c) apresentam como constituintes orgânicos básicos o ácido 
nucléico e as proteínas; d) podem conter uma ou mais enzimas, entretanto seu 
conteúdo enzimático não é suficiente para reproduzir outro vírus; e) são inertes no 
ambiente extracelular; f) replicam-se somente em células vivas, sendo parasitas 
genéticos (JORGE, 2010). 
As viroses representam a principal causa de doenças em seres humanos, 
sendo responsáveis desde resfriados comuns até hepatites, encefalites fatais e pela 
síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). 
 
3.1 Características gerais 
Antes que fosse possível estudar a morfologia dos vírus no microscópio 
eletrônico, os pesquisadores tinham observado estruturas intracelulares associadas 
com infecções por vírus, as quais foram chamadas de corpúsculos de inclusão. São 
partículas arredondadas no citoplasma ou núcleo das células infectadas por alguns 
vírus. Atualmente, foi demonstrado que representam agregados ou colônias de 
vírus, contendo subunidades virais incompletas e vírus inteiros. Como exemplos decorpúsculos de inclusão citoplasmática pode-se citar os da varíola (corpúsculo de 
Guarniere) e da raiva (corpúsculo de Negri). Na varicela e herpes, os corpúsculos de 
inclusão são nucleares. 
Os menores vírus têm somente 17 nm de diâmetro e os maiores chegam a 
1000 nm (1 micrômetro). Mesmo os maiores têm uma pobre visibilidade ao 
microscópio óptico. A maioria dos vírus só pode ser detectada usando microscopia 
eletrônica de alta resolução (BOSSOLAN, 2002). 
Jorge (2010) fala em dimensões que variam de 20 a 300 nm, os maiores 
conhecidos seriam da varíola e da vacínia (200-300nm) e entre os menores, o da 
febre aftosa (10 nm) e poliomielite (28 nm). 
 
 
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Microfotografias das imagens virais em microscopia eletrônica revelaram a 
forma, dimensões e estruturas internas dos vírus, demonstrando que cada vírus 
apresenta características próprias. A estrutura viral completa é denominada vírion. 
Cada partícula viral (ou vírion) pode ter as seguintes estruturas: 
 capsídio e envelope – o capsídio é uma capa protéica que circunda o ácido 
nucléico, e é composto de subunidades de proteína, os capsômeros, que são 
responsáveis pela especificidade viral. Todos os vírions possuem uma 
simetria de estrutura, podendo ou não apresentar um envoltório (envelope) 
contendo lipídeos ou lipoproteínas. Assim, os vírions com envelope são 
sensíveis aos solventes de lipídeos, tais como o éter, o clorofórmio e agentes 
emulsificantes (sais biliares e detergentes); 
 ácidos nucléicos – os vírus podem ter DNA ou RNA, mas nunca são 
encontrados os dois juntos no mesmo vírion. A estrutura dos ácidos nucléicos 
nos vírions pode ser linear ou circular; 
 alguns vírus apresentam enzimas em sua constituição. Polimerases e 
transcriptases presentes em alguns vírus atuam em seu mecanismo de 
infeccionalidade (JORGE, 2010). 
Morfologicamente (com ilustração a seguir), os vírus podem ter: 
 simetria cúbica – são icosaédricos, apresentando vinte faces triangulares 
constituídas por proteínas (protômeros). Exemplos: vírus da poliomielite, 
adenovírus, herpesvírus; 
 simetria helicoidal – apresentam simetria tubular ou helicoidal. Exemplo: 
mosaico do tabaco, vírus vegetais (batata), influenza e caxumba; 
 complexos – possuem envelope e são geralmente pleomórficos, pois o 
envelope não é rígido. Exemplos: esféricos (arbovírus e arboencefalites), 
paralelepípedos (poxvírus e varíola) e bacteriófagos. 
 
 
 
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Simetria icosaédrica: [A] pólio, verruga, adeno, rota; [B] herpes. Simetria helicoidal: [C] mosaico do 
tabaco; [D] influenza; [E] sarampo, caxumba, parainfluenza; [F] raiva. Simetria incerta ou complexa: 
[G] poxvírus; [H] fagos T-pares. 
 
Fonte: PELCZAR; CHAN; KRIEG (1996). 
 
Sobre a taxonomia viral, Stephens et al. (2009) colocam ilustradamente a 
proposta do International Committee on Taxonomy of Viruses (ICTV) que vem 
aprimorando as normas de classificação viral passo a passo, estabelecendo, assim, 
uma taxonomia exclusiva para a organização dos vírus. O mais importante de todo 
esse princípio é que os vírus podem ser agrupados de acordo com as suas 
propriedades físicas, químicas e biológicas, assim como as das células que 
infectam. Dessa forma, os vírus podem ser classificados de acordo com o tipo de 
ácido nucléico, simetria do capsídeo, presença ou ausência do envelope, tamanho e 
sensibilidade às substâncias químicas. 
 
 
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Fonte: Adaptado de Oliveira apud Stephens et al. (2009, p. 128). 
 
 
3.2 Replicação de vírus 
Bossolan (2008) explica que antes que qualquer vírus possa infectar uma 
célula animal, ele primeiro deve ligar-se a um receptor específico na membrana 
celular, provavelmente uma glicoproteína. Como já foi dito, muitos vírus podem ter 
um envelope rico em lipídeo envolvendo o capsídio. Do envelope de muitos vírus 
projetam-se “pontas” que podem conter glicoproteínas e lipídeos. As propriedades 
das moléculas que constituem o envelope estão relacionadas com a adesão do vírus 
a vários substratos. Se o envelope não está presente, as propriedades do capsídio 
determinam as características adesivas do vírus. 
A multiplicação dos vírus se faz por replicação, na qual as porções protéica e 
nucléica aumentam no interior das células hospedeiras sensíveis. Este processo 
pode ser dividido em etapas, que são comuns a todas as infecções virais: 
a) Adsorção 
A adsorção envolve a participação de receptores específicos na superfície 
da célula hospedeira (receptores glicoprotéicos) e das macromoléculas dos vírus. O 
processo parece ocorrer na superfície da célula hospedeira em duas fases: a 
 
 
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primeira compreende adsorção preliminar por ligações iônicas e é facilmente 
reversível por alterações do pH ou da concentração salina do meio; a segunda fase 
parece ser mais firme e irreversível (JORGE, 2010). 
b) Penetração 
A penetração do vírus nas células pode ser por invaginação da membrana 
celular (endocitose mediada pelo receptor), por fusão do invólucro viral com a 
membrana celular e através da penetração viral através da membrana. Os vírus nus 
(sem envelope) parecem penetrar pelo mecanismo de fagocitose (BOSSOLAN, 
2008). 
c) Desnudamento 
É a remoção do envoltório protéico do vírus, pela ação de enzimas da célula 
parasitada. Após penetração, ocorre período durante o qual não há evidência de 
replicação (período de eclipse). Durante esse período, possivelmente ocorre 
desintegração do vírus, cujo ácido nucléico se torna, então disponível e apto a 
transmitir informação genética. 
d) Transcrição, Tradução e Replicação 
Ocorre de acordo com o vírus. Nas viroses animais, os vírus são 
classificados em seis classes, de acordo com o ácido nucléico que o constitui e a 
forma de replicação do mesmo. 
Explique-se que esta classificação viral foi definida por David Baltimore, em 
1971, a fim de correlacionar as características do ácido nucléico com as estratégias 
de replicação. Essa classificação não tem finalidade taxonômica, uma vez que o 
autor utiliza a já existente (STEPHENS et al., 2009). 
 Classe I – vírus DNA de fita dupla – o DNA do vírus transcreve RNAm, que 
inicialmente produz enzimas para síntese do DNA que ocorre no citoplasma. 
Posteriormente, ocorre síntese das proteínas virais. São vírus de classe I os 
Herpesvírus, Poxvírus, Adenovírus e Papovírus. 
 Classe II – vírus DNA de fita simples – o DNA do vírus é duplicado no núcleo 
da célula, juntamente com o genoma da mesma, através dos mecanismos 
 
 
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celulares. A partir da sequência do DNAdo vírus é sintetizado RNAm, que é 
traduzido em proteínas virais. São vírus classe II os Parvovírus. 
 Classe III – vírus RNA de fita dupla – o RNA viral de fita dupla é constituído 
por segmentos distintos, os quais são copiados em RNAm e traduzidos em 
proteínas virais. O RNA viral é sintetizado no citoplasma, sendo copiada 
apenas uma fita do RNA, a qual, a seguir, é complementada, formando RNA 
de fita dupla. Os Reovírus são de classe III. 
 Classe IV – vírus RNA de fita simples positiva – o próprio RNA viral é o RNA 
mensageiro. Quando o RNA de fita única do vírus atua diretamente como 
RNAm, são chamados de vírus de cadeia positiva (Fita +). O RNAm do vírus 
contém informação genética para produção da RNA polimerase própria. A 
replicação ocorre no citoplasma através de um processo complexo. São vírus 
classe IV os Picornavírus e Togavírus. 
 Classe V – vírus RNA de fita simples negativa e enzima polimerase – RNA-
dependente – o RNA viral é copiado em fitas simples de RNA através da 
enzima polimerase-RNA-dependente de origem viral. A replicação se faz 
através dessas fitas simples de RNA, que servem de molde para o genoma 
viral e para a síntese de RNAm. Os vírus, que devem replicar seu RNA 
primeiro para depois formar o RNAm, são chamados de vírus de cadeia 
negativa (fita -). São classe V os Paramixovírus e Rabdovírus. 
 Classe VI – vírus RNA de fita simples com presença de DNA complementar –
são chamados retrovírus e possuem como parte de sua estrutura a enzima 
transcriptase reversa, a qual possui ação na síntese de DNA complementar 
intermediário ao RNA viral; ação de nuclease, digerindo o RNA das moléculas 
híbridas (RNA-DNA) e síntese de fitas duplas de DNA, o qual transcreve para 
o RNA viral e para o RNAm. A síntese dos ácidos nucléicos virais ocorre tanto 
no núcleo como no citoplasma. Em geral, a replicação do DNA ocorre no 
núcleo (exceto para poxvírus) e a replicação do RNA no citoplasma. 
e) Maturação e Liberação Viral 
 
 
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A maturação representa o acoplamento das subunidades formando o vírus 
completo. O processo de liberação é diferente conforme o agente viral. Em alguns 
casos, a lise celular resulta na liberação concomitante das partículas virais. Em 
outros, a maturação e a liberação são relativamente lentas e os vírus são liberados 
sem a destruição da célula hospedeira (exocitose). 
Bossolan (2008) explica que os vírus são capazes de dirigir a síntese dos 
componentes essenciais para sua progênie e de acoplar estes materiais sob a forma 
de vírions maduros, no núcleo e/ou no citoplasma da célula infectada. 
 
3.3 Vírus bacterianos - bacteriófagos 
Bacteriófago significa comedor de bactérias. Vírus que infectam bactérias 
foram observados, independentemente, por Twort (1915) na Inglaterra e por 
d'Herelle no Instituto Pasteur de Paris, em 1917. Cada um desses pesquisadores 
verificou que culturas jovens de bactérias entéricas podiam ser dissolvidas pela 
adição de filtrados assépticos de certas amostras de esgoto. O caldo claro, outra vez 
filtrado e acrescentado a culturas de bacterianas suscetíveis, repetia o efeito. Esse 
fato tornou-se conhecido como fenômeno de Twortd'Herelle, sendo o fator lítico 
chamado de bacteriófago por d'Herelle. 
Os vírus das bactérias são amplamente distribuídos na Natureza, existindo 
fagos para a maioria, senão a totalidade das bactérias. Estruturalmente, 
assemelham-se aos demais vírus, sendo constituídos por ácido nucléico circundado 
por uma camada protéica (JORGE, 2010). 
Os bacteriófagos têm o cerne de ácido nucléico envolvido por um capsídeo 
de natureza protéica, como os outros vírus. Existem 3 formas básicas de 
bacteriófagos: cabeça icosaédrica sem cauda, cabeça icosaédrica com cauda e 
filamentosa. Com relação ao ciclo de vida, os bacteriófagos podem ser líticos (ou 
virulentos) e temperados (ou avirulentos). 
No ciclo lítico, os fagos líticos destroem as células hospedeiras bacterianas. 
No processo infeccioso lítico, após a replicação do vírion, a célula hospedeira 
rompe-se, liberando nova progênie de fagos para infectar outras células 
hospedeiras. 
 
 
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Os fagos temperados não destroem suas células hospedeiras. Em vez disso, 
o ácido nucléico viral é integrado ao genoma da célula hospedeira e replica-se na 
célula bacteriana hospedeira de uma geração a outra, sem que haja lise celular. 
Este processo é denominado lisogenia e é realizado somente pelos fagos que 
possuem DNA de fita dupla (BOSSOLAN, 2008). 
 
3.4 Vírus de doenças humanas 
Os vírus infectam diferentes hospedeiros, desde microrganismos 
intracelulares, como micoplasmas, bactérias e algas até todas as plantas e animais 
superiores. São conhecidos mais de trezentos vírus que infectam seres humanos, os 
quais produzem diversas doenças (em torno de cinquenta síndromes distintas já 
foram caracterizadas) com diversas manifestações clínicas. 
Em relação às doenças produzidas por vírus, é importante salientar: 
a) muitas são subclínicas. 
b) a mesma doença pode ser produzida por vários tipos de vírus, assim 
como o mesmo vírus pode produzir diferentes doenças. 
c) a doença produzida não tem relação com a morfologia do vírus. 
d) a evolução da doença é determinada pela constituição genética do vírus e 
do hospedeiro (JORGE, 2010). 
 
3.4.1 Vírus DNA 
Os vírus animais são divididos em vírus DNA e vírus RNA. Vírus DNA que 
produzem doenças em seres humanos incluem: parvovírus, papovavírus, 
adenovírus, herpesvírus e poxvírus. 
 
3.4.2 Vírus RNA 
Vírus RNA que causam doenças em seres humanos incluem: picornavírus, 
togavírus, paramixovírus, ortomixovírus, rabdovírus, reovírus e retrovírus. 
 
 
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Os quadros abaixo mostram as principais doenças produzidas por vírus no 
ser humano, com base na sintomatologia que apresentam e as principais classes de 
vírus DNA e RNA que produzem doenças em seres humanos e as doenças que 
causam. 
Principais doenças humanas produzidas por vírus, de acordo com a 
sintomatologia e com o(s) tecido(s) que afeta(m) 
 
Fonte: Jorge (2010, p. 180). 
 
 
 
 
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Principais classes de vírus DNA que produzem doenças em seres humanos e 
as doenças que causam 
 
Fonte: Jorge (2010, p. 181). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Principais classes de vírus RNA que produzem doenças em seres humanos e 
as doenças que causam 
 
Fonte: Jorge (2010, p. 181). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – INFECÇÕES E HEPATITES VIRAIS 
 
A doença viral ocorre em consequência da infecção viral em um hospedeiro, 
o qual pode apresentar ou não sinais e sintomas clínicos. Em muitos casos, a 
infecção viral não é capaz de causar alterações clínicas visíveis no indivíduo, 
infecção inaparente ou subclínica. Entretanto, quando observamos alterações 
clínicas no hospedeiro, chamamos de infecção sintomática ou aparente. 
Algumas infecções virais podem causar o que chamamos de síndrome, que 
consiste em um grupo de sinais (é o que o médico ou pessoas próximas ao paciente 
observam, como lesões na pele, vômito e diarreia) e sintomas (é o que o paciente 
relata como dor no corpo, tontura) específicos, caracterizando uma determinada 
infecção. Sendo assim, podemos considerar que um mesmo vírus pode causar 
sintomas clínicos diferentes (STEPHENS et al., 2009). 
O quadro abaixo mostra uma correlação entre alguns sintomas clínicos da 
via respiratória e o agente viral: 
Síndrome Principais 
sintomas 
Causas virais mais comuns 
lactantes Crianças Adultos 
Laringite e gripe Rouquidão, “tosse 
de cachorro” 
Parainfluenza, 
Influenza 
 
Parainfluenza, 
Influenza 
 
Parainfluenza, 
Influenza 
 
Taqueobronquite Tosse Parainfluenza, 
Influenza 
Parainfluenza, 
Influenza 
 
Influenza, 
Adenovírus 
 
Bronquiolite Tosse e dispneia Vírus sincicial 
respiratório, 
Parainfluenza 
Raro 
 
Raro 
 
Faringite Faringite Adenovírus, 
Herpes simples 
 
Adenovírus, 
Vírus Coxsackie 
 
Adenovírus, 
Vírus Coxsackie 
 
Pneumonia Tosse e dor 
toráxica 
Vírus sincicial 
respiratório, 
Influenza 
Influenza, 
Parainfluenza 
 
Influenza, 
Adenovírus 
 
Resfriado comum Obstrução nasal e 
secreção nasal 
Rinovírus, 
Adenovírus 
Rinovírus, 
Coronavírus 
Rinovírus, 
Coronavírus 
 
 
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Os diferentes sinais e sintomas da doença viral observados em um 
hospedeiro são determinados por características específicas do agente, e também 
do hospedeiro, as quais são influenciadas por fatores genéticos de ambos. 
A patogênese viral refere-se à interação de fatores virais e do hospedeiro, 
que levam à produção de doença. Um vírus patogênico tem que ser capaz de 
infectar e causar sinais da doença em um hospedeiro suscetível. 
No processo da patogênese viral, podemos observar doenças mais severas 
ou mais brandas. Isso ocorre devido à existência de cepas virais mais ou menos 
virulentas, ou às diferentes respostas imunológicas do hospedeiro. 
As respostas das células dos hospedeiros suscetíveis às infecções virais 
podem ocorrer através de três caminhos diferentes: ausência de alterações 
aparentes, efeito citopático (CPE) seguido de morte e transformação celular 
(crescimento alterado) (STEPHENS et al., 2009). 
Na infecção localizada, a replicação viral permanece próxima ao sítio de 
entrada do vírus. Exemplo: pele, tratos respiratório e gastroentérico. Na infecção 
sistêmica ou disseminada, o espalhamento do agente pelo organismo ocorre em 
várias etapas, como entrada, disseminação para os linfonodos regionais, viremia 
primária e disseminação para órgãos suscetíveis. Após a viremia secundária, os 
vírus são disseminados para outros órgãos, como cérebro, pulmão, pele, etc. 
Existe uma predileção dos vírus para determinados órgãos. Os vírus das 
hepatites, por exemplo, atingem principalmente o fígado. É o que chamamos de 
tropismo viral. 
Falando em hepatite viral... 
O termo hepatite viral é usado para designar alterações hepáticas, 
associadas a agentes infecciosos virais. Vários são os vírus que podem afetar o 
fígado, como o vírus da hepatite A, B, C, D, E, Herpes simples, Epstein-Barr, 
Citomegalovírus e febre amarela. O vírus da hepatite B (HBV) destaca-se dos 
demais não só por alta prevalência entre profissionais de saúde, como também por 
provocar lesões como cirrose e câncer hepático. Além disso, o HBV é 
 
 
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presentemente a única forma que pode ser prevenida por vacinação efetiva e sem 
efeitos colaterais (JORGE, 2010). 
Nos quadros a seguir teremos a descrição sucinta dos principais tipos de 
hepatites virais, bem como as principais características, nomenclatura, antígenos e 
anticorpos dos vírus da hepatite. 
Características do vírus da Hepatite 
Vírus Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D Hepatite E 
Família Picornaviridae Hepadnaviridae Flaviviridae Não classificada Calciviridae 
Gênero Heparvírus Orthohepadnavírus Hep-c-vírus Deltavírus hepevírus 
Vírion 27 nm 
icosaédrico 
42 nm esférico 30-60 nm 
esférico 
35 nm esférico 27-34 nm 
icosaédrico 
Envoltório nenhum Sim (HBsAg) Sim Sim (HBsAg) nenhum 
Genoma SsRNA DsDNA SsRNA SsRNA ssRNA 
Tamanho do 
genoma 
7,8 kb 32 kb 9,4 kb 1,7 kb 7,5 kb 
Estabilidade Termoestável 
e estável em 
ácido 
Sensível a ácido Sensível a éter Sensível a ácido termoestável 
Transmissão Orofecal Parenteral Parenteral Parenteral Orofecal 
Prevalência Alta Alta Moderada Baixa, regional Regional 
Doença 
fulminante 
Rara Rara Rara Frequente Durante a 
gravidez 
Doença 
crônica 
Nunca Frequentemente Frequentemente Frequentemente Nunca 
Oncogênese não sim Sim ? não 
Fonte: Jorge (2010, p. 190). 
 
 
 
 
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Nomenclatura, definições, antígeno e anticorpos dos vírus da Hepatite 
 
Em se tratando da Hepatite B, o teste deve ser realizado quando houver 
evidências sorológicas de infecção por HBV. A interpretação dos testes sorológicos 
para Hepatites se encontra no quadro a seguir: 
 
 
 
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Vírus HBsAg Anti-HBc 
total 
Anti-HCV IgM 
Anti-HAV 
Anti-HDV Diagnóstico 
clínico 
provável 
Vírus 
único 
- - - + Hepatite A 
+ + - - - Hepatite B 
- - + - Hepatite C 
Vírus 
combinado 
+ + - + Hepatite A e B 
+ + - - + Coinfecção 
- + - - + Hepatite B e D 
+ - + - - Coinfecção 
com hepatite B 
e C 
 
Fonte: Jorge (2010, p. 194). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 - SÍNDROME DA IMONODEFICIÊNCIA 
ADQUIRIDA – AIDS, VIROIDES E PRÍONS 
 
5.1 AIDS 
A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS: acquired imune deficiency 
syndrome) pode ser definida como um conjunto de alterações provocadas pela 
perda da imunidade celular, pela ação de

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